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Universidade Eduardo Mondlane

Faculdade de Ciencias

Curso de Meteorologia

Disciplina de Meteorologia Sinóptica Complementar

Radar meteorologico

Discente:

Jamilo Murramela – P/L Docente:

Dr. Dionildo Banze

Maputo, Agosto de 2021


Índice
1.Introdução .................................................................................................................................... 3
1.2.Contextualização ................................................................................................................... 3
1.3.Justificativa do Estudo .......................................................................................................... 4
1.4.Problematização .................................................................................................................... 4
1.6. Objectivos............................................................................................................................. 4
1.6.1.Objectivo Geral............................................................................................................... 4
1.6.2. Objectivos Especificos .................................................................................................. 4
2. Revisão Bibliográfica.................................................................................................................. 5
2.1.Sistemas de radar ................................................................................................................... 5
2.2.Classificação dos radares ...................................................................................................... 5
2.2.1.Radar Primário ................................................................................................................ 5
2.2.2. Radar Pulsado ................................................................................................................ 5
2.2.3. Radar de onda contínua ................................................................................................. 6
2.2.4..Radar Secundário ........................................................................................................... 7
2.3.Equação do radar ................................................................................................................... 7
2.4.Estimativa da precipitação a partir da reflectividade do radar .............................................. 9
2.4.1.Características das gotas de chuva.................................................................................. 9
2.4.2.Determinação de Z........................................................................................................ 10
2.4.3.Relação entre Z e R ...................................................................................................... 11
2.4.4. Erros na estimativa de chuva com radar ...................................................................... 12
2.5.Banda brilhante ................................................................................................................... 12
2.5.1. Classificação da Banda Brilhante (BB) ....................................................................... 13
2.6.Radar Doppler ..................................................................................................................... 14
2.6.1.Aplicações .................................................................................................................... 14
3. Materiais e Métodos .................................................................................................................. 15
3.1. Materiais ............................................................................................................................. 15
3.2.Métodos ............................................................................................................................... 15
4. Resultados e discussão .............................................................................................................. 15
5. Conclusão.................................................................................................................................. 15
6. Revisão Bibliografia ................................................................................................................. 16

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Resumo

Apresenta-se uma breve caracterização do radar meteorológico como instrumento de


teledetecção. São abordados alguns aspectos importantes que se prendem com as imagens
de radar meteorológico, nomeadamente as potencialidades que estas proporcionam aos seus
utilizadores, assim como as suas principais equações . Fornece informações sobre cobertura de
nuvens e eventualmente precipitação de ordem convectiva. Tem imageamento do topo das
nuvens, porém não fornece informações sobre o interior das nuvens e muito menos abaixo dela.
Palavra- Chave : Radar Meteorológico

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1.Introdução
Apresenta-se neste artigo a importância do uso do radar meteorológico utilizado, para a previsão
de desastres naturais, ou meteorológico. A soma dos eventos associados a ciclones, Furacões e
vendavais, referente aos desastres naturais ocorridos no mundo, estão vinculados às
instabilidades atmosféricas severas. Especificamente, nas Américas a maior parte das ocorrências
é caracterizada por tempestades, seguido de inundações, totalizando 71% dos fenômenos
registrados. (Leal, 2017).
Esses danos mostram a importância do uso dessa preciosa ferramenta, o radar meteorológico,
que juntamente com as geotecnologias, obtenção de imagens de satélite e de cartas sinópticas,
torna possível conhecer os sistemas actuantes e a origem do fenómeno ocasionado, além dos
possíveis danos dentro de sua área de alcance.

1.2.Contextualização

O termo Radar é um acrônimo em inglês para Radio Detection and Ranging, que pode ser
traduzido como “detecção e telemetria por ondas de rádio”. Substituiu o termo RDF, na década
de 1930, e é acrônimo de Radio Direction Finding, do inglês, ou localização de direção por
ondas de rádio.

