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ENGENHARIA CIVIL
RAFAEL AUGUSTI
ORIENTADOR: PROF. Msc. Douglas Constâncio
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
h penetração do amostrador.
T torque máximo.
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
A norma existente no Brasil para execução de sondagens de simples reconhecimento dos solos é
a NBR 6484/80 da Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Segundo Belicanta (1998) há no meio técnico, três tipos básicos de sondagem/ensaio SPT, a
seguir enumerados:
Os dois primeiros tipos se caracterizam pela existência de um pré furo, isto é, o amostrador desce
livremente em perfuração previamente executada até a cota de ensaio em cada metro, a partir da
qual o amostrador é cravado com o martelo os 45 cm de ensaio SPT.
No terceiro tipo, o avanço da perfuração é feita pela cravação do próprio amostrador através de
golpes de martelo, não se utiliza desta maneira qualquer tipo de trado ou circulação d’água. Toda
vez que é alcançada uma cota de ensaio o amostrador é retirado e limpo. O ensaio em si começa a
ser executado após a reinserção do amostrador até a cota anteriormente alcançada, quando então
se cravam os 45 cm, registrando se o número de golpes necessários à penetração de cada 15 cm.
Este terceiro tipo é de uso mais restrito a determinadas regiões, principalmente àquelas onde
existe espessa camada superficial de solo não saturado, poroso e de baixa resistência, enquanto os
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dois primeiros, isto é, com corda de sisal ou com cabo de aço, são generalizados pelo Brasil
inteiro.
Esses três tipos acima apresentados, considerados básicos, podem ser alterados se considerados o
uso ou não de coxim de madeira ou de roldana móvel, o não uso de cabeça de bater ou uso de
cabeça de bater de diferentes tamanhos e, por fim, nos dois primeiros tipos o uso de avanço de
perfuração com circulação d’água ou com lama bentonítica desde a superfície, isto é, sem a
utilização do trado até o nível d’água.
Os martelos de queda livre (“tripe monkey”) podem ser separados basicamente em dois grupos
basicamente em conformidade ao sistema de acionamento do gatilho disparador que pode ser
manual ou automático. O sistema de levantamento e soltura automática destes martelos tem
constantemente se aprimorando desde quando surgiram os primeiros de concepção muito
simples.
Apesar dos esforços existentes em termos de normatização do SPT (“Standard Penetration Test”),
bem como a opção pelo estabelecimento de um procedimento internacional de referência, este
tipo de sondagem/ensaio não se encontra padronizado, nem em termos de resultados. O mesmo
pode-se dizer quanto ao Brasil, onde os métodos variantes àquele normatizado existem,
dificultando a utilização dos parâmetros geotécnicos obtidos.
Com o passar do tempo se pensou na possibilidade de se extrair algo a mais do ensaio SPT
( “Standard Penetration Test” ), sem alterar a sua metodologia foi aplicada uma rotação no
conjunto haste-amostrador e medido o valor do torque ( SPT-T ). Sua metodologia, vantagens e
limitações será apresentada neste trabalho.
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2 OBJETIVO
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Será apontado neste trabalho um breve apanhado sobre a história do ensaio de campo
denominado SPT ( Standard Penetration Test ), pois não é possível entendê-lo sem que se faça
um breve relato de sua origem.
Segundo Belicanta, A. (1998) em 1902 o engenheiro norte americano Charles R. Gow, desejando
o processo de reconhecimento do subsolo para aplicação à engenharia de fundações, até então
executado pelo processo de circulação d`água ( lavagem ), introduziu o método de amostragem a
seco utilizando um amostrador constituído essencialmente por um tubo de 25.4 mm de diâmetro e
30 cm de comprimento, com ponta aberta e de bordos biselados. O amostrador era cravado no
solo por meio de um peso de massa igual a 110 lb (= 50kg). Posteriormente, em 1927, L. Hart e
F. A . Fletcher, da empresa The Gow Company então subsidiária da Raymond Concrete Pile
Company, desenvolveram um amostrador tubular de 2” e 1 3/8” de diâmetros externo e internos,
respectivamente, e constituído por três peças rosqueadas e justapostas longitudinalmente (cabeça,
corpo e sapata). O corpo do amostrador era composto por duas meias-canas, o que permita após a
sua abertura a visualização da coluna da amostra colhida e facilitando a sua coleta, antes por
extrusão do interior do tubo. É importante salientar, a bem da história, que a Sprague & Henwood
de Screnton, Pennsylvania, também desenvolveu um amostrador semelhante nesta mesma época.
