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CURSO DE INICIAÇÃO À VELA

OCEÂNICA DE CRUZEIRO

ÍNDICE

1. Nomenclatura

2. Aerodinâmica, Ajustes e Manobras com as Velas

3. Ajustes Complementares nas Velas

4. Auxílios a Navegação (Bóias e Marcações) e Segurança

5. Regras para Evitar Abalroamento no Mar

6. Homem ao Mar (MOB - Man Overboard)

7. Nós

8. Uma boa Ancoragem

9. Rádio VHF, seu funcionamento

10.Navegando com mar grosso

11.Cartas náuticas

12.Navegaçāo com GPS

A presente apostila nāo pretende esgotar os tópicos


abordados, somente abre as portas para um entendimento
inicial da vela oceânica.

Estes e outros assuntos serāo devidamente aprofundados no


curso de vela oceânica de cruzeiro intermediário.

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NOMENCLATURA

Termos Náuticos Básicos

Adriças: Cabos usados para levantar ou içar as velas

Alheta: Parte da embarcação entre o Través e a Popa

Amantilho: Cabo preso ao topo do mastro, que suporta a retranca


prevenindo a sua queda no convés quando se abaixa a vela grande
Boca: A parte lateral mais larga de uma embarcação

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Bochecha: Parte da embarcação entre a proa e o través

Bombordo: O lado esquerdo da embarcação quando se está olhando para


a proa

Boreste: O lado direito da embarcação quando se está olhando para a proa

Brandais: Cabos de aço estendidos lateralmente até o topo do mastro, que


impedem o seu movimento para os lados

Burro: Dispositivo usado para puxar a retranca para baixo

Cana de Leme: A alavanca que controla o leme

Catracas: Um dispositivo mecânico ou elétrico usado para aumentar a


capacidade de puxar um cabo

Cockpit: Espaço na parte de trás da embarcação onde se localizam os seus


comandos Cruzeta: Reforço lateral em forma de cruz fixada ao mastro onde
se apóiam os brandais Cunho: Peça fixada ao convés usada para amarração
de cabos

Downhaul: Cabo usado para tensionar a parte de baixo da testa da vela

Estai de Popa: Cabo de aço estendido entre a popa e o topo do mastro que
impede o seu movimento para frente

Estai de Proa: Cabo de aço estendido entre a proa e o topo do mastro que
impede o seu movimento para trás

Esticador: Dispositivo usado para tensionar os estais e brandais

Fuzil: Dispositivo que conecta os estais e brandais ao convés ou casco

Escotas: Cabos usados para controlar as velas. "Caçar" é puxar esses


cabos trazendo a vela para a linha de centro do veleiro e "Folgar" é soltá-
los, deixando a vela se afastar dessa linha de centro

Genoa: Vela triangular usada na proa

Garlindéu: A junção que une a retranca ao mastro. Funciona como um elo


giratório que permite a retranca mover-se para cima, para baixo e de um
lado para o outro

Guarda-Mancebo: Proteção de cabos de aço ao longo da borda da


embarcação

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Leme: Um dispositivo com a forma de uma chapa, localizado na popa do
barco e que serve para governá-la

Mastreação: Conjunto de mastros, retrancas, estais, brandais e demais


peças que suportam as velas

Mastro: Perfil vertical que suporta as velas e a retranca

Mestra ou Vela Grande: Vela principal montada no mastro maior

Moitões: Conjunto de roldanas que servem para guiar cabos numa direção
desejada ou para compor conjuntos para a redução de esforço

Nó: Medida de velocidade da embarcação equivalente a uma milha náutica


por hora ou 1,852 quilômetros por hora

Outhaul ou Bicha: Cabo usado para tensionar a valuma da vela

Pé: Medida equivalente a 12 polegadas ou 30,48 cm

Popa: Parte de trás da embarcação

Poste de Guarda-Mancebo: Poste vertical que suporta cabos de aço ao


longo da borda da embarcação

Proa: Parte da frente de uma embarcação

Púlpito: Armação de tubos usada para proteger o velejador durante as


operações na proa da embarcação

Quilha: Um peso sob a forma de uma barbatana, fixado na parte de baixo


do casco do veleiro, que serve para impedir o abatimento lateral da
embarcação e contribui para a sua estabilidade

Retranca: Perfil horizontal usado para prender e estender a esteira da vela


grande

Spinnaker ou Balão: Vela de Proa muito leve e grande usada com ventos
de popa até o través

Storm-Jib: Pequena vela de proa, muito resistente, usada com ventos


muito fortes

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Termos aplicados as velas

Bolsa de Tala: Reforços costurados a vela usados para acomodar as talas

Cunningham: Olhal (ilhós) instalado na testa da vela grande usado para


tensioná-la

Esteira: Borda de baixo

Forras de Rizo: Dispositivo (olhais e cabos) usado para reduzir a vela


quando o vento está muito forte

Olhal: Argola de metal usada para reforço

Punho da Adriça: Topo da vela (Local onde é presa a adriça)

Punho da Amura: Parte (canto) de baixo da vela

Punho da Escota: Local onde é presa a escota.

Talas: Tiras de plástico ou madeira que atuam enrijecendo a vela e


mantendo uma forma desejada. Contribuem também para evitar o
panejamento da valuma

Testa: Borda da frente.

Valuma: Borda de fora da vela

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Termos aplicados quando a embarcação está navegando

Adernar: Inclinar a embarcação para um dos bordos

Arribar: Girar a Proa no sentido de afastá-la da linha do vento (contrário


de orçar)

Árvore Seca: Navegação "sem velas" quando o vento está muito forte

Asa-de-Pombo: Disposição das velas em lados opostos quando se navega


com o vento pela popa

Amuras a Bombordo: Quando o lado de Bombordo é o que recebe o vento


(Barlavento) Amuras a Boreste: Quando o lado de Boreste é o que recebe o
vento (Barlavento) Barlavento: A direção de onde vem o vento (contrário
de sotavento)

Bordejar: Velejar contra o vento usando uma série de cambadas

Caçar: Puxar as escotas

Cambar: Girar a Proa através da linha do vento, mudando as velas de lado

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Dar um Jaibe: Girar a Popa através da linha do vento, mudando as velas
de lado

Filado ao Vento: Condição em que a embarcação aponta a proa


diretamente para o vento sem seguimento ou governo
Folgar: Soltar as escotas

Orça Fechada: Velejar o mais próximo possível da linha do vento em


direção contrária a este

Orça Folgada: Velejar num ponto entre a orça e o través

Orçar: Girar a Proa na direção do vento (contrário de arribar)

Panejar: Movimento da vela de balançar irregularmente quando se solta


demais a escota ou quando a proa do barco aponta para a linha do vento
num ângulo menor do que a orça fechada

Popa Rasa: Velejar com o vento soprando na mesma direção da


embarcação

Rizar: Reduzir a área vélica quando o vento está muito forte, dobrando-a
sobre a retranca (vela grande) ou enrolando-a no estai de proa (genoa)

Sotavento: A direção para onde vai o vento (contrário de barlavento)

Través: Velejar com o vento perpendicular em relação ao rumo da


embarcação

Través Folgado ou Alheta: Velejar num ponto entre o Través e a Popa


Rasa

Vento Verdadeiro: A velocidade e direção do vento anotadas por um


observador estático

Vento Aparente: A velocidade e direção do vento anotadas por um


observador que se move em uma embarcação

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A vela como um aerofólio - velejando no contravento
A medida que o veleiro avança sobre o vento contra, as velas separam e
promovem um desvio na corrente de vento. Desde que o veleiro não aponte
a proa demasiadamente na direção da linha do vento, as velas conseguem
desviar o fluxo de ar na direção da popa. A energia do vento é então
utilizada, quando o fluxo de ar é desviado desse jeito, resultando num
movimento para frente da embarcação.

Quando a corrente de vento separa-se na borda externa da vela (na


valuma), o fluxo de ar passa ao longo dos dois lados da vela: barlavento e
sotavento. Ainda que o fluxo de ar tenha a tendência de seguir reto, ele é
forçado a seguir o contorno da vela. O vento que passa por barlavento
produz uma força de empuxo chamada drive. O vento que flui por
sotavento tenta se afastar da superfície da vela, criando uma zona de baixa
pressão ao longo da parte de trás da vela. Este efeito de afastamento é
chamado de lift. O lift é o responsável por aproximadamente 70% da
potência de uma mastreação quando se veleja contra o vento.

A genoa da ilustração é usada para aumentar o fluxo de ar através da parte


de trás da vela grande, ajudando a criar ainda menos pressão, aumentando
o lift e, conseqüentemente, a força no contravento. O uso do efeito
"venturi" deste jeito num veleiro é chamado de slot effect.

