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100
90 Lâmpadas PL
80 TV
70 Microcomputador
60
50
%
Fig. 1. Espectro de amplitude (gráfico superior) e fase (gráfico inferior) da 40
tensão do inversor de onda senoidal. 30
20
10
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25
Ordem do Harmônico
100
90 Senoidal
80 Quad. Modif.
70 Quadrada
60
50
%
(a)
1.5
harmônica total menor que a das duas correntes (33,57 %) e
um valor rms de 21,62 A. A redução do conteúdo harmônico
Amplitude (A)
1 da corrente de linha também se verifica para as demais fases.
0.5
0
0 5 10 15 20 25
100
Fase (graus)
-100
-200
0 5 10 15 20 25
Nú mero do Harmô nico (k)
Fig. 9. Espectro da corrente nas 4 lâmpadas: (a) amplitude; (b) fase.
5 1,916
6 0 20
Am plitude (A)
7 -0,299 0
8 0
9 -0,094 -20
10 0 -40
11 -0,120 0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 0.035 0.04 0.045 0.05
Tem po (s )
i3(t)
40
ventilação. Uma grande quantidade das cargas não-lineares de Fig. 11. Formas de onda da corrente da fase A do retificador monofásico
um prédio é monofásica, como microcomputadores e (gráfico superior) e trifásico (gráfico inferior).
(gráfico superior), e trifásica (gráfico inferior), que juntas Fig. 12. Corrente total da fase A.
compõem a forma de onda da Fig. 12. Todas as formas de
onda foram obtidas por meio de simulação. A corrente da Analisando o espectro harmônico de amplitude e fase da
carga monofásica conectada na fase A possui um valor rms de corrente da carga monofásica e da carga trifásica na fase A
11,33 A e uma distorção harmônica total de corrente de 79,75 (Fig. 13 e Fig. 14, respectivamente), observa-se que a
%, a carga trifásica possui uma corrente rms na fase A de composição vetorial de algumas correntes de mesma
12,68 A e uma distorção harmônica total de corrente de 42,78 freqüência resultaram na diminuição da corrente resultante
%. A corrente total da fase A apresenta uma distorção nessa freqüência (Fig. 15), como é o caso das correntes do 5º e
612 IEEE LATIN AMERICA TRANSACTIONS, VOL. 6, NO. 7, DECEMBER 2008
Amplitude (A)
O retificador trifásico não possui componente harmônica 20
10
15
A m plitude (A )
10
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Fig. 17. Circuito utilizado para medição.
Núm ero do Harm ônic o (k )
E s pec tro de Fas e
200
A corrente medida das duas lâmpadas sem e com a TV em
100
paralelo são mostradas na Fig. 18.
Fase (graus)
-200 2
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
1
A m plitude (A )
-2
3
A m plitude (A )
20
2
1
A m plitude (A )
10
0
-1
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 -2
Núm ero do Harm ônic o (k )
-3
E s pec tro de Fas e 0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 0.035 0.04 0.045 0.05
200 Tem po (s )
100
Fig. 18. Forma da corrente de 2 lâmpadas PL: isoladas (gráfico superior) e em
Fase (graus )
-200
A Tabela II apresenta os parâmetros calculados, a partir
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Núm ero do Harm ônic o (k ) dos valores instantâneos medidos de tensão e corrente, para as
Fig. 15. Espectro de amplitude e fase da corrente total da fase A. cargas alimentadas isoladamente e com a presença da outra
GALHARDO AND PINHO : INFLUêNCIA MúTUA ENTRE HARM 613
carga em paralelo. Sendo, Vl rms - tensão rms; Irms - corrente I k = ⎡⎣ I1k 2 + 2 I1k I 2 k cos(α k − β k ) + I 2 k 2 ⎤⎦ 1/ 2 (5)
rms de cada carga; P - potência ativa; S - potência aparente;
FP - fator de potência; QB - potência reativa de Budeanu; DB - ⎛ I1k sen α k + I 2 k sen β k ⎞
φk = tg −1 ⎜ ⎟ (6)
potência de distorção de Budeanu; N - potência não-ativa ou ⎝ I1k cos α k + I 2 k cos β k ⎠
de Fryze. As potências foram calculadas segundo as As equações (4), (5) e (6) fornecem a expressão para o cálculo
definições apresentadas em [7]. no domínio do tempo da corrente resultante do agrupamento
Para as lâmpadas PL, a potência ativa permanece de duas cargas em paralelo.
