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UFMG

IGC/DEP.CARTOGRAFIA

TECNOLOGIA GPS

Prof.Plinio Temba
GPS – Tecnologia GPS

Índice

I – Conceitos Fundamentais 1

1.0 Geodésia 1

1.1 Evolução histórica do Posicionamento 1

II – Superfície de referência 3

2.0 Introdução 3

2.1 Coordenadas geodésicas 6

2.2 Datum 8

III – Superfície de projeção 11

3.1 Classificação das projeções 12

3.2 Projeção UTM – Universal Transverso de Mercator 17

3.3 Nomeclatura 22

3.4 Padronização da CIM 24

3.5 Desdobramento das folhas 25

IV Tecnologia GPS 26

4.1 O Efeito Doppler 26

4.2 Descrição do projeto NAVSTAR-GPS 29

4.3 Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo 32

4.3.1 Conceitos 33

4.3.2 Classificação dos levantamentos 45

4.4 Recomendações preliminares para posicionamento geodésico 48


diferencial com GPS

4.4.1 Seleção de equipamentos 48

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4.5 Materialização dos marcos 52

4.6 Geometria da rede 52

4.6.1 conexão dos levantamentos a estações de controle existentes 52

4.6.2 Conexão entre estações novas 54

4.7 Observação de campo 55

4.7.1 Estacionamento da antena 55

4.7.2 Duração da sessão de observação 55

4.7.3 Taxa de observação 56

4.8 Observação de condições meteorológicas 57

4.8.1 Processamento 58

5.0 O sistema WAAS 58

5.0 GPS é notícia 60

6.0 Referências bibliográficas 70

Apoio:

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I - CONCEITOS FUNDAMENTAIS

1.0 GEODÉSIA

A
geodésia é a ciência que trata da determinação e representação da

figura da terra e sua variação com o tempo em sistemas de referência

globais para a planimetria, altimetria e para o campo gravitacional. Reúne a base dos

parâmetros geométricos e físicos do modelo geodésico da Terra. De um modo geral

determina-se em cada continente, país e região pontos planimétricos, altimétricos e

gravimétricos de referência. Estes pontos servem para o georreferenciamento das

cartas topográficas e para a amarração de todos os levantamentos topográficos

locais e são calculados em função de uma superfície curva da terra.

A era dos satélites artificiais imediatamente seguida pela revolução da informática

proporcionaram novos e atraentes rumos à geodésia.

1.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO POSICIONAMENTO

Os seres humanos desde há muito se voltaram para a representação de caminhos,

estradas e rotas. Principalmente devido a busca de alternativas econômicas que

viabilizassem o deslocamento. Com o passar dos anos, o aumento da capacidade de

se transportar a grandes distâncias, surgiu o interesse em se estabelecer a forma,

o tamanho e composição de todo o planeta.

Sejam quais forem os recursos para a navegação, o conhecimento da forma da

Terra e a adoção de um referencial adequado são imprescindíveis.

Pitágoras (séc. VI A.C.) deu um grande passo a evolução histórica da forma da

Terra ao atribuir ao planeta o modelo esférico alegando razões de caráter estético

e filosófico. Coube ao grande filósofo Aristóteles (IV séc. A.C) apresentar os


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primeiros argumentos científicos em prol daquela forma. As partículas têm uma

tendência natural, assegurava ele, de cair para o centro do mundo (uma direção para

baixo). Neste movimento todas as partes competem entre si para se colocarem na

parte mais baixa o que as leva a se comprimirem na forma de uma bola.

A concepção esférica atravessou incólume por muitos séculos até esbarrar nas

análises de caráter teórico do genial Newton (séc. XVII).Segundo ele, a forma


Figura 1.1 - Geóide
esférica era incompatível com o

movimento de rotação. Este, devido à

força centrífuga, impõe um

achatamento nos pólos. Estava

aberta a fase elipsoidal que durou

muito pouco se comparada com a fase

esférica. O famoso matemático

alemão. C.F. Gauss, concluiu, após

aplicar o método dos mínimos

quadrados numa série de medições

geodésicas em Hannover, que os resíduos obtidos estavam muito acima dos erros

aleatórios inerentes às observações. Isto indicava que o modelo matemático

adotado para a Terra, o elipsóide de revolução, não era adequado. Sugeriu então

uma forma levemente irregular, figura 1, mais tarde denominada GEÓIDE.

Entretanto, como referência para a definição de um sistema de coordenadas

continua-se utilizando um elipsóide de revolução.

Fixada e aceita a forma da Terra, os métodos e técnicas de posicionar um ponto de

sua superfície em relação a um referencial, ganharam cada vez mais importância e

precisão. Assim é que as TRIANGULAÇÕES, em geral quadriláteros subdivididos


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em triângulos, iniciadas no século XVII na França, passaram a ter um grande

desenvolvimento. Aliadas às observações astronômicas e eventualmente

complementadas com algumas variantes, como poligonais eletrônicas, elas se

constituíram, durante vários séculos, no único método de determinação “precisa”

das coordenadas em pontos (vértices) da superfície.

II - SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA

2.0 INTRODUÇÃO

A observação e descrição do 'campo de gravidade' e sua variação temporal,

atualmente, está considerado como o problema de maior interesse na Geodésia. A

direção da força de gravidade em um ponto, produzido pela rotação da terra e pelas

massas terrestres, como também das massas do sol, da lua e dos outros planetas, e

o mesmo como a direção da vertical (ou do prumo) em algum ponto. A direção do

campo de gravidade e a direção da vertical são idênticas. As superfícies


perpendiculares a estas direções são superfícies equipotenciais. Uma destas

superfícies equipotenciais é chamada Geóide - é aquela superfície que mais se

aproxima do nível médio do mar. O problema da determinação da figura terrestre é

resolvido para um determinado momento se for conhecido o campo de gravidade

dentro de um sistema espacial de coordenadas. Este campo de gravidade também

sofre alterações causadas pela rotação da terra e também pelos movimentos dos

planetas (marés). Conforme com o ritmo das marés marítimas, também a crosta

terrestre, por causa das mesmas forças, sofre de deformações elásticas, as marés

terrestres. Para uma determinação do geóide, livre de hipóteses, precisa-se em


primeiro lugar medições gravimétricas - além de medições astronômicas,

triangulações, nivelamentos geométricos e trigonométricos e observações de

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satélites (Geodésia por Satélites).

A maior parte das medições geodésicas aplica-se na superfície terrestre, onde,

para fins de determinações planimétricas, são marcados pontos de uma 'rede de

triangulação'. Com os métodos exatos da Geodésia matemática projeta-se estes


pontos a uma superfície geométrica, que matematicamente deve ser bem definida.

Para este fim costuma-se definir um Elipsóide de rotação ou Elipsóide de

referência. Existe uma série de elipsóides que antes foram definidos para as
necessidades de apenas um país, depois para os continentes, hoje para o globo

inteiro, em primeiro lugar definido em projetos geodésicos internacionais e a

aplicação dos métodos da geodésia de satélites. Além do sistema de referência

planimétrica (Rede de Triangulação e o Elipsóide de Rotação) existe um segundo

sistema de referência, o sistema de superfícies equipotenciais e linhas verticais

para as medições altimétricas. Segundo a definição geodésica, a altura de um

ponto é o comprimento da linha das verticais (curva) entre um ponto P e o geóide

(altura geodésica). Também pode-se descrever a altura do ponto P como a

diferença de potencial entre o geóide e aquela superfície equipotencial que

contém o ponto P. Esta altura é chamada Cota Geopotencial. Cotas geopotenciais

têm a vantagem, comparando-as com alturas métricas ou ortométricas, de poder

ser determinadas com alta precisão sem conhecimentos da forma do geóide

(Nivelamento). Por esta razão, nos projetos de nivelamento de grandes áreas,

como continentes, costuma-se usar cotas geopotenciais, como no caso da

compensação da 'Rede única de Altimetria de Europa'. No caso de ter uma

quantidade suficiente, tanto de pontos planimétricos, como também altimétricos,

pode-se determinar o geóide local daquela área.

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Existem três

superfícies que

rotineiramente

envolvem o

geodesista ou

quem necessite

de

posicionamento. A

primeira delas é a “superfície física” (SF) limitante


Figura 2.1– Superfícies de referência

do relevo topográfico. A segunda é chamada

“superfície elipsoidal”, limitante de um elipsóide de revolução, figura matemática

gerada pela rotação de uma elipse entorno do eixo menor. Finalmente, a terceira é a

“superfície geoidal”, conceitualmente mais complicada e que limita uma forma

geométrica chamada GEÓIDE. É definida como a superfície equipotencial que

coincide com o nível médio não perturbado dos mares.

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Considere-se um ponto P sobre o geóide. A reta que passa por P perpendicular ao

geóide define a direção de uma linha chamada vertical (V). A reta que passa por P

perpendicular ao elipsóide define a direção de uma linha de força chamada normal

(n).. O ângulo que a vertical forma com o normal é chamado “deflexão da vertical” ou

“ângulo de desvio vertical” (i). Normalmente consideram-se as componentes deste

ângulo segundo dois planos perpendiculares: a


Figura 2.2 – Coordenadas geodésicas
componente meridiana (ζ)

(plano de direção norte-sul) e

a componente 1° vertical (η)

(plano da direção leste-oeste).

A separação entre a

superfície física e a superfície

geoidal tomada ao longo da

vertical é chamada “altitude

ortométrica”(H). É obtida de

modo relativamente simples

através da operação de

nivelamento associado à

gravimetria. A separação entre as superfícies geoidal e elipsoidal ao longo da

normal é a “altura” ou “ondulação geoidal” (N). Seu cálculo foi objeto

tradicionalmente da geodésica física e hoje pode ser feito também a partir da

observação de satélites artificiais.

2.1 COORDENADAS GEODÉSICAS

Em se tratando de posicionamento é extraordinariamente importante o conceito de

coordenada. Bastante familiar são as coordenadas geográficas: latitude e longitude.

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Denomina-se latitude astronômica φ ao ângulo formado pela vertical e sua projeção

sobre o plano do equador. A latitude é medida de 0° a 90° com origem no

equador,positiva no hemisfério norte e negativa no hemisfério sul, por convenção. A

longitude astronômica λ é o ângulo diedro formado pelo meridiano astronômico

médio de Greenwich e pelo meridiano astronômico do ponto. É contada positiva por

leste de 0° a 360° com origem em Greenwich.

Defina-se latitude geodésica ou elipsóide φ como o ângulo que a normal forma com

sua projeção sobre o plano do equador. O diedro formado pelos meridianos

geodésicos de Greenwich, e do ponto mede a longitude geodésica ou elipsóidica λ .

Para definir sem ambigüidade a posição de um ponto P sobre a superfície da Terra

necessita-se da distância entre o elipsóide e o ponto ao longo da normal, a altura

geométrica (h). As coordenadas astronômicas são referidas à direção da vertical,

enquanto as coordenadas geodésicas ou elipsódicas são referidas à direção da

normal.

Um referencial importante, em se tratando de satélites artificiais, é o denominado


Figura 2.3 – Sistema Terrestre Médio
“SISTEMA TERRESTRE

MÉDIO”. Trata-se de um

referencial cartesiano

convencional cuja origem

coincide com o centro de

massa da Terra (Geocentro).

O eixo terciário coincide com

o eixo médio fixado pelo CIO

Figura 8 – Sistema terrestre médio

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(Conventional International Origin ); orienta-se positivamente para o norte. O eixo

primário é estabelecido pelo meridiano médio de Greenwich, e o secundário

completando um sistema dextrógiro. Tem sido denominado igualmente de SISTEMA

TERRESTRE CONVENCIONAL.

O posicionamento e a cartografia se valem sempre de coordenadas geodésicas ou

elipsódicas referidas a um elipsóide de revolução. Este fica definido através de

dois parâmetros, por exemplo, os dois semi-eixos, maior “a” e menor “b”. Tem sido

usual, escolher o semi-eixo maior e o achatamento, este representado por “f” e

a−b
definido como: f =
a

2.2 DATUM

Escolhido a superfície de referência para as coordenadas geodésicas tem-se o que

é denominado “DATUM GEODÉSICO HORIZONTAL”(D.G.H). Para que um sistema

geodésico fique caracterizado é necessário fixar e orientar o elipsóide no espaço. A

fixação é realizada mediante a escolha de um ponto origem e a atribuição, de

alguma forma, de coordenadas geodésicas, bem como, de um valor para a altura

geoidal N. A orientação é definida pelo azimute de uma direção inicial. Esta

caracterização de um DGH conduz a um conceito denominado sistema geodésico

definido. Os métodos geodésicos clássicos, triangulação e poligonação, ou as

técnicas modernas, uso de satélites artificiais, permitem que se obtenha

coordenadas em tantos pontos quantos necessários, devidamente materializados no

terreno, vinculados ao ponto origem. O conjunto de marcos assim estabelecidos leva

ao conceito de sistema geodésico materializado. O que se deseja é uma perfeita

coerência entre o sistema definido e o materializado; entretanto, os erros

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inerentes aos processos de medição não permitem uma completa identificação entre

os mesmos.

A menos de alguns sistemas locais usados no passado em caráter emergencial, o

Brasil adotou durante muitos anos o DATUM “Córrego Alegre”. Este nome provém

de um vértice da triangulação, localizada nas imediações de Uberaba, e que

constituía a sua origem. Os elementos característicos deste DGH eram:

φG = φA = 19° 50’ 15,14”S

λG = λA = 48° 57’ 42,75”W

AG = 128° 21’ 48,96“

N=0

Sendo adotado como elipsóide o de Hayford cujos parâmetros são:

a = 6 378 388m

f = 1:297,00

e α o azimute geodésico da direção Córrego Alegre-Chapada das Areias.

