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Corrêa
CAPÍTULO 6
ESTIMATIVA DE CARGA TÉRMICA EM AR CONDICIONADO
Nesse capítulo, apresentaremos o método (Cooling Load Temperature Difference) / (Solar
Cooling Load) / (Cooling Load Factor) para estimativa de carga térmica de ar condicionado, em instalações
residenciais e comerciais de médio e pequeno porte, para fins de conforto térmico. Esse método foi apresentado
inicialmente em Handbook of Fundamentals 1997. Trataremos inicialmente das taxas de transferência
de calor e das condições de projeto internas e externas, depois estudaremos o método de cálculo com suas
aplicações.
Os ganhos de calor que originam a carga térmica do ambiente condicionado são mostrados na Figura
6.1. O projeto do sistema de ar condicionado requer informações do desempenho térmico da estrutura da
edificação e da magnitude de cada parcela do ganho de calor. Algumas parcelas compõem-se somente de calor
sensível, enquanto outras envolvem também calor latente, este último associado ao vapor d’água liberado em
algum ponto na corrente de ar movimentada pelo sistema de ar condicionado, e que depois será retirado por
condensação na superfície da serpentina de resfriamento e desumidificação. As magnitudes dessas parcelas
sofrem variações cíclicas diárias, com picos defasados, por isso devem ser analisadas individualmente para
determinar a resultante máxima de carga térmica da edificação. Numa edificação com várias zonas térmicas, o
pico de carga em cada zona durante o dia de projeto deve ser considerado para seleção correta da capacidade
dos equipamentos e das características do sistema de controles.
O ganho de calor por transmissão é a transferência de calor por condução e convecção através de
superfícies opacas (paredes e coberturas) e transparentes (janelas) provocada pela diferença de temperatura
entre o ar externo e o do ambiente condicionado. Se o sistema for para resfriamento do ambiente, a temperatura
do ar externo será maior do que a do ar no ambiente condicionado. Nesse caso, a transmissão envolve
convecção entre o ar externo e a superfície externa do material, condução através do material (parede, telhado
ou vidro), e convecção da superfície interna do material para o ar no ambiente condicionado. Embora o sistema
de controle do equipamento de climatização mantenha a temperatura do ambiente condicionado próximo de um
valor desejado, a temperatura do ar externo varia bastante ao longo do dia causando variação semelhante no
ganho de calor.
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Da radiação solar que incide em superfícies opacas uma parte é refletida e outra é absorvida pelas
mesmas. A parcela absorvida aumenta a temperatura dessas superfícies e altera o ganho de calor por
transmissão. Se esse aumento for tal que a temperatura da superfície do material atinja valores acima da
temperatura do ar externo o fluxo de calor por convecção ocorrerá da superfície para o ar externo; entretanto, a
condução através do material aumentará com semelhante efeito na transmissão. No caso da radiação solar que
atinge superfícies transparentes existe também uma parcela transmitida, além da refletida e absorvida. Se o
vidro for claro e pouco espesso a energia radiante transmitida é relativamente maior e incidirá nas superfícies
internas do ambiente condicionado, acarretando um ganho de calor. Assim como a temperatura do ar externo a
radiação solar também varia ao longo do dia. À medida que o vidro escurece e fica mais espesso seu
comportamento aproxima-se do de uma superfície opaca.
Todo ambiente condicionado necessita de ventilação para repor o oxigênio consumido pela respiração
dos ocupantes e manter os níveis de concentração de contaminantes no ar dentro de limites que não sejam
prejudiciais à saúde. Essa ventilação deve ser feita com insuflação de ar externo previamente filtrado e resfriado.
Em ambientes condicionados não pressurizados o ar externo penetra no ambiente por infiltração e desloca o ar,
que deixa esse ambiente por exfiltração. Embora reponha o oxigênio consumido, a infiltração de ar externo não é
previamente resfriada e nem pode ser filtrada para eliminar os contaminantes nocivos à saúde, muitas vezes
presentes em concentração elevada. Isso, em vez de reduzir a concentração de contaminantes no ambiente
condicionado pode aumentá-la. Por isso, é mais eficaz manter o ambiente condicionado numa pressão um pouco
maior do que a atmosférica (pressurizado) para evitar a infiltração, e prover a renovação de ar através de uma
tomada de ar externo, na qual é possível controlar a vazão e a qualidade do ar usado para ventilação. A condição
psicrométrica do ar externo varia ao longo do dia.
Se o sistema de climatização for para resfriamento a temperatura e a umidade absoluta do ar externo
são maiores do que as mantidas no ambiente condicionado. Assim, a ventilação implica em ganhos de calor
sensível e de calor latente, associados à vazão de ar externo.
Os ocupantes do ambiente condicionado liberam tanto calor sensível como calor latente. A liberação de
calor sensível ocorre porque a temperatura corporal, mantida constante em 37°C pela ação do metabolismo, é
maior do que a do ar no ambiente condicionado, geralmente 25°C. Além disso, o corpo libera continuamente
vapor d’água no ar, numa taxa que depende da atividade desenvolvida. Uma pessoa em esforço físico libera
mais calor sensível e vapor d’água no ar do que se estivesse em repouso.
Quando as lâmpadas estão acesas emitem energia radiante. Uma parte dessa energia é absorvida pelo
bulbo de vidro e o aquecem. Como a temperatura que o bulbo atinge é superior a do ar no ambiente
condicionado, a parcela de energia radiante absorvida pelo bulbo é imediatamente transferida para o ar ambiente
por convecção; a restante é transmitida para o ambiente condicionado e incide sobre suas superfícies sólidas
(paredes, pisos, forros, mobílias, objetos de decoração, etc.) aquecendo-as. Se essas superfícies atingirem
temperaturas superiores à do ar ocorrerá sua liberação por convecção.
Nos sistemas de condicionamento de ar, quatro taxas de transferência de calor podem ser identificadas:
ganhos de calor no ambiente condicionado, carga térmica no ambiente condicionado, taxa de remoção de calor
no ambiente condicionado, e taxa de remoção de calor na serpentina de resfriamento e desumidificação.
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É a taxa na qual o calor deve ser removido do ambiente condicionado para manter a temperatura do ar
constante. A soma de todas as parcelas dos ganhos de calor num determinado momento não é necessariamente
igual à carga térmica já que os ganhos de calor por radiação não são convertidos imediatamente. Inicialmente, a
energia radiante é absorvida e armazenada pelos sólidos que contém as superfícies sobre as quais incide que
limitam o ambiente condicionado (paredes, pisos e forros) e pelos objetos dentro deste espaço (móveis, mobílias,
etc.). Assim que essas superfícies atingem temperaturas maiores que a do ar parte do calor armazenado é
liberado por convecção. A capacidade de armazenamento térmico do material limitado por essas superfícies
determina a taxa nas quais suas respectivas temperaturas crescem para uma dada incidência de energia
radiante e estabelece, portanto, a relação entre o ganho de calor e a carga térmica (vide Figura 6.2). O efeito do
armazenamento térmico é importante para estabelecer a diferença entre os ganhos de calor e a carga térmica
em determinado momento. Prever a natureza e a magnitude desse fenômeno, a fim de estimar cargas térmicas
cada vez mais próximas de seu valor real, para uma combinação particular de fatores, tem sido objeto do maior
interesse de engenheiros e projetistas.
Figura 6.2 – Origem das diferenças entre as magnitudes dos ganhos de calor e da carga térmica
(ASHRAE, 2005).
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controles, fornece valores mais reais da taxa de remoção de calor durante um determinado período do que os
valores de carga térmica. Este conceito é importante para estimar o consumo de energia durante um período,
porém não é necessário para calcular o pico da carga térmica para seleção dos equipamentos.
Antes de realizar a estimativa de carga térmica é necessário obter informações detalhadas sobre:
Características da edificação
As plantas e os memoriais descritivos da edificação devem ser consultados para obter informações sobre
os materiais de construção usados, dimensões, formas e cor das superfícies externas, localização, orientação e
sombreamento externo. As sombras projetadas por edificações adjacentes são determinadas pelas plantas de
localização e/ou por uma visita ao local. A provável permanência do sombreamento deve ser avaliada antes de
ser incluída nos cálculos. A radiação solar refletida por superfícies de água, areia, áreas de estacionamento e
edificações vizinhas não podem ser ignoradas.
Condições de projeto
Obter dados climáticos tratados apropriadamente para selecionar as condições externas de projeto,
assegurandose que os resultados estarão de acordo com as expectativas. Obter dados sobre velocidade e
direção dos ventos dominantes no local. Selecionar temperatura de bulbo seco e bulbo úmido, bem como a taxa
de ventilação para o ambiente condicionado. Especificar variações permitidas e limites para o sistema de
controle.
Padrões operacionais
Obter informações sobre tipo e padrão de utilização de iluminação artificial, ocupação, equipamentos
funcionando no ambiente condicionado, e qualquer outra fonte ou processo que contribua com a carga térmica.
Verificar a probabilidade de operar o sistema continuamente ou ser desligado em períodos sem ocupação (p.ex:
à noite e/ou durante o finais-de-semanas).
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Selecionar o dia e o mês em que será realizado o cálculo da carga térmica. Geralmente, várias
combinações devem ser testadas. Em condições de verão, onde o sistema deve resfriar o ambiente
condicionado, o dia e o mês normalmente são definidos pelo pico de intensidade de radiação solar.
