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1 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS
A Topografia (do grego τοποζ (topos) + γραφοζ (graphen) = lugar + descrição) é definida
tradicionalmente como a disciplina que se ocupa da arte de representar, de maneira minuciosa, o
terreno localmente, isto é, numa dada vizinhança da superfície terrestre.
É a Topografia que, por meio de plantas com curvas de nível, representa o relevo do solo com
todas as suas elevações e depressões. Também nos permite conhecer a diferença de nível entre dois
pontos, seja qual for a distância que os separe; faz-nos conhecer o volume de terra que deverá ser
retirado (corte) ou colocado (aterro) para que um terreno, originalmente irregular, torna-se plano,
para nele se edificar, de uma forma ou de outra, é tida como básica para os estudos necessários de
uma via (rodovia ou ferrovia), uma ponte ou um túnel, uma barragem ou uma usina hidrelétrica,
uma linha de transmissão de forma ou telecomunicações, uma grande indústria ou uma edificação,
planejamento urbano, paisagismo ou reflorestamento, irrigações e drenagens, empreendimentos
mineiros, distribuição de água e rede de esgoto de uma cidade, uma linha de metrô ou aeroportos ou
para quaisquer outras finalidades. A Topografia possibilita-nos, ainda, iniciar a perfuração de um
túnel simultaneamente de ambos os lados da montanha com a certeza de perfurar apenas um túnel e
não dois, por um erro de direção, uma vez que fornece as direções exatas a seguir.
Quando se deseja represar um curso d’água a fim de se explorar a energia hidráulica para a
produção de energia elétrica, será a Topografia que, por intermédio de estudos prévios da bacia
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Prof: Geól. Dr. Leonardo Cardoso Renner Disciplina de topografia I
Estudo Complementar Generalidades
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Estudo Complementar Generalidades
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Estudo Complementar Generalidades
Topologia: por sua vez, utilizando-se dos dados obtidos através da topometria, tem por objetivo
o estudo das formas da superfície terrestre e das leis que regem o seu modelado. A principal
aplicação da topologia dá-se na representação cartográfica do terreno pelas curvas de nível, que
são as intersecções obtidas por planos equidistantes, paralelos com o terreno a representar.
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Estudo Complementar Generalidades
estão produzindo somente teodolitos com ângulos verticais zenitais, isto é, a origem do ângulo
vertical é o zênite (Fig. 2)
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A dificuldade em transportar altitudes com rigor acarreta ser muito frequente, em Topometria, por exemplo, a
utilização de cotas ortométricas, ou simplesmente cotas, em vez das altitudes ortométricas. As cotas são medidas sobre
as linhas de fio-de-prumo até uma superfície de nível arbitrária utilizada para referência altimétrica em substituição ao
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Estudo Complementar Generalidades
geóide. A soma da cota de um ponto com a altitude da superfície de nível a que a cota diz respeito é igual à altitude
ortométrica do ponto.
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DH = AB x cosi (1.0)
ND = AB x seni (1.1)
C elipsóide
Plano topográfico. Modificado de Pastana, 2008. 7
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Estudo Complementar Generalidades
AB = R . α(rad)
α = Δt / R
α = ângulo central
e = (t – a) = erro absoluto
Δt = R . α3 / 3 = R (AB/R)3 / 3 = AB3 / 3 . R2
Acima desses limites, a curvatura da Terra produzirá erros que não poderão ser evitados nem
por cuidados do operador, nem pela perfeição dos aparelhos. Num levantamento dos limites, de uma
propriedade excessivamente grande, por processo poligonal, mesmo supondo-se a medida de todos
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Estudo Complementar Generalidades
os ângulos e distâncias sem qualquer erro, ainda assim, no cálculo, o polígono não fechará, pois está
suposto sobre um plano, quando, na realidade, está sobre uma esfera.
Para levantamentos de grade precisão, deve-se dividir a área em triângulos com área menor
que 40 km2 e os seus lados não devem exceder 10 km.
Para serviços de normal precisão, pode-se limitar a área cuja pode-se levantar, a um círculo de
aproximadamente 50 km de raio.
Onde:
α=a/R
Δh = R . α2 / 2
Δh = a2 / 2 . R
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Estudo Complementar Generalidades
3 – REFERÊNCIAS
BORGES, A. C. 2013. Topografia aplicada a engenharia civil. 3ª ed. Editora Edgard Blücher
Ltda. São Paulo. V1, 211p.
CASACA, J. M.; MATOS, J. L.; DIAS, J. M. B. 2014. Topografia Geral. Tradução de Luiz
Felipe Coutinho Ferreira da Silva e Douglas Corbari Corrêa. 4ª ed. Editora LTC. 208p.
McCORMAC, JACK, C. 2014. Topografia. Tradução de Daniel Carneiro da Silva. 5ª ed.
Editora LTC. 391p.
JELINEK, A. R. Topografia I. Departamento de Geodésia, UFRGS.
MARINO, T. B. Conceitos de Geodésia. Anotações de aula. Departamento de Geociências,
Instituto de Agronomia. UFRRJ.
PASTANA, C. E. T. 2008. Topografia. Anotações de Aula. Curso de Agronomia, UFSM.
