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RISCOS OCUPACIONAIS QUE ESTÃO EXPOSTOS OS PROFISSIONAIS DE


AGRIMENSURA NA VERIFICAÇÃO DE LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS EM
SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E INTERCEPTOR DE ESGOTO

CHARLES EVARISTO DA SILVA

FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS GERAIS


INSTITUTO EDUCACIONAL CÂNDIDA SOUZA
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Resumo

Esta apostila se propõe em apresentar riscos ocupacionais existentes para a saúde


dos trabalhadores em verificação de levantamentos topográficos em sistema de
abastecimento de água e interceptor de esgoto. Nestes termos, o estudo teve como
suporte o segmento de agrimensura, especificamente e levantamentos topográficos.

Sua finalidade foi conhecer e analisar o ambiente de trabalho e a forma pelo qual as
atividades são desenvolvidas, para então, conhecer os riscos profissionais
existentes. Este estudo foi embasado através de referências bibliográficas e casos
vivenciados pelo autor. O caso em estudo são levantamentos topográficos para
verificação de implementação de sistema de abastecimento de água e interceptor de
esgoto no município de Itamarandiba – MG. Os profissionais de agrimensura têm
atividades caracterizadas pela longa jornada de trabalho em ambientes diversos,
tanto em perímetros urbanos quanto em áreas rurais. A partir destas identificações,
os riscos profissionais encontrados, foram decorrentes de Atividade Insalubre e
riscos ambientais, basicamente como: calor, agentes biológicos, animais
peçonhentos, ergonomia, cansaço excessivo, desidratação, conseqüentemente
perda de produtividade e riscos antrôpicos.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

QUADRO 1: Riscos Ambientais ............................................................................. 18 


FIGURA 1: Riscos Ambientais ............................................................................... 20 
FIGURA 2: Riscos com Animais Peçonhentos ..................................................... 24 
FIGURA 3: Auxiliar de topógrafo, Motorista ......................................................... 32 
FIGURA 4: Auxiliar de topógrafo, Motorista ......................................................... 32 
FIGURA 5: Auxiliar de topógrafo, Motorista ......................................................... 33 
FIGURA 6: Auxiliar de topógrafo, Motorista ......................................................... 33 
FIGURA 7: Auxiliar de topógrafo, Motorista ......................................................... 34 
FIGURA 8: Auxiliar de topógrafo, Motorista ......................................................... 35 
FIGURA 9: Auxiliar de topógrafo, Motorista ......................................................... 35 
FIGURA 10: Auxiliar de topógrafo, Motorista ....................................................... 36 
FIGURA 11: Auxiliar de topógrafo, Motorista ....................................................... 36 
FIGURA 12: Auxiliar de topógrafo, Motorista ....................................................... 37 
FIGURA 13: Auxiliar de topógrafo, Motorista ....................................................... 38 
FIGURA 14: Foice .................................................................................................... 39 
FIGURA 15: Cadastrador ........................................................................................ 40 
FIGURA 16: Engenheiro agrimensor ..................................................................... 41 
FIGURA 17: Topógrafo ............................................................................................ 42 
FIGURA 18: Topógrafo ............................................................................................ 43 
FIGURA 19: Topógrafo ............................................................................................ 43 
FIGURA 20: Topógrafo ............................................................................................ 44 
FIGURA 21: Topógrafo ............................................................................................ 44 
FIGURA 22: Riscos Ergonômicos .......................................................................... 45 

 
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LISTA DE ABREVIAÇÕES

CA – Certificado de Aprovação

CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

CLT – Consolidação das Leis do Trabalho

EPC – Equipamento de Proteção Individual

EPI – Equipamento de Proteção Coletiva

MTE – Ministério do Trabalho e Emprego

NR – Norma Regulamentadora

PCMSO – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional

PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

SESMT – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do

Trabalho

UVA – Ultra Violet Age

UVB – Ultra Violet Burn

 
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9 

1.1 Problema de Pesquisa ...................................................................................... 10 


1.2 Objetivo Geral .................................................................................................... 11 
1.3 Objetivos Específicos ....................................................................................... 11 
1.4 Justificativa........................................................................................................ 12 
1.5 Caracterização do Setor ................................................................................... 13
 

2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 14 

2.1 Surgimentos da Topografia .............................................................................. 14 


2.2 Riscos a saúde dos trabalhadores de Agrimensura em Levantamentos
Topográficos............................................................................................................ 15 
2.2.1 Atividades Insalubres ....................................................................................... 15 
2.3 Riscos Ambientais ............................................................................................ 16 
2.3.1 Riscos Biológicos ............................................................................................. 17 
2.3.2 Riscos Antrópicos ............................................................................................. 19 
2.3.3 Riscos Físicos Radiação não Ionizantes .......................................................... 21 
2.3.4 Radiação Solar ................................................................................................. 21 
2.3.5 Agente Natural de Calor ................................................................................... 22 
2.3.6 Riscos Ergonômicos ......................................................................................... 22 
2.3.7 Riscos com Animais Peçonhentos ................................................................... 23 
2.4 Equipamentos de Proteção Individual............................................................. 25 
2.5 Equipamentos de Proteção Coletiva ............................................................... 25 
2.6 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) ................................ 26 
2.7 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) .................. 26
 