Considerações adicionais
As condições de projeto externas e internas devem ser definidas através de normalização. No caso das
externas, inicialmente, necessita-se dispor de uma rede de estações meteorológicas que produzam dados
confiáveis e extensivos a um período de tempo relativamente grande. Depois, esses dados devem ser tratados
estatisticamente de acordo com as condições de uso em projetos de ar condicionado. No caso das internas, dois
enfoques devem ser considerados: o primeiro, para projetos industriais, em que as condições são determinadas
pelo processo particular, e podem ou não ser normalizadas; o segundo, em aplicações cujo objetivo principal é o
conforto térmico, e serão adotadas normas nacionais e/ou internacionais. No Brasil, muitos dados
meteorológicos podem ser obtidos no site do INMET - Instituto Nacional de Meteorologia ::.
Até meados da década de 1960, predominava a ideia de que o conforto térmico era caracterizado por
três parâmetros: temperatura, umidade relativa e velocidade relativa do ar. Tal proposta era resultado do trabalho
pioneiro de Yaglou e colaboradores, que elaboraram um diagrama combinando os três parâmetros, para fornecer
uma temperatura equivalente do ambiente, denominada temperatura efetiva. Assim, o conforto seria obtido
desde que qualquer combinação resultasse numa temperatura efetiva dentro de uma faixa pré-definida.
Posteriormente, novos estudos mostraram que, aos parâmetros acima mencionados, deveriam ser acrescidos
outros três: temperatura radiante média do ambiente, nível de atividade e vestimenta dos indivíduos.
Conforto térmico
Para estabelecer condições internas de projeto, em busca de conforto térmico, deve-se conhecer como o
corpo humano regula sua temperatura, em função das interações térmicas com o ambiente, e qual a relação
desses processos com a sensação térmica dos ocupantes. A Figura 6.3 apresenta os mecanismos de interação
térmica entre o corpo e o ambiente. O metabolismo de um adulto em repouso produz cerca de 100 W. Como a
maior parte desse calor dissipa-se através da pele, convém caracterizar a atividade metabólica em termos de
taxa de liberação de calor por unidade de área de superfície corporal. Para uma pessoa em repouso, esse valor
é 58,2 W/m² (em média, uma pessoa tem área de superfície corporal de 1,8 m²) e equivale a 1 met (metabolism).
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Taxas metabólicas mais elevadas são expressas em termos desse valor. Assim, uma pessoa trabalhando em
taxa metabólica maior cinco vezes do que uma pessoa em repouso desenvolve cerca de 5 met.
Localizado na base do cérebro, o hipotálamo controla a temperatura corporal. Seus sensores de frio e
calor são banhados pelo sangue arterial. Visto que o sangue arterial circula pelo corpo, e retorna rapidamente ao
coração como sangue venoso, sua temperatura é um bom indicativo da temperatura média interna do corpo. O
hipotálamo também recebe informações térmicas de sensores localizados na pele e em outras partes do corpo.
Além disso, controla vários processos fisiológicos relacionados com a regulação da temperatura corporal, dentre
os quais, o fluxo de sangue para a pele é o mais importante. Se a temperatura interna ultrapassar seu valor
normal, uma porção maior de sangue do corpo é direcionada para a pele: a vasodilatação dos capilares pode
aumentar em até 15 vezes o calor transferido do interior do corpo para o ambiente. Se a temperatura interna cair
abaixo de seu valor normal ocorre vasoconstrição, e o fluxo sanguíneo na pele é reduzido para manter calor no
corpo: isso equivale a vestir um suéter grosso de lã. Em baixas temperaturas, a tensão muscular aumenta, os
tremores corporais são perceptíveis, e geram calor para manter o corpo aquecido. Os tremores musculares
podem duplicar o metabolismo (taxa de geração de calor) numa pessoa em repouso.
A percepção de um ambiente termicamente confortável está relacionada com o calor gerado pelo
metabolismo, sua transferência para o ambiente, e os resultados de ajustes fisiológicos da temperatura corporal.
A dissipação de calor depende de fatores ambientais (temperatura, velocidade e umidade relativa do ar, e
temperatura radiante média) e fatores pessoais (nível de atividade e vestimenta). Outros fatores também
influenciam a sensação de conforto: assimetrias térmicas no ambiente, estimulação visual, idade e condições
climáticas. As sensações térmicas subjetivas são quantificadas através da escala ASHRAE mostrada abaixo:
+3 Muito quente
+2 Quente
+1 Levemente quente
0 Neutro
1 Levemente frio
2 Frio
3 Muito frio
O desconforto pode ser sentido em todo o corpo (desconforto geral) ou em partes dele (desconforto
localizado). As diferenças individuais tornam impossível estabelecer condições de conforto que satisfaçam a
todos, e que eliminem tanto o desconforto geral como o localizado. Por isso, as normas geralmente especificam
condições que satisfaçam um critério de 10% de desconforto geral e 10% de desconforto localizado. Desse
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modo, 80% dos ocupantes de um determinado ambiente, cujas condições atendem os requisitos das normas,
estarão satisfeitos com o ambiente térmico.
O conforto térmico é definido como uma condição mental do indivíduo que expressa satisfação com o
ambiente térmico. Suas avaliação e previsão devem seguir procedimentos padronizados. As normas técnicas
ANSI / ASHRAE 55 (Thermal Environmental Conditions for Human Occupancy) e ISO 7726 (Moderate Thermal
Environments: Determination of the PMV and PPD Indices and Specification of the Conditions for Thermal
Comfort) podem ser consultadas para avaliação de conforto térmico em ambientes climatizados. No Brasil, existe
a norma ABNT/NBR 16401-2: 2008 – Parâmetros de conforto térmico, baseada em diretrizes apresentadas nas
citadas normas internacionais.
Norma ANSI/ASHRAE 55
Nessa norma, os critérios de conforto são estabelecidos em termos de temperatura operativa, que é a
média da temperatura do ar e da temperatura radiante média, ponderada pelos respectivos coeficientes de
transferência de calor. Com velocidades do ar até 0,4 m/s, e temperatura média radiante até 50°C, a temperatura
operativa é simplesmente a média aritmética entre a temperatura do ar e a radiante média.
A Figura 6.4 mostra zonas de conforto sobre um diagrama psicrométrico, modificado para incluir a
temperatura operativa, válido para atividades sedentárias ou leves ( 1,2 met). Embora estabeleça critérios para
ambientes internos, as zonas para verão e inverno são necessárias em função de mudanças habituais no modo
de vestir de uma estação para outra. No verão, a resistência térmica da roupa varia entre 0,35 e 0,6 clo com
valor típico de 0,5 clo (0,078 m².K/W); no inverno, varia entre 0,8 e 1,2 clo com valor típico de 0,9 clo (0,14
m².K/W). Na região central de cada zona, uma pessoa vestindo roupas com resistência térmica igual aos valores
típicos, deve apresentar sensação térmica neutra ou muito próxima. Na região sobreposta, uma pessoa vestindo
roupa típica de verão sente o ambiente levemente frio; se vestida com roupa típica de inverno, sente o ambiente
levemente quente. A Tabela 6.1 apresenta valores ótimos e faixas de conforto aceitáveis de temperatura
operativa para verão e inverno, obtidos a partir da Figura 6.4.
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Tabela 6.1 Temperaturas operativas ótimas e faixas aceitáveis para verão e inverno.
Resistência térmica Temperatura operativa Faixa de temperatura operativa (°C)
Estação
da roupa (clo) ótima (°C) (10 % de insatisfeitos)
Verão 0,5 24,5 22,5 26,5
Inverno 0,9 22,5 20,5 24,5
Nessa norma, os critérios de conforto térmico são estabelecidos em termos dos índices PMV (Predicted
Mean Vote) e PPD (Predicted Percentage of Dissatisfied), que são calculados através dos parâmetros
ambientais e pessoais de conforto. O PMV estima o valor médio dos votos de um grande número de pessoas
expostas ao mesmo ambiente térmico. Entretanto, os votos individuais estão dispersos em torno dessa média, e
são usados para obter uma previsão do número de pessoas que estão se sentindo desconfortáveis, ou seja,
estão sentindo muito frio ou muito calor. O PPD representa o número de pessoas insatisfeitas com o ambiente
térmico. O índice PMV é calculado por:
onde: L (W) = carga térmica do corpo (diferença entre taxa metabólica e o calor liberado para o ambiente), por
uma pessoa se sentindo confortável em seu nível de atividade. O PPD na mesma condição é obtido por:
Pessoa insatisfeita com o ambiente térmico é a que não votou 1, 0 ou +1 na escala de sensação
térmica. A relação entre os índices é mostrada na Figura 6.5. Um PPD de 10% corresponde à faixa de
0,5 PMV 0,5 . Com PMV 0 somente 5% dos ocupantes estarão insatisfeitos com o ambiente
térmico. Os índices PMV e PPD são obtidos pela resolução da equação do balanço de energia do corpo
humano em regime permanente. Devida às diferenças individuais é impossível estabelecer um ambiente térmico
que satisfaça todos seus ocupantes. Por issso, haverá sempre uma porcentagem de insatisfeitos. Entretanto,
essa porcentagem pode ser definida em termos de compromisso entre a qualidade térmica do ambiente e a
economia de energia desejada.