A partir de 1979 a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

através de seu Departamento de Geodésia decidiu por uma mudança. Adotou a

sistema conhecido como SAD-69 (SOUTH AMERICAN DATUM 1969), cuja origem

é o vértice CHUÁ. As características deste DGH são:

φG = 19° 45’ 41,6527”S

λG = 48° 06’ 04.0639”W

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AG = 271° 30’ 04,05”

N =0

sendo ζ = 0,31”(componente meridiana) e η= -3,52”(componente da 1a vertical),

tendo como elipsóide aquele do Sistema de Referência 1967 cujos parâmetros são:

a = 6.378.160m

b = 1:298, 25

e sendo AG o azimute da direção Chuá-Uberaba.

Isto tem implicado na existência de cartas referidas ao antigo sistema e cartas

referidas ao novo, exigindo a devida atenção do usuário.

Até hoje não foi possível adotar um único DGH que fosse mundialmente aceito, o

que seria desejável. Isto simplificaria evidentemente em mudar a cartografia de

cada País, o que seria certamente oneroso. Entretanto, em alguns casos específicos,

não há como fugir de um referencial comum. Isto ocorre, por exemplo, quando da

utilização dos satélites artificiais. As informações e elementos transmitidos pelos

satélites para o posicionamento não podem atender a cada País especificamente.

Neste aspecto, vem se evoluindo para um referencial que constitua uma perfeita

materialização do Sistema Terrestre Convencional. Nesta tentativa surgiram, entre

outros, o WGS-72, WGS-84 (World Geodetic System 1984) adotado como

referencial nos satélites GPS. Na verdade, estes sistemas constituem mais do que

um simples referencial. Estabelecem valores para uma série de constantes, tais

como: velocidade angular da Terra, velocidade da luz, constante universal da

gravitação, etc. Entretanto, é importante no momento salientar os seguintes

valores:

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.a = 6 378 137m +2m

.f = 1:298,257223563

.c = 299792458 m.s -1(velocidade da luz)

e o fato de que o referencial cartesiano vinculado ao mesmo “coincide com o

Convencional Terrestre.

Em função da diversidade de referenciais há uma constante necessidade de

transformações para se poder fazer comparações de coordenadas.

III SUPERFÍCIES DE PROJEÇÃO

Conforme se pode verificar, a história dos mapas reflete a preocupação que o

homem sempre teve em representar a superfície terrestre, utilizando técnicas de

acordo com o estágio de seus conhecimentos. Com o passar do tempo, impõe-se a

preocupação em obter resultados cartográficos com o maior rigor científico

possível, tendo-se duas formas principais de representar a superfície terrestre:

globos e mapas. Os globos geográficos constituem-se no modo mais fiel de

representar a Terra, mesmo sabendo-se que nosso planeta não é uma esfera

perfeita. Entretanto, a diferença entre os eixos polar e equatorial é tão pequena

que seria praticamente impossível representá-la em escala tão reduzida nos globos

de mesa. Por isso, podemos ter certeza que tais globos são os modelos mais

parecidos com a superfície real da Terra. Mas os globos possuem algumas vantagens

e desvantagens que fazem com que a cartografia dê preferência para os mapas, os

quais, por sua vez, também não são perfeitos. Por isso, faz-se necessário tecer

algumas considerações sobre certas vantagens e desvantagens de globos e mapas.

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Os globos não permitem que o observador tenha visão de toda a superfície

terrestre ao mesmo tempo, ou seja, em razão de sua esfericidade eles nos mostram

sempre em de seus lados e escondem o outro. Isto já não ocorre com os mapas, pois

estes podem representar o mundo inteiro ao mesmo tempo (planisférios);

Pode-se girar os globos para ter se uma visão centrada em qualquer ponto da

superfície terrestre, o que já não se pode fazer com os mapas, pois estes são fixos;

O manuseio dos globos é muito incômodo, como por exemplo: tirar cópias, obter

medidas com instrumentos, transportar. Os mapas, por sua vez, possuem grande

facilidade de manuseio;

Os globos, para que fiquem num tamanho razoável e permitam mais fácil manuseio,

precisam representar a Terra numa escala muito pequena, o que leva a muitas

generalizações e também poucas informações. Os mapas, porém, podem representar

a Terra em várias escalas, permitindo que se possa planejar a quantidade de

informações, bem como seu nível de precisão;

A confecção dos globos requer grande dispêndio de materiais e equipamentos

especiais, o que encarece bastante seu custo ao consumidor. Com relação aos mapas,

estes têm um custo bem mais acessível;

De modo geral, os globos são a representação mais fiel da Terra no que diz respeito

à forma do planeta, forma e dimensões dos acidentes geográficos, além da

distribuição das terras e águas. Os mapas, no entanto, ao reproduzirem numa

superfície plana (o papel) aquilo que na realidade é curvo (a superfície terrestre),

sempre apresentam distorções. Não existe o mapa perfeito. Mesmo assim, dá-se

preferência pelo seu uso em lugar dos globos, tendo em vista uma série de

vantagens que eles apresentam, conforme vimos anteriormente. Por isso é que se

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faz necessário um estudo das projeções cartográficas, para que se possa entender

sua relação com os mapas e o importante papel que elas representam na

Cartografia.

3.1 Classificação das projeções

Os engenheiros americanos, Charles H. Deetz e Oscar S. Adams, do Coast and

Geodetic Survey, em seu livro Elements of Map Projection, explicam que "não

existe uma forma pela qual as projeções possam ser divididas em classes que sejam

reciprocamente excludentes, isto é, em que nenhuma projeção pertença a uma

classe, e somente a uma".

O esquema é cuidadoso e tem a vantagem de ser panorâmico e sem ambigüidade.

Elimina possíveis dúvidas a respeito de qualquer tipo de projeção.

A classificação adotada para as propriedades das projeções:

a)equivalentes;

b) conformes;

c) eqüidistantes;

d) azimutais ou zenitais;

e) afiláticas ou arbitrárias.

a. PROJEÇÃO EQUIVALENTE
Figura 3.1 – Mapa mundi de Aitoff

A projeção

equivalente que, na

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terminologia inglesa, é denominada de "de área igual", tem a propriedade de não

deformar as áreas, conservando, assim, quanto à área, uma relação constante com

as suas correspondentes na superfície da Terra. O termo em português já denuncia,

pela mera apresentação do vocábulo, a equivalência de proporção das áreas

cartográficas. Significa que, seja qual for a porção representada num mapa, ela

conserva a mesma relação com a área de todo o mapa.

As quadrículas de um mapa, formados por paralelos e meridianos, só podem guardar,

entre si a relação de tamanho, se modificar a forma dessas quadrículas. Ora,

quaisquer destas quadrículas, na esfera terrestre, são compostas de paralelos e

meridianos que se cruzam em ângulos retos. A deformação neste caso é logo

percebida pela alteração dos ângulos. Mas a recíproca nem sempre é verdadeira,

também, aqui se pode afirmar que nem sempre uma quadrícula em ângulos retos

deixa de ser deformada.

A figura 3.1 ilustra o mapa-múndi desenhado sobre a projeção de Aitoff. Trata-se

duma projeção equivalente confinada numa elipse, na qual a linha que representa o

equador (o eixo maior) é o dobro da linha que substitui o meridiano central (o eixo

menor). Podemos facilmente observar que qualquer quadrícula deste mapa, embora

varie enormemente de forma, guarda, por latitude,


Figura 3.2 – Projeção conforme

a mesma área. Nota-se,

ainda, que o centro da

projeção (onde se cruzam as

únicas linhas retas aí

existente) é o único ponto

sem deformação, isto é,

onde os ângulos são retos.

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b. PROJEÇÕES CONFORMES

A projeção conforme, ao contrário da anterior, é aquela que não deforma os ângulos

e, em decorrência dessa propriedade, não deforma, igualmente, a forma de

pequenas áreas. Outra particularidade desse tipo de projeção é a escala, em

qualquer ponto, é a mesma, seja na direção que for, embora, por outro lado, mude

de um ponto para outro, e permaneça independente do azimute em todos os pontos

do mapa. Ela só continuará a ser a mesma, em todas as direções de um ponto, se

duas direções no terreno, em ângulos retos entre si, forem traçadas em duas

direções que, também, estejam em ângulos retos, e ao longo das quais a escala for a

mesma.

A figura 10 mostra o planisfério traçado na projeção conforme de Mercator. Como

está claro aí, as quadrículas não guardam proporção em relação às áreas, mas a

conformidade está assegurada

porquanto todas essas

quadrículas são representadas

por ângulos retos. Nada está

torcido, como na figura anterior

(projeção equivalente).c.

PROJEÇÕES EQÜIDISTANTES

A projeção eqüidistante é a que

não apresenta deformações

lineares, isto é, os

comprimentos são representados em escala


Figura 3.3 – Projeção equidistante
uniforme. Deve ser ressaltado, entretanto, que a

condição de eqüidistância só é conseguida em determinada direção e, de acordo com


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essa direção, uma projeção eqüidistante se classifica, como já indicado, em

meridiana, transversal e azimutal ou ortodrômica. A figura indica, perfeitamente,

as propriedades das projeções eqüidistantes. A projeção azimutal (ou zenital)

eqüidistante do mundo, como o centro em


Figura 11 – Projeção eqüidistante
Brasília. Todas as distâncias radiais, à partir do

centro, para qualquer parte da Terra, são corretas.

d. PROJEÇÃO AZIMUTAL

A projeção azimutal, igualmente denominada zenital, é uma projeção que resolve

apenas um problema, ou seja, aquele que nem uma equivalente, nem uma conforme

lhe dá solução, o qual é, numa carta, o dos azimutes ou as direções da superfície da

Terra. Ela se destina, invariavelmente, a mapas especiais construídos para fins

náuticos ou aeronáuticos. Como se pode verificar, os três desenhos ("a", "b" e "c")

Figura 3.4 – Projeção azimutal mostram o esquema de construção e o respectivo

desenvolvimento de três modalidades duma

projeção azimutal: a estereográfica, em que os

raios são projetados do pólo (oposto); a

gnomônica, com aqueles raios projetados do

centro da esfera; a ortográfica, em que os

paralelos, ao invés de projetados de um ponto,

como nos dois primeiros casos, são aqui,

projetados da linha equatorial. É interessante

analisar esse conjunto. A gnomônica e a

ortográfica acarretam enormes deformações nas

áreas próximas do círculo equatorial, ao passo

que, na estereográfica, são notadas menores

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alterações nas referidas áreas.

e. PROJEÇÃO AFILÁTICA

A projeção afilática, igualmente conhecida como arbitrária, nos Estados Unidos, não

possui nenhuma das propriedades dos quatro tipos, isto é, equivalência,

conformidade, eqüidistância e azimutes certos, ou seja, as projeções em que as

áreas, os ângulos e os comprimentos não são conservados. Porém, este tipo de

projeção pode possuir uma ou outra propriedade que justifique a sua construção.

Por exemplo, a gnômica, mesmo apresentando todas as deformações, possui a

excepcional propriedade de representar as ortodromias retas.

3.2 PROJEÇÃO UTM – UNIVERSAL TRANSVERSO DE MERCATOR

O sistema de Projeção Universal Transverso de Mercator(UTM) que também é

conhecida como projeção Gauss-Kruger.

Voltado para a abrangência mundial, desenvolveu-se o sistema UTM com o objetivo

de atender critérios básicos especificados pelos militares para um sistema de

coordenadas planas. Os critérios exigidos são:

a. conformidade com a finalidade de minimizar os erros direcionais;

b. continuidade nas áreas cobertas, com um número mínimo de zonas;

c. erros de escala causados pela projeção não exceder uma tolerância

especificada;

d. referência única num sistema de coordenadas plano retangular para todas as

zonas

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e. modelo matemático de transformação de uma zona para outra é uniforme

para todo o sistema(elipsóide de referência) e, finalmente

f. Convergência meridiana não excede a cinco graus.

A Associação Geodésica e Geofísica Internacional(A.G.G.I) em 1935 havia sugerido

a adoção de um sistema único para o continente africano, porém, somente em 1951,

a referida Associação recomendou em caráter mais amplo, o sistema UTM para o

mundo inteiro. No Brasil este sistema foi adotado pelo exército(Diretoria de

Serviço Geográfico – DSG) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(

Divisão de geodésia e cartografia), desde 1955 para o mapeamento sistemático do

país.

No sistema UTM, os pontos supostos sobre o elipsóide são projetados para um

cilindro posicionado transversalmente em relação ao eixo de rotação da Terra. Os

paralelos e meridianos são representados ortogonalmente segundo linhas retas.

As linhas de contato do cilindro com o

elipsóide são paralelas a um meridiano

central, e ao longo das quais a

projeção é eqüidistante, sendo que no

meridiano central e outros meridianos

esta propriedade não é válida.

A Projeção de Mercator é um tipo de

projeção cilíndrica. Envolve o globo

terrestre por um cilindro. Este

cilindro que tem o mesmo diâmetro da

Figura 3.5 – Projeção UTM Terra, e que é tangente a um ponto conveniente. Não

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necessariamente no Equador. Depois de projetados os pontos, perpendicularmente à

superfície do cilindro, este é desenrolado. Como característica desta projeção,

teremos os paralelos projetados como retas paralelas, com distância entre elas

cada vez menor, à medida que distanciamos do Equador. Teremos também um

meridiano central que é uma linha reta, e os demais meridianos ligeiramente curvos.