“O amostrador de 63,5 kg surgiu com a adoção da média dos pesos utilizados na região de
Boston na década de 20, os quais eram possíveis de serem levantados manualmente com o auxilio
de corda e roldana fixa até a altura de queda de 762 mm, por dois auxiliares de sondagem.”
(MOHR,1966 apud BELICANTA, 1998).
Deve-se ainda ressaltar que, o martelo utilizado nos primórdios do SPT ( “Standard Penetration
Test”) era de concreto, prismático, continha coxim de madeira dura e pino-guia, isto é, o martelo
era do tipo “pin guided hammer”.
No início dos anos trinta, a operação de cravação do amostrador se consolida com ensaio, quando
do surgimento das primeiras especificações feitas por Fetcher e Mohr contemplando o martelo de
63,5 kg, altura de queda de 762 mm e resultado de ensaio como sendo o número de golpes
5
necessários a cravação do amostrador por 305 mm dentro do solo. Não há referência a qualquer
assentamento inicial do amostrador antes da contagem dos 305 mm de penetração, apesar de
Teixeira (1974) creditar a Mohr o emprego do procedimento de assentamento inicial de 152 mm
a partir de 1930, quando da utilização do amostrador de 51 mm.
Após muita discussão quanto à aparente fragilidade das hastes de diâmetro interno nominal de
25,4 mm e também pelas exigências da crescente mecanização neste tipo de ensaio, elas
começam a ser substituídas em 1945 por hastes de maior rigidez como as do tipo A de sondagens
rotativas. Em 1949, Cummings realiza estudos minuciosos quanto à perda de energia em
sondagens com revestimento de diâmetro nominal de 63,5 mm e hastes de 25,4 mm. Chega à
conclusão de que a perda de energia em movimentos transversais das hastes é mínima, em
sondagens até 30m de profundidade, em comparação com a o montante de energia fornecida pelo
martelo.
A ampla divulgação do amostrador desenvolvido pelo Raymond foi obtida após a publicação do
livro “Soil Mechanics in Engineering Practice”de Terzaghi e Peck (1948), decorrendo deste fato
o hábito de denominar-se este amostrador do “tipo Terzaghi e Peck”.
Nas figuras 3.2 e 3.3 são apresentados os martelos do tipo “ pin guided hammer”, um com coxim
de madeira e outro sem, provenientes dos registros de HVORSLEV, 1949 apud
BELICANTA,1998.
Figura 3.2 – Martelo do tipo “pin guided hammer”, sem coxim de madeira.
Figura 3.3 – Martelo do tipo “pin guided hammer”, com coxim de madeira e amostrador
tipo “ Raymond”. HVORSLEV (1949) apud BELICANTA (1998)
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Segundo Belicanta, A. (1998) a amostragem a seco foi introduzida no Brasil em fins de 1939 pelo
engenheiro Odair Grillo, então chefe da Seção de Solos e Fundações do Instituto de Pesquisas
Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). Na época (2ª Guerra Mundial) por questões de
disponibilidades do mercado de tubos, o amostrador que passou a ser empregado pelo IPT tinha
diâmetros externo e interno de 46.03 mm e 38.10 mm, respectivamente, e cuja sapata possuía
uma boca com diâmetro interno de 35.51 mm. Esse amostrador era cravado no terreno, num
trecho de 30 cm, com auxilio de um martelo de 70 kg em queda livre de 75 cm, sendo o índice
resultante chamado de “resistência à penetração”. Posteriormente passou-se a utilizar um peso de
bater de 60kg de massa.
Em fins de 1944, a Geotécnica S.A como primeira empresa particular a executar sondagens
introduziu o amostrador de diâmetros externo e interno de 41.27mm e 25.40mm,
respectivamente. A resistência à penetração era expressa pelo número de golpes de um peso de
65 kg, com altura de queda de 75 cm, necessário à penetração no solo de 30cm do barrilete,
denominando a resistência obtida pelo amostrador de índice de resistência à penetração, IRP. Este
amostrador, que também era usado nos Estados Unidos pela Raymond Concrete Pile Company.
Nas sondagens com tubo de revestimento de 2”de diâmetro, foi trazido inicialmente para o Brasil
pelo Engenheiro H.A. Mohr para ser utilizado na investigação do subsolo de local onde seriam
construídas instalações industriais de uma empresa norte-americana. Daí a origem de sua
designação usual de amostrador Mohr-Geotécnica. A Geotécnica S.A. optou pelo uso deste
amostrador por ser de paredes mais espessas ( 7.93 mm contra 3.96 mm ) do que o amostrador até
então usado pelo IPT e, portanto, por ser mais durável.