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No Brasil, as condições internas de projeto são prescritas na norma NBR 16401-2 (ABNT, 2008) que
trata de parâmetros de conforto térmico. A Tabela 6.2 apresenta faixas de valores de temperatura operativa e
umidade relativa, que delimitam sobre um diagrama psicrométrico modificado, como o apresentado na Figura
6.4, as zonas de conforto no verão e no inverno. Essas condições satisfazem 80% ou mais dos ocupantes,
desde que o nível de atividade fique entre 1,0 e 1,2 met (sedentária ou leve), e as resistências térmicas da
vestimenta não sejam muito diferentes dos valores indicados: 0,5 clo no verão, e 0,9 clo no inverno. A
temperatura operativa expressa uma temperatura uniforme de um ambiente imaginário, onde o ocupante trocaria
a mesma quantidade de calor por radiação e convecção que troca no ambiente real. O grau de turbulência
expressa o desvio-padrão percentual das medições da velocidade não-direcional do ar na zona ocupada. O
termo não-direcional, significa em todas as direções, ou seja, não há uma direção preferencial. A zona ocupada
refere-se à região do ambiente condicionado onde as pessoas permanecem e/ou transitam, compreendida entre
o piso e um plano paralelo posicionado numa altura de 1,80 m acima do mesmo, afastada mais de 0,30 m das
paredes internas, e mais de 1,00 m das paredes e janelas externas e dos componentes da instalação de ar
condicionado.
Algumas limitações devem ser observadas: (a) A diferença de temperaturas, medidas num plano vertical
a 0,10 e 1,10 m de altura do piso – posição dos tornozelos e cabeça em pessoas sentadas – não deve
ultrapassar 3 K; (b) A variação gradual e contínua da temperatura do ar (intencional ou não) não deve ultrapassar
a taxa de 0,5 K/hora, sendo que a temperatura operativa final resultante não deve exceder os limites da Tabela
6.2 em mais de 0,5 K, e, se isto ocorrer, não permanecer assim por mais de 1 hora; (c) A máxima asssimetria da
temperatura radiante não deve ultrapassar: 5 K para forro quente, 14 K para forro frio, 23 K para parede quente,
e 10 K para parede fria; (d) As correntes de ar com velocidades superiores às da Tabela 6.2, em direção à nuca
ou aos tornozelos dos ocupantes, devem ser evitadas. Assimetria de temperatura radiante refere-se à diferença
de temperaturas médias radiantes em lados opostos de um pequeno elemento plano.
Algumas condições operacionais da Tabela 6.2 podem ser modificadas: (a) As velocidades do ar podem
ser ultrapassadas para compensar uma elevação do limite superior da temperatura: não elevar a velocidade
acima de 0,8 m/s, e não ultrapassar o limite superior da temperatura em mais de 3 K; (b) Os limites de
temperaturas operativas das zonas de conforto podem ser reduzidos de 1,4 K por cada met que exceder 1,2 met;
(c) Os limites de temperaturas operativas das zonas de conforto podem ser acrescidos de 0,6 K para cada 0,1
clo de redução na resistência térmica da vestimenta, ou reduzidos de 0,6 K para cada acréscimo de 0,1 clo.
Umidade relativa
Geralmente, o nível de atividade dos ocupantes determina a umidade relativa adequada, e seus valores
máximo e mínimo. Umidade relativa baixa aumenta a taxa de evaporação, resseca as mucosas do sistema
respiratório, a pele e os cabelos. O aumento da incidência de problemas respiratórios, durante os meses de
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inverno, geralmente está relacionado com a baixa umidade relativa do ar. Estudos epidemiológicos têm
encontrado taxas menores de doenças respiratórias em ocupantes de edificações com média umidade relativa.
Umidade relativa muito alta ou muito baixa é prejudicial ao conforto, à produtividade e à saúde. A Figura
6.6 mostra que, na faixa de 40 a 60% de umidade relativa, em temperaturas moderadas, estão as melhores
condições para realização confortável das atividades e manutenção da saúde humana. Nessa faixa, o
crescimento de bactérias e outros microrganismos, e a velocidade em que as interações químicas ocorrem são
menores.
A umidade relativa tem efeito incontestável no controle de infecções transmitidas através do ar. Com 50%
de umidade relativa, a taxa de mortalidade de certos microrganismos é bastante elevada, e o vírus da gripe
(influenza) perde muito de sua virulência. Essa taxa de mortalidade é reduzida se umidades relativas acima ou
abaixo desses valores estão presentes. Valores elevados proporcionam o crescimento de organismos
patogênicos e alergênicos. Por isso, a umidade relativa em ambientes habitados deve situar-se entre 40 e 60%.
A década de 1970 é um marco importante nos problemas que surgiram com a qualidade do ar nos
ambientes climatizados. Os aumentos sucessivos do preço do barril de petróleo, pelos países produtores,
especialmente do Oriente Médio, causou preocupação em vários setores que consomem seus derivados. Em
todo o mundo, diversas normas de engenharia foram revisadas para se adequar à nova e dura realidade. Um
exemplo significativo desse fato é a norma ANSI/ASHRAE 62, que recomendava ventilação de 17 m³/h por
pessoa, e com a revisão de 1981 passou a 8,5 m3/h por pessoa, ou seja, as quantidades mínimas de ar externo
para ventilação dos ambientes climatizados foram drasticamente reduzidas. Concomitantemente, a automação
crescente das tarefas executadas em ambientes climatizados, elevou a geração interna de poluentes. Além
disso, o uso de materiais plásticos, madeiras compensadas e/ou aglomeradas, copiadoras, carpetes, etc.,
liberam lenta e continuamente compostos orgânicos voláteis, que acabam inalados pelos ocupantes,
comprometendo sua saúde. A combinação nociva desses fatores foi constatada em pessoas que ocupavam
certos ambientes climatizados, e começaram a apresentar sintomas de doenças, que desapareciam tão logo os
deixavam. Tais sintomas não tinham causas específicas, e se relacionavam com o tempo de permanência
nesses ambientes. As reclamações podiam estar localizadas em certas áreas ou zonas, ou ainda em toda a
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edificação. As queixas mais comuns eram: irritação nos olhos, garganta seca, dor de cabeça, fadiga, congestão
nasal e falta de ar.
Baseado nessas observações surgiu o conceito de Síndrome de Edifício Doente (SED). O ambiente em
questão é inadequado se, no mínimo, de 20% de seus ocupantes apresentaram alguns daqueles sintomas. Além
disso, verificou-se que a deterioração da qualidade do ar interior estava intimamente ligada à SED. Seriam a
redução da ventilação, e o aumento das fontes de contaminação internas, as únicas causadoras da SED?
Infelizmente, não. Estudos realizados mundo afora, indicam suas principais causas: ventilação inadequada
(52%), poluentes internos (12%), poluentes externos (9%), contaminação de construção (2%), contaminação
biológica (0,4%) e causas desconhecidas (24%). Fatores relacionados às instalações de ar condicionado, que
influenciam a qualidade do ar interno, e também contribuem para que a SED se instale, são:
1. Ventilação insuficiente. A Norma ANSI/ASHRAE 62.1-2004 recomenda no mínimo 8 L/s por pessoa, para
garantir ventilação adequada.
2. Distribuição inadequada de ar. A ventilação não chega aos ambientes ou chega em quantidade insuficiente.
3. Controle deficiente de temperatura. Posicionamento e/ou ajuste errado do termostato de controle de temperatura
(ambiente ou retorno de ar?).
4. Projeto inadequado. Tomadas de ar externo próximas de ruas com tráfego intenso, onde há
concentração elevada de CO (monóxido de carbono).
5. Modificações inadequadas. Ocorre frequentemente. Um caso típico é o uso de divisórias em espaços
originalmente projetados como salas amplas.
6. Falta de manutenção. Proporciona o crescimento de micro-organismos, tais com fungos e bactérias, nos
pontos críticos do sistema, e que são depois transportados pela corrente de ar.
Filtros inadequados são outra fonte de problemas.
7. Desconhecimento do funcionamento da Conduz a ações incorretas de controle, comprometendo seu desempenho.
instalação.
Além desses, outros fatores também contribuem para instalação da SED, porém, são mais psicológicos
do que relacionados aos enumerados: ambientes com nível de ruído elevado, luzes ofuscantes, trabalhos
estressantes e fatores desconhecidos. Pesquisas realizadas no EUA e no Canadá, mostram que os problemas
de QAI são responsáveis por 24%, e os de conforto por 30%, dos problemas de SED.
As possibilidades de tratamento estatístico dos dados climáticos são inúmeras. Entretanto, a metodologia
proposta pela é mais adequada para o cálculo da carga térmica em ar condicionado. As condições de
projeto são divididas em duas categorias: inverno e verão. O tratamento estatístico evita condições de projeto
que representam o máximo dos máximos no verão, ou o mínimo dos mínimos no inverno. Tais situações, que se
verificam durante um número reduzido de horas por ano, não correspondem às condições normais de operação
dos sistemas de ar condicionado. Assim, os dados disponíveis são tratados para definir que temperaturas são
ultrapassadas em certa porcentagem de horas, nos respectivos períodos de verão e de inverno.