Foi um pouco antes e durante a Segunda Guerra Mundial (SGM) que o radar surgiu como um
dispositivo de engenharia prática. Tem suas origens nas pesquisas com rádio de Taylor e Young:
dois engenheiros que trabalhavam com rádio para a Marinha Americana no ano de 1922.
Perceberam que quando navios passavam entre o transmissor e o receptor, havia reflexões do
sinal. Em 1930, Taylor escreveu um relatório para a Marinha sobre eco de sinais de rádio de
objetos em movimento, que conduziu ao desenvolvimento do radar .

O primeiro radar surgiu em 1904, pelas mãos de um engenheiro alemão de nome Christian
Hulsmeyer que criou um aparelho capaz de detectar a presença de um objeto afastado a alguma
distância. O radar teve grande desenvolvimento durante a SGM, sendo considerado por alguns
autores como “a invenção que mudou o mundo (Leal, 2017).
Seu principal desenvolvimento foi durante os anos 1930, quando a Inglaterra se preparava para a
SGM, sendo usado para indicar e monitorar navios e aviões de guerra . Sob esse aspecto a chuva

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obscurecia os alvos e causava grande dificuldade para operadores de radares militares (Leal,
2017).

1.3.Justificativa do Estudo

A relevância do presente trabalho está no facto de que, de acordo com a pesquisa realizada os
radares meteorológicos são importantes ferramentas para as previsões de curtíssimo prazo e o
monitoramento do tempo. Através deles é possível estimar taxas de precipitação para lugares
onde não há cobertura total de pluviômetros em superfície, e é possível analisar o deslocamento e
o ciclo de vida do sistema actuante em sua área de cobertura.

1.4.Problematização

Os Sistemas Convectivos de Mesoescala (SCM) são sistemas que se formam rapidamente e são
caracterizados por grandes volumes de precipitações que ocorrem durante um curto período de
tempo. Por isso, os modelos de Previsão Numérica do Tempo (PNT) têm dificuldades em prever
a precipitação relacionada ao sistema, sendo possível detectar a sua ocorrência com algumas
horas de antecedência. Embora a evolução de um SCM não seja bem prevista pela modelagem,
esta área de pesquisa tem conseguido avanços significativos com o aumento da capacidade
computacional e de pesquisas científicas em áreas relacionadas a modelagem, sensoriamento
remoto e assimilação de dados.

1.6. Objectivos

1.6.1.Objectivo Geral
Estudar os Radares Meteorologicos

1.6.2. Objectivos Especificos


 Analisar os Fundamentos de radares meteorológicos,
 Analisar Equação do radar,
 Estimativa da precipitação a partir da reflectividade do radar ,
 Estudar as Banda brilhante,
 Estudar Radar Doppler .

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2. Revisão Bibliográfica

2.1.Sistemas de radar

Sensoriamento Remoto
Passivo Activo
Radiometro Radares

2.2.Classificação do radar

Os radares meteorologicos classificao se em:

2.2.1.Radar Primário
Transmitem sinais de alta freqüência que são refletidas pelos alvos. Os ecos de retorno são
recebidos e analisados.

2.2.2. Radar Pulsado


Integração de impulsos de radar – o radar recebe múltiplos ecos do mesmo alvo, mesmo no caso
de uma antena rotativa – estes ecos podem ser utilizados para melhorar a detecção → integração
de impulsos
Figura 2: Mostra o Princípio de funcionamento do radar pulsado

Fonte: (Leitão, 2013)

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O gerador de temporizações controla o varrimento da antena e a frequência dos impulsos. Na
maioria dos radares de impulsos, especialmente nos de maior potência, o modulador produz um
sinal de tipo on-off com uma tensão de pico relativamente elevada, que é aplicado à alimentação
de um oscilador de potência: no estado on, há oscilação (impulso de RF); no estado off, não
haverá sinal à saída.

Desta forma produz-se um trem de impulsos de RF à saída. Nos estado on, o duplexer deixa
passar o impulso; no estado off comuta para o receptor. O receptor é, de um modo geral, de tipo
super-heterodino, com um detector de amplitude. O amplificador de vídeo tem uma banda
relativamente larga (daí a designação de vídeo), para deixar passar o sinal correspondente aos
impulsos detectados. Pelas suas particularidades, abordaremos mais adiante os indicadores,
antenas e transmissores de radares de impulsos.