Uma potente força aerodinâmica é então exercida pelo vento na direção


lateral, conforme mostrado na ilustração. Entra em cena então a quilha
criando uma resistência que previne o movimento lateral do veleiro. Essas
duas forças combinadas estabelecem uma resultante que movimenta o
veleiro para frente, sendo a interação dessas forças o que permite que um
veleiro navegue contra o vento

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As velas devem ser posicionadas de forma a criar uma força lift maior
possível. Se a vela estiver muito folgada, o fluxo de ar não será desviado o
máximo possível. Se a vela estiver muito caçada, o fluxo de ar será
quebrado. Em qualquer dos dois casos será obtida uma performance não
otimizada do veleiro.

Velejando a favor do vento

Um conjunto diferente de forças atua quando se trata de velejar a favor do


vento, com o vento pela alheta até a popa rasa. O efeito lifting é
minimizado já que muito pouco vento passa pelo lado de sotavento da vela.
A maior parte do movimento para frente agora vem da simples ação da
força do vento sobre a vela.

Ajuste das velas

Seja velejando a favor ou contra o vento, a performance do veleiro depende


do ajuste das velas. Para conseguir o ajuste correto, a vela não deve ser
nem muito caçada nem muito folgada. Veja na ilustração abaixo:

Vela caçada demais

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Na ilustração o vento esta entrando num angulo de 90 graus em relação ao
rumo do barco, isto é, pelo través e as velas estão muito caçadas. O vento
esta criando uma força de empuxo nas velas mas muito pouco lift porque o
ar não consegue fluir suavemente pelo lado de trás da vela (sotavento).
Como resultado, as forças aplicadas provocam uma inclinação excessiva do
veleiro e o empurram demasiadamente para o lado com pouco resultado de
movimento para frente.

As velas devem nesse caso ser folgadas até que a corrente de ar flua nos
dois lados da vela. A forma de se encontrar o ponto exato consiste em
folgar as velas até que a valuma comece a panejar. Caça-se então só o
suficiente para encher novamente a vela, parando o panejamento. Outra
forma de corrigir essa situação consiste em girar a proa na direção da linha
do vento (orçar) até que o barco acelere e incline um pouco mais, indicando
que as velas geraram mais lift

Vela folgada demais

As velas estão folgadas demais quando há um panejamento da valuma e o


barco segue muito devagar e com muito pouca inclinação. Aqui as velas
necessitam ser caçadas para se encherem com o fluxo de ar. Lembre-se
que um panejamento constante degrada as velas mais rapidamente.

Dicas rápidas para o ajuste das velas:

Velejando contra o vento: na dúvida, folgue as escotas

Velejando a favor do vento: Ajuste as velas de forma a obter um ângulo de


90 graus com a direção do vento

Bordejando contra o vento

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A única forma que um veleiro pode chegar a um destino que esteja na
direção de onde esta vindo o vento é fazendo uma série de bordos. Bordejar
é mudar a direção do barco de forma que a proa cruze a linha do vento e se
mantenha num ângulo de 45 – 50 graus em relação a esta. Cada guinada
portanto será de 90 – 100 graus.

Procedimento para a cambada:


O Timoneiro avisa a tripulação para se preparar para cambar (dar um
bordo)

O Timoneiro gira a cana de leme na direção do lado em que esta a vela


grande e dá o comando: "Cambar"

A proa atravessa a linha do vento e as velas mudam de lado. No momento


que as velas enchem-se com o vento, o timoneiro retorna a cana de leme a
posição do meio. Um novo rumo é então estabelecido

Nota:Quando se veleja na orça fechada, a vela grande


estará totalmente caçada não sendo portanto necessário
nenhum ajuste durante a cambada. A medida que o barco
vai girando na direção da linha do vento, as velas começam
a panejar. Quando a vela grande enche de vento no outro
lado o leme é colocado "a meio" e o barco assume um novo
rumo

Jaibing a Favor do Vento

Jaibing é a manobra de mudar de bordo quando estamos com o vento pela


popa. Envolve a passagem da popa do veleiro pela linha do vento. No
momento que a popa passa pela linha do vento as velas mudam de lado

O jaibing é uma manobra que deve ser controlada! No momento do jaibe, a


mudança de bordo da retranca deve ser criteriosamente controlada. A
menos que o vento esteja muito fraco, esta mudança de bordo pode se
realizar de forma violenta, com o risco de acidente para a tripulação e
quebra na mastreação. Este risco pode ser evitado simplesmente caçando-
se a escota da vela grande imediatamente antes do jibe e folgando logo
depois que o barco mudar de bordo

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Procedimento para o Jaibe:

Figura 1. Quando o barco está com o vento pela alheta, o timoneiro vai
virar o barco para uma posição onde a popa passará pela linha do vento. O
timoneiro dá o comando "Preparar para o Jaibe"

Figura 2. Nesse momento a vela grande deve ser caçada ao máximo de


forma a posicioná-la no centro do barco

Figura 3. Depois que o barco muda de bordo, as velas devem ser


reajustadas para o novo rumo Figuras 4 e 5.

Nota: Quando a popa do barco cruza a linha do vento, o


timoneiro deve alertar a tripulação que a retranca estará
mudando de bordo

Precaução: A mudança de bordo das velas deve sempre ser controlada

Ajustes Complementares nas Velas


"Rondadas" no Vento

Como você aprendeu na lição 2, é muito importante a observação constante


do ângulo relativo entre o barco e a direção do vento (Vento Aparente) para
que você possa manter a correta "mareação" das velas. Algumas vezes esta
tudo correto quando ocorre uma mudança súbita na direção do vento.
Quando isto acontece, você tem que reajustar as velas. Entender os dois
tipos de "rondada de vento" vai ajudá-lo a se adaptar a eles facilmente.

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Quando o vento "ronda" para uma direção mais a proa do veleiro ele causa

o panejamento das velas e a redução na velocidade da embarcação. Você


pode fazer duas coisas: a primeira é girar a proa na direção contrária
(arribar) para afastá-la da linha do vento e obter novamente o mesmo
ângulo anterior entre a direção do vento e o barco; a segunda é caçar as
escotas até a correta mareação. Se você já está navegando na orça
fechada, a sua única opção é arribar ou cambar para adotar um novo rumo.

Quando o vento "ronda" se afastando da proa do barco, as velas ficam


caçadas demais o que, geralmente, aumenta o ângulo de inclinação. Esta
situação é mais difícil de ser diagnosticada do que a "rondada" na direção
da proa. A melhor forma de estar preparado é manter a observação
cuidadosa da biruta. Você pode corrigir essa rondada folgando as velas ou
orçando e assumindo um novo rumo. Se você não esta certo se ocorreu
uma "rondada" de vento se afastando da proa, folgue as velas assim
mesmo. Se elas panejarem logo que você folgar é porque não havia
ocorrido a "rondada". Volte então a caçá-las. Este tipo de "rondada" de
vento é bom quando você esta orçando em direção a um destino pois
permite que você possa adotar um rumo mais direto.

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Ajustando a Área Vélica as Condições de Vento

Quando estamos velejando há uma contínua interação entre as velas e o


vento. Essa interação é que produz a força que movimenta o barco. A
velocidade, performance e controle são muito influenciados pela quantidade
de vela exposta ao vento, que chamamos Área Vélica. Quando o vento esta
forte, o barco necessita de uma área vélica menor.

Em condições diferentes de vento, a área da vela grande é reduzida através


de uma técnica chamada de rizo. A área da genoa, geralmente, é ajustada
pela troca por uma genoa menor ou pelo enrolamento de parte desta
usando o dispositivo enrolador instalado no estai de proa. Um barco com
muita área vélica exposta ao vento se tornará instável e muito difícil de
controlar, além de sofrer uma inclinação excessiva (adernamento). A
inclinação excessiva faz com que uma área maior do casco fique submersa,
aumentando o arrasto e reduzindo a velocidade do barco. A medida que a
inclinação aumenta, uma área menor da quilha atua na prevenção do
movimento lateral, o que provoca a deriva do barco, afetando também a
performance no contravento.

O excesso de vela pode também forçar o barco a ficar fora do rumo. O


timoneiro terá que compensar o leme, girando-o para um dos lados, o que
funcionará como um freio, diminuindo a velocidade do barco e afetando o
seu controle. Um barco com muita vela para um determinado vento vai se
mover mais devagar, deixará a tripulação mais desconfortável pela
excessiva inclinação e forçará mais os vários dispositivos envolvidos.
Quando a vela é reduzida, o excesso de pressão do vento é aliviado, o
barco velejará mais docilmente e rapidamente. Usar uma área vélica
reduzida adequada a intensidade do vento é um sinal de sabedoria e
esperteza.