Na Tabela 6.3, são apresentadas condições externas de projeto em duas cidades da região Norte do
Brasil: Belém e Santarém. A norma ABNT/NBR 16401:1(2008) apresenta os mesmos dados climáticos para
outras cidades brasileiras. Como um ano tem 8.760 horas, em climas bem definidos, cada estação tem 2.190
horas. Em projetos de instalações de ar condicionado para resfriamento de conforto, interessa o comportamento
do clima na estação mais quente do ano: o verão. A cidade de Belém do Pará apresenta clima equatorial quente
úmido, e não tem quatro estações bem definidas. Nos meses de dezembro a março as chuvas são mais
freqüentes e intensas; o contrário ocorre de julho a novembro. Na época que menos chove, tem-se o verão
paraense.
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As condições de verão consideram que as temperaturas listadas são ultrapassadas 0,4%, 1% e 2% dos
números totais de horas de verão (2.190 horas), que no hemisfério Sul vai de dezembro a março. A freqüência
anual acumulada 0,4% (8,7 horas) é obrigatória para projetos que exigem probabilidade mínima da carga térmica
calculada ser inferior à necessária para garantir as condições internas de projeto, e 2% (43,8 horas) deve ser
adotada somente em situações onde é admissível ultrapassar por mais tempo essas condições. Para localidades
não listadas em ABNT/NBR 16401:1(2008), adotam-se dados da localidade listada cujos parâmetros climáticos
mais se aproximam da localidade do projeto, comparando os meses mais quentes do ano. O zoneamento
bioclimático apresentado em ABNT/NBR 15220:3(2005) pode ser usado para auxiliar essas avaliações. A fonte
dos dados climáticos sempre deve ser indicada no memorial do projeto.
O cálculo da carga térmica é feito em cada hora do dia de projeto. Assim, necessita-se obter perfis
teóricos das temperaturas externas de bulbo seco (TBS) e de bulbo úmido (TBU), que permitem determinar as
condições psicrométricas do ar externo em cada hora, a fim de calcular as cargas térmicas que dependem
desses parâmetros, tais como as de infiltração e ventilação.
Para obter o perfil teórico da temperatura externa de bulbo seco, os valores TBS da Tabela 6.3 devem
ser corrigidos em função da sua variação média diária ( Tmd ). Os percentuais de correção em cada hora são
apresentados na Tabela 6.4, onde o termo hora significa hora solar aparente. Em Belém do Pará, por estar muito
próxima à linha do Equador, e sua longitude muito próxima do meridiano da hora oficial do Brasil (45° Oeste), a
hora local praticamente é igual à hora solar aparente. Assim, podemos usar a hora local para obter os
percentuais de correção da TBS sem introduzir erros significativos nos cálculos. Para determinar a hora solar
aparente em outras localidades consultar ASHRAE Fundamentals 2005, capítulo 35.
Para exemplificar, calcularemos a TBS externa às 10 horas em Belém do Pará, admitindo que na Tabela
6.3 a TBS de projeto de 32,1°C foi selecionada, correspondente à frequência acumulada de 2%, e sua variação
média diária é de 8,2°C. Às 10 horas, o percentual de correção obtido na Tabela 6.4 é de 56%. Assim, a TBS às
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10 horas será: 32,1 0,56 8,2 27,5 °C. O mesmo procedimento é repetido em todas as horas, para obter o
perfil da TBS externa, apresentado na Figura 6.7.
O perfil teórico da TBU externa é obtido em função do perfil teórico da TBS externa e da temperatura de
orvalho (TPO) de projeto, que pode ser calculada com os valores de projeto da TBS e da TBUc. No caso de
Belém do Pará, da Tabela 6.3, teremos: TBS = 32,1°C (2%) e TBUc = 25,8°C (2%). Assim, a TPO de projeto será
23,6°C. Admitindo a TPO constante em cada hora do dia, e usando o perfil teórico da TBS externa, podemos
determinar a TBU externa em cada hora, por meio das equações psicrométricas do Capítulo 2, ou com auxílio do
diagrama psicrométrico correspondente à altitude local. A altitude média em Belém-PA é de 16m (vide Tabela
6.3); assim, o diagrama na pressão correpondente ao nível do mar (102,325 kPa) pode ser usado. Lembre-se
que, manter a TPO constante significa manter a pressão parcial de vapor no ar constante, e, consequentemente,
sua umidade absoluta.
Aqui, uma observação se faz necessária: na condição de saturação do ar teremos TBS = TBU = TPO.
Portanto, se em qualquer hora, os cálculos apresentarem TBU ≥ TBS, significa que o ar está saturado. Na Figura
6.7, observa-se que o menor valor da TBS é 23,9°C. Como este valor é maior do que a TPO de projeto, não há
risco de isto acontecer em Belém do Pará.
216
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onde: QP ,C carga térmica em paredes ou coberturas (W), U coeficiente global de transferência de calor da
parede ou da cobertura (W/m2.°C), A área da superfície da parede ou da cobertura (m2), CLTDTAB valor
tabelado de diferença de temperatura para cálculo de carga térmica em paredes e coberturas (°C), tS
temperatura de projeto do ambiente condicionado (°C, bulbo seco), e tae temperatura média do ar externo
(°C, bulbo seco).
Na cobertura, a área A refere-se a do ambiente condicionado que se encontra sob a cobertura,
considerando as dimensões externas da edificação; nas paredes, as áreas devem ser calculadas com as
dimensões externas, para um cálculo mais conservador. Os valores de CLTDTAB apresentados nas Tabelas 6.5
(paredes externas) e 6.6 (coberturas) foram obtidos nas seguintes condições:
EXTERNAS: Belém do Pará, 1º 27’ de Latitude Sul, dia 21 do mês de outubro;
Superfície escura;
Nenhum sombreamento externo;
Albedo (emissividade da vizinhança) de 0,20;
Céu claro e sem nuvens;
Coeficiente externo de transferência de calor por convecção igual a 17 W/ m2.°C;
Temperatura máxima externa de bulbo seco igual a 35 °C com variação diária média de 11,6 ºC, e
temperatura média externa de bulbo seco igual a 29,4 °C.
INTERNAS: Temperatura constante do ambiente condicionado em 25,5 °C;
Coeficiente interno de transferência de calor por convecção de 8 W/m2.°C.
Em dada localidade, as condições de projeto assumidas raramente coincidem com as usadas para obter
a CLTDTAB . Assim, os dois últimos termos da Equação (6.3) representam correções dos valores dessas
temperaturas. A temperatura externa média de bulbo seco é obtida por:
onde: tae temperatura externa de projeto (°C, bulbo seco), e tmd variação média diária da temperatura
externa no mês mais quente (°C, bulbo seco).
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Para obter a CLTDTAB em paredes externas, na Tabela 6.5, válida na latitude de Belém do Pará,
precisa-se três informações: tipo de parede, sua orientação e a hora do dia. A Tabela 6.7 é usada para selecionar
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o tipo de parede em função de duas características: (a) o coeficiente global de transferência de calor, e (b) o
principal material componente da parede.
Condutância térmica na parede: corresponde ao inverso do somatório das resistências térmicas de
cada camada que compõe a parede externa, e de suas resistências convectivas internas e externas. A resposta
térmica da parede externa depende fortemente desse valor.
Material principal da parede externa: o material principal da parede corresponde ao mais massivo.
Numa parede composta de várias camadas a camada massiva é a que apresenta maior densidade, ou seja,
kg/m² de parede.
A Tabela 6.9 apresenta uma descrição dos códigos de camadas de materiais que compõem paredes
externas e coberturas, e suas propriedades termofísicas e espessuras correspondentes. Na Tabela 6.7, o
material principal C4 corresponde a 100 mm de tijolo comum, como pode ser visto na Tabela 6.9.
Para obter a CLTDTAB em coberturas, na Tabela 6.6, válida na latitude de Belém do Pará, precisa-se
duas informações: tipo de parede, e a hora do dia. A Tabela 6.8 é usada para selecionar o tipo de cobertura em
função de três características: (a) o coeficiente global de transferência de calor, (b) o principal material
componente da cobertura, e (c) a presença ou não de forro suspenso. O forro suspenso está presente quando
um espaço de ar, telha acústica ou material similar, com ou sem isolamento, localiza-se abaixo da estrutura da
cobertura.
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Nas Tabelas 6.5 e 6.6, os 5 tipos de paredes e 7 tipos de coberturas disponibilizados, são adequadas ao
modo dos norte-americanos comporem esses elementos construtivos, com base em necessidades impostas por
suas condições climáticas. No Brasil, as exigências são diferentes, e as camadas de isolamento térmico, que lá
são comuns, aqui, raramente são necessárias. Portanto, para calcular a condutância total e a capacidade térmica
em paredes e coberturas, construídas segundo as necessidades brasileiras, precisa-se saber como esses
elementos construtivos são realmente compostos.
A norma ABNT/NBR 15220-2 (2005) apresenta metodologias para cálculos da transmitância total e da
capacidade térmica em elementos construtivos de edificações. A Tabela 6.10 apresenta condutâncias e
capacidades térmicas em paredes externas, e a Tabela 6.11 em coberturas, adaptadas de Lamberts (2011).