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Estudo Complementar Planimetria – Parte I
1 – INTRODUÇÃO
A observação das grandezas se dá pela utilização de instrumentos como: teodolitos,
distanciômetros, etc. e pelos seus acessórios, como: tripés, alvos, prismas, etc., indispensáveis à
realização das operações de medição. Atualmente, os instrumentos são os taqueômetros eletrônicos
ou estações totais, que são teodolitos eletrônicos com distanciômetros eletrônicos (MED)
integrados.
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De natureza angular
Sistema sexagesinal (graus, minutos e segundos)
Sistema centesimal (Grados)
De superfície
Sistema métrico decimal: m2
Unidades agrárias: hectare, are e centiare
Hectare (ha) = 10.000 m2
Are (a) = 100 m2
Centiare (ca) = 1 m2
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Estudo Complementar Planimetria – Parte I
Radiano – Outra medida de ângulo frequentemente usada para fins de cálculos é o radiano.
O radiano é definido como o ângulo inscrito no centro de um círculo, por um arco de
comprimento exatamente igual ao raio desse círculo. Esta definição é ilustrada na figura
abaixo. A circunferência é igual a 2π vezes o raio r e, assim, existem 2π radianos no círculo.
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Estudo Complementar Planimetria – Parte I
Conversões
graus para radiano radianos para graus
rad = graus . π /180 graus = rad . 180 / π
7π
100º α x
= 15
180º π =
180 π
180α = 100π 7π
xπ =180 *
100 π 15
α= π
180 xπ = 1260
15
α = 5π
9 xπ = 84 π
x = 84º
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Estudo Complementar Planimetria – Parte I
2.3 – Azimutes
Um termo comum utilizado para designar uma direção de uma linha é azimute. O azimute de
uma linha é definido pelo ângulo em sentido horário do extremo norte ou sul do meridiano de
referência para a linha em questão. Para levantamentos planos comuns, os azimutes são geralmente
medidos desde o lado norte do meridiano.
O valor de um azimute pode variar de 0º a 360º. Os
azimutes norte das linhas AB, AC, e AD são mostrados na figura
abaixo. Os valores são 60º, 172º e 284º, respectivamente.
Toda a linha tem dois azimutes (o direto e o inverso ou
contra-azimute). Seus valores diferem entre si por 180º,
dependendo de qual extremo de linha está sendo considerado. Por
exemplo, o azimute da linha AB é 60º e o azimute inverso ou
azimute da linha BA, o qual pode ser obtido adicionando ou
subtraindo 180º, é igual a 240º. Similarmente, os azimutes
inversos das linhas AC e AD são, respectivamente, 352º e 104º.
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2.4 – Rumos
Outro método de determinar a direção de uma linha é dar o seu rumo. O rumo de uma linha é
definido como o menor ângulo que a linha faz com o meridiano de referência. Ele não pode ser
maior que 90º. Dessa maneira, os rumos são medidos em relação às extremidades norte ou sul do
meridiano e estão dispostos em um dos quadrantes de tal forma que tenha valores NE, NO, SE ou
SO.
Na figura mostrada ao lado, o rumo da
linha AB é 60ºNE, o AC é 8ºSE e o de AD é
76ºNO.
Dependendo dos meridianos que estejam
sendo utilizados como referência, os rumos
podem ser verdadeiros, magnéticos ou
arbitrários. Assim é importante, como é para os
azimutes, indicar claramente o tipo de
meridiano de referência utilizado.
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3 – MEDIÇÃO DE DISTÂNCIAS
3.1 – Métodos e instrumentos
Num levantamento topográfico, além de ângulos horizontais e de inclinação é necessário obter
a distância que separa os pontos que caracterizam a superfície do terreno. Considere a figura abaixo:
Processo indireto: Nos processos indiretos não é necessário percorrer os alinhamentos a serem
medidos. Nesse caso, o instrumento é instalado num extremo do alinhamento e um complemento
noutro extremo. A distância pode ser obtida por princípio ótico (estadimetria) ou por meio de
princípio eletrônico (propagação de ondas eletromagnéticas).
Quando a distância a ser medida é maior que o comprimento da trena que se dispõe, a
primeira providência a ser tomada é a materialização do alinhamento no terreno. O alinhamento a
ser medido deve ser subdividido em trechos de comprimento menor ou no máximo igual ao
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Estudo Complementar Planimetria – Parte I
comprimento da trena a ser empregada. Os extremos de cada trecho devem ser alinhados com
auxílio de um teodolito como mostra a figura abaixo.
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Estudo Complementar Planimetria – Parte I
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Erro ocasionado pela dilatação das trenas - Comum em trenas de aço. A temperatura durante a
medição pode ser diferente daquela de aferição da trena.
4 – MEDIÇÃO DE ÂNGULOS
4.1 – Métodos e instrumentos
A medição de ângulos nos levantamentos topográficos é relacionada com a precisão dos
equipamentos utilizados.
Os ângulos medidos podem ser horizontais e de inclinação.
Ângulos horizontais - são ângulos diedros medidos no plano horizontal, limitados por dois planos
verticais, cuja aresta é a vertical do ponto. O ângulo representa uma porção do plano horizontal
limitada por duas semiretas (lados) que tem a mesma origem (vértice).