Reduzindo a Genoa - A área da vela de proa é, geralmente, reduzida pela


troca por outra genoa menor ou pelo enrolamento de parte da genoa no
estai de proa. Com essa redução, os carrinhos de genoa devem ser re-
posicionados mais a frente. Os barcos de regata normalmente possuem um
perfil instalado em torno do estai de proa, com duas calhas, que permite a
troca rápida da vela. Como regra geral use o descrito na tabela abaixo:

TABELA SIMPLIFICADA PARA SELEÇÃO DA VELA DE PROA


Vento Fraco 0 -10 Nós 110% - 150% Genoa 1

Vento Moderado 11 - 25 Nós 90% - 110% Genoa 3


Vento Forte 25 Nós ou mais 60%- 90% Storm Jib

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Seguem os passos para efetuar a troca da vela de proa:

Solte a adriça da genoa e abaixe a vela. Certifique-se que a vela não caia
dentro d'água nessa operação Desconecte a adriça do tope da genoa.

Prenda a ponta dessa adriça em um lugar seguro

Guarde a vela que você abaixou dentro do barco

Entralhe a nova vela no estai de proa

Passe as escotas pelo lugar apropriado re-posicionando os carrinhos de


genoa, se for o caso Conecte a adriça ao tope da vela Suba a nova genoa

Reduzindo a Vela Grande

A área da vela grande é reduzida pelo uso da técnica de rizar. Esta


operação é muito mais fácil do que trocar a vela. O rizo é executado
abaixando-se a vela grande, estabelecendo-se um novo ponto na testa da
vela como punho da amura e um novo ponto na valuma como punho da
escota e subindo-se novamente a vela com a área agora reduzida. O novo
punho da amura é preso ao garlindéu usando-se um cabo (Reefing
DownHaul) ou a um gancho próprio para essa operação e que fica
permanentemente preso ao garlindéu. O novo punho da escota é preso a
ponta da retranca usando um cabo (Reefing OutHaul) que deve ficar
permanentemente passado pelo olhal próprio para essa operação.

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Passos para Rizar a Vela grande:

a) Ajuste o rumo para uma orça fechada (Velas bem caçadas)

b) Folgue a escota da vela grande até que ela paneje

c) Solte a adriça da vela grande até que o novo punho da amura fique
bem próximo ao garlindéu. Prenda a adriça Prenda o novo punho da
amura no gancho próprio ou prenda o cabo (Reefing DownHaul) que
passa pelo novo punho, tensionando-o para baixo

d) Puxe novamente a adriça até obter a tensão desejada na testa da


vela

e) Puxe o cabo (Reefing OutHaul) que passa pelo novo punho da escota
prendendo-o na ponta da retranca

f) Cace a escota da vela grande. Arrume a parte da vela que foi


reduzida prendendo-a ao longo da retranca com cabos auxiliares
próprios

É comum nos barcos de cruzeiro a existência de mais de um ponto de rizo


(normalmente três). O rizo de baixo é chamado de primeiro rizo, o seguinte
de segundo rizo e assim por diante.

Para cada rizo é necessário ter um jogo de cabos próprios.

O mais importante na operação de rizo é fazer com que os novos punhos de


amura e escota fiquem bem presos e próximos ao garlindéu e a ponta da
retranca respectivamente, por dois motivos:

A maior tensão na parte de baixo da vela grande deve ficar nos punhos de
amura e da escota porque esses pontos são reforçados para agüentar essa
tensão. Ao contrário, os cabos auxiliares que prendem a sobra da vela
reduzida não estão dimensionados para suportar tensões. Se os punhos não
estiverem bem presos e a tensão se transferir para os cabos auxiliares, a
vela sofrerá uma deformação e pode até rasgar nesses pontos

Manter a vela grande suficientemente plana para auxiliar o controle do


barco

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Outros Ajustes nas Velas - Há ainda um outro ajuste que deve ser feito e
que fará muita diferença na performance do seu barco. É o ajuste da
curvatura da vela, modificada pela tensão na adriça (e conseqüentemente
na testa) dessa vela. Muita tensão conduz a uma vela plana e pouca tensão
produz uma vela "barriguda". Quando a tensão estiver correta, não devem
ser observadas rugas horizontais nem verticais ao longo da testa da vela.

Muita tensão promove rugas verticais (ao longo da testa) e pouca tensão
promove rugas perpendiculares a testa da vela.
O mesmo princípio se aplica a esteira da vela grande. Muita tensão provoca
rugas ao longo da retranca e pouca tensão provoca rugas perpendiculares a
retranca.

Outros controles são o traveller (folgue o traveller para tornar a vela mais
plana) e o controle de tensão do estai de popa (tensione o estai de popa
para obter uma vela mais plana).

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Exemplos Extremos de Testa da Genoa Muito Tensionada e Pouco
Tensionada

Em velas de proa que não usam garrunchos é mais difícil perceber as rugas
que se formam quando a tensão da testa da vela não esta adequada. A
medida que você caça a adriça, observe a testa da vela até que ela fique
lisa; esta é a tensão correta.

Quando há um aumento na intensidade do vento, torna-se necessário


aumentar a tensão na adriça para tornar a vela mais plana. Muitas vezes a
vela parece que esta com a tensão correta mas, quando as escotas são
caçadas e o vento enche a vela, as rugas aparecem indicando que a testa
precisa ser mais tensionada. Por isso, ao levantar a vela, é recomendável
que você aplique uma tensão um pouco maior para que, quando você
começar a velejar a tensão fique correta.

Os velejadores de regatas estão sempre re-ajustando a tensão das adriças


para adequá-las as várias condições de vento. Isto significa muito mais
trabalho a bordo mas se reflete diretamente na performance do barco.

Auxílios a Navegação (Bóias e Marcações) e Segurança

Auxílios a Navegação

Tal como numa rodovia, os sinais de trânsito são necessários para orientar
o tráfego e mostrar onde é seguro para navegar. Os sinais numa via
navegável são chamados de auxílios a navegação. Consistem de bóias e
balizas fixas.

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No sistema de marcação lateral de um canal, quando o navegante esta
retornando ao porto vindo do mar, as marcações vermelhas com números
pares sinalizam o lado direito do canal.

As marcações verdes, com números ímpares sinalizam o lado esquerdo do


canal.

As marcações vermelhas fixas são triangulares com um vértice apontando


para cima. As bóias cegas (sem luz) vermelhas são cônicas no topo.

Do outro lado do canal, as marcações fixas verdes são quadradas e as bóias


cegas tem o topo plano. Nos canais onde o tráfego deve se manter na
margem direita, são colocadas bóias que marcam o centro do canal. Elas
são pintadas com listras verticais em branco e vermelho.

Quando um canal se subdivide em dois, são usadas marcações de junção.


Elas são pintadas no topo com uma listra horizontal vermelha ou verde. A
listra no topo representa a direção do canal principal: Verde, canal principal
para a direita; Vermelha, canal principal para a esquerda. Há ainda bóias
especiais pintadas de branco e laranja. Elas marcam perigos isolados sem
referência a um canal em particular.

Procedimentos de Segurança

Velejar pode ser uma atividade segura e divertida ao mesmo tempo se


forem seguidos alguns procedimentos de segurança. Usar um colete salva-
vidas pode salvar a sua vida! Se acontecer de você cair na água na Baía de
São Francisco com a temperatura da água a 12o Celsius e estiver usando
um colete, as chances de você retardar a hipotermia são maiores porque
você não vai ter que gastar energia para se manter na superfície. (N.T: No
litoral brasileiro praticamente não temos uma condição tão drástica como
essa mas o risco de hipotermia existe mesmo em águas tropicais).

Você não é obrigado a usar um colete, exceto em situações especiais


indicadas pela Marinha do Brasil. Contudo trata-se de uma boa medida

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preventiva para as crianças a bordo e para quem ainda não se habituou
totalmente ao "balanço" do mar. Sempre que você for velejar, mesmo nos
trópicos e em dias quentes, tenha sempre a mão uma roupa que o proteja
dos elementos e o mantenha seco e aquecido.

Sempre que você se dirigir a proa ou se movimentar num barco em


movimento, evite andar pelas partes mais altas do barco, movimente-se
pelo lado de onde vem o vento (barlavento), mantenha-se sempre seguro a
um ponto fixo do barco (use a regra: uma mão para o trabalho no barco e a
outra para você). Esses procedimentos diminuem o risco de você ser jogado
para fora do barco. Use sempre calçados apropriados para superfícies
escorregadias.

