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Estas notas foram compiladas a partir de diversas fontes: livros, apostilas e outras publicações
impressas ou digitais. Este material didático tem sido adaptado e complementado por meio de
inserção de exercícios, experiências de aulas, trabalhos de campo, além de outras atividades
didáticas. O objetivo geral dessas notas é o uso como um suporte básico e roteiro de aulas nas
disciplinas de Topografia ministradas para os cursos de Engenharia Civil, Engenharia de Minas,
Engenharia Ambiental, Geologia, Geografia, Arquitetura e outros. Como o material vem sendo
atualizado periodicamente, pede-se que sejam relevados quaisquer erros de omissão e/ou de
inclusão de marcas, referências ou textos, etc. Tais falhas vêm sendo corigidas a cada atualização e
são efeitos colaterais decorrentes da boa intenção geral do trabalho, em beneficio da divulgação do
conhecimento desejável à formação de recursos humanos para a sociedade.
MC CORMAC, Jack; SARASUA, Wayne e DAVIS, William. Topografia, Rio de Janeiro, Ed. LTC,
2016. Ebook biblioteca UFMG
GHILANI, Charles D. e WOLF, Paul, R. GEOMÁTICA. Pearson Education. São Paulo, 2014.
Ebook biblioteca UFMG
CASACA, João. et al, Topografia Geral, Rio de Janeiro, Ed. LTC, 2005.
TULER, Marcelo, e SARAIVA, Sérgio, Fundamentos de Geodesia e Cartografia. Porto Alegre, Ed.
BOOKMAN, 2016, 242p. Ebook biblioteca UFMG
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Alguns trabalhos práticos da disciplina são individuais outros em grupos. Os grupos de trabalho são
geralmente formados por três a cinco alunos. Somente receberão notas os alunos presentes e
participantes dos trabalhos. Os trabalhos são, em geral, elaborados e entregues ao professor até a
aula seguinte à distribuição da tarefa. Trabalhos em atraso podem ser eventualmente aceitos, porém
serão sempre penalizados com perda de pontos proporcionalmente ao tempo de atraso. Os trabalhos
podem ser elaborados de forma manuscrita ou usando softwares aplicativos de computador
(TrackMaker/Autocad/Microstation/Topograf/ArcGis/Mapinfo/Spring e/ou outros), porém exige-se
sempre objetivide e boa apresentação.
SISTEMA DE AVALIAÇÃO
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SUMÁRIO Pag
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1 - INTRODUÇÃO A TOPOGRAFIA
A Topografia pode ser definida como uma ciência ou tecnologia aplicada que trata dos princípios e
métodos para localização, demarcação e representação tridimensional da superfície, acidentes e
demais feições do terreno (naturais ou antrópicos), com a precisão adequada aos objetivos de cada
tipo de estudo ou projeto. Inclui também no seu objeto de estudo o fundo dos mares, o interior das
minas, dos túneis e das galerias subterrâneas. A aplicação da topografia remonta às antigas
civilizações (Egípcios, Gregos e Romanos) que já se utilizavam de instrumentos e métodos bastante
simples com a finalidade de avaliar áreas, delimitar propriedades, construir vias de acesso, etc.
Desde então a topografia vem evoluindo em seus métodos e instrumentos apoiando-se no
desenvolvimento da Matemática, da Física, da Estatística, da Eletrônica e, mais recentemente, da
Computação e Tecnologia da Informação. Atualmente, existem amplas aplicações da Topografia em
inúmeras atividades da sociedade humana.
A palavra Topografia tem sua origem no grego proveniente da junção de Topos (terreno ou lugar) e
Graphein (descrição). Portanto, significa originalmente a descrição do terreno ou do lugar.
Significado atualmente um tanto limitado, pois a topografia tem, também, uma larga atuação no
controle das intevenções do homem sobre terreno, principalmente para demarcação, monitoramento,
correção e controle das modificações a serem implantadas no campo para que fiquem de acordo
com o que foi planejado no projeto de intervenção.