3 METODOLOGIA .................................................................................................... 28 

3.1 Tipo de Pesquisa ............................................................................................... 28 


3.2 Universo da Pesquisa ....................................................................................... 29 
3.3 Técnicas de Amostragem ................................................................................. 29 
3.4 Seleção dos Sujeitos......................................................................................... 29 
3.5 Instrumento de Coleta de Dados ..................................................................... 29 
3.6 Análise dos Dados ............................................................................................ 30 
3.7 Limitações da Pesquisa .................................................................................... 30
 

4 ANÁLISES DE DADOS ......................................................................................... 31 

4.1 Identificação das atividades e análise fotográfica ......................................... 31 


4.2 Análise Ergonômica .......................................................................................... 45 
4.3 Riscos analisados nos Postos de Trabalhos .................................................. 46 
4.3.1 Auxiliar de Topografia e Motorista, engenheiro, topógrafo e cadastrador ........ 46
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5 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 48

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 49

7 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 51
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1 INTRODUÇÃO

A topografia é uma das ferramentas mais antigas que teve seu inicio as margens do

rio Nilo devido às inundações constantes, com isso o homem precisava utilizar de

novos meios para definir limites de áreas para cultivos a não serem alagadas.

Com esta ferramenta atualmente é possível conhecer todas as formas geográficas

que diferem do relevo da terra, identificando suas características métricas como,

área, perímetro, localização, é fundamental para desenvolver vários projetos de

diversos segmentos, ordena o espaço físico antrópico. Os dados coletados são

transformados em representações gráficas, cartas, mapas que facilitam nos estudos

dos espaços físicos terrestres e suas constantes modificações.

A população mundial esta em um ritmo cada vez mais crescente, isso aumenta a

demanda de capacidade de suporte do meio físico, exige maior e melhor

infraestrutura básica como: saúde, moradia, emprego, alimentação, transportes e o

mais importante abastecimento de água e tratamento dos nossos esgotos.

Todo ser humano segundo a Constituição Federal de 1998 no seu Art: 225, tem

direito de um ambiente para se viver ecologicamente equilibrado e preservado,

sendo isto um dever de todos. Segundo Carvalho e Oliveira (2010), O Objetivo do

Saneamento Básico é essencial para controlar os fatores que afetam o ambiente

físico, estes causam danos a saúde e desacelera o desenvolvimento da sociedade.

Por tanto, deve:

• Garantir o abastecimento de água potável para todos e em condições para o

consumo.
10

• Realizar a drenagem e a disposição de águas residuais (esgotos sanitários,

efluentes industriais, águas pluviais).

O Saneamento visa proporcionar higiene e saúde, além de contribuir para uma boa

qualidade de vida e melhores condições de saúde, é considerada uma ferramenta

básica para evitar a contaminação e proliferação de doenças e ao mesmo tempo

preservando o meio em que vivemos.

Para a elaboração de um projeto de Saneamento Básico são necessários muitos

estudos, até sua completa realização envolvemos muitas pessoas. É especialmente

nos profissionais de agrimensura e especificamente na atividade de levantamentos

topográficos, na área de cadastramentos de faixa de servidão para construções de

interceptores de esgoto e adutoras de abastecimento de água que este trabalho se

preocupa.

Identificando a importância de garantir a segurança no trabalho, este trabalho tem

como foco identificar os riscos ocupacionais em que estes profissionais estão

expostos.

1.1 Problema de Pesquisa

Os órgãos estaduais e federais já enxergaram através de leis e normativas a

necessidade de proteger os trabalhadores, mas será que essas medidas estão

sendo seguidas pelas empresas privadas, estão sendo implantadas por essas

empresas.
11

Na delimitação da área será feito uma pesquisa vivenciada pelo autor na região de

Itamarandiba, onde a mesma teve o foco principal o trabalhador de agrimensura.

Quais os riscos à saúde e segurança dos profissionais de agrimensura, na

verificação de levantamentos topográficos em sistema de abastecimento de água e

interceptor de esgoto?

1.2 Objetivo Geral

Analisar as atividades de verificação em levantamento topográfico em

abastecimento de água e interceptor de esgoto.

1.3 Objetivos Específicos

• Descrever as atividades dos profissionais em serviços topográficos.

• Estudar as conseqüências Negativas para a saúde dos profissionais de

agrimensura;

• Propor medidas de controle quanto aos riscos de saúde e segurança dos

profissionais de agrimensura.

 
12

1.4 Justificativa

Com tantas medidas e leis para garantir a saúde e integridade do trabalhador, este

trabalho buscou através de estudos teóricos e vivências do autor, analisar riscos que

exponham a integridade do trabalhador e sugerir medidas mitigadoras para prevenir

e amenizar os riscos nesta profissão. Sendo assim este trabalho se justifica em

apresentar um exemplo vivenciado pelo autor, onde no exemplo irá tratar de

levantamentos topográficos para a verificação de áreas destinadas a implantação de

sistema de abastecimento de água e interceptor de esgoto no município de

Itamarandiba - MG. Esses estudos trarão para o engenheiro de segurança do

trabalho a importância de avaliar as atividades dos profissionais de agrimensura no

âmbito de saúde e segurança e na questão legal de insalubridade, onde serão

identificados vários riscos ocupacionais na sua jornada diária.