Esses valores servirão para enquadrar as paredes externas ou cobertura realmente usadas, num dos tipos
disponibilizados nas Tabelas 6.5 e 6.6, com auxílio de dados obtidos nas Tabelas 6.7 (paredes externas), 6.8
(coberturas), e 6.9 (propriedades termofísicas e códigos de camadas).
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Em superfícies transparentes, tais como janelas de vidro e claraboias, os efeitos da radiação solar total
devem ser adicionados ao da condução de calor. Assim, a carga térmica em superfícies transparentes QST é
dada por:
onde: U coeficiente total de transferência de calor em vidros (W/m2.°C), A área de superfície transparente
(m2), CLTDTAB diferença tabelada de temperatura equivalente para cálculo de carga térmica em vidros (°C),
tS temperatura de projeto do ambiente condicionado (°C, bulbo seco), e tae temperatura média do ar
externo (°C, bulbo seco).
Em superfícies transparentes, os efeitos de armazenamento de calor e da latitude são desprezados. A
Tabela 6.12 apresenta os valores de CLTDTAB para calcular a carga térmica de condução em superfícies
transparentes, somente em função da hora do dia. Esses valores podem ser usados em portas de vidro com
precisão razoável. A Tabela 6.13 apresenta valores de coeficientes globais de transferência de calor para alguns
tipos de vidros.
A carga térmica devida à radiação solar total na superfície transparente é calculada por:
230
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onde: Asol área ensolarada da superfície transparente (m2), SCLsol fator de carga térmica da radiação solar
transmitida (W/m²), A área total da superfície transparente (m2), SCLsombra fator de carga térmica da
radiação solar difusa e refletida (W/m²), CSV coeficiente de sombreamento do vidro (adimensional), e CSI
coeficiente interno de sombreamento (adimensional).
A Tabela 6.14 apresenta os fatores de carga solar para cálculo de carga térmica em superfícies
transparentes, válidos para o dia 21 de novembro, em Belém do Pará. Para selecionar um valor nessa tabela,
precisamos saber o tipo de zona, a orientação da superfície transparente, e da hora do dia. Na Tabela 6.15 o tipo
de zona A, B, C ou D, na coluna vidros, pode ser selecionado em função do número de paredes externas,
cobertura do piso, tipo de divisória e extensão do sombreamento interno.
2
Tabela 6.14 em VIDROS (W/m ), BELÉM, DIA 21 DO MÊS DE NOVEMBRO.
ZONA A HORA SOLAR
ORIENTAÇÃO 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
N 59,9 85,1 104,0 116,6 126,1 126,1 119,8 107,2 91,4 63,0 22,1
NE 230,1 217,5 163,9 145,0 138,7 132,4 122,9 110,3 91,4 63,0 25,2
E 573,8 605,3 523,3 356,2 220,7 170,2 141,9 119,8 94,6 66,2 25,2
SE 570,6 630,5 599,0 498,1 353,1 223,8 163,9 129,3 100,9 69,4 25,2
S 223,8 283,7 321,6 346,8 359,4 362,5 353,1 337,3 302,6 239,6 85,1
SW 59,9 85,1 104,0 126,1 217,5 362,5 504,4 614,7 665,2 592,7 201,8
W 59,9 85,1 104,0 116,6 126,1 220,7 394,1 548,5 640,0 589,5 198,6
NW 59,9 85,1 104,0 116,6 126,1 126,1 135,6 192,3 249,0 242,7 78,8
HOR 296,3 501,2 680,9 813,3 885,8 892,2 829,1 703,0 513,9 286,9 116,6
ZONA B HORA SOLAR
ORIENTAÇÃO 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
N 53,6 72,5 91,4 104,0 113,5 116,6 113,5 104,0 91,4 69,4 34,7
NE 195,5 189,1 151,3 138,7 135,6 132,4 126,1 113,5 97,7 72,5 37,8
E 485,5 520,2 469,7 343,6 236,4 198,6 173,4 148,2 122,9 91,4 53,6
SE 482,3 542,2 532,8 463,4 353,1 249,0 201,8 167,1 135,6 100,9 59,9
S 192,3 245,9 283,7 312,1 327,9 337,3 337,3 324,7 302,6 249,0 119,8
SW 53,6 75,7 91,4 113,5 192,3 318,4 441,3 542,2 599,0 548,5 230,1
W 53,6 75,7 91,4 107,2 113,5 195,5 346,8 482,3 564,3 535,9 217,5
NW 53,6 72,5 91,4 104,0 113,5 116,6 126,1 176,5 223,8 223,8 88,3
HOR 252,2 428,7 589,5 712,5 791,3 813,3 778,7 684,1 535,9 346,8 198,6
ZONA C HORA SOLAR
ORIENTAÇÃO 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
N 53,6 72,5 85,1 97,7 104,0 104,0 100,9 94,6 82,0 63,0 31,5
NE 189,1 173,4 132,4 119,8 119,8 119,8 113,5 104,0 91,4 69,4 37,8
E 466,6 479,2 409,8 286,9 192,3 173,4 157,6 141,9 122,9 97,7 66,2
SE 466,6 501,2 476,0 400,4 296,3 208,1 176,5 157,6 135,6 110,3 75,7
S 195,5 236,4 264,8 286,9 299,5 305,8 302,6 293,2 271,1 223,8 104,0
SW 72,5 88,3 100,9 116,6 192,3 305,8 419,3 501,2 542,2 482,3 170,2
W 69,4 85,1 97,7 107,2 113,5 192,3 331,0 450,8 520,2 476,0 160,8
NW 56,7 75,7 88,3 100,9 107,2 107,2 116,6 167,1 211,2 201,8 69,4
HOR 274,3 431,9 564,3 665,2 721,9 731,4 690,4 602,1 466,6 302,6 182,8
ZONA D HORA SOLAR
ORIENTAÇÃO 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
N 47,3 63,0 72,5 85,1 91,4 91,4 91,4 88,3 78,8 63,0 41,0
NE 157,6 145,0 116,6 110,3 113,5 113,5 110,3 104,0 91,4 75,7 50,4
E 381,5 397,2 356,2 268,0 198,6 182,8 170,2 157,6 141,9 119,8 91,4
SE 381,5 416,1 406,7 356,2 283,7 217,5 195,5 176,5 157,6 135,6 104,0
S 170,2 204,9 230,1 249,0 264,8 274,3 277,4 271,1 258,5 223,8 129,3
SW 75,7 88,3 97,7 110,3 170,2 261,7 353,1 425,6 463,4 428,7 189,1
W 72,5 85,1 94,6 100,9 107,2 170,2 280,6 378,3 438,2 413,0 173,4
NW 53,6 66,2 78,8 88,3 94,6 97,7 107,2 145,0 182,8 179,7 75,7
HOR 242,7 365,7 476,0 564,3 617,9 640,0 621,0 561,1 463,4 337,3 242,7
Na Equação (6.7), o fator de carga térmica da radiação solar transmitida SCLsol multiplica à área
ensolarada da janela Asol , pois somente essa área recebe radiação solar direta. Por outro lado, toda a área A
da janela recebe radiação solar difusa e refletida. O valor de SCLsombra deve ser selecionado numa orientação
231
CLIMATIZAÇÃO DO AMBIENTE CONSTRUÍDO Prof. Dr. Jorge E. Corrêa
que não receba radiação solar direta. Em Belém do Pará, no mês de novembro, a orientação Norte, só recebe
radiação difusa e refletida, e pode ser usada para obter o valor de SCLsombra .
Tabela 6.15 Tipo de zona para uso com fator de carga térmica solar ( ) e fator de carga
térmica interna ( ).
O coeficiente de sombreamento CSV fornece a razão entre os ganhos de calor solar num dado vidro em
relação aos ganhos num vidro de referência, para levar em conta os vários tipos existentes. Na Tabela 6.16 os
valores de CSV são apresentados em função do tipo de vidro e da sua espessura nominal. Observa-se que o
vidro de referência é o comum claro com 3 mm de espessura, com CSV 1 .
232
CLIMATIZAÇÃO DO AMBIENTE CONSTRUÍDO Prof. Dr. Jorge E. Corrêa
fortemente o ganho de calor: tecidos claros, e com menor abertura entre as fibras, refletem bastante e reduzem o
ganho solar. Por outro lado, tecidos escuros aumentam esses ganhos. Em persianas, o material, a inclinação, e a
cor das lâminas influenciam bastante o CSI . Normalmente, lâminas verticais são mais largas e feitas de algum
material leve, semelhante aos tecidos; lâminas horizontais são feitas de material metálico ou plástico, com peso
médio.
Os dispositivos de sombreamento externo podem reduzir em até 80% a carga térmica solar em superfícies
transparentes, pois interceptam os raios solares antes as atinjam. As janelas podem ser sombreadas
externamente por brises verticais ou horizontais, como os mostrados na Figura 6.8. Nesse caso, é importante
saber quanto da superfície transparente é coberta por sombras projetadas pelos brises, para calcular a área
ensolarada e a carga térmica da radiação solar na Equação (6.32).
