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JEFFERSON SIDNEY CAMACHO

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DE MODELOS

FÍSICOS REDUZIDOS

DE ALVENARIA ESTRUTURAL CERÂMICA

Tese apresentada à Escola


Politécnica da Universidade de
São Paulo para obtenção do
Título de Doutor em Engenharia.

Área de Concentração:
Engenharia de Estruturas

Orientador:
Péricles Brasiliense Fusco

1995
ii

AGRADECIMENTOS

Meus sinceros agradecimentos:

z Ao Prof. Dr. Péricles Brasiliense Fusco pela atenção,

orientação e incentivos recebidos durante a realização deste

trabalho;

z Ao Prof. Dr. Luiz Sérgio Franco pelo apoio e interesse

demonstrados e pelas sugestões no sentido de enriquecer o

presente trabalho;

z Aos Engenheiros, Técnicos e Auxiliares do Laboratório

Central de Engenharia da CESP de Ilha Solteira-SP, onde

foram desenvolvidos a quase totalidade dos ensaios, e que

deram sua significativa contribuição para a realização deste

trabalho;
z Aos Técnicos do Laboratório de Engenharia da UNESP-

Ilha Solteira, pelo empenho no desenvolvimento das

atividades experimentais;

z Aos Técnicos e Auxiliares do Laboratório de Estruturas

da POLI pela boa vontade e presteza sempre demonstradas;

z A Indústria Cerâmica Tebas, pela doação de todos os

blocos utilizados nos ensaios;

z A minha querida esposa Marlene e as minhas filhas

Renata e Sara, das quais "roubei" preciosos momentos de

convivência familiar para o desenvolvimento deste trabalho.


iii

A minha esposa
Marlene e minhas
filhas Renata e Sara
iv

SUMÁRIO

LISTA DE SÍMBOLOS ........................................ vii


LISTA DE FIGURAS ........................................ viii
LISTA DE FOTOS ......................................... xiii
LISTA DE TABELAS .......................................... xv
RESUMO .......................................... xvi
ABSTRACT ......................................... xvii

1. INTRODUÇÃO ............................................ 1

2. ALVENARIA ESTRUTURAL .................................... 8


2.1. CONCEITUAÇÃO .......................................... 8
2.2. HISTÓRICO ............................................ 9
2.3. ALVENARIA ESTRUTURAL NO BRASIL ....................... 13
2.4. FATORES QUE AFETAM A RESISTÊNCIA DA ALVENARIA ........ 15
2.4.1. RESISTÊNCIA DA UNIDADE ............................. 16
2.4.2. RESISTÊNCIA DA ARGAMASSA ........................... 17
2.4.3. GEOMETRIA .......................................... 18
2.4.4. ESPESSURA DAS JUNTAS ............................... 20
2.4.5. MÃO-DE-OBRA ........................................ 22
2.5. TIPOS DE ENSAIOS PARA A ALVENARIA .................... 23
2.5.1. ENSAIOS DE UNIDADES E ARGAMASSAS ................... 23
2.5.2. ENSAIOS DE PRISMAS ................................. 25
2.5.3. ENSAIOS DE PAREDES ................................. 27
2.5.4. ENSAIOS EM ESCALA REAL ............................. 28

3. MODELOS FÍSICOS REDUZIDOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL ...... 29


3.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................... 29
3.2. HISTÓRICO E DESENVOLVIMENTO .......................... 35

4. ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS ................ 43


4.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................... 43
4.2. MATERIAL CERÂMICO .................................... 43
4.2.1. ENSAIO DE COMPRESSÃO AXIAL ......................... 43
4.2.1.1. CORPOS DE PROVA .................................. 43
4.2.1.2. INSTRUMENTAÇÃO ................................... 44
4.2.1.3. DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS ............................ 47
4.2.1.4. RESULTADOS ....................................... 47
v

4.2.2. ENSAIO DE TRAÇÃO AXIAL ............................. 49


4.2.2.1. CORPOS DE PROVA .................................. 49
4.2.2.2. DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS ............................ 51
4.2.2.3. RESULTADOS ....................................... 52
4.2.3. ENSAIO DE FLEXÃO ................................... 53
4.2.3.1. CORPOS DE PROVA .................................. 54
4.2.3.2. DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS ............................ 55
4.2.3.3. RESULTADOS ....................................... 56
4.3. BLOCO CERÂMICO ....................................... 56
4.3.1. DESCRIÇÃO .......................................... 56
4.3.2. ENSAIO DE ABSORÇÃO DE ÁGUA E DENSIDADE ............. 58
4.3.3. ENSAIO DE COMPRESSÃO AXIAL ......................... 59
4.3.3.1. PREPARO DOS CORPOS DE PROVA ...................... 59
4.3.3.2. DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS ............................ 60
4.3.3.3. RESULTADOS OBTIDOS ............................... 61
4.4. ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO ............................ 63
4.5. GRAUTE ........................................... 64

5. ENSAIOS DE PRISMAS VAZIOS E PAREDINHAS ................. 66


5.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................... 66
5.2. MOLDAGEM DOS CORPOS DE PROVA ......................... 67
5.3. DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS ................................ 69
5.4. RESULTADOS OBTIDOS ................................... 71
5.5. ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS ....................... 74

6. ENSAIOS DE PRISMAS COM GRAUTE .......................... 80


6.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................... 80
6.2. MOLDAGEM DOS CORPOS DE PROVA ......................... 80
6.4. RESULTADOS OBTIDOS ................................... 81
6.5. ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS ....................... 84

7. ENSAIOS DE PRISMAS COM CARREGAMENTO LENTO CRESCENTE .... 91


7.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................... 91
7.2. CORPOS DE PROVA ...................................... 91
7.3. DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS ................................ 92
7.4. RESULTADOS OBTIDOS ................................... 96
7.5. ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................... 98

8. ENSAIOS DE PRISMAS COM CARREGAMENTO CONSTANTE ......... 101


8.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS .............................. 101
vi

8.2. CORPOS DE PROVA ..................................... 101


8.3. DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS ............................... 101
8.4. RESULTADOS OBTIDOS .................................. 102

9. ENSAIO DE DUAS TORRES ................................. 105


9.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS .............................. 105
9.2. MONTAGEM DAS TORRES ................................. 106
9.3. INSTRUMENTAÇÃO ...................................... 107
9.4. DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS ............................... 108
9.5. RESULTADOS OBTIDOS .................................. 110
9.6. ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS ...................... 113

10. DESENVOLVIMENTO DE INSTRUMENTAÇÃO .................... 118


10.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................. 118
10.2. DESENVOLVIMENTO .................................... 119
10.3. RESULTADOS ......................................... 121

11. CONCLUSÕES .......................................... 124

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................... 128

13. ANEXOS .......................................... 140


13.1. ENSAIOS DE PRISMAS VAZIOS E PAREDINHAS ............. 140
13.1.1. ESCALA 1:1 ....................................... 140
13.1.2. ESCALA 1:3 ....................................... 141
13.1.3. ESCALA 1:5 ....................................... 143
13.2. ENSAIOS DE PRISMAS COM GRAUTE ...................... 144
13.2.1. ESCALA 1:1 ....................................... 144
13.2.2. ESCALA 1:3 ....................................... 145
13.2.3. ESCALA 1:5 ....................................... 146
13.3. ENSAIOS DE PRISMAS COM CARREGAMENTO LENTO .......... 148
13.3.1. ESCALA 1:1 ....................................... 148
13.3.2. ESCALA 1:3 ....................................... 151
13.3.3. ESCALA 1:5 ....................................... 154
vii

LISTA DE SÍMBOLOS

f′m - Resistência média da alvenaria à compressão.


fk - Resistência característica da alvenaria à compressão.
fp - Resistência média dos prismas à compressão.
fb - Resistência média dos blocos à compressão.
CP - Corpo de prova.
Frup - Carga de ruptura.
Ep - Módulo de deformação dos prismas.
Eb - Módulo de deformação dos blocos.
viii

LISTA DE FIGURAS

FIGURA (2.4.1)- Resistência da alvenaria em função da


resistência das unidades (Sutherland). ..... 16
FIGURA (2.4.2)- Resistência da alvenaria para diferentes
tipos de argamassas (BS-5628). ............. 18
FIGURA (2.4.3)- Redução na resistência da alvenaria em
função da espessura das juntas (Hendry). ... 21
FIGURA (2.5.1)- Prismas utilizados em ensaios. ............ 25
FIGURA (3.1.1)- Estado de tensões na alvenaria. ........... 30
FIGURA (3.1.2)- Envoltória de ruptura da unidade. ......... 31
Figura (3.2.1)- Relação tensão-deformação para prismas
com grautes (DRYSDALE). .................... 38
FIGURA (3.2.2)- Efeito da resistência do graute na
resistência do prisma (DRYSDALE). .......... 39
FIGURA (3.2.3)- Relação módulo de deformação/resistência à
compr. para diferentes escalas (EGERMANN). . 41
FIGURA (4.2.1)- Retirada do material cerâmico para os
ensaios de caracterização. ................. 44
FIGURA (4.2.2)- Material cerâmico: resultados dos ensaios
de compressão axial. ....................... 48
FIGURA (4.2.3)- Ensaios de tração axial. .................. 54
FIGURA (4.3.1)- Formas e dimensões (mm) dos blocos e meio-
blocos na escala (1:1). .................... 58
FIGURA (4.3.2)- Formas e dimensões (mm) dos blocos nas
escalas (1:3) e (1:5). ..................... 58
FIGURA (4.3.3)- Diagrama tensão-deformação: compressão
axial dos blocos na escala (1:1). .......... 62
FIGURA (4.3.4)- Diagrama tensão-deformação: compressão
axial dos blocos na escala (1:3). .......... 62
FIGURA (4.3.5)- Diagrama tensão-deformação: compressão
axial dos blocos na escala (1:5). .......... 63
FIGURA (5.1.1)- Prismas utilizados nos ensaios. ........... 66
FIGURA (5.2.1)- Paredinhas utilizadas nos ensaios. ........ 67
FIGURA (5.4.1)- Resumo das resistências à compressão dos
blocos, prismas e paredinhas. .............. 73
FIGURA (5.4.2)- Resumo das deformações de ruptura dos
blocos, prismas e paredinhas. .............. 74
ix

FIGURA (5.5.1)- Relação entre resist. de prismas e


paredes com a resist. dos blocos. .......... 77
FIGURA (5.5.2)- Relação (Ep/fp) dos blocos, prismas e
paredinhas. ................................ 79
FIGURA (6.2.1)- Prisma preenchido com graute. ............. 81
FIGURA (6.4.1)- Resistência à compressão dos grautes,
prismas vazios e preenchidos. .............. 82
FIGURA (6.4.2)- Resumo comparativo das deformações dos
prismas vazios e com grautes. .............. 83
FIGURA (6.4.3)- Resumo dos módulos de deformações dos
prismas vazios e com grautes. .............. 83
FIGURA (6.5.1)- Crescimento da resist. dos prismas em
função da resist. do graute. ............... 87
FIGURA (6.5.2)- Relação: resistência prismas com grautes
B e C e prismas com graute A. .............. 87
FIGURA (6.5.3)- Relação: resistência prismas com grautes
A, B e C e prisma vazio. ................... 88
FIGURA (6.5.4)- Relação: deformações prismas com graute e
prismas vazios. ............................ 89
FIGURA (6.5.5)- Relação: módulo de deformação e
resistência do graute. ..................... 90
FIGURA (7.2.1)- Prismas utilizados nos ensaios de
compressão axial com carga lenta. .......... 91
FIGURA (7.3.1)- Sistema hidráulico para manutenção de
cargas constantes. ......................... 94
FIGURA (7.4.1)- Tensão de ruptura dos prismas para as
várias escalas e tempos de carregamento. ... 97
FIGURA (7.4.2)- Deformação de ruptura dos prismas para as
várias escalas e tempos de carregamento. ... 97
FIGURA (7.4.3)- Módulo de deformação dos prismas para as
várias escalas e tempos de carregamento. ... 98
FIGURA (8.4.1)- Relação: deformação-tempo para prismas na
escala (1:1). ............................. 103
FIGURA (8.4.2)- Relação: deformação-tempo para prismas na
escala (1:3). ............................. 103
FIGURA (8.4.3)- Relação: deformação-tempo para prismas na
escala (1:5). ............................. 104
FIGURA (9.1.1)- Torres ensaiadas. ........................ 105
FIGURA (9.3.1)- Pontos instrumentados. ................... 108
FIGURA (9.5.1)- Deformações no topo da torre (1:3). ...... 111
x

FIGURA (9.5.2)- Deformações no centro da torre (1:3). .... 111


FIGURA (9.5.3)- Deformações na base da torre (1:3). ...... 112
FIGURA (9.5.4)- Deformações no topo da torre (1:5). ...... 112
FIGURA (9.5.5)- Deformações no centro da torre (1:5). .... 112
FIGURA (9.5.6)- Deformações na base da torre (1:5). ...... 113
FIGURA (10.3.1)- Relação: leitura-deslocamento. .......... 122
FIGURA (10.3.2)- Relação: leitura-deslocamento. .......... 122
FIGURA (13.1.1)- Ensaios de compressão axial em prismas
de 2 blocos (escala 1:1). ................. 140
FIGURA (13.1.2)- Ensaios de compressão axial em prismas
de 3 blocos (escala 1:1). ................. 140
FIGURA (13.1.3)- Ensaios de compressão axial em prismas
de 4 blocos (escala 1:1). ................. 141
FIGURA (13.1.4)- Ensaios de compressão axial em
paredinhas (escala 1:1). .................. 141
FIGURA (13.1.5)- Ensaios de compressão axial em prismas
de 2 blocos (escala 1:3). ................. 141
FIGURA (13.1.6)- Ensaios de compressão axial em prismas
de 3 blocos (escala 1:3). ................. 142
FIGURA (13.1.7)- Ensaios de compressão axial em prismas
de 4 blocos (escala 1:3). ................. 142
FIGURA (13.1.8)- Ensaios de compressão axial em
paredinhas (escala 1:3). .................. 142
FIGURA (13.1.9)- Ensaios de compressão axial em prismas
de 2 blocos (escala 1:5). ................. 143
FIGURA (13.1.10)- Ensaios de compressão axial em prismas
de 3 blocos (escala 1:5). ................. 143
FIGURA (13.1.11)- Ensaios de compressão axial em prismas
de 4 blocos (escala 1:5). ................. 143
FIGURA (13.1.12)- Ensaios de compressão axial em
paredinhas (escala 1:5). .................. 144
FIGURA (13.2.1)- Ensaios de compressão axial em prismas
com graute A (escala 1:1). ................ 144
FIGURA (13.2.2)- Ensaios de compressão axial em prismas
com graute B (escala 1:1). ................ 145
FIGURA (13.2.3)- Ensaios de compressão axial em prismas
com graute C (escala 1:1). ................ 145
FIGURA (13.2.4)- Ensaios de compressão axial em prismas
com graute A (escala 1:3). ................ 145
xi

FIGURA (13.2.5)- Ensaios de compressão axial em prismas


com graute B (escala 1:3). ................ 146
FIGURA (13.2.6)- Ensaios de compressão axial em prismas
com graute C (escala 1:3). ................ 146
FIGURA (13.2.7)- Ensaios de compressão axial em prismas
com graute A (escala 1:5). ................ 146
FIGURA (13.2.8)- Ensaios de compressão axial em prismas
com graute B (escala 1:5). ................ 147
FIGURA (13.2.9)- Ensaios de compressão axial em prismas
com graute C (escala 1:5). ................ 147
FIGURA (13.3.1)- Ensaios de carregamento lento em prismas
vazios: 5 min. (escala 1:1). .............. 148
FIGURA (13.3.2)- Ensaios de carregamento lento em prismas
vazios: 15 min. (escala 1:1). ............. 148
FIGURA (13.3.3)- Ensaios de carregamento lento em prismas
vazios: 30 min. (escala 1:1). ............. 149
FIGURA (13.3.4)- Ensaios de carregamento lento em prismas
vazios: 1 hora (escala 1:1). .............. 149
FIGURA (13.3.5)- Ensaios de carregamento lento em prismas
vazios: 5 horas (escala 1:1). ............. 149
FIGURA (13.3.6)- Ensaios de carregamento lento em prismas
vazios: 1 dia (escala 1:1). ............... 150
FIGURA (13.3.7)- Ensaios de carregamento lento em prismas
vazios: 3 dias (escala 1:1). .............. 150
FIGURA (13.3.8)- Ensaios de carregamento lento em prismas
vazios: 6 dias (escala 1:1). .............. 150
FIGURA (13.3.9)- Ensaios de carregamento lento em prismas
vazios: 9 dias (escala 1:1). .............. 151
FIGURA (13.3.10)- Ensaios de carregamento lento em prismas
vazios: 5 min. (escala 1:3). .............. 151
FIGURA (13.3.11)- Ensaios de carregamento lento em prismas
vazios: 15 min. (escala 1:3). ............. 151
FIGURA (13.3.12)- Ensaios de carregamento lento em prismas
vazios: 30 min. (escala 1:3). ............. 152
FIGURA (13.3.13)- Ensaios de carregamento lento em prismas
vazios: 1 hora (escala 1:3). .............. 152
FIGURA (13.3.14)- Ensaios de carregamento lento em prismas
vazios: 5 horas (escala 1:3). ............. 152
FIGURA (13.3.15)- Ensaios de carregamento lento em prismas
vazios: 1 dia (escala 1:3). ............... 153
xii

FIGURA (13.3.16)- Ensaios de carregamento lento em prismas


vazios: 3 dias (escala 1:3). .............. 153
FIGURA (13.3.17)- Ensaios de carregamento lento em prismas
vazios: 6 dias (escala 1:3). .............. 153
FIGURA (13.3.18)- Ensaios de carregamento lento em prismas
vazios: 9 dias (escala 1:3). .............. 154
FIGURA (13.3.19)- Ensaios de carregamento lento em prismas
vazios: 5 min. (escala 1:5). .............. 154
FIGURA (13.3.20)- Ensaios de carregamento lento em prismas
vazios: 15min. (escala 1:5). .............. 154
FIGURA (13.3.21)- Ensaios de carregamento lento em prismas
vazios: 30min. (escala 1:5). .............. 155
FIGURA (13.3.22)- Ensaios de carregamento lento em prismas
vazios: 1 hora (escala 1:5). .............. 155
FIGURA (13.3.23)- Ensaios de carregamento lento em prismas
vazios: 5 horas (escala 1:5). ............. 155
FIGURA (13.3.24)- Ensaios de carregamento lento em prismas
vazios: 1 dia (escala 1:5). ............... 156
FIGURA (13.3.25)- Ensaios de carregamento lento em prismas
vazios: 3 dias (escala 1:5). .............. 156
FIGURA (13.3.26)- Ensaios de carregamento lento em prismas
vazios: 6 dias (escala 1:5). .............. 156
FIGURA (13.3.27)- Ensaios de carregamento lento em prismas
vazios: 9 dias (escala 1:5). .............. 157
FIGURA (13.4.1)- Ensaios de compressão axial em prismas de
3 blocos (escala 1:3)-ARGAMASSA NORMAL. ... 157
FIGURA (13.4.2)- Ensaios de compressão axial em prismas de
3 blocos (escala 1:5)-ARGAMASSA NORMAL. ... 157
xiii