2.2.3. Radar de onda contínua


O radar onda continua é um transmissor de frequências, com ângulo de feixe estreito e
pertencente à série de radares MP, podendo operar com precisão até mesmo em ambientes
empoeirados.

O radar onda continua isola tanto as partículas soltas, quanto as características do tanque e
especifica o nível real do material. E, possui como padrão componente, um flange giratório, que
direciona a unidade para a posição ideal no interior do tanque.

2.2.3.1.Principais características do radar onda continua


Esse dispositivo possui informações técnicas relevantes a serem consideradas e observadas no
momento de adquirir o produto, tais como:

 Possui range máximo de medição de até 70m;


 Tensão de alimentação de 20 a 32 VDC;
 Opera com temperatura até 150°C (antena);
 Comunicação de 4a 20mA e HART;
 Resolução de leitura precisa de 1mm.

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O radar onda continua é recomendado para aplicações e situações de turbulência e é um
dispositivo de fácil instalação e configuração. (https://bindicator.com.br/radar-onda-
continua.html).

Figura 2.

Fonte: (http://cee.uma.pt/edu/st2/apo/radares_parte2.pdf)

2.2.4..Radar Secundário

Nessas unidades de radar secundário, as aeronaves devem possuir a bordo um transponder


(transmitting responder – transmissor de resposta) e recebe um sinal codificado da unidade de
radar. Um sinal de resposta activo e também codificado é retornado à unidade de radar a qual é
gerada no transponder. A partir dessa resposta é possível obter muito mais informação, como
uma unidade de radar primário faz (ex. Altitude, um código de identificação ou qualquer
problema técnico a bordo como perda do contato por rádio …).

2.3.Equação do radar

Na literatura poderão ser encontradas várias formas para a chamada equação do radar. De um
modo geral, a equação do radar exprime o alcance máximo do radar em função de um conjunto
de parâmetros característicos do radar. As diversas formas da equação do radar diferem
precisamente no conjunto de parâmetros considerado ou em certas aproximações assumidas.
Note-se que na derivação da equação do radar não foram considerados:
 efeitos de propagação;
 interferências;
 perdas suplementares no sistema.

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Alguns destes efeitos são idênticos aos que ocorrem em feixes hertzianos terrestres. ( Leitão )

Alcance máxima

Alcance máxima

alcance máxima
Outras aproximações e constantes : 𝐴𝑜 ≈ 0,65𝜋𝐷2 /4 𝑇 ≈ 𝑇𝑜 = 290𝑘 𝑘 = 1,38𝑥10−23 j/k

alcance máxima Equação prática


𝑃𝑡. 𝐺 2 . 2 . 
𝑃𝑟 =
(4)2 𝑟 4 𝑙 2

Segundo (Leitão ) . As equações em função da área efectiva de captura mostram que o alcance
máximo depende de um conjunto de factores, sendo necessário estabelecer compromissos.
Assim, para duplicar o alcance seria necessário:
 Aumentar 16 vezes a potência transmitida → não rentável a partir de determinados
limites;
 Diminuir 16 vezes a potência mínima detectável, ou a relação sinal-ruído mínima →
receptor mais complexo; torna o sistema mais sujeito a interferências;
 Aumentar 2 vezes o diâmetro da antena → limitações físicas;
 Diminuir 4 vezes o comprimento de onda (assumindo que os outros parâmetros seriam
constantes, o que não é exactamente verdadeiro) → problemas de propagação; diagrama
de radiação da antena pode tornar-se demasiado estreito.

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2.4.Estimativa da precipitação a partir da reflectividade do radar

O princípio de funcionamento do radar meteorológico é baseado na emissão de um sinal


eletromagnético que viaja no ar até se encontrar com um alvo capaz de retroespalhar uma
pequena fração da energia eletromagnética enviada ( gotas de chuva, granizo, cristais de gelo,
etc.).
Sendo que o radar pode medir a potência e a fase do sinal recebido, determinados pelos níveis de
retroespalhamento e atraso nas fases, causados pelos hidrometeoros observados,respectivamente.
Esses efeitos relacionam-se diretamente com o comprimento de onda e a polarização do sinal,
bem como da distribuição de tamanho de gota (DSD - sigla do inglês,“Drop Size Distribution”) e
a forma das gotas.

