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FACULDADE DE CIÊNCIAS

Departamento de Matemática e Informática

Curso de Licenciatura em Ciências de Informação Geográfica

Unidade Curricular: Cartografia Temática

Tema: Medição de Distâncias e Observáveis GPS

Docentes

Regente: DR. António Assane

Assistente: Lic. Francesse Bacião

Discente:

Nelson Alfredo Chilombe

Maputo, Agosto de 2021


Resumo

Sistema de Posicionamento Global, conhecido por GPS (Global Positioning System) ou


NAVSTAR-GPS (Navigation Satellite with Time And Ranging), é um sistema de
radionavegação desenvolvido pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América,
visando inicialmente ser o principal sistema de navegação do exército americano. O GPS tem
como objectivo auxiliar as actividades de navegação e realização de levantamentos
geodésicos e topográficos. O sistema opera ininterruptamente, 24 horas por dia,
independentemente das condições meteorológicas (muito embora essas condições possam
provocar algum tipo de interferência na qualidade dos resultados do levantamento). O sistema
GPS divide-se em três componentes: A componente espacial, Componente de controlo e
Componente do utilizador.

GPS calcula a distância até os satélites GPS cronometrando o tempo de viagem de um sinal
do satélite ao receptor. Em determinado momento, o satélite começa a transmitir um padrão
digital longo, chamado código pseudo-aleatório. Distância é, na verdade, “pseudodistância”,
por causa do relógio do usuário.

As observáveis básicas do GPS que permitem determinar a posição, velocidade e tempo


podem ser identificadas como: pseudodistância a partir do código fase e da onda portadora ou
diferença de fase da onda portadora.

Da teria dos erros tem-se que todas as medições contem erros, sejam eles GNSS, que são
realizadas a partir de sinais emitidos por satélites artificiais, também estão sujeitas as mais
diversas fontes de erros. Algumas Principais fontes dos Erros nas Observáveis GPS são:
UERE (User Equivalente range error), Erros de orbita, Erro no relógio do satélite, Os efeitos
da relatividade no GNSS, Refracção Toposferica, Refracção Ionosferica.

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Índice
1. Introdução ........................................................................................................................... 3

2. Objectivos ........................................................................................................................... 4

2.1. Objectivo Geral............................................................................................................ 4

2.2. Objectivos Específicos ................................................................................................ 4

3. GPS ..................................................................................................................................... 5

4. Medição de Distâncias ........................................................................................................ 6

4.1. Formula ........................................................................................................................ 7

5. Observável GPS .................................................................................................................. 7

5.1. Pseudodistância ........................................................................................................... 7

5.1.1. Equação da Pseudodistância (pd) ......................................................................... 8

5.2. Fase da onda portadora ................................................................................................ 8

5.2.1. Equação Fase da onda portadora .......................................................................... 9

6. Principais Erros nas Observáveis GPS ............................................................................... 9

6.1. UERE (User Equivalente range error) ......................................................................... 9

6.2. Erros de orbita ´ ........................................................................................................... 9

6.3. Erros no relógio do satélite ........................................................................................ 10

6.4. Os efeitos da relatividade no GNSS .......................................................................... 10

6.5. Erros relacionados com a propagação do sinal .......................................................... 11

6.6. Refracção Tropoesférica ............................................................................................ 11

6.7. Refracção Ionosférica ................................................................................................ 12

7. Conclusão .......................................................................................................................... 14

8. Referências Bibliográfica.................................................................................................. 15

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1. Introdução
Com o evoluir dos tempos e as constantes descobertas científicas, face a um mundo em
constante evolução veio a surtir efeitos nas mais variadas ciências. A Geodesia não foi
excepção e a Geodesia Clássica que conhecíamos, com os seus objectivos e metodologias de
trabalho, vieram a ser alteradas fruto da evolução constante. Assim, nasceu uma derivante da
Geodesia Clássica, denominando-se por Geodesia Espacial.