LISTA DE FOTOS

FOTO (1.1.1)– Ensaios em um edifício real (Hendry). ........ 3


FOTO (1.1.2)- Ensaios em edifício real (Japão). ............ 4
FOTO (1.1.3)- Equipamentos para introdução de carga em
ensaios em escala real (Japão). ............. 6
FOTO (4.2.1)- Compressão axial do material cerâmico:
corpos de prova instrumentados. ............ 45
FOTO (4.2.2)- Compressão axial do material cerâmico:preparo
superfície para colagem dos extensômetros. . 46
FOTO (4.2.3)- Compressão axial do material cerâmico:
colagem dos extensômetros elétricos. ....... 46
FOTO (4.2.4)- Ensaio de compressão axial. ................. 47
FOTO (4.2.5)- Ensaio de compressão axial: detalhe. ........ 48
FOTO (4.2.6)- Tração axial material cerâmico: preparo dos
corpos de prova. ........................... 50
FOTO (4.2.7)- Tração axial material cerâmico: fixação dos
parafusos de tração. ....................... 51
FOTO (4.2.8)- Tração axial material cerâmico: sistema de
ensaio utilizado. .......................... 52
FOTO (4.2.9)- Tração axial material cerâmico: corpos de
prova após a ruptura. ...................... 53
FOTO (4.2.10)- Ensaio de flexão material cerâmico:
detalhe do sistema de ensaio. .............. 55
FOTO (4.2.11)- Ensaio de flexão material cerâmico: corpos
de provas rompidos. ........................ 56
FOTO (5.2.1)- Paredinhas utilizadas nos ensaios nas
escalas (1:3) e (1:5). ..................... 68
FOTO (5.2.2)- Equipamento de auxílio de montagem dos
prismas (escalas 1:3 e 1:5). ............... 68
FOTO (5.2.3)- Montagem dos prismas e cura inicial
(escalas 1:3 e 1:5). ....................... 69
FOTO (5.3.1)- Preparo das paredinhas para ensaio à
compressão axial(escala 1:1). .............. 71
FOTO (5.3.2)- Ensaio das paredinhas à compressão axial
nas escalas (1:3 e 1:5). ................... 71
FOTO (5.5.1)- Forma de ruptura das paredinhas na escala
(1:5). ..................................... 75
FOTO (5.5.2)- Forma de ruptura dos prismas na escala
(1:1). ..................................... 75
xiv

FOTO (5.5.3)- Forma de ruptura dos prismas na escala


(1:3). ..................................... 76
FOTO (5.5.4)- Forma de ruptura dos prismas Na escala (1:5).
........................................... 76
FOTO (6.5.1)- Prisma com graute: desmonte do conjunto. .... 84
FOTO (6.5.2)- Prisma com graute: ruptura do bloco
cerâmico. .................................. 85
FOTO (6.5.3)- Prisma rompido: escala (1:5) ................ 85
FOTO (6.5.4)- Prisma rompido: escala (1:1) ................ 86
FOTO (7.2.1)- Carregamento lento: Prismas escala (1:1). ... 92
FOTO (7.3.1)- Sistema de ensaio para os prismas na escala
(1:5): Prensas de adensamento. ............. 94
FOTO (7.3.2)- Prensas de adensamento: Detalhe. ............ 95
FOTO (7.3.3)- Sistema hidráulico com peso morto: Ensaio
de prismas escalas (1:1) e (1:3). .......... 95
FOTO (7.3.4)- Prismas na escala (1:1): leitura
deformações. ............................... 96
FOTO (9.2.1)- Montagem das torres (detalhe). ............. 106
FOTO (9.2.2)- Montagem das torres (vista geral). ......... 107
FOTO (9.4.1)- Ensaio da torre na escala (1:3). ........... 109
FOTO (9.4.2)- Ensaio da torre na escala (1:5). ........... 110
FOTO (9.6.1)- Estado de fissuração na parede menor da
torre na escala (1:3). .................... 114
FOTO (9.6.2)- Estado de fissuração na parede maior da
torre na escala (1:3). .................... 115
FOTO (9.6.3)- Ruptura da torre na escala (1:3). .......... 115
FOTO (9.6.4)- Ruptura da torre na escala (1:5). .......... 116
FOTO (10.2.1)- Exemplares desenvolvidos. ................. 120
FOTO (10.3.1)- Aferição inicial do medidor. .............. 123
FOTO (10.3.2)- Aferição final do medidor. ................ 123
xv

LISTA DE TABELAS

TABELA (2.4.1)- Fator de eficiência para vários tipos


de unidades. ............................... 17
TABELA (2.4.2)- Influência do material utilizado nas
juntas, sobre a resit. da alvenaria. ....... 18
TABELA (2.4.3)- Fatores de correção normalizados. ......... 20
TABELA (2.4.4)- Redução na resistência de prismas em
função da espessura das juntas(Monk). ...... 21
TABELA (2.4.5)- Fatores relacionados com a mão-de-obra
que afetam a resistência da alvenaria. ..... 22
TABELA (4.2.1)- Material cerâmico: resistência à
compressão axial e deformações. ............ 49
TABELA (4.2.2)- Material cerâmico: resistência à tração
axial e deformações. ....................... 53
TABELA (4.2.3)- Material cerâmico: ensaios de flexão. ..... 57
TABELA (4.3.1)- Valores da absorção de água dos blocos. ... 59
TABELA (4.3.2)- Ensaio de compressão axial dos blocos. .... 61
TABELA (4.4.1)- Resistência à compressão das argamassas
de assentamento. ........................... 64
TABELA (4.5.1)- Traço e resistência à compressão dos
grautes. ................................... 65
TABELA (5.4.1)- Resistência à ruptura e deformações dos
blocos, prismas e paredinhas. .............. 72
TABELA (5.4.2)- Resultados de ensaios em paredes em
escala natural, segundo MULLER46. .......... 73
TABELA (6.4.1)- Resistência à ruptura e deformações de
prismas preenchidos com grautes A, B e C. .. 82
TABELA (7.3.1)- Intervalos de tempo para aplicação dos
incrementos de carga e tempo total. ........ 93
TABELA (7.4.1)- Valor médio da resistência à compressão
dos prismas (MPa). ......................... 96
TABELA (7.4.2)- Valor médio das deformações de ruptura
dos prismas (‰). ........................... 98
TABELA (8.3.1)- Tensões constantes aplicadas nos ensaios
de fluência (MPa). ........................ 102
xvi

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo o estudo das


correlações existentes entre protótipos e modelos físicos
reduzidos de alvenaria estrutural de blocos cerâmicos.

Para a consecução do objetivo acima, foram desenvolvidos


ensaios de compressão axial em unidades (blocos), em prismas
de 2, 3 e 4 blocos e em pequenas paredes, nas escalas (1:1),
(1:3) e (1:5). Foram ensaiados também prismas de três blocos
preenchidos com diferentes tipos de grautes e prismas
submetidos a carregamentos lentos crescentes e a ensaios de
fluência. Posteriormente, foram construídas e ensaiadas duas
torres nas escalas (1:3) e (1:5).

Os parâmetros observados, medidos e comparados sempre foram


as resistências à compressão, as deformações e os modos de
ruptura apresentados pelos corpos de prova.
xvii

ABSTRACT

This work aims to study the correlations that exist between


prototypes and small-scale modeling of ceramic block masonry
structures.

To achieve this objective, test of axial compression on


unities (blocks), on prisms of 2, 3 and 4 blocks and on
small walls were carried out, in the (1:1), (1:3), and (1:5)
scales. Prisms of three blocks filled with different types
of groutes and prisms submitted to slow increasing loading
and to flow tests were tested. Subsequently, two towers in
the (1:3) and (1:5) scales were built and tested.

The observed, measured and compared parameters were always


the resistences to the compression, the deformations and the
forms of rupture presented by the specimens.
1. INTRODUÇÃO

Sabe-se que as construções de alvenaria sempre

foram utilizadas em larga escala pelo homem, estando sua

origem e história contidas na própria história das

civilizações antigas. Contudo, essas obras sempre foram

construídas com base na experiência, ou seja, de forma

empírica, por conhecimentos passados de uma geração a outra

e adquiridos através de tentativas, num processo de erros e

acertos.

Apesar disso, até o final do século XIX, obras de

grande porte eram erguidas usando a alvenaria como elemento

de sustentação (função estrutural). Nessa época, as

pesquisas de cunho científico, com objetivos e métodos bem

definidos, começavam a ensaiar os primeiros passos.

Com o advento do aço e do concreto armado, no

início do presente século, uma revolução veio abalar a arte

de construir. Juntamente com os novos materiais, que

possibilitavam então a construção de obras de maior porte e

arrojo, surgiram também novas filosofias e novas técnicas

construtivas com embasamento científico que se desenvolveram

muito rapidamente. Dentro desse novo quadro, as obras em

alvenaria foram relegadas a um segundo plano, passando a ser

utilizada como elemento de fechamento ou como elemento

estético.
2

Em meados do século XX, em face à necessidade do

mercado em buscar técnicas alternativas de construção, as

obras de alvenaria voltaram novamente a serem erguidas,

acompanhadas, agora, de pesquisas realizadas em vários

países, o que permitiu a criação de várias normas e a adoção

de critérios de cálculo baseados em métodos racionais,


surgindo assim, o que se chama modernamente de alvenaria

estrutural.

O presente estágio do conhecimento da alvenaria

estrutural está fundamentado, quase que integralmente, em

resultados de ensaios em unidades, prismas e paredes. Os

ensaios em unidades e argamassas já não podem mais

acrescentar conhecimentos significativos em relação à

alvenaria, sendo ainda permitidos por várias normas com o

objetivo de se estimar a resistência à compressão e ao

cisalhamento.

Os ensaios em prismas são mais adequados do que os

executados em unidades, contudo, esses elementos nem sempre

conseguem representar satisfatoriamente as paredes

estruturais, dependendo do fenômeno que se deseja

reproduzir. Apesar disso, ainda são empregados no

desenvolvimento de muitos estudos.

Ensaios em paredes reais, normalmente painéis de

(1,20 x 2,60)m, apresentam como principais inconvenientes um

custo maior, a demanda de maior tempo e utilização de

equipamentos especiais, nem sempre disponíveis nos

laboratórios de pesquisas. Mesmo esses painéis apresentam

restrições quando se deseja estudar o comportamento de um


3

elemento estrutural mais complexo ou de um grupo de paredes

resistentes.

Considerando as limitações dos ensaios citados

anteriormente, alguns estudos têm sido conduzidos em

estruturas reais, em escala natural. Exemplo clássico, foi

um pequeno edifício de cinco pavimentos construído por A. W.

Hendry17,23 e outros, na década de 70, ao lado de uma encosta

rochosa na Inglaterra, onde foram realizados vários estudos,

dos quais a distribuição das cargas verticais entre grupos

de paredes, a ação de cargas horizontais, a simulação do

efeito de explosão interna, conforme mostra a foto (1.1.1).

FOTO (1.1.1)– Ensaios em um edifício real (Hendry).


4

Exemplos mais recentes podem ser encontrados nas

pesquisas desenvolvidas pelo Building Research Institute,

Ministry of Construction84, no Japão, onde se vê na foto

(1.1.2) um edifício de cinco pavimentos e na foto (1.1.3)

parte dos equipamentos para introdução de cargas. No mesmo

centro de pesquisas, através de convênios Japão/Estados

Unidos, foram desenvolvidos outros estudos em escala

natural, dentre os quais destacam-se: dois edifícios de 4 e

7 pavimentos, no período de 1979 a 1982, com o objetivo de

estudar o desempenho das paredes portantes, e um edifício de

3 pavimentos em 1988, também para avaliação do desempenho

estrutural.

FOTO (1.1.2)- Ensaios em edifício real (Japão).


5

Desnecessário seria comentar os aspectos

relacionados a custos, tempo e complexidade dos

equipamentos envolvidos na realização de programas de

ensaios dessa natureza e, conseqüentemente, da

impossibilidade de sua execução em nosso país.

Mediante estas questões, ou seja, de um lado a

pobreza da representatividade dos blocos, prismas e paredes

em relação a elementos estruturais mais complexos, lançando

mais interrogações do que luzes nas investigações de certos

fenômenos, e de outro lado, todos os inconvenientes de ordem

técnica, econômica e de tempo no tocante aos ensaios em

estruturas reais, surge a possibilidade de se trabalhar com

modelos físicos reduzidos de alvenaria, que, se eficientes,

permitirão a realização de ensaios de maior complexidade a

menor custo e tempo, exigindo sistemas de ensaios mais

simples, possibilitando um melhor entendimento do complexo

comportamento das estruturas de alvenaria.

Face a este contexto, o presente trabalho tem como

objetivo principal estudar a possibilidade da substituição

dos ensaios em alvenaria de blocos cerâmicos por ensaios em

modelos físicos reduzidos, quer em condições de serviço,

como em regime de ruptura. Em paralelo, desenvolveu-se um

medidor de deslocamentos à base de extensômetro elétrico

cujas principais características são: baixo custo,

confiabilidade, boa precisão e possibilidade de fácil

substituição.
6

FOTO (1.1.3)- Equipamentos para introdução de carga em ensaios em


escala real (Japão).

Nos ensaios, optou-se por trabalhar com duas

escalas diferentes, (1:3) e (1:5), além da natural, com o

objetivo de também avaliar se o fator escala poderia alterar

significativamente as relações entre modelo e protótipo.

Procurando atingir o objetivo central dessa pesquisa,

definiu-se um programa de trabalho central que contemplasse

os ensaios básicos dentro do estudo da alvenaria, sendo

eles:

- Estudo das correlações de resistência à compressão entre

unidades, prismas de diferentes alturas e paredes;

- Influência do graute na resistência da alvenaria;

- O fenômeno de fluência;

- Aplicação de cargas lentas e

- Os modos de ruptura.
7

O trabalho teve início com a caracterização do

material cerâmico quanto à compressão, à tração e à flexão,

seguindo-se os ensaios de compressão axial em unidades,

prismas, paredes e torres.

Foram feitos ensaios à compressão axial com prismas

vazios de 2, 3 e 4 blocos; prismas de 3 blocos preenchidos

com três tipos de grautes; prismas vazios de 3 blocos

submetidos a uma carga constante (fluência) e a uma carga

lenta crescente. Pequenas paredes também foram ensaiadas à

compressão axial. Todos os ensaios em unidades, prismas

(vazios e com graute) e paredes foram reproduzidos sempre

nas três escalas. Encerrou-se o trabalho com a construção e

ensaio de duas torres nas escalas (1:3) e (1:5).

Acredita-se que após conhecidas as relações de

resistência à compressão, deformações e modos de ruptura

entre modelos e protótipos, para esse corpo básico de

ensaios, tenham-se dados que permitam a execução de

programas de ensaios mais complexos, os quais permitam

investigações mais profundas sobre o comportamento de

elementos estruturais em alvenaria, e que, conseqüentemente,

surjam maiores conhecimentos de forma a aperfeiçoar os

critérios de projetos hoje existentes.


2. ALVENARIA ESTRUTURAL

2.1. CONCEITUAÇÃO

A alvenaria estrutural é um sistema construtivo

racionalizado, no qual os elementos que desempenham a função

estrutural são de alvenaria. É o oposto da alvenaria


tradicional, projetada e construída empiricamente.

Quanto à técnica construtiva, a alvenaria

estrutural pode ser classificada em46:

i) Alvenaria estrutural não armada: quando o elemento

resistente (parede) compõe-se apenas de unidades e

juntas de argamassa.

ii) Alvenaria estrutural armada: quando o elemento


resistente apresenta armadura passiva imersa em graute,

em regiões pré-definidas.

iii) Alvenaria estrutural parcialmente armada: quando existe

armadura passiva colocada em algumas regiões, com

finalidade construtiva.

iv) Alvenaria estrutural protendida: quando o elemento

resistente possui armadura ativa, submetendo a alvenaria

a esforços de compressão.

Quanto à forma e ao material que compõe as

unidades, a alvenaria pode ainda ser classificada em:


9

alvenaria estrutural cerâmica, de concreto, sílico calcária,

podendo ser de blocos ou de tijolos.

2.2. HISTÓRICO

A arte de construir com alvenaria tem suas raízes

na antiguidade. O uso do tijolo remonta aos primeiros

esforços de construir do homem civilizado. Nas construções

persas e assírias, a 10.000 a.C., já se encontravam tijolos

secos ao sol (adobe) e a 3.000 a.C. os queimados em fornos.13

Os assírios e caldeus já haviam desenvolvido uma

técnica apurada, usando o tijolo para obras monumentais,

enquanto que os persas utilizaram-no, principalmente, na

construção de casas. Os egípcios e os gregos pouco usaram o

tijolo, cabendo aos romanos a difusão dos conhecimentos

cerâmicos pela Europa. Os árabes valorizaram

extraordinariamente esse material, a ponto de seu uso

caracterizar a arquitetura maometana.47


No transcorrer dos séculos, um grande número de

obras foi realizado utilizando-se a alvenaria e, entre

estas, algumas bastante conhecidas que perduraram até os

dias de hoje. Apesar da existência de obras de grande porte,

eram sempre dimensionadas empiricamente, pois os projetistas

e construtores compreendiam intuitivamente que as cargas

eram transferidas pelas paredes ao solo.48

Com a evolução do conhecimento, alguns estudiosos

passaram a se preocupar com o comportamento estrutural das

construções, criando teorias que vieram explicar


10

corretamente alguns aspectos isolados, como por exemplo, a

teoria de Aristóteles para os arcos que resistiam às cargas

gravitacionais; a teoria de Leonardo da Vinci para explicar

o mecanismo interno de ação entre os elementos de um arco; a

teoria matemática de Euler que equacionou a carga de

flambagem de colunas.

Entre os séculos XIX e XX, edifícios de maior porte

já eram construídos, servindo como exemplo o "Monadnock",

construído em Chicago entre 1889 e 1891 com 16 pavimentos e

65 metros de altura, cujas paredes inferiores possuíam 1,80m

de espessura.49

Os blocos cerâmicos foram desenvolvidos na Europa

em 1870 e produzidos nos Estados Unidos em 1875. Acredita-se

que os primeiros ensaios de resistência de tijolos cerâmicos

tenham sido executados na Inglaterra por volta de 1818. Na

Europa, em 1876, realizaram-se as primeiras tentativas de

normalização dos ensaios. Entre 1882 e 1906 foram ensaiados

nos Estados Unidos, no "Watertown Arsenal", cerca de 173

pilares de alvenaria.14,46,50
No período compreendido entre 1910 e 1928, no

National Bureaul of Standards (NBS), Estados Unidos, foram

desenvolvidas várias pesquisas com paredes axialmente

carregadas. Os ensaios em prismas surgiram, pela primeira

vez, em 1929, abrindo a possibilidade de se estimar,

satisfatoriamente, a resistência à compressão de paredes de

alvenaria mediante ensaios nesse tipo de corpo de prova.51

Um estudo publicado por A. Brebner, em 1923,

resultado de estudos teóricos experimentais, é considerado


11

como sendo o início da alvenaria estrutural. A partir dessa

época, um grande número de pesquisas se desenvolveram com o

intuito de equacionar o comportamento da alvenaria quando

chamada a desempenhar a função estrutural. Nesse curto

espaço de tempo, o conhecimento sobre alvenaria cresceu

muito mais do que o acumulado ao longo de vários séculos.

Em 1946, o engenheiro suíço Paul Haller deu início

a um conjunto de ensaios em paredes e pilares em escala

natural, resultando disso, importante contribuição para um

melhor aproveitamento das potencialidades dos materiais de

então, possibilitando a construção de vários edifícios na

Basiléia e em Zurique52. O primeiro desses edifícios foi

construído em 1951, possuindo 13 pavimentos, com paredes

internas de 15 cm de espessura e externas de 37.5 cm, sendo

considerado por Sahlin26 como sendo o primeiro edifício em

alvenaria estrutural não armada.

Esses edifícios fizeram ressurgir a confiança na

alvenaria como estrutura, levando os ingleses a reverem, em

1964, sua norma que tratava do assunto, o CP-111 de 1948.

Nessa nova versão, os coeficientes de redução devido à

esbeltez tornaram-se menos conservadores, com posterior

revisão e publicação desse código em 1970.

Durante a década de 60, os ingleses dedicaram-se ao

estudo do prisma cúbico de 229mm com seis tijolos. Trabalhos

conduzidos por Stedham53,54,55, Hendry56,57,58 e West59,60,

buscaram por muito tempo correlações entre a resistência à

compressão desse tipo de corpo de prova e paredes em escala

natural. Os resultados desses estudos, já no final da


12

década, mostraram que o prisma cúbico era inadequado. A

partir de então, passaram a usar o prisma comum para o

estudo do comportamento da alvenaria, quando submetida a

diversos tipos de solicitações.