A, B, C = vértices
A = origem do ângulo
a = ângulo horizontal
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Estudo Complementar Planimetria – Parte I
Ângulos verticais ou de inclinação do terreno - no plano vertical, os ângulos são medidos a partir
de uma origem que é fixada pelo fabricante do instrumento. O ângulo de inclinação do terreno é
usado para obter a distância horizontal (dr) e para o cálculo dos desníveis entre pontos topográficos
(dn).
Quando a origem de contagem do ângulo é num plano horizontal, o ângulo é denominado
vertical. Se a linha de visada for ascendente o ângulo será positivo, se for descendente, o ângulo será
negativo. Nesse caso, o ângulo pode variar de 0 a 90º.
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Estudo Complementar Planimetria – Parte I
materialização do ponto A:
- estacas
- piquetes
- balizas
5 – TRIGONOMETRIA BÁSICA
A trigonometria (do grego trígono – triângulo e metron – medida) pode ser entendida como a
parte da Matemática que estuda as relações existentes nos triângulos.
Em levantamentos, existem várias ocasiões onde é bastante difícil e demorado medir certas
distâncias e/ou ângulos devido a obstáculos, condições do tempo, exigências de prazos e assim por
diante. Frequentemente, o uso de simples equações trigonométricas nos habilita a rápida e
facilmente calcular aqueles valores necessários sem a necessidade de ter que medi-los em campo.
Como exemplo, vamos considerar um topógrafo trabalhando com um triângulo retângulo. Se os
comprimentos de um lado do triângulo e um dos ângulos (não o ângulo de 90º) forem medidos, os
outros dois comprimentos dos lados e o ângulo que falta podem ser facilmente calculados com
fórmulas trigonométricas.
O uso mais comum da trigonometria nos levantamentos envolve a aplicação das relações do
triângulo retângulo.
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Estudo Complementar Planimetria – Parte I
Onde:
b, c = catetos;
h = altura relativo à hipotenusa;
a = hipotenusa;
m, n = projeções ortogonais dos catetos
sobre a hipotenusa.
O quadrado de um cateto é igual ao produto da hipotenusa pela projeção desse cateto sobre a
hipotenusa.
b2 = a . n
c2 = a . m
O produto dos catetos é igual ao produto da hipotenusa pela altura relativa à hipotenusa.
b.c=a.h
O quadrado da altura é igual ao produto das projeções dos catetos sobre a hipotenusa.
h2 = m . n
a2 = b2 + c2
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Estudo Complementar Planimetria – Parte I
Fórmulas:
a2 = b2 + c2 – 2 . b . c . cos A
b2 = a2 + c2 – 2 . a . c . cos B
c2 = a2 + b2 – 2 . a . b . cos C
Fórmula:
 = 2 . Arc Sen (C / 2 . R)
Exemplo:
Um topógrafo necessita determinar a distância entre A e B mostrados na figura abaixo.
Infelizmente, seu equipamento de medição eletrônica de distância está sendo consertado. Devido a
isso, o topógrafo marcou no terreno o ângulo de 90º mostrado na figura, determinou o ponto C91,44
m a montante do rio como mostrado e mediu o ângulo C, encontrando 54º18’. Calcule a distância
AB.
Solução:
tan 54º18’ = lado oposto / lado adjacente = LBC / LAC
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Estudo Complementar Planimetria – Parte I
6 – REFERÊNCIAS
BORGES, A. C. 2013. Topografia aplicada a engenharia civil. 3ª ed. Editora Edgard Blücher
Ltda. São Paulo. V1, 211p.
CASACA, J. M.; MATOS, J. L.; DIAS, J. M. B. 2014. Topografia Geral. Tradução de Luiz
Felipe Coutinho Ferreira da Silva e Douglas Corbari Corrêa. 4ª ed. Editora LTC. 208p.
McCORMAC, JACK, C. 2014. Topografia. Tradução de Daniel Carneiro da Silva. 5ª ed.
Editora LTC. 391p.
MARINO, T. B. Conceitos de Geodésia. Anotações de aula. Departamento de Geociências,
Instituto de Agronomia. UFRRJ.
PASTANA, C. E. T. 2008. Topografia. Anotações de Aula. Curso de Agronomia, UFSM.
JELINECK, A. R. Topografia I. Departamento de Geodésia, UFRGS.
TEIXEIRA, W.; TOLEDO, M.; FAIRCHILD, T.; TAIOLI, F. Decifrando a Terra. Oficina de
Texto. USP, 2000.
TELLES, A. 2010. Topografia Básica. Notas de aula. Curso de Engenharia Ambiental.
UNIPAM
VEIGA, L. A. K.; ZANETTI, M. A. Z.; FAGGION, P. L. Fundamentos da Topografia.
Anotações de aula.
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Estudo Complementar Planimetria – Parte II
1 – MÉTODOS DE LEVANTAMENTOS
Nos levantamentos topográficos devem ser empregados obedecendo certos critérios e
seguindo determinadas etapas que dependem do tamanho da área, do relevo e da precisão requerida
pelo projeto que os comporta, envolvendo as seguintes fases:
1. Reconhecimento do terreno;
2. Levantamento da poligonal;
3. Levantamento das feições planimétricas;
4. Fechamentos, área, coordenadas;
5. Desenho da planta e memorial descritivo.
1.2 - Intersecção
O Método da Interseção também é conhecido como método das Coordenadas Bipolares.