praticamente a mesma, porém há a diminuição da potência A Fig. 19 apresenta o espectro de amplitude da corrente em
não-ativa quando a TV é colocada em paralelo e, cada carga e total, estando as cargas em paralelo. Nessa figura
conseqüentemente, o fator de potência aumenta. Já as são exibidos somente os harmônicos ímpares, pois os
grandezas elétricas calculadas para a TV permaneceram harmônicos pares são inexistentes ou não são significativos.
praticamente inalteradas. A amplitude do 9º harmônico é menor do que a amplitude
do 9º de cada carga individual. O mesmo se observa para o
TABELA II – CARGAS ALIMENTADAS ISOLADAMENTE E EM PARALELO COM
OUTRA CARGA.
11º harmônico.
Irms Vl rms THDi THDv P
Carga
(A) (V) (%) (%) (W) 1.4
2 lâmpadas lamp
1.2
0,72 117,84 143,43 1,02 44,79 TV
(isoladas)
Amplitude (A)
1
2 lâmpadas total
0.8
(TV em 0,67 117,13 123,73 1,10 44,92 0.6
paralelo)
0.4
TV
0,87 118,77 133,07 1,27 60,22 0.2
(isolada)
0
TV 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25
(2 lâmpadas 0,88 117,13 132,28 1,10 60,54 Ordem do Harmônico (k)
em paralelo)
TV + Fig. 19. Espectro de amplitude das correntes das lâmpadas, da TV e da
1,35 117,13 103,08 1,10 105,46
2 lâmpadas corrente total.
S QB DB N A Fig. 20 e a Fig. 21 mostram o espectro de amplitude de
Carga FP
(VA) (VAr) (VAr) (VAr) corrente de cada carga isolada e com a outra carga em
2 lâmpadas
85,39 0,52 16,94 70,69 72,70 paralelo. Verifica-se a atenuação das amplitudes do 3º ao 11º
(isoladas)
2 lâmpadas harmônico da corrente das lâmpadas quando a TV é colocada
(TV em 77,96 0,58 16,01 61,67 63,72 em paralelo, reduzindo o valor rms da corrente das lâmpadas.
paralelo)
TV
103,40 0,58 9,46 83,52 84,05 0.7
(isolada) lamp
TV 0.6 lamp (TV em paralelo)
Amplitude (A)
carga, pois o valor rms da soma de duas correntes é sempre Fig. 20. Espectro de amplitude das 2 lâmpadas sem e com a TV em paralelo.
menor ou igual à soma dos valores rms das correntes
separadamente ( I tot rms ≤ I1rms + I 2 rms ) o que pode ser Quando as lâmpadas são colocadas em paralelo com a TV
provado a partir das equações abaixo. praticamente não há mudança no espectro de amplitude desta.
0.8
TV
itot (t ) = i1 (t ) + i2 (t ) (1) 0.7
0.6
TV (lamp em paralelo)
Am plitude (A)
∞ 0.5
i1 (t ) = ∑I
k =0
1k .cos(kω0 t + α k ) (2) 0.4
0.3
∞ 0.2
i2 (t ) = ∑Ik =0
2k .cos(kω0 t + β k ) (3) 0.1
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25
∞
itot (t ) = ∑ I k .cos(kω0t + φk )
k =0
(4) Ordem do Harm ônico (k)
carga isolada e com a outra carga em paralelo. Não houve C. Influência entre Cargas em Paralelo sem a Variação do
mudanças significativas no espectro de fase da TV. Para as Valor RMS da Tensão de Alimentação
lâmpadas, verifica-se uma inversão de fase no 11º harmônico Nesta seção são apresentados casos em que ocorrem
e variações significativas nas fases do 9º, 13º, 15º, 19º e 23º influências entre cargas ligadas em paralelo sem variar o valor
harmônicos. rms da tensão. Essa influência que ocorre entre cargas pode
ser positiva (redução, proporcional ou não, das amplitudes das
lamp
200
lamp (TV em paralelo) componentes harmônicas), ou negativa (aumento,
150
proporcional ou não, das amplitudes das componentes
100
harmônicas).