Em 1966, nos Estados Unidos, foi publicado o

"Building Code Requirements for Engineered Brick Masonry",

pelo Structural Clay Products Institute, hoje o Brick

Institute of America (BIA), fato considerado como um marco

na história da alvenaria estrutural. Posteriormente, em

1969, essas recomendações foram incluídas no "Recommended

Practice for engineered Brick Masonry"8 do BIA.

Na década de 70, ainda nos Estados Unidos, vários

trabalhos foram desenvolvidos com prismas, numa tentativa de

se conhecer as influências das características dos

componentes e da metodologia de ensaio sobre o comportamento

da alvenaria,15,69,70,71 bem como as correlações com as

resistências de paredes.72,73,74,75
Outros países, como a Bélgica e a França,

desenvolveram estudos nos anos 70 com o objetivo de fornecer

subsídios seguros para o desenvolvimento de critérios de

projeto, tendo sido publicados diversos

trabalhos61,62,63,64,65,66,67,68 realizados com prismas e

painéis de paredes.

Na mesma época, os neozelandezes e australianos

publicaram resultados de trabalhos experimentais sobre

prismas construídos com unidades cerâmicas e de concreto,

concluindo sobre a viabilidade dos prismas representarem


13

paredes e permitirem o estudo da influência das propriedades

dos componentes sobre a alvenaria.12,76,77

Outro fato marcante na história da alvenaria

estrutural foi a publicação da nova norma inglesa, BS-562810

Part 1: Unreiforced masonry, em 1978, substituindo a última

versão do CP-111 de 1970. Essa norma abandonou o conceito

das tensões admissíveis, adotado em todo o mundo para a

alvenaria, substituindo-o pela filosofia dos estados

limites. Em 1985 veio a publicação da BS-562878 Part 2:

Reinforced and prestressed masonry, despertando as atenções

para a alvenaria protendida.

A década de 80, foi marcada por muitas pesquisas,

que tiveram por objetivos: o estudo da alvenaria protendida;

o comportamento global das paredes resistentes inseridas no

sistema estrutural; a avaliação dos efeitos das cargas

horizontais e verticais e o efeito de ações dinâmicas sobre

as estruturas.

2.3. ALVENARIA ESTRUTURAL NO BRASIL

Em meados dos anos 60, os esforços da construção

civil no país direcionavam-se no sentido de buscar maior

racionalização do sistema convencional, procurando minimizar

os custos. Foi nessa época que ocorreram as primeiras

"experiências" com a alvenaria estrutural.

O ano de 1966 pode ser considerado como sendo o

início da alvenaria estrutural armada no Brasil, com a

construção do conjunto habitacional "Central Parque da


14

Lapa", em São Paulo, executado com blocos de concreto,

possuindo prédios de quatro pavimentos.

Mais tarde, em 1972, no mesmo conjunto, foram

erguidos mais quatro edifícios com 12 pavimentos cada um,

demonstrando a potencialidade do material produzido, e dessa

época em diante, a produção de blocos estruturais de

concreto cresceu sensivelmente no país.

A alvenaria estrutural não armada só foi inaugurada

no Brasil no ano de 1977, com a construção em São Paulo de

um edifício de 9 pavimentos, em blocos sílico-calcários.79

O início da década de 80 marca a introdução dos

blocos cerâmicos na alvenaria estrutural no país, mais

precisamente em São Paulo e Porto Alegre.

No Brasil, o emprego da alvenaria estrutural

antecedeu as pesquisas que só tiveram início no final da

década de 70 em São Paulo80 e em 1983-86 em Porto

Alegre25,81,82. Esse fato gerou uma certa confusão no meio


técnico, levando a um entendimento incompleto do que seja

alvenaria estrutural. Como consequência, a nova técnica não

foi bem empregada, sendo adotadas algumas normas

internacionais nem sempre compatíveis com a realidade

brasileira, principalmente em se tratando da alvenaria

armada.

Embora a alvenaria estrutural já seja largamente

empregada, continua ainda incompreendida por parte dos

engenheiros brasileiros. Enquanto edifícios altos são

erguidos utilizando a capacidade resistente da alvenaria,

outras obras de menor porte são projetadas com estruturas


15

independentes, muitas vezes por completo desconhecimento da

nova técnica, gerando um contraste de certa forma

interessante e que merece ser melhor observado.

2.4. FATORES QUE AFETAM A RESISTÊNCIA DA ALVENARIA

A resistência de um elemento da alvenaria depende,

fundamentalmente, da resistência básica da mesma, das

propriedades geométricas do elemento e da excentricidade do

carregamento.

A resistência básica pode ser entendida como sendo

aquela que depende das características dos materiais

empregados, excluídos os efeitos da esbeltez,

excentricidades das cargas e tipos de vinculações. Para as

normas americanas essa resistência é denominada "resistência

média da alvenaria" (f′m), para a norma inglesa BS 562810, é

a "resistência característica da alvenaria" (fk) e para a

NB-12286, que trata do cálculo de alvenaria estrutural de


blocos vazados de concreto, é a "resistência média dos

prismas"(fp).

Embora não haja unanimidade entre os pesquisadores

sobre quais os principais fatores que afetam a resistência

da alvenaria, em ordem de importância, Hendry17 enumera as

seguintes causas como as mais importantes:

- resistência da unidade;
- resistência da argamassa de assentamento;
- geometria;
- espessura das juntas de assentamento e
16

- mão-de-obra

2.4.1. RESISTÊNCIA DA UNIDADE

Segundo Sutherland27, a resistência da unidade é o

fator dominante na resistência da alvenaria. Dentro dos

limite práticos, diz Salhin26, a resistência da parede

geralmente cresce com o aumento da resistência da unidade e

da argamassa.

A relação entre resistência da alvenaria e da

unidade, conhecida como fator de eficiência, diminui com o

acréscimo de resistência da unidade. Em outras palavras, o

aumento da resistência da parede, obtido com o aumento da

resistência da unidade, cresce menos rapidamente conforme se

aumenta a resistência das unidades. Esse fato pode ser

observado na figura (2.4.1), fornecida por Sutherland27.

FIGURA (2.4.1)- Resistência da alvenaria em função da resistência


das unidades (Sutherland).
17

Vários pesquisadores como Monk24, Salhin26,

Gomes13, Prudêncio25, Müller46 e o próprio Sutherland27,

fornecem valores dos fatores de eficiência para diferentes

tipos de unidades, conforme mostra a tabela (2.4.1).

TABELA (2.4.1)- Fator de eficiência para vários tipos de unidades.

Fator de
Unidades Eficiência (%) Autor
Tijolo cerâmico 25 a 50 Salhin
Tijolo cerâmico 10 a 40 Monk
Tijolo cerâmico 17 a 28 Prudêncio
Bloco de concreto 60 a 90 Monk
Bloco de concreto 65 a 100 Sutherlad
Bloco cerâmico 16 a 39 Gomes
Bloco cerâmico 11 a 13 Müller

2.4.2. RESISTÊNCIA DA ARGAMASSA

A influência do material de assentamento na

resistência da alvenaria, já foi objeto de estudos de muitos

pesquisadores11,23,24,26,50,87 e institutos de pesquisas. A

interferência do material utilizado no assentamento das

unidades, no resultado final do ensaio, pode ser observado

na tabela (2.4.2), apresentada pelo Structural Clay Products

Research Foundation.

Sabe-se atualmente, que será maior a influência da

resistência da argamassa quanto maior for a resistência das

unidades. Esse fato pode ser observado na figura (2.4.2),

dada pela norma inglesa BS 562810.


18

TABELA (2.4.2)- Influência do material utilizado nas juntas, sobre


a resit. da alvenaria.

Material da junta F. de eficiência


Chapa alumínio 0,96
Argamassa(1:0,5:4,5) 0,40
Areia 0,59
Junta seca 0,89

FIGURA (2.4.2)- Resistência da alvenaria para diferentes tipos de


argamassas (BS-5628).

2.4.3. GEOMETRIA

Quando corpos de prova de alvenaria são rompidos, o

confinamento entre os pratos de aço da máquina de ensaios

dificulta a deformação transversal do elemento nessa região,

induzindo assim a um estado triaxial de tensões, podendo

alterar os resultados esperados, dependendo do valor da

relação altura/espessura (h/t) do corpo de prova. Esse


19

efeito diminui, conforme aumenta o valor de (h/t), tendendo

para uma estabilização quando este valor se encontra entre 3

e 5, dependendo do material utilizado no capeamento21. No

caso de prismas de blocos vazados, pode-se trabalhar com

valores menores dessa relação, provavelmente porque a

esbeltez das paredes dos blocos sejam mais significativas do

que a esbeltez do próprio prisma. No entanto, quando esses

prismas são preenchidos com graute, recomenda-se um aumento

no valor de (h/t)22.

Assim, para prismas com razão de esbeltez (h/t)

diferentes entre si, seria necessário corrigir os resultados

obtidos através da aplicação de um coeficiente de correção.

Krefeld18 foi o primeiro pesquisador a sugerir valores para

esses coeficientes, sendo que atualmente várias normas

apresentam diferentes tabelas corretivas dos resultados de

ensaios em prismas (ver tabela 2.4.3), Contudo, num trabalho

realizado na Nova Zelândia12, fez-se a comparação desses


valores tabelados com os valores propostos por Krefeld,

concluindo-se que, se cada grupo de fatores fosse dividido

por uma constante apropriada, os valores assim obtidos se

igualariam aos de Krefeld.

Hegemier15, baseado em resultados experimentais de

ensaios em unidades serradas, afirma que a resistência dos

prismas é primeiramente uma função do número de juntas

horizontais e não da relação (h/t). Alguns autores afirmam

ainda, que a estabilização da resistência dos prismas ocorre

quando estes possuem pelo menos quatro fiadas.


20

TABELA (2.4.3)- Fatores de correção normalizados.

Fonte h/t
1,50 2,00 2,50 3,00 4,00 5,00 6,00
New Zealand Standard 1,50 1,00 1,11 1,20 1,34 1,43 1,50
Australian Standard -- 0,85 0,93 1,00 1,10 1,16 1,16
Canadian Code 0,86 1,00 1,11 1,20 -- -- --
UBC -- 0,63 0,69 0,74 0,83 0,86 --
NBS (EUA) 0,86 1,00 1,11 1,20 -- -- --
SCPI (EUA) -- 0,63 0,69 0,74 0,83 0,86 --

2.4.4. ESPESSURA DAS JUNTAS

Segundo Salhin26, um aumento na resistência da

alvenaria é conseguido com o emprego de juntas de pequena

espessura, ou seja, baixa relação espessura das juntas e

altura da unidade. Diz ainda, ser razoável aceitar que a

resistência da alvenaria diminua em aproximadamente 15% para

cada aumento de 3mm na espessura das juntas, e vice-versa,

sendo considerado como normal uma junta de 1 cm de

espessura, devendo essa relação ser tomada somente para uma

estimativa dentro das variações normais da prática. Esse

fato é confirmado por Sutherland27 e por Hendry17, sendo que

este último apresenta na figura (2.4.3), a relação

resistência da alvenaria x espessura das juntas, para

unidades maciças e vazadas.


21

FIGURA (2.4.3)- Redução na resistência da alvenaria em função da


espessura das juntas (Hendry).

Monk24 apresenta na tabela (2.4.4) os resultados de

ensaios realizados pelo Structural Clay Products Research

Foundation, em prismas com diferentes espessuras de juntas.

TABELA (2.4.4)- Redução na resistência de prismas em função da


espessura das juntas(Monk).

Esp. juntas(mm) F. de redução


06 1,00
10 0,89
13 0,75
16 0,62
20 0,48

Sutherland27 diz ainda que as pesquisas têm

demonstrado que o não preenchimento das juntas verticais não

afeta a resistência da alvenaria de tijolos; e no caso de

blocos, esse efeito é muito pequeno.


22

2.4.5. MÃO-DE-OBRA

Monk24 apresenta um estudo realizado pelo National

Bureaul of Standards, onde foi utilizado um profissional

"comercial" e outro especializado, na construção de paredes

com resistências de 20≈28 MPa e paredes de 60 MPa. As paredes

mais fracas, quando executadas pela mão-de-obra

especializada, apresentaram um acréscimo de resistência em

torno de 60 a 80% em relação às construídas pelo outro

profissional. Para as paredes de maior resistência (60 mPa),

esse acréscimo foi da ordem de 30%.

Hendry17 cita um trabalho desenvolvido na Austrália

pelo Building Research Laboratories, com o objetivo de

determinar a importância relativa de alguns fatores

relacionados com a qualidade da mão-de-obra, sob condições

laboratoriais, tendo chegado aos resultados apresentados na

tabela (2.4.5).

TABELA (2.4.5)- Fatores relacionados com a mão-de-obra que afetam


a resistência da alvenaria.

Fator Redução resist.


Reentrância nas juntas 25%
Variação espessura (16mm) 25%
Desvio de prumo (12mm) 15%
Juntas vert.não preenchidas nenhum
23

2.5. TIPOS DE ENSAIOS PARA A ALVENARIA

Os ensaios em materiais e elementos de alvenaria

são realizados com os mais variados objetivos, dentre os

quais destacam-se:16

- determinação das resistências de projeto;

- controle de qualidade na produção;

- controle de qualidade na obra e

- pesquisas experimentais.

Para o conhecimento das características estruturais

da alvenaria, realizam-se ensaios nas argamassas, unidades,

prismas e paredes. A definição do tipo de ensaio a ser

empregado depende basicamente dos seguintes critérios:16,18

- objetivos do ensaio;

- tempo necessário para a realização do ensaio;

- disponibilidade de materiais e equipamentos;

- custo relacionado à finalidade do ensaio e

- exigências quanto à confiabilidade dos resultados.

2.5.1. ENSAIOS DE UNIDADES E ARGAMASSAS

Os ensaios em unidades e argamassas possuem uma

aceitável correlação com a resistência da alvenaria, sendo

também de mais simples execução. Esses ensaios apresentam

como principais vantagens:


24

- rapidez de execução;

- baixo custo e

- simplicidade de equipamentos.

Grimm14, afirma que a resistência à compressão das

unidades varia sensivelmente com o método de ensaio

utilizado. Cita por exemplo, que tijolos secos são até 15%

mais resistentes do que tijolos saturados e que corpos de

prova quadrados, no plano perpendicular à direção de

aplicação da carga, são mais resistentes do que os

retangulares. O emprego de diferentes tipos e espessuras de

capeamento causa uma variação nos resultados dos ensaios à

compressão das unidades. Para alguns tipos de capeamento, o

tempo decorrido entre a sua aplicação e o momento do ensaio

também têm influência nos resultados obtidos. Outros fatores

que afetam a resistência à compressão de uma unidade são o

seu tamanho e a forma.

Apesar de todos esses fatos, várias normas permitem

que a resistência à compressão de elementos de alvenaria

seja obtida a partir da resistência das unidades e das

argamassas utilizadas. Contudo, esse tipo de ensaio,

geralmente é limitado em função dos níveis de solicitação da

estrutura. Os parâmetros utilizados para essa limitação

podem ser em função da resistência máxima permitida para a

unidade, ou então, da solicitação máxima permitida no

elemento estrutural, sendo esses fatores uns dos principais

inconvenientes desse tipo de ensaio, juntamente com a

condução sistemática a baixos valores da resistência final


25

da alvenaria, quando comparado com ensaios em prismas e

paredes. Essa redução se faz necessário pois visa cobrir,

com certa segurança, as variações verificadas nas unidades,

argamassas e nas condições de montagem da própria alvenaria.

A NBR-6461/835, estabelece o método de ensaio em

blocos portantes que apresentam relação altura/espessura

maior ou igual a 0,8. Várias outras normas internacionais,

como por exemplo o BIA9, ACI1, NCMA19 e a BS-562810, também

definem e limitam a resistência da alvenaria como função das

resistências das unidades e da argamassa.

2.5.2. ENSAIOS DE PRISMAS

Prismas são pequenos corpos de prova, compostos por

unidades e argamassas, utilizados para se prever as

propriedades da alvenaria a ser empregada nas construções,

tais como resistência à compressão, à tração, ao

cisalhamento, módulo de deformação, etc.22, ou para efeitos


de estudos em laboratórios.

FIGURA (2.5.1)- Prismas utilizados em ensaios.


26

Recomenda-se que os prismas sejam confeccionados

com os mesmos materiais das alvenarias que pretendam

representar, mantendo as mesmas características tais como:

espessura de juntas, tipo de argamassa e forma de

assentamento.

Os ensaios em prismas conduzem a melhores

resultados do que os observados nos ensaios de unidades e

argamassas, por serem mais representativos da alvenaria do

que as unidades isoladas9. Apresentam ainda como vantagens,

relativa rapidez de execução, baixo custo e simplicidade de

equipamentos. Outra grande vantagem desse tipo de ensaio é a

possibilidade de diversificação dos materiais a serem

utilizados e das técnicas construtivas, não se prendendo a

uma padronização rígida como o verificado nos ensaios

anteriores. Entretanto, sua utilização pressupõe o

conhecimento das correlações existentes com paredes reais,

executadas de forma semelhante. Deve-se observar ainda, que

esses ensaios geralmente são restritos ao estudo do

comportamento de painéis simples (pequenos panos de

alvenaria).

Especial atenção deve ser dada aos procedimentos e

formas de ensaios utilizados, já que podem afetar,

significativamente, os valores dos resultados obtidos. Entre

esses fatores destacam-se:

- razão espessura/altura do prisma;

- tipo de capeamento;

- forma de carregamento;
27

- mão-de-obra utilizada e

- controle da qualidade.

Não existe ainda uma norma nacional que trate de

ensaios em prismas para alvenaria estrutural de blocos

cerâmicos. Contudo, para efeitos de diretrizes para esse

tipo de ensaio, pode-se considerar as recomendações da NBR-

8215/833, que trata do preparo e ensaio à compressão de

prismas de blocos de concreto. Essa norma prevê dois métodos

de ensaios em prismas, designados de método A e método B.

Recomendações semelhantes quanto ao corpo de prova e às

formas de ensaio são encontradas na ASTM E 4472, no BIA8 , no

NCMA19, no UBC20 e no ACI1 .

2.5.3. ENSAIOS DE PAREDES

São ensaios realizados com paredes em escala

natural, geralmente painéis de (1,20 x 2,60)m, com o

objetivo de se determinarem as características de

resistência à compressão, flexão, cisalhamento e modos de

ruptura. Evidentemente, são os que conduzem a resultados

mais confiáveis quando comparados com os ensaios anteriores.

Contudo, são dispendiosos em termos de custo e de tempo,

exigindo equipamentos de maior porte para a introdução dos

carregamentos.

A NBR-89494, prescreve o método de preparo e ensaio

de paredes estruturais submetidas à compressão axial,

construídas com blocos de concreto, cerâmicos ou tijolos.


28

Ela prevê que devam ser ensaiadas no mínimo três paredes com

dimensões não inferiores a (1,20 x 2,60)m, fazendo também

várias outras recomendações quanto à execução e cura das

mesmas.

A norma inglesa, BS 562810 , padroniza os ensaios

realizados em painéis para a obtenção da resistência

característica à compressão da alvenaria, em seu item A.2,

recomendando a ruptura de dois painéis iguais entre si, com

um comprimento entre 1,20 a 1,80m e altura entre 2,40 e

2,70m, com seção transversal mínima de 0,125m2. Recomendações

adicionais, como ensaios das unidades e argamassas, esbeltez

das paredes, controle de qualidade das unidades e argamassas

também estão contidas nessa norma.

2.5.4. ENSAIOS EM ESCALA REAL

São ensaios realizados em edifícios construídos em

escala real, quer no campo17,23, ou mesmo dentro dos grandes


laboratórios experimentais84. São, evidentemente, os que

fornecem resultados mais confiáveis quando comparados com

todos os ensaios anteriores.