É empregado na avaliação de pequenas superfícies de relevo acidentado.
Uma vez demarcado o contorno da superfície a ser levantada, o método consiste em localizar,
estrategicamente, dois pontos (P) e (Q), dentro ou fora da superfície demarcada, e de onde possam
ser avistados todos os demais pontos que a definem.
Assim, mede-se a distância horizontal entre os pontos (P) e (Q), que constituirão uma base de
referência, bem como, todos os ângulos horizontais formados entre a base e os demais pontos
demarcados.
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Estudo Complementar Planimetria – Parte II
A medida da distância poderá ser realizada através de método direto, indireto ou eletrônico e a
medida dos ângulos poderá ser realizada através do emprego de teodolitos óticos ou eletrônicos.
A precisão resultante do levantamento dependerá, evidentemente, do tipo de dispositivo ou
equipamento utilizado.
A figura 1 seguir ilustra uma superfície demarcada por sete pontos com os pontos (P) e (Q)
estrategicamente localizados no interior da mesma. De (P) e (Q) são medidos os ângulos horizontais
entre a base e os pontos (1 a 7).
De cada triângulo são conhecidos dois ângulos e um lado (base definida por PQ). As demais
distâncias e ângulos necessários à determinação da superfície em questão são determinados por
relações trigonométricas.
1.3 - Irradiação
O Método da Irradiação também é conhecido como método da Decomposição em Triângulos
ou das Coordenadas Polares.
É empregado na avaliação de pequenas superfícies relativamente planas.
Uma vez demarcado o contorno da superfície a ser levantada, o método consiste em localizar,
estrategicamente, um ponto (P), dentro ou fora da superfície demarcada, e de onde possam ser
avistados todos os demais pontos que a definem.
Assim, deste ponto (P) são medidas as distâncias aos pontos definidores da referida superfície,
bem como, os ângulos horizontais entre os alinhamentos que possuem (P) como vértice.
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Estudo Complementar Planimetria – Parte II
A medida das distâncias poderá ser realizada através de método direto, indireto ou eletrônico
e a medida dos ângulos poderá ser realizada através do emprego de teodolitos óticos ou eletrônicos.
A precisão resultante do levantamento dependerá, evidentemente, do tipo de dispositivo ou
equipamento utilizado. A figura a seguir ilustra uma superfície demarcada por sete pontos com o
ponto (P) estrategicamente localizado no interior da mesma. De (P) são medidos os ângulos
horizontais (Hz1 a Hz7) e as distâncias horizontais (DH1 a DH7).
De cada triângulo (cujo vértice principal é P) são conhecidos dois lados e um ângulo. As
demais distâncias e ângulos necessários à determinação da superfície em questão são determinados
por relações trigonométricas.
Este método é muito empregado em projetos que envolvem amarração de detalhes e na
densificação do apoio terrestre para trabalhos topográficos e fotogramétricos.
1.4 - Poligonação
A poligonação é um dos métodos mais empregados para a determinação de coordenadas de
pontos em Topografia, principalmente para a definição de pontos de apoio planimétricos. Uma
poligonal consiste em uma série de linhas consecutivas onde são conhecidos os comprimentos e
direções, obtidos através de medições em campo.
O levantamento de uma poligonal é realizado através do método de caminhamento,
percorrendo-se o contorno de um itinerário definido por uma série de pontos, medindo-se todos os
ângulos, lados e uma orientação inicial (Fig. 3). A partir destes dados e de uma coordenada de
partida, é possível calcular as coordenadas de todos os pontos que formam esta poligonal.
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Estudo Complementar Planimetria – Parte II
Poligonal aberta: parte de um ponto com coordenadas conhecidas e acaba em um ponto cujas
coordenadas deseja-se determinar (Fig. 5). Não é possível determinar erros de fechamento, portanto
devem-se tomar todos os cuidados necessários durante o levantamento de campo para evitá-los.
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Estudo Complementar Planimetria – Parte II
Um dos elementos necessários para a definição de uma poligonal são os ângulos formados por
seus lados. A medição destes ângulos pode ser feita utilizando técnicas como pares conjugados,
repetição ou outra forma de medição de ângulos. Normalmente são determinados os ângulos
externos ou internos da poligonal (Fig. 5). Também, é comum realizar a medida dos ângulos de
deflexão dos lados da poligonal (Fig. 6).
Figura 5 – Ângulos externos e internos de uma poligonal fechada. Fonte: VEIGA et al. 2007.
Tombando a Luneta
Executar a pontaria (fina) sobre o ponto a ré (primeiro alinhamento);
Zerar o círculo horizontal do aparelho nesta posição (procedimento padrão → Hz = 0º00'00");
Liberar somente a luneta do aparelho e tombá-la segundo o prolongamento do primeiro
alinhamento;
Liberar e girar o aparelho (sentido horário ou anti-horário), executando a pontaria (fina) sobre
o ponto a vante (segundo alinhamento);
Anotar ou registrar o ângulo (Hz) marcado no visor LCD que corresponde à deflexão medida.