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1.5 Caracterização do Setor

O caso estudado é o município de Itamarandiba – MG, localizado no vale do

Jequitinhonha, suas características típicas são extração de eucalipto, sendo um dos

maiores produtores neste ramo, todos sabemos que o eucalipto é de origem

australiana e não faz parte do nosso ecossistema.

A fase inicial do eucalipto demanda um consumo bem abrangente de água, com

toda esta demanda o eucalipto passa dividir o mesmo recurso hídrico com a

população, para que isso seja possível, necessitamos encontrar novas técnicas e

projetar novas formas para abastecimento de água e não se esquecendo de tratar

os esgotos domésticos e industriais, antes de lançar nos rios.

O projeto vivenciado pelo autor contempla analisar os profissionais de agrimensura,

onde estes profissionais estão incumbidos de verificar a topografia e cadastrar todas

as propriedades, sejam estas propriedades em áreas urbanas ou em áreas rurais.


14

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Serão abordadas características das atividades de levantamentos topográficos,

especificamente em verificações de áreas de abastecimento de água e interceptor

de esgotos, identificando riscos presentes que comprometem a saúde e segurança

do trabalhador.

2.1 Surgimentos da Topografia

É importante considerar que, segundo Ferreira (1971), “Agrimensura é a arte de

medir, medida de terras, técnica dos levantamentos e das medições da superfície

terrestre e de objetos topográficos. Medir é determinar ou verificar a extensão ou

grandeza de”. Portanto, entende-se que para apurar a extensão de uma parte da

superfície da terra é necessário conhecer antecipadamente qual a aplicação dos

resultados.

A Planimetria é a parte da Topografia que estuda os métodos e


procedimentos que serão utilizados na representação do terreno. Adotando-
se uma escala adequada, todos os pontos de interesse são projetados
ortogonalmente sobre um plano (plano horizontal de referência), sem a
preocupação com o relevo. A Altimetria é parte da Topografia que estuda os
métodos e procedimentos que levam a representação do relevo. Para tal, é
necessário medir apropriadamente o terreno, calcular as alturas (cotas ou
altitudes) dos pontos de interesse e representá-los em planta mediante uma
convenção altimétrica adequada (CORDINI, 2004).
15

2.2 Riscos a saúde dos trabalhadores de Agrimensura em Levantamentos

Topográficos

São diversos riscos presentes mas atividades com o profissional de agrimensura,

onde estes profissionais ficam expostos á intempéries na sua jornada de trabalho,

estes riscos foram identificados pelo autor como: riscos ambientais, riscos

biológicos, riscos antrópicos, riscos físicos radiação não ionizantes, radiação solar,

riscos ergonômicos, riscos com animais peçonhentos.

2.2.1 Atividades Insalubres

As atividades dos profissionais de agrimensura são em ambientes atípicos, onde

estes ambientes possam proporcionar danos a sua integridade e podendo acarretar

sua saúde física e psíquica. Esses danos ao serem identificados e não controlados

serão compensados de acordo com a legislação vigente. Proporcionando

insalubridades aos profissionais expostos.

Segundo o anexo 07 da Norma Regulamentadora (NR) número 15 – Graus


de Insalubridade. Níveis de radiações não ionizantes consideradas
insalubres em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho serão
caracterizados um percentual de 20%. E segundo o anexo 14 da Norma
Regulamentadora (NR) número 15 – Graus de Insalubridade que exponham
o trabalhador a agentes biológicos serão caracterizados um percentual de
insalubridades de 20% e 40% (Manuais de Legislação Atlas, 2011, p. 291).
 

 
16

2.3 Riscos Ambientais

Os riscos ambientais são as condições em que os trabalhadores estão expostos em

sua jornada de trabalho. Sendo identificados estes riscos podem ser controlados

com medidas mitigadoras.

Os riscos ambientais, representados pela exposição à determinação das


condições ambientais, de natureza física (ruído, calor, frio, vibrações
radiações, pressões atmosféricas anômalas), de natureza química
(diferentes substâncias com efeitos nocivos para organismo humano) e de
natureza biológica (diferentes agentes infecciosos) (BRANDIMILLER, 1996,
p.123).

 
17

2.3.1 Riscos Biológicos

Segundo GRANEMANN (2009, p. 78),

Riscos biológicos são micro-organismos presentes no ambiente de trabalho


(bactérias, fungos, vírus, bacilos, parasitas) capazes de produzir doenças,
deterioração de alimentos, entre outros. Apresentam facilidade de
reprodução além de contarem com diversos processos de transmissão
(GRANEMANN, 2009, p. 78).

A inexistência de serviços básicos de saneamento, conhecidas como o

abastecimento de água, o esgotamento sanitário, a limpeza pública e a drenagem de

águas pluviais te como resultado precárias condições de saúde.