Dadas as dificuldades de ordem econômica, prática e

técnica, é bastante escasso o número desses ensaios

encontrados na literatura técnica, sendo que tais programas

são praticáveis somente em países mais desenvolvidos,

mediante o estabelecimento de convênios de cooperação

técnico-econômico entre centros de pesquisas, iniciativa

privada ou órgãos governamentais.


3. MODELOS FÍSICOS REDUZIDOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL

3.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Um modelo estrutural é definido pelo ACI Committe

44490 como sendo uma representação física de uma estrutura, ou de parte dela,

comumentemente construído em escala reduzida.

Uma segunda definição é dada por JANNEY et al92,

segundo os quais um modelo estrutural seria um elemento ou conjunto

de elementos construídos em uma escala reduzida e submetidos a ensaios, para os quais


devem-se aplicar as leis de semelhança na análise dos resultados obtidos.

Segundo os tipos de respostas fornecidas pelos

ensaios, os modelos podem ser classificados em:

- modelos elásticos;

- modelos indiretos;

- modelos diretos e

- modelos reais.

Os modelos de alvenaria estrutural são modelos

diretos, ou seja, aqueles em que há completa semelhança

geométrica com o protótipo, e as cargas aplicadas guardam

correspondência entre si. Assim sendo, as tensões, as

deformações e os deslocamentos obtidos no modelo, podem ser

considerados como representativos do estado do protótipo,

nas mesmas condições de carga.


30

Como o presente trabalho procura estudar os

parâmetros relacionados à resistência, deformações e modos

de ruptura dos modelos e protótipos, apresenta-se um estudo

realizado por EGERMANN e outros,44 onde os autores

trabalharam com o critério de ruptura estabelecido por

HILSDORF91. Desse modo, pretende-se estabelecer,

inicialmente, a possibilidade do emprego da técnica de

modelagem direta.

Supõe-se que quando a alvenaria se encontra sob

tensões de compressão, a argamassa, que possui menor módulo

de deformação, apresenta maior deformação transversal. Como

a argamassa se encontra confinada entre as unidades, essa

deformação é restrita, introduzindo assim um estado de

compressão triaxial na argamassa e de tração nas unidades,

conforme ilustra a figura (3.1.1).

FIGURA (3.1.1)- Estado de tensões na alvenaria.


31

A relação entre as tensões de compressão e tração

nas unidades, no instante de ruptura, é apresentada na

figura (3.1.2). Considera-se que as tensões de tração sejam

semelhantes nas direções (x) e (z).

FIGURA (3.1.2)- Envoltória de ruptura da unidade.

Onde:
- ftb = resist. da unidade à tração transversal.
- fcb = resist. da unidade à compressão uniaxial.
- σbx = tensão de tração transversal na unidade (=σbz).
- σy = tensão de compressão normal na unidade.

Dessa forma, pode-se obter a equação da reta AB


conforme segue:

 σy 
σ bx = σ bz = f tb . 1 −  (1)
 f cb 

Segundo o autor91, pode-se utilizar para a

argamassa a mesma relação encontrada para o concreto sob um


32

estado triaxial de tensões, sugerida por RICHART, e que,

quando adaptada fornece:

σy = fca + 4,1 σax (2)

Onde:
- σy = tensão de compressão normal na argamassa.
- fca = resist. da argamassa à compr. uniaxial.
- σax = tensão de compressão transv. na argamassa(confinamento).

Supondo que as tensões de tração transversal nas

unidades e as tensões de compressão transversal na argamassa

estão distribuídas uniformemente ao longo da altura das

mesmas, tem-se por equilíbrio:

σax . hj = σbx . hb (3)

Onde:
- hj = espessura da junta de argamassa.
- hb = altura da unidade.

Trabalhando-se com as equações (1), (2) e (3),

chega-se à equação (4) que sugere a resistência da alvenaria

em função da resistência das unidades e da argamassa:

 4,1f tb + α f ca 
σ y = f cb .   (4)
 4,1f tb + α f cb 
33

HILSDORF sugere ainda a aplicação de um coeficiente

de não uniformidade (Uu), que leva em consideração a

interferência da interface unidade/argamassa. Esse

coeficiente depende da mão de obra, da argamassa e das

unidades, sendo o seu valor obtido experimentalmente:

σy
f'm = (5)
Uu

Onde:
- f'm = resistência à compressão da alvenaria.
- Uu = coeficiente de não uniformidade.

σy f cb  f tb + α f ca 
f m' = = .  (6)
Uu U u  f tb +α f cb 

Onde:
hj
α =
4,1 . hb

Para a obtenção da expressão (6), HILSDORF admitiu

como hipóteses básicas que:

- as unidades são maciças e existe perfeita aderência entre

suas faces e a argamassa;

- a distribuição de tensões transversais e verticais é

uniforme;

- a alvenaria se comporta segundo um critério de ruptura

semelhante ao de Mohr-Coulomb.
34

Comenta EGERMANN, baseado na equação (6), que se a

espessura das juntas e a altura das unidades forem

simplesmente reduzidas, o arranjo da alvenaria será mantido,

e que não havendo variação nas propriedades mecânicas dos

materiais, não existe razão para antecipar diferenças

significativas no comportamento entre modelo e protótipo.

Outro fator estudado são as deformações ocorridas

nos modelos e protótipos. A expressão (7) abaixo, pode ser

utilizada para estimar o módulo de deformação da alvenaria,

que é um sistema composto por dois materiais: blocos e

argamassa.

hj
n + (n − 1)
Ei = Eb ⋅ hb (7)
Eb hj
n + (n − 1)
Ea hb
Onde:

- Ei = módulo de deformação estimado.


- Eb = módulo de deformação da unidade.
- Ea = módulo de deformação da argamassa.
- n = número de fiadas.

A expressão (7) apresenta o valor do módulo de

deformação estimado da alvenaria (Ei) como sendo função do

fator de geometria da alvenaria (hj/hb), além das

propriedades físicas das unidades e da argamassa. Ela pode

ser obtida a partir do desenvolvimento da expressão (8)

abaixo:

ε i  h j . ( n − 1) + hb .n  = ε a .h j . ( n − 1) + ε b .hb .n (8)
35

Onde:
- n = número de fiadas.
- εa,εb = deform. na argamassa e unidades, respectivamente.

Por raciocínio similar ao expresso para o caso da

resistência à compressão (expressão (6)), devem-se esperar

valores semelhantes para a grandeza (Ei) do modelo e do

protótipo, mantendo-se as mesmas propriedades dos materiais.

As condições de contato entre bloco e argamassa devem

permanecer semelhantes para validar tal afirmativa44.

3.2. HISTÓRICO E DESENVOLVIMENTO

Apesar do fato de ser a alvenaria a mais antiga e a

mais clássica forma de construção utilizada pelo homem, ao

longo de sua história, a aplicação de técnicas de modelagem

para o estudo de seu comportamento estrutural é bastante

recente.

Conforme registro histórico, a primeira tentativa

de se estudar a alvenaria estrutural por intermédio de

modelos físicos reduzidos, foi feito por VOGT29 em 1956. O


autor trabalhou, inicialmente, com alvenaria de tijolos na

escala (1:4), e utilizou, posteriormente, tijolos na escala

(1:10). Esse estudo teve natureza somente exploratória, não

tendo fornecido dados que permitissem a obtenção de

resultados consistentes quanto ao comportamento daquele

material.

No início da década de 60, na Universidade de

Melbourne, SMITH30, e, posteriormente, TAYLOR e SPURGEON31

iniciaram estudos com modelos de alvenaria. Diz ABBOUD32, que


36

este trabalho alcançou somente sucesso limitado, devido às

dificuldades encontradas, naquela época, na fabricação dos

tijolos em tamanho reduzido e na execução das paredes.

Contudo, resultados melhores foram encontrados por MOHR33,

trabalhando na escala (1:6), utilizando técnicas melhoradas

de produção e montagem da alvenaria. Ainda nos anos 60, teve

início na Universidade de Edinburgh, o estudo da alvenaria

através de modelos, tendo como pioneiros os trabalhos de

HENDRY e MURTHY34,35 sobre paredes e colunas de tijolos nas

escalas e (1:3) (1:6). Posteriormente, SINHA e outros36,37,

investigaram a ação de cargas horizontais em paredes de

contraventamento. Esse estudo foi conduzido em um edifício

de cinco pavimentos em escala natural e em seu modelo na

escala (1:6), tendo os autores concluído que apesar de

algumas diferenças na rigidez entre modelo e protótipo, eles

apresentaram um comportamento bastante semelhante.

Na década de 70, BAKER38 realizou, com sucesso,


ensaios em paredes nas escalas de (1:3) e (1:6), com cargas

axiais e horizontais. Na mesma época, FIORATO e outros39

também estudaram a interação entre paredes e pórticos de

concreto na escala (1:4), tendo os resultados desses ensaios

contribuído para um melhor entendimento do mecanismo de

interação entre esses elementos.

É importante observar que todos os trabalhos

citados anteriormente, foram desenvolvidos utilizando a

alvenaria de tijolos cerâmicos, dando-se bem menos atenção

para a alvenaria de blocos de concreto e praticamente nenhum

estudo com blocos cerâmicos.


37

O primeiro estudo com bloco de concreto se deu na

década de 60, tendo sido realizado pelo National Bureau of

Standards (NBS). O trabalho realizado na escala (1:4),

segundo ABBOUD32, não forneceu resultados satisfatórios.

Na década de 70, HARRIS e BECICA40,41 retomaram os

estudos do NBS, desenvolvendo, na Universidade de Drexel,

metodologia e técnicas de trabalho com blocos na escala

(1:4), concluindo que seria possível o estudo de modelos com

esse material.

Trabalhos desenvolvidos na Universidade de Drexel

A partir de 1975, teve início um amplo programa de

pesquisas na Universidade de Drexel, com modelos físicos de

alvenaria estrutural de blocos de concreto, objetivando

desenvolver tanto as técnicas de fabricação dos materiais,

tais como, blocos, argamassas, grautes e armaduras, bem como

as técnicas de montagem da alvenaria e a busca do

conhecimento das correlações entre modelos e protótipos.

Essas pesquisas incluíram programas de estudos do

comportamento de prismas submetidos à compressão axial, com

e sem grautes, estudos de prismas submetidos a cargas em

diferentes direções, para avaliação da resistência das

juntas ao corte, estudos de resistência à compressão de

paredes armadas, estudos do comportamento dos nós

lajes/paredes e resistência à tração da alvenaria.

São apresentados, de forma sucinta, os resultados e

conclusões de algumas pesquisas realizadas, com objetivos


38

semelhantes ao do presente trabalho, apesar de terem sido

conduzidas com alvenaria de blocos de concreto, na escala

(1:4).

Os resultados de um trabalho realizado por DRYSDALE

e outros88, onde se estudou o comportamento à compressão

axial de prismas de 3 blocos, sem grautes e com grautes de

diferentes resistências, são apresentados por ABBOUD32:

Tensão de compressão (MPa)

25

Modelo

20

Protótipo
15

10

0 0,5 1 1,5 2 2,5


Deformação axial (x10-3)

FIGURA (3.2.1)- Relação tensão-deformação para prismas com grautes


(DRYSDALE).

Em linhas gerais, segundo o autor, os resultados

dos ensaios mostraram que:

- modelos e protótipos dos prismas, com e sem graute,

apresentaram os mesmos modos de ruptura;


39

- o comportamento tensão-deformação foi semelhante, devendo-

se observar que a resistência dos blocos na escala reduzida

foi superior a dos blocos em escala natural, em média 32%;

Prisma: resistência à compressão (MPa)

25

20

Modelo

15

Protótipo

10

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Graute: resistência à compressão (MPa)

FIGURA (3.2.2)- Efeito da resistência do graute na resistência do


prisma (DRYSDALE).

- a utilização de grautes de maior resistência à compressão,

teve como conseqüência um aumento moderado na resistência à

compressão dos prismas;

- os resultados obtidos nos modelos apresentaram menor

variabilidade do que o observado no protótipo;

- e, finalmente, a semelhança entre o comportamento e os

modos de ruptura observados indicaram que a técnica de

modelagem física, nesse caso, pode ser perfeitamente capaz

de permitir um melhor entendimento do complexo

comportamento do sistema alvenaria.


40

Mais recentemente, um amplo programa de pesquisa

teve início na Universidade de Drexel, objetivando fornecer

correlações entre modelos e protótipos, e desenvolver

técnicas de modelagem para alvenaria protendida.

Universidades de Karlsruhe e Universidade de Bath

Um trabalho mais recente envolvendo as

Universidades de Bath (Inglaterra) e Karlsruhe (Alemanha),

foi levado a efeito por EGERMAN e outros44, onde se procurou

fazer uma investigação sobre o comportamento de modelos

reduzidos de paredes de alvenaria com tijolos cerâmicos nas

escalas (1:4) e (1:2), buscando examinar as correlações de

resistência e deformações e verificar quais os parâmetros

que poderiam se mostrar afetados pelo fator escala.

Os autores concluíram, basicamente, que a alvenaria

pode ser representada em escalas reduzidas, com relação ao

modo de ruptura e resistências últimas (campo de

investigação da pesquisa), quando forem utilizados materiais

semelhantes entre modelos e protótipo.

Observaram os autores, entre outras coisas, que a

relação módulo de deformação/resistência à compressão

(E/f'm) diminui conforme se reduz a escala. Os resultados

dessa pesquisa, juntamente com os resultados de outros

trabalhos citados pelos autores89, são apresentados na figura

(3.2.3).

Os autores comentam que tal fato pode estar

relacionado, em parte, ao grau de adensamento da argamassa


41

no momento do assentamento das unidades, afirmando que o

comportamento da argamassa é sensível ao peso das unidades

logo após o assentamento. Nesse caso, seria necessário

introduzir um fator de correção para cada escala.

Módulo deform/Resist. compr.


700

600

500

400

300

200

100

0
1:1 1:2 1:3 1:4 1:6 Escalas

FIGURA (3.2.3)- Relação módulo de deformação/resistência à compr.


para diferentes escalas (EGERMANN).

Na década de 80, HAMID e ABBOUD42,43 deram

continuidade aos estudos de modelos, trabalhando com o mesmo

tipo de material usado por HARRIS e BECICA. Os resultados

dos ensaios mostraram que o comportamento da alvenaria de

blocos de concreto, com ou sem groute, poderia ser

satisfatoriamente representado por modelos em escala (1:4).

Contudo, comentam os autores, algumas variações entre

respostas de modelo e protótipo foram observadas,

acreditando-se que a causa principal de tal fato tenham sido

imperfeições na geometria dos blocos reduzidos, somadas a

problemas referentes à qualidade da mão-de-obra empregada.


42

CALDERONI45, desenvolveu, na Universidade de

Nápoli, um estudo em um pequeno edifício de quatro

pavimentos, de alvenaria de tijolos, procurando avaliar o

efeito das ações horizontais e verticais.

No Brasil, não se têm notícias de programas de

pesquisas que sejam direcionados para o desenvolvimento da

técnica de modelagem em alvenaria estrutural. Sabe-se de

rápidas investigações com ensaios em prismas, realizados na

Escola Politécnica da USP, com caráter de trabalho

experimental em disciplinas de pós-graduação. Os blocos em

escala reduzida, produzidos até então, sempre tiveram apenas

objetivos publicitários para algumas empresas.


4. ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS

4.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Os primeiros ensaios realizados foram com o intuito

de estabelecer as características físico-mecânicas de todos

os componentes da alvenaria, ou seja, dos blocos, das

argamassas, dos grautes e do próprio material cerâmico. Os

blocos nas escalas (1:1), (1:3) e (1:5), as argamassas de

assentamento e de capeamento e os grautes tipos A, B e C

foram ensaiados à compressão axial, tendo-se realizado

sempre as leituras das deformações de modo a se estabelecer

o andamento tensão-deformação. Nos blocos, ainda foram

realizadas medidas de absorção de água, e no material

cerâmico foram feitos ensaios de compressão, tração e

flexão.

4.2. MATERIAL CERÂMICO

4.2.1. ENSAIO DE COMPRESSÃO AXIAL

4.2.1.1. CORPOS DE PROVA

Para a determinação da resistência à compressão do

material cerâmico, foram retirados dos blocos na escala


44

(1:1), oito corpos de prova prismáticos, de base (2,5x2,5)cm

e altura de 5,9 cm, aproximadamente.

FIGURA (4.2.1)- Retirada do material cerâmico para os ensaios de


caracterização.

As dimensões dos corpos de prova foram

condicionadas pelas espessuras das paredes dos blocos dos

quais foram retirados, de forma a manterem uma relação

altura/espessura entre 2,0 e 2,5, procurando minimizar os

efeitos da esbeltez do corpo de prova e da restrição do


prato da máquina de ensaios, pois esses fatores poderiam

conduzir a um estado combinado de tensões.

4.2.1.2. INSTRUMENTAÇÃO

Com exceção dos corpos de prova (7) e (8), todos os

demais foram instrumentados com extensômetros elétricos do

tipo KFC-5-D17-11, sendo colocados em faces opostas,

arranjados de modo a permitir as leituras das deformações

axiais e transversais, conforme mostra a foto (4.2.1).


45

Para a colagem dos extensômetros nos corpos de

prova, foi utilizado um procedimento desenvolvido e

empregado pelo Laboratório de Geologia da CESP. Procedeu-se

assim, devido ao fato do material cerâmico apresentar

propriedades semelhantes às rochas, quanto ao tipo de

superfície e porosidade do material.

Impermeabilizou-se a superfície de colagem dos

extensômetros com a aplicação de resina SIKADUR-43, com os

componentes A e B misturados na proporção de 4:1, em peso.

28 minutos após ter sido preparada, a mistura foi aplicada

sobre a superfície, de modo a evitar a penetração excessiva

no material, pois poderia assim alterar suas características

mecânicas no entorno daquela região. Decorridas 24 horas, as

superfícies foram levemente lixadas (lixas 220/320) até

apresentarem uma película delgada, sendo em seguida colados

os extensômetros.

Foto (4.2.1)- Compressão axial do material cerâmico: corpos de


prova instrumentados.
46

Após 24 horas, tempo mínimo de cura da resina

utilizada, os extensômetros foram conectados ao aparelho de

leitura na configuração de meia ponte. Como compensador de

temperatura, utilizou-se sempre um segundo corpo de prova.

Foto (4.2.2)- Compressão axial do material cerâmico: preparo


superfície para colagem dos extensômetros.

Foto (4.2.3)- Compressão axial do material cerâmico: colagem dos


extensômetros elétricos.
47

4.2.1.3. DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS

Os ensaios foram realizados em uma prensa MARUTO,

com capacidade de 100kN, previamente aferida. O carregamento

foi aplicado a uma velocidade de aproximadamente 30

kN/minuto, sendo as leituras de deformações efetuadas

para cada incremento de carga igual a 3 kN. Na superfície

superior dos corpos de prova foi colocada uma rótula de modo

a corrigir possíveis desnivelamentos entre as superfícies de

introdução de carga.

Foto (4.2.4)- Ensaio de compressão axial.

4.2.1.4. RESULTADOS

A forma de ruptura apresentada pelos corpos de

prova 2, 3, 5, e 7, foi caracterizada pelo aparecimento de

fissuras verticais, quando o carregamento atingia cerca de


48

Foto (4.2.5)- Ensaio de compressão axial: detalhe.

tensão (MPa)
90

80

70

60

50

40

30

20

10

0
-2 -1 0 1 2 3 4 5 6
def. tranv.(x10-3) def. axial (x10-3)

FIGURA (4.2.2)- Material cerâmico: resultados dos ensaios de


compressão axial.

50 a 60% da carga de ruptura. Após o aparecimento dessas

fissuras, o carregamento continuava crescente até a

"explosão" do corpo de prova. Os corpos de prova de números

1, 4, 6 e 8 apresentaram ruptura brusca, explosiva, sem o

aparecimento das fissuras verticais. Os resultados dos


49

ensaios são apresentados na tabela (4.2.1) e na figura

(4.2.2).

TABELA (4.2.1)- Material cerâmico: resistência à compressão axial


e deformações.

CP No. Área Altura Resist. Deform. Deform.


