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Universidade Estadual de Santa Cruz

Curso de Engenharia Elétrica


Disciplina de Qualidade da Energia Elétrica

Fator de Potência
ou
Fator de Deslocamento
Prof. Adjeferson Custódio Gomes
E-mail: acgomes@uesc.br

24 de dezembro de 2019
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Curso de Engenharia Elétrica
Disciplina de Qualidade da Energia Elétrica

O Fator de Potência
• O “FP” é a medida da eficiência de uma
instalação elétrica.
• Ele nos mostra qual a percentagem da Potência
Total (PAp) está sendo aproveitada sob a forma
de Potência Ativa (PAt) e, por conseguinte,
convertida em trabalho.
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Fator de Potência
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Fator de Potência
Definição PRODIST Módulo 1: Razão
entre a energia elétrica ativa e a raiz
quadrada da soma dos quadrados das
energias elétricas ativa e reativa,
consumidas em um mesmo período
especificado.
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Fator de Potência
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Fator de Potência
Definição PRODIST Módulo 1:
Fator de potência de referência: Valor usado como
referência para comparação com o fator de potência
medido.
Fator de potência típico: Fator de potência
característico de unidades consumidoras ou centrais
geradoras.
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Fator de Potência de Deslocamento

• O Fator de Potência de Deslocamento


(“Fator de Deslocamento”) considera
apenas a defasagem entre a corrente e a
tensão na frequência fundamental (60Hz).
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Fator de Potência de Deslocamento

𝑷 𝑷
𝐜𝐨𝐬 𝝋 = =
𝑺 𝑷𝟐 + 𝑸𝟐
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Fator de Potência de Deslocamento


• O “Fator de Deslocamento” somente será igual ao
“Fator de Potência Real” se, e somente se, as formas de
onda de tensão e corrente forem totalmente senoidais,
sem qualquer distorção harmônica, ou seja, somente
para cargas totalmente lineares (esta é uma questão
tratada somente como hipótese diante da realidade
dos sistemas elétricos atuais).
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Fator de Potência de Deslocamento


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Fator de Potência Real


• O fator de Potência Real considera a defasagem entre
tensão e corrente, os ângulos de defasagem de cada
harmônica e a Potência Reativa para produzi-las.
• Neste caso, os instrumentos de medição devem indicar o
valor “TRUE RMS”.
• Na presença de distorções harmônicas no circuito o
triângulo das potências ganha uma terceira dimensão, veja
a seguir:
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Fator de Potência Real


𝑰𝟏 × 𝐜𝐨𝐬 𝝋
𝑭𝑷 =
𝑰𝟐𝟏 + σ𝒏𝒊=𝟐 𝑰𝟐𝒊

𝑷 σ𝒉 𝑽𝒉 𝑰𝒉 cos 𝜑ℎ
𝑭𝑷 = =
𝑺
σ𝒉 𝑽𝟐𝒉 σ𝒉 𝑰𝟐𝒉
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Mudanças Propostas no PRODIST


• Procedimentos de Distribuição - 12/04/2011;

• Agência Nacional De Energia Elétrica – ANEEL -


Resolução Normativa Nº ??? de 2012;

• Nota Técnica n° 0083/2012-SRD/ANEEL;

• Análise de Contribuições Referente à Audiência Pública


Nº 065/2012 – em 2013.
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A Importância do FP
• A Legislação brasileira estabelece que o FP mínimo
admitido é de 0,92. Isto significa dizer que as unidades
consumidoras deverão transformar em Potência Ativa no
mínimo 92% da Potência recebida (Potência Aparente).
• Caso as instalações elétricas do consumidor apresentem
uma eficiência inferior a 92%, caberá à Concessionária a
cobrança de multa por baixo FP. Essa multa é cobrada
diretamente na Fatura entregue ao Consumidor.
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Correção do FP
• Se constatar que a Concessionária está lhe cobrando multa devido ao
seu baixo FP, será sua a responsabilidade de resolver o problema.
Existem diversas maneiras de se corrigir um baixo FP e, por
conseguinte, deixar de pagar multa.
• A forma mais prática de se elevar o valor do FP é através da instalação
de capacitores nas grandes cargas indutivas, no barramento de BT
(Baixa Tensão), na entrada de energia de Alta Tensão (AT) ou ainda na
extremidade dos circuitos alimentadores.
• Apenas uma análise apurada poderá indicar qual local é o mais
adequado para a instalação dos capacitores.
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Principais Causas de um Baixo Fator de


Potência
Os mais comuns são:
• Lâmpadas de descarga (fluorescentes, vapor de mercúrio, vapor de
sódio);
• Transformadores operando em vazio (sem carga) ou com muito baixa
carga;
• Uma grande quantidade de pequenos motores;
• Tensão acima da nominal;
• Motores de indução operando em vazio ou superdimensionados
(operando com pequenas cargas.
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Consequências de um Baixo Fator de