A capacidade de brises horizontais interceptarem a radiação solar direta depende de sua geometria e do
ângulo Ω, definido como a diferença angular entre um plano horizontal e o plano inclinado que intercepta a
superfície transparente, e contém os raios solares diretos, como na Figura 6.28. A Tabela 6.18 apresenta as
sombras projetadas, em metro/metro de profundidade, por brises horizontais ( SH / PH ) e verticais ( SW / PV ) em
Belém do Pará, no dia 21 de novembro. Assim, a área ensolarada da superfície transparente, é dada por:
Asol [W ( SW RW )][ H ( SH RH )]
(6.8)
233
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onde: Qdiv carga térmica na parede divisória (W), U condutância total na parede divisória (W/m² °C), A
área da parede divisória (m²), tadj temperatura média do ambiente adjacente na hora considerada (°C), e tS
temperatura do ambiente condicionado (°C, bulbo seco, admitida constante).
Tabela 6.18 – Sombras projetadas por brises horizontais e verticais, dia 21 de novembro, em
Belém-PA, em metro/metro de profundidade.
BRISE HORIZONTAL BRISE VERTICAL
HORA SH / PH SW / PV
N NE E SE S SO O NO N NE E SE S SO O NO
06:00 --- 0,0 0,0 0,0 0,0 --- --- --- --- 1,5 0,2 0,7 5,4 --- --- ---
07:00 --- 0,5 0,3 0,3 1,4 --- --- --- --- 1,5 0,2 0,7 5,3 --- --- ---
08:00 --- 1,0 0,6 0,7 2,8 --- --- --- --- 1,5 0,2 0,7 4,9 --- --- ---
09:00 --- 1,9 1,0 1,1 4,1 --- --- --- --- 1,6 0,2 0,6 4,1 --- --- ---
10:00 --- 3,7 1,7 1,8 5,1 --- --- --- --- 2,0 0,3 0,5 2,9 --- --- ---
11:00 --- 15,2 3,7 3,2 5,8 --- --- --- --- 4,7 0,7 0,2 1,5 --- --- ---
12:00 --- --- --- 8,5 6,0 8,5 --- --- --- --- --- 1,0 0,0 1,0 --- ---
13:00 --- --- --- --- 5,8 3,2 3,7 15,2 --- --- --- --- 1,5 0,2 0,7 4,7
14:00 --- --- --- --- 5,1 1,8 1,7 3,7 --- --- --- --- 2,9 0,5 0,3 2,0
15:00 --- --- --- --- 4,1 1,1 1,0 1,9 --- --- --- --- 4,1 0,6 0,2 1,6
16:00 --- --- --- --- 2,8 0,7 0,6 1,0 --- --- --- --- 4,9 0,7 0,2 1,5
17:00 --- --- --- --- 1,4 0,3 0,3 0,5 --- --- --- --- 5,3 0,7 0,2 1,5
18:00 --- --- --- --- 0,0 0,0 0,0 0,0 --- --- --- --- 5,4 0,7 0,2 1,5
Os valores de U em paredes internas podem ser obtidos na Tabela 6.10. A temperatura do ambiente
adjacente pode ser muito diferente da temperatura do ambiente condicionado. Por exemplo, em uma cozinha
industrial a temperatura do ar pode ser de 8 a 28°C superior à do ar externo. Sempre que possível, a
temperatura do ambiente adjacente deve ser medida. Se nenhuma informação está disponível, exceto que o
ambiente adjacente é parte comum da edificação, não contém fontes internas de calor, e seus ganhos de calor
solar são pequenos, sua temperatura pode ser admitida 3°C inferior à do ar externo, na hora considerada. Em
pisos assentados diretamente no solo, ou tendo abaixo um porão sem ventilação, essas cargas térmicas podem
ser desprezadas.
As fontes internas de calor que podem contribuir para a carga térmica do ambiente condicionado
agrupam-se em três categorias: ocupantes (pessoas), iluminação (lâmpadas e luminárias) e utensílios
(equipamentos de cozinha, escritório e elétricos diversos). Para ocupantes, e alguns tipos de utensílios, os
ganhos de calor compõem-se de calor sensível e de calor latente. O calor latente é carga térmica instantânea,
pois o vapor liberado integra-se imediatamente ao ar do ambiente condicionado. O calor sensível apresenta uma
fração convectiva e outra radiativa: a primeira converte-se imediatamente em carga térmica; a segunda interage
termicamente com as superfícies do ambiente, é absorvida e armazenada, e liberada paulatinamente por
convecção, como carga térmica do ambiente. A Figura 6.9 mostra os efeitos do armazenamento de energia sobre
a carga térmica de iluminação: observa-se que carga térmica persiste mesmo depois que as luzes são
apagadas, pois a radiação que foi armazenada, agora está sendo liberada. As frações radiantes das outras duas
categorias de ganhos de calor comportam-se do mesmo modo em relação à carga térmica, considerando que o
evento luzes acendidas corresponde a ligar um equipamento ou uma pessoa entrar no ambiente. Os fatores de
cargas térmicas CLF quantificam esses comportamentos.
234
CLIMATIZAÇÃO DO AMBIENTE CONSTRUÍDO Prof. Dr. Jorge E. Corrêa
O maior problema para fazer boas estimativas dessas cargas térmicas é a ausência de informações
sobre os exatos padrões de ocupação, uso de iluminação, e de operação de equipamentos na edificação. Por
exemplo, não é razoável assumir num grande edifício comercial que todos os ocupantes estão presentes, todas
as luzes estão acesas, e todos os equipamentos estão ligados; entretanto, numa sala qualquer desse edificação,
é bem possível que isto ocorra. Assim, cada edificação deve ser examinada pelo projetista com base nas
informações disponíveis, a fim de estabelecer padrões adequados de utilização das cargas internas, sob pena de
sobredimensionar os cálculos da carga térmica.
Ocupantes (Pessoas)
A carga térmica latente QL,ocup e a sensível QS ,ocup dos ocupantes são dadas por:
onde: qL,ocup taxa de dissipação de calor latente (W/pessoa), qS ,ocup taxa de dissipação de calor sensível
(W/pessoa), N máx número máximo de pessoas esperado para ocupar o ambiente condicionado, e CLF
fatores de carga térmica para ocupantes (adimensional).
As taxas médias de dissipação de calor por uma pessoa dependem de sua atividade, variando de 100 W
para uma pessoa em repouso, a mais de 500 W para atividade física intensa. A Tabela 6.19 apresenta taxas
típicas de dissipação de calor, em várias atividades, em ambientes onde normalmente ocorrem. Observa-se que
em repouso o calor latente corresponde a 1/3 da dissipação total de calor, podendo alcançar 2/3 em atividades
mais intensas. A dissipação de calor sensível se faz por convecção e radiação. O calor latente e a fração
convectiva do calor sensível são cargas térmicas instantâneas. Por outro lado, a fração radiativa converte-se
gradualmente em carga térmica ao longo do tempo.
Geralmente, o calor dissipado pelos ocupantes constitui uma parcela significativa dos ganhos de calor
total numa edificação, e podem ser dominantes em ambientes com altas razões de ocupação, tais como,
cinemas, teatros, salas de concerto, igrejas, e assemelhados. Os valores fornecidos na Tabela 6.19 são precisos
o suficiente para aplicações a que se destinam. Entretanto, em qualquer momento, é sempre difícil prever o
número de ocupantes numa edificação. No cálculo da carga térmica é comum assumir os ambientes com sua
ocupação máxima. Na ausência de melhores informações, as razões de ocupação (m²/pessoa) na Tabela 6.20
podem ser usadas para prever o número máximo de ocupantes N máx nos ambientes listados. Assim, basta
235
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dividir a área do piso pela razão de ocupação correspondente, para obter uma previsão do número máximo de
pessoas naquele ambiente condicionado.
Tabela 6.19 – Taxas de dissipação de calor por ocupante do ambiente condicionado (W/pessoa).
Notas:
(a) Os valores ajustados são baseados numa porcentagem normal de homens, mulheres e crianças nos ambientes listados,
considerando que correspondem a 85% nas mulheres, e 75% nas crianças, das taxas de um homem adulto.
(b) Os valores foram obtidos considerando 24°C a temperatura de bulbo seco do ambiente condicionado. Para 27°C, o total
permanece o mesmo, mas o calor sensível deve ser reduzido em cerca de 20%, e o latente elevado na mesma proporção.
A Tabela 6.21 apresenta os fatores de carga térmica CLF para ocupantes e equipamentos instalados
sem coifa. Esses valores foram gerados considerando que 70% da taxa de dissipação de calor sensível é a
fração radiante e 30% a convectiva. Para selecionar um valor de CLF são necessárias as seguintes
informações: total de horas no ambiente, número de horas que adentrou no ambiente ou ligou o equipamento,
tipo de zona e hora do dia.
A hora do dia refere-se à hora em que o cálculo da carga térmica é realizado. O tipo de zona A, B, C ou D
é selecionado na Tabela 6.15, na coluna correspondente de pessoas e equipamentos, de acordo com
informações pertinentes à zona térmica em questão. Por exemplo, se a instalação de ar condicionado funciona
24 horas/dia, e os ocupantes estão no ambiente condicionado das 08:00 às 18:00 horas, então às horas no
ambiente será 10 horas. Se a zona for tipo A, o CLF para a carga térmica calculada às 10:00 horas será 0,88.
Nesse caso, há duas horas os ocupantes estão no ambiente condicionado.