(cm2) (cm) (MPa) Axial(%o) Transv.(%o)
01 6,55 5,90 89,19 5,08 0,86
02 6,30 5,95 61,54 2,22 0,36
03 6,38 5,91 45,92 2,97 0,82
04 5,53 5,94 81,84 4,89 1,08
05 6,45 5,81 58,71 2,08 0,40
06 6,32 5,95 71,52 5,32 1,05
07 6,73 5,71 50,52 -- --
08 6,32 5,75 56,96 -- --
Média amostra 64,53 3,76 0,76
Coef. Variação(%) 23,42 39,93 41,17

4.2.2. ENSAIO DE TRAÇÃO AXIAL

4.2.2.1. CORPOS DE PROVA

Para a realização desse ensaio foram utilizados

corpos de prova semelhantes aos prismáticos da compressão

axial, diferenciando-se somente na altura, que em média foi

em torno de 12,75cm (foto 4.2.2). Os corpos de prova foram

instrumentados com extensômetros elétricos do tipo KFC-20-

C1-11, colados em lados opostos, segundo os procedimentos já

descritos no item anterior.


50

Na execução do ensaio de tração axial, também se

recorreu a uma técnica desenvolvida pelo Laboratório de

Geologia da CESP para ensaios de tração em rochas,

considerando a dificuldade de ordem prática para fixar o

corpo de prova na máquina de ensaios.

FOTO (4.2.6)- Tração axial material cerâmico: preparo dos corpos


de prova.

Empregaram-se parafusos que foram alinhados e

previamente colados nas superfícies de carga, sendo

posteriormente envolvidos por uma pasta SIKADUR-43, com os

componentes A e B, misturados numa proporção de 3:1,

adicionando-se uma parte de areia. Essa mistura foi aplicada

com o auxílio de formas de papelão, envolvendo-se cerca de

metade do parafuso e 1/3 da altura do corpo de prova, tendo

como função a transmissão de carga entre os dois elementos.


51

FOTO (4.2.7)- Tração axial material cerâmico: fixação dos


parafusos de tração.

4.2.2.2. DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS

Os ensaios foram realizados com o auxílio de "pesos

mortos" e de uma estrutura aporticada como apoio. Os corpos

de prova foram fixados no pórtico pelas faces superiores,


sendo acoplada na face oposta uma vareta metálica para

receber os pesos. Nas ligações das duas faces foram

previstos "sistemas rotulados" de modo a não introduzir

esforços indesejáveis nos elementos.

O carregamento foi introduzido em incrementos de

0,25 kN/minuto, aproximadamente, sendo realizadas as

leituras de deformação em cada um desses estágios. A foto

(4.2.8) mostra detalhes do sistema de ensaios.


52

FOTO (4.2.8)- Tração axial material cerâmico: sistema de ensaio


utilizado.

4.2.2.3. RESULTADOS

Os resultados obtidos são mostrados na tabela

(4.2.2) e na figura (4.2.2). A foto (4.2.9), apresenta o

aspecto dos corpos de prova após a ruptura.


53

FOTO (4.2.9)- Tração axial material cerâmico: corpos de prova após


a ruptura.

TABELA (4.2.2)- Material cerâmico: resistência à tração axial e


deformações.

CP No. Área Resist. Deform.


(cm2) (MPa) Axial(%o)
01 6,37 5,59 0,37
02 6,53 5,45 0,34
03 6,58 5,41 0,40
04 6,13 6,39 0,41
05 6,58 5,47 0,36
06 6,63 4,62 0,32
Média amostra 5,49 0,37
Coef. Variação(%) 10,31 9,39

4.2.3. ENSAIO DE FLEXÃO

O objetivo dos ensaios de flexão no material

cerâmico, foi buscar conhecer sua resistência à tração na


54

tensão tração (MPa)


7
5,49 - 9,36

1
0,37 - 8,50

0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
deform. (x10-3)
FIGURA (4.2.3)1 - Ensaios de tração axial.

flexão relacionando-a com a resistência na tração axial e

verificar também as deformações desenvolvidas no entorno da

ruptura.

4.2.3.1. CORPOS DE PROVA

Foram preparados 9 corpos de prova prismáticos, de

dimensões médias (1,9 x 2,5)cm de base e 14,0cm de

comprimento. Cinco desses corpos de prova foram

instrumentados com extensômetros elétricos do tipo KFC-20-

C1-11, de modo a medirem as deformações máximas de tração e

compressão. A colagem dos extensômetros foi executada

segundo os procedimentos descritos anteriormente. Usou-se

novamente um segundo corpo de prova como compensador de

temperatura.

1Os números que aparecem junto aos eixos, correspondem, respectivamente,


ao valor médio e ao coeficiente de variação da grandeza representada no
respectivo eixo.
55

4.2.3.2. DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS

Os corpos de prova foram posicionados como uma viga

bi-apoiada, com vão de 11cm, sobre elementos que simulassem

os apoios fixo e móvel, conforme mostra a foto (4.2.10).

FOTO (4.2.10) - Ensaio de flexão material cerâmico: detalhe do


sistema de ensaio.

A carga foi introduzida através de um "cavalete"


metálico, de modo a produzir duas cargas concentradas (P)

sobre o corpo de prova. Acima desse cavalete, foi

introduzida uma rótula, que, por sua vez, estava ligada a

uma prensa de adensamento. O incremento de carga foi de 0,10

kN/min., fazendo-se em cada um desses pontos as leituras de

deformações.
56

4.2.3.3. RESULTADOS

A tabela (4.2.3) apresenta os resultados finais

desses ensaios e a foto (4.2.11) mostra a forma de ruptura

dos corpos de prova.

FOTO (4.2.11) - Ensaio de flexão material cerâmico: corpos de


provas rompidos.

4.3. BLOCO CERÂMICO

4.3.1. DESCRIÇÃO

As unidades empregadas nos ensaios foram blocos

cerâmicos nas escalas de (1:1), (1:3) e (1:5), fornecidos

pela indústria cerâmica Tebas. Os blocos cerâmicos na escala


57

TABELA (4.2.3)- Material cerâmico: ensaios de flexão.

CP No. Base Altura Resist. Deform.(%o)


(cm) (cm) (MPa) Tração compressão
01 1,87 2,46 6,90 0,62 0,55
02 1,95 2,47 6,06 0,60 0,45
03 2,46 1,90 7,44 0,76 0,71
04 2,60 1,92 6,88 0,69 0,67
05 2,58 1,84 7,56 0,77 0,69
06 1,93 2,52 7,84 -- --
07 1,82 2,58 7,92 -- --
08 1,84 2,55 7,52 -- --
09 1,85 2,51 5,66 -- --
Média amostra 7,09 0,69 0,61
Coef. Variação(%) 11,11 11,11 18,05

natural (1:1), foram produzidos comercialmente, num processo

de mistura mecânica, extrusão e queima em forno contínuo

alimentado por diesel. Esses blocos apresentam duas

cavidades principais e perfurações nas paredes

longitudinais. A figura (4.3.1) mostra a forma e as

dimensões desses blocos cuja altura média foi de 14 cm. As

medidas são os valores médios tomados de 10 unidades,

coletadas aleatoriamente, mediante prévia inspeção visual.

Também foram caracterizados os meio-blocos, com uma cavidade

principal, conforme é mostrado na mesma figura.

Os blocos nas escalas (1:3) e (1:5), mostrados na

figura (4.3.2), foram produzidos no laboratório da indústria

cerâmica, em uma pequena extrusora, e queimados em forno


58

elétrico, não apresentando as perfurações nas paredes

longitudinais por dificuldades no processo de produção.

FIGURA (4.3.1)- Formas e dimensões (mm) dos blocos e meio-blocos


na escala (1:1).

FIGURA (4.3.2) - Formas e dimensões (mm) dos blocos nas escalas


(1:3) e (1:5).

4.3.2. ENSAIO DE ABSORÇÃO DE ÁGUA E DENSIDADE

Para a determinação da absorção de água dos blocos

cerâmicos, foram selecionados 10 unidades de cada uma das 3

escalas em estudo. O procedimento adotado foi o prescrito

pela ASTM C-67/8383. Os valores obtidos dos ensaios de


59

absorção de água dos blocos, nas três escalas, são

apresentados na tabela (4.3.1).

TABELA (4.3.1)- Valores da absorção de água dos blocos.

Absorção Coef. de
Escala (%) var. (%)
1:1 13,44 9,31
1:3 13,51 12,47
1:5 15,88 12,80

4.3.3. ENSAIO DE COMPRESSÃO AXIAL

4.3.3.1. PREPARO DOS CORPOS DE PROVA

O preparo dos blocos cerâmicos, antes dos ensaios

de compressão axial, constituiu-se em uma limpeza nos

mesmos, na saturação das faces através de imersão em água e

posterior capeamento.

A imersão em água das faces que seriam capeadas,

deu-se em função do alto poder de sucção inicial do material

cerâmico, retirando-se a água de amassamento da argamassa, e

conseqüentemente, prejudicando o grau de aderência entre a

superfície de contato capeamento/bloco. Mesmo com esses

cuidados, muitos corpos de prova foram perdidos pelo fácil

desprendimento de seus capeamentos durante os preparativos

para os ensaios.

Considerando a influência do material de capeamento

nos resultados dos ensaios15,21,69,85,86, optou-se por um

capeamento uniforme em todos os corpos de prova, definindo-


60

se por uma argamassa mista. Nos blocos na escala (1:1), a

espessura do capeamento foi de 5,0mm e as demais escalas

sofreram redução proporcional, sendo sempre executado com o

auxílio de gabaritos e níveis.

A argamassa utilizada no capeamento foi preparada

num traço de (1:0,5:3), em peso (cimento:cal:areia). Nos

blocos na escala (1:1) a areia foi dividida em duas partes

iguais: retida e passante na peneira #100. Nas escalas (1:3)

e (1:5) empregou-se somente a areia passante na peneira #100,

tendo em vista a trabalhabilidade da argamassa.

4.3.3.2. DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS

Para cada uma das três escalas foram ensaiados 12

blocos para a determinação da resistência à compressão e

para o estabelecimento da relação tensão x deformação. Os

blocos sempre foram ensaiados após um período aproximado de

28 dias do capeamento, sendo secos ao ar.

Os ensaios na escala (1:1) foram realizados no

laboratório de estruturas da UNESP, em uma prensa universal

com capacidade de 1000 kN. A velocidade de aplicação de

carga foi de aproximadamente 15 MPa/min10. As medidas de

deformação foram sempre feitas com o auxílio de 2 relógios

comparadores, e as leituras tomadas para quinhões de carga

em torno de 1/15 da carga de ruptura esperada.

Os blocos nas escalas (1:3) e (1:5) foram ensaiados

no Laboratório de Estruturas e Materiais Estruturais da

Escola Politécnica/USP, em uma prensa Dartec com capacidade


61

de 100 kN. Os resultados dos ensaios (diagrama tensão x

deformação) são fornecidos em tempo real pelo equipamento,

cuja operação é toda automatizada.

A ruptura do bloco cerâmico demonstrou-se frágil,

caracterizando-se por estilhaços na forma de pequenas placas

que são lançadas dos corpos de prova. Nos blocos na escala

(1:1) foi comum o aparecimento de fissuras verticais,

coincidentes com as perfurações existentes em suas paredes

longitudinais.

4.3.3.3. RESULTADOS OBTIDOS

Os resumos dos resultados obtidos nos ensaios de

compressão axial nos blocos cerâmicos, nas escalas (1:1),

(1:3) e (1:5), são dados na tabela (4.3.2). As figuras

(4.3.3), (4.3.4) e (4.3.5) mostram os diagramas tensão x

deformação obtidos.

TABELA (4.3.2)- Ensaio de compressão axial dos blocos.

Ruptura Coef.var Deform. Coef.var


Escalas (MPa) (%) (‰) (%)
1:1 15,49 10,16 3,45 14,26
1:3 18,21 7,05 15,05 7,95
1:5 15,03 12,15 14,69 8,97
62

tensão (MPa)
20
15,49 - 10,16 BLOCO
18
ESC. 1:1
16

14

12

10

2
3,45 - 14,26

0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
deform. (x10-3)

FIGURA (4.3.3)- Diagrama tensão-deformação: compressão axial dos


blocos na escala (1:1).

tensão (MPa)
20
18,20 - 7,05 BLOCOS
18
ESC. 1:3
16

14

12

10

2
15,05 - 7,95
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
deform. (x10-3 )

FIGURA (4.3.4)- Diagrama tensão-deformação: compressão axial dos


blocos na escala (1:3).
63

tensão (MPa)
20
15,03 - 12,15 BLOCOS
18
ESC 1:5
16

14

12

10

2
14,69 - 8,97
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
deform. (x10-3 )

FIGURA (4.3.5)- Diagrama tensão-deformação: compressão axial dos


blocos na escala (1:5).

4.4. ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO

Sabendo que a escolha da composição, os

procedimentos de preparo e a forma de aplicação da argamassa

de assentamento podem exercer influência sobre os resultados

dos ensaios, foram tomados cuidados redobrados para o

controle desses parâmetros, de modo a validar os estudos

comparativos subseqüentes.

Optou-se por trabalhar com uma argamassa mista, com

traço em peso de (1:1:6) (cim:cal:areia) e fator a/c=1,37,

considerando o aspecto da trabalhabilidade conferida pela

presença da cal e por se tratar de um traço comumente

utilizado.

Nos prismas em escala (1:1), a areia utilizada foi

dividida em duas partes iguais: retidas nas peneiras #50 e

#100. Nas escalas (1:3) e (1:5) trabalhou-se com areia retida


64

e passante na peneira #100, em partes iguais. Os resultados

dos ensaios à compressão das argamassas são apresentados na

tabela (4.4.1).

TABELA (4.4.1)- Resistência à compressão das argamassas de


assentamento.

Idade No. de Ruptura (MPa)


(dias) CPs Protótipo Modelos
03 06 2,51 1,97
07 06 3,26 2,55
28 06 5,45 4,13
CV (%) - 8,85 3,96

4.5. GRAUTE

Foram adotados três tipos diferentes de grautes,

denominados de A, B e C, para o preenchimento dos prismas e

posterior estudo de sua influência na resistência à

compressão e nas relações entre as escalas.

Para as escalas reduzidas, foram utilizadas areias

retidas nas peneiras #50 e #100, em partes iguais. O

pedrisco utilizado também foi composto por partes iguais

retidas nas peneiras #4 e #8. Todo o material foi previamente

lavado de modo a retirar os excessos de impurezas.

A tabela (4.5.1) apresenta os traços e os

resultados médios dos ensaios à compressão em 3 corpos de

prova, de cada tipo de graute.


65

TABELA (4.5.1)- Traço e resistência à compressão dos grautes.

Graute Traço peso Fator a/c Ruptura


tipo (cim-areia-pedr.) (MPa)
A 1:3,06:2,94 0,952 13,08
B 1:2,48:2,52 0,822 15,59
C 1:1,90:2,21 0,637 22,60
5. ENSAIOS DE PRISMAS VAZIOS E PAREDINHAS

5.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O presente capítulo descreve os ensaios de

compressão axial realizados em prismas vazios e paredinhas,

em três escalas, com o objetivo de levantar as correlações

existentes entre resistências, deformações e modos de

rupturas. Optou-se por trabalhar com prismas de 2, 3 e 4

blocos justapostos (ver figura 5.1.1) por ser bastante comum

sua utilização em pesquisas e por saber-se que a relação de

resistência do prisma e da parede varia conforme o número de

fiadas do prisma, sendo possível assim verificar se esse

comportamento se reproduziria de forma semelhante para as

três escalas.

FIGURA (5.1.1)- Prismas utilizados nos ensaios.


67

5.2. MOLDAGEM DOS CORPOS DE PROVA

Os prismas e as paredinhas foram montados com o

auxílio de gabaritos especiais de acrílico e de madeira,

procurando minimizar-se os efeitos da mão de obra, e

controlar com maior eficiência parâmetros como prumo, nível

e espessura das juntas.

As paredinhas foram montadas contrafiadas com

dimensões aproximadas de (90x90)cm na escala (1:1), sofrendo

reduções proporcionais nas outras escalas (ver figura 5.2.1

e foto 5.2.1).

FIGURA (5.2.1)- Paredinhas utilizadas nos ensaios.

A argamassa de assentamento utilizada já foi

descrita no capítulo 4°, tendo sido adotadas juntas de 10mm

de espessura para os prismas na escala (1:1), com reduções

proporcionais nas demais.

Os blocos foram imersos em água, antes do

assentamento, com o objetivo de diminuir o grau de absorção

de água dos mesmos, fenômeno este que compromete a ligação


68

bloco/argamassa, tendo como conseqüência o fácil

desprendimento dos blocos durante o manuseio dos prismas.

FOTO (5.2.1)- Paredinhas utilizadas nos ensaios nas escalas (1:3)


e (1:5).

FOTO (5.2.2)- Equipamento de auxílio de montagem dos prismas


(escalas 1:3 e 1:5).

Considerando a influência do material de capeamento

nos resultados dos ensaios15,22,59,69,82,86, optou-se por um


69

capeamento uniforme em todos os corpos de prova, constituído

de uma capa de 5mm de argamassa mista com traço em peso de

(1:0,5:3). Nos modelos reduzidos, as espessuras dos

capeamentos tiveram reduções proporcionais.

Após a montagem, os corpos de prova foram

envolvidos por sacos plásticos juntamente com estopas

úmidas, de modo a melhorar as condições de cura. Os mesmos

permaneceram no local da montagem por 24 horas. Após esse

período, foram transferidos e armazenados em câmara úmida.

FOTO (5.2.3)- Montagem dos prismas e cura inicial (escalas 1:3 e


1:5).

5.3. DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS


70

Os prismas, na escala (1:1), e as paredinhas foram

ensaiados à compressão axial em uma prensa universal com

capacidade máxima de 1000kN, previamente aferida. Os

prismas, nas escalas reduzidas, foram ensaiados no

laboratório de estruturas da Escola Politécnica da USP, em

uma prensa Dartec, já citada no capítulo 4°. Os ensaios foram

realizados sempre após um período de 28 dias da montagem dos

corpos de prova, permanecendo secos ao ar por 24 horas.

Antes dos ensaios, as faces capeadas foram lixadas

de modo a retirar pequenas irregularidades e desnivelamentos

das superfícies. Nos modelos, utilizaram-se superfícies de

vidro para a regularização; e para a escala natural, usou-se

uma superfície de concreto desempenado.

As medidas das deformações foram feitas com a

utilização de 02 relógios comparadores, sendo as leituras

tomadas para quinhões de carga de aproximadamente 1/12 da

carga de ruptura esperada, sem que houvesse interrupção na

introdução do carregamento, que se deu a uma velocidade de

aproximadamente 0,10~0,15 MPa/segundo.


71

FOTO (5.3.1)- Preparo das paredinhas para ensaio à compressão


axial(escala 1:1).

FOTO (5.3.2)- Ensaio das paredinhas à compressão axial nas escalas


(1:3 e 1:5).

5.4. RESULTADOS OBTIDOS

Os valores das resistências e das deformações

médias de ruptura obtidos nos ensaios de compressão axial


72

dos corpos de prova, nas três escalas, são mostrados na

tabela (5.4.1) e nas figuras (5.4.1) e (5.4.2). No anexo

(13.1), são apresentadas as figuras com valores individuais

dos ensaios.

Em um estudo desenvolvido por MULLER46, a autora

encontrou os valores apresentados na tabela (5.4.2) ao

ensaiar paredes na escala natural, usando blocos de mesma

origem aos do presente trabalho e uma argamassa semelhante.

TABELA (5.4.1)- Resistência à ruptura e deformações dos blocos,


prismas e paredinhas.

Escala C.P. Ruptura Coef.Var. Deform. Coef.Var.


