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Como funciona um veleiro

por Cristen Conger - traduzido por HowStuffWorks Brasil


Os veleiros são uma das primeiras e mais revolucionárias invenções da humanidade no
campo dos transportes" movidos primordialmente pelo ventos essas máquinas simples mais
incríveis abriram novos percursos ao com(raio internacional viagens de exploração e
intercambio cultural e deram forma ao mundo moderno e ainda que ninguém saiba ao certo
quando o primeiro veleiro foi construído arqueólogos encontraram restos de embarcações
primitivas semelhantes a canoas que datam dos antigos Egito e Mesopotâmia”. Desde então
o projeto de barcos evoluiu constantemente de forma a melhorar a velocidade, a
manobrabilidade e a capacidade de carga refletindo inovações estéticas e tecnológicas
únicas.
Veleiro
Como exemplo para construir os barcos com cabeça de dragão que caracterizavam sua
cultura os vikings usavam machados em lugar de serras a fim de cortar peças de madeira
mais longas e leves que permitiam jornadas mais rápidas" desses barcos conhecidos como
drakkar dominavam os mares ao tirar vantagem do vento com suas velas quadradas para
navegar distancias mais longas e dos seus remadores para ataques velozes ;Posteriormente
os juncos chineses do século15, com suas características velas em concha eram tão bem
construídos para resistir aos tufões de sua região que terminaram por atingir a costa leste
da África e o Golfo Pérsico; mais de 50 anos antes dos exportadores europeus. Hoje iates
de regata especializados cortam as águas em velocidade superior do vento. Embora esses
espantosos navios variassem em tamanho e capacidade todos eles estavam unidos pelos
elementos comuns aos veleiros" Quer grandes, Quer pequenos os 'arcos do passado e do
presente compartilham da mesma capacidade de flutuação e movimento" Neste artigo
vamos estudar como funcionam as partes básicas de um veleiro como os princípios da física
permitem que eles flutuem e como o projeto de veleiros continua a evoluir"