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Estudo Complementar Planimetria – Parte II
De = Hzi - 180º
para Hzi > 180º
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Estudo Complementar Planimetria – Parte II
Dd = 180º - Hzi
para Hzi < 180º
A relação entre os ângulos horizontais internos de uma poligonal fechada é dada por:
ΣHzi = 180º . (n – 2)
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Estudo Complementar Planimetria – Parte II
A relação entre os ângulos horizontais internos de uma poligonal fechada é dada por:
ΣHze = 180º . (n + 2)
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Estudo Complementar Planimetria – Parte II
Neste caso os ângulos determinados são chamados de ângulos horizontais horários (externos)
e são obtidos da seguinte forma: estaciona-se o equipamento na estação onde serão efetuadas as
medições, faz-se a pontaria na estação ré e depois faz-se a pontaria na estação vante. O ângulo
horizontal externo será dado por:
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Estudo Complementar Planimetria – Parte II
distâncias medidas devem ser reduzidas a distâncias horizontais para que seja possível efetuar o
cálculo das coordenadas. A orientação e as coordenadas de partida da poligonal serão obtidas
conforme visto anteriormente.
2 – REFERÊNCIAS
JELINECK, A. R. Topografia I. Departamento de Geodésia, UFRGS.
VEIGA, L. A. K.; ZANETTI, M. A. Z.; FAGGION, P. L. 2007. Fundamentos da Topografia.
Apostila de aula. Politécnica e UPE
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Estudo Complementar Planimetria – Parte III
Pode ser que um mesmo levantamento planimétrico satisfaça aos dois objetivos anteriores.
O método do caminhamento perimétrico consiste em percorrer o polígono efetuando-se a
medida de cada um dos lados, e dos ângulos horizontais em cada um dos vértices. Os ângulos
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Estudo Complementar Planimetria – Parte III
horizontais podem ser medidos pelos processos das deflexões ou ângulos internos, sendo mais
comum o processo dos ângulos internos.
Mede-se, ainda, a orientação de um dos lados do polígono.
Costuma-se percorrer a poligonal no sentido anti-horário.
Quanto à forma as poligonais podem ser classificadas em: (a) poligonais fechadas, que
iniciam e terminam no mesmo ponto. Estas poligonais são controladas com erro angular e linear,
podendo ter as coordenadas dos vértices ajustadas; (b) poligonais apoiadas ou fechadas em bases
diferentes, partem de pontos com coordenadas conhecidas e chegam em pontos com coordenadas
também conhecidas; e (c) poligonais abertas, aquelas que partem de pontos conhecidos por suas
coordenadas e terminam em pontos de coordenadas não conhecidas.
Ainda, quanto à precisão, as poligonais são classificadas como principais ou secundárias. A
poligonal principal é a que constitui o arcabouço do levantamento, geralmente posicionada nos
limites da área a ser levantada. A poligonal secundária é uma poligonal apoiada ou que se
desenvolve entre dois vértices da poligonal principal.
É o método de levantamento de poligonais mais utilizado na prática, por ser o mais preciso.
Quando a poligonal é eletrônica, ou seja, a medição das distâncias é feita pelo distanciômetro
eletrônico, a precisão do levantamento aumenta consideravelmente.
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Estudo Complementar Planimetria – Parte III
Planilha de campo:
Onde:
EA = erro angular;
ΣAi = somatório dos ângulos internos lidos; e
n = número de vértices da poligonal
Neste caso:
ΣAiLIDOS = 90º49’50” + 88º35’00” + 90º45’10” + 89º49’20” = 359º59’20”
Portanto, o EA = 0º00’40”
Onde:
EAT = erro angular tolerável; e
P = precisão do instrumento, que no caso de alguns dos teodolitos eletrônicos utilizados é de 2,5”
AiCOMP = EA / n
c) Ângulo compensado:
O ângulo compensado é determinado pela adição ou subtração do erro no ângulo lido. O
somatório do erro por vértice deverá ser igual ao erro total da poligonal. O sinal da correção deverá
ser contrário ao do erro.
d) Cálculo de azimutes:
A partir do primeiro azimute, medido no campo, são calculados os azimutes dos demais
alinhamentos.