Terzaghi & Peck (1948) apresentam correlações entre a compacidade ou consistência e o IRP do
amostrador Mohr-Geotécnica, colocando para comparação, junto às de Terzaghi & Peck que são
válidas para N, ( Tabela 3.2 ).
Raymond
Morh-Geotécnica
Tipo de amostrador (Terzaghi&Peck-
4 l mm – 25 mm
1948)
(IRP)
51 mm – 35 mm (N)
Fofa 0–2 0–4
Pouco compacta 3–5 5 – 10
Arcias Compacidade média 6 - 11 11 – 30
siltes Compacta 12 – 14 31 – 50
Muito compacta > 24 > 50
Com o “State of the art: The Standard Penetration Test”, no 4º Congresso Panamericano de
Mecânica dos Solos e Engenharia de Fundações em Porto Rico, em 1971, Mello começa a
valorizar o SPT ( “Standard Penetration Test”), creditando a ele a posição de ensaio. DECOURT
apud BELICANTA (1998) considera este trabalho de Mello ( 1967 ) como os marcos
internacionais de uma nova era no SPT.
Foi assim nesta dúvida, de uniformização e padronização que, em 1970, a Geotécnica e o IPT
passaram a utilizar exclusivamente o amostrador do tipo Raymod de 51 mm de diâmetro externo.
Para o procedimento de ensaio tomou-se como base a norma da ASTM, d1586-67 apud
BELICANTA (1998), com as devidas adaptações às brasileiras. Portanto o amostrador passou a
ser cravado por quarenta e cinco centímetros através de golpes de martelo de 65 kg, com altura de
queda de 75 cm, utilizando-se hastes de 25,4 mm de diâmetro nominal interno e de 3,2 kg/m. A
resistência à penetração N passou a ser dada pelo número de golpes para se cravar os últimos 30
cm.
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- Processo de perfuração;
- Amostragem;
4 DEFINIÇÃO
Durante a cravação do amostrador será realizado o ensaio de penetração, que consta da contagem
do número de golpes do martelo necessários a cravação de cada 15 cm do amostrador. Para o
controle destes comprimentos, o mestre sondador, fará na haste que está acima do tubo de
revestimento as marcas necessárias ao controle.
Quando o amostrador penetrar mais do que 15 cm, com um só golpe, este será anotado na forma
1/20, na folha de campo, indicando que 20 cm foram penetrados com apenas um golpe.
5 EQUIPAMENTO
- tubos de revestimento;
- barriletes-amostradores (padrão);
- martelo de saca-tubos;
- baldinho;
- trado concha;
- trado helicoidal;
“Os tubos de revestimentos devem ser de aço, com diâmetro nominal de 67mm ou de diâmetro
nominal interno de 76 mm.”( ABNT,1979, p.2)
O trépano, também denominado de peça de lavagem, será constituído por peça aço terminada em
bisel e dotado de duas saídas laterais para água. A lâmina do trépano, conforme os tubos de
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A composição de perfuração será constituída de haste “A” (tubo de aço de diâmetros interno de
25 mm, respectivamente, e massa teórica de 5.6 kg/m). As hastes deverão estar bem retilíneas,
dotadas de roscas em bom estado e com niples bem apertados quando em uso. A composição das
hastes será utilizada tanto acoplada ao trépano de lavagem quanto ao trado helicoidal e ao
amostrador.
O barrilete amostrador a ser utilizado, de diâmetro externo de 50.8 mm e interno de 34,9 mm. A
sapata, ou bico do amostrador, será de aço, devendo ser substituído sempre que se encontrar
danificado. A cabeça do amostrador deverá ter dois orifícios de 12.5 mm de diâmetro para saída
de água e ar, e conter interiormente válvula constituída por esfera de aço recoberta de material
inoxidável. O corpo do amostrador poderá ser bipartido ou não.
O martelo para cravação da composição (peso de bater) consistirá de uma massa de 65 kg.
Encaixado na parte inferior do martelo haverá um coxim de madeira dura. O martelo terá uma
haste maciça de 1,2 m de comprimento fixada à sua parte inferior para assegurar a centralização
de sua queda, e na qual haverá uma marca visível – distante de 75 cm, contados a partir do peso.