Na realidade, a conhecida UTM não é uma projeção, mas um sistema da projeção

transversa de Mercator (Conforme de Gauss). Surgiu o sistema em 1947, para

determinar as coordenadas retangulares nas cartas militares, em escala grande, de

todo o mundo.

Inicialmente este sistema foi concebido por Gauss, e foi reestudado pelo

geodesista Kruger que estabeleceu o sistema de fusos.

Os fusos do sistema de projeção UTM são numerados de 1 a 60 contados a partir

do anti-meridiano de Greenwich no sentido anti-horário. O número do fuso pode ser

obtido pela fórmula:

λ
No. do fuso = 30 − , para pontos a oeste
6

do meridiano de Greenwich

λ
No. do fuso = 30 + , para pontos a leste do
6

meridiano de Greenwich

Estabelece o sistema que a Terra seja

dividida em 60 fusos de seis graus de

longitude, os quais têm início no

Figura 3.6 – Projeção UTM - fusos antimeridiano de Greenwich (180º), e que seguem

19
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de oeste para leste, até o fechamento neste mesmo ponto de origem. Quanto à

extensão em latitude, os fusos compreendem o paralelo de 80ºS até o paralelo

84ºN.

Figura 3.7 – Projeção UTM - fusos Em relação à longitude, os fusos são 60, no que toca à

latitude, a divisão consiste em zonas de 4º, e isto

está vinculado ao tamanho da carta de 1:100.000,

e não à projeção. Os fusos são decorrentes da

necessidade de se reduzirem as deformações.

Além dos paralelos extremos (80ºS e 84ºN), a

projeção adotada, mundialmente, é a

estereográfica polar universal. Se fixarmos a

nossa atenção em qualquer uma dessa 1.200

quadrículas, verificaremos que os 6 graus de

longitude apresentam as seguintes

características: os dois meridianos laterais são

múltiplos de 6, assim como o meridiano central é

de 6 mais 3. A figura 14 assinala, a propósito,

duas quadrículas localizadas na região Sudeste: a

primeira, com o meridiano central de 51º e os

dois meridianos laterais de, respectivamente, 54º

e 48º; a segunda, com o meridiano central de 45º

e os dois laterais de, respectivamente, 48º e 42º.

Quanto aos limites em latitude, temos, para

ambas as quadrículas, os paralelos de 28º e 20º.

20
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Cada um dos fusos, chamamos fusos UTM, tem origem na interseção do seu

meridiano central com a linha do Equador. As coordenadas UTM destes pontos são

Face do cilindro Face do elipsóide

Figura 3.8 – Faces do cilindro e do elipsóide


x=E (Este)=500.000,00 m e y=N (Norte)=10.000.000,00m, no Hemisfério Sul, e

30 30

1037’ 1037’
EQUADOR

R E D U Ç Ã O
MERIDIANO DE SECÂNCIA
MERIDIANO DE SECÂNCIA

MERIDIANO EXTREMO
MERIDIANO CENTRAL
MERIDIANO EXTREMO

AMPLIAÇÃO AMPLIAÇÃO

K=1,001 K=1 K=0,9996 K=1 K=1,001

y=N=0,0m, no Hemisfério Norte.

O coeficiente de deformação linear no meridiano central é igual a 0,9996

21
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1
( κ = 1− = 0,9996 ). Significa limitar o erro de escala a 1/2500 no espaço de
2500

cada zona.

O sistema UTM apresenta reduções e ampliações, sendo as reduções máximas no

meridiano central (0,9996) e as ampliações máximas nas bordas do fuso (1,001).

Em conseqüência da deformação linear causada pelo posicionamento do cilindro

secante ao elipsóide, a carta UTM não possui escala única. A variação de escala é

lenta e uniforme em torno de um mesmo ponto. O meridiano central e o equador são

representados por linhas retas. Os demais paralelos e meridianos são linhas curvas.

As coordenadas UTM são obtidas a partir de coordenadas geográficas, latitude e

longitude de pontos de interesse, usando-se fórmulas complexas. O coeficiente de

Figura 17– Equador e meridianos centrais deformação linear (k), que varia de 0,9996

sobre o M.C. a 1,001 nos extremos do fuso, passando pelo valor unitário sobre as

linhas de secância, também é obtido a partir de fórmulas, sendo função das

coordenadas E e N dos pontos em questão.

O sistema UTM é conforme, as distâncias e áreas apresentam deformações. A

deformação de área é função da posição ocupada pelos pontos dentro de um fuso

UTM. Esta variável é conhecida como coeficiente de deformação linear e

representada pela letra grega kapa (k). A orientação das figuras também pode ser

considerada pseudodeformação, a não ser no meridiano central de cada fuso, onde o

Norte da quadrícula UTM (NQ) coincide com o Norte Verdadeiro (NV). Em todas as

demais regiões dos fusos esses dois eixos formam entre si, um ângulo denominado

Convergência Meridiana, representado pela letra grega gama (γ).

3.3 NOMECLATURA

22
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GPS – Tecnologia GPS

As especificações estabelecidas para a Carta Internacional ao Milionésimo (CIM)

tiveram algumas finalidades gerais, tais como:

(1) Fornecer uma carta de uso geral de modo a permitir estudos preliminares

relativos a investimentos e planejamentos de várias ordens;

2)Satisfazer, entre outros, as necessidades de especialistas ligados a vários

campos do conhecimento humano;

3) Permitir o desencadeamento de outras séries a partir da CIM;

4) Fornecer uma base através da qual possam ser elaborados mapas temáticos de

várias ordens, tais como: recursos naturais, população, solo, geologia, etc.

Em abril de 1956, a Organização das Nações Unidas (ONU), através do Conselho

Econômico e Social, juntamente com a Organização Internacional de Aviação Civil

(ICAO), promoveu uma reunião dos Estados membros para discutir a importância da

CIM em seus vários aspectos, especialmente para o desenvolvimento econômico das

nações.

Em 1958 foi feita outra reunião, em Tóquio, Japão, tendo sido discutidas questão

idêntica e também reconhecida a necessidade de investimentos no sentido de

manter as cartas atualizadas, bem como um intercâmbio de informações.

Atualmente, o órgão responsável pelas edições das folhas da Carta do Brasil ao

Milionésimo é a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE,

através da Diretoria de Geociências do Departamento de Cartografia, que,

teoricamente, as reedita a cada decênio, obedecendo as normas do acordo da CIM,

assinado em Bonn (Alemanha), em 22 de agosto de 1962, quando a Conferência

Técnica das Nações Unidas. Tais folhas são em número de quarenta e seis, sendo
23
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cinco delas no hemisfério norte. Cada folha pode ser identificada pelo nome ou por

uma indicação formada por letras e números.

3.4 Padronização da CIM

A Carta Internacional do Mundo ao Milionésimo estabeleceu o seguinte para

confecção padronizada das folhas:

1) Formato das folhas com 6 graus de longitude por 4 graus de latitude;

2) Código para denominação e localização das folhas formado por um conjunto de

letras e números. As letras são N e S para indicar a localização da folha,

respectivamente, no hemisfério norte ou sul. Após, vêm as letras maiúsculas de A

até V para indicar a faixa de quadrículas por latitude. A letra A, por exemplo,

indica a primeira faixa, ou seja, aquela que fica após o equador, entre 0 e 4 graus

de latitude, seja para norte ou para sul. A letra B indica a segunda faixa, que vai de

4 a 8 graus de latitude, e assim por diante. Quanto aos números, que vão de 1 a 60,

indicam as zonas de longitude de 6 graus que partem do meridiano de 180 graus

(antimeridiano de Greenwich) na direção oeste-leste;

2) Cada país autor da folha escolhe um nome para identificá-la, o qual é,

geralmente, o de um acidente geográfico que for considerado relevante dentro

da quadrícula;

3) Os paralelos e meridianos são traçados de grau em grau;

5) A moldura interna deverá conter uma subdivisão com eqüidistância de 5 minutos

envolvendo cada folha;

24
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6) A contar do ângulo noroeste para leste, são inseridos números romanos de 1 a

12, dentro de um círculo, com espaçamento de 30 minutos; na direção da latitude,

são inseridas letras de "a" a "h". No índice dos Topônimos da Carta do Brasil ao

Milionésimo, os acidentes geográficos são indicados segundo as coordenadas

formadas por essas letras e números.

3.5 DESDOBRAMENTO DAS FOLHAS


Figura 3.9 – Nomeclatura

As folhas da

Carta do

Brasil ao

Milionésimo

desdobram-

se em outras

escalas que

também são

consideradas

oficiais. Uma

folha na

escala de

1:1.000.000,

cujas

dimensões

são de 4

graus de

latitude por

6 graus de longitude, desdobra-se em outras quatro folhas de 2 graus de latitude

25
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por 3 graus de longitude, denominadas V, X, Y e Z, nas escala de 1:500.000.

Qualquer uma dessas quatro folhas (V, X, Y ou Z) desdobra-se em outras quatro de

1 grau de latitude por 1 grau e 30 minutos de longitude na escala de 1:250.000,

denominadas A, B, C e D.

Estas folhas desdobram-se em outras seis, nas escala de 1:100.000, denominadas

em algarismos romanos como I, II, III, IV, V e VI, tendo 30 minutos tanto no

sentido da latitude como no da longitude.

Cada uma das seis folhas pode ser desdobrada em outras quatro na escala de

1:50.000, denominadas 1, 2, 3 e 4, com dimensões de 15 minutos de latitude e de

longitude também. Estas folhas ainda se desdobram em outras quatro na escala de

1:25.000, que são identificadas por NO, NE, SO e SE, tendo 7 minutos e 30

segundos de extensão de latitude e de longitude.

Embora não haja normatização para escalas maiores do 1:25000 pode-se praticar

para a escala de 1:10000 a divisão em outras seis, denominadas A, B, C, D, E e F,

tendo 2 minutos e 30 segundos de

latitude por 3 minutos e 45 segundos

de longitude.

IV - TECNOLOGIA GPS

4.1 O EFEITO DOPPLER

A concepção da navegação utilizando

sinais de rádio enviados por satélites Figura 4.1 - Foguete de lança

artificiais teve origem com o lançamento do SPUTNIK da Rússia, ocorrido em 04 de

26
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GPS – Tecnologia GPS

outubro de 1957. Dr. W.Guier e Dr. G. Weiffenbach Figura 3.10 - TRANSIT do

Laboratório de Física Aplicada da Universidade de Johns Hopkins notaram o efeito

Doppler nas transmissões de rádio do SPUTNIK I e subseqüentemente descobriram

que a medida da variação do efeito Doppler é

comparável à medida da variação da distância entre

as fontes emissora e a receptora dos sinais. A

partir daí, ocupando pontos com coordenadas

conhecidas, conseguiram determinar a órbita do

satélite. Mais tarde, Dr. Mclure, também do

Laboratório de Física Aplicada demonstrou que a

técnica poderia ser utilizada ao reverso, isto é, a posição do receptor poderia ser

determinada à partir de observações da variação do efeito Doppler se as órbitas

dos satélites fossem conhecidas. O resultado foi a concepção de um método de

navegação.

Uma vez que a Marinha dos Estados Unidos da América trabalha constantemente na

busca e desenvolvimento de técnicas de navegação – especialmente no alto mar,

normalmente fora do alcance dos sistemas de radionavegação como LORAN e

DECCA. A Marinha Americana propôs para a Agência de Projetos de Pesquisas

Avançadas que a técnica Doppler fosse explorada. Isto culminou com o

estabelecimento do PROGRAMA TRANSIT, sob os auspícios da Marinha Norte

Americana e do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, em

1958.

Em julho de 1964, três satélites TRANSIT (protótipos) incorporaram o sistema

operacional que passou a funcionar continuamente desde então. Originalmente

idealizado para navegação marinha, o sistema chamou consideravelmente a atenção

27
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GPS – Tecnologia GPS

pelo seu desempenho, especialmente desde que se tornou disponível para o uso civil

em 1967. A parti daí, o sistema foi expandido e recebeu o nome de “NAVY

NAVIGATION SATELLITE SYSTEM” – (NNSS).

Começou, então, a haver uma tendência para proliferar sistemas de satélites para

atender as necessidades de diferentes usuários. Para evitar ou minimizar tal

proliferação o Departamento de Defesa, a Administração Nacional da Aeronáutica e


Figura 4 – Antena Decca
do Espaço (NASA), o Departamento do Comércio,

o Departamento de Transportes e a

Administração Federal de Aeronáutica criaram o

“DEFENSE NAVIGATION SATELITE SISTEM –

(DNSS)” para investigar a praticabilidade de

sistemas de satélites para comunicação,

transferência precisa de tempo e controle de tráfego aéreo.

Como parte do desenvolvimento do programa, a Marinha e a Força Aérea Americana

formularam, cada uma, as suas propostas para um sistema para um sistema de

satélites que satisfizesse as exigências e especificações do DNSS. O projeto da

Marinha foi denominado de TIMATION; enquanto que a Força Aérea denominou o

seu de SYSTEM 621B. Do cotejo dos projetos, nasceu o projeto final que mudou de

nome: o DNSS passou a ser denominado NAVSTAR – Global Positioning System. A

palavra NAVSTAR derivou de NAVigation Satellite with Time And Ranging.

O Navigation Satellite with Time and Ranging (NAVSTAR), ou Global Positioning

System (GPS), mais conhecido pela junção das duas siglas, foi projetado para

fornecer a posição instantânea bem como a velocidade de um ponto sobre a

superfície da Terra ou próximo a ela, num referencial tridimensional. O sistema

28
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GPS – Tecnologia GPS

deverá atender plenamente a navegação e vem oferecendo precisões cada vez mais

crescentes no posicionamento estático.