A fórmula geral dos azimutes é:
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Estudo Complementar Planimetria – Parte III
Onde:
AZn = azimute do alinhamento;
AZn-1 = azimute do alinhamento
to anterior;
Ai = ângulo horizontal interno
Neste caso,
AzBC = (AzAB + Ai) ± 180º = (313º12’50” + 88º35’10”) - 180º = 221º48’00”
AzCD = (AzBC + Ai) ± 180º = (221º48’00” + 90º45’20”) - 180º = 132º33’20”
AzDA = (AzCD + Ai) ± 180º = (132º33’20” + 89º49’30”) - 180º = 42º22’50”
Verificação:
Se pega o azimute medido AzAB = (AzDA ± AiA) ± 180º = (42º22’50” + 90º50’00”)
0’00”) + 180º =
313º12’50”
e) Cálculo de projeções:
As projeções são calculadas da seguinte forma:
N Onde
X = DH . sen Az Ri = Az12
Y = DH . cos Az
2
Onde:
X = projeção no eixo x
Y = projeção no eixo y
DH = distância horizontal do alinhamento
1
Az = azimute do alinhamento
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Estudo Complementar Planimetria – Parte III
Neste caso:
XAB = DHAB . sen AzAB = 65,62 . sen 313º12’50” = -47,82
YAB = DHAB . cos AzAB = 65,62 . cos 313º12’50” = 44,93
XBC = DHBC . sen AzBC = 31,61 . sen 221º48’00” = - 21,07
YBC = DHBC . cos AzBC = 31,61 . cos 221º48’00” = - 23,56
XCD = DHCD . sen AzCD = 65,28 . sen 132º33’20” = 48,09
YCD = DHCD . cos AzCD = 65,28 . cos 132º33’20” = - 44,15
XDA = DHDA . sen AzDA = 31,00 . sen 42º22’50” = 20,90
YDA = DHDA . cos AzDA = 31,00 . cos 42º22’50” = 22,90
Onde:
EL = erro linear
Δx = somatório das projeções do eixo x
Δy = somatório das projeções do eixo y
Cx = Δx . DH / perímetro
Cy = Δy . DH / perímetro
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Onde:
Cx = correção da projeção no eixo x
Cy = correção da projeção no eixo y
DH = distância horizontal do alinhamento
Δx = somatório das projeções do eixo x
Δy = somatório das projeções do eixo y
Onde:
X’ e Y’ = projeções compensadas nos eixos x e y, respectivamente
X e Y = projeções calculadas nos eixos x e y, respectivamente
Cx e Cy = correções das projeções nos eixos x e y, respectivamente
Neste caso:
X’AB = XAB ± │CxAB│= - 47,82 - 0,03 = - 47,85
Y’AB = YAB ± │CyAB│= 44,93 - 0,04 = 44,89
X’BC = XBC ± │CxBC│= - 21,07 - 0,02 = - 21,09
Y’BC = YBC ± │CyBC│= - 23,56 - 0,02 = - 23,58
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Onde:
Xn = abcissa do ponto
Yn = ordenada do ponto
Xn-1 = abcissa do ponto anterior
Yn-1 = ordenada do ponto anterior
X’ = projeção compensada no eixo X
Y’ = projeção compensada no eixo y
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Vértice a:
AzAa = (AzDA + Ai) ± 180º = (42º22’50” + 19º23’40”) + 180º = 241º46’30”
X’Aa = DHAa . sen AzAa = 8,07 . sen 241º46’30” = - 7,11
Y’Aa = DHAa . cos AzAa = 8,07 . cos 241º46’30” = - 3,82
Xa = XA + X’Aa = 0,00 + (- 7,11) = - 7,11
Ya = YA + Y’Aa = 0,00 + (- 3,82) = - 3,82
Vértice b:
AzBb = (AzAB + Ai) ± 180º = (313º12’50” + 73º04’20”) - 180º = 206º17’10”
X’Bb = DHBb . sen AzBb = 8,46 . sen 206º17’10” = - 3,75
Y’Bb = DHBb . cos AzBb = 8,46 . cos 206º17’10” = - 7,58
Xb = XB + X’Bb = - 47,85 + (- 3,75) = - 51,60
Yb = YB + Y’Bb = 44,89 + (- 7,58) = 37,31
Vértice c:
AzCc = (AzBC + Ai) ± 180º = (221º48’00” + 16º08’10”) - 180º = 57º56’10”
X’Cc = DHCc . sen AzCc = 5,83 . sen 57º56’10” = 4,94
Y’Cc = DHCc . cos AzCc = 5,83 . cos 57º56’10” = 3,09
Xc = XC + X’Cc = - 68,94 + 4,94 = - 64,00
Yc = YC + Y’Cc = 21,31 + 3,09 = 24,40
Vértice d:
AzDd = (AzCD + Ai) ± 180º = (132º33’20” + 62º02’00”) - 180º = 14º35’20”
X’Dd = DHDd . sen AzDd = 6,00 . sen 14º35’20” = 1,51
Y’Dd = DHDd . cos AzDd = 6,00 . cos 14º35’20” = 5,81
Xd = XD + X’Dd = - 20,88 + 1,51 = - 19,37
Yd = YD + Y’Dd = - 22,88 + 5,81 = - 17,07
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b) Cálculo de azimutes:
arc tg R12 = (X2 - X1) / (Y2 - Y1)
Definição do quadrante:
+/+ → NE Az = R
+/- → SE Az = 180º - R
-/- → SW Az = 180º + R
-/+ → NW Az = 360º - R
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Onde:
B = base maior;
b = base menor; e
h = altura.
Portanto:
SE01F = (Y1 + Y0) . (X1 - X0) / 2 = (X1Y1 - X0Y1 + X1Y0 - X0Y0) / 2
SF12G = (Y2 + Y1) . (X2 - X1) / 2 = (X2Y2 - X1Y2 + X2Y1 - X1Y1) / 2
SG23H = (Y2 + Y3) . (X3 - X2) / 2 = (X3Y2 - X2Y2 + X3Y3 - X2Y3) / 2
SE03H = (Y3 + Y0) . (X3 - X0) / 2 = (X3Y3 - X0Y3 + X3Y0 - X0Y0) / 2
Generalizando:
m
Generalizando:
m
No nosso caso:
2 . S = {- 7,11 . [37,31 - (-17,07]} + {- 51,60 . [24,40 - (- 3,82)]} +
+ [64,00 . (- 17,07 - 37,31)] + [- 19,37 . (- 3,82 - 24,40)]
2 – REFERÊNCIAS
JELINECK, A. R. Topografia I. Departamento de Geodésia, UFRGS.