Sobre o topo da haste de perfuração será colocada a cabeça de bater, a qual receberá o impacto
direto do martelo. O martelo, quando vazado, possui um furo central de ∅ 44mm. Nesse caso, a
cabeça de bater é dotada, na sua parte superior, de uma haste-guia de ∅ 33,4mm e 1,2 m de
comprimento, e na qual há uma marca distando 75 cm do topo da cabeça de bater. As hastes-
guias do martelo precisam estar perfeitamente alinhadas e ortogonais à superfície que recebe o
impacto.
A forma que o equipamento é empregado em uma sondagem a percussão está indicado na figura
5.1.
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6 METODOLOGIA
Segundo Belicanta, A. (1998) as sondagens serão iniciadas utilizando-se o trado concha até a
profundidade de 1m, seguindo-se a instalação de um primeiro segmento do tubo de revestimento
até essa profundidade.
O trado helicoidal será utilizado no avanço posterior do furo até se atingir o nível d`água. Em
casos especiais, quando o avanço de perfuração com emprego do trado helicoidal for inoperante,
passa-se para o método de perfuração por circulação de água ou lavagem.
Abaixo do nível d`água a perfuração será procedida por circulação de água ( ou por lavagem)
utilizando-se o trépano de lavagem e a bomba d`água. A operação consistirá na elevação do
trepano de cerca de 30 cm e sua queda será acompanhada de movimento de rotação imprimido
manualmente pelo operador. Toda vez que a composição for descida no furo da sondagem ela
deverá ser medida com precisão de centímetro.
Caso a parede do furo se mostre instável é obrigatória, para amostragens subseqüentes, a descida
do tubo de revestimento até onde se fizer necessário. Os tubos de revestimento que forem sendo
conectados devem ser medidos com precisão de um centímetro. Atenção especial deve ser dada
para não descer o tubo de revestimento a profundidades abaixo do fundo do furo aberto.
Segundo Lima, A. (1980) em sondagens profundas, onde a descida e a posterior remoção dos
tubos de revestimento for problemática, poderão ser empregadas lamas de estabilização em lugar
do tubo de revestimento.
Segundo a NBR 7250/82 durante a observação de perfuração devem ser anotadas pelo operador
as profundidades das transições das camadas detectadas por exame táctil-visual e da mudança de
coloração dos materiais trazidos pelo trado helicoidal ou do produto de lavagem, na boca do furo.
Durante todas operações da sondagem deve-se manter o nível d’água no interior do furo em nível
igual ou superior ao nível do lençol freático. Atenção especial deve ser dada quando da retirada
da composição das hastes do interior do furo.
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A cada metro de perfuração, a contar de 1 metro de profundidade, serão obtidas amostras de solos
por meio de barrilete amostrador ( figura 5.1 ). O amostrador deverá penetrar livremente no furo
previamente executado até a cota de amostragem pelo uso do trado helicoidal ou por circulação
de água, e até ser apoiado suavemente no fundo do furo. Deve-se assegurar que a extremidade
inferior do amostrador se encontre na cota desejada de amostragem. Para tanto a composição das
hastes deve ser medida com precisão de um centímetro cada vez que ela é descida no furo.
O martelo será apoiado suavemente sobre a composição das hastes, anotando-se a eventual
penetração observada.
O martelo será erguido manualmente com o auxílio da corda flexível e roldana até a marca de 75
cm existente na sua haste. Os eixos de simetria verticais do peso de bater e da composição de
hastes deverão ser rigorosamente coincidentes.
Precauções especiais deverão tomadas para se evitar perdas de energia de cravação por atritos,
sendo vedado o emprego de guincho ou de cabrestante para elevação do martelo.
O processo de perfuração por lavagem associado aos ensaios penetrométricos será utilizado até
onde se obtiver nesses ensaios o total de 60 golpes por ensaio, observadas as seguintes condições:
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Não havendo recuperação da amostra pela operação descrita , na operação imediata de avanço do
furo por lavagem deverá ser colhida separadamente uma porção de água de circulação na boca da
sondagem e, por sedimentação, colher a amostra resultante.
Ocorrendo camadas distintas na coluna de solo amostrado serão colhidas amostras representativas
e colocadas em recipientes distintos.