Tome cuidado com pontas, qualquer superfície cortante e objetos soltos.


Algumas vezes, os cabos de aço que compõem os estais podem romper
junto aos conectores formando pontas afiadas muito perigosas. Fique
sempre alerta. Se você sentir enjôo, agasalhe-se, procure manter a cabeça
baixa (deite em um local confortável) e mantenha a mente ocupada com
outro assunto (ouvir música ajuda). Mas não se envergonhe. Segundo
estatísticas nunca publicadas, a maioria das pessoas experimenta em
alguma situação o desconforto do enjôo.

Quando você estiver se aproximando de um cais não pule


desesperadamente. Aguarde o barco se aproximar suficientemente para
você descer (ou subir) para o cais de uma forma segura. A maioria dos
procedimentos de segurança envolve o uso do bom senso e, numa
embarcação, um pequeno excesso nunca é demais. Se você tiver alguma
dúvida pergunte a um instrutor de vela ou a um navegador mais
experiente.

Regras para Evitar Abalroamento no Mar


Regras de Preferência de Passagem

Sempre que dois barcos estão em rumos de colisão deve-se aplicar as


regras internacionais para evitar abalroamento no mar. Essas regras
determinam que um dos barcos tem direito de passagem enquanto o outro
está obrigado a manobrar para evitar a colisão. O barco que tem o direito
de passagem chama-se "Com Preferência" e o barco que deve dar
passagem chama-se "Obrigado a Manobrar".

O barco com preferência de passagem deve manter o seu rumo para que o
comandante do outro barco possa adotar uma ação que o coloque fora do
caminho da embarcação com preferência. Existem regras específicas para
determinar quem é quem nessa situação.

Barco a Motor X Veleiros: Um barco a motor é caracterizado como qualquer


embarcação usando um motor para o seu deslocamento, mesmo que esta

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embarcação seja um veleiro com as velas içadas. Um barco velejando,
geralmente, tem o direito de passagem sobre os barcos a motor. Mas há
algumas exceções:

As grandes embarcações (navios) com restrição de manobra tem o direito


de passagem em canais portuários e baías
Em canais muito estreitos, mesmo as pequenas embarcações a motor com
restrição de manobra tem o direito de passagem

As embarcações a motor com restrição de manobra engajadas em


operações de reboque, serviços hidrográficos, pesca de arrastão, tem
direito de passagem

As embarcações a motor não tem que dar passagem para os veleiros que
estiverem usando o seu motor auxiliar se pelas regras de preferência a
embarcação a motor tem o direito de passagem (o veleiro quando está
motorando é tratado como uma embarcação a motor)

Se uma embarcação a motor está enfrentando uma situação de dificuldade


que restrinja a sua manobrabilidade ela deve ter a preferência de passagem
Quando um veleiro está ultrapassando uma embarcação a motor, esta
última tem o direito de passagem

Ultrapassagem - Quando uma embarcação está ultrapassando outra, ela


deve ficar fora do caminho dessa outra embarcação

Rumos Contrários - Quando duas embarcações se aproximam em rumos


contrários, as duas devem guinar para boreste, de forma a passar
bombordo com bombordo

Rumos Cruzados - Quando duas embarcações a motor aproximam-se em


rumos cruzados, a que vier por boreste da outra terá o direito de
passagem, devendo a outra desviar a sua rota Veleiros - Embarcações a
vela tem geralmente a preferência de passagem sobre as embarcações a
motor. Se você está motorando em um veleiro, dê passagem as
embarcações a vela

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Regras para os Veleiros

Amuras a Bombordo X Amuras a Boreste

Sempre que dois veleiros estão em rumo de colisão com amuras contrárias,
o barco com amuras a boreste tem a preferência de passagem

Barlavento X Sotavento

Sempre que dois veleiros estão em rumo de colisão com as mesmas


amuras, o barco que estiver a sotavento tem o direito de passagem

Ultrapassagem - O veleiro que ultrapassa outro deve sempre manobrar, não


importando a posição das amuras nem se é uma embarcação a vela ou a
motor. Uma notável exceção a essa regra é o caso de um navio num canal
estreito, com restrição de manobra e calado que tem a preferência de
passagem mesmo quando está ultrapassando outras embarcações.

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Mesmo em velocidade reduzida, os navios, geralmente, se movimentam
mais rápido do que os veleiros.

Por isso, o comandante deve sempre manter uma vigia tanto a vante
quanto a ré

Embarcações ultrapassando devem sempre manter-se fora do caminho das


embarcações que estão sendo ultrapassadas

Regras Gerais - Sempre que houver um risco de colisão a embarcação que


tem a preferência deve manobrar se notar que a outra embarcação não
está agindo apropriadamente, de forma a evitar a colisão.

A embarcação que tem a preferência nesse caso é obrigada a manobrar a


fim de evitar a colisão. Ter a preferência não o exime de manobrar e é uma
péssima desculpa para uma colisão.

Qualquer alteração de rumo deve ser feita de forma clara e sem hesitação
para mostrar ao outro comandante quais são as suas intenções.

Algumas vezes você pode identificar uma situação de risco de colisão pela
observação da marcação magnética da outra embarcação.

Se essa marcação não se altera a medida que as embarcações se


aproximam, você está num iminente rumo de colisão com essa embarcação.
Algumas vezes é difícil manter a observação em todas as direções em um
barco a vela porque a genoa pode obstruir até 25% da sua visão do cockpit.

A área de obstrução situa-se no lado de sotavento, do través até a proa.


Isto acontece especialmente quando se está em uma orça. Os outros
veleiros que estiverem também orçando em amuras contrárias estarão
nessa área "cega" oferecendo grande risco de colisão.

Por isso é conveniente sempre manter um tripulante de vigia do lado de


sotavento quando a genoa estiver obstruindo a sua visão.

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Homem ao Mar (MOB - Man Overboard)
Homem ao Mar

A finalidade dessa lição é auxiliar você e sua tripulação a conhecer e


praticar as manobras que serão necessárias para lidar com uma situação
real de "homem ao mar". Praticando, você será capaz de reagir
imediatamente e fazer a "coisa certa na primeira vez". Isto pode fazer a
diferença entre um resgate bem sucedido e um desastre.

Procedimentos

Grite "HOMEM AO MAR" imediatamente para que toda a tripulação tome


conhecimento da ocorrência e possa assumir o seu papel na manobra de
resgate

Atire na água alguma coisa que flutue para ajudar a vítima a se manter na
superfície. Você pode usar almofadas, coletes salva-vidas, bóias, o que
estiver mais a mão. O dispositivo flutuante não só ajudará a vítima a se
manter na superfície como a melhorar a sua visibilidade. Pode ser bem
difícil enxergar uma pessoa que caiu na água, especialmente quando há
ondas ou quando a visibilidade é ruim. Tente atirar o dispositivo flutuante o
mais próximo possível da vítima, obviamente sem atingi-la

Designe algum tripulante para manter a vigilância na posição da vítima. Isto


dará ao comandante a possibilidade de concentrar a sua atenção nas
manobras de bordo

Se você julgar que terá dificuldade em controlar a genoa durante a


manobra de resgate, abaixe-a e prenda-a no convés. Isto ajudará também
a manter o barco sob controle no momento de resgatar a vítima. Numa
situação de desespero, você poderá deixar a genoa panejar, folgando
completamente as escotas. Em barcos maiores, você deverá içar a vítima
usando uma adriça ou outro cabo semelhante

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Objetivo - O objetivo principal da manobra de "homem ao mar" é posicionar
o barco de forma a fazer a abordagem da vítima numa orça. Nessa
mareação você poderá soltar as escotas, diminuindo a velocidade até a
parada total do barco a fim de resgatar a vítima. Demandará alguma prática
até que você seja capaz de parar o barco no local indicado.

Mantenha-se sempre calmo e consciente. Uma confusão nesse momento


pode levar ao erro, o que poderá fazer a diferença entre o sucesso e o
desastre. E também você não quer que nenhum outro membro da
tripulação se machuque ou caia também na água durante a manobra.

Manobrando na Direção da Vítima - Primeiro observe a direção do vento.


Depois resgate a vítima pelo lado de sotavento. Há três benefícios nessa
abordagem:

Isto protege a vítima do vento e das ondas

O lado de sotavento está, geralmente, com a borda mais próxima da água o


que tornará o resgate mais fácil

O barco terá uma tendência a derivar na direção da vítima. Se você não


chegar perto o suficiente na primeira abordagem, a deriva se encarregará
de aproximá- lo

A Abordagem Final

Dando um Jaibe - O meio mais rápido de retornar ao local da queda quando


você estiver velejando com o vento pelo través ou pela proa é dando um
jaibe. Continue no seu rumo original pela distância equivalente ao tamanho
do barco e então dê um jaibe. Depois que o jaibe for completado, continue
na mesma direção até que você se aproxime da vítima orçando. Antes de
atingir o seu objetivo, solte as escotas de forma a diminuir a velocidade.
Pelo ajuste das velas na abordagem final você poderá fazer com que o
barco pare ao lado da vítima.