A Geodesia Espacial centrando-se nas linhas orientadoras da Geodesia Clássica, veio


preencher um espaço decorrente da evolução das técnicas de estudo da dimensão da terra,
recorrendo para isso à tecnologia de ponta. Com o aparecimento dos satélites, uma nova era
veio a despoletar um conjunto de necessidades que teriam que ser satisfeitas. O estudo da
forma e dimensão da terra passou a efectuar-se com o recurso a satélites, orbitando em torno
da terra, fornecendo elementos necessários para o cálculo com maior rigor de distâncias,
azimutes e elevações, extremamente importantes para a navegação nos três vectores que a
constituem.

Os primeiros estudos geodésicos realizados com recurso aos satélites geodésicos datam de
1958 e foram publicadas pelo Observatório Astrofísico da Fundação Smithsonian, a partir de
dados obtidos do Projecto Vanguard. O Projecto Vanguard era de uma participação conjunta
entre o Naval Research Institute (NRI) e o DoD (Department of Defense) com o objectivo de
colocar um satélite em órbita que permitisse obter informações necessárias para o estudo das
propriedades físicas da Terra (IGeoE, 2015).

Os satélites que constituem a constelação de um sistema global de navegação por satélite


orbitam em torno da terra, sendo essa orbita descrita segundo as três leis de Kepler que
explicam o movimento orbital dos planetas em torno do sol, sendo estas também utilizadas na
descrição de órbitas dos satélites artificiais em torno da terra. Estas três leis descritas por
Johann Kepler foram enunciadas as duas primeiras em 1609 e a terceira em 1687 (Casaca et
al 2005).

O tempo para um instante desempenha um papel fundamental para o posicionamento


geodésico com recurso a qualquer sistema de navegação global por satélite. É a partir deste
tempo que são calculadas distâncias, determinadas a partir do tempo decorrido entre a
emissão e recepção de um sinal entre um emissor e um receptor para um determinado instante
“t”. (Casaca et al 2005).

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2. Objectivos

2.1.Objectivo Geral
 Descrever a medição de distâncias e observáveis em GPS.

2.2.Objectivos Específicos
 Saber como se efectua a medida de distancias;
 Indicar os tipos de observáveis mais utilizados e as suas devidas equações;
 Identificar os Principais erros nas observável GPS.

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3. GPS

O GPS é um sistema espacial de rádio posicionamento que consiste numa “constelação” de 24


satélites cujo objectivo é fornecer informação de localização e tempo em qualquer instante,
em qualquer lugar e em quaisquer condições climatéricas para receptores sendo eles militares
ou civis (DoAF, 2001).

Os satélites GPS giram em 6 órbitas à volta da terra, efectuando uma volta completa em cada
12 horas aproximadamente, a uma altitude de cerca 20200 km e a uma velocidade de
aproximadamente 11265 km/h. Muito sucintamente, cada satélite possui internamente quatro
relógios atómicos que difundem continuadamente o tempo preciso, assim como, informação
sobre o movimento por ele realizado segundo a órbita que descreve para as estações terrestres,
que tratam essa informação e posteriormente a difundem de volta ao satélite. Os receptores
captam os sinais provenientes dos satélites e calculam a pseudodistância que se encontra de
cada satélite num instante “t”, e a partir desses elementos calcula a sua localização (IGeoE,
2015).

Cada satélite GPS emite em duas frequências sendo L1, de 1575,42MHz (comprimento de
onda de 19cm), e na frequência L2, de 1227,60MHz, (comprimento de onda de 24cm). Estas
frequências podem ser modeladas por dois tipos de códigos, sendo que o código C/A (Coarse
Aquisition) modela apenas a frequência L1 e o código P (Precise) que modela a frequência L1
e L2 (Matos, 2008).

O sistema GPS divide-se em três componentes: A componente espacial, Componente de


controlo e Componente do utilizador.

A componente espacial que é constituída pela constelação dos 24 satélites que orbitam em
torno da terra em 6 planos orbitais distintos e separados entre si por cerca de 60 graus de
longitude. Este tipo de disposição no plano espacial permite que sejam permanentemente
visíveis pelos receptores no mínimo 4 satélites acima do horizonte em qualquer ponto da
superfície terrestre e em qualquer instante (IGeoE, 2000).