50
Fase (Graus)
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 1) Cargas Alimentadas por Tensão Senoidal
-50
Usando a alimentação com o “varivolt” e monitorando a
-100
-150
medição de corrente em 4 lâmpadas PL de 25 W, foram
-200
inseridas outras cargas em paralelo com as lâmpadas.
Ordem do Harm ônico (k) Sabendo-se da queda de tensão que ocorreria com a inserção
das cargas, manteve-se o valor rms de tensão constante pelo
Fig. 22. Comparação do espectro de fase das lâmpadas (isoladas e com a TV
em paralelo). ajuste do “tap” regulável do aparelho a cada nova inserção de
carga, com a finalidade de avaliar a influência das cargas na
200 TV forma de onda de alimentação e na forma de onda da corrente
TV (lamp em paralelo)
150 das 4 lâmpadas.
100 A Fig. 25 mostra as formas de onda de tensão e corrente
50 das 4 lâmpadas alimentadas isoladas com tensão de 127 Vrms,
Fase (Graus)
-150
-200
Ordem do Harmônico (k)
Fig. 27. Espectro harmônico de amplitude da corrente da Fig. 25. Fig. 30. Espectro harmônico de amplitude da corrente da Fig. 28.
Na Fig. 28 é vista a alteração da forma de onda da corrente Com a inserção de uma carga linear (ventilador – 120 W)
nas 4 lâmpadas com a inserção de uma carga não-linear em em paralelo, e retirando o microcomputador, verifica-se pela
paralelo (microcomputador – 100 W). Na Fig. 29 e na Fig. 30 Fig. 31 que não houve mudança significativa na forma de
são apresentados os espectros de amplitude da tensão e onda da corrente, quando comparada com a da Fig. 25 e,
corrente das formas de onda da Fig. 28. Foi observado um conseqüentemente, não houve alteração no formato do
aumento de 44,28 % na amplitude do 3o harmônico e a espectro da corrente.
redução de 40,01 % na amplitude do 9o harmônico de tensão.
Comparando-se os espectros da Fig. 27 e Fig. 30, verifica-se a
redução das amplitudes do 5o ao 9o harmônico da corrente, o
aumento da amplitude do 3o harmônico, e um aumento
significativo das amplitudes do 13o harmônico em diante. O
valor rms da corrente continuou praticamente o mesmo, porém
a TDHi foi reduzida de 153,24 % para 140,96 %.
harmônicos) quando os dois são colocados em paralelo e são fatores fundamentais que devem ser considerados na
alimentados por uma forma de onda quadrada modificada de escolha de um inversor.
tensão. Efeitos parecidos com os das medições apresentadas neste
trabalho foram observados quando se realizaram testes com
equipamentos de mesma classe e porte, porém de outros
fabricantes. Não foram feitas medições com cargas de
potência mais elevada em um circuito totalmente isolado (livre
das influências de outras cargas que por ventura poderiam
interferir na medição e da oscilação do valor rms da tensão),
devido à queda de tensão no inversor e ao descarregamento do
banco de baterias utilizado na entrada dos inversores, que
nesse caso seria mais rápido.
A corrente com conteúdo harmônico produzida por cargas
não-lineares influencia na tensão de alimentação, introduzindo
componentes harmônicas na tensão, mesmo que o gerador não
produza essas componentes. Essa influência é maior, por
Fig. 32. Espectro de amplitude da corrente do microcomputador (isolado).
exemplo, em sistemas de geração de pequeno porte, pois esses
geradores possuem uma impedância série mais alta (baixa
potência de curto-circuito), quando comparada com a rede da
concessionária.