É evidente o aumento de doenças relacionadas com a veiculação hídrica, a muito a

ser feito na área de saneamento, essa demanda exige um números de profissionais

de diversas áreas nos projetos de: captação, adução, tratamento, reserva e

distribuição de água, coleta, tratamento e destino final de águas residuárias entre

outras. (PHILIPPI.JR et al. 2005, p. 810).

Como o profissional de topografia antecede todos os trabalhos, entram em contato

com sistemas de saneamento que possui manejo inadequado que segundo

Philippi.Jr et al (2005, p. 577),

O manejo inadequado pode causar a disseminação de vetores, problemas


de odores e estética. As doenças que podem ser transmitidas nessa fase
(possibilidade de contato com fezes humanas) são febre tifóide, disenteria
bacilar e amebiana, hepatite, poliomielite, esquistossomose e várias
contaminações por vermes.
18

Estes riscos são classificados em:

QUADRO 1: Riscos Ambientais


RISCOS AMBIENTAIS
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5

Riscos Riscos Riscos


Riscos Químicos Riscos de Acidentes
Físicos Biológicos Ergonômicos

Verde Vermelho Marrom Amarelo Azul

Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico intenso Arranjo físico inadequado

Levantamento e
Máquinas e equipamentos
Vibrações Fumos Bactérias transporte manual de
sem proteção
peso

Radiações Exigência de postura Ferramentas inadequadas


Névoas Protozoários
ionizantes inadequada ou defeituosas

Radiações
Controle rígido de
não Neblinas Fungos Iluminação inadequada
produtividade
ionizantes

Imposição de ritmos
Frio Gases Parasitas Eletricidade
excessivos

Trabalho em turno Probabilidade de incêndio


Calor Vapores Bacilos
noturno ou explosão

Substâncias,
Pressões compostos ou Jornada de trabalho Armazenamento
-
anormais produtos químicos prolongadas inadequado
em geral

Monotonia e
Umidade - - Animais peçonhentos
repetitividade

Outras situações Outras situações de risco


causadoras de que poderão contribuir
- - -
estresse físico e ou para a ocorrência de
psíquico. acidentes

Fonte: Manuais de Legislação Atlas, 2011, p. 708. 


19

É muito importante e primordial analisar e identificar os agentes ambientais em

qualquer atividade desenvolvida por um trabalhador, pois com esta analise será

possível minimizar ou até mesmos impedir os vários riscos em que os profissionais

estão expostos, através de medidas mitigadoras conservando e preservando a

saúde física do profissional.

2.3.2 Riscos Antrópicos

Neste risco talvez pudesse ser enquadrado no grupo 5 da tabela 1, riscos de

acidentes, mas continuará sendo chamado como riscos antrópicos, onde neste item

é dividido em riscos tecnológicos e riscos sociais.

Outra forma de classificar os riscos é considerar situações potenciais de perdas e

danos ao homem, dividindo-os em algumas classes e subclasses e tendo como

ponto de partida os riscos ambientais (Cerri & Amaral, 1998).


20

FIGURA 1: Riscos Ambientais


FONTE: Eduardo Lucena C. de Amorim

Os riscos à saúde decorrentes das condições de realização do trabalho,


abrangendo fatores biomecânicos (posturas, esforços, movimentos),
exigências psicofísicas do trabalho (esforço visual, empenho da atenção,
memória, raciocínio, etc.) e ainda características próprias do tipo de
trabalho, como, por exemplo, o ritmo de trabalho, rigidez ou flexibilidade do
modo operatório, inserção em linha de produção, trabalho monótono e
repetitivo, contato direto ou telefônico com publico, trabalho noturno ou em
turnos, etc.(BRANDIMILLER, 1996, p.123). 
21

2.3.3 Riscos Físicos Radiação não Ionizantes

Segundo o portal fiocruz do ministério da saúde,

Radiações não ionizante possuem relativamente baixa energia. De fato,


radiações não ionizantes estão sempre a nossa volta. Ondas
eletromagnéticas como a luz, calor e ondas de rádio são formas comuns de
radiações não ionizantes. Sem radiações não ionizantes, nós não
poderíamos apreciar um programa de TV em nossos lares ou cozinhar em
nosso forno de microondas.

O crescimento da indústria das telecomunicações expôs todos nós à


radiação não-ionizante dos sinais dos televisores, rádios e telefones
celulares, sem falar nos fornos de microondas. Embora considerada
inofensiva, existem provas crescentes de que a exposição a certos tipos de
radiação não-ionizantes, incluindo telefones celulares, pode aumentar o
risco de contrair câncer. A radiação não provém apenas de fontes
fabricadas pelo homem, como a geração de energia nuclear e aparelhos de
raios X. Todos nós estamos expostos à radiação do sol e do espaço.
Existem até mesmo materiais radioativos naturalmente presentes no ar, nos
alimentos e na água. Uma pessoa média no Reino Unido recebe por volta
de 87 por cento da sua dose de radiação anual de fontes naturais e 11,5 por
cento de aparelhos de raios X. O 1,5 por cento restante origina-se de fontes
artificiais que não são ligadas à medicina, como geração de energia nuclear
– a menos que algo saia errado, como aconteceu em Chernobyl
(HOLFORD, 2009, p. 45 e p. 46).
 