4.2 DESCRIÇÃO DO PROJETO NAVSTAR –

GPS

As primeiras discussões à respeito do

DNSS, atual GPS, versaram sobre o

estabelecimento das necessidades

unanimemente reconhecidas pelas partes

interessadas, com respeito ao potencial do

sistema a ser criado. As necessidades

reconhecidas foram: Figura 5 – Cruzador da marinha


americana com receptor DECCA

1) Precisão para posicionamento da ordem de centímetro (décimos de

pés).

2) Exata determinação da velocidade e tempo;

3) Disponibilidade contínua de dados de navegação;

4) Base para o estabelecimento de um referencial global;

5) Cobertura global e regional;

29
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GPS – Tecnologia GPS

6) Potencial generalizado de navegação para minimizar proliferação de

sistemas para fins especiais ou de cobertura regional.

TIMATION (MARINHA) SYSTEM 621B (FORÇA AÉREA) Com base

nesses
27 Satélites 20 Satélites
3 Planos orbitais com 9 satélites 4 Planos com 4 satélites seis itens,
cada, com
a Marinha
cada, com inclinação de 55°, inclinação de 60° e 1
plano or- e a Força
igualmente espaçados bital com 4 satélites e
Aérea
inclinação
de 0° Norte
Altitude de 13 500 Km suporte Altitude de 39 600 Km
Americana
suporte
Terrestre terrestre passaram a
1) GUAM 1) 1 estação terrestre
projetar
2) ALASKA 2) 3 estação “MASTER”
3) SAMOA 3) Comunicação entre satélites.

independentemente para posterior cotejo dos seus estudos e experiências.

O Quadro n° (2.1) mostra o resumo dos projetos preparados pela Marinha e pela

Força Aérea.

Do cotejo dos projetos TIMATION e 621B resultou o Sistema NAVSTAR-

GPS que é mostrado em resumo no quadro n° 2.2 na sua concepção original.

30
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GPS – Tecnologia GPS

NAVSTAR – GPS
24 Satélites
3 Planos orbitais com 8 satélites cada
Altitude 20 000 km
Órbita circular
Inclinação dos planos orbitais 63°
Período de 12 horas
Relógio atômico a bordo dos satélites com estabilidade de 10 a
Portadoras de rádio freqüências de 1,2 e 1,6 GHz
Potência de 450 wats
SUPORTE TERRESTRE

1) Uma estação “MASTER” nos Estados Unidos da América


2) Estações monitoradas em toda terra
3) Desenvolvimento de um modelo para correção da refração
O
ionosférica para o uso de um só canal.
projeto
Esta configuração permitiria uma média de 8 a 9 satélites visíveis a
todo o tempo e em qualquer lugar da Terra.

NASTAR – GPS foi previsto para se desenvolver em três fases:

FASE I:

1) Constelação de seis satélites em dois planos orbitais a 20000 km de

altitude e períodos de 1 horas com orbitais inclinadas de 70° e separadas

de 120° no equador.

2) Satélites transmitindo nas freqüências de 1,2 e 1,6 GHz, geradas por um

relógio de rubídio.

FASE II:

Nove satélites, mais extras, e desenvolvimento de protótipos para operação

limitada.
31
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GPS – Tecnologia GPS

FASE III: Implementação final do sistema completo.

Na fase III, início em 1982, a configuração prevista de 24 satélites distribuídos

em 3 planos orbitais igualmente espaçados e inclinados de 63° com altitude de

20000 Km e período de 12 horas mudou para 18 satélites cada, inclinados de 54°

44’, com altitude de 20000 Km, transmitindo nas freqüências de 1227,60 e 1575,42

MHz.

4.3 A REDE BRASILEIRA DE MONITORAMENTO CONTÍNUO DO IBGE

O IBGE, como órgão do

Sistema Geodésico

Brasileiro (SBG), tem por

atribuição e elaboração de

normas e especificações

para levantamentos

geodésicos, dentre outras

não menos importantes. Em

cumprimento a esta

responsabilidade, o IBGE

publicou em 01 de agosto

de 1983, no Boletim de

Figura 4.1 - Rede IBGE Serviço, número 1602, a Resolução do Presidente n° 22 de

21 de julho de 1983, contemplando o assunto Posteriormente, este documento foi

atualizado no que concerne à metodologia de transformação entre os sistemas

geodésicos NWL-10D, NSWC-9Z2, WGS-84 e o SAD-69, através da publicação da

Resolução do Presidente n° 23 de 21 de fevereiro de 1989.

32
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GPS – Tecnologia GPS

Por outro lado, a experiência adquirida por vários anos de árduo trabalho de

implantação e manutenção do SBG, aliada ao dinamismo inerente à ciência geodésica,

mostrou a necessidade da realização de uma revisão nas normas publicadas em

1983, adicionalmente à atualização ocorrida em 1989.

A necessidade sinalizada no parágrafo anterior acrescida àquela advinda do

surgimento do Sistema de Posicionamento Global, mundialmente conhecido por GPS

(Global Positioning System) Este documento desta forma, encerra os primeiros

esforços no sentido da elaboração de normas e especificações para levantamentos

GPS com vistas a dotar a comunidade cartográfica nacional de elementos básicos

norteadores dos serviços de posicionamento que utilizam os métodos a ele

associados.

Considerando a rápida evolução a que ainda estão sujeitos os equipamentos, técnicas

de observação, aplicações e software, além do fato do sistema ainda não estar

totalmente implantado, é praticamente impossível estabelecer no momento

especificações rígidas. A complementação da constelação de satélites definitiva e a

criptografia do código P (Anti-Spoofing) irão certamente afetar as potencialidades

do sistema.

Considerando o vasto número de aplicações já existentes, as que ainda serão

desenvolvidas e a área de atuação do IBGE, este documento destaca as

especificações para posicionamento geodésico relativa com GPS.

4.3.1 CONCEITOS

O sistema, também chamado de NAVSTAR (NAVigation Time And Ranging) GPS

devido às sua aplicações originais de navegação, subdivide-se em três segmentos:

espaciais, de controle e do usuário.

33
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GPS – Tecnologia GPS

O segmento espacial é composto pela constelação de satélites. São 21 satélites em

operação, com mais três de reserva (total de 24), orbitando a uma altitude de

20.000 Km aproximadamente, em 6 planos orbitais com inclinação de 55°, com um

período de revolução de 12 horas siderais, o que acarreta que a configuração dos

satélites se repete 4 minutos mais cedo diariamente em um mesmo local.

A função do segmento espacial é gerar e transmitir os sinais GPs (códigos,

portadoras e mensagens de navegação). Estes sinais são derivados da freqüência f,

de 10,23 MHz, apresentando a seguinte estrutura:

Ondas Portadoras L1 = 154. f = 1575,42 MHz

L2 = 120 f.= 1227,60 MHz

Modulados em fase com as portadora, os códigos são seqüências de +1 e -1 (Pseudo

Random Noise codes – PRN codes), emitidos a freqüência de:

Código C/A :f/10 = 1,023 MHz

Código P :f = 10,23 MHz

O código C/A (Coarse/Acquisintion code) se repete a cada milisegundo, enquanto

que o P (Precision code) a cada 267 dias. Este período de 267 é subdividido em

segmentos de 7 dias, sendo atribuída a cada satélite a seqüência de código para um

segmento. Isto dá origem ao sistema de identificação dos satélites que utiliza o

número de segmentos do código PRN. Outro sistema de identificação SV 19 ou PRN

19 é aquele que transmite o décimo nono segmento do código PRN. Outro sistema de

identificação consiste no número seqüencial de lançamento. Por exemplo, o número

seqüencial de lançamento do PRN 02 é NAVSTAR 13. A tabela 1 relaciona a

identificação dos 19 satélites, atualmente em operação, segundo os dois sistemas

34
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de numeração. Destes, os SV03, SV12 e SV13 pertencem ao Bloco 1, formado pelos

satélites experientes (protótipos) do sistema. Os restantes ( SV02,, SV14, SV15,

SV16, SV17, SV18, SV,19 SV20, SV21, SV23, SV24, SV25, SV26, SV27, SV28)

fazem parte do Bloco II, correspondente à constelação definitiva dos 21.

TABELA 1 –Satélites GPS operacionais em Novembro/92

NAVSTAR PRN BLOCO


(SVN) (SV)

8 11 1I
9 13 I
10 12 I
11 03 II
13 02 II
14 14 II
15 15 II
16 16 II
17 17 II
18 18 II
19 19 II
20 20 II
21 21 II
23 23 II
24 24 II
25 25 II
26 26 II
27 27 II
28 28 II

Além destes, ainda existem o código Y, similar ao P sendo gerado entretanto, a

partir de uma equação secreta (anti-spoofing). No futuro, poderá ser

permanentemente implementado no lugar do P, a fim que o acesso à correspondente

35
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GPS – Tecnologia GPS

qualidade dos resultados da navegação em tempo real seja restrito aos usuários

militares americanos e seus aliados.

A portadora L1 é modulada com os códigos C/A e P (ou Y), enquanto apenas com P

(ou Y). Ambas as portadoras carregam a mensagem de navegação, que consiste em

uma seqüência de dados transmitidos a 50 bps (bits por segundo) destinados a

informar aos usuários sobre a saúde e posição dos satélites (efemérides

transmitidas). Estas efemérides nem sempre satisfizeram às necessidades de

todos os usuários (por exemplo, em estudos de geodinâmica), o que tem levado

diversos grupos a implantar redes de monitoramento contínuo dos satélites GPS

com vistas ao cálculo de efemérides precisas. Como exemplo, podemos citar: o U.S.

Naval Surface Weopons Center (NSWC), que utiliza 4 estações da Defense

Mapping Agency (DMA), adicionais às segmentos de controle, para o processamento,

o U. S National Geodetic Survey (USNGS), que administra a rede CIGNET

(Coorperative International GPS Network),com estações distribuídas pelo mundo (

o acesso à efemérides pode se dar através U.S. Coast Guard GPS Information

Center – GPSIC – bulletin board service), a Associação Internacional de Geodésia

(Internatiional Association of Geodesy – LAG), coordenadora da International GPS

Geodiynamics Service (IGS), que é um serviço internacional do qual participam

instituições de todo o mundo na qualidade de estação de observação, centro de

dados, centro de processamento ou bureau central. O Brasil participa a implantação

de estações fiduciais de observação em Brasília e Curitiba, cujos dados observados

são retransmitidos eletronicamente para um centro global da rede, situado no

Crustal Dynamics Data Center (CDDIS) da NASA. Uma outra estação GPS e VLBI

(Very Long Baseline Interferometry), ainda, está sendo instalada em Fortaleza

como resultado de uma cooperação com o USNGS. O serviço IGS proporcionará

inúmeros produtos, dentre os quais efemérides precisas. A participação brasileira


36
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GPS – Tecnologia GPS

com as estações mencionadas garantirá a qualidade das efemérides em

levantamentos executados em território nacional, e, finalmente, o IBGE, além da

participação nos serviço IGS, está desenvolvendo a Rede Brasileira de

Monitoramento Contínuo Do Sistema GPS (RBMC) que , a partir da interseção com

estações da rede IGS, proporciará uma estrutura geodésica de controle altamente

precisa, permitindo a aplicação da técnica de integração e relaxação orbital em

posicionamentos onde busca-se precisões iguais ou melhores que 0,1 partes por

milhão (ppm). Acrescenta-se que, pela filosofia de desenvolvimento da RBMC, os

usuários precisarão apenas de um equipamento para a execução de levantamentos

geodésicos.

O sistema geodésico adotado para referência tanto das efemérides transmitidas

quanto da precisas é o World Geodetic System de 1984 (WGS-84). Isto acarreta

que os resultados dos posicionamentos realizados com o GPS referem-se a este

sistema geodésico, devendo ser transformados para o sistema SAD-69,n0 23 de 21

de fevereiro de 1989. Resulta-se que o GPS fornece resultados de altitude

elipsoidal, o que torna obrigatório o emprego do Mapa Geoidal do Brasil, publicado

pelo IBGE, para a obtenção de altitudes referenciadas ao geóide (nível médio dos

mares).

O segmento de controle é responsável pela operação do sistema GPS. A função

principal deste segmento é atualizar a mensagem de navegação transmitida pelos

satélites. Para o alcance deste objetivo, o segmento de controle consiste de

estações de monitoramento distribuídas pelo mundo (Ascenciòn, Colorado Springs,

Diego Garcia, Kwajalein e Hawaii). Estas estações rastreiam continuamente todos os

satélites visíveis e estes dados são transmitidos para a estação de controle mestre

(Máster Control Satation), em Colorado Springs, EUA, onde são processados com a

37
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GPS – Tecnologia GPS

finalidade de determinação das efemérides e das correções aos relógios dos

satélites. A mensagem atualizada é então, transferida para os satélites, para que

seja retransmitida aos usuários. Estas transferências podem ocorrer,

eventualmente, mais de uma vez por dia.

O segmento dos usuários está associado às aplicações do sistema. Refere-se a tudo

que se relaciona com a comunidade usuária (receptores, algoritmos, software, etc)

com vista à determinação da posição velocidade e/ou tempo.

Os receptores, de uma forma geral, podem ser classificados segundo as aplicações

a que se destinam. E como as aplicações estão intimamente ligado ao tipo de sinal

GPS utilizado, os tipos de receptores diferenciam-se segundo a(s) componente(s)

do sinal que – é (são) rastreado(s). Basicamente, existem aqueles que se destinam às

aplicações de posicionamento em tempo real (navegação), caracterizando-se pela

observação do(s) código(s) C/A e (P), e os que são utilizados em aplicação

estáticas, que observam principalmente a fase da(s) portadora(s) L1 e L2.