Componente de controlo constituída por 5 estações terrestres distribuídas pelo globo e por
uma estação de controlo principal Master Control Station (MCS), localizada em Falcon Air
Force Base no Colorado. Este componente tem como função receber os elementos enviados
pelos satélites e corrigir as posições orbitais precisas 36 e correcções aos relógios de cada
satélite, que A posteriori calculam o “tempo GPS37 ” (IGeoE, 20015).

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Componente do utilizador é constituída pelos demais receptores GPS e os demais
utilizadores e tem como função receber os sinais e convertê-los em posição estimada (X, Y,
Z) para o instante (t) e velocidade sendo necessários pelo menos 4 satélites (IGeoE, 2000).

Estes receptores podendo ser de vários tipos e diferentes formas, e são o interface entre o GPS
e o utilizador, no nosso dia-a-dia lidamos com inúmeros destes sistemas, quer seja a bordo do
nosso automóvel, no serviço de controlo de tráfego aéreo de um aeroporto, na navegação
marítima de navio cruzeiro ou em exercícios de âmbito militar.

4. Medição de Distâncias
Um receptor GPS calcula a distância até os satélites GPS cronometrando o tempo de viagem
de um sinal do satélite ao receptor. Em determinado momento, o satélite começa a transmitir
um padrão digital longo, chamado código pseudo-aleatório. Distância é, na verdade,
“pseudodistância”, por causa do relógio do usuário.

O receptor produz o mesmo padrão digital, exactamente no mesmo horário. O sinal do satélite
chega ao receptor com um atraso em relação ao padrão por ele produzido. A extensão do
atraso é igual ao tempo de viagem do sinal. O receptor multiplica esse tempo pela velocidade
da luz para determinar qual distância o sinal viajou. Supondo que o sinal tenha viajado em
linha recta, essa é a distância do receptor até o satélite.

A extensão do atraso é igual ao tempo de viagem do sinal. O receptor multiplica esse tempo
pela velocidade da luz para determinar qual distância o sinal viajou. Supondo que o sinal
tenha viajado em linha recta, essa é a distância do receptor até o satélite.

Para realizar essa medição, tanto o receptor quanto o satélite necessitam de relógios que
podem ser sincronizados no nível do nanossegundo. Para criar um sistema de posicionamento
via satélite utilizando somente relógios sincronizados, nós necessitaríamos de relógios
atómicos em todos os satélites e no próprio receptor. (Carvalho et al, 2009).

Para que a informação da distância seja útil, o receptor também tem que saber onde os
satélites estão. Isso é fácil, considerando que eles viajam em órbitas muito elevadas e
previsíveis. O receptor GPS simplesmente armazena um almanaque, que lhe diz onde cada
satélite deveria estar em qualquer momento determinado. Elementos como a atracção da Lua
e do Sol mudam ligeiramente as órbitas dos satélites, mas o Departamento de Defesa dos
Estados Unidos monitora constantemente suas posições exactas e transmite quaisquer
eventuais ajustes a todos os receptores GPS, como parte dos sinais dos satélites.
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4.1.Formula
Distância = Velocidade X Tempo

 Distância = Distância ao satélite (Pseudodistância);


 Tempo = tempo de percurso do sinal satélite – receptor;
 Velocidade = Velocidade da luz.

Exemplo: provavelmente alguma vez, durante uma trovoada, tentámos determinar a que
distância de nós ela se encontava. Sendo o tempo o intervalo entre a percepção do relâmpago
(época inicial) e a percepção do trovão (época final) e a velocidade a velocidade de
propagação do som. (Carvalho et al, 2009).

5. Observável GPS
As observáveis básicas de um sistema GPS são as variáveis que permitem determinar a
posição, velocidade e tempo. Dentre as observáveis obtidas a partir de informações dos sinais
transmitidos pelos satélites GPS iremos nos concentrar em apenas duas, que são mais
importantes, e utilizadas nas técnicas de posicionamento, são elas a pseudodistância e a fase
da onda portadora.

As observáveis básicas do GPS/GNSS podem ser identificadas como (Monico, 2007):

 Pseudodistância a partir do código, Diferença de pseudodistância a partir da contagem


Doppler integrada;
 Fase de batimento da onda portadora ou diferença de fase da onda portadora;
 Diferença de tempo de propagação a partir de medidas interferométricas.