(MPa) (%) (‰) (%)
Bloco 15,49 10,16 3,45 14,26
02 blocos 6,59 5,75 2,67 8,41
1:1 03 blocos 5,95 13,11 1,96 4,70
04 blocos 5,09 7,54 1,51 7,53
Paredinha 4,45 7,34 1,24 8,17
Bloco 18,21 7,05 15,05 7,95
02 blocos 10,46 10,60 5,98 2,75
1:3 03 blocos 9,36 12,25 4,46 6,69
04 blocos 6,88 7,41 3,86 8,34
Paredinha 5,22 11,14 5,25 4,79
Bloco 15,03 12,15 14,69 8,97
02 blocos 9,39 9,80 5,80 6,16
1:5 03 blocos 8,49 6,85 4,26 4,88
04 blocos 7,31 4,61 4,43 10,33
Paredinha 6,10 6,62 5,92 6,54

As paredes ensaiadas foram painéis de

aproximadamente (120x260)cm, carregados axialmente.


73

TABELA (5.4.2)- Resultados de ensaios em paredes em escala


natural, segundo MULLER46.

Escala Ruptura Coef.Var. Deform. Coef.Var.


C.P.
(MPa) (%) (‰) (%)
1:1 Parede 2.63 5.60 1.04 7.80

rupt ura (M Pa)


19
18
17
16
15
14
13 bloco
12
11 2 blo
10
3 blo
9
8 4 blo
7
6 pared.
5
4
3
2
1
0
1 :1 1 :3 1 :5 escalas

FIGURA (5.4.1)- Resumo das resistências à compressão dos blocos,


prismas e paredinhas.
74

def ormação (x10 -3 )


16
15
14
13
12
11 bloco
10
2 blo
9
8 3 blo
7
4 blo
6
5 pared.
4
3
2
1
0
1 :1 1 :3 1 :5 escalas

FIGURA (5.4.2)- Resumo das deformações de ruptura dos blocos,


prismas e paredinhas.

5.5. ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS

Forma de ruptura

A forma de ruptura dos prismas e das paredinhas foi

semelhante para as três escalas, caracterizando-se pelo


aparecimento de fissuras verticais, seguidas de um

estilhaçamento e da quebra das paredes dos blocos.

O estilhaçamento das paredes foi mais comum nos

blocos naturais (1:1), sendo que em todas as escalas

observou-se, algumas vezes, o aparecimento de pequenas

fissuras em baixos níveis do carregamento aplicado (30∼40% de

Frup).

Na escala natural, foi comum o aparecimento de

fissuras coincidentes com os furos existentes nas paredes

dos blocos. As fotos (5.5.1), (5.5.2), (5.5.3) e (5.5.4)


75

FOTO (5.5.1)- Forma de ruptura das paredinhas na escala (1:5).

mostram a ruptura das paredinhas na escala (1:5), de um

prisma na escala (1:1) e dos prismas nas escalas (1:3) e

(1:5), respectivamente.

FOTO (5.5.2)- Forma de ruptura dos prismas na escala (1:1).


76

FOTO (5.5.3)- Forma de ruptura dos prismas na escala (1:3).

FOTO (5.5.4)- Forma de ruptura dos prismas Na escala (1:5).

Resistência à compressão

As resistências médias à compressão dos blocos,

prismas e paredinhas são apresentadas na tabela (5.4.1) e na

figura (5.4.1). Nota-se, nessa figura, que as resistências

apresentaram um comportamento semelhante para as três

escalas.
77

A razão entre a resistência dos prismas e paredes

com a resistência dos blocos, definida como fator de eficiência, é

apresentada na figura (5.5.1), observando-se que ele

decresce com o aumento do número de fiadas do elemento,

tendendo a um crescimento global conforme se diminui a

escala.

resist . prisma / resist . bloco


0 ,65
0 ,60
0 ,55
0 ,50
0 ,45
2 blo
0 ,40
0 ,35 3 blo

0 ,30 4 blo
0 ,25
pared.
0 ,20
0 ,15
0 ,10
0 ,05
0 ,00
1:1 1:3 1:5 escalas

FIGURA (5.5.1)- Relação entre resist. de prismas e paredes com a


resist. dos blocos.

Deformação

Os valores médios das deformações de ruptura dos

blocos, prismas e paredinha são mostrados na tabela (5.4.1)

e na figura (5.4.2). Percebe-se nessa figura, para as

escalas reduzidas, grande diferença entre as deformações

ocorridas nos blocos em relação aos prismas e paredinhas;

comportamento esse que não se verificou para a escala

natural.
78

Acredita-se que a grande deformabilidade verificada

nos blocos reduzidos, deva-se ao processo de fabricação, ou

seja, enquanto os blocos na escala natural são misturados à

vácuo, extrudados e prensados mecanicamente, os blocos

reduzidos foram confeccionados por um processo mais

artesanal.

Verifica-se também que houve diferença no

comportamento das deformações entre protótipo e modelos,

principalmente para as paredinhas.

Dadas as diferenças de deformações verificadas

entre modelos e protótipos, executou-se, já no final do

trabalho, um conjunto de ensaios adicionais em prismas

vazios de três blocos, nas escalas (1:3) e (1:5), usando a

mesma argamassa empregada nos prismas na escala (1:1),

definida como 'argamassa natural'.

O objetivo dessa investigação, foi o de verificar

se a granulometria da argamassa estaria influenciando

fortemente as diferenças entre as deformações. Os resultados

obtidos, que são apresentados no anexo (13.4), mostraram que

não houve diferença significativa no comportamento das

deformações.

Relação: módulo de deformação/resist. à compressão

Para os prismas de 2, 3 e 4 blocos, a relação

média entre o módulo de deformação e resistência à

compressão, (Ep/fp), foi de aproximadamente 2,5 da escala


79

(1:1) para as escalas reduzidas. Para as paredinhas, essa

relação ficou em torno de 4,5. Entre as escalas (1:3) e

(1:5), essa relação apresentou valores próximos entre si,

tanto para os prismas como para as paredinhas.

Esse comportamento reproduz, aproximadamente, o

verificado por EGERMAN e outros44 ao estudarem alvenaria de

tijolos cerâmicos em escala reduzida, conforme apresentado

no capítulo (3).
mód. def orm. / resist . compr.
9 0 ,0

8 0 ,0

7 0 ,0

6 0 ,0
1 :1
5 0 ,0
1 :3
4 0 ,0
1 :5
3 0 ,0

2 0 ,0

1 0 ,0

0 ,0
bloco 2 blo 3 blo 4 blo pared. C.Ps.

FIGURA (5.5.2)- Relação (Ep/fp) dos blocos, prismas e paredinhas.


6. ENSAIOS DE PRISMAS COM GRAUTE

6.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Neste capítulo, são apresentados os resultados dos

ensaios em prismas de 3 blocos preenchidos com três

diferentes tipos de grautes, denominados de A, B e C. Os

prismas foram construídos nas três escalas em estudo e

submetidos a ensaios de compressão axial.

A descrição dos grautes, da argamassa de

assentamento e de capeamento já foi apresentada no capítulo


4°, juntamente com os resultados dos ensaios de

caracterização desses materiais.

6.2. MOLDAGEM DOS CORPOS DE PROVA

A construção dos prismas foi conduzida segundo os


mesmos procedimentos descritos no capítulo 5°, empregando-se

os mesmos equipamentos e técnicas. O preenchimento dos

prismas com os grautes foi feito em três camadas, adensando-

se cada uma delas com 30 golpes de uma haste metálica

apropriada a cada escala, tendo-se como diretriz as

recomendações normatizadas para a moldagem de corpos de

prova cilíndricos de concreto.


81

FIGURA (6.2.1)- Prisma preenchido com graute.

6.3. DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS

Todos os itens, tais como idade e condições de cura

dos corpos de prova, preparo, leituras de cargas e

deformações, introdução e velocidade do carregamento, foram


desenvolvidos segundo o que já foi descrito no capítulo 5°.

Dentro desse estudo, vários pontos tiveram que ser

refeitos por se verificar, após a ruptura dos corpos de

prova, a existência de vazios no seu interior, apesar de

todo o cuidado tomado com o preenchimento e adensamento dos

grautes.

6.4. RESULTADOS OBTIDOS

Os valores das resistências e das deformações

médias de ruptura, obtidos nos ensaios de compressão axial


dos corpos de prova, nas três escalas, são mostrados na

tabela (6.4.1) e nas figuras (6.4.1) a (6.4.3). No anexo

(13.2) são dados os valores individuais desses ensaios.


82

TABELA (6.4.1)- Resistência à ruptura e deformações de prismas


preenchidos com grautes A, B e C.

Escala Prisma Ruptura Coef.Var. Deform. Coef.Var.


(MPa) (%) (‰) (%)
Vazio 5,95 13,11 1,96 4,70
1:1 A 8,32 5,44 2,25 3,45
B 10,11 4,85 2,54 1,62
C 12,48 6,28 2,75 3,05
Vazio 9,36 12,25 4,46 6,69
1:3 A 15,05 8,03 6,07 1,70
B 17,48 11,52 6,25 6,24
C 20,41 6,32 6,41 4,24
Vazio 8,49 6,85 4,26 4,88
1:5 A 12,95 10,71 5,33 5,50
B 14,73 9,16 5,60 6,43
C 17,33 6,50 6,17 6,79

ruptura (MPa)
24
C
22

20

18
B
16
prism. vazio
A
14
prism. A
12
prism. B
10
prism. C
8

0
grautes 1:1 1:3 1:5 escalas

FIGURA (6.4.1)- Resistência à compressão dos grautes, prismas


vazios e preenchidos.
83

Deformação (x10-3)
7
6,5
6
5,5
5
4,5 prism. vazio
4
prism. A
3,5
prism. B
3
2,5 prism. C
2
1,5
1
0,5
0
1:1 1:3 1:5 escala

FIGURA (6.4.2)- Resumo comparativo das deformações dos prismas


vazios e com grautes.

Módulo de deform. (x1000 MPa)


5,00

4,50

4,00

3,50
prism. vazio
3,00
prism. A
2,50
prism. B
2,00
prism. C
1,50

1,00

0,50

0,00
1:1 1:3 1:5 escalas

FIGURA (6.4.3)- Resumo dos módulos de deformações dos prismas


vazios e com grautes.
84

6.5. ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS

Forma de ruptura

A forma de ruptura dos prismas foi sempre

semelhante em todas as escalas, apresentando dois modos

principais:

- desmonte do conjunto do bloco e do graute no seu

interior (ver foto 6.4.1);


- desprendimento das paredes dos blocos, expondo o graute sem

danos aparentes (ver foto 6.4.2).

Para os prismas na escala natural, foi comum o

aparecimento de fissuras coincidentes com as perfurações nas

paredes dos blocos; comportamento esse semelhante ao dos


prismas vazios, estudados no capítulo 5°.

FOTO (6.5.1)- Prisma com graute: desmonte do conjunto.


85

FOTO (6.5.2)- Prisma com graute: ruptura do bloco cerâmico.

FOTO (6.5.3)- Prisma rompido: escala (1:5)

Resistência à compressão

As resistências médias à compressão dos prismas e

grautes, na ruptura, podem ser observadas na figura (6.4.1).

Os resultados mostram que protótipo e modelos apresentaram


86

FOTO (6.5.4)- Prisma rompido: escala (1:1)

um comportamento semelhante e que a utilização de grautes de

maior resistência não implicou no crescimento proporcional

das resistências dos prismas. Esse comportamento concorda

com o observado por GOMES13, DRYSDALE e outros88. O

crescimento da resistência dos prismas, em função do aumento

da resistência do graute, é apresentado na figura (6.4.4).

O crescimento da resistência à compressão dos

prismas com graute tipo B, em relação ao tipo A, foi em

média de 14% para as três escalas; valor este muito próximo

do crescimento da resistência do próprio graute tipo B, que

foi de 16% em relação ao tipo A.

Com a utilização do graute tipo C, a resistência

dos prismas na escala (1:1) aumentou em 33% em relação ao

tipo A, enquanto que os modelos aumentaram aproximadamente

25%, sendo que o crescimento da resistência do graute tipo C

foi de 42%, também em relação ao tipo A. A figura (6.4.5)

ilustra melhor esse comportamento.


87

Prisma: rupt ura (M Pa)


22

20

18

16
graut e C
14
vazios graut e B 1 :1
12
graut e A 1 :3
10
1 :5
8

0
0 5 10 15 20 25
Graut e: rupt ura (M Pa)

FIGURA (6.5.1)- Crescimento da resist. dos prismas em função da


resist. do graute.

re sist: p rism .g ra./ p rism . A


1,60

1,40

1,20

1,00
p rism . A

0,80 p rism . B

p rism . C
0,60

0,40

0,20

0,00
1:1 1:3 1:5 e sc alas

FIGURA (6.5.2)- Relação: resistência prismas com grautes B e C e


prismas com graute A.
88

re sist: p rism .g ra./ p rism .vazio


2,20

2,00

1,80

1,60

1,40 p rism .vaz.

1,20 p rism . A

1,00 p rism . B

0,80 p rism . C
0,60

0,40

0,20

0,00
1:1 1:3 1:5 e sc alas

FIGURA (6.5.3)- Relação: resistência prismas com grautes A, B e C


e prisma vazio.

A figura (6.4.6) apresenta a relação de resistência

dos prismas com grautes tipo B e C e o prisma com graute

tipo A

Deformação

O comportamento das deformações médias de ruptura,

tomadas no protótipo e nos modelos, é mostrado na figura

(6.4.2). Observa-se, nessa figura, um comportamento

semelhante ao da resistência à compressão, sendo que as

deformações dos prismas com graute tipo C cresceram em torno

de 30% em relação aos prismas vazios, conforme mostra a

figura (6.4.7).

O crescimento das deformações dos prismas com

graute tipo C, em relação aos prismas com grautes tipo A,

foi em torno de 16% para as escalas (1:1) e (1:5) e de 5%

para a escala (1:3).


89

De fo rm . p rism . g rau te / p rism . vazio


1,60

1,40

1,20

1,00
p rism . A

0,80 p rism . B

p rism . C
0,60

0,40

0,20

0,00
1:1 1:3 1:5 e sc alas

FIGURA (6.5.4)- Relação: deformações prismas com graute e prismas


vazios.

Módulo de deformação

Os módulos de deformações dos prismas vazios e com

os grautes A, B e C foram menores para os modelos em relação

à escala natural. A escala (1:5) apresentou ainda, valores

levemente inferiores à escala (1:3), conforme mostra a

figura (6.4.3). Entre os prismas de mesma escala, o módulo

de deformação cresceu com o aumento da resistência do

graute, para as três escalas.

O aumento no módulo de deformação do prisma com

graute tipo C, em relação ao prisma vazio, foi da ordem de

33% para as escalas (1:1) e (1:3) e de 29% para a escala

(1:5).

Com relação aos prismas com graute tipo A, o

aumento do módulo de deformação dos prismas com graute tipo

C foi em torno de 20% para as escalas (1:1) e (1:3) e de 14%


90

para a escala (1:5). Esse comportamento é apresentado na

figura (6.4.8).

módulo def orm. (x1 00 0 M Pa)


5 ,00

4 ,50

4 ,00
vazio graut e C
3 ,50
graut e A graut e B
3 ,00 1 :1

2 ,50 1 :3

2 ,00 1 :5

1 ,50

1 ,00

0 ,50

0 ,00
0 5 10 15 20 25
resist . graut e (M Pa)

FIGURA (6.5.5)- Relação: módulo de deformação e resistência do


graute.
7. ENSAIOS DE PRISMAS COM CARREGAMENTO LENTO
CRESCENTE

7.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

É objeto desse capítulo, o estudo do comportamento

de prismas vazios, quando submetidos a um carregamento lento

crescente, levados até a ruptura, onde avalia-se o andamento

tensão-deformação ao longo do tempo e as relações entre as

três escalas.

7.2. CORPOS DE PROVA

Optou-se por trabalhar com prismas vazios de três

blocos, sendo que todo o processo de montagem, cura,

materiais e métodos obedeceram ao que já foi exposto no


capítulo 5°.

FIGURA (7.2.1)- Prismas utilizados nos ensaios de compressão axial


com carga lenta.
92

A figura (7.2.1) mostra os prismas utilizados nas

escalas (1:3) e (1:5). Na escala natural, trabalhou-se

também com prismas de três fiadas, porém de meio-bloco,

devido à limitação dos equipamentos de ensaio (ver

foto(7.2.1)).

FOTO (7.2.1)- Carregamento lento: Prismas escala (1:1).

7.3. DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS

Todos os ensaios foram realizados no Laboratório

Central de Engenharia da CESP.

O carregamento foi introduzido através de


incrementos de carga (∆F), aplicados com intervalos de tempo

(∆T). Os incrementos de carga (∆F) foram adotados como

sendo, aproximadamente, 1/12 da carga de ruptura esperada

para os corpos de prova em um ensaio rápido, para cada uma

das três escalas:


93

Frup
∆F ≅
12

Os intervalos de tempo para a introdução dos

incrementos de carga foram definidos conforme o apresentado

na tabela (7.3.1). A mesma tabela apresenta o tempo total

aproximado para a realização de cada um dos ensaios.

TABELA (7.3.1)- Intervalos de tempo para aplicação dos incrementos


de carga e tempo total.

Tempo minutos horas dias


∆T 5 15 30 1 5 1 3 6 9
Total 60 180 360 12 60 12 36 72 108

Os ensaios nos prismas na escala (1:5) foram

realizados em prensas de adensamento, utilizadas para a

caracterização de solos. As medidas de deformação foram

feitas apenas com um relógio comparador, colocado no centro

da superfície superior do corpo de prova. Também, na região

superior, foi colocado um sistema de rótula, de modo a

evitar carregamentos excêntricos.

Para as escalas natural e (1:3), empregou-se um

sistema hidráulico, acoplado a um outro sistema de peso

morto, cuja função era a estabilização e a manutenção da

pressão em todo o sistema, de forma a assegurar a constância

da carga aplicada (ver figura 7.3.1). As leituras de

deformações foram feitas através de dois relógios

comparadores, colocados sempre em diagonais opostas em

relação ao corpo de prova.


94

PRISMA
MANOMETRO

ROTULA

MACACO
HIDRAULICO

PESO
MORTO

MESA DE CARGA BOMBA HIDRAULICA DISTRIBUIDOR DE PRESSAO PORTICO DE REACAO

FIGURA (7.3.1)- Sistema hidráulico para manutenção de cargas


constantes.

Na escala (1:1), além dos relógios, foram

instaladas bases de tensotast de 30 cm, em duas faces

opostas, sendo que nas bases dos corpos de prova, também

foram colocados sistemas de apoios rotulados.

FOTO (7.3.1)- Sistema de ensaio para os prismas na escala (1:5):


Prensas de adensamento.
95

FOTO (7.3.2)- Prensas de adensamento: Detalhe.

FOTO (7.3.3)- Sistema hidráulico com peso morto: Ensaio de prismas


escalas (1:1) e (1:3).

Para as leituras com o tensotast, previu-se uma

base de referência, com o mesmo tipo de corpo de prova e sem

carregamento, de modo a evitar o efeito da variação de

temperatura.
96

FOTO (7.3.4)- Prismas na escala (1:1): leitura deformações.

7.4. RESULTADOS OBTIDOS

Os resultados obtidos dos ensaios de compressão

axial dos prismas, submetidos a um carregamento lento

crescente, para diferentes tempos e escalas, são

apresentados nas tabelas e figuras subseqüentes. Os valores

individuais desses ensaios são dados no anexo (13.3).

TABELA (7.4.1)- Valor médio da resistência à compressão dos


prismas (MPa).