Naturalmente, são muitas as alternativas existentes no mercado em relação aos

tipos de equipamentos disponíveis e em desenvolvimento. Entretanto cabe destacar

apenas algumas características dos equipamentos atuais para fins geodésicos, uma

vez que a sua proliferação entre instituições nacionais públicas e privadas já é

significativa. Estes equipamentos, que buscam em última instância tornar

disponíveis aos usuários as observações da fase da onda portadora, rastreiam

também, pelo menos, o código C/A . Como L1 é modulada como os códigos, a

disponibilidade do CA permite a recuperação de L1. No caso de determinação onde

se busca altas precisões ou rastrear L2. Mas, como L2 é modulada apenas com o

código P, item 4.1.2), o equipamento deve também rastrear L2. Mas, como L2 é

modulada apenas com código P, a sua recuperação é implementada nos receptores

38
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GPS – Tecnologia GPS

de duas formas: a primeira delas, através da geração de uma réplica do código P no

receptor, já que este código está disponível atualmente: a outra técnica consiste na

quadratura d onda (squaring), uma vez ser o código uma seqüência de +1 ou –1 . O

primeiro método apresenta vantagens quanto à qualidade da onda resultante,

enquanto que o segundo dispensa o conhecimento do código, o que pode vir a ser

uma vantagem quando o sistema estiver totalmente operacional e houver a

implementação do código Y. A utilização do código P, ainda pode ser vantajosa em

situações de baixa qualidade das observações por ocorrências de freqüentes perdas

de sinal ( cycle slips).

Em função doa avanços mais recentes da tecnologia, os equipamentos de última

geração já conseguem, segundo os fabricantes, observar os códigos em L1 e L2,

mesmo em períodos de criptografia do código P. Ass soluções baseiam-se no fato de

que o código preciso, apesar de secreto, é o mesmo nas duas freqüências

portadoras, dando origem ao que está se denominando de correlação cruzada (

cross-correlation) dos códigos precisos.

O sistema GPS fornece dois tipos observação diretamente associados às

componente do sinal rastreado: pseudo-distância, obtidas a partir da observação

dos códigos, e fases das portadoras.

A observação dos códigos propícia a medida do tempo de propagação do sinal entre

um determinado satélite e o receptor, que multiplicado pela velocidade da onda

eletromagnética ocasiona o conhecimento da distância percorrida pelo sinal,

Portanto , a observação de pelo menos 3 satélites proporciona a situação

geométrica mínima para a determinação isolada das coordenada do centro elétrico

da antena do receptor. Como os receptores apresentam oscilações não tão estáveis

como os dos satélites, inclui-se na modelagem matemática da solução do problema


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uma incógnita a mais correspondente à correção associada ao relógio do receptor, o

que eleva para 4 o número mínimo de satélites necessários à determinação e

denomina-se pseudo-distância a observação correspondente. As aplicações que

utilizam este tipo de observação são aquelas que buscam primordialmente o

posicionamento em tempo real (navegação). Pela geometria do problema, um fator

que se reveste da maior importância no tocante à propagação e erros, e

conseqüentemente à qualidade das determinações, é a disposição geométrica dos

satélites. Denomina-se DOP (dilution Of Precision) os fatores que descrevem este

efeito. Matematicamente, estes fatores são função dos elementos da diagonal da

matriz variância-covariância dos parâmetros ajustados, podendo ser preditas dos

satélites. Os tipos de fatores são: HDOP (efeito da geometria dos satélites nas

coordenadas planimétricas)< VDOP (idem para a altitude), PDOP (idem para a

posição tri-dimensional, TDOP (idem para o tempo) e GDOP (idem, para a posição e o

tempo). Quanto maior os valores numéricos dos fatores, pior a qualidade da

determinação correspondente, ou seja, maior a influência dos erros de observação

nos resultados do posicionamento. Geometricamente, demonstra-se que o GDOP é

inversamente proporcional ao volume do tetraedro formado pelos 4 raios vetores

definidos pelo receptor e satélites.

As observações das fases das ondas portadoras, analogamente obtidas a partir dos

códigos também fornecem indiretamente a medida da distância receptor-satélite.

Entretanto, nesse caso específico, como o que se mede é a diferença de fase entre

o sinal que chega do satélite e o gerado pelo oscilador do receptor, existe uma

incógnita adicional na observação da distância, denominada de ambigüidade, que é o

número inteiro de ciclos que a onda levou para chegar ao receptor no início do

período de rastreamento. Por este motivo, estas observações normalmente não

utilizadas em tempo real, sendo aplicadas para posicionamento estáticos. Devido ao


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GPS – Tecnologia GPS

fato de que a observação representa uma fração da fase da portadora, o termo

interferometria é usado freqüentemente para descrever as técnicas

correspondentes.

Um conceito extremamente importante relacionado às técnicas de levantamento

com o sistema GPS é o de posicionamento relativo. Tanto as observações de código

quanto a da fase das portadoras podem ser tratadas a partir de pelo menos duas

estações observadoras simultâneas dos mesmos satélites. Esta consideração

proporciona a minimização, ou até mesmo o cancelamento, dos efeitos de alguns

erros sistemáticos que incidem de forma semelhante em ambas as estações (erros

das órbitas dos satélites, refração troposférica e ionosférica, etc). No caso dos

códigos, a técnica associada denomina-se DGPS (Differential GPS), sendo

largamente empregada em navegação.

A técnica DGPS de Campo é uma alternativa para quem só possui receptores

absolutos. A precisão oscila entre 15 a 10 metros e é obtido da seguinte maneira:

1)Estaciona-se um receptor absoluto em um ponto de coordenadas conhecidas; 2)

Combinam-se as horas, minutos e segundos (as correções diferenciais variam a cada

15 segundos) nos quais gravar-se-ão os pontos, tanto no receptor fixo quanto no

intinerante (deve ser o mesmo horário para ambos); 3)Após a operação de campo,

para cada ponto gravado na base, calculam-se diferenças simples ∆φ, ∆γ e ∆H,

para cada horário combinado; 4)Verificam-se se os satélites recebidos no receptor

base foram os mesmos para o receptor “rover”, em cada horário no qual os pontos

foram gravados (esta informação é comum em todos os receptores, na gravação de

coordenadas de pontos gravados e nominados.); 5) Rejeitam-se, então, os pontos

que não atenderem a condição anterior; 6)Para os demais pontos aplicam-se as

diferenças calculadas para cada ponto/horário. O DGPS de campo é um meio de

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fortuna para se fugir das precisões do registro com o uso do código (100 a 300

metros), conseguindo-se melhores precisões, sem que se possua equipamento

adequado ao DGPS e, obviamente, não se presta à digitalização de superfícies reais.

No caso de fase da portadora, as observações são combinadas linearmente, dando

origem às seguintes observações derivadas: simples diferença de fase. Quando

diferencia-se observações de fase de duas estações para o mesmo satélite: dupla

diferença de fase. Quando diferencia-se as diferenças simples para dos satélites; e

trila diferença de fase, quando diferencia-se a dupla diferença no tempo. O objeto

da combinação linear das observações é o cancelamento de incógnitas no

ajustamento, a saber.

Simples diferenças: cancelam-se os erros dos relógios dos satélites;

Dupla diferença: cancelam-se os erros dos relógios dos satélites e dos receptores;

Tripla diferença: cancelam-se os erros dos relógios dos satélites, dos receptores e

as ambigüidades.

Das combinações acima, a mais empregada é a dupla diferença de fase, por

corresponder ao modelo matemático que fornece a melhor rigidez geométrica para

a solução. A tripla diferença, por não conter parâmetros associados às utilizada às

vezes em determinações relativas delongas linhas de base (<100 Km), quando a

qualidade dos resultados das duplas diferenças não se mostra satisfatória.

O fator DOP relacionado ao posicionamento relativo com a fase das portadoras

denomina-se RDOP. Descreve o efeito da geometria dos satélites na qualidade do(s)

raio(s) vetor(es) definido(s) pelas estações envolvidas no levantamento.

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As observações de fase das portadora podem, evidentemente, ser utilizadas para a

determinação de posições isoladas. Entretanto, devido aos excelentes resultados

que são obtidos com o posicionamento relativo, não foram desenvolvidas as técnicas

necessárias a esta aplicação. Por outro lado, as aplicações relativas têm sido

largamente empregadas e otimizadas. Atualmente destacam-se as seguintes

técnicas de posicionamento:

Posicionamento Estático: 2 ou mais receptores fixos observam os mesmos satélites

durante uma hora ou mais, sendo determinadas as componentes do(s) raio(s)

vetor(es) definido(s) pelas estações com uma precisão de 1 a 2 partes pó

milhão(ppm).

Posicionamento Cinemático Contínuo e Semi-cinemático(stop-and-go): um receptor é

mantido fixo enquanto outro(s) e(são) móvel(is),no caso do Cinemático, adota-se

uma taxa de observação de apenas um segundo, enquanto que no caso do Semi-

cinemático o tempo de ocupação nas estações móveis é reduzida a alguns minutos

(no mínimo 2 segundos, ou seja , o suficiente para serem realizadas observações em

duas épocas distintas); a(s) antena(s) móvel(is) retorna(m) à posição inicial;

necessidade de se definir as ambigüidades no início do processo, através do

rastreio de uma base conhecida, ou o u do rastreio de uma linha de base segundo a

técnica do posicionamento estático ou ainda através do procedimento de troca de

antenas (swap); os sinais devem ser continuamente rastreados, evitando-se

obstruções de troca, a fim de que os valores determinados para as ambigüidades

permaneçam válidos durante o levantamento.

Posicionamento Pseudo-cinemático ou Pseudo-estático: um receptor é mantido fixo

enquanto outro(s) itinerantes(s) ocupa(m) a(s) a(s) mesma(s) estação(ões) mais de

uma vez (2 ou 3), durante períodos de tempo de alguns minutos (2 segundos, no


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mínimo, para serem observadas duas épocas distintas), separados por pelo menos

uma hora; não é necessário manter-se o rastreio durante o deslocamento do(s)

receptor(es) itinerante(s), podendo-se inclusive desliga-lo(s).

Recentemente, duas outras técnicas de posicionamento têm sido pesquisadas, com

sucesso, no sentido de otimizar ainda mais os levantamentos GPS. O Posicionamento

Estático-Rápdio (fastStatic) corresponde ao pseudo-cinemático (pseudo-estático)

sem a necessidade de ocupação da(s) estação(ões) itinerante(s) mais de uma vez. Já

a técnica de Solução das Ambigüidades em Tempo Real(Ambiguities Fixing on the

Fly), equivale ao estático-rápido com o receptor itinerante se movendo

continuamente. Ambas as técnicas adotam soluções que utilizam simultaneamente os

4 tipos de observação proporcionados pelo sistema fases das portadoras e códigos

em L1 e L2.

As técnicas de posicionamento relativo revestem-se de grande importância quando

considera-se a implementação da degradação da qualidade proporcionada pelo

sistema. Devido ao fato do GPS ter sido desenvolvido principalmente por razões de

cunho militar. O Departamento de Defesa dos EUA projetou as seguintes técnicas:

Disponibilidade Seletiva(Selective Availability – SA) técnica de degradação

deliberada da estabilidade dos relógios dos satélites e da mensagem por eles

transmitida, já implementada nos satélites do Bloco II. Atualmente desativada pelo

departamento de defesa dos EUA.

Anti-spoofing (AS): técnica de criptografia do código P, dando origem ao código Y,

em fase de testes de implementação.

Considerando que o posicionamento relativo minimiza erros sistemáticos aos

relógios dos satélites e às efemérides, espera-se que, para estas aplicações, a

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GPS – Tecnologia GPS

implementação da AS não constitua maiores problemas, no caso da separação das

estações não ser muito grande (<100 KM). Tratando-se da técnica de AS, a maioria

dos receptores utiliza o código C/A ou possuem alternativas implementadas ara o

caso do código P ser criptografia do ( por exemplo, a disponibilidade da quadratura

do sinal _ squaring, ou a utilização da técnica de correlação cruzada –0 cross

correlation, desenvolvida recentemente por imposição dos métodos estático-rápido


e solução das ambigüidades em tempo real). Portando, a degradação dos sinais

representa um problema apenas para os usuários que buscam o posicionamento

isolado, o que prejudica a maioria das aplicações tradicionais em tempo real. Os

serviços proporcionados pelo GPS são subdivididos em dois tipos, de acordo com o

acesso do usuário às informações:

Serviço de Posicionamento Preciso (precise Positioning Service –PPS): os usuários

deste serviço têm acesso aos dados dos relógios dos satélites não adulterados, às

correções às efemérides transmitidas e ao código descriptografado; são os

militares americanos, os aliados e os amigos privilegiados:

Serviço de Posicionamento Padrão (Standard Positioning Service – SPS): os usuários

deste serviço acessam os dados GPS como são transmitidos, com todos os tipos de

degradação e criptografia, é a comunidade civil, de uma forma geral.