2.3.4 Radiação Solar

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica – SBCD,

O câncer mais freqüente é o de pele correspondendo a cerca de 25% de


todos os tumores diagnosticados em todas as regiões geográficas do Brasil.
Nos últimos anos essa incidência vem aumentando rapidamente, e tem
alarmado a comunidade médica.A radiação solar é, sem dúvida, um dos
mais importantes agentes envolvidos na etiologia do câncer de pele.Dentro
do espectro solar, a radiação ultravioleta B (UVB) é a responsável pela
maioria dos efeitos carcinogênicos (que dão origem ao câncer) na pele. A
UVB é mais intensa entre 10 e 16 horas, sendo aconselhável evitar
exposição solar durante este período. A radiação ultravioleta A (UVA) induz
ao fotoenvelhecimento e parece estar relacionada com o desenvolvimento
do melanoma maligno. Uma diferença importante entre a radiação UVA e
22

UVB é que a intensidade da UVA é a mesma durante todo o dia e também


não muda com a estação do ano.

Exposição prolongada ao sol pode acarretar em (envelhecimento precoce,

desidratação, lesões nos olhos e câncer de pele).

2.3.5 Agente Natural de Calor

A exposição a temperaturas acima de valores admitidos legalmente como

compatíveis com o exercício das atividades laborais se constitui em condição que

propícia a aposentadoria especial conforme o que preceitua o Anexo IV do

Regulamento da Previdência Social (Decreto 3048/99).

2.3.6 Riscos Ergonômicos

A ergonomia teve inicio a partir do século XVII através de Ramazzini descrevendo

doenças profissionais e mais tarde no século XVIII na revolução industrial onde

surgira várias fábricas barulhentas, sujas e perigosas e com isso se tornou um

marco para as primeiras medidas legais da limitação de jornada de trabalho e idade

para engajamento de crianças. 

A ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem (VIEIRA, 2000; IIDA,

2000).
23

A ergonomia se preocupa com todos esses fatores objetivando a segurança,

satisfação e bem estar dos trabalhadores em seus relacionamentos com os sistemas

produtivos (PINHEIRO, MARZIALE, 2000).

2.3.7 Riscos com Animais Peçonhentos

Animais Peçonhentos são animais que produzem alguma substância tóxica capaz

de causar danos à saúde ou a morte de outros animais e possuem dispositivos para

a inoculação desta peçonha.

Animais Venenosos são animais que produzem substâncias tóxicas, mas não têm

mecanismos para a inoculação deste veneno. Peçonha são toxinas produzidas e

utilizada pelos animais de maneira ativa para a caça, defesa e subjugação da presa,

inoculada através de algum dispositivo de injeção presente no animal produtor da

peçonha.

Veneno são substâncias tóxicas capaz de causar danos ou a morte de outro ser vivo

utilizada de forma passiva para defesa do animal ou vegetal.

Exemplos de animais peçonhentos no Brasil:

Serpentes (jararaca, jararacuçu, urutu, surucucu, coral, cascavel), Aranhas

(armadeira, viúva negra, aranha marrom), Escorpiões (escorpião preto, escorpião

amarelo), Taturanas (lonomia, pararama), Besouros (potó), Peixes (arraia, mandi),

Abelhas, Vespas e Marimbondos e Lacraias.

Exemplos de animais venenosos:

Sapos, Peixes (baiacu) e Salamandras.


24

De acordo com a figura 2, os acidentes com serpentes são distribuídos da seguintes

proporções:

FIGURA 2: Riscos com Animais Peçonhentos


FONTE: Sérgio Luiz Costa Saraiva

 
25

2.4 Equipamentos de Proteção Individual

De acordo com a Norma Regulamentadora - (NR) número 06. Os equipamentos de

proteção individual – EPI são caracterizados de uso individual pelo empregado a

caráter de protegê-los de riscos suscetíveis que ameaça a integridade e segurança e

a saúde no trabalho. Onde a empresa é obrigada a fornecer ao empregado

gratuitamente os EPI, sendo adequado ao risco. De acordo com a fundacentro SP,

para que se justifica o uso deve ser aplicado nas seguintes circunstâncias: Sempre

que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção, contra os riscos

de acidentes do trabalho ou de doenças ocupacionais, enquanto as medidas de

proteção coletiva estiverem sendo implantadas e para atender situações de

emergência. Lembrado que todo EPI tem que ter CA (certificado de aprovação) onde

este certificado é aprovado pelo MTE – Ministério do Trabalho e Emprego.

2.5 Equipamentos de Proteção Coletiva

Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC): como o próprio nome já diz, são

equipamentos utilizados para proteção coletiva de trabalhadores expostos a risco.

Os mais comuns são: enclausuramento acústico de fontes de ruído, ventilação dos

locais de trabalho, extintor de incêndio, proteção de partes móveis de máquinas e

equipamentos (conforme NR 11), cabine de segurança biológica, capelas químicas,

e cabine para manipulação de radioisótopos.