Os recipientes serão providos de duas etiquetas, sendo uma colada externamente a outra colada
no interior do recipiente. Nas etiquetas deverão constar, com tinta indelével, as seguintes
informações:
- designação da obra;
- local da obra;
- número da sondagem;
- número da amostra;
- profundidade;
Os recipientes de cada sondagem serão acondicionados em caixas especiais com etiquetas onde
deve constar a designação da obra e o número da sondagem. As caixas deverão estar
continuamente abrigadas não devendo ficar expostas a chuva e ao sol.
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Uma vez atingidas as condições de penetração e após a retirada do amostrador do interior do furo,
será executado a seguir um ensaio de avanço por lavagem.
O ensaio de avanço por lavagem consiste no emprego do processo descrito no artigo 3.3. O
ensaio terá duração de 30 minutos, anotando-se os avanços do trépano obtidos a cada período de
10 minutos.
Quando o ensaio de avanço por lavagem forem obtidos avanços inferiores a 5.0 cm por período,
em três períodos consecutivos de 10 minutos, a sondagem será considerada encerrada.
A execução do ensaio de avanço por lavagem só será executado quando houver solicitação prévia
e expressa do interessado.
Durante a perfuração com o auxilio do trado helicoidal, o operador deverá estar atento a qualquer
aumento aparente da saturação do solo, indicativo da presença próxima ao nível d`água, bem
como um indício forte, tal como, de estar molhado um determinado trecho inferior do trado
helicoidal, comprovado ter sido atravessado o nível d`água freático.
Sempre que ocorrerem paralisações na execução das sondagens, antes de seu reinício, será
obrigatória a medida da posição do nível d`água.
Após decorrida uma hora do término da execução da sondagem será realizada nova leitura antes
da retirada do tubo de revestimento. Quando possível, será procedida nova leitura após a retirada
do tubo de revestimento.
Em cada leitura de nível d`água deverá ser anotada a posição do tubo de revestimento.
Deverá ser anotada também a profundidade do furo em que ocorre eventual perda de água.
Conforme NBR 6484/80 “após o término da sondagem, deve ser feito um esgotamento do furo
até o nível d’água com o auxilio de um baldinho”.
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Segundo Belicanta (1974) as amostras retiradas deverão ser identificadas em campo pelo mestre
sondador, e uma parte delas que se encontra em melhor estado deverá ser guardada em um frasco
com condições de manter a umidade da mesma, e posteriormente enviada ao laboratório.
Na tabela 6.1, estão apresentados os valores que correlacionam o índice de resistência com a
compacidade ou consistências do solos.
Tabela 7.1 – Classificação dos solos. MELLO ( 1974 ) apud BELICANTA (1998)
ÍNDICE DE
SOLO RESISTÊNCIA DESIGNAÇÃO
À PENETRAÇÃO
<4 Fofo
AREIAS 4 – 10 Pouco compacto
E
10 – 30 Mediamente compacto
SILTES
ARENOSOS 30 – 50 Compacto
> 50 Muito compacto
<2 Muito mole
2 -4 Mole
ARGILAS
E 4–8 Médio
SILTES 8 – 15 Rijo
ARGILOSOS
15 – 30 Muito rijo
> 30 duro
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Segundo Belicanta (1998) existem inúmeros fatores que podem influir sobre o índice de
resistência à penetração podem ser agrupados em quatro categorias:
- técnica operacional;
- equipamento;
b) Altura de queda do martelo ( “peso de bater” ): quando manualmente com o passar do dia
essa altura de queda tende a diminuir, reduzindo, portanto, a energia de cravação e,
conseqüentemente, aumentar o valor de “N” medido, a solução correta seria automatizar o
aparelhamento para garantir uma constância da altura de queda. Todavia esta solução vem
normalmente afetar a queda livre do peso de bater.
c) Queda livre do martelo: é sem dúvida um dos fatores mais marcantes sobre o valor da
resistência à penetração, sendo que esses fatores sempre restringem a queda livre, por
motivos vários, aumentando significativamente o valor de “N”. Quando a elevação do
martelo é feita manualmente e por dois operadores, ambos devem soltar simultaneamente
a corda para que a queda do martelo seja totalmente livre.