A conexão de diferentes cargas não-lineares em sistemas de
baixa tensão, mesmo com o aumento da THDv, pode levar à
redução da THD da corrente resultante das cargas em paralelo,
devido às mudanças no formato da forma de onda de tensão
de alimentação e/ou pelo efeito de cancelamento ou atenuação
por ângulo de fase.
Outro ponto a se destacar é que a influência entre cargas
pode eventualmente ser usada como uma maneira de atenuar
harmônicos indesejáveis.
Fig. 33. Espectro de amplitude da corrente do microcomputador (ventilador A alteração dos parâmetros da TV a fim de reduzir a TDHi
em paralelo).
do sistema, no item B da seção IV, foi realizada de maneira a
verificar se havia alguma influência apreciável nas formas de
Essas medições foram repetidas várias vezes, e observou-se
onda de corrente das lâmpadas. Contudo, pode-se utilizar
que sempre permaneciam as mesmas características das Fig.
técnicas de otimização para um modelo matemático de uma
32 e 33 para o espectro da corrente sem e com o ventilador em
“carga fictícia” em paralelo com uma carga não-linear, que
paralelo, respectivamente.
busque o cálculo dos coeficientes ótimos da carga fictícia, de
modo que haja compensação harmônica, podendo haver
V. CONCLUSÕES
situações em que ocorrem a atenuação de alguns harmônicos e
A forma de onda da tensão de alimentação sobre uma carga amplificação da amplitude da fundamental.
não-linear tem influência significativa no fator de potência e
na distorção harmônica total de corrente da mesma. Para o REFERÊNCIAS
caso observado das cargas com estágio de entrada de um [1] A. Mansoor, W. M. Grady, A. H. Chowdhury e M. J. Samotyj, “An
retificador com filtro capacitivo, elas apresentaram um fator Investigation of Harmonic Attenuation and Diversity Among Distributed
de potência alto quando alimentadas por uma forma de onda Single-Phase Power Electronic Loads”. IEEE Transaction on Power
quadrada de tensão e também uma baixa distorção harmônica Delivery, Vol. 10, No.1, pp. 467-473, Jan. 1995.
[2] C. Aguero, D. Anaut, G. di Mauro, J. A. Suarez, "Análisis de la
total de corrente, em comparação com a alimentação por uma Distorsión Armónica y los Efectos de Atenuación y Diversidad en Areas
tensão senoidal, além do fato de menor consumo de energia, Residenciales", Revista IEEE América Latina, Vol. 3, No. 5, pp. 429-
comparado com os demais inversores. 435, Dez. 2005.
[3] M. A. B. Galhardo e J. T. Pinho, “Avaliação da Qualidade da Energia
O baixo fator de potência apresentado pelas lâmpadas PL, Fornecida por Sistemas Renováveis Isolados de Pequeno Porte,” 5º
quando a forma de onda de tensão é quadrada modificada ou Encontro de Energia no Meio Rural e Geração Distribuída- AGRENER-
senoidal, leva a uma elevação da circulação de reativos. GD 2004, Campinas-SP, Out. 2004.
[4] F. M. Silva, N. J. Camelo, O. R. Saavedra e W. M. Santos, “Iluminação
Perdas adicionais nos cabos de distribuição são inseridas, Baseada em Sistemas Fotovoltaicos: Análise de Desempenho sob
devido ao alto valor eficaz da corrente de entrada, se o ponto Condição de Tensão Não-Senoidal,” 5th Latin-American Congress:
de consumo estiver distante do inversor. Electricity Generation and Transmission, São Pedro-SP, Nov. 2003.
[5] M. A. B. Galhardo, “Estudo da Influência Mútua de Harmônicos e
No entanto, outro ponto a ressaltar é que o tipo de
Cargas Não-Lineares em Sistemas de Energia Elétrica,” Dissertação de
aplicação ou o tipo de carga a ser suprida, associado ao custo, Mestrado; orientada por J. T. Pinho, PPGEE/ITEC/UFPA; Fev. 2002.
GALHARDO AND PINHO : INFLUêNCIA MúTUA ENTRE HARM 617