26

2.6 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)

O PPRA é um programa que visa à preservação da saúde e integridade dos


trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e
controle dos riscos ambientais existentes no ambiente de trabalho, tendo
em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.
(SALIBA et. 2002, p.188)

O PPRA deve ser implantado pelas empresas independente do tamanho e grau de

risco, desde que os trabalhadores sejam regidos pela CLT. O empregador é o

responsável pela elaboração e implantação deste programa.

A NR 09 estabelece parâmetros mínimos para a elaboração do PPRA, estabelece

ainda que o PPRA deva articular-se com as demais NR´s.

2.7 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)

Conforme Piza (1197), o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

(PCMSO) deve ser implantado obrigatoriamente por todas as empresas que

possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), sendo

de única e exclusiva responsabilidade do empregador a implantação.

Onde o principal objetivo do PCMSO, é a preservação da saúde do conjunto de

trabalhadores da empresa priorizando - à frente aos riscos inerentes as funções

desempenhadas. Para cumprimento e objetivos do PCSMO são necessárias e

essenciais a participação e cooperação de todos os envolvidos: empregados,


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empresa e membros dos serviços especializados na promoção e preservação da

saúde e segurança dos trabalhadores (CIPA e SESMT).

O PCMSO deverá ser planejado e implantado com base nos riscos à saúde dos

trabalhadores, especialmente os identificados no PPRA – Programa de Prevenção

de Riscos Ambientais.
28

3 METODOLOGIA

3.1 Tipo de Pesquisa

De acordo com Alvarenga e Bianchi (1998, p. 37), metodologia é um “conjunto de

instrumentos que deverá ser utilizado na investigação e tem por finalidade encontrar

o caminho mais racional para atingir os objetivos propostos, de maneira rápida e

melhor”.

Para a realização deste trabalho foi explorada a pesquisa descritiva conclusiva, que

é a pesquisa desenvolvida ante a necessidade de resolver problemas concretos

vivenciados pelo autor. A fase teórica é aquela que diz respeito à pesquisa

bibliográfica que, segundo Marconi e Lakatos (1982, p. 57), tratam “do levantamento

de bibliografia já publicada e que tenha relação com o tema em estudo”.

As bibliografias foram escolhidas mediante a leitura e observação do conteúdo mais

adequado presente no acervo da biblioteca da FEAMIG – Faculdade de Engenharia

de Minas Gerais de Belo Horizonte, Devido ao grande número de publicações sobre

o assunto em questão, depois de devidamente escolhidas foi elaborado Referencial

Teórico. Além de extra-acadêmico foram utilizados revistas, manuais, trabalhos

acadêmicos, notas de aula, sites variados, jornais, correio eletrônico e experiências

e estudos de multicasos vivenciados pelo autor.


29

3.2 Universo da Pesquisa

De acordo com a experiência do autor em levantamentos topográficos o universo

escolhido foi um exemplo vivenciado pelo autor devido suas habilidades e percepção

de riscos em levantamentos de campo.

3.3 Técnicas de Amostragem

A amostragem é uma etapa de grande importância no delineamento da pesquisa

capaz de determinar a validade dos dados obtidos. Porém não se aplica a este

trabalho, uma vez que serão utilizados os casos citados acima.

3.4 Seleção dos Sujeitos

Não se aplica dada a natureza da pesquisa realizada.

3.5 Instrumento de Coleta de Dados


30

Observação in loco com registro de fotos.

3.6 Análise dos Dados

Análise qualitativa e quantitativa dos casos vivenciados pelo autor.

3.7 Limitações da Pesquisa

A maior limitação é o fato de existir pouco embasamento teórico nesta área, como

este trabalho se limita a região as conclusões e sugestões apontadas somente

podem ser aplicadas ao caso estudado. Desta forma, não devem se referir a todo

universo.
31

4 ANÁLISE DE DADOS

Conforme análise bibliográfica sobre o assunto em questão, detectou-se que as

atividades de topografia em saneamento básico são realizados por trabalhadores,

que exercem as seguintes atividades: Auxiliar de Topografia, Cadastrador

Engenheiro Agrimensor e Topógrafo.

4.1 Identificação das atividades e análise fotográfica

O auxiliar de topografia desenvolve as seguintes funções: motorista, dirigir até os

locais a serem levantados, transportar equipamentos de topografia; como (foice,

prisma, bastão, piquetes, marreta, facão, estação total, trena e tripé), gerando um

peso aproximado de 12 quilos, limpeza do terreno, onde será levantada a topografia,

através de foice e facão. Executando suas atividades conforme determinação do seu

superior imediato.
32

FIGURA 3: Auxiliar de topógrafo, Motorista


FONTE: Autor

O auxiliar de topografia encontra-se em uma posição ergonomicamente inadequada

pelo fato de esta em postura estática, não possui EPI´s. 

FIGURA 4: Auxiliar de topógrafo, Motorista


FONTE: Autor
33

O auxiliar de topografia encontra-se exposto a radiações não ionizantes e raios

ultravioletas. 

FIGURA 5: Auxiliar de topógrafo, Motorista


FONTE: Autor

FIGURA 6: Auxiliar de topógrafo, Motorista


FONTE: Autor

O auxiliar de topografia desenvolve as atividades de coletas topográficas de um lote

em expansão urbana onde servirá de reservatório de água potável. Nesse


34

levantamento também e notado a falta de sinalização da área em estudo e

sinalização do veiculo.  