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e) Desmoronamento das paredes da perfuração quando esta não estiver revestida: ao descer-
se a composição haste-amostrador no interior do furo ela deve alcançar o fundo deste sem
encontrar obstáculos até a profundidade previamente perfurada. Caso haja obstáculo na
descida da composição em cotas mais elevadas é sinal de que houve desmoronamento das
paredes do furo e a tentativa de se forçar a composição até alcançar a cota desejada
provocará naturalmente o aumento do valor “N”, pois o amostrador poderá estar cheio de
solo e haverá a contribuição do atrito entre o solo e a parede externa do amostrador.
g) Erro nas tomadas de medidas dos comprimentos das hastes e do revestimento; descuido
na contagem do número de golpes e na medida dos comprimentos de penetração do
amostrador. Um erro na medida do comprimento do revestimento pode fazer com que ele
seja descido além da profundidade perfurada, ocasionando um aumento considerável do
índice de resistência a penetração quando da amostragem desse trecho. Outrossim, pelo
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não pode ser subdividido, o operador pode distribuir o total número de golpes erroneamente para
cada penetração de 15 cm. ( Por exemplo: anotando 3/15-4/15-6/15 em vez de 2/15-5/15-6/15,
resultando um índice 10 ou 11, que no caso das argilas mudaria sua consistência de média para
rija ).
i) Uso d’água na perfuração acima do lençol freático que pode falsear os resultados do
ensaio, não só pela desagregação excessiva mas também pela destruição da estrutura
natural do solo, principalmente nos casos de areias finas e de siltes. Além disto, a
umidade pode ter um efeito deletério na resistência do solo.
k) Martelo sem coxim de madeira: no início dos ensaios os martelos eram providos de coxim
de madeira dura. Com o tempo, forma sendo retirados, sem que houvesse um estudo mais
apurado e satisfatório sobre o efeito destes coxins de madeira.
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7.2.2 Equipamento
Com relação aos fatores que afetam o valor de “N” inerentes ao equipamento empregado nas
sondagens tem-se comentar o seguinte:
d) Características do martelo de cravação: como o peso está suspenso por uma corda que por
sua vez passa através de uma roldana, há sempre resistências atuando ( maiores quando a
corda for nova ) ou quando o diâmetro da corda não condiz com aquele sulco da roldana.
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Outro pormenor de importância neste item é a configuração do martelo: uns são formados por um
bloco maciço ( de forma cilíndrica ou cúbica ) que cai sobre a composição de perfuração guiado
por um varão de pequeno diâmetro solidário à face interior do peso; outros são blocos cilíndricos
anelares que caem guiados por um tubo-guia que está solidário à haste da composição. Neste
ultimo tipo de martelo as áreas de contato potencial onde pode se desenvolver atrito é de cerca de
300cm² contra 30 cm² no primeiro tipo de martelo. Neste formato, caso o eixo do tubo-guia não
esteja em absolutamente centrado com o eixo do martelo, há durante a sua queda grande perda de
energia potencial pelo desenvolvimento de atrito.
Cumpre observar que para se obter uma uniformização da altura de queda do martelo, o tipo
anelar se adequa mais do que o martelo maciço.
f) Bomba d’água: não existe, uma especificação quanto à bomba d’água, em termos de
vazão e pressão necessárias à desagregação e à adequada limpeza da perfuração. Sabe-se
que seu efeito é considerável na perturbação do solo na cota de ensaio, mas não tem sido
feito um estudo científico. Teixeira (1974) apresenta um estudo teórico sobre o caso,
dimensionando a vazão em função do diâmetro do revestimento e da dimensão dos grãos
e serem trazidos à superfície, utilizando a lei de Stokes.
Relativamente a influência das características do solo sobre o valor de “N” tem-se a comentar o
seguinte:
pedregulhos e portanto, quanto menor a possibilidade dele ser amostrado, maior será o
índice medido;
e) Em solos com alto teor de mica o seu efeito lubrificante tende a facilitar a penetração
do amostrador, diminuindo o valor de “N” independentemente da real compacidade do
solo;
g) Peso próprio do solo e compacidade relativa das areias: naturalmente quanto mais
densa for uma areia maior será o valor de N porém, mantendo a mesma densidade, o
valor de N é crescente com o valor da pressão vertical existente. Este fato deve ser
considerado quando o SPT ( “Standard Penetration Test”) é realizado antes de uma
escavação, pois a remoção do solo conduzirá a um forte alívio de pressão vertical nas
cotas de instalação das futuras fundações.
i) Tamanho médio dos grãos:, N crescente com o aumento do tamanho médio dos grãos
em areias granuladas.
j) Tamanho dos grãos em areia uniforme: no trabalho de Mello (1971), constata-se que
N é pouco sensível à variação do tamanho dos grãos, quando das areias uniformes.
k) Forma dos grãos: a angulosidade e rugosidade de superfície dos grãos de areia tendem
a aumentar o N.