4.3.2 CLASSIFICAÇÃO DOS LEVANTAMENTOS GPS

A revolução que o sistema GPS vem trazendo aos procedimentos de levantamentos

geodésicos pode ser avaliada pela classificação dos levantamentos executados com

a sua utilização. Conforme o Boletim de Serviço 1602 de 01 de agosto de 1983, que

contempla as Especificações e Normas Gerais para Levantamento Geodésicos, a

categoria de alta precisão (âmbito nacional) subdivide-se em dois subgrupos:

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cientifico e fundamental (ou de 1° ordem), com precisões associadas melhores que

1/500 000 e 1/100 000, respectivamente. Na ocasião que aquele documento foi

redigido, o IBGE era praticamente a única instituição capaz de executar

levantamentos fundamentais, sendo que os científicos requeriam equipamentos e

técnicas de alta complexidade e elevado custo, tais como SLR (Satellite Laser

Ranging), LLR (Lunar Laser Ranging) e VLBI. No entanto, os posicionamento

geodésicos com GPS, já nos dias de hoje, são capazes de facilmente fornecer

resultados com precisões da ordem de 1 a 2 ppm (1/1000 000 a 1/ 500 000),

passíveis de serem obtidos por qualquer empresa usuária de receptores que

observam a fase portadora.

Considerando as aplicações do sistema, pode-se identificar perfeitamente três

categoria no nível científico:

Geodinâmica Global e Regional; medidas de deformação: nesta categoria, as

exatidões almejadas são melhores que 0,01 ppm; representam os trabalhos

conduzidos internacionalmente, com objetivos tais como estudo da deriva

continental, determinação do movimento do pólo, etc ( por exemplo, serviço IGS);

normalmente, emprega-se a técnica de integração orbital no processamento das

observações.

Sistemas Geodésicos Nacionais (redes primárias), geodinâmica regional e local,

medidas de deformação: nesta categoria, busca-se exatidões melhores que 0,1 ppm:

enquadra-se nesta categoria a estrutura de controle definida pelas estações

pertencentes à RBMC e as determinações dela decorrentes efetuadas com a

técnica de relaxação orbital.

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Sistemas Geodésicos (redes secundárias), geodinâmica local, medidas de

deformação levantamentos de engenharia altamente precisos; esta categoria

contempla os trabalhos determinantes de resultados com exatidões melhores que 1

ppm, consistem nos levantamentos de densificação do SGB realizados tanto pelo

IBGE quanto por outras empresas

Pelo exposto acima se verifica que o advento do Sistema de Posicionamento Global é

responsável por uma melhoria de qualidade da rede de alta precisão do SGB de pelo

menos 100 vezes (de 1/100 000 ou 10 ppm para 0,1 ppm). Este fato reveste-se da

maior importância no momento atual, quando inúmeras empresas usuárias do sistema

se surpreendem ao obter resíduos da ordem de 10 ppm em ajustamentos realizados

a partir de levantamentos GPS apoiados em mais de um ponto da rede clássica do

SGB. Considerando que os serviços foram executados segundo os padrões de

posicionamento geodésico diferencial com GPS, os resultados encontrados

traduzem a situação de densificação de uma rede geodésica por um método que

fornece uma precisão maior que a da própria rede. Esta situação será naturalmente

contornada por ocasião da conclusão do projeto de ajustamento da rede

planimétrica de alta precisão do SGB, ora em andamento, uma vez que estão sendo

utilizadas observações GPS para controle e aumento da rigidez de rede.

Considerando o vasto espectro de aplicações do sistema, a tabela 2 relaciona

didaticamente as técnicas disponíveis, tipos de observação e precisões alcançadas.

É importante reafirmar que o GPS está em processo de implantação, de forma que

as informações fornecidas retratam a situação atual. Acrescenta-se que as

precisões assinaladas referem-se tanto ao posicionamento horizontal quanto ao

vertical. Entretanto cabe destacar que a qualidade vertical está associada à

superfície de referência adotada em posicionamentos por satélites, ou seja, o

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GPS – Tecnologia GPS

elipsóide de revolução. Portanto, isto significa que o GPS fornece, com aquelas

qualidades, valores de altitude elipsoidal. Considerando que normalmente a

referência adotada para as altitudes é o geóide e não o elipsóide. Há a necessidade

de se adicionar os valores de ondulação global, obtidos a partir do Mapa Geoidal do

Brasil, aos resultados altimétricos do GPS a fim de serem obtidos os valores de

altitude referenciados ao geóide. Atualmente, a qualidade dos valores de ondulação

geoidal obtidos do mapa é inferior à fornecida pelo GPS, o que ocasiona que o erro

das determinações altimétricas derivadas do GPS é proveniente, principalmente, do

mapa geoidal.

4.4 RECOMENDAÇÕES PRELIMINARES PARA POSICIONAMENTO GEODÉSICO

DIFERENCIALCOM GPS

4.4.1 SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS

a. RECEPTORES E ANTENAS

Considerando que a precisão geodésica só alcançada com o posicionamento relativo,

pelo menos dois receptores devem ser utilizados em qualquer projeto (até a

operacionalização da RBMC). Entretanto, devido às vantagens decorrentes do uso

de um número maior de receptores (aumento da produção conexão múltipla a

estação adjacentes, repetição de linha de base e maior rigidez geométrica), o

emprego de um mínimo de 4 receptores otimiza a relação custo/benefício.

Receptores de diferentes modelos ou fabricantes podem ser usados em um mesmo

projeto. Entretanto, deve-se garantir a simultaneidade das observações através da

seleção de intervalos de tempo apropriados entre épocas medidas (taxa de

observação). Além disto, os fabricantes devem suprir rotinas de conversão dos

diferentes formatos de arquivos de observação gravados pelos diferentes

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receptores para um formato único, de forma a ser possível a formação das duplas

diferenças de fase em um processamento simultâneo. Recomenda-se a adoção do

formato RINEX2 (Receiver Independent Exchange Format Version 2) como

formato único.

Apesar de ser admissível o uso de diferentes receptores em um mesmo projeto,

ressalta-se que cada tipo de antena possui a sua própria definição de centro de

fase, que varia, inclusive, com a direção do satélite que está sendo rastreado.

Recomenda-se, portanto, o uso do mesmo tipo de antena para todos os receptores,

de forma que sejam minimizados os erros sistemáticos provenientes de diferentes

definições de centros de fase. Além disto, idealmente deve ser selecionado o tipo

de antena que apresente a menor sensibilidade aos efeitos de multicaminhamentos

da onda (multipath) e variações amenas de centro de fase.

TABELA 2 – TÉCNICAS DE POSICIONAMENTO COM O SISTEMA GPS

ND = não definido

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TÉCNICA APLICAÇÕES OBSERVAÇÃO PRECISÃO PRECISÃO


(SEM AS) (COM S.A)

Navegação Código C/A (Pseudo- 30 m 120m


Ponto Isolado Reconhecimento distância)
instantâneo Código P (pseudo-distância)
20m 120m

DGPS NNavegação Código C/A(Pseudo- 1 a 10m 1 a 10 m


Engenharia distância)
ND ND
Código P (Pseudo-distância)

Ponto isolado Topografia Código C/A (pseudo- 20 m ND


acumulado Engenharia distancia)

Código C/A 2 P 3m ND
(pseudo-distância)

Diferencial com Topografia código C/A (pseudo- 3a5m


3 a 5m
código Engenharia distância)
acumulação
códigos C/A e P (pseudo- 1m 1m
distância)

Interferometria Geodésia (bases portadora L1 2 ppm 2ppm


(Estático) curtas) Geodésia
portadoras L1 e L2 1 ppm 1ppm

Interferometria portadora L1 2ppm 2ppm


(cinemático) Geodésia (bases
curtas) portadoras L1 e L2 1ppm 1ppm

Interferometria portadora L1 2ppm 2ppm


(pseudo Geodésia
cinemático) portadoras L1 e L2 1 ppm 1ppm

Portadoras e códigos P em L1
Estático-Rápido e L2 (sem S.S); 1 ppm
e solução de Geodésica Portadoras, código C/A em 1ppm
ambigüidades L1 e correlação cruzada do
em tempo real código P (com S.A)

Relaxação e Geodésica (fins Portadoras L1 e L2 0,1 ppm 0,1 ppm


Integração científicos)
0,01ppm 0,01 ppm
orbital geodinâmica Portadoras L1 e L2
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b. RECEPTORES DE UMA E DUAS FREQUÊNCIAS

Para levantamento onde se busca uma maior precisão em longas linhas de base ou em

áreas de forte atividade ionosférica, recomenda-se o uso de receptores de duas

freqüências (L1 & L2). Os distúrbios nas ionosfera podem causar a perda do sinal,

ocasionando aparentemente dados com ruídos. Os ruídos podem ter a dimensão de

um ciclo ou mais, tornando impossível distinguir entre variações da ionosfera e

perda de ciclos (cycle slips). Com receptores de duas freqüências, os efeitos

principais da refração ionosférica podem potencialmente ser corrigidos sendo que

os que recuperam L2 (e até L1) a partir da geração de uma réplica do código P

apresentam maiores condições de correção de perda de ciclos em circunstâncias

adversas.

O comportamento da ionosfera é função de muitas variáveis interrelacionadas

incluindo ciclo solar, época do ano, hora do dia, localização geográfica e atividade

geomagnética. Classicamente, as zonas sob grande perturbação ionosférica situam-

se em altas latitudes (> 55° Norte ou Sul), que não é o caso do território brasileiro.

Entretanto, resultados obtidos na região próxima à Curitiba levantaram suspeitas

sobre as influências da Anomalia Geomagnética do Atlântico Sul (South American

Geomagnetic Anomaly – SAGA) no comportamento da ionosfera, fato que vem sendo

pesquisado. Caso sejam confirmadas as suspeitas, levantamentos no sudeste do

Paraná e Santa Catarina devem ser realizados com equipamentos de duas

freqüências.

No caso da utilização de equipamentos de uma freqüência, sempre devem ser

tomadas precauções adicionais, tais como: aumento do número de repetições de

linhas da base, períodos contínuos de observação (sessão) mais longos e conexões

adicionais entre estações, de forma que seja garantido que os efeitos sistemáticos
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GPS – Tecnologia GPS

oriundos da falta de correção da refração ionosférica não prejudiquem a qualidade

do levantamento. Quando possível, a realização de sessão de observação durante a

noite pode vir ser um fator favorável no caso do emprego diste tipo de

equipamento.

SELEÇÃO DOS LOCAIS DAS ESTAÇÕES

As observações GPS requerem a intervisibilidade entre a estação e os satélites.

Uma vê que os sinais transmitidos podem ser absorvidas, refletidos ou refratados

por objetos próximos a antena ou entre a antena e o satélite, recomenda-se que o

horizonte em torno da antena esteja desobstruído acima de 15°. No caso da

impossibilidade de atendimento desta condição, um gráfico polar da distribuição

dos satélites para a localidade em questão é uma ferramenta muito útil para

avaliação da influência da obstrução na trajetória dos satélites(veja exemplo de

formulário no anexo A).

Deve-se evitar locais próximos a estações de transmissão de microondas, radares,

antenas rádio-repetidoras e linha de transmissão de alta vantagem por

representarem fontes de interferência para os sinais GPS.

Multicaminhamento (multipath) é o efeito de retardo do sinal causado pela sua

reflexão em objetos metálicos ou outras superfícies refletoras. A fim de minimizar

este problema, área situada a 50 metros da estação deve estar livre de estruturas

artificiais, particulamente paredes metálicas, cercas ou superfícies naturais.

Algumas vezes, um longo período de rastreamento pode reduzir os efeitos do

multicaminhamento e esta condição deve ser considerada sempre que a proximidade

de superfícies refletoras for inevitável,como em áreas urbanas.

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O acesso deve ser considerado na seleção de uma nova estação. Idealmente, o

marco deve estar acessível a menos de 30 metros dos meios de transporte. Para

levantamentos semi-cinemáticos ou pseudo-cinemáticos, esta condição reveste-se

da mais alta importância.

Considerando que o GPS fornece resultados de alta qualidade para posicionamentos

geodésicos, deve-se garantir que o local selecionado para a estação seja firme e

estável, de forma que a determinação não perca sua exatidão por conta de possíveis

abalos no marco.

No caso da necessidade de implantação de marcos de azimute, pode-se utilizar-se o

GPS para o seu posicionamento.

4.5 MATERIALIZAÇÃO DOS MARCOS

O Sistema GPS proporciona posições tri-dimensionais. Esta característica deve

estar refletida no tipo de materialização da estação. Considerando que as

especificações para construção e implantação de marcos geodésicos, abordados na

Norma de Serviço do Diretor de Geociência do IBGE n° 029/88 de 22 de setembro

de 1988, contemplam estes requisitos, recomenda-se a sua adoção.

4.6 GEOMETRIA DA REDE

4.6.1 CONEXÃO DOS LEVANTAMENTOS A ESTAÇÕES CONTROLE

EXISTENTES

A conexão da rede objeto do levantamento GPS a estações de controle do SGB

existente é realizada com vistas a integrar as novas estações as SGB, conforme o

estabelecido na legislação vigente.

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Apesar dos problemas existentes atualmente na utilização de mais de um ponto de

controle no processamento de levantamentos GPS precisos, recomenda-se a

conexão de rede levantada a pelo menos 3 pontos de controle, uma vez que, mesmo

que apenas um deles participe do ajuste isolado da rede GPS, as observações

correspondentes podem ser integrantes ao ajustamento global das redes

componentes do SGB, conduzido pelo IBGE, melhorando a qualidade das

informações posicionais a serem repassadas n futuro aos usuários do SGB.

4.6.2 CONEXÃO ENTRE ESTAÇÕES NOVAS

Cada estação nova deve ser conectada a, pelo menos duas outras (novas e/ou de

controle) na rede.