VEIGA, L. A. K.; ZANETTI, M. A. Z.; FAGGION, P. L. 2007. Fundamentos da Topografia.
Apostila de aula. Politécnica e UPE
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1 – INTRODUÇÃO
Altimetria ou nivelamento é a parte da Topografia que trata dos métodos e instrumentos
empregados no estudo e na representação do relevo do solo. A diferença de altura entre dois pontos
é a diferença de nível entre estes pontos.
Nas áreas que são objeto de levantamentos topográficos, de extensão relativamente pequena,
podemos considerar a superfície como plana e não esférica. Nesse caso, um plano é chamado
horizontal quando é perpendicular à vertical do lugar; por sua vez, vertical do lugar é a linha que
partindo do ponto em que nos encontramos liga-se ao centro da terra, linha esta representada pelo fio
de prumo. O plano horizontal de referência para os trabalhos de nivelamento é o nível do mar, isto é,
o plano horizontal local que guarda a mesma distância do nível do mar ao centro da terra. O nível do
mar fica então sendo o plano de referência para todos os trabalhos de altimetria, seja qual for o local
da terra em que nos encontramos; ele servirá sempre como termo de comparação.
O nível do mar é conduzido para o interior dos continentes por trabalhos de nivelamento de alta
precisão, sendo então colocadas marcas de referência de nível, em pontos previamente planejados,
para que outros trabalhos se baseiem neles. Este transporte de nível do mar, por ser trabalho de grande
responsabilidade, é geralmente efetuado por entidades especializadas. Marcas de referência de nível
(Fig. 1) podem ser encontrados nas estações de estradas de ferro, nas praças centrais das cidades, nos
reservatórios de água para distribuição urbana etc.
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Assim:
D2 = (OB + BC)2 - OA2
ou:
D2 = (R + EC)2 - R2
desenvolvendo:
D2 = EC (EC + 2 . R)
e:
EC = D2 / (EC + 2 . R) Figura 2 - Curvatura da Terra.
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Como o erro é uma quantidade muito pequena em relação ao raio da Terra, pode-se, sem
cometer erro sensível, desprezar EC no denominador, e a fórmula para o cálculo do erro devido à
curvatura da terra é:
EC = D2 / 2 . R
ER = 0,1306 . EC
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2 – MÉTODOS DE NIVELAMENTO
Existem três métodos comuns de nivelamento: o trigonométrico, o barométrico e o geométrico.
Segue uma descrição breve sobre eles:
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5) é utilizado para fixar a linha de visada da luneta. Esta linha de visada é tida como uma linha
horizontal em relação à qual são medidos desníveis. Método mais preciso, porém mais trabalhoso.
3 – NIVELAMENTO GEOMÉTRICO
O nivelamento geométrico é baseado na diferença de leituras em miras verticais graduadas (Fig.
6). A precisão obtida é bastante grande, da ordem de milímetros nos trabalhos especiais de 1ª ordem,
até apenas alguns centímetros nos topográficos comuns.
De modo geral, os instrumentos empregados nos
trabalhos de nivelamento geométrico são denominados
níveis. Utilizam-se, também, nas operações de nivelamento,
associadas aos níveis, as miras.
O objetivo dos níveis é fornecer um plano horizontal,
para as operações topográficas. O fio central do retículo da
luneta define um plano horizontal de referência.
Os níveis podem ser óticos, digitais e laser.
O nível ótico constitui o equipamento clássico de
nivelamento. Consiste basicamente em uma luneta montada
sobre um tripé, com possibilidade de ser nivelada com
Figura 6 - Mira de madeira.
precisão, através de parafusos calantes e bolhas.
A precisão destes equipamentos depende do sistema de nivelamento, da sensibilidade das
bolhas e da precisão das miras.
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As miras normalmente são de encaixe. São constituídas de três peças, encaixadas a primeira
dentro da segunda e esta na terceira. Um dispositivo com mola fixa uma peça na outra quando a mira
está completamente distendida, de maneira que a graduação de uma seja a continuação de outra.
Existem miras com graduação direta e graduação indireta, para leitura com instrumentos de
luneta de imagem direta ou indireta, respectivamente.
A leitura na mira (Fig. 8) é constituída por
quatro algarismos e um número de três casas
decimais: metro, decímetro, centímetro e
milímetro. O ponto indica o número de metros;
o algarismo o número de decímetros; os traços
pretos e brancos alternados, o número de
centímetros e o número de milímetros são
estimados.
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Para o cálculo das cotas dos pontos nivelados é necessário ainda, realizar a medição da altura
do instrumento, ou seja, a altura do eixo ótico acima do plano de referência. Para determinar a altura
do instrumento, faz-se uma leitura inicial num ponto de cota conhecida.
Para que as leituras do levantamento tenham significado, é necessário que elas sejam
referenciadas a um plano, chamado referência de nível.
Quando se usa o nível médio do mar, a referência de nível é igual a zero. Quando a referência
de nível é arbitrária, atribui-se um valor inicial elevado, de modo que no decorrer do levantamento
não ocorram cotas negativas.