8 APRESENTAÇÃO
b) nome do cliente.
e) número da sondagem.
l) número de amostras.
n) anotação dos casos quando a amostra não foi trazida à superfície pelo amostrador
a) localização da obra.
Anexo ao relatório deverá constar um desenho ( formato A4 da ABNT ), contendo uma planta
cotada, e em escala conveniente, da locação do terreno ou da obra devidamente caracterizado,
amarrada a logradouros públicos, acidentes geográficos ou a marcos topográficos, deforma a não
deixar dúvida quanto a sua localização. O desenho conterá a locação das sondagens executadas
cotadas em relação a elementos fixos e bem definidos no terreno, de forma a poder-se restituir a
qualquer momento, sem dúvidas, essa locação no campo. A planta conterá a posição de referência
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de nível ( R.N ) tomada para o nivelamento das bocas das sondagens, bem como a descrição
sumária do elemento físico tomando como R.N. . Não se dispondo da cota absoluta da referência
de nível, esta será tomada arbitrariamente igual a zero.
c) número da sondagem;
h) o número de golpes;
l) convenção gráfica dos solos que compõem as camadas do subsolo; será utilizada a
convenção apresentada na figura 7.2
9.1 Introdução
Segundo Peixoto (2001) passados onze anos da primeira tentativa de padronização do ensaio
SPT, Ranzini (1988) propôs uma pequena modificação no procedimento normal do ensaio de
penetração dinâmica SPT, para a obtenção de um valor de atrito lateral. Na verdade, não seria
bem uma modificação, mas sim, um pequeno prosseguimento do ensaio após o seu término, não
alterando em nada o procedimento para obtenção do índice de resistência à penetração N. Depois
do final da cravação do amostrador, para facilitar sua retirada, o operador costuma aplicar uma
torção à haste com uma ferramenta (chave de grifo, por exemplo). Segundo Ranzini, em lugar da
chave, o operador utilizaria um torquímetro, que forneceria a medida do momento de torção
máximo necessário à rotação do amostrador. Este valor poderia ser utilizado, por exemplo, na
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T
fT = (1)
(40,5366 * h − 17,4060 )
h= penetração do amostrador ( cm )
Para a dedução desta fórmula, Ranzini (1988) considerou uma variação linear da tensão de
cisalhamento desde zero, no centro da base do amostrador, até uma tensão máxima na
superfície lateral cilíndrica, passando pelo trecho tronco-cônico da sapata cortante, desprezando a
diferença entre o atrito interno do solo e a parede lateral do amostrador no restante da superfície.
Esta fórmula foi corrigida depois de seis anos por Ranzini (1994), eq. ( 2 ). O autor considerou
então que a tensão de atrito lateral fosse constante, tanto na face lateral do amostrador, como na
abertura inferior. Isto porque entendeu que existe uma condição de equilíbrio entre o momento
aplicado, por meio do torquímetro, e o momento resistente do atrito lateral, tomando-se como
parâmetro, a profundidade ( h ) de cravação.
T
fT = (2)
1
[ ]
2πR 2h − h 0 (R − r )(2R + r ) − r 3
3
Portanto:
T
fT = (3)
(40,5366h − 3,1711)
em que: “ f T ” em kgf/cm2, “T” em kgf.cm e “h” em cm
ou
T
fT = (4)
(41,336h − 0,032)
Após a sugestão de Ranzini (1988), no início da década de 90, alguns engenheiros começaram a
utilizar a medida do torque no SPT. Houve então duas correntes principais de aplicação: uma
adotando o torque como fator de correção do valor N, outra utilizando a adesão-atrito solo-
amostrador como de cálculo de capacidade-de-carga de fundações.
Segundo Peixoto (2001) no início da década de 90 o primeiro a usar a medida do torque foi o
engenheiro Luciano Decourt professor da FAAP que sugeriu a relação T/N como forma de
aferição do valor N e também como parâmetro de classificação geotécnica dos solos. O
engenheiro Urbano Alonso Rodrigues também professor da FAAP seguiu a proposta original de
Ranzini (1988), a qual consistia em utilizar o torque para a previsão da adesão-atrito lateral de
estacas.
2*T
fT = 2
(5)
π*d *L
T = torque medido
d = diâmetro do amostrador
Esses resultados estão apresentados na Figura 9.3, percebendo-se claramente que o atrito lateral
obtido do torque e o do ensaio à tração se apresentam com coerência. Fatores como peso próprio
das hastes, sucção, área variável da superfície de atrito e, o tipo do solo também devem ter
influenciado os resultados.