Deve-se ser dada preferência à ocupação simultânea de estações adjacentes na

rede, uma vez geralmente mais fácil determinar as ambigüidades em linha de base

mais curtas, o que contribui para um aumento da rigidez da rede.

Recomenda-se que, sempre que possível cada estação do projeto seja ocupada mais

de uma vez, em sessões independentes. Apesar do custo adicional decorrente, este

procedimento proporciona condições de verificação da ocorrência de erros

grosseiros (centragem e altura da antena, identificação do marco, etc), além de

aumentar a redundância e, por conseguinte, a rigidez da rede. Além disto, cada

sessão de observação deve apresentar pelo menos uma linha a=da base comum a

outra sessão, garantindo que algumas estações da rede sejam reocupadas e

permitindo a comparação de resultados de uma mesma linha de base e sessões

distintas, o que propicia a análise da variação da escala e orientação entre sessões

devido a mudanças na condições atmosféricas e a erros orbitais. No caso de serem

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utilizados apenas dois receptores no levantamento, a situação corresponde à dupla

determinação de cada linha de base a ser observada.

Acrescenta-se que a formação de figuras fechadas (polígonos) fornece parâmetros

de controle de qualidade, desde que os lados sejam determinados em sessões

distintas, pois, de outra forma, a determinação de um polígono e uma sessão única

fornece lados dependentes entre si, o que ocasiona geralmente a obtenção de bons

resultados de fechamento da figura independentemente da qualidade do

levantamento.

4.7 OBSERVAÇÕES DE CAMPO

4,.7.1 ESTACIONAMENTO DA ANTENA

Esta atividade (identificação do marco, centragem e medição do centro de fase da

antena) pode se constituir na maior fonte de erros das operações de campo em

levantamentos GPS. Desta forma, é importante adotar-se alguns procedimentos de

segurança, principalmente considerando que os erros ocorridos nesta fase só são

detectados no caso da repetição da observação da linha de base.

O nivelamento e a centragem da antena devem ser verificados antes e depois de

cada sessão de observação. A medida da altura de fase da antena sobre o marco

deve ser realizada antes e depois de cada sessão, efetuando-se leitura ao milímetro

e registrando-se os valores no relatório de ocupação. Alguns modelos de antena

requerem a sua orientação para o norte verdadeiro.

4.7.2 DURAÇÃO DA SESSÃO DE OBSERVAÇÃO

A duração ótima da sessão de observação de vários fatores, tais como precisão

requerida, geometria dos satélites, atividade ionosférica, tipo de receptores,

55
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GPS – Tecnologia GPS

comprimento das linhas de base, probabilidade de ocorrência de multicaminhamento

da onda nos locais das estações, método de redução dos dados, software utilizado,

etc. Considerando ser prematuro o estabelecimento de especificações rígidas para

este critério face a estes inúmeros fatores influenciadores, recomenda-se de

dados suficientes para a solução das ambigüidades:

TABELA 3 – DURAÇÃO MÍNIMA DA SESSÃO

COMPRIMENTO DDA LINHA DE DURAÇÃO DA SESSÃO


BASE
1 HORA
< 2 km 2 HORAS
< 50 km 3HORAS
<100 km

A experiência a ser adquirida no exaustivo uso do sistema certamente permitirá o

detalhamento dos valores especificados na tabela 3.

Ressalta-se que efeito multicaminhamento da onda (multipath) é função da

geometria da configuração dos satélites observados, que por sua vez se modifica

com o tempo. Desta forma, quando maior o período de observação, maior a

probabilidade de redução dos efeitos de multicaminhamento.

Natural ente, os tópicos tratados neste item relacionam-se a posicionamentos

estáticos.

4.7.3 TAXA DE OBSERVAÇÃO

A escolha da taxa de observação, isto é, o intervalo de tempo entre a gravação de

observações consecutiva, depende da técnica de posicionamento utilizada no

levantamento. A regra geral é que quanto maior a taxa de observação, mais fácil é a

detecção e correção de perda de ciclos. Por outro lado, uma taxa muito alta gera

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arquivos de observação muito grandes, dificultando sua manipulação. De uma

maneira geral, para posicionamentos estáticos, a taxa de uma observação a cada 15

segundos tem se mostrado adequada. Para posicionamentos cinemáticos, uma taxa

mais alta pode ser necessária.

4.8 OBSERVAÇÃO DE CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS

A necessidade de observação de dados meteorológicos é função dos requisitos de

precisão, comprimento das linhas de base, diferença de altitude entre as estações

e a finalidade do projeto.

Em geral, para levantamentos locais e regionais, as observações meteorológicas não

são necessárias. Nestes casos, pequenos erros nos dados meteorológicos (devidos,

por exemplo, a instrumentos descalibrados) podem introduzir erros sistemáticos

maiores do que aqueles que ocorreriam caso fosse utilizada uma atmosfera padrão

com um modelo de refração toposférica como o de Sastamoineu ou Hopfield.

Para levantamentos onde se busca exatidões da ordem de 0,1 ppm, ou com linha de

base sistematicamente maiores que 100 Km ou com grandes diferenças entre as

altitudes das estações (várias centenas de metros), pode ser necessário observar-

se as condições meteorológicas. Neste caso, devem-se ser tomadas as

temperaturas seca, úmida (ou umidade relativa)e pressão atmosférica no início e

fim da sessão, sempre que houver a mudança brusca das condições do tempo e elo

menos a cada hora se a sessão for mais longa. As temperaturas e a umidade relativa

devem se em dias a uma altura do solo que evite o gradiente criado por efeitos de

aquecimento do solo. As temperaturas devem se lidas co aproximação de 0, °C a

umidade relativa de 2%. A pressão atmosférica deve ser medida do centro de fase

da antena com aproximação de 0,2mmHg ou 0,3 mb. Recomenda-se que os

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GPS – Tecnologia GPS

instrumentos sejam aferidos antes da campanha e comparados entre si pelo menos

uma vez por semana durante o andamento do projeto.

4.8.1 PROCESSAMENTO

A fim de que qualquer problema seja rapidamente identificado e sejam adotadas as

medidas necessárias para sua correção, os dados observados devem ser

processados logo que possível após a sessão de observação.

As diferenças obtidas para resultados de linhas de base observadas mais de uma

vez devem ser comparadas tendo pó base os requisitos de precisão para o projeto.

O seu receptor GPS Magellan passou por um aperfeiçoamento que incluiu a mais

recente tecnologia WAAS (Wide Area Augmentation System). Com o WAAS, o seu

receptor GPS pode computar posições com uma exatidão nunca alcançada antes por

um receptor comercial.

5.0 O sistema WAAS

O que é o WAAS? WAAS é um meio de melhorar a precisão do GPS acima da obtida

com o sinal civil padrão. O WAAS foi desenvolvido pela FAA(Federal Aviation

American) para fornecer a precisão exigida por aeronaves na realização de

aproximações para aterrissagens. O WAAS melhora a precisão do GPS através do

cálculo dos erros no sinal GPS em várias estações de monitoragem no país,

transmitindo, depois, as correções do erro para satélites WAAS especiais. Por sua

vez, estes satélites transmitem as correções dos erros para os receptores GPS

habilitados ao WAAS ao redor do mundo. O WAAS é um serviço gratuito e, com a

única exceção de dois satélites adicionais mostrados na Tela Situação do Satélite,

será claro para você. Você não precisa fazer nada, está tudo pronto para funcionar.

58
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GPS – Tecnologia GPS

Qual será a precisão do meu receptor GPS com o WAAS? A FAA declara que a

precisão esperada pode ser aumentada para cerca de 7 metros vertical e

horizontalmente. Nossos próprios testes sugerem que os receptores GPS Magellan

irão normalmente fornecer melhorias de precisão ao redor de 3 metros. Você pode

esperar este nível de precisão 95% do tempo em que estiver recebendo sinais

WAAS.

Existem problemas com o WAAS? A cobertura dos sinais com o WAAS não é global

como os satélites GPS. Em alguns lugares, a recepção dos sinais WAAS pode ser

difícil e intermitente. Existem dois satélites de transmissão WAAS para correções

nas Américas e mais dois sobre a África e a Índia fornecendo a mesma cobertura

para a Europa. Estes satélites são estacionários, isto é, orbitam no mesmo ponto

sobre o Equador. Os dois satélites para as Américas estão sobre os Oceanos

Pacífico e Atlântico. Portanto, existe a probabilidade que eles estarão perto do

horizonte de onde você está usando o receptor GPS. Isto aumenta a possibilidade

de que edifícios, vegetação, terreno e outros obstáculos possam impedir o sinal

WAAS. Além do mais, o WAAS é um sistema relativamente novo e ainda está em

fase de desenvolvimento. Assim, de vez em quando, podem ocorrer períodos de

interrupção do serviço. Mesmo durante estes períodos de inatividade, o seu

receptor GPS continuará a funcionar, computando posições fixas e ajudando você a

chegar onde você quer usando os sinais GPS. A única diferença é que você não terá

a mesma precisão oferecida pelo WAAS. Pode-se esperar, em todo o caso, que

estes períodos de inatividade tendam a diminuir à medida que o sistema vai sendo

aperfeiçoado e estabilizado. Para maiores informações sobre o WAAS, você pode

visitar a seção de website da FAA a respeito do sistema WAAS:

http://gps.faa.gov/programs/WAAS/waas.htm

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GPS – Tecnologia GPS

6.0 GPS É NOTÍCIA

São reproduzidas duas matérias jornalísticas sobre a incorporação da tecnologia

GPS ao sistema de gestão da segurança pública do Rio de Janeiro. Diz respeito ao

monitoramento em tempo real das viaturas policiais no município do Rio de Janeiro e

a segunda reportagem traz informações sobre a coleta de atributos destinados

para diversos fins tais como linhas de transmissão etc.

a. Satélites contra o crime: gis/gps na segurança pública

Pesquisa feita pelo instituto Datafolha em abril desse ano mostra que a violência

urbana é o pior problema no Rio de Janeiro. Um balanço anual da Secretaria Estadual

de Segurança Pública do Rio (Sesp) indica que em 1995 foram assassinadas 8438

pessoas e até junho de 1996, 3658. No mesmo período foram registrados 43787

roubos de carro em 1995 e até setembro de 1996, 27168. Esses números podem

parecer alarmantes, mas a verdade é que as estatísticas indicam que a violência

tem diminuído no Rio. Isso porque, além de policiamento com aparato militar,

instituído pelo atual governo, agora a polícia carioca está chegando mais rápido ao

local das ocorrências criminais, graças a uma das aplicações do sistema GPS mais

usadas no mundo. E o monitoramento de frotas de veículos para atendimento do

setor de segurança pública.

A Sesp investiu cerca de R$ 5 milhões em novas tecnologias, como os sistemas de

rastreamento por GPS. Esse investimento deverá reforçar a infra-estrutura de

segurança do estado, em especial da capital, em campanha para sediar as

Olimpíadas de 2004. Desde março, 503 viaturas da Polícia Militar do Estado do Rio

de Janeiro (PMERJ) e mais 47 carros de bombeiros e ambulâncias já estão nas ruas

com a solução OmniSat, da empresa brasiliense Autrotrac. Polícias de outros

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GPS – Tecnologia GPS

estados também estão se equipando. Embora tenha um sistema de operações

informatizado e os índices de criminalidade sejam menos absurdos (77

assassinatos e 3664 roubos de carros de janeiro a agosto de 96 na cidade de

Curitiba), a Polícia Militar do Paraná está estudando a implantação de um sistema

similar em Curitiba, usando uma solução que associa o software de gerenciamento de

frotas da empresa americana NDS (Navigation Data Systems) e receptores GPS da

Trimble. No ano que vem, a PM do Rio Grande do Sul já deve estar instalando seu

sistema.

A diferença entre as soluções adquiridas pelas polícias carioca e curitibana é o

modo como as informações são trocadas entre os veículos e a sede da polícia. O

OmniSat tem um canal exclusivo no satélite de comunicação brasileiro BrasilSat,

enquanto o sistema testado em Curitiba usa sinais de rádio para transmitir

mensagens. O OmniSat tem raio de alcance maior, pode rastrear veículos numa área

que chega a cobrir toda a América do Sul. Sinais GPS e mensagens precisam ser

repassados a uma central de gerenciamento, em Brasília, com a qual a polícia pode se

comunicar de três em três minutos. O sistema por rádio depende do alcance das

antenas e é restrito a áreas municipais, mas não depende de intermediários.

Em ambos, o funcionamento é o mesmo: na sede da polícia, operadores acompanham

em um mapa no computador o deslocamento da viatura que capta sinais GPS e podem

localizá-la conforme o tempo programado para receber coordenadas geográficas da

posição (de minuto a minuto ou menos). Equipamentos e sistemas de localização de

veículos fazem parte de uma tecnologia chamada AVL (Automatic Vehicle Location)

usada por serviços de emergência no mundo todo para otimizar o desempenho de

frotas.

61
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GPS – Tecnologia GPS

Sistemas AVL permitem a visualização da viatura no mapa e o rápido despacho para lo-

cais de emergência, fazendo melhor distribuição da frota. O despachador (operador que

manda o carro para o local da chamada) prevê o número de carros empenhados em uma

missão e ajuda a fiscalizar as rondas. Localizações de endereços são agilizadas, não

dependendo mais de contatos com serviços telefônicos, consultas a mapas de papel ou

da capacidade do despachante em lembrar onde está cada viatura para empenhá-la

numa chamada.