Portanto, duas são as regras para nivelar:
(i) a altura do instrumento (Ai) é igual à soma da visada de ré (RÉ) com a cota do ponto
(C) onde a mesma foi feita:
Ai = C + RÉ
(ii) a cota de um ponto (C), em função da altura do instrumento (Ai), é a diferença entre tal altura e a
visada a vante (VANTE) lida no mesmo ponto:
C = Ai - VANTE
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Assim, com o nível na estação 1, visa-se a mira colocada no ponto A, que representará a leitura
de ré. Em seguida faz-se a leitura de vante no ponto M; como esta será a última visada de vante com
o nível na estação 1, será chamada de “vante de mudança”. Muda-se depois o nível para a estação 2,
de onde se fará uma visada de ré no ponto M e, posteriormente uma visada de vante no ponto B.
Desta forma, concluiu-se que para atingir o objetivo foi necessário proceder a dois nivelamentos
geométricos simples, devidamente ligados pela estaca de mudança M, em que se procedeu a visada
de vante de mudança na estação 1, e a visada de ré da estação 2; tem-se deste modo, o nivelamento
geométrico composto.
Para proceder à compensação de erros em um nivelamento, é necessário iniciar e terminar o
levantamento no mesmo ponto. Como, normalmente procede-se ao nivelamento de perfis, ou
poligonais abertas, após o nivelamento de cada um dos pontos piqueteados em um perfil, é realizado
outro nivelamento em sentido contrário, denominado de “contra-nivelamento”, quando são nivelados
apenas alguns dos pontos; e “renivelamento”, quando o retorno se dá nivelando todos os pontos.
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perfil, onde a cota do ponto A é conhecida, igual a 50,000 m, e o espaçamento entre os piquetes é de
20 m.
Planilha:
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Cálculo do Nivelamento:
Ai1 = CA + RÉA = 50,000 + 1,820 = 51,820
CB = Ai1 - VB = 51,820 - 3,725 = 48,095
CC = Ai1 - VC = 51,820 - 3,749 = 48,071
Ai2 = CC + RÉC = 48,071 + 0,833 = 48,904
CD = Ai2 - VD = 48,904 - 2,501 = 46,403
CE = Ai2 - VE = 48,904 - 2,034 = 46,870
CF = Ai2 - VF = 48,904 - 3,686 = 45,218
CG = Ai2 - VG = 48,904 - 3,990 = 44,914
Cálculo do Contra-nivelamento:
Ai3 = CG + RÉG = 44,914 + 3,458 = 48,372
CC = Ai3 - VC = 48,372 - 0,301 = 48,071
Ai4 = CC + RÉC = 48,071 + 2,863 = 50,938
CA = Ai4 - VA = 50,938 - 0,934 ∴ CA = 50,004
Verificação do cálculo:
A fórmula geral para verificação da correção do cálculo do nivelamento geométrico considera
que a diferença entre as cotas extremas de um nivelamento é igual à soma das visadas de ré menos a
soma das visadas de vante de mudança:
CF - Ci = Σ RÉ - Σ VM
Para o nosso exemplo: 50,004 - 50,000 = 8,978 - 8,974; então 0,004 = 0,004, o que comprova
a correção dos cálculos.
Quando a igualdade acima não é satisfeita, é porque ocorreu um erro altimétrico de fechamento
da poligonal.
No nosso exemplo o erro altimétrico de fechamento foi de 0,004 m ou 4 mm.
O erro tolerável de fechamento é determinado por:
ET = 2.C.√ perímetro(Km)
em que C representa o erro, por quilômetro. No nosso exemplo foi adotado o limite de 5 mm por
quilômetro, sendo que o erro máximo tolerável em 0,24 Km nivelados será de:
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Correção:
Para estação 1 : 1/4.E = 1/4.0,004 = 0,001
Para estação 2 : 2/4.E = 2/4.0,004 = 0,002
Para estação 3 : 3/4.E = 3/4.0,004 = 0,003
Para estação 4 : 4/4.E = 4/4.0,004 = 0,004
4 – REFERÊNCIAS
BORGES, A. C. 2013. Topografia aplicada a engenharia civil. 3ª ed. Editora Edgard Blücher
Ltda. São Paulo. V1, 211p.
CASACA, J. M.; MATOS, J. L.; DIAS, J. M. B. 2014. Topografia Geral. Tradução de Luiz Felipe
Coutinho Ferreira da Silva e Douglas Corbari Corrêa. 4ª ed. Editora LTC. 208p.
COMASTRI, J. A; TULER, J. C. Topografia: Altimetria. 3ª ed. Viçosa, UFV, 200p.
McCORMAC, J.; SARASUA, W.; DAVIS, W. 2016. Topografia. Tradução de Daniel Carneiro
da Silva. 6ª ed. Rio de Janeiro. Editora LTC. 414p.
JELINECK, A. R. 2008. Topografia I. Altimetria. Apostila de aula. Departamento de Geodésia,
UFRGS.
A apresentação do trabalho de campo deve ser uma via por equipe, em formato padronizado,
tamanho A4 ou dobrado em arquivo .pdf e contendo quatro itens assim desenvolvidos:
O trabalho deverá ser enviado até o dia 02/06/2016 para o e-mail: prof.geo.renner@gmail.com
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