Na prática, somente duas observáveis fundamentais são geralmente usadas:

 pseudodistância a partir do código;


 Fase de batimento da onda portadora.

5.1.Pseudodistância
A pseudodistância representa a distância medida entre a antena do satélite e a antena
receptora, sendo obtida pela multiplicação do tempo de propagação do sinal pela velocidade
da luz. Ela pode ser obtida através dos códigos C/A pela portadora L1 e também com o
código P sobre as portadoras L1 e L2 (Dal Poz, 2005).

O receptor produz uma réplica do código produzido no satélite e utiliza a desfasagem


temporal entre a chegada do código gerado no satélite com a sua réplica calculando assim o

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tempo de propagação do sinal entre as antenas do satélite e receptor. Os relógios dos
receptores e dos satélites não são sincronizados entre si e devido a essa falta de sincronismo a
quantidade medida difere da distância geométrica entre o satélite e o receptor a qual é então
denominada pseudodistância. Portanto, pelo fato do código gerado no satélite não ser idêntico
à sua réplica no receptor, a pseudodistância é obtida pelo tempo de descolamento até atingir a
máxima correlação da sequência de código entre ambos os sinais (Dal Poz, 2005).

Outras variáveis que influenciam na real distância geométrica entre o satélite, no instante de
transmissão do sinal, e do receptor, no instante de recepção do sinal, são: erro da órbita do
satélite, erro do relógio do satélite e do receptor em relação ao GPS, atrasos devidos à
refracção ionosférica e troposférica, erro de multicaminho do sinal, erro residual da
pseudodistância devido aos efeitos não modelados e aleatórios (Souza, 2004).

5.1.1. Equação da Pseudodistância (pd)


A PD pode ser obtida via correlação com o código P (correlação do código Y) sobre as
portadoras L1 e L2 e/ou com o código C/A, na portadora L;

PD = cr + c[𝑑𝑡 − 𝑑𝑡 ] + Ɛ

O intervalo de tempo de propagação multiplicado pela velocidade da luz no vácuo não resulta
na distância geométrica entre as antenas do satélite e do receptor, devido entre outros factores
a refracção atmosférica (ionosfera (𝐼 ) e troposfera (𝑇 )) e efeitos de multicaminho
(multipath = dm).

PD = cr + c[𝑑𝑡 − 𝑑𝑡 ] + 𝐼 + 𝑇 + 𝑑𝑚 + Ɛ

5.2.Fase da onda portadora


A fase da onda portadora é igual à diferença da fase do sinal do satélite, recebido no receptor,
e a fase da sua réplica gerada no receptor, ambas no instante de recepção do sinal. Quando o
receptor é ligado ele contabiliza a parte fraccionária da fase e com o passar do tempo ele
acumula a contagem de ciclos inteiros. Ao se adotar a medida da fase da onda portadora como
variável observável, é necessário determinar o número de ciclos inteiros na primeira medida
no início do rastreio do satélite, o qual é denominada ambiguidade GPS. A fase da onda
portadora é a observável básica para a maioria das actividades geodésicas. As medidas de fase
são resolvidas sobre comprimentos de onda de 19 cm e 24 cm para L1 e L2, respectivamente,
proporcionando uma resolução milimétrica, tornando as medidas de fase mais precisas do que
a pseudodistância. Uma vez solucionada a ambiguidade como um número inteiro e nela

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acrescida a fase da onda portadora a medida será de precisão milimétrica e obteremos a
distância entre o satélite e receptor com alta precisão (Alves, 2010).

5.2.1. Equação Fase da onda portadora


A fase da onda portadora é igual a diferença entre a fase do sinal do satélite chegando no
receptor ( ∅ ) E a fase do sinal gerado no receptor (∅ ), Ambas no instante da recepção. A
fase observada (∅ ) Ou frequência de batimento (em ciclos) é:

∅ = ∅ (t) + ∅ + 𝑁 + Ɛ∅

 ∅ (t) É a fase da portadora gerada no satélite s e recebida na estação r no instante t


GPS de recepção;
 ∅ É a fase gerada no receptor no instante de recepção;
 𝑁 É a chamada ambiguidade da fase.