Nesse momento, você poderá ter que abaixar as velas para evitar que o
barco re-inicie o seu movimento enquanto você está tentando trazer a
vítima novamente para bordo.

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Durante uma tempestade, com vento forte, pode ser muito perigoso usar a
manobra de "dar um jaibe". Quando for esse o caso, você deverá usar a
"Manobra do 8", conforme descrito abaixo.

Cambando - Quando você estiver velejando com vento a favor, a melhor


forma de retornar ao ponto onde a pessoa caiu na água é usando a
manobra de "cambar". Quando estiver velejando com vento pela alheta,
continue no rumo original pelo comprimento de dois barcos e então cambe.

Isto o colocará num rumo direto de orça na direção da vítima. Quando


estiver velejando com o vento pela popa rasa, mude o rumo para um través
antes de cambar.

Se você percorrer a mesma distância no través que havia percorrido na


popa rasa desde que a pessoa caiu na água, ao cambar você estará no
rumo direto para a posição da vítima.

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A Manobra do 8

Durante uma tempestade com vento forte ou em qualquer situação em que


não é seguro dar um jaibe, você deve usar a Manobra do 8, quando estiver
com o vento pela proa ou pelo través.

Esta técnica é também útil quando você está com pouca tripulação. Se
necessário você pode soltar completamente as escotas da genoa para que
você não se preocupe com essa vela na hora de manobrar, apesar de que
este procedimento poderá danificar a vela e, portanto, só deverá ser usado
em uma situação de emergência.

Altere o rumo para um través ou para um vento pela alheta até que você
cruze uma linha imaginária que faz um ângulo de 90o entre a vítima e o
vento. Então cambe e arribe até assumir a mesma posição anterior das
velas porém com as amuras no lado oposto. Prossiga nesse rumo até que
você posso orçar na direção da vítima. Resgate a pessoa da mesma forma
conforme descrito para as outras manobras

Nós

Nós

Há centenas de tipos diferentes de nós que podem ser usados a bordo de


um veleiro. Você deve pelo menos aprender seis deles, básicos para as
principais manobras.

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Nó Direito - O Nó Direito é útil para amarrar a vela grande na operação de
rizo ou qualquer outro objeto a um ponto fixo no barco e para emendar
cabos. Para dar esse nó, siga as ilustrações da esquerda para a direita.

Volta Redonda com Dois Cotes - Este nó pode ser usado sempre que você
quiser prender alguma coisa a outra. Ele é mais usado para amarrar
defensas aos postes e guarda-mancebos. Apesar de não evitar que um cabo
escorregue num mastro, ele se mantém preso mesmo quando submetido a
movimentos. Para dar esse nó, siga as ilustrações da esquerda para a
direita.

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Lais de Guia - O Lais de Guia, considerado o rei dos nós, é usado fazer um
laço na ponta de um cabo. É usado para conectar as adriças aos topes das
velas, escotas no punho da genoa, amarração em argolas e até para unir
cabos. Um Lais de Guia dado corretamente é muito seguro e fácil de
desatar. Para dar esse nó, siga as ilustrações da esquerda para a direita.

Nó de 8 - Este nó é útil como um nó terminal, aplicado na ponta de escotas


e adriças para evitar que elas escapem dos respectivos carrinhos ou fendas
no mastro. Para dar esse nó, siga as ilustrações da esquerda para a direita.

Volta do Fiel - Este nó é usado para amarrar um cabo a um ponto sólido,


como um poste de cais ou a cana de leme. Para dar esse nó, siga as
ilustrações da esquerda para a direita.

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Nó de Escota - Este nó é usado para emendar dois cabos. Ele deve ser
usado com cabos de diâmetros parecidos. Quando for usado com cabos de
diâmetros muito diferentes devemos dar um cote adicional, transformando-
o em nó de escota dobrado. Para dar esse nó, siga as ilustrações da
esquerda para a direita.

Volta do Cunho - É a forma correta de amarrar um cabo a um cunho. Para


dar esse nó, siga as ilustrações da esquerda para a direita.

Uma boa ancoragem


As 9 regras da boa ancoragem:

1) boa âncora (para aquele fundo)


2) tamanho da âncora
3) quantidade de amarra (filame) solto
4) tempo e correnteza
5) raio de giro (perigos e vizinhos)
6) tipo do fundo
7) maré
8) fiscalizar
9) planejamento

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A ancoragem é importantíssima. na verdade seu barco passa mais tempo
ancorado do que navegando.

Se vc não souber ancorar seu barco, vai danificar ou afundá-lo, bem como
pode ferir ou matar pessoas, além de graves prejuízos financeiros (já
imaginou o seu veleiro causando um rombo num mega-iate de luxo?).

Já ouvi várias histórias de donos que foram de bote com a família p/ o


restaurante e deixaram o veleiro ancorado e quando voltaram: -“cadê o
barco?”. tinha “garrado”, ferro derrapando do fundo e o barco sido levado
embora para se estourar na arrebentação ou nas pedras, de gente
perdendo o ferro por ter fundeado em local de pedras, sem bóia de arinque.

Já ouvi outras de barcos se soltando (garrando) e indo danificar uns aos


outros, colidindo e de fundeio em canal de rio que inverte fluxo da
correnteza pela maré, fazendo com que o ferro desunhe e desgarre, com o
barco ir encalhar nos corais ou no manguezal, tudo por não saber calcular o
raio de giro, quanto de filame dar na amarra, que tamanho de âncora, que
diâmetro de cabo da amarra, quanto de corrente ter, que tipo de âncora é
melhor.

Mais conhecimento nos torna mais seguros e tranquilos, evita besteiras


futuras, previne erros.

Boa âncora (para aquele fundo)

Como começaram as âncoras? no início se usava uma pedra amarrada à


uma corda.

depois se aperfeiçoou com uma pedra no meio, presa em pedaços de


madeira de modo a compor ganchos, a famosa “fateicha”, ainda usada em
algumas praias do nordeste e da Paraíba.

Com o tempo se inventou a “âncora”, um tipo de gancho, com patas feitas


para se enterrarem na areia, enquanto um cabo (chamado de amarra)
conecta ela ao barco.

Depois estas âncoras evoluíram para almirantado, usada por mais de 2 mil
anos e no século 20, vieram as âncoras que a superaram:

Bruce:

Esta âncora chamada de bruce, não mais é fabricada há


muitos anos. em todos os testes comparativos de âncoras
as bruce são as piores, principalmente em comparação com
as mais modernas.
O incrível é que é uma das mais usadas no brasil, talvez
um dos motivos de ainda ser usada tanto no brasil é

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porque na maioria dos fundos no brasil é areia (o que a bruce ainda tem
razoável resultado).
Além disso é a âncora mais comum de ser entregue com os barcos novos
pelos estaleiros brasileiros, motivado pelo fato dela se adaptar muito bem
ao sistema de lançamento fixo da proa (ou seja, facilita a vida dos
estaleiros no brasil.)
Outro problema é que, como não é mais fabricada, as âncoras bruce
(exceto as feitas por um bom ferreiro artesão), em sua grande maioria são
cópias mau-feitas chinesas, com péssima liga de metal, que oxida, que
deforma, etc.

Danforth:
(também conhecida como fortress )
ao ser lançada com cuidado, ela “nada” para frente
debaixo da água como uma arraia, pousa no fundo e ao
ser tracionada em fundos de boa e fácil tença (areia ou
lama mole) costuma ser boa.
porém em fundos de areia dura, lama mais dura, cascalho
ou algas, não costuma ser boa não.
defeitos, se a fortress (danforth) girar (o que ocorre ao mudar a direção da
correnteza de maré), fica muito difícil de pegar de novo.

Arado:

o nome CQR vem do seu fabricante (lewmar).


Boa para fundos de lama (como qualquer âncora é).
debaixo da sua pata (junto à ponta) deveria ter chumbo
(tem na original) para aumentar o peso nessa parte e
facilitar, melhorar seu poder de unhar. podendo inclusive, ser difícil de tirar
da lama, exceto se tiver usado bóia de arinque.
Pelo formato é difícil de guardar, é muito mais pesada que uma danforth
(para o mesmo tamanho de embarcação). não unha bem em algas ou areia
dura.