2.4.1.Características das gotas de chuva


As gotas de chuva que atingem a superfície da terra são resultado de uma série de processos
dinâmicos, termodinâmicos e microfísicos que acontecem nas nuvens e ao longo da sua trajetória
até o solo. Os processos microfísicos podem-se dividir em duas categorias, os de fase fria e os de
fase quente, onde a principal diferença é a presença ou não do gelo.

Ao precipitar atingem a região quente da nuvem ( alturas com temperaturas acima de 0°C) e
começam a derreter virando gotas de águas e assim serem influenciados por processos
dominantes como a colisão-coalescência (i.e. coleta de gotículas pequenas por outras maiores em
razão da diferença entre as suas velocidades terminais de queda), a quebra de gotas e a
evaporação, que causam por sua vez, variações na DSD.

Ao tempo que as gotas precipitam, ficam expostas a forças gravitacionais, elétricas e de arrasto,
além da tensão superficial. Aceleram-se no começo da queda até chegar num equilíbrio entre a
força de gravidade e o arrasto (as forças mais significativas), e a partir deste instante a
velocidade mantém-se constante.

Segundo Morell 2018, esta velocidade terminal (wt ) depende do diâmetro das gotas (D), e para
alturas próximas ao solo no intervalo de 0,5 < D < 5 mm pode-se aproximar como:

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𝑊𝑡(𝐷)~386,6𝐷0,67 Equação (5)

Onde wt e D estão dados em 𝐶𝑚. 𝑆 −1 e mm, respectivamente.

Como consequência das forças anteriormente citadas as gotas perdem a sua esfericidade na
medida em que ficam maiores, tornando-se mais parecidas com um esferóide de base plana.

2.4.2.Determinação de Z
Através da equação da precipitação estratiforme (a mais utilizada) é possível calcular o valor de
Z (dbz), através da própria equação, sendo: 𝑍 = 200𝑅1.6 Equação (6)

Segundo Morell 2018, a potência recebida pelo radar como resultado do processo de
retroespalhamento pode-se representar pela seguinte equação.

Z
𝑃𝑟 = 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡([𝐾|2 ). A λ2 dis𝑡 2 Equação ( 7)

onde, const é uma constante que depende, entre outras coisas, da potência transmitida, o ganho
da antena e a abertura do feixe. Entretanto, K é o índice de refração do material iluminado (no
caso da estimativa de chuva o volume de amostra é geralmente composto por gotas de água), A é
a atenuação do sinal causada por hidrometeoros e gases na atmosfera, Z é a refletividade efetiva
(mm6m-3 ), λ é o comprimento de onda do radar e dist a distância até o alvo.

Depois de encerrado um ciclo de emissão-recepção do sinal eletromagnético são conhecidas


todas a variáveis da equação 2.6, exceto A e Z. A primeira destas duas pode ser desprezível para
o caso de radares de λ = 10 cm (banda S) e para o caso de λ< 0,1λ),pode-se dizer que esse Z que
foi calculado do radar representa a somatória do diâmetro elevado à sexta potência do total de
gotas, como mostrado na equação( 7).


𝑍 = ∫0 𝑁 (𝐷)𝐷2 dD equação (8)

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Figura: 3 Retroespalhamento do sinal eletromagnético emitido pelo radar ao interagir com gotas
de chuva.

Fonte: COMET Program (2012)

2.4.3.Relação entre Z e R
Justifica-se através das suas respectivas dependência com a DSD da chuva. Sendo que, ao
considerar as gotas como esféricas e desconsiderando as correntes verticais, pode-se expressar R.

π Γ(4+μ+bw)
𝑅 = 3,6. 106 6 . awNo Equação (9)
Λ4+μ+bw

Γ(7+μ)
Z = 𝑁𝑜 Equação (10)
Λ7+μ

Unificam-se então as equações (9) e (10), considerando a DSD exponencial (μ = 0) pode-se


simplificar até uma relação Z(R) .equação (11)

Γ(7)N0 (1− 7 4+bw) 7


𝑍 = [3.6×10 a Γ(4+b ) 6 6 π w w ] 7 (4+bw) R (4+bw) Equação (12 )

Da equação 12 percebe-se que o coeficiente a da relação Z(R) depende dos parâmetros aw e bw e


do parâmetro de interceptação (N0 ) da DSD. Ao passo que, o coeficiente b está relacionado com
o bw .