∆ Tempo
Esc
rap. 5min 15min 30min 1hora 5horas 1dia 3dias 6dias 9dias

1:1 7,75 7,66 7,71 8,18 7,92 7,59 7,69 7,29 7,76 7,71
1:3 9,36 9,23 9,49 9,69 8,70 8,70 8,65 8,41 8,42 8,79
1:5 8,49 9,02 8,28 8,97 9,35 9,18 8,91 9,26 9,14 8,79
97

rupt ura (M Pa)


1 0 ,0 0

9 ,0 0

8 ,0 0

7 ,0 0

6 ,0 0 1 :1

5 ,0 0 1 :3

4 ,0 0 1 :5

3 ,0 0

2 ,0 0

1 ,0 0

0 ,0 0
rap. 5 15 30 1 h 5 h 1 3 6 9 t empo
min min min dia dias dias dias

FIGURA (7.4.1)- Tensão de ruptura dos prismas para as várias


escalas e tempos de carregamento.

def orm. (x1 0-3 )


8 ,0 0

7 ,0 0

6 ,0 0

5 ,0 0
1 :1

4 ,0 0 1 :3

1 :5
3 ,0 0

2 ,0 0

1 ,0 0

0 ,0 0
rap. 5 min 1 5 min 3 0 min 1 h 5 h 1 dia 3 dias 6 dias 9 dias t empo

FIGURA (7.4.2)- Deformação de ruptura dos prismas para as várias


escalas e tempos de carregamento.
98

TABELA (7.4.2)- Valor médio das deformações de ruptura dos prismas


(‰).

∆ Tempo
Esc
rap. 5min 15min 30min 1hora 5horas 1dia 3dias 6dias 9dias

1:1 2,55 3,65 4,38 4,28 4,47 4,62 4,18 4,81 4,33 4,57
1:3 4,46 6,99 6,49 6,95 6,64 6,92 6,87 7,17 7,11 7,09
1:5 4,26 7,05 6,35 6,32 6,01 6,36 5,72 5,95 6,09 6,01

M ód. def orm. (x10 00 M Pa)


3 ,5 0

3 ,0 0

2 ,5 0

1 :1
2 ,0 0

1 :3
1 ,5 0
1 :5

1 ,0 0

0 ,5 0

0 ,0 0
rap. 5 min 1 5 min 3 0 min 1 h 5 h 1 dia 3 dias 6 dias 9 dias t empo

FIGURA (7.4.3)- Módulo de deformação dos prismas para as várias


escalas e tempos de carregamento.

7.5. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Forma de ruptura

A forma de ruptura dos prismas foi a mesma

verificada para os ensaios rápidos em prismas vazios,


tratados no capítulo 5°.
99

Observou-se com maior freqüência o aparecimento de

fissuras nos prismas na escala (1:1).

Resistência à compressão

O comportamento da resistência à compressão dos

prismas para os diferentes tempos de carregamento é

apresentado na tabela e na figura (7.4.1), podendo-se

observar que a velocidade de carregamento não afetou

significativamente os resultados obtidos nos ensaios

rápidos.

Deformação

Os valores das deformações de ruptura estão

apresentados na tabela e na figura (7.4.2). Os resultados

obtidos indicam que a escala natural estabilizou as


deformações finais a partir dos ensaios com ∆T=15min, e os

modelos, já a partir do intervalo de tempo ∆T=5min.

Para a escala (1:1), observa-se um crescimento em


torno de 26% nas deformações dos ensaios com ∆T=5min,. e de

42% para os demais intervalos de tempo.

Para a escala (1:3), observa-se um crescimento em

torno de 36% nas deformações dos demais intervalos de tempo

em relação ao ensaio rápido. Para a escala (1:5) esse

crescimento foi próximo de 31%.

Módulo de deformação

Os valores dos módulos de deformação obtidos nesses

ensaios são apresentados na figura (7.4.3).


100

Como as resistências não foram afetadas pelo fator

'tempo de carregamento', as mesmas considerações feitas para

o comportamento das deformações podem ser aplicadas então,

observando-se, evidentemente, que o módulo de deformação

decresce com o tempo de aplicação da carga.


8. ENSAIOS DE PRISMAS COM CARREGAMENTO CONSTANTE

8.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Neste capítulo, procurou-se fazer uma avaliação do

comportamento relativo de prismas sujeitos a um carregamento

de longa duração, nas três escalas em estudo. O estudo

específico do fenômeno de fluência na alvenaria, não é

objeto principal deste trabalho. Portanto, os ensaios

realizados têm como objetivo indicar uma tendência de

comportamento e, principalmente, dar a conhecer as relações

existentes entre as escalas estudadas.

8.2. CORPOS DE PROVA

Foram empregados os mesmos corpos de prova para os

ensaios com carregamento lento crescente utilizados no


capítulo 7°, ou seja, prismas vazios de 03 blocos. Os

materiais componentes e os procedimentos de montagem foram


os mesmos já descritos no capítulo 5°.

8.3. DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS

Para as três escalas foram empregados os mesmos

equipamentos de ensaios e de leitura de deformações, citados

no capítulo anterior.
102

Definiram-se dois níveis de carga, que foram de

aproximadamente 20 e 40% da carga de ruptura esperada para

cada tipo de corpo de prova, que introduziram nos corpos de

prova os valores de tensões mostrados na tabela (8.3.1)

abaixo.

TABELA (8.3.1)- Tensões constantes aplicadas nos ensaios de


fluência (MPa).

Tensão (MPa)
Escalas ∼20% ∼40%
1:1 1,20 2,40
1:3 1,90 3,80
1:5 1,90 3,80

Inicialmente, as leituras foram feitas a cada 15

minutos; sendo esse tempo aumentado progressivamente até o

valor de 12 horas, passando a ser esse o intervalo constante

para as demais leituras.

8.4. RESULTADOS OBTIDOS

Os resultados obtidos nos ensaios são mostrados na

figuras (8.4.1), (8.4.2) e (8.4.3), dadas a seguir.

Houve a necessidade de se refazer os ensaios dos

prismas na escala (1:1), por dificuldades encontradas nas

leituras das deformações e pelo surgimento de pequenas

fissuras quando foi introduzido o maior carregamento.


103

deform. (x10-3)
2,40
2,20
2,00
1,80
1,60
1,40
1,20
1,00
0,80
0,60

0,40
0,20
0,00

tempo (horas)

FIGURA (8.4.1)- Relação: deformação-tempo para prismas na escala


(1:1).

deform. (x10-3)
2,40
2,20
2,00
1,80
1,60
1,40
1,20
1,00
0,80
0,60
0,40
0,20
0,00

tempo (horas)

FIGURA (8.4.2)- Relação: deformação-tempo para prismas na escala


(1:3).
104

deform. (x10-3)
2,40
2,20
2,00
1,80
1,60
1,40
1,20
1,00
0,80
0,60
0,40
0,20
0,00

tempo (horas)

FIGURA (8.4.3)- Relação: deformação-tempo para prismas na escala


(1:5).
9. ENSAIO DE DUAS TORRES

9.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O presente capítulo trata da construção e do ensaio

de duas torres semelhantes, mostradas na figura (9.1.1)

abaixo, nas escalas (1:3) e (1:5), em relação a um protótipo

ideal de 5,70 metros de altura.

FIGURA (9.1.1)- Torres ensaiadas.

O objetivo desse estudo foi verificar se o

comportamento das torres, quando carregadas e levadas à

ruptura, seria influenciado pelo fator escala. Para tal,

foram medidas as deformações em vários pontos, com o

objetivo de se avaliar a distribuição do carregamento


106

imposto, sendo também comparadas as cargas de ruína e a

forma de ruptura.
9.2. MONTAGEM DAS TORRES

Na construção das torres, repetiram-se os mesmos

procedimentos, já descritos nos capítulos anteriores, para a

montagem dos prismas e das paredinhas, empregando-se a mesma

argamassa, as mesmas espessuras de juntas e o mesmo

capeamento. Para o controle dos níveis, prumos e espessura

das juntas, foram montados gabaritos auxiliares de madeira,

conforme mostram as fotos (9.2.1) e (9.2.2).

FOTO (9.2.1)- Montagem das torres (detalhe).


107

FOTO (9.2.2)- Montagem das torres (vista geral).

Na base das duas torres, foram previstas lajes de

concreto armado de 15 cm de espessura, com o objetivo de

possibilitar seu transporte e evitar imperfeições de

superfície nessa região durante os ensaios.

9.3. INSTRUMENTAÇÃO

As medidas das deformações feitas tomadas nas

quatro paredes em três diferentes alturas, sendo a primeira,

próxima do topo (3ª fiada); a segunda, na região central

(20ª fiada) e a outra, próxima da base da torre (37ª fiada).

Em cada linha de referência, foram colocados 3 pontos de

leitura por parede, totalizando assim 36 pontos de leitura

para cada torre (figura 9.3.1).


108

PAREDE CARREGADA

1a FIADA
10 9
8 3a FIADA
11 TOPO 7
6
12
1 5
2
3 4

10 9
8 20a FIADA
11 7
CENTRO 6
12
1 5
2
3 4

10 9
8 37a FIADA
11 7
6 39a FIADA
BASE
12
1 5
2
3 4

FIGURA (9.3.1)- Pontos instrumentados.

Cada ponto de leitura foi instrumentado com um

extensômetro elétrico e uma base de tensotast. Na escala

(1:3), utilizou-se uma base de 100mm e na escala (1:5), base

de 50mm. As ligações dos extensômetros elétricos foram

executadas em 1/2 ponte, de modo a compensar as variações de

temperatura. A técnica de preparo e colagem foi a descrita

em capítulos anteriores.

9.4. DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS

Antecedendo o carregamento, as superfícies

superiores de contato foram lixadas e niveladas. Sobre o

capeamento, semelhante aos utilizados nos prismas, foi

colocado uma camada de neoprene não fretado, de

aproximadamente 5mm, de modo a corrigir pequenas

imperfeições.
109

A primeira fase do carregamento foi introduzido

uniformemente, como objetivo de permitir a acomodação da

instrumentação, principalmente dos extensômetros, e permitir

a aferição do sistema. Para a escala (1:3), esse

carregamento chegou a 150 kN, e para a escala (1:5), foi de

60kN, gerando uma tensão aproximada na alvenaria de 1,20 e

1,30 MPa, respectivamente.

A segunda fase do carregamento, ou seja, no ensaio

propriamente dito, a carga foi introduzida apenas sobre as

duas paredes menores, deixando-se as maiores sem carga (ver

figuras 9.1.1 e 9.3.1).

Pretendia-se introduzir um terceiro carregamento

que seria concentrado sobre as duas paredes maiores, porém,

o surgimento de fissuras precoces, durante o ensaio,

inviabilizou tal objetivo. As fotos (9.4.1) e (9.4.2)

mostram os ensaios das torres nas escalas (1:3) e (1:5),

respectivamente.

FOTO (9.4.1)- Ensaio da torre na escala (1:3).


110

FOTO (9.4.2)- Ensaio da torre na escala (1:5).

9.5. RESULTADOS OBTIDOS

Os resultados obtidos nos ensaios são mostrados nas

figuras (9.5.1) a (9.5.6). Essas figuras contêm os valores

das deformações obtidas nas três linhas de referência

(topo/centro/base), em todos os pontos. São apresentados os

valores referentes a três níveis de carga, a saber:

• 30 - 60 - 90 kN: para a escala (1:3);


• 12,5 - 25 - 35 kN: para a escala (1:5).

Esses valores são totais, ou seja, a soma dos

quinhões aplicados em cada parede. Na escala (1:3), a

ruptura se deu com uma carga total de 115 kN, e na escala

(1:5), a carga total de ruptura foi de 43,5 kN, o que

correspondeu a uma tensão de ruptura de aproximadamente 3,0

e 3,20 MPa, respectivamente.


111

d ef o rm . (x 1 0 -3 )
0 ,7
T O PO
0 ,6

1 ,2 2
0 ,5

3 0 kN
0 ,4
6 0 kN
0 ,8 5
0 ,3
9 0 kN
0 ,4 5
0 ,2

0 ,1

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 pont os

FIGURA (9.5.1)- Deformações no topo da torre (1:3).

d ef o rm . (x 1 0 -3 )
0 ,7
C EN T RO
0 ,6

0 ,5

30kN
0 ,4
60kN
0 ,3
90kN

0 ,2

0 ,1

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 pontos

FIGURA (9.5.2)- Deformações no centro da torre (1:3).


112

d ef o rm . (x 1 0 -3 )
0 ,7
BA SE

0 ,6

0 ,5

30kN
0 ,4
60kN
0 ,3
90kN

0 ,2

0 ,1

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 pontos

FIGURA (9.5.3)- Deformações na base da torre (1:3).

d ef o rm . (x 1 0 -3 )
0 ,7
T O PO
0 ,6
E S C . 1:5

0 ,5

1 2 ,5 kN
0 ,4
2 5 kN
0 ,3
3 5 kN

0 ,2

0 ,1

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 pont os

FIGURA (9.5.4)- Deformações no topo da torre (1:5).

d ef o rm . (x 1 0 -3 )
0 ,7

CEN T RO
0 ,6
E S C . 1:5

0 ,5

1 2 ,5 kN
0 ,4
2 5 kN
0 ,3
3 5 kN

0 ,2

0 ,1

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 pont os

FIGURA (9.5.5)- Deformações no centro da torre (1:5).


113

d ef o rm . (x 1 0 -3 )
0 ,7
BA SE

0 ,6
E S C . 1:5

0 ,5

1 2 ,5 kN
0 ,4
2 5 kN
0 ,3
3 5 kN

0 ,2

0 ,1

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 pont os

FIGURA (9.5.6)- Deformações na base da torre (1:5).

9.6. ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS

Forma de ruptura

O surgimento das fissuras, seu caminhamento e a

forma de ruptura das torres foram exatamente iguais para as

duas escalas reduzidas em estudo.

O estado de fissuração teve início nas paredes

frontais (menores), na primeira fiada, nos cantos. Conforme

se aumentava o carregamento, essas fissuras se prolongavam

para baixo, e outras surgiam nas paredes laterais (maiores),

também com início nos cantos, caminhando em direção ao

centro da torre. As fotos (9.6.1) e (9.6.2) ilustram esse

comportamento, mostrando a fissuração final ocorrida nas

duas paredes da torre na escala (1:3).


114

FOTO (9.6.1)- Estado de fissuração na parede menor da torre na


escala (1:3).

A forma de ruptura deu-se exatamente da mesma forma

para as duas escalas, caracterizada pela quebra da parede

menor, na região superior da torre, conforme mostram as

fotos (9.6.3) e (9.6.4). Eliminou-se a possibilidade de

problemas de alinhamento na máquina de ensaios, pois a

ruptura deu-se em lados opostos para as duas torres.


115

FOTO (9.6.2)- Estado de fissuração na parede maior da torre na


escala (1:3).

FOTO (9.6.3)- Ruptura da torre na escala (1:3).


116

FOTO (9.6.4)- Ruptura da torre na escala (1:5).

Resistência à compressão

As cargas de ruptura, que foram respectivamente de

115 e 43,5 kN para as escalas (1:3) e (1:5), guardam a mesma

proporção da razão entre as áreas, significando que o estado

de tensão no momento da ruptura foi equivalente para as duas

torres.

Distribuição das deformações

As figuras de (9.5.1) a (9.5.6) mostram a

distribuição das deformações em três níveis diferentes de

carregamento, para cada escala. Percebe-se que o

comportamento e os valores medidos são muito próximos para

as duas torres.
117

Na região do topo, para o maior nível de carga,

alguns pontos de leitura foram perdidos em função do

surgimento das fissuras. Por esse motivo, nas figuras

citadas, eles aparecem como sendo nulos, podendo levar a uma

falsa idéia da distribuição das deformações nessas regiões.

Esperava-se que, na região central, e

principalmente na região da base, houvesse uma distribuição

de deformações mais homogênea, o que não se verificou.

Acredita-se que, em parte, esse fato esteja relacionado com

o comportamento de fissuração da alvenaria, o qual pode ter

alterado significativamente a distribuição dessas

deformações, bem como pela pequena relação altura/largura

das torres. De qualquer forma, faz-se necessário a

realização de outros ensaios, com corpos de prova de

diferentes tipos e dimensões, de modo a se concluir com

maior segurança sobre esse comportamento.

Além disso, cabe também investigar o efeito de

lajes intermediárias de concreto armado sobre o

comportamento desse tipo de estrutura, por ser exatamente a

situação que ocorre na prática (edifícios).


10. DESENVOLVIMENTO DE INSTRUMENTAÇÃO

10.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A necessidade de se conhecer o comportamento

tensão-deformação dos corpos de prova de alvenaria, até o

instante de ruptura, motivou, inicialmente, o

desenvolvimento de um medidor de deslocamento que

apresentasse como principais características:

- baixo custo;

- resistência à choques;

- simplicidade de construção e

- confiabilidade.

Tal fato, deve-se ao tipo de ruptura apresentado

pela alvenaria, que é frágil. Equipamentos, como relógios

comparadores, normalmente são retirados bem antes do

colapso, prevenindo-se danos nos mesmos, não permitindo o

acompanhamento dos ensaios até o final.

Por dificuldades encontradas durante o

desenvolvimento do equipamento, houve um atraso

significativo no cronograma previsto inicialmente. Para que

o restante da pesquisa não ficasse comprometido, trabalhou-

se mesmo com relógios comparadores, encontrando-se soluções

para a obtenção de todo o andamento tensão-deformação dos


119

ensaios realizados. De qualquer forma, salienta-se o grande

número de relógios utilizados; fato que teria gerado grandes

dificuldades se não houvesse o convênio com o Laboratório da

CESP.

Dessa forma, o desenvolvimento do medidor de

deslocamento passou a ser feito em paralelo ao restante da

pesquisa.

10.2. DESENVOLVIMENTO

Primeiro exemplar:

Definiu-se que o medidor de deslocamentos seria

formado, basicamente, por uma estrutura de acrílico, por ser

um material relativamente barato e de fácil

trabalhabilidade, e que as leituras deveriam ser feitas

através de extensômetros elétricos.

O primeiro aparelho construído é mostrado na foto

(10.2.1)(esquerda). É constituído por uma estrutura externa

de acrílico, com um sistema de guia interno, ao qual está

ligada uma pequena mola, conectada a uma lâmina metálica de

0,2mm de espessura e que contém os extensômetros elétricos,

ligados em 1/2 ponte.

Os deslocamentos medidos são transmitidos por uma

haste metálica externa, acoplada à estrutura de acrílico,

até a lâmina metálica, produzindo flexão, que é acusada pela

leitura dos extensômetros elétricos. Pela pré-aferição do

sistema, relacionam-se as leituras obtidas com os

deslocamentos ocorridos.
120

FOTO (10.2.1)- Exemplares desenvolvidos.

Após a construção e os primeiros testes

realizados, foram observadas as seguintes deficiências do

primeiro exemplar:

- desproporcionalidade de dimensões entre a estrutura de

acrílico e a lâmina metálica e

- atrito entre a guia interna e a estrutura externa,

dificultando o movimento da haste metálica.

Segundo exemplar:

Corrigindo-se os problemas encontrados no primeiro

exemplar, foi construído um segundo aparelho (ver foto

10.2.1-direita), com as seguintes modificações:

- diminuição das dimensões da estrutura externa de acrílico;


121

- eliminação da guia interna;

- aumento do comprimento da haste externa metálica e

- guia interno na haste metálica, de modo a evitar que a

mesma pudesse girar durante o manuseio.

Dessa forma, obteve-se uma peça com menores

dimensões, tendo-se eliminado também o problema do atrito

entre as peças de acrílico. O trabalho de fabricação também

foi sensivelmente diminuído.

A mola foi fabricada no próprio laboratório, com

aço apropriado e diâmetro de 0,2mm.

O curso de leitura, definido no segundo exemplar,

foi de 10mm. A sensibilidade apresentada foi em torno de


1/200mm para cada (µε) de leitura. Torna-se possível aumentar

essa sensibilidade alterando-se a forma de ligação dos

extensômetros elétricos.

10.3. RESULTADOS

Os resultados dos ensaios de aferição do aparelho

são mostrados nas figuras (10.3.1) e (10.3.2).

Os valores apresentados nessas figuras são as

médias gerais dos valores obtidos em seis aferições, em

carga e em descarga, com diferentes velocidades na variação


dos deslocamentos. Nota-se a relação linear entre leitura e

deslocamento, o que viabiliza a utilização do aparelho.


122

desloc. (mm)
10

0
0 195 379 571 764 948 1142 1328 1522 1718 1911
Leituras (µε)
FIGURA (10.3.1)- Relação: leitura-deslocamento.

leitura (∆µε)
220

200

180

160

140

120

100

80

60

40

20

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
desloc. (mm)

FIGURA (10.3.2)- Relação: leitura-deslocamento.