FIGURA 7: Auxiliar de topógrafo, Motorista


FONTE: Autor

 
35

FIGURA 8: Auxiliar de topógrafo, Motorista


FONTE: Autor
 

FIGURA 9: Auxiliar de topógrafo, Motorista


FONTE: Autor
 

 
36

FIGURA 10: Auxiliar de topógrafo, Motorista


FONTE: Autor
 

FIGURA 11: Auxiliar de topógrafo, Motorista


FONTE: Autor

Auxiliar de topografia verificando área de captação de água. Onde é notável a

ausência de EPI.
37

FIGURA 12: Auxiliar de topógrafo, Motorista


FONTE: Autor

A figura 12 mostra o auxiliar medindo a área a desativada de uma estação de

tratamento de água, é notável que o profissional esta expostos a riscos com animais

peçonhentos, pois o mesmo não possui EPI´s do tipo perneiras.


38

FIGURA 13: Auxiliar de topógrafo, Motorista


FONTE: Autor

A figura 13 mostra a faixa de servidão de interceptor de esgoto, onde o auxiliar esta

exposto a riscos biológicos, podendo ocasionar danos a sua saúde através doenças

e vetores.
39

FIGURA 14: Foice


FONTE: Autor

A figura 14 mostra equipamento utilizado pelo auxiliar de topografia, a respectiva

foice ao ser transportada e manuseada pode acarretar em acidentes, a fase de

transporte da ferramenta pode se isolar o risco de corte, com isolamento da lâmina

com um pedaço de mangueira.

O cadastrador desenvolve as seguintes funções: Orientar os proprietários com a

importância do saneamento básico, cadastrar todos os dados pessoais dos

respectivos proprietários das terras, seja essas propriedades urbanas ou rurais,

retirar fotos de imóveis, fotos panorâmicas da localização, limítrofes, digitação dos

dados coletados em laptop, pesquisa imobiliária para fazer uma comparação

mercadológica para avaliação do imóvel, pesquisa cartorária para verificar a

procedência do imóvel.
40

De acordo com a figura 15, é identificado a cadastradora carregando uma prancheta

e coletora topográfica, exposto a riscos ergonômicos, raios ultravioletas, radiações

não ionizantes e falta de EPI´s.

FIGURA 15: Cadastrador


FONTE: Autor
 

 
41

O engenheiro agrimensor desenvolve as seguintes atividades: Orientar a equipe

com diretrizes para levantamentos topográficos, acompanhar as atividades de

campo, analisar os dados coletados em campo, processá-los, informatizá-los para

montar o laudo de avaliação e negociação das propriedades a serem

desapropriadas. A figura 16 mostra engenheiro agrimensor e topógrafo in loco.

Na figura 16 foi analisada que o engenheiro está exposto às radiações não

ionizantes, raios ultravioletas e riscos com animais peçonhentos 

FIGURA 16: Engenheiro agrimensor


FONTE: Autor

 
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O topógrafo desenvolve as atividades de levantamentos topográficos através de

estação total e GPS de navegação, na figura abaixo mostra o topógrafo verificando

vértices da faixa interceptora. 

Na figura abaixo apresenta uma boa prática do topógrafo, com uso de proteção

contra animais peçonhentos “perneiras”, mas foram constatados outros riscos como

radiações não ionizantes, raios ultravioletas, riscos ergonômicos

FIGURA 17: Topógrafo


FONTE: Autor

 
43

FIGURA 18: Topógrafo


FONTE: Autor

FIGURA 19: Topógrafo


FONTE: Autor
 
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FIGURA 20: Topógrafo


FONTE: Autor
 

Na figura 21 foi identificado criações de abelha no local, a ser verificado e medido

topograficamente, caracterizando riscos com animais peçonhentos.

FIGURA 21: Topógrafo


FONTE: Autor
 

 
45

4.2 Análise Ergonômica

Na figura abaixo foi analisado pelo autor, um estudo ergonômico dos postos de

trabalho, de acordo com os riscos ambientais do manual de legislação atlas. Neste

estudo o autor propôs medidas de segurança para os trabalhadores expostos.

FIGURA 22: Riscos Ergonômicos


FONTE: Autor
46

4.3 Riscos analisados nos Postos de Trabalhos

Neste item foram identificados riscos pertinentes aos trabalhadores, e proposto pelo

autor medidas de segurança e treinamentos para melhorar as condições dos postos

de trabalho.

4.3.1 Auxiliar de Topografia e Motorista, engenheiro, topógrafo e cadastrador

As atividades dos trabalhadores de campo: Auxiliar de topografia e motorista,

cadastrador, engenheiro agrimensor e topógrafo foram analisados através de fotos,

onde estes profissionais estiveram expostos a riscos ambientais: riscos físicos

(radiações não ionizantes, agente físico calor), riscos biológicos, riscos ergonômicos,

risco de acidentes e riscos com animais peçonhentos, os riscos físicos e biológicos

podem caracterizar insalubridade de acordo com a norma regulamentadora número

15.