𝑃 − 𝐼 + 𝑇 + 𝑑𝑚
∅ (t) = f cr + f ∗ [𝑑𝑡 − 𝑑𝑡 ] + [∅ (𝑡 ) + ∅ (𝑡 )] + 𝑁 + Ɛ∅
c

 F é a frequência da onda portadora.

Enquanto na observação de pseudodistância o efeito da ionosfera é aditivo, na fase da onda


portadora é subtractivo.

6. Principais Erros nas Observáveis GPS

6.1.UERE (User Equivalente range error)


Em muitas aplicações, é comum projectar os erros nas distâncias. A soma de todos esses erros
projectados é então chamada de UERE (geralmente traduzindo como erro equivalente na
distancia do usuário), que pode ser dimensionado, dependendo de qual hardware e qual
informação é usada para obter a distância observada.

6.2.Erros de orbita ´
Erros nas efemérides dos satélites são os mais difíceis de se lidar. Relógios podem ser
melhorados, alguns efeitos indesejáveis podem ser eliminados ou amplamente reduzidos, por
meio da colecta com mais receptores e pelo uso de diferentes observáveis. Erros de
efemérides, por outro lado, requerem uma estimativa melhor das orbitas, um processo que
pode ser interferido pelo conhecimento insuficiente das forças que atuam no satélite uma vez
que essas forças não podem ser medidas directamente e adequadamente pelas estacões de
monitoramento terrestres. Até o presente, usando os dados de orbita fornecidos nas
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efemérides transmitidas, posições dos satélites podem ser calculadas com uma precisão típica
de aproximadamente 20 m, com erros ocasionais atingindo 80 m.

A principal abordagem para resolver o problema criado pela modelagem imperfeita do


fenómeno físico responsável por estas forcas direccionada para a sua fonte, ou seja, através do
desenvolvimento de modelos de parâmetros de várias complexidades para os erros de
efeméride (isto é, com parâmetros que podem ser ajustadas como parte de um processo de
estimativa da orbita).

6.3.Erros no relógio do satélite


Embora, altamente precisos, os relógios atómicos dos satélites não acompanham o sistema de
tempo GPS/GNSS. A diferença chega a ser no máximo 1 ms (Wells et al, 1986). Os relógios
são monitorados pelo segmento de controlo. O valor pelo qual eles diferem do tempo GPS faz
parte da mensagem de navegação na forma de coeficientes de um polinómio de segunda
ordem dado como:

𝑑𝑡 (t) = 𝑎 + 𝑎 (𝑡 + 𝑡 ) + 𝑎 (𝑡 − 𝑡 ) + ∆𝑡

 𝑡 - É o tempo de referência de relógio (clock);


 𝑎 - É o estado do relógio do tempo de referência;
 𝑎 - É a marcha linear do relógio;
 𝑎 - É a variação da marcha do relógio.
 ∆𝑡 – 2*X*X/𝐶

A técnica , Usada na SA (clock dither), se dava através da manipulação da frequência dos


relógios dos satélites, resultando em erros nas pseudodistâncias com períodos da ordem de
poucos minutos, Os efeitos podiam atingir 80 nano-segundos (ns), o que correspondia a um
erro da ordem de 24 m, Dessa forma, quando a SA estava activa, o polinómio acima não
modelava adequadamente os erros dos relógios dos satélites. Uma forma efectiva de eliminar
os erros dos relógios dos satélites é pelo uso do método de posicionamento diferencial
(relativo).

6.4.Os efeitos da relatividade no GNSS


Os efeitos da relatividade no GNSS, não são restritos somente aos satélites (órbitas e
relógios), mas também à propagação do sinal e aos relógios dos receptores. O relógio do
satélite vária em razão da relatividade geral e especial. Os relógios dos receptores nas estações
terrestres e a bordo dos satélites estão situados em campos gravitacionais diferentes, além de
se deslocarem com velocidades diferentes. Isso provoca uma aparente alteração na frequência
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dos relógios de bordo com relação aos terrestres. Os efeitos são compensados, antes do
lançamento do satélite, pela redução da frequência nominal dos relógios dos satélites em
4,55x10 Hz mas veja ainda as correções no relógio), Apesar desses cuidados, alguns efeitos
não são eliminados Mas no método relativo, os efeitos resultantes são totalmente desprezíveis.