Componentes básicos de um veleiro


O veleiro comum compreende oito partes essenciais casco, cana do leme, leme, vela
principal, mastro, retranca, bujarrona e quilha" O casco é a concha externa do 'arco e
abriga todos os componentes internos" Sua forma simétrica dá equilíbrio ao veleiro e reduz
o arrasto, ou o empurro para trás causado pela fricção que o movimento na água gera"
dentro do casco, na popa, ou parte traseira, fica a cana do leme, que fica dentro da água"
Pense na cana do leme como o volante e no leme como o pneu de um barco" para manobrar
um veleiro para a direita, você move a cana do leme para a direita do barco, mudando a
posição do leme.
Veleiro_diagrama
Diagrama de um veleiro comum
Se você pensar no leme como volante, então as velas e a quilha são os motores". A vela
principal é a maior vela, que captura a maior parte do poder eólico necessário a propelir o
veleiro." Seu lado vertical fica preso ao mastro, uma viga longae vertical, e o lado
horizontal fica preso `a retranca, uma longa viga paralela ao convés" Os marinheiros podem
girar a retranca em 360° graus no plano horizontal para permitir que a vela principal se
infla para fora o máximo possível de vento" Quando a retranca fica perpendicular ao vento,
a vela principal se infla para fora" E a situação oposta, paralela ao vento, ela pende inerte
do mastro" Essa liberdade de movimento permite que os velejadores capturem o vento não
importa de onde sopre. A bujarrona é uma vela menor, triangular e fixa, que propicia
potencia adicional a vela principal." A quilha, é uma prancha longa e esguia que se estende
do fundo do 'arco, oferece um vetor de equilíbrio sob a água, e impede que o barco
emborque. E os veleiros de menor porte, uma deriva serve para finalidade semelhante ao da
quilha mas pode ser erguida ou baixada na água, para permitir navegação em águas mais
rasas"
Antes que um barco se torne capaz de um movimento na água, é necessário que ele flutue.
Na próxima seção descobriremos de que maneira algo tão pesado quanto um veleiro
consegue se manter à tona.
Como Flutuam os Veleiros
A flutuação depende de duas coisas: deslocamento e densidade. O Princípio de Arquimedes,
que explica o conceito de flutuação estimula que , a fim de que um objeto flutue, ele deve
deslocar um volume de água equivalente ao seu peso. À medida que o peso do veleiro
pressione para baixo e força o deslocamento da água sob o barco, uma força ascensional
equivalente a esse peso sustenta a embarcação.
É nesse ponto que a densidade interfere. Para deslocar água suficiente para que se
mantenha à tona, sem afundar, um barco precisa ter densidade média inferior à da água.
Por isso, o casco do barco é oco. Quer feito de concreto ou fibra de vidro, um barco tem
densidade inferior à da água. Pense nisso: caso você coloque uma bola de basquete e uma
bola de boliche em uma piscina, a bola de basquete, cheia de ar, terá densidade muito
inferior à da água, e por isso flutuará. A bola sólida de boliche, por outro lado, afundará
imediatamente. É por isso que qualquer coisa, de um pequeno veleiro a um porta-aviões, tem
a capacidade de se manter na superfície.
A área superficial também ajuda a manter um barco à tona. Área superficial mais ampla
propicia a um objeto chance melhor de deslocar água suficiente para deslocar seu peso. Por
exemplo, uma pequena bola de barro provavelmente afundará antes que desloque água
suficiente para compensar seu peso. Mas caso você molde o barro em um formato plano,
como uma panqueca fina, haverá mais área superficial para que o peso seja distribuído e
desloque água, de modo que a peça flutuará.
Agora que sabemos de que maneira os veleiros conseguem flutuar, poderemos aprender
como eles deslizam velozmente pela água.
Como os Veleiros Se Movimentam na Água
Velejar um barco é simples se você pretende avançar na direção que o barco vai. Basta
manter a vela principal perpendicular ao vento para capturar máxima energia. O vento
pressiona diretamente contra a vela e faz com que ela se infle, e essa força natural propele
o barco.
Já manter um curso contra o vento é muito mais difícil. É como a diferença entre correr
com o vento a favor ou contra o vento. Correr contra o vento requer mais energia, enquanto
correr com ele a favor propicia empuxo e uma brisa agradável as costas. De fato, navegar
diretamente contra o vento é impossível. Ou a força do Vento vinda no sentido oposto ao do
avanço empurrará o barco para trás ou ela forçará o barco a parar, caso as velas estejam
frouxas. Os marinheiros definem essa situação pelo termo estar a ferros. Para navegar em
sentido oposto ao do vento, as tripulações empregam um método conhecido como dar o
bordo.
VELEIRO_MOV_AGUA
O vento propele o barco quando ele sopra na mesma direção em que o barco deseja avançar,
e o oposto acontece quando ele sopra na direção contrária. “Quando você veleja contra o
vento, o barco na verdade está sendo puxado e não empurrado pela força do vento, diz “
Bryan Kelly”, instrutor de vela na Sail Newport e assistente na US sailing, organização que
gorvena a vela nos Estados Unidos para assuntos de recrutamento. Esse puxão do vento é
conhecido como empuxo. Por causa dele, o marinheiro que deseja navegar contra o vento
precisa percorrer uma rota em Ziguezague com diversas viradas de bordo. Ao faze- lo, o
vento chega ao barco em ângulo e não diretamente.
Ao dar o bordo, as velas funcionam como motor do barco, recolhendo a energia do vento.
Dessa maneira o barco se movimenta em ângulo, com relação ao vento, ou seja, a força
eólica o movimenta de lado. No entanto, lembre-se de que o vento não é a única força com a
qual o barco precisa interagir. Há também a água. À medida que o barco se inclina para o
lado, a longa e lisa quilha que existe por sob o casco se inclina para cima acompanhando o
movimento do barco, o que cria uma força lateral na direção oposta, devido ao volume de
água que ele realiza ao se deslocar.
Quando as viradas de bordo são executadas com sucesso, essas forças laterais opostas e
iguais se cancelam. Mas a energia do vento colhida pelas velas precisa ir para algum lugar,
de modo que ela é liberada em movimento para frente – não há outro lugar para o qual ela
possa ir. É o mesmo tipo de efeito que você encontra ao jogar bolas de gude, e por isso ela
salta para frente.
Depois que isso acontece, o marinheiro deve alterar o curso e dar o bordo novamente na
direção oposta, avançando gradualmente em direção oposta ao vento.
A física do Empuxo
Quando você vê uma pipa encontrar o vento e ser arremessada ao alto, está
testemunhando o empuxo. A aceleração pode ser percebida pelo puxão que você sente em
sua ponta da linha. Da mesma forma, a vela principal e a bujarrona capturam o vento nas
viradas de bordo

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