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Figura 9.3 - Atrito lateral obtido através do SPT-T, do ensaio de tração e do ensaio de
compressão no amostrador Lutenegger e Kelley (1998) apud Peixoto (2001).
41
− O torquímetro deve ser utilizado na posição horizontal para não afetar na medida do torque;
− Falta de atenção do operador levando a erros de leitura e não zerar o torquímetro antes do
início da rotação;
Baseado em sua experiência, (Soares,1999 apud Peixoto, 2001) enumerou algumas vantagens e
limitações do SPT-T.
Segundo Peixoto (2001) o SPT-T foi proposto por Ranzini (1988). Esse ensaio consiste na
execução do ensaio SPT, normatizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
(NBR 6484/80) e, logo após terminada a cravação do amostrador, é aplicada uma rotação ao
conjunto haste-amostrador com o auxílio de um torquímetro, Figura 9.4. Durante a rotação, toma-
se a leitura do torque máximo necessário para romper a adesão entre o solo e o amostrador,
permitindo a obtenção do atrito lateral amostrador-solo.
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A medida do torque provavelmente possui a vantagem de não ser afetada pelas conhecidas fontes
de erros do valor tradicional do SPT ( contagem do número de golpes, altura de queda, peso da
massa cadente, atrito das hastes, mau estado da sapata cortante, roldana, corda etc...). Outra
vantagem desse procedimento, é a possibilidade de se obter um valor mais confiável da tensão
lateral através do SPT e, por um custo adicional muito pequeno.
Outra medida que também pode ser obtida é a do torque residual, que consiste em continuar
girando o amostrador até que a leitura se mantenha constante, quando, então, faz-se uma segunda
medida.
Para o trabalho em questão, é importante que se conheça a história do SPT e sua introdução no
Brasil descrita anteriormente e como se chegou à padronização do atual procedimento, e como se
iniciou a medida do torque sugerida por Ranzini (1988).
Basicamente, na prática atual, existem duas correntes de aplicação para o SPT-T: primeiro diz
respeito ao estudo da relação T/N para obtenção de parâmetros geotécnicos e correção do valor N
do SPT; e a segunda refere-se obtenção do atrito lateral de estacas através da obtenção da adesão-
atrito solo-amostrador.
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Vantagens:
− Aferição do valor N;
− Maior similaridade com a condição de solicitação do solo quando da cravação de uma estaca
de deslocamento.
Limitações:
− Causa torção das hastes e rompimento das luvas em solos com índices de resistência à
penetração ou torque elevados;
− Exige muito esforço físico dos operadores quando executados em solos que oferecem maior
resistência;
10 CONCLUSÃO
Com base neste trabalho é possível notar as evoluções da sondagem a percussão com medidas em
SPT ( “Standard Penetration Test” ) e medidas de torque. Como foi importante a padronização
dos equipamentos e procedimentos de acordo com a NBR 6484/80, já que antes da criação da
norma, a maioria das empresas que executavam sondagens não utilizavam o mesmo tipo de
equipamento, e procedimentos variados, comprometendo assim seus resultados.
A sondagem é uma ferramenta de trabalho que deve ser utilizada dentro da engenharia por
fornecer uma grande quantidade de dados, por apresentar um custo baixo comparado com valor
da obra e principalmente por propiciar ao engenheiro condições para melhores soluções em seus
projetos.
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11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABNT (1980) Execução de sondagens de simples reconhecimento dos solos. NBR 6484/80.
ABNT (1982) Identificação e descrição de amostras de solo obtido por sondagens de simples
reconhecimento dos solos - procedimento. NBR 7250/82.
HACHICH W., Falconi F., Saes L.J., Frota Q.G.R., Carvalho S. C., Niyama S. Fundações
Teoria e Prática, Pini.
PEIXOTO, Anna Silvia Palcheco (2001) Estudo do ensaio SPT-T e sua aplicação na prática
de engenharia de fundações, Campinas, Tese de doutorado. Universidade de Campinas.
RANZINI, S.M.T. (1988): SPTT, Solos e Rochas, Vol. 11, n. único, p. 29-30.
RANZINI, S.M.T. (1 994 ): SPTT : 2ª parte. Solos e Rochas. Vol. 17, p. 189-190.
TERZAGHIH, H., PECK, R.(1948) Mecânica dos solos.Livro Técnico S.A., Rio de Janeiro,
p.305.