6.5.Erros relacionados com a propagação do sinal


Os sinais provenientes dos satélites propagam-se através da atmosfera dinâmica, atravessando
camadas de diferentes naturezas e estados variáveis. Esses sinais sofrem diferentes tipos de
influências, que provocam variações na direcção da propagação, velocidade de propagação,
na polarização e na potência do sinal (Seeber, 1993). O meio no qual ocorre a propagação
consiste, essencialmente, da troposfera e da ionosfera, cada uma com características bem
diferentes.

A troposfera vai da superfície terrestre até aproximadamente 50 km, e comporta-se, para


frequências abaixo de 30 GHz, como um meio nãodispersivo, a refracção é independente da
frequência do sinal transmitido, dependendo apenas das propriedades termodinâmicas do ar.

A ionosfera é um meio dispersivo, ou seja, a refracção depende da frequência. Isso significa


que a fase da portadora e a modulação sobre ela serão afectadas de forma diferentes.
Enquanto a portadora sobre um avanço, a modulação sobre ela sofre um retardo. A ionosfera
abrange aproximadamente a região que vai de 50 até 1000 km acima da superfície terrestre.

Por se tratar de regiões apresentando comportamentos diferentes, elas serão tratadas


separadamente. Além desses efeitos, inclui-se nesta seção o efeito do movimento de rotação
da Terra nas coordenadas do satélite durante a propagação do sinal.

6.6.Refracção Tropoesférica
O efeito da troposfera pode variar de poucos metros, até aproximadamente 30m, dependendo
da densidade da atmosfera e do ângulo de elevação do satélite. Esses efeitos dependem da
massa gasosa que se concentra nas baixas camadas da atmosfera terrestre. Essa massa pode
ser dividida em duas componentes: uma composta de gases secos, chamada componente
hidrostática, e uma outra composta de vapor d’água, denominada componente Húmida. Entre
os efeitos produzidos pela Troposfera podemse citar (Spilker, 1996): atenuação atmosférica;
cintilação troposférica e atraso troposférico.

Atenuação atmosférica refere-se à diminuição da potência da onda electromagnética, exercida


pelos elementos que constituem a atmosfera, variando para cada frequência. No caso do GPS,
não se recomenda utilizar observações abaixo de ângulo de elevação de 50.
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Cintilação troposférica é uma oscilação na amplitude da onda electromagnética, causada por
irregularidades e turbulência no índice de refratividade atmosférica, principalmente nos
primeiros quilómetros acima da terra. Com ângulos de elevação acima de 10°, o efeito
predominante é a dispersão causada pela turbulência. Na frequência utilizada pelo GNSS,
esses efeitos são, em geral, pequenos, excepto para pequenos ângulos de elevação.

Atraso troposférico: é o gerado pela influência da atmosfera hidrostática (seca) e Húmida. No


primeiro caso, é devido, principalmente, a quantidade de nitrogénio e oxigénio. O atraso
corresponde a ~ 2,3m no zénite, e varia com a temperatura e a pressão atmosférica local e é
predito com razoável precisão, pois sua variação é pequena; da ordem de 1% durante várias
hs. O segundo efeito é o ocasionado pela atmosfera Húmida, ou para ser mais claro, pela
influência do vapor d’água atmosférico. Esse atraso é geralmente menor, variando de 1 a 30
cm no zénite (Seeber, 1993), o que corresponde aproximadamente à 1/10 do atraso
atmosférico total. Mas a variação da componente Húmida é muito maior, atingindo cerca de
20% em poucas horas, o que torna impossível sua predição com boa precisão, até mesmo
quando se têm disponíveis medidas de Humidade superficial. O atraso troposférico pode ser
aproximado como a soma dos efeitos das componentes hidrostática e Húmida. Geralmente,
cada uma das componentes é expressa como o produto do atraso zenital com uma função de
mapeamento, a qual relaciona o atraso vertical com o atraso para outros ângulos de elevação
(E).