A CQR é patente da lewmar. a cqr original tem um pino removível na junção


flexível, onde a pá do “arado” é presa à haste.
No brasil o que se acha são cópias rígidas da cqr, que 99% costumam ser
muito ruins e piores que a cqr original.
Ruim para lama mole.

Precisa ser muito pesada (ou ter um pouco de chumbo abaixo das pás de
aço) para ser mais eficiente, mesmo se girar, continua tendo boa pega.
Todas estas âncoras anteriormente citadas (bruce, cqr, danforth) possuem
piores resultados (em comparação com as mais modernas) nos testes.
Algumas destas antigas (Bruce, CQR, Danforth) não conseguem unhar em
fundo de algas, grama, areia dura, onde ficam deslizando.
Obs: não existe âncora ideal. não existe âncora boa para todo tipo de
fundo.

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Se vc tem uma bruce, não precisa jogar sua bruce fora. talvez afiar os
bordos para facilitar que ela unhe melhor e ter a maior âncora que vc puder
(peso e tamanho aumentam em muito a eficácia).

Outra dica boa é sempre ter 2 âncoras de tipos diferentes que se


complementem, ou seja, que sejam boas em tipos diferentes de fundo. em
fundo de rocha (ex: noronha) é muito comum perder âncora presa na pedra
(na loca, caverna) e ter que pagar um mergulhador para ir lá tentar salvar.
Assim, segue o ditado sobre âncoras: “quem tem 2 tem uma. quem tem 1
tem nenhuma”.

Cuidado que tem muita âncora “picareta” no mercado (imitação barata) !O


“barato que sai caro”
As âncoras com melhores resultados nos testes de fundeio e mais modernas
são todas variações da âncora do tipo “arado” (cqr):

Delta:
(uma das melhores e mais usadas)

Supreme:
(neozelandesa, uma das melhores)

Rocna:
(talvez a melhor de todas nos comparativos)
Se adapta bem ao sistema de lançamento de proa e
pega bem em praticamente todo tipo de fundeio e
como a haste que fica presa a bóia e o cabo de arinque
é circular, mesmo que ela fique presa ao fundo de uma
forma o cabo pode girar e mudar a forma de tração e desenlocá-la com
maior facilidade.

A âncora Rocna foi desenvolvida por um cruzeirista lobo-do-mar, o peter,


que na cultura neozelandeza do “faça você mesmo”, depois de anos e anos
velejando e usando vários modelos, criou uma rocna de 50 kg (para segurar
seu veleiro de alumínio de 50 pés de 27 toneladas).

O impressionante foi que durante uma circunavegação da novazelândia ele


pegou ventos de 70 nós por 10 dias, outra de 50 nós por 2 dias, e enquanto
outros barcos estavam desgarrando e tendo problemas o dele ficou imóvel
– nascia aí a fama da âncora Rocna.

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Spade:
(francesa)

esta é uma excelente âncora, pega bem em quase todo


tipo de fundeio.

Raya:

(brasileira, também muito boa):

2) Tamanho da âncora:

Outra questão importante:


de nada adianta uma excelente âncora se ela é muito pequena e leve em
relação ao barco e ao tempo que ela vai enfrentar (correnteza, ventos,
ondas, etc).

A melhor âncora do mundo, de alumínio e minúscula, não vai segurar um


bote inflável, mas a pior âncora do mundo, de uns 1.500 kg, vai segurar até
um transatlântico.

O comprimento do barco em metros = loa


a verdade o comprimento do barco em metros pode ser medido de 2
formas:

ou pelo loa (comprimento de fora a fora, medido da ponta da proa à ponta


da popa, ainda que sem contato com a água) ou pelo lwl (comprimento na
linha de água)

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Como em barcos de esporte e recreio, a diferença entre o loa e o lwl não é
tão significante, para fins de praticidade, vamos adotar o loa.

Loa barco metros âncora kg – tempestade âncora kg – trabalho


5 2 2
7 5 2
8,5 7,5 5
9,8 10 5
12 15 7,5
14 20 10
17,4 30 15
22 50 20
27,5 80 30
32,3 110 50
38 150 80

3) Quantidade de amarra (filame) solto

Se você soltou pouca amarra, a âncora fica quase que debaixo do barco, e a
amarra a puxa p cima, ela não vai unhar bem e vai “garrar”(vai desgarrar e
ser arrastada, fazendo o barco bater nas pedras ou em outra embarcação,
ser levado)- exemplo abaixo:

E o que seria uma âncora “unhar” bem? -> isso só acontece quando ela é
puxada pelo barco estando a amarra bem deitada no fundo (com o peso da
corrente + longa distância do barco à âncora, fazendo com que a corrente
tracione paralelo ao fundo a âncora, enterrando-a mais e mais no fundo,
“unhando” bem) – exemplo abaixo:

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Então, a quantidade de amarra solta é fundamental.
regra prática:

*Mar calmo, sem vento forte, sem correnteza forte: 5x profundidade.


*Mar agitado, vento ou correnteza mais forte: 8x profundidade

*ressaca, pirajá, ventania: 9x profundidade.


Sobre isso tem alguns aspectos interessantes, um deles é a composição do
sistema de seu ancoragem:
O sistema âncora + amarra mista (corrente + cabo de nylon) é o mais
adequado para veleiros e catamarans de esporte e recreio menores do que
50 pés. possui a vantagem de ocupar pouco volume e pouco peso no barco.

4) tempo e correnteza

Regra pratica: (já descrita)


tempo bom = 5 x profundidade
tempo ruim = 8 x profundidade.
Tomar cuidado com lua nova, com marés de sizígia, que costumam
aumentar muito as ondas, piorar correntezas, aumentar amplitude das
marés e podem gerar ressacas (embora o termo ressaca é mais usado para
o efeito da frente fria no mar).

Assim, em maré de sizígia, lua nova, frente fria, alerta de ondas grandes,
alerta de tempestade, ciclone, zona de baixa pressão, procurar se abrigar
melhor e escolher áreas mais protegidas de fundeio.

Na carta sinótica (carta nautica que mostra as linhas isobáricas e os ventos


sobre a carta náutica. cuidado quando existe menor espaço entre as
isóbaras, isso quer dizer maior intensidade dos ventos.
Isóbaras retilíneas extensas, paralelas e pouco espaçadas geram grandes
corredores de fortes ventos, podendo formar áreas geradores de ondas
grandes e fortes, gerando perigosas ressacas -> procure abrigo sempre. ->
nunca vá “testar” seu barco. no mar 1 erro pode ser fatal. no mar não ha
espaço para erros e se arriscar.

No mar = segurança em primeiro lugar -> não saia para o mar em tempo
ruim.

Afaste-se de grandes cumulonimbus de desenvolvimento vertical,


produzindo intensas rajadas de ventos fortes e chuvas, que costumam
durar menos de 50 min (pirajás) -> fuja. se estiver vindo e não der para
fugir, rize as velas e se prepare (feche tudo, amarre tudo, crianças para
dentro) e se for fundear = 9x profundidade, em baías bem abrigadas, de
preferência em poita ou com 2 âncoras.

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Ficar atento à direção do vento que vai entrar,
ex: vc tem uma ilha na polinésia francesa, com 2 baías principais para se
fundear. está vindo uma tempestade de vento sul (ou seja, vem do sul,
soprando para o norte). mas uma baía é no norte da ilha (só recebe vento
se o vento vier do norte. e a outra baía fica no sul da ilha, com a boca da
baía exatamente aberta para os ventos do sul. o certo é vc se abrigar do
outro lado da ilha, na baía que tem a boca voltada para os ventos do norte.

5) Raio de giro (perigos e vizinhos)

Se vc soltar muito filame de amarra seu raio de giro vai ser tão longo que
vai acabar batendo nas pedras ou em barcos vizinhos ao girar (pela ação da
mudança de direção da correnteza ou ventos)

6) Tença

Outra questão é a “tença” (se é boa da âncora se enfiar no fundo e unhar


bem, manter o barco parado, bem ancorado)
Prefira fundear com o material do fundo que tenha boa “tença” (material
melhor da âncora ficar firme, sem derrapar, sem “garrar”)
O fundo de boa tença permite o pleno poder de “unhar” da âncora.
Tipos de fundos:
Existem fundos que “unham” melhor (ex: lama, areia e lama, argila, areia e
argila).
as âncoras “unham” com mais dificuldade em areia dura, cascalho ou seixos
(fundos de pior tença).
Em fundo de pedras não é recomendado, você pode perder o ferro ao ele
entocar (se prender numa loca).
Para passeios, cruzeiros, sempre tenha à bordo 2 âncoras de tipos
diferentes, para no caso de perder alguma ou estar em algum lugar de forte
correnteza com variação de sentido desta e seja necessário usar 2 âncoras

7) Maré

Para um catamaran praia 30 maré não é problema, pois ele tem miniquilhas
de fibra maciça e reforçada, feito para o barco “estacionar” na areia da
praia.
Assim, num lugar que tem grande amplitude de maré, um praia 30 pode

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ficar no seco, encalhado, sem problemas, ficando apoiado sobre as quilhas,
sem nenhum problema.