Potência
• Perdas na instalação – As perdas de energia elétrica ocorrem em
forma de calor (efeito Joule) proporcionalmente ao aumento da
corrente, provocando maior aquecimento de condutores e
equipamentos.
• Quedas de Tensão – O aumento da corrente devido ao excesso de
energia reativa leva a quedas de tensão acentuadas. As quedas de
tensão podem provocar ainda, a diminuição da intensidade luminosa
das lâmpadas e o aumento da corrente e temperatura de motores.
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Consequências de um Baixo Fator de


Potência
• Sub-utilização da capacidade instalada – A presença de energia
reativa numa instalação ocupa o “espaço” da energia ativa que
poderia estar sendo usada, isso leva a instalação de novas cargas
sofrerem investimentos desnecessários, afim de disponibilizar
energia ativa no sistema.
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Vantagens da Correção do Fator de


Potência
• Elevação dos níveis de tensão, melhorando o funcionamento dos
equipamentos e a utilização da instalação;
• Redução do aquecimento dos condutores, o que reduz as perdas de
energia;
• Redução dos custos de energia elétrica, não só pela eliminação do
ajuste da tarifa imposta pela concessionária, como pela redução das
perdas;
• Redução das perdas de energia, pela redução da corrente de
alimentação;
• Liberação da capacidade do sistema, permitindo a ligação de cargas
adicionais.
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Fator de Potência no PRODIST – Módulo 8


Metodologia de medição
• Os registros dos valores reativos deverão ser feitos por instrumentos
de medição adequados, preferencialmente eletrônicos, empregando o
princípio da amostragem digital e aprovados pelo órgão responsável
pela conformidade metrológica.
• O valor do fator de potência deverá ser calculado a partir dos valores
registrados das potências ativa e reativa (P, Q) ou das respectivas
energias (EA, ER), utilizando-se as seguintes fórmulas:
𝑷 𝑬𝑨
𝒇𝒑 = ou
𝑷𝟐 +𝑸𝟐 𝑬𝑨𝟐 +𝑬𝑹𝟐
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Fator de Potência no PRODIST – Módulo 8


Metodologia de medição
• O controle do fator de potência deverá ser efetuado por medição
permanente e obrigatória no caso de unidades consumidoras
atendidas pelo SDMT e SDAT e nas conexões entre distribuidoras,
ou por medição individual permanente e facultativa nos casos de
unidades consumidoras do Grupo B com instalações conectadas pelo
SDBT, observando do disposto em regulamentação.
• O resultado das medições deverá ser mantido, por período mínimo de
5 (cinco) anos, em arquivo na distribuidora.
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Fator de Potência no PRODIST – Módulo 8


Valores de referência
• Para unidade consumidora ou conexão entre distribuidoras com tensão
inferior a 230 kV, o fator de potência no ponto de conexão deve estar
compreendido entre 0,92 (noventa e dois centésimos) e 1,00 (um)
indutivo ou 1,00 (um) e 0,92 (noventa e dois centésimos) capacitivo, de
acordo com regulamentação vigente.
• Para unidade consumidora com tensão igual ou superior a 230 kV os
padrões deverão seguir o determinado no Procedimento de Rede.
• Para unidade produtora de energia, o fator de potência deve estar
compreendido entre os valores estabelecidos nos Procedimentos de Rede.
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Exemplo de Correção do Fator de Potência


• Motor ligado em 220V / trifásico / 60Hz, possui uma corrente elétrica
nominal de 93,1A e uma potência consumida de 28,2 kW.
• Determinando o fator de potência atual:
𝑃 28,2 𝑘𝑊 28,2 𝑘𝑊
𝐹𝑃 = = = = 0,79
𝑆 3 × 220 × 93,1 35,48 𝑘𝑉𝐴

• Agora com o fator de potência atual já determinado, encontre o fator de


correção na tabela.
• Multiplique 0,350 pela potência Ativa: 0,350 x 28,2 kW = 9,87 kVAr
• Conclusão: Você precisa de aproximadamente 10 kVAr para efetuar a
correção do FP para 0,92.
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Exercício de Correção do Fator de Potência


Dimensionamento de Capacitores para Conjunto Moto-Bomba
Dados Básicos Principais do Motor
• Potência Nominal: 1810 cv
• Rotação: 11801 rpm
• Fator de Potência (cos φ1): 0,86 (a 100% de carga)
• Rendimento (η): 95% ( a 100% de carga)
• Corrente Nominal: 240 A
• Corrente de Magnetização: 52,8 A
Fator de Potência Desejado
• cos φ2 = 0,95
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Exercício de Correção do Fator de Potência


Determinação da potência real absorvida pelo motor a plena carga:

Determinação da potência calculada para o banco de capacitores:

Logo, a potência nominal para o banco será:

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