T = 𝑇 . mh(E) + 𝑇 . mw(E)

 𝑇 - representa o atraso zenital da componente hidrostática;


 𝑇 - representa o atraso zenital da componente húmida;
 mh(E) e mw(E) são, respectivamente, as funções de mapeamento que relacionam o
atraso das componentes hidrostática e Húmida com o ângulo de elevação (E).

6.7.Refracção Ionosférica
A refracção ionosférica, depende da frequência e, consequentemente, do índice de refracção,
O efeito da refracção é proporcional ao TEC (Total Electron Contents ), ou seja, ao número de
electrões presentes ao longo do caminho percorrido pelo sinal entre o satélite e o receptor.

O TEC varia no tempo, e no espaço, em função do fluxo de ionização solar, actividade


magnética, ciclo de manchas solares, estação do ano, localização do usuário e direcção do raio
vector do satélite. As variações bruscas podem fazer o receptor perder sintonia com o satélite,
devido ao enfraquecimento do sinal – Irregularidades como a cintilação / tempestades.
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O maior agente de ionização da ionosfera, é o Sol, cuja radiação nas bandas de raio X, e
ultravioleta, insere grande quantidade de electrões livres em seu meio. Os meteoritos e raios
cósmicos também são responsáveis pela presença secundária de íons na região.

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7. Conclusão
Distância ao satélite é determinada pela medida do tempo que o sinal leva para chegar ao
receptor, Para medi-la, assume-se que ambos, satélite e receptor estão gerando o mesmo PRC
exactamente ao mesmo tempo, Comparando o atraso do PRC em relação ao código do
receptor, determina-se quando tempo o sinal levou para chegar, Multiplica-se esse tempo de
viagem pela velocidade da luz e obtém-se a distância.

Os dados observados com GPS são deduzidos a partir da medição do tempo de percurso ou da
diferença de fase entre os sinais recebidos dos satélites e os gerados internamente pelos
receptores.

A fase da onda portadora, observável básica para a maioria das actividades geodésicas, é mais
precisa que a pseudodistância. Observação de pseudodistância o efeito da ionosfera é aditivo,
na fase da onda portadora é subtractivo.

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8. Referências Bibliográfica
 ALVES, C. M. D. Solução de ambiguidades GPS no Posicionamento por Ponto
Preciso utilizando uma rede de estações. (2010)
 CARGALHO,E,A.,ARAUJO,P,C. Noções básicas de sistema de posicionamento
global GP. (2009)
 CASACA, J., MATOS, J., BAIO, M. (2005). Topografia Geral 6ª Edição, Lisboa:
Lidel.
 Dal Poz, W. R. Posicionamento relativo na região equatorial em diversas
condições ionosféricas.(2005). Solução rápida das ambiguidades GPS para aplicações
no posicionamento relativo de linhas de base curtas
 IBGE. O novo modelo de ondulação geoidal do Brasil MAPGEO2015. Rio de
Janeiro: IBGE, 2015.
 MATOS, J. (2008). Fundamentos de Informação Geográfica 5ª Edição, Lisboa:
Lidel.
 MONICO, J. F. G. Posicionamento pelo NAVSTAR-GPS, Descrição,
Fundamentos e Aplicações. Presidente Prudente: UNESP, 2006, 182p.
 SEEBER, G. Satellite Geodesy: foundations, methods and apllications. NewYork:
Walter de Gruyter, 1993, 356.
 Souza, Eniuce Menezes. "Efeito de multicaminho de alta frequência no
posicionamento relativo GPS estático: Detecção e atenuação utilizando wavelets."
(2004). Dissertação de mestrado, Botucatu, UNESP, Pós-Graduação em Ciências
Cartográficas.
 WELLS, D. E.; KLEUSBERG, A.; VANÍČEK , P. A Seamless Vertical-Reference
Surface for Acquisition, Management and ECDIS Display of Hydrographic Data.
Canadá: University of New Brunswick, 1996. 74p.

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