Mas nem todo catamaran é assim. alguns possuem bolinas móveis, outros
com bolinas fixas como se fossem quilhas, outros fundos de madeira com
epóxi em strip-planking em construção artesanal, é arriscado ficar deitando
o peso do barco sobre esse tipo de material, pode lesionar a estrutura
Monocasco então, nem se fala. encalhar na areia pode ser o fim do veleiro,
lesionando a quilha e o costado, além do grave desconforto à quem está à
bordo pela grande inclinação, além do interior do barco ficar exposto à
alagamentos quando a maré estiver subindo.

Outro problema é a hora que vc quer sair e a maré,

Os catamarans da praia, como o praia 30, possuem calado de menos de 70


cm, assim qualquer água na cintura vc pode estar navegando numa boa (o
que é ótimo para explorar lagoas rasas, baías não dragadas).
Mas à depender da maré, vc pode ficar preso na lama, perdendo seu
sábado esperando horas e horas a maré encher para sair.
Por isso vc deve levar em consideração a profundidade que vc está, a
amplitude da maré, seus planos de saída no outro dia.
Assim, independente do seu catamaran poder aguentar ficar na areia (ou
lama) sem problemas na estrutura do barco, vc pode acabar perdendo o
horário ideal de saída se a maré não estiver cheia. assim, o ideal é sempre
levar em consideração a amplitude da maré no local, sua profundidade,
para calcular quanto ficará de profundidade abaixo do casco.
Afinal, bom mesmo é sempre estar pronto para sair (podem surgir
imprevistos)

* O que fazer para não perder a âncora:


use boa quantidade de corrente (para nada cortante no fundo cortar o nylon
da sua amarra)

Não fundeie em meio às pedras

use sempre bóia de arinque:


A Bóia de arinque é uma bóia ligada à um cabo um preso à cruz do ferro
(local onde se vc puxar o ferro sai fácil do fundo).
A vantagem é mostrar onde o ferro está e facilitar sua retirada. na maioria
das vezes que o ferro fica preso o cabo do arinque consegue soltar o ferro
do fundo.
Importante é sempre deixar o comprimento do cabo da bóia de arinque ser
um pouco a mais que a profundidade do lugar (como ainda pode ter marés,
deixa-se 1,3 a 1,5 x profundidade).

8) Fiscalizar opções e dicas:

Vc pode marcar um alarme no gps (existe função para isso) que se o barco
se deslocar do local de fundeio o gps toca o alarme.

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Marque uma referência de alinhamento e fique vigiando de vez em quando
esse alinhamento (ou da areia olhando seu barco), ou de dentro do barco.
E em terra não fique falando que vc saiu do barco e o barco está sozinho,
dando dica p/ ladrão.
Nem coloque o nome do barco escrito no bote inflável, para não dizer que
todo mundo está na areia. convidando o ladrão a ir para o barco.

9) Planejamento:

Estudar é ótimo, ajuda a previnir acidentes, analisando todos os passos, as


características, para impedir que ocorra algo errado ou minimizar caso
ocorra.
Outra coisa importante do planejamento é ficar atento ao pior quando os
fatores sugerem alto risco de alguma coisa dar errado.
Assim, vc não vai deixar todo mundo dormir ao mesmo tempo. vc vai dividir
turnos de vigilância, com pontos de referência.

Rádio VHF, seu funcionamento

O VHF permitirá que v. obtenha boletins meteorológicos, chame seu taxi


boat, se comunique com outras embarcações, ligue para sua casa e,
logicamente, possa efetuar chamadas de emergência.
O alcançe normal nāo ultrapassa as 20 milhas porém, quando a estaçāo
costeira estiver com antenas elevadas, como no caso do Yacht Club de Ilha
Bela, estações costeiras da Embratel, etc. este pode chegar até 40 milhas.
Ligar (se for necessário) em VOLUME.
Squelch, para deixar bem regulado com uma boa recepçāo, gire-o no
sentido horário até escutar um “barulho” e, lentamente, gire no sentido
anti-horário até desaparecer.
As teclas W1, W2 e USA deverāo estar sempre levantadas (Só servem para
EEUU)

O botāo vermelho passa imediatamente para o CANAL DE EMERGÊNCIA 16.


Demais detalhes no manual de usuário de cada modelo.

Os canais e sua utilizaçāo:

EMERGÊNCIA (OU CHAMADA / EMBRATEL): canal 16.


CHAMADA A CLUBES: utilizam (litoral norte, Rio e Angra) o canal 68.
MARINAS: atendem pelos canais 68, 71, 73, 74.
ENTRE EMBARCAÇÕES: canal 9.

Chamadas de emergência:
Existem, teoricamente, 3 tipos de chamadas de emergência:
Pan Pan Pan
Security Security Security
Mayday Mayday Mayday
Simplificando:

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“Estou com problemas. Solicito contato.”
“Estou com graves problemas a bordo.”
“Estou afundando.”

O problema é que dificilmente alguém lembra desses códigos na hora de


chamar ou, inclusive, de receber.
Na dúvida, utilize “Mayday Mayday Mayday”
Aperte o botāo vermelho (canal 16)
Diga “Mayday Mayday Mayday” , ATENTO, ATENTO, ESTA É UMA CHAMADA
DE EMERGÊNCIA. AQUI VELEIRO … (nome da embarcaçāo). REPITO: ESTA
Ė UMA CHAMADA DE EMERGÊNCIA. AQUI VELEIRO …, CAMBIO .
Repita este chamado pelo canal 68 no caso de encontrar-se no litoral norte
de SP.
Quando alguém responder, dê sua posiçāo, a quantidade de pessoas a
bordo e explique o problema, nāo ė fácil, mas tente manter a calma !!!

A clubes e marinas:

“Atento, atento Delta 24 (exemplo) aqui veleiro…(nome da embarcaçāo)


chamando. Cambio”

A outra embracaçāo:
Igual que anterior, geralmente chamando pelo canal 68 e indo para o 9.
Quando navegando em alto mar, os navios com os quais cruzamos sāo
chamados pelo canal 16.
ATENÇĀO !!!
A utilizaçāo do radio é extremamente séria. NUNCA deixe crianças
brincarem pelo radio já que denúncias poderāo ser feitas à Embratel.
Evite usar os canais 16 e 68 para bater papo. Estes sāo canais de chamada.
Vai para o canal 9 onde, além de uma boa transmissāo v. poderá falar a
vontade.

Navegando com mar grosso.

Nem sempre o mar é de almirante e o céu de brigadeiro.


Muitas vezes deveremos enfrentar tempestades que colocarāo nosso
espírito e aptidões marinheiras à prova.

O mais importante é prever a chegada de uma tempestade.


Uma tripulaçāo preparada para esta eventualidade com certeza passará por
momentos apreensivos, porém controláveis. Do contrário, uma tempestade
nāo prevista pode ocasionar a perda de controle da embarcaçāo e,
principalmente a falta de comando, quando o pavor, que jamais pode existir
a bordo, será quem comandará a situaçāo.

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Prevendo a chegada do mal tempo;
As nuvens: salvo raríssimos casos como o Pampeiro no sul, nāo deveremos
encontrar ventos fortes na regiāo, ao invés, quando elas aparecem (e nāo
somente pela proa) atentos... pode haver uma mudança !

Cirros: estas nuvens, também chamadas de “lombo de cordeiro”, sempre


indicam a proximidade de chuva.No verāo podem ser aquelas que aparecem
à tarde porém, acompanhadas de outras indicações, também podem
anunciar a entrada duma frente.

Carutāo: amigos, quando estas nuvens cinza-escuras aparecem...corra!!!


Deixe o veleiro rapidamente em ordem (gaiutas fechadas, bote a bordo e
amarrado, objetos devidamente estivados, etc.) porque, principalmente
durante o verāo é questāo de minutos para entrar a pré.