123

FOTO (10.3.1)- Aferição inicial do medidor.

FOTO (10.3.2)- Aferição final do medidor.


11. CONCLUSÕES

A.Os resultados dos ensaios de compressão axial realizados

nas unidades, nos prismas vazios de 2, 3, 4 blocos e nas

paredinhas, mostraram que:

- As resistências à compressão axial dos modelos foram

semelhantes entre si, de forma geral. Porém, para os

prismas e paredinhas, os modelos apresentaram valores

superiores aos observados no protótipo, numa relação

aproximada de 1,5 para os prismas e 1,3 para as paredinhas;

- As deformações de ruptura, medidas nos modelos, também

apresentaram a mesma ordem de grandeza entre si, porém,

foram consideravelmente superiores aos valores medidos no

protótipo, numa relação aproximada de 2,4 para os prismas e

4,5 para as paredinhas. Esse comportamento repete o

observado em outras pesquisas(44);

- A relação: (resist. do prisma)/(resist. do bloco) é afetada

pelo fator escala, crescendo conforme se diminui a escala,

com um valor aproximado de 0,4 0,5 e 0,6 para as escalas

(1:1), (1;3) e (1:5), respectivamente;

- Apesar das diferenças dos valores numéricos, o

comportamento e os modos de ruptura apresentados pelo

protótipo e modelos foram semelhantes.

Pode-se concluir, a partir do exposto acima, que,

uma vez confirmadas as relações de resistências e

deformações entre modelos e protótipos, é possível trabalhar


125

de forma direta com modelos físicos reduzidos para o estudo

da alvenaria de blocos cerâmicos.

Os resultados dos ensaios nos prismas, em escala

reduzida, montados com a mesma argamassa empregada no

protótipo, foram praticamente os mesmos dos prismas com

argamassa controlada (granulometria da areia). Esse

comportamento indica a não necessidade de uma seleção

especial na granulometria da areia utilizada nos modelos.

B.Os resultados dos ensaios de compressão axial realizados

nos prismas de três blocos, preenchidos com grautes,

mostraram que:

- O crescimento da resistência à compressão dos prismas, como

função do aumento da resistência dos grautes, foi

semelhante para protótipo e modelos;

- Também o crescimento das deformações de ruptura entre

protótipos e modelos foram semelhantes. Apesar das

deformações nos modelos terem sido superiores ao medido no

protótipo, numa relação aproximada de 2,4, deve-se lembrar

que os prismas vazios apresentaram o mesmo tipo de

resultado;

- O módulo de deformação dos modelos foi inferior ao obtido

no protótipo, embora tenha apresentado um comportamento

muito semelhante entre as três escalas estudadas;

- O modo de ruptura foi praticamente o mesmo para todas as

escalas.
126

Portanto, os resultados obtidos indicam que os

modelos físicos reduzidos podem ser empregados no estudo do

comportamento da alvenaria preenchida com graute.

C.Os resultados dos ensaios de carregamento lento crescente,

aplicado em prismas vazios, indicaram que:

- A resistência à compressão não foi aparentemente afetada

pela variação do tempo de aplicação da carga;

- Em escala natural, as deformações se estabilizaram mais

rapidamente em relação aos modelos reduzidos;

- A forma de ruptura em nada foi alterada para as três

escalas estudadas.

D.Os ensaios realizados nas duas torres, embora não

possibilitem conclusões quantitativas, permitiram verificar

que o fator escala não alterou o comportamento entre os

dois elementos, pois, os modos de ruptura foram

praticamente iguais, o andamento das deformações foi

semelhante ao longo da altura das torres, para as duas

escalas estudadas, e os níveis de tensões na ruptura também

foram próximos. Cabe ressaltar que, do ponto de vista da

montagem das torres, a escala (1:5) se mostrou mais

conveniente.

Em resumo, pode-se concluir que o estudo do


comportamento da alvenaria estrutural de blocos cerâmicos

pode ser conduzido através de ensaios com modelos físicos


127

reduzidos. As vantagens da aplicação dessa técnica já foram

comentadas no início desse trabalho.

Contudo, cabe aqui salientar a necessidade de

estudos complementares no sentido de melhor investigar as

diferenças, entre protótipo e modelo, tendo em vista os

valores das deformações. No entanto, esse fato não

impossibilita o desenvolvimento de outras pesquisas, uma vez

que se estabeleça previamente a correlação existente entre a

escala natural e a dos modelos utilizados.


12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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13. ANEXOS

13.1. ENSAIOS DE PRISMAS VAZIOS E PAREDINHAS

13.1.1. ESCALA 1:1

t e n s ã o (M Pa )
14
6 ,6 0 - 1 5 ,7 5 0 2 BLO C O S

12
ES C 1 : 1

10

2
2 ,6 7 - 8 ,4 1

0
0 1 2 3 4 5 6 7
d e f o r m . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.1.1)2 - Ensaios de compressão axial em prismas de 2


blocos (escala 1:1).

t e n s ã o (M Pa )
14
5 ,9 5 - 1 3 ,1 1 0 3 BLO C O S
12
ES C 1 : 1
10

2
1 , 9 6 -4 , 7 0

0
0 1 2 3 4 5 6 7
d e f o r m (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.1.2)- Ensaios de compressão axial em prismas de 3


blocos (escala 1:1).

2 Os números que aparecem juntos aos eixos, correspondem, respctivamente,


ao valor médio e ao coeficiente de variação da grandeza representada no
respectivo eixo.
t en são (M Pa)
14
5 ,0 9 7 ,5 4 0 4 BLO C O S
12
ESC 1 : 1
10

2
1 ,5 0 - 7 ,5 3

0
0 1 2 3 4 5 6 7
d ef o rm (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.1.3)- Ensaios de compressão axial em prismas de 4


blocos (escala 1:1).

t en são (M Pa)
14
4 ,4 5 - 7 ,3 4 PA RED IN H A

12
ESC . 1 : 1

10

2
1 ,2 4 - 8 ,1 7

0
0 1 2 3 4 5 6 7
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.1.4)- Ensaios de compressão axial em paredinhas (escala


1:1).

13.1.2. ESCALA 1:3

t en são (M Pa)
14
1 0 ,4 6 - 1 0 ,6 0 2 BLOC O S

12
ESC . 1 : 3

10

2
5 ,9 8 - 2 ,7 5

0
0 1 2 3 4 5 6 7
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.1.5)- Ensaios de compressão axial em prismas de 2


blocos (escala 1:3).
t en são (M Pa)
14
9 , 3 6 -1 2 , 2 5 3 BLOC O S

12
ESC . 1 : 3

10

2
4 , 4 6 -6 , 6 9

0
0 1 2 3 4 5 6 7
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.1.6)- Ensaios de compressão axial em prismas de 3


blocos (escala 1:3).

t en são (M Pa)
14
6 ,8 8 - 7 ,4 1 4 BLOC O

12
ESC . 1 : 3

10

2
3 , 8 6 -8 , 3 4

0
0 1 2 3 4 5 6 7
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.1.7)- Ensaios de compressão axial em prismas de 4


blocos (escala 1:3).

t en são (M Pa)
14
5 , 2 2 -9 , 3 0 PA RED IN H A

12
ESC . 1 : 3

10

5 ,2 5 - 4 ,7 9
0
0 1 2 3 4 5 6 7
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.1.8)- Ensaios de compressão axial em paredinhas (escala


1:3).
13.1.3. ESCALA 1:5

t en são (M Pa)
14
9 ,3 9 - 9 ,8 0 2 BLO C OS

12
ESC . 1 : 5

10

2
5 ,8 0 - 6 ,1 6

0
0 1 2 3 4 5 6 7
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.1.9)- Ensaios de compressão axial em prismas de 2


blocos (escala 1:5).

t en são (M Pa)
14
8 ,4 9 - 6 ,8 5 3 BLO CO S

12
ESC . 1 : 5

10

2
4 ,2 6 - 4 ,8 8

0
0 1 2 3 4 5 6 7
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.1.10)- Ensaios de compressão axial em prismas de 3


blocos (escala 1:5).

t en são (M Pa)
14
7 ,3 1 - 6 ,2 3 4 BLO C OS

12
ESC . 1 : 5

10

2
4 ,4 6 - 1 2 ,2 2
0
0 1 2 3 4 5 6 7
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.1.11)- Ensaios de compressão axial em prismas de 4


blocos (escala 1:5).
t en são (M Pa)
14
6 ,1 0 - 6 ,6 2 PA RED IN H A

12
ESC . 1 : 5

10

2
5 ,9 2 - 6 ,5 4

0
0 1 2 3 4 5 6 7
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.1.12)- Ensaios de compressão axial em paredinhas


(escala 1:5).

13.2. ENSAIOS DE PRISMAS COM GRAUTE

13.2.1. ESCALA 1:1

t en são (M Pa)
24
8 ,3 2 - 5 ,4 4 GRA U T E A
22
ESC . 1 : 1
20

18

16

14

12

10

2
2 ,2 5 - 3 ,4 5
0
0 1 2 3 4 5 6 7
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.2.1)- Ensaios de compressão axial em prismas com graute


A (escala 1:1).
t en são (M Pa)
24
1 0 ,1 1 - 4 ,8 5 GRA U T E B
22
ESC . 1 : 1
20

18

16

14

12

10

2
2 ,5 4 - 1 ,6 2
0
0 1 2 3 4 5 6 7
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.2.2)- Ensaios de compressão axial em prismas com graute


B (escala 1:1).

t en são (M Pa)
24
1 2 ,4 8 - 6 ,2 8 GRA U T E C
22
ESC . 1 : 1
20

18

16

14

12

10

2
2 ,7 5 - 3 ,0 5
0
0 1 2 3 4 5 6 7
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.2.3)- Ensaios de compressão axial em prismas com graute


C (escala 1:1).

13.2.2. ESCALA 1:3

t en são (M Pa)
24
1 5 ,0 5 - 8 ,0 3 G RO U T E A
22
ESC. 1 : 3
20

18

16

14

12

10

2
6 ,0 7 - 1 ,7 0
0
0 1 2 3 4 5 6 7
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.2.4)- Ensaios de compressão axial em prismas com graute


A (escala 1:3).
t en são (M Pa)
24
1 7 ,4 8 - 1 1 ,5 2 GRO U T E B
22
ESC . 1 : 3
20

18

16

14

12

10

2
6 ,2 5 - 6 ,2 4
0
0 1 2 3 4 5 6 7
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.2.5)- Ensaios de compressão axial em prismas com graute


B (escala 1:3).

t en são (M Pa)
24
2 0 ,4 1 - 6 ,3 2 GROU T E C
22
ESC . 1 : 3
20

18

16

14

12

10

2
6 ,4 1 - 4 ,2 4
0
0 1 2 3 4 5 6 7
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.2.6)- Ensaios de compressão axial em prismas com graute


C (escala 1:3).

13.2.3. ESCALA 1:5

t en são (M Pa)
24
1 2 ,9 5 - 1 0 ,7 1 GROU T E A
22
ESC . 1 : 5
20

18

16

14

12

10

2
5 ,3 3 - 5 ,5 0
0
0 1 2 3 4 5 6 7
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.2.7)- Ensaios de compressão axial em prismas com graute


A (escala 1:5).
t en são (M Pa)
24
1 4 ,7 3 - 9 ,1 6 GRO U T E B
22
ESC . 1 : 5
20

18

16

14

12

10

2
5 ,6 0 - 6 ,4 3
0
0 1 2 3 4 5 6 7
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.2.8)- Ensaios de compressão axial em prismas com graute


B (escala 1:5).

t en são (M Pa)
24
1 7 ,3 3 - 6 ,5 0 GRO U T E C
22
ESC . 1 : 5
20

18

16

14

12

10

2
6 ,1 7 - 6 ,7 9
0
0 1 2 3 4 5 6 7
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.2. 9)- Ensaios de compressão axial em prismas com


graute C (escala 1:5).
13.3. ENSAIOS DE PRISMAS COM CARREGAMENTO LENTO

13.3.1. ESCALA 1:1

t en são (M Pa)
12
5 M IN .
7 ,6 6 -
ESC . 1 : 1
10

3 ,6 5 -

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
d ef o rm . (X 1 0 -3 )

FIGURA (13.3.1)- Ensaios de carregamento lento em prismas vazios:


5 min. (escala 1:1).

t en são (M Pa)
12
1 5 M IN .
7 ,7 1 -
ESC . 1 : 1
10

4 ,3 8 -

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.3.2)- Ensaios de carregamento lento em prismas vazios:


15 min. (escala 1:1).
t en são (M Pa)
12
3 0 M IN .
8 ,1 8 -
ESC 1 : 1
10

4 ,2 8 -

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.3.3)- Ensaios de carregamento lento em prismas vazios:


30 min. (escala 1:1).

t en são (M Pa)
12
1 H O RA
7 ,9 2 -
ESC . 1 : 1
10

4 ,4 7 -

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.3.4)- Ensaios de carregamento lento em prismas vazios:


1 hora (escala 1:1).

t en são (M Pa)
12
0 5 H ORA S
7 ,5 9 -
ESC . 1 : 1
10

4 ,6 2 -

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.3.5)- Ensaios de carregamento lento em prismas vazios:


5 horas (escala 1:1).
t en são (M Pa)
12
1 D IA
7 ,6 9 -
ESC . 1 : 1
10

4 ,1 8 -
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.3.6)- Ensaios de carregamento lento em prismas vazios:


1 dia (escala 1:1).

t en são (M Pa)
12
3 D IA S
7 ,2 9 -
ESC . 1 : 1
10

4 ,8 1 -
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.3.7)- Ensaios de carregamento lento em prismas vazios:


3 dias (escala 1:1).

t en são (M Pa)
12
6 D IA S
7 ,7 6 -
ESC . 1 : 1
10

4 ,3 3 -
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.3.8)- Ensaios de carregamento lento em prismas vazios:


6 dias (escala 1:1).
t en são ( M Pa)
12
9 D IA S
7 ,7 1 -
ESC . 1 : 1
10

4 ,5 7 -

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.3.9)- Ensaios de carregamento lento em prismas vazios:


9 dias (escala 1:1).

13.3.2. ESCALA 1:3

t en são (M Pa)
12
5 M IN .
9 ,2 3 - 1 2 ,9 9
ESC . 1 : 3
10

6 ,9 9 - 7 ,3 7

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
d ef o rm (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.3.10)- Ensaios de carregamento lento em prismas vazios:


5 min. (escala 1:3).

t en são (M Pa)
12
1 5 M IN .
9 ,4 9 - 1 0 ,2 0
ESC . 1 : 3
10

2
6 ,4 9 - 2 ,9 7

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.3.11)- Ensaios de carregamento lento em prismas vazios:


15 min. (escala 1:3).
t en são (M Pa)
12
3 0 M IN
9 , 6 9 -1 0 , 5 9
ESC . 1 : 3
10

6 ,9 5 - 3 ,9 1

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.3.12)- Ensaios de carregamento lento em prismas vazios:


30 min. (escala 1:3).

t en são (M Pa)
12
1 H O RA
8 ,7 0 - 1 4 ,8 3
ESC . 1 : 3
10

6 ,6 4 - 3 ,7 9

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.3.13)- Ensaios de carregamento lento em prismas vazios:


1 hora (escala 1:3).

t en são (M Pa)
12
5 H O RA S
8 ,7 -
ESC . 1 : 3
10

6 ,9 2 -

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.3.14)- Ensaios de carregamento lento em prismas vazios:


5 horas (escala 1:3).
t en são (M Pa)
12
1 D IA
8 ,6 5 - 6 ,3 2
ESC . 1 : 3
10

6 ,8 7 - 5 ,6 5

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.3.15)- Ensaios de carregamento lento em prismas vazios:


1 dia (escala 1:3).

t en são (M Pa)
12
3 D IA S
8 ,4 1 - 1 0 ,3 7
ESC . 1 : 3
10

7 ,1 7 - 6 ,6 2

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.3.16)- Ensaios de carregamento lento em prismas vazios:


3 dias (escala 1:3).

t en são (M Pa)
12
6 D IA S
8 ,4 1 - 7 ,5 2
ESC . 1 : 3
10

7 ,1 1 - 4 ,2 1

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.3.17)- Ensaios de carregamento lento em prismas vazios:


6 dias (escala 1:3).
t en são (M Pa)
12
9 D IA S
8 ,7 9 - 3 ,7 2
ESC . 1 : 3
10

7 ,0 9 - 5 ,2 4

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.3.18)- Ensaios de carregamento lento em prismas vazios:


9 dias (escala 1:3).

13.3.3. ESCALA 1:5

t en são (M Pa)
12
5 M IN .
9 ,0 2 - 1 5 ,5 3
ESC . 1 : 5
10

7 ,0 5 - 7 ,0 6

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.3.19)- Ensaios de carregamento lento em prismas vazios:


5 min. (escala 1:5).

t e n s ã o (M Pa )
12
1 5 M IN .
8 ,2 8 - 1 4 ,3 5
ES C . 1 : 5
10

6 ,3 5 - 1 0 ,1 0

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
d e f o r m . ( x 1 0 -3 )

FIGURA (13.3.20)- Ensaios de carregamento lento em prismas vazios:


15min. (escala 1:5).
t en são (M Pa)
12
3 0 M IN .
8 ,9 7 - 6 ,0 4
ESC. 1 : 5
10

6 ,3 2 - 4 ,7 4

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.3.21)- Ensaios de carregamento lento em prismas vazios:


30min. (escala 1:5).

t en são (M Pa)
12
1 H ORA
9 ,3 5 - 1 2 ,1 8
ESC . 1 : 5
10

6 ,0 1 - 5 ,1 7

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.3.22)- Ensaios de carregamento lento em prismas vazios:


1 hora (escala 1:5).

t en são (M Pa)
12
5 H ORA S
9 ,1 8 -
ESC . 1 : 5
10

6 ,3 6 -

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.3.23)- Ensaios de carregamento lento em prismas vazios:


5 horas (escala 1:5).
t e n s ã o (M Pa )
12
1 D IA
8 ,9 1 - 1 1 ,6 2
ES C 1 : 5
10

5 ,7 2 - 3 ,2 6

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
d e f o r m . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.3.24)- Ensaios de carregamento lento em prismas vazios:


1 dia (escala 1:5).

t en são (M Pa)
12
3 D IA S
9 ,2 6 - 1 1 ,5 4
ESC . 1 : 5
10

5 ,9 5 - 7 ,4 0

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.3.25)- Ensaios de carregamento lento em prismas vazios:


3 dias (escala 1:5).

t en são (M Pa)
12
6 D IA S
9 ,1 4 - 8 ,3 2
ESC . 1 : 5
10

6 ,0 9 - 4 ,6 2

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.3.26)- Ensaios de carregamento lento em prismas vazios:


6 dias (escala 1:5).
t en são (M Pa)
12
9 D IA S
8 ,7 9 - 6 ,0 5
ESC . 1 : 5
10

6 ,0 1 - 8 ,5 1

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.3.27)- Ensaios de carregamento lento em prismas vazios:


9 dias (escala 1:5).

13.4. ENSAIOS DE PRISMAS COM ARGAMASSA NORMAL

t en são (M Pa)
14
9 ,0 5 - 1 1 ,5 3 3 BLOC O S

12
ESC . 1 : 3

10

2
4 ,6 4 - 4 ,1 6

0
0 1 2 3 4 5 6 7
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.4.1)- Ensaios de compressão axial em prismas de 3


blocos (escala 1:3)-ARGAMASSA NORMAL.

t en são (M Pa)
14
8 ,1 1 - 1 0 ,6 0 3 BLO C O S
12
ESC . 1 : 5

10

2
4 ,4 8 - 6 ,5 3

0
0 1 2 3 4 5 6 7
d ef o rm . (x 1 0 -3 )

FIGURA (13.4.2)- Ensaios de compressão axial em prismas de 3


blocos (escala 1:5)-ARGAMASSA NORMAL.

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