O resultado de avaliação ao agente físico calor, cabe um estudo através do Índice

de Bulbo úmido do Termômetro de Globo.

As medidas de segurança sugeridas pelo autor, são equipamentos de proteção

coletiva; com dispositivos de sinalização no carro que transporta a equipe de campo,

sendo do tipo (giroflex laranja), sinalizações dos locais com cones principalmente em

ruas e estradas, sugerem o uso de equipamentos de proteção individual do tipo

luvas, chapéu do tipo chinês para diminuir os efeitos dos raios ultravioletas, protetor

solar, perneiras para prevenção contra serpentes, botas, óculos de proteção contra
47

raios solares que podem queimar os olhos, trazendo problemas como catarata,

camisa de cor clara com manga longa para melhorar a exposição térmica, evitando

cortes ao entrar em áreas de características rurais, umbrela para proteger o

topógrafo dos raios solares, para os riscos ergonômicos sugere-se ginásticas

laborais, readequação do posto de trabalho. Para conscientizar os trabalhadores

deve haver treinamentos de condução veicular, curso de primeiro socorros em caso

de acidentes com animais peçonhentos, uso adequado de equipamentos de

proteção individual para proteger integridade física de toda equipe, checagem

médica através do programa de controle médico de saúde ocupacional – PCMSO e

implantação do programa de prevenção de riscos ambientais - PPRA.


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5 CONCLUSÕES

Este trabalho tratou do tema riscos ocupacionais que estão expostos os profissionais

de agrimensura na verificação de levantamentos topográficos em sistema de

abastecimento de água e interceptor de esgoto, onde através de estudos

bibliográficos e práticas vivenciadas pelo autor, foi concluído um estudo inédito com

os profissionais de agrimensura em saneamento básico. Esses estudos tiveram o

foco principal 04 postos de trabalhos, sendo definidos pelos seguintes cargos;

auxiliar de topografia e motorista, cadastrador de imóveis, engenheiro agrimensor e

topógrafo.

As atividades foram analisadas e descritas através de registros fotográficos e

pesquisas bibliográficas, foram identificadas as conseqüências a saúde em que

esses trabalhadores estão expostos, quais impactos negativos para os profissionais

de agrimensura, onde no item 4.3.1 foi feito uma análise geral dos trabalhadores

envolvido, onde o autor identificou riscos ambientais que caracterizam atividade

insalubre de acordo com a NR -15, pelo fato de estarem expostos a agentes

biológicos, riscos antrópicos, riscos físicos radiações não ionizantes, radiações

solares, agente natural de calor, riscos ergonômicos e riscos com animais

peçonhentos. O estudo também propôs medidas mitigadoras para diminuição de

risco, através de equipamentos de proteção coletiva, equipamentos de proteção

individual e treinamentos para todos os cargos nas atividades de levantamento

topográfico de campo. Portanto o trabalho atendeu todos os requisitos proposto pelo

autor.

 
49

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa tratou de analisar as atividades dos profissionais de agrimensura, tendo

foco principal quais seriam os riscos à saúde e segurança dos profissionais de

agrimensura, na verificação de levantamentos topográficos em sistema de

abastecimento de água e interceptor de esgoto. O objetivo desta análise foi analisar

as atividades em verificação em levantamentos topográficos em abastecimento de

água e interceptor de esgoto, descrever as atividades dos profissionais em serviços

topográficos, estudaram as conseqüências negativas para a saúde dos profissionais

de agrimensura e propor medidas de controle quanto aos riscos de saúde e

segurança desses profissionais.

No referencial teórico foi abordado temas; surgimento da topografia, riscos a saúde

dos trabalhadores de agrimensura em levantamentos topográficos, riscos

ambientais, riscos biológicos, riscos antrópicos, riscos físicos, radiações não

ionizantes, radiação solar, agente natural de calor, riscos ergonômicos, riscos com

animais peçonhentos, equipamentos de proteção individual, equipamentos de

proteção coletiva, programas de prevenção de riscos ambientais e programa de

controle médico de saúde ocupacional.

Sendo assim; com os resultados obtidos foram possíveis identificar vários cenários

de riscos, onde detectaram riscos ergonômicos, riscos físicos, riscos ambientais,

riscos com animais peçonhentos. O autor propôs medidas mitigadoras para

amenizar exposição destes riscos como uso de EPI, EPC, programas de controle
50

médico de saúde ocupacional, programa de prevenção de riscos ambientais, e

treinamentos para toda equipe.

A pesquisa teve sua limitação por decorrência de pouco embasamento teórico na

área de segurança em agrimensura, sabendo que o trabalho foi limitado à região

estudada. As conclusões apontadas somente podem ser aplicadas ao caso

estudado não abrangendo todo universo.

Fica sugerido para estudos futuros estudos detalhado com IBTUG e agente físico de

ruído. Assim poderá abranger o campo de atividades com os profissionais de

agrimensura, onde são relatadas poucas informações com riscos ocupacionais.


51

7 REFERÊNCIAS

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BRITO, S.N.A. (Eds.). Geologia de Engenharia. São Paulo: Associação Brasileira de
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de Santa Catarina. UFSC Florianópolis, (2004)

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