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O CLF será sempre unitário nas seguintes situações: (a) instalação de ar condicionado não funciona 24
horas/dia, (b) em teatros, cinemas e auditórios, e (c) quando a razão de ocupação é inferior a 1 m2/pessoa.
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Iluminação artificial
É a de maior magnitude das fontes internas de calor, e sua estimativa correta se faz extremamente
necessária. Os ganhos instantâneos de calor podem ser muito diferentes do equivalente ao suprimento de
potência elétrica às lâmpadas, no mesmo instante. A fonte de calor primária da iluminação são os elementos
emissores de luz das lâmpadas, embora algum calor adicional possa estar associado às luminárias que as
abrigam. A carga térmica da iluminação é dada por:
onde: Qilum carga térmica devido à iluminação (W), Pelet potência elétrica instalada (W), Fu fator de uso
(adimensional), Freator fator do reator (adimensional), e CLF fator de carga térmica para iluminação
(adimensional).
A potência elétrica instalada é a soma da potência nominal de todas as lâmpadas, sejam de uso geral
(corredores) ou de visualização (iluminação de postos de trabalho). O fator de uso é a razão da potência elétrica
usada, para a qual os ganhos de calor são considerados no cálculo da carga térmica, pela potência total
instalada. Em lojas comerciais esse fator de uso normalmente é unitário. O fator do reator é a razão entre o
consumo de potência elétrica da luminária (lâmpadas + reatores) e o consumo nominal somente das lâmpadas.
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Em lâmpadas incandescentes comuns e halogêneas esse fator é unitário. Em lâmpadas fluorescentes, o fator
considera o consumo de potência no reator, bem como a influência do reator no consumo da lâmpada. Para
reatores eletrônicos, o fator de correção pode ser inferior a um.
Sempre que possível, o projetista deve usar valores de potência elétrica fornecidos nos catálogos dos
fabricantes. Para lâmpadas de descarga de alta intensidade (vapor metálico, de mercúrio, e de sódio), o
consumo de potência elétrica deve ser disponibilizado pelos fabricantes de luminárias. A Tabela 6.22 apresenta
descrição de vários tipos de luminárias, o tipo de reator, a potência elétrica por lâmpada, a quantidade de
lâmpadas por luminária, a potência nominal das lâmpadas e da luminária, e o fator do reator.
Para uma edificação a ser construída, ou em reforma, onde o projeto elétrico detalhado não está
disponível, os ganhos máximos de calor da iluminação podem ser estimados com as densidades de potência
elétrica (LPD – Lighting Power Densities), apresentadas na Tabela 6.23. Para determinar a potência elétrica
máxima instalada, basta multiplicar os valores de LPD pela área do piso do ambiente condicionado.
A Tabela 6.24 apresenta os fatores de carga térmica CLF para iluminação. Esses valores foram gerados
considerando que 60% da taxa de dissipação de calor sensível é a fração radiante e 40% a convectiva. Para
selecionar um valor de CLF as seguintes informações são necessárias: total de horas no ambiente, número de
horas desde que as luzes foram acesas, tipo de zona e hora do dia.
A hora do dia refere-se à hora em que o cálculo da carga térmica é realizado. O tipo de zona A, B, C ou D
é selecionado na Tabela 6.15, na coluna correspondente de iluminação, de acordo com informações pertinentes
à zona térmica em questão. Por exemplo, se a instalação de ar condicionado funciona 24 horas/dia, e as luzes
devem permanecer acesas das 08:00 às 18:00 horas, então teremos luzes acesas por 10 horas. Se a zona for
tipo B, para calcular a carga térmica às 12:00 horas o CLF será 0,88. Nesse caso, há quatro horas as luzes
foram acesas.
O CLF será sempre unitário nas seguintes situações: (a) instalação de ar condicionado não funciona 24
horas/dia, (b) em teatros, cinemas e auditórios, e (c) quando a razão de ocupação é inferior a 1 m2/pessoa.
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Tabela 6.22 – Potência elétrica nominal e fator de reator para vários tipos de luminárias (ASHRAE,
2005).
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Tabela 6.22 (conclusão) – Potência elétrica nominal e fator de reator para vários tipos de luminárias
(ASHRAE, 2005).
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Tabela 6.23 (conclusão) – Densidades de potência elétrica LPD para ambientes condicionados
comuns e especiais em W/m² de área de piso (Spitler, 2010).
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Calcular as cargas térmicas dessas fontes internas de calor é bem mais subjetivo do que fazê-los para
ocupantes e iluminação. Mesmo assim, existem muitos dados disponíveis, e quando usados criteriosamente,
fornecem resultados confiáveis. Portanto, uma avaliação cuidadosa dos cronogramas operacionais e do fator de
carga para cada equipamento é essencial.
Motores elétricos. Quando o equipamento acionado e o motor elétrico estão dentro do ambiente
condicionado, o ganho de calor sensível é dado por:
Se o equipamento acionado está dentro do ambiente condicionado e o motor elétrico fora, o ganho de
calor sensível é dado por:
Se o equipamento acionado está fora do ambiente condicionado e o motor elétrico dentro, o ganho de
calor sensível é dado por:
1 mot
qmot Pmot FUM FCM (6.13c)
mot
onde: qmot calor sensível dissipado no motor elétrico (W), Pmot potência nominal do motor elétrico (W),
mot eficiência nominal do motor elétrico (adimensional, fração decimal < 1,0), FUM fator de uso do motor
(adimensional, fração decimal ≤ 1,0), e FCM fator de carga do motor (adimensional, fração decimal ≤ 1,0).
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O fator de uso FUM é para ser aplicado quando o uso do motor é intermitente, com períodos de parada
significativos durante o tempo de operação, como, por exemplo, no acionamento de portas basculantes. Nesses
casos, o fator de uso em qualquer hora, corresponde à fração de hora que o motor realmente funciona durante a
hora considerada. Em aplicações comuns FUM 1 .
O fator de carga FCM corresponde à fração da carga nominal do motor considerada no cálculo da carga
térmica. Geralmente, a dissipação de calor no motor elétrico é proporcional à sua carga, porém dentro dos limites
de sobrecarga. Em virtude de correntes elétricas elevadas com o motor operando em vazio (sem carga), perdas
fixas, e outras razões que aqui não cabem tratar, FCM 1 . Portanto, nenhum ajuste deve ser feito para operação
em sub e sobrecarga, sem que a situação esteja bastante esclarecida, e sem que dados confiáveis possam ser
obtidos nos catálogos dos fabricantes.
Se os dados disponíveis não permitem usar as equações, a alternativa é usar a Tabela 6.25, que fornece
valores de eficiências típicas e ganhos de calor, para situações em que o motor ou a carga podem ou não estar
no ambiente condicionado. As eficiências típicas são baseadas nas médias das menores eficiências reportadas
em catálogos de vários fabricantes. A carga térmica em motores elétricos é dada por:
onde: qmot calor sensível dissipado no motor elétrico (W), e CLF fator de carga térmica em equipamentos
sem coifa (adimensional), obtidos na Tabela 6.21.
Tabela 6.25 – Taxas de ganhos de calor e eficiências em plena carga de motores elétricos.
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Utensílios de cozinha. No cálculo da carga térmica os ganhos de calor em utensílios elétricos, a gás, ou
a vapor, usados na preparação de alimentos, devem ser incluídos. Em cozinhas comerciais, existe uma
variedade enorme desses utensílios, com várias formas, e instalados de diversas maneiras que tornam suas
estimativas de cargas térmicas tremendamente subjetivas.
As taxas médias de ganhos de calor nesses utensílios podem ser obtidas na Tabela 6.26 para instalação
com ou sem coifa. Na instalação com coifa, deve-se considerar a presença de um sistema de exaustão mecânica
com ventilador, dimensionado adequadamente. A Figura 6.10 mostra um fogão elétrico instalado com coifa.
Nesse caso, os ganhos de calor são basicamente por radiação, pois a coifa coleta todo o ar quente e úmido,
proveniente da convecção e do vapor d’água liberado no cozimento dos alimentos, e o direciona para fora do
ambiente condicionado. Se o fogão fosse instalado sem coifa, o ar quente e úmido permaneceria no ambiente
como carga térmica instantânea, com parcelas sensível e latente. A carga térmica em utensílios de cozinha é
dada por:
onde: qcoz calor sensível dissipado no utensílio (W), e CLF fator de carga térmica em utensílios de cozinha
(adimensional), obtidos na Tabela 6.21 (para instalação sem coifa) ou na Tabela 6.29 (para instalação com coifa).
Equipamentos de escritório. Computadores, impressoras, copiadoras, etc., podem gerar ganhos de calor
significativos, algumas vezes maiores que os outros ganhos internos combinados. Os dados de consumo de
potência elétrica, apresentados nas placas de identificação dos equipamentos, que corresponde aos ganhos de
calor (radiante + convectivo), raramente refletem o consumo real. Pesquisas da mostraram que para
potências de placa abaixo de 1.000 W os ganhos de calor variam de 25 a 50% desses valores. Se a potência de
placa é a única informação disponível, admitir os ganhos de calor como 50% desse valor é um procedimento
bastante conservador. A Tabela 6.27 apresenta as taxas de ganhos de calor em vários equipamentos de
escritório, tais como, computadores, monitores (CRT e LCD), impressoras laser e copiadoras.