Do anterior conclui-se que os coeficientes a e b da relação Z(R) mudam seus valores conforme
ao tipo de chuva,sendo que o conhecimento da DSD permite a sua determinação.

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2.4.4. Erros na estimativa de chuva com radar

Para fazer uma estimativa de qualidade e interpretar melhor os resultados dos estudos onde se
utilizam essas estimativas é preciso conhecer os erros ou possíveis erros com o uso do radar
nesta tarefa.

As possíveis causas de erros têm uma ampla gama, como são a falta de calibração do hardware
do sistema de radar, o erro ao fazer a calibração com o uso de outros medidores (pluviômetro ou
disdrômetro), propagação anômala do feixe do radar, erros aleatórios em razão do movimento
independente de numerosos hidrometeoros, bloqueio total ou parcial do feixe ( prédios, torres de
comunicação ou a própria orografia) e a atenuação do sinal por conta da chuva, as nuvens ou os
gases atmosféricos, assim como a atenuação pela acumulação de uma película de água no
radome.

Outra fonte de erro é o preenchimento incompleto do feixe pela chuva, o que pode ocorrer
quando o feixe fica muito alto e uma fração dele não capta a chuva ou quando o feixe abrange ao
mesmo tempo duas fases da precipitação (e.g. chuva e uma camada de gelo). Igualmente, existe
diferença entre a chuva observada pelo radar e a que chega ao solo, produto da evaporação, da
advecção e/ou de movimentos verticais.

2.5.Banda brilhante

A banda brilhante é uma camada de elevada refletividade formada devido ao derretimento de


gelo agregado.

Acima da isoterma de zero grau, o gelo cai com uma velocidade terminal relativamente mais
lenta e logo que o gelo atinge essa isoterma entra em processo de fusão. Uma vez que o gelo está
em temperaturas ligeiramente acima da temperatura de congelamento, começará a derreter de
fora para dentro. Isto significa que as extremidades do gelo derreterão primeiro, formando um
revestimento de água, enquanto ainda permanece moderadamente grande e de forma irregular.
Assim, o radar detecta este gelo como se fosse uma grande gota de água, podendo aumentar
significativamente o valor da refletividade lida pelo radar.

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A consequência do primeiro efeito é que a refletividade diminui um pouco, dependendo da
mudança de diâmetro eficaz entre a neve e a gota de água. O resultado do segundo efeito é que as
gotas que caem abaixo da isoterma se movem mais rapidamente, reduzindo a densidade e
concentração dos flocos de gelo, o que diminui ainda mais a refletividade nesta região.

Este efeito na variação do valor da refletividade pode ser observado na Figura 4, onde é
apresentado um modelo conceitual para o PVR de dados afetados pela banda brilhante. Este
modelo de PVR é assumido para representar as condições atmosféricas através de uma certa
região da área do radar.

Figura 4: PVR esquemático para dados afetados pela BB

Fonte : (OLIVEIRA, 2014)

Essa camada de banda brilhante pode causar significativos erros no cálculo da taxa de
precipitação se uma correção não for aplicada, erros esses que acontecem em consequência do
perfil vertical de refletividade não uniforme.

Como a banda brilhante ocorre principalmente durante a precipitação estratiforme (na


precipitação convectiva as mesmas físicas se aplicam, mas a transição entre gelo e chuva muitas
vezes é tão caótica que não são detectadas), esta delimitação pode ser feita através do PVR
calculado a partir dos dados com esta classificação de precipitação.

2.5.1. Classificação da Banda Brilhante (BB)


Oliveira 2014, os métodos de identificação e correção da BB podem ser classificados em quatro
grupos de acordo com os PVRs utilizados:

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 PVR climatológico;
 PVR médio calculado a partir de dados volumétricos obtidos próximos ao radar e, em
seguida, aplicado para correções nas regiões mais distantes;
 PVRs locais recuperados;
 Modelo conceitual ou PVRs parametrizados.