Previsāo meteorológica: navegando, através do rádio e outros aplicativos,


poderemos acompanhar o deslocamento das frentes, por exemplo frente em
Florianópolis significa pauleira no litoral norte de SP nos próximos 3 a 4 dias
no inverno e 24 a 48 hs. no verāo (com mais força inclusive).
Vento noroeste: este vento cálido e forte sempre indica a chegada duma
frente. Entra geralmente de madrugada e em mais de 3 a 12 hs,
seguramente deveremos estar com mar grosso (entrada do SO)
Ondas: nāo esqueça, as ondas chegam primeiro que o vento. Ondas
pronunciadas prevêem vento fresco.

Trio do tempo: ele é composto de barómetro, termómetro e medidor de


umidade. Barómetro descendo, umidade e temperatura alta em declínio é
vento forte na certa.

Prevendo a entrada de uma frente fria:


deixe safo o velame
verifique as linhas de vida
prepare roupa de tempo, manter o corpo seco e quente é importante.

Difícil prever se a frente dura 4 horas ou 4 dias ! No inverno passam rápido


porém, no verāo, ficam paradas por aqui.
Coloque a vela de temporal (genoa) e rize a grande.
Se estiver com o diesel baixo coloque mais combustível no tanque pois,
com o balanço e pouco diesel deverá entrar ar no sistema de alimentaçāo.
Feche todas as vigias e gaiutas.

“marinhe” o barco, amarre ou revise a amarraçāo e estiva de objetos na


cabine.

Se estiver no corrico levante-o.


Verifique se o inflável está bem amarrado.
Anote sua posiçāo de hora em hora. No caso da necessidade de um
“Mayday” é de extrema importância.
Pois é...ela chegou ! Existem diversas teorias a respeito. Correr o tempo,

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usar drogue (âncora do mar) ou cabos, capear, ligar ou nāo o motor,
árvore seca, etc. Sendo que muitas vezes vai depender do tipo de
embarcaçāo e os equipamentos que possui...
Piloto automático, nāo dá para confiar nele com mar grosso e ventos fortes.
Árvore seca em última instância, já que o barco rola e cabeceia demais,
perdendo o leme por momentos.
Ligar o motor e seguir só com ele, provoca desconforto extremo e nem
sempre, quando em capa, terá seguimento.
Correr o tempo com pouco pano exige atençāo redobrada do timoneiro e o
contínuo perido de “derrapar” e virar o barco, de expor o costado a
toneladas de água.

Acreditamos que a melhor soluçāo é capear o temporal com a vela de


tormenta na proa (ou genoa parcialmente enrolada) e, se puder com a
mestra bem rizada.

Aquartelar: é uma das manobras mais importantes para o cruzeirista.


Permite, com
mal tempo, descansar sem problemas já que o barco nāo bate como
quando orçando
nem precisa de voçe no leme.

O vento parece que pára e a esteira formada pela deriva evita que as ondas
quebrem sobre a embarcaçāo. O único problema é a deriva de 1 a 3 nós
dependendo da corrente e o vento. Com tempo bom ou mais ou menos
bom, esta manobra permite limpar e arrumar o veleiro, uma vez que ele
fica estável. Como se faz ?
com o barco orçado entre no vento e, rapidamente, cace firme a genoa e a
mestra (a barlavento) voltando ao rumo.
Coloque o leme a barlavento e fixe.

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Escala Beaufort

A Escala de Beaufort classifica a intensidade dos ventos, tendo em conta a


sua velocidade e os efeitos resultantes das ventanias no mar e em terra. Foi
concebida pelo meteorologista anglo-irlandês Francis Beaufort no início do
século XIX. Na década de 1830, a escala de Beaufort já era amplamente
utilizada pela Marinha Real Britânica.
A escala Beaufort está para os ventos, assim como a escala de Mercalli está
para as atividades sísmicas, estabelecendo características aos ventos de
acordo com a velocidade e o poder de destruição.

Cartas náuticas
Temos cartas de grande, média e pequena escala.

A numeraçāo das cartas vai do norte para o sul e vāo sendo divididas em
escalas menores até chegar ao detalhe. A 1700, Ilha de Sāo Sebastiāo ao
Bom Abrigo, por exemplo, tem depois a sub-carta 1710, a sub-sub carta
1711 (proximidades de Santos) e a 1701 (Porto de Santos – detalhe)
A precisāo das cartas, menos canais e saídas de rios, é exelente e

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altamente
Confiável, mesmo utilizando velhas publicações.
A perfeita compreensāo é extremamente importante ao cruzeirista,
principalmente na navegaçāo costeira. Sua leitura em conjunto com os
roteiros, lista de faróis,etc, permitem uma navegaçāo segura.
Quando no planejamento de uma derrota longa nāo esqueça das cartas
detalhe com alternativas de aterragem para qualquer emergência.
Coloque-as na ordem de utilizaçāo.
A carta 12.000 é muito importante na interpretaçāo da carta náutica, possui
todas as informações necessárias.
Nāo esqueça, todas as marcações sāo reais no GPS já que permitem uma
plotagem direta.

Navegaçāo com GPS

Podemos dizer, com absoluta certeza, que com o auxilio deste “novo”
equipamento, a navegaçāo deu um passo igual, ou até maior, daquele
conseguido pelo astrolábio e a bússola no século XV.

O equipamento fornece enorme quantidade de informaçāo sendo que, a


maioria delas, simplesmente auxiliam a navegaçāo, você pode trazer seu
GPS. É bom familiarizarse com este aparelho.

Navegaçāo verdadeira: todos os rumos aparecem sem considerar os desvios


da bússola e a declinaçāo magnética com suas variações anuais, assim, os
dados fornecidos podem ser plotados na carta diretamente.
Unidades: distância em (NM) milhas náuticas, hora em HH/MM/SS, posições
em graus, minutos e segundos. Velocidade em (kt) nós. (uma milha por
hora)

Pode acontecer (e acontece!) de o GPS nāo fornecer dados , às vezes por


várias horas, se acostume a plotar na carta sua posiço de hora em hora,
seu rumo de agulha e velocidade para, nessa eventualidade, continuar
numa navegaçāo estimada.

Como navego até determinado lugar ? Existem duas maneiras.


A um lugar cujo WPT (Waypoint) já existe em sua biblioteca:

apertar WPT, com a seta procurar o WPT que quer ser atingido
apertar GOTO (ir para...)
Aparecerá na tela o nome do WPT, o rumo a seguir (desde o ponto onde
você está) e a distância.

A um lugar cujo WPT nāo exista na sua biblioteca:


Determinar a localizaçāo na carta.
Apertar GOTO
Aparecerá LAT/LON
Inserir os graus, minutos e segundos.

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Apertar ENTER (ok)
Colocar a longitude da mesma maneira, sem esquecer que na longitude, por
estes lados, começam com zero.
Apertar ENTER e ele indicará os dados de navagaçāo.

Como estabeleço uma rota ?


Os diversos WPT’s da rota já deverāo estar armazenados na biblioteca.
Aperte a tecla ROUTE (rota)
Procure com a seta  uma EMPTY ROUTE (rota desocupada) e aperte
ENTER.

Se você quiser começar a rota desde o ponto onde se encontra aperte


ENTER e aparecerá um + STR (número) ???, caso for outro o ponto inicial
aperte a tecla → até encontrar o WPT desejado. Aperte ENTER.
Aparecerá xxxx..TO...(de...a), com a seta procure o segundo WPT.
Repita esta operaçāo até o último ponto a ser atingido pela rota e, quando
apareça o ...TO aperte ENTER. Pronto, já tem a sua rota. Aparecerá o nome
de cada perna com a distância entre eles, o rumo a seguir e na parte
superior da tela o número da rota e distancia total.

Como navego uma rota ?


Aperte a tecla ROUTE e com a seta  procure a desejada
Aperte NAV (mostra os dados da navegaçāo tais como velocidade,
rumo,curso, distância que falta, etc, de formas diferentes, é só apertar
repetidas vezes.
Dá milhas/rumo/velocidade/curso
Aperte NAV novamente:
Dá COG (curso) / SOG (velocidade) / STR (número) / ETA (tempo estimado
de chegada) / VMG (velocidade sobre o curso)
Aperte novamente NAV:
Dá COG (curso) / SOG (velocidade) / BRG (rumo) ...

Como sei onde passei ?


O GPS está regulado para guardar sua posiçāo a cada dez minutos.
Aperte PLOT (plotar)
Procure PLOT TRACK com a seta →

MOB: a mais importante funçāo do GPS !


A funçāo MOB (homem ao água !!!) funciona apertando a tecla situada no
meio do teclado. Ela automaticamente cancela qualquer navegaçāo que
esteja seguindo no momento, cria uma nova rota +MOB fornecendo a
posiçāo daquele lugar, o rumo e a distância ao local ONDE FOI APERTADA A
TECLA !!!

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