Outra forma de estimar as cargas térmicas em equipamentos de escritório baseia-se em ganhos de calor
(taxas de ganhos de calor por unidade de área do piso) expressos por densidades típicas de carga. A Tabela 6.28
apresenta essas taxas, descrevendo de modo bastante subjetivo, as situações em que podem ser utilizadas.
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Assim, para determinar os ganhos de calor basta multiplicar o fator de ganho de calor correspondente pela área
do piso. A carga térmica em equipamentos de escritório é dada por:
onde: qesc calor sensível dissipado no equipa,mento (W), e CLF fator de carga térmica em equipamentos
de escritório, obtidos na Tabela 6.21.
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Tabela 6.26 (conclusão) – Taxas de ganhos de calor em utensílios de cozinha (ASHRAE, 2005).
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Ao fluxo de ar incontrolável e não intencional, que penetra por frestas localizadas nos perímetros de
janelas e pelo acionamento de portas, denomina-se infiltração. Esse fluxo é causado pelo vento, pela diferença
de temperatura entre o ar externo e o ar interno, por pressões originadas na própria edificação e pelo abrir e
fechar de portas. Denomina-se ventilação ao ar externo introduzido mecanicamente pelo próprio sistema, a fim
de renovar o ar no ambiente condicionado, e mantê-lo de acordo com os parâmetros mínimos de qualidade do ar
interno. Considera-se tanto a infiltração como a ventilação nas análises psicrométricas do sistema, a fim de
estabelecer a vazão de ar insuflado no ambiente condicionado. As cargas térmicas sensíveis, QS ,ae , e latentes,
QL,ae , do ar externo são dadas por:
Vae
QS ,ae c pa tae tS (6.15a)
vae
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Vae
QL,ae Wae WS hvsat,ae (6.15b)
vae
onde: Vae vazão total de ar externo (m3/s), vae volume específico do ar externo (m3/kga),
c pa 1.000 J/kga °C = calor específico do ar externo à pressão constante, tae temperatura do ar externo na
hora considerada (ºC), tS temperatura de bulbo seco do ar no ambiente condicionado (ºC), Wae umidade
absoluta do ar externo na hora considerada (kgv/kga), WS umidade absoluta do ar no ambiente condicionado
(kgv/kga), e hvsat,ae entalpia do vapor saturado na temperatura do ar externo (J/kgv).
Infiltração
As cargas térmicas de infiltração devem ser consideradas sempre que a ventilação não é suficiente para
manter uma pressão positiva no ambiente condicionado, evitando que ocorra infiltração de ar. Manter uma
pressão positiva exige um balanceamento correto dos sistemas de insuflação e exaustão de ar que atendem o
ambiente condicionado. Nesse caso, o excesso do ar de ventilação mantém o ar interno escoando sempre para
fora do ambiente condicionado por frestas de janelas e/ou portas que são acionadas. A Tabela 6.30 fornece
valores de infiltração de ar externo em portas e janelas, que podem ser usados para estimar a infiltração total de
ar nos ambientes condicionados.
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Ventilação
onde: Vae vazão eficaz de ar externo para ventilação (L/s), N máx número máximo de ocupantes, na zona de
ventilação do ambiente condicionado, Fp vazão por ocupante (L/s.pessoa), Aac área útil ocupada no
ambiente condicionado (m²), e Fa vazão por área útil ocupada (L/s.m²).
A Tabela 6.31 apresenta valores dos fatores Fp e Fa correspondentes às vazões mínimas de ar externo
para ventilação de ambientes condicionados, para uso na Equação (6.16). Para mais informações sobre
ventilação de ambientes condicionados consultar NBR 16401:3 (ABNT, 2008) ou ASHRAE Standard 62.1 (ANSI,
2007).
O material apresentado é adequado para cálculos manuais da estimativa de carga térmica; uma tarefa
tediosa, principalmente se a edificação tem muitos compartimentos. Entretanto, o procedimento foi planejado
para eliminar as repetições tanto quanto possível e assegurar que o trabalho seja feito sem percalços.
Geralmente, as horas são selecionadas de modo que o pico de carga térmica seja obtido quando as
cargas de todos os compartimentos forem somadas. Para evitar trabalho extra, as seguintes regras são úteis:
A orientação das superfícies transparentes é muito importante, especialmente se a parede tem uma
grande quantidade de vidros. Nesse caso, as tabelas de servem de guia para identificar a hora em
que ocorrerá o pico de carga;
Paredes e telhados pesados tendem a ter picos de carga de resfriamento próximo do final da tarde;
entretanto, essas superfícies não são críticas na determinação da hora em que ocorrerá o pico de carga
total;
Cargas internas (ocupantes, luzes e equipamentos) em ambientes condicionados geralmente
determinam a hora do pico de carga; isto ocorre quando as luzes são desligadas e as pessoas deixam o
ambiente. Por exemplo, no horário comercial normal isto ocorre por volta de 18h00min;
Os picos de carga devido à infiltração e renovação de ar no ambiente condicionado ocorrem geralmente
por volta de 15h00min; entretanto, isto não determina a hora de pico de carga.
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D Fp Fa
AMBIENTES (Pessoas/ (L/s.pessoa) (L/s.m²)
100m²) Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3
Comércio Varejista
Supermercado popular 12 3,8 4,8 5,7 0,3 0,4 0,5
Salão de beleza ou Barbearia 25 10,0 12,5 15,0 0,6 0,8 09
Lojas em geral 15 3,8 4,8 5,7 0,6 0,8 0,9
Lavanderia (Self-Service) 20 3,8 4,8 5,7 0,3 0,4 0,5
Edifícios de Escritórios
Recepção/Hall 10 2,5 3,1 3,8 0,3 0,4 0,5
Salas de diretoria 6 2,5 3,1 3,8 0,3 0,4 0,5
Escritório com baixa densidade 11 2,5 3,1 3,8 0,3 0,4 0,5
Escritório com média densidade 14 2,5 3,1 3,8 0,3 0,4 0,5
Escritório com alta densidade 20 2,5 3,1 3,8 0,3 0,4 0,5
Salas de reunião 50 2,5 3,1 3,8 0,3 0,4 0,5
CPD (sem impressoras) 4 2,5 3,1 3,8 0,3 0,4 0,5
Salas de digitação 60 2,5 3,1 3,8 0,3 0,4 0,5
Call Center 60 3,8 4,8 5,7 0,6 0,8 0,9
Bancos
Área de público 41 3,8 4,8 5,7 0,3 0,4 0,5
Caixa forte 5 2,5 3,1 3,8 0,3 0,4 0,5
Edifícios Públicos
Aeroporto - saguão 15 3,8 5,3 5,7 0,3 0,4 0,5
Aeroporto – salas de embarque 100 3,8 5,3 5,7 0,3 0,4 0,5
Bibliotecas 10 2,5 3,5 3,8 0,6 0,8 0,9
Museus e galerias de arte 40 3,8 5,3 5,7 0,3 0,4 0,5
Locais de cultos 120 2,5 3,5 3,8 0,3 0,4 0,5
Teatro, cinema e auditórios (plateia) 150 2,5 3,5 3,8 0,3 0,4 0,5
Estabelecimentos Esportivos
Ginásio coberto (área de público) 150 3,8 4,8 5,7 0,3 0,4 0,5
Fitness Center (sala de aeróbica) 40 10,0 12,5 15,0 0,3 0,4 0,5
Fitness Center (sala de aparelhos) 10 5,0 6,3 7,5 0,6 0,8 0,9
Estabelecimentos de Ensino
Salas de aulas 35 5,0 6,3 7,5 0,6 0,8 0,9
Laboratórios de informática 25 5,0 6,3 7,5 0,6 0,8 0,9
Laboratórios de ciências 25 5,0 6,3 7,5 0,9 1,1 1,4
Hotéis
Apartamentos --- 5,5 6,9 10,3 --- --- ---
Lobby, sala de jantar 30 3,8 4,8 5,7 0,3 0,4 0,5
Salas de convenção 120 2,5 3,1 3,8 0,3 0,4 0,5
Dormitórios coletivos 20 2,5 3,1 3,8 0,3 0,4 0,5
Restaurantes, bares e diversão
Restaurantes (salão de refeição) 70 3,8 4,8 5,7 0,9 1,1 1,4
Bares (salão de coquetéis) 100 3,8 4,8 5,7 0,9 1,1 1,4
Cafeteria, lanchonete, refeitório 100 3,8 4,8 5,7 0,9 1,1 1,4
Salão de jogos 120 3,8 4,8 5,7 0,9 1,1 1,4
Discoteca, danceteria 100 10,0 12,5 15,0 0,3 0,4 0,5
Salão de jogos eletrônicos 20 3,8 4,8 5,7 0,9 1,1 1,4
NOTAS:
Nível 1 – Vazão mínima de ar externo para ventilação.
Nível 2 – Vazão intermediária de ar externo para ventilação.
Nível 1 – Vazão de ar externo para ventilação, que segundo estudos, mostram evidências de redução de reclamações e
manifestações alérgicas dos ocupantes.
O nível a ser utilizado no projeto (1, 2 ou 3) deve ser definido entre o cliente e o projetista.
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