A rápida localização e despacho de um veículo da polícia, bombeiros e ambulância pode

determinar o sucesso ou fracasso de uma missão. Para a PMERJ, o melhor é que como as

mensagens são transmitidas via satélite e pelo teclado, não podem ser interceptadas por

pessoas de fora da polícia, o que acontecia com a comunicação por rádio. "A rede de rá-

dio estava sempre congestionada por excesso de mensagens de rotina e tinha baixo sigi-

lo", diz o Capitão Paulo Augusto Teixeira, gerente de Informática do Copom / RJ (Cen-

tro de Operações da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro). O rádio agora só é

usado no início e final de cada missão.

A central de polícia contata a viatura através de uma mensagem enviada por um tecla-

do (MDT - Mobile Data Terminals ou Terminais Móveis de Dados). O teclado também

é usado pelos policiais para preencher formulários de ocorrências. As mensagens

podem ser livres ou pré-formatadas, ou seja, seguindo o formato de documentos que o

policial tem que preencher. A formatação da mensagem ajuda a evitar erros

cometidos no preenchimento à mão, dando maior precisão às estatísticas.

Um problema no atendimento para as polícias é filtrar chamadas de serviço. A

PMERJ recebe cerca de mil chamadas por dia, atendidas por cinco equipes de seis

telefonistas, sendo que apenas 35% são de fato situações que pedem a sua atuação

(seqüestros, roubos, assassinatos, acidentes). Em Curitiba são 3400 chamadas


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GPS – Tecnologia GPS

diárias, atendidas por quatro equipes de quatro telefonistas e apenas 10% do total

requerem assistência local. A maior parte das ligações pede informações sobre

valores, objetos e carros roubados, pessoas desaparecidas, endereços de postos

de polícia e hospitais.

O sistema de despacho da polícia carioca prevê a identificação do solicitante do

serviço de emergência 190, através do Sidac (Sistema de Identificação do

Assinante Chamador) e a telefonista, através de um cadastro identificará seu

número de telefone e endereço. Essa identificação evitará trotes e ajudará a

separar pedidos de informações e serviços, para atendentes ou despachantes. O

atendente fornecerá endereços de serviços de emergência e informações

corriqueiras. O despachador localizará no mapa a viatura mais próxima da

ocorrência, fará contato com os policiais e com o GIS, poderá fornecer

indicações do melhor caminho. Hoje seis despachadores de cada equipe do Copom

operam o OmniSat. Para associar informações de posição com mapas será usado o

GIS Arc / Info.

O GPS tem ajudado no deslocamento mais rápido das viaturas da PM, diminuindo o

tempo de atendimento e aumentando a eficiência, por exemplo, em perseguições a

assaltantes. O GIS multiplicará essa eficiência, com o registro dos crimes, controle

e registro de armas apreendidas e veículos furtados e mapeamento de regiões mais

perigosas da cidade ou mais propícias à eclosão de determinados incidentes.

O maior ganho do sistema porém, é em vidas humanas. Nos últimos anos muitos

policiais foram mortos ou feridos em ação. "Agora o policial tem maior segurança

porque está sempre monitorado por um operador na central de polícia", acredita o

capitão Teixeira. A população, por sua vez, pode contar com um corpo de agentes mais

confiáveis, com a vigilância permanente dos "desvios de conduta" ou seja, se há


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GPS – Tecnologia GPS

desvios na rota da viatura, não notificados e não previstos, a central fica sabendo e

faz uma investigação.

Nos EUA e Europa, o despacho automático de viaturas já é rotina nas polícias e

serviços de emergência há pelo menos cinco anos, segundo o gerente de negócios

Antônio Lage, da Unysis, que está lançando um outro sistema de despacho de

veículos (DCAD, ver página 25). "O uso de mapas e alfinetes para visualizar os

veículos faz com que a polícia perca muito tempo. A decisão de despachar urna

viatura apoiada apenas nesse recurso é complicada e depende do conhecimento do

funcionário da polícia", afirma Lage. Mesmo nos países desenvolvidos, o uso de

mapas digitais ainda é novidade, por causa do alto custo. Para baratear a solução,

a localização é feita por quadrículas (setores de ronda das viaturas).

"A falta de mapas digitalizados será solucionada pela PMERJ montando uma colcha

de retalhos, recebendo mapas por convênio e adquirindo outros, se necessário.

Uma de nossas preocupações é associar as informações mais interessantes à

polícia como direção de ruas, hospitais, delegacias", diz o capitão Teixeira. Saber o

sentido das ruas é importante em cidades como o Rio, que tem avenidas largas, com

duas mãos no mesmo eixo viário. "Se acontece uma emergência de um lado e a

viatura está do outro, não tem como atravessar. Visualmente é a mais próxima, mas

por causa do fluxo do tráfego, não", explica o capitão. A SESP e a PMERJ estão em

contato com vários órgãos públicos e empresas comerciais para obter bases

georreferenciadas.

Fonte: Satélites contra o crime: GIS /GPS na Segurança Pública. FATOR GIS. A revista

do Geoprocessamento.(16): 21-25.

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GPS – Tecnologia GPS

b.Coleta de atributos com GPS

Um operador de campo de uma companhia de utilidades, por exemplo,


precisa coletar o mesmo tipo de dados repetidamente em vários locais. A
coluna Usuário GPS, em sua terceira parte sobre Coleta de Dados, conta
como escolher um sistema GPS quando você precisa gravar o mesmo atributo
várias vezes

Centenas de aplicações, abrangendo desde agricultura até zoologia, partilham uma

necessidade comum: coletar dados no campo sobre elementos geograficamente

distribuídos. Em todo o mundo, companhias de energia elétrica usam GPS para registrar

detalhes e mapear milhares de quilômetros de linhas de energia. Na Califórnia (EUA),

quando áreas urbanas são destruídas por terremotos ou incêndios, receptores GPS

são usados para registrar centenas de detalhes sobre cada estrutura danificada. Esses

detalhes serão usados mais tarde para ajudar a aperfeiçoar parâmetros de construção e

segurança. No interior da Austrália, a localização e características de espécies animais

são cuidadosamente mapeadas e podem ser usadas para determinar se regiões muito

pastoreadas são relacionadas com populações de cangurus ou gado. Na África do Sul, o

novo governo autorizou a expansão de serviços telefônicos e as teleoperadoras estão

usando GPS para registrar a localização e detalhes dos novos e futuros usuários. A mesma

ferramenta de campo está também coletando valiosas informações sobre rodovias

locais, infra-estrutura de serviços e telefones para manter o GIS atualizado e preciso.

Embora as aplicações sejam diferentes, um aspecto comum na

coleta de dados é que os operadores de campo coletam muitas vezes

detalhes similares — até mesmo idênticos em vários locais. Embora alguns operadores

coletem dados sobre dezenas de objetos bastante distintos, muitos outros estão

coletando dados repetidamente sobre apenas alguns objetos bastante similares. Um

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GPS – Tecnologia GPS

operador de uma

típica companhia telefônica ou elétrica pode estar registrando somente dois ou três tipos

de elementos, como postes, torres de transmissão

e rodovias. Porém, atributos que descrevem cada poste são provavelmente muito

parecidos de um poste para outro. Um bom sistema GPS

para coleta de dados deve satisfazer a coleta de natureza repetitiva.

Nesse artigo, vamos examinar registro de feições pontuais repetitivas

e o manuseio de feições lineares segmentadas dinamicamente por um

sistema GPS de captura de dados.

Pode Fazer de Novo?

Na teoria, um simples botão rotulado "Repeat" permite o registro de atributos que

se repetem. Basta pressioná-lo quando for registrar um novo elemento e os atributos

registrados anteriormente serão aplicados ao elemento corrente. Mesmo com uma

função tão simples como essa, várias questões devem ser consideradas na avaliação de

uso de um sistema GPS.

Alguns sistemas GPS simplesmente não têm meios para a

fácil entrada de atributos que se repetem. Entre os

que dispõem dessa função, você pode primeiro

examinar o sistema para determinar que tipos de

feições podem ser repetidos. Alguns sistemas podem

"lembrar" atributos para somente uma feição,

normalmente a última
Esse é um exemplo típico de coleção de dados de feições pontuais.
Aqui, o usuário tem somente uma feição pontual de interesse, postes
registrada. Outros mais
de eletricidade. Os atributos descritos para um poste são
similares ao próximo a ser visitado.
sofisticados podem

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GPS – Tecnologia GPS

acessar valores de atributos gravados previamente para todos os diferenfes tipos de

feições registradas.

Suponhamos que seu receptor GPS está configurado para, em campo, registrar três tipos de

feições pontuais, talvez postes telefônicos, lâmpadas de ruas e bocas de lobo. Escolha um

sistema que possa instantaneamente acessar e aplicar a repetitividade de atributos

apropriada para uma das feições (como bocas de lobo), sendo que a feição registrada mais

recente tenha sido o poste telefônico.

Consideração crucial na repetição de atributos é a capacidade de alterar qualquer valor em

qualquer tempo. Mesmo depois de usar o botão de repetição para relacionar ao elemento

todos os atributos usados anteriormente, o sistema deve permitir a alteração de qualquer

um dos atributos. Isso possibilita a funcionalidade da repetição para ser usada quando

feições adjacentes são similares mas não idênticas.

Segmentação Dinâmica

Usar a capacidade de repetição para registrar feições lineares e poligonais pode ser um

pouco mais difícil que registrar feições pontuais. Usuários ficam estáticos quando

registram dados de feições pontuais. Já quando registram feições lineares ou poligonais,

estão em movimento e é comum os atributos mudarem em posições diferentes ao longo da

linha. Essas características de feições lineares são conhecidas como segmentação dinâmica.

Um exemplo típico, uma simples rodovia, poderá ilustrar os problemas potenciais.

Suponhamos que você deseje registrar em seu GIS uma estrada construída recentemente

com diversos atributos.

Normalmente, usando o GPS para registrar a rodovia, você selecionaria "Rodovia" no menu,

depois passaria a dirigir ao longo dela. O receptor GPS passaria a armazenar uma seqüência

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contínua de posições GPS, em intervalos predefinidos. Enquanto isso, o receptor apresenta

na teta valores de atributos. Dirigindo ao longo da rodovia, você digita valores de atributos

apropriados. Alguns valores como "nome", devem ser digitados integralmente. Outros podem

ser selecionados a partir de uma lista de escolhas predefinida (algumas listas podem ter

centenas de itens e muitos níveis de especificação) e outros valores poderão ser

automaticamente fornecidos como valores padrão.

Repetição Para Feições Lineares

Vejamos o imenso valor da função de repetição para feições lineares. Imagine que ao terminar

a entrada de todos os valores de atributos para a estrada, você vê que, a alguns metros

adiante, um dos atributos, como o limite de velocidade, deve ser mudado. Você está agora

diante do término de um segmento e o começo de outro da mesma rodovia (mas com

atributos ligeiramente diferentes). O que você realmente precisa é um botão "Segment",

semelhante ao botão "Repeat" usado antes para feições pontuais. Um simples apertar no

botão "Segment" (no momento em que estiver passando no local) resultará em um

seqüência de atividades por parte do GPS:

Primeiro, a feição linear ativa deverá ser fechada nesta posição;

Depois, uma nova feição linear deverá ser imediatamente iniciada, {espera-se que esses

dois segmentos de linha tenham um ponto final e inicial em comum, para que a rodovia

resultante tenha continuidade;

Finalmente, todos os atributos da linha

anterior deverão ser automaticamente

aplicados no novo segmento de linha.

Neste ponto, a única tarefa a fazer é

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registrar o novo limite de velocidade.

Sem essa funcionalidade para feições lineares segmentadas, a alternativa pode ser, na

melhor das hipóteses, perder tempo e na pior, correr risco de vida. Você é forçado a

parar onde algum dos atributos mudar, para registrar o novo valor de atributo. Se não parar,

haverá uma falha no momento em que terminar o segmento anterior e começar o próximo

devido à distância percorrida nesse intervalo de tempo.

A coleta de atributos ao longo de uma rodovia, de qualquer porte, coloca um único e difícil

problema..Existem dezenas de atributos de interesse, que variam independentemente ao

longo da pista. Como resultado, a rodovia deve ser registrada em vários segmentos

adjacentes, cada um com um conjunto de atributos único, e não como um elemento único.

Experiências com diversas marcas de receptores GPS indicaram que pelo menos dois a três

segundos são usualmente necessários para terminar um segmento e começar outro. Se a

rodovia for registrada em aproximadamente 70 km / h, a falha pode ser de 60 m de

extensão, cada vez que um dos atributos for mudado. Obviamente, você também terá

problemas com a qualidade dos dados logo na primeira vez em que for abalroado por trás

porque parou na pista. Se o seu trabalho envolve coleta de feições lineares de dentro de

um veículo (e não andando), considero que a funcionalidade de segmentação é essencial.

Resultados de Impacto

Quando estiver avaliando um sistema GPS de coleta de dados, escolha um software que

possa manipular os cenários citados automaticamente. Quando sua coleta de atributos for

repetitiva, uns poucos cuidados na especificação do sistema podem incrementar muito

a produtividade de campo. Uma companhia de eletricidade que coleta cerca de 200

atributos por poste descobriu o que significa diminuir a coleta de dados de 15 minutos

para apenas 30 segundos por poste quando foram adotadas funções de coleta de dados
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repetitivos. Para que o GPS seja uma ferramenta efetiva, deve aumentar sua eficiência

no campo. Espero que essas considerações possam ajudá-lo a ter mais retomo de seu

investimento em GPS. Feliz posicionamento.

Fonte: Gilbert,C. 1996. Coleta de Atributos com GPS: 3ª Parte. FATOR GIS. A revista do
geoprocessamento.(16):30.31.

6.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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