O PVR climatológico pode ser obtido através de estudos ao longo do tempo e espaço. Este perfil
não reflete a estrutura vertical da refletividade em tempo real, não detectando assim, eventos
como a presença de banda brilhante. Em muitos estudos eles são utilizados como PVR padrão
quando os PVRs em tempo real não estão disponíveis.

2.6.Radar Doppler

Ocorre efeito Doppler se o alvo tiver uma componente radial da velocidade, relativa ao radar – o
valor do desvio de frequência é o dobro do que se verifica numa ligação simples

2.6.1.Aplicações
Medição de velocidades de deslocamento,

 Faz-se o batimento entre o sinal transmitido e recebido,


 Mede-se a frequência diferença de efeito Doppler
 Utilizado tanto em radares de impulsos como em radares de onda contínua

O efeito Doppler é responsável pela diferença entre a frequência transmitida e recebida no radar.
Deve notar-se que, neste caso, o alvo recebe e emite ao mesmo tempo, fazendo com que o desvio
de frequência seja duplo daquele que ocorreria numa ligação simples ponto-a-ponto.

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3. Materiais e Métodos

3.1. Materiais

Para realizacao deste trabalho foram usados: papeis, canete, computadores e internete.

3.2.Métodos

De acordo com (Lakatos & Marconi, 2001; Cervo & Bervian, 2002), a pesquisa bibliográfica é
considerada uma fonte de colecta de dados secundária, sendo definida como contribuições
culturais ou científicas realizadas no passado sobre um determinado assunto, tema ou problema
que possa ser estudado.
Neste trabalho optou-se por um método bibliográfico, este método, descreve a esfera de
conhecimento sobre os radares meteorologicos.

4. Resultados e discussão

A literatura mostra que já existem algumas relações pré-determinadas da relação Z e R,


entretanto sabe-se que a precipitação pluviométrica é muito dependente das características
regionais, por exemplo, para a região tropical o tipo de precipitação é predominantemente
convectiva, de intensidade forte a moderada, localizada e abrangendo pequenas área.

Cada instalação do radar deve determinar o melhor valor dessas constantes para as características
de precipitação na área de operação do rada

Estes parâmetros são extraídos ao se especificar um probabilidade de detecção e uma


probabilidade de falso alarme, assim como um valor específico para o coeficiente de correlação
Z, que se deseja detectar.

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5. Conclusão

Neste artigo foi abordado a importância do radar meteorológico utilizado as suas equações
basicas, estimativas de precipitação que possam ajudar em diversas áreas, inclusive na previsão
de desastres naturais. É de grande valia a utilização de ferramentas que possam auxiliar na
cocleta, armazenamento, gerenciamento, processamento e interpretação de dados
meteorológicos. A soma dos eventos associados a ciclones, tornados e vendavais, referente aos
desastres naturais ocorridos no mundo, estão vinculados às instabilidades atmosféricas severas e
o radar meteorológico é uma ferramenta primordial para análise das mesmas.

Em todo o globo constatou-se que o maior número de ocorrências de desastres naturais foi do
grupo hidrológico e meteorológico.

Para elucidar a importância do radar meteorológico no alerta de tempestades, identificação e


classificação como severas ou não-severas, houve uma análise episódica.

6. Revisão Bibliografia
http://cee.uma.pt/edu/st2/apo/radares_parte2.pdf.

Leal, D. C. (02 de Julho de 2017). Radares Meteorologicos e sua importancia na previsao de


desastres naturais . Instituto Geociencias, UNICAMP .

Leitão, M. J. (2013). Sistemas de Telecomunicações II.

OLIVEIRA, C. D. (2014). IDENTIFICAÇÃO E CORREÇÃO DA BANDA BRILHANTE EM


DADOS DE RADAR METEOROLÓGICO. CURITIBA: UNIVERSIDADE FEDERAL DO
PARANÁ.

LAKATOS, E., & MARCONI. (2008). Marina de Andrade. Metodologia científica. Sao Paulo:
5. ed Atlas.

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