A Topografia tem aplicações em diversas áreas das atividades humanas, principalmente nos
seguintes campos: Medição, demarcação e georeferenciamento de propriedades rurais e urbanas;
planejamento e construção de rodovias, ferrovias, túneis, pontes, edificações e escavações de minas;
obras de irrigação e drenagem, barragens, canais, oleodutos e aquedutos, linhas de transmissão, etc;
parcelamentos do solo e atividades de urbanização; mapeamento topográfico e cartográfico;
implantação de projetos agrícolas; montagem de máquinas e instalações industriais; oceanografia,
geologia e mineração; e muitas outras.
Tradicionalmente o levantamento para a representação topografica do terreno tem sido feito através
da medição de ângulos horizontais, ângulos verticais e distâncias lineares, seguindo-se de cálculos
apropriados, desenhos de plantas, perfis topográficos etc., utilizando os princípios da trigonometria
e da geometria. Outros métodos têm surgido nas últimas décadas, por conta de avanços da
tecnologia, segue-se uma breve descrição.
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Figura 1 – Visão geral da estação topográfica eletrônica e do seu modo de operação. Observa-se o
ponto inicial de instalação do instrumento em um marco com indicativo de sua posição
conhecida, o ponto de referência de azimute inicial, também com marco indicativo de
sua posicão conhecida (linha semi pontilhada). Estes dois pontos de posição conhecida
permitem o Georreferenciamento da estação topográfica. A partir daí fazem-se as
medidas nos prismas de reflexão do laser instalados nos pontos de posições a serem
determinadas (linhas cheias).
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liberação do GPS para uso geral o sistema mostrou potencialidades muito além das previstas na
concepção inicial e surgiram aplicações em muitas outras áreas além da simples navegação. Uma
delas é o uso em topografia, geodésia e cartografia para levantamentos de precisão compatível com
os melhores métodos convencionais. O Sistema GPS veio a substituir com grandes vantagens os
métodos astronômicos e a geodésia convencional que dão apoio à topogrfia e a cartografia. O
Sistema GPS é constituído por três segmentos distintos conhecidos como: 1) Segmento Espacial, 2)
Segmento de Controle e 3) Segmento do Usuário. A Figura 2 fornece uma visão simplificada do
segmento espacial GPS e do segmento do usuário.
Figura 2 – Visão simplificada do segmento espacial GPS e do segmento do usuário. Fonte: www.
O segmento espacial é composto por uma base de pelo menos 24 satélites em operação (geralmente
existem mais de 24) que orbitam em volta da Terra a uma altitude aproximada de 20.000 km,
distribuídos em seis planos orbitais com inclinação de 55 em relação ao plano do Equador e com
um período de revolução de 12 horas siderais. A posição instantânea de qualquer um dos satélites
do segmento espacial é conhecida com base nas leis gerais da astronomia (leis de Kepler e de
Nilton). A função do segmento espacial é gerar e transmitir para os usuários os sinais GPS (códigos,
portadoras e mensagens de navegação) através dos quais é posivel calcular a posição geográfica do
receptor.
O segmento de controle é responsável pela operação correta e ordenada do Sistema GPS. Este
segmento é constituído por diversas estações de monitoramento espalhadas pelo mundo que
rastreiam continuamente todos os satélites visíveis no campo da antena de monitoramento. A função
principal deste segmento é manter atualizada a mensagem de navegação que é transmitida pelos
satélites para os receptores dos usuários. A mensagem atualizada permite ao receptor determinar a
posição geográfica com a melhor precisão possível dentro de suas limitações técnicas.
O segmento do usuário refere-se a tudo que se relaciona com a comunidade usuária para
determinação de posição, velocidade ou tempo. São os diferentes receptores de sinais GPS, os
algoritmos para resolução dos problemas relacionados, os programas de processamento de sinais, as
metodologias de trabalho, as técnicas de levantamentos, etc. Este segmento é o mais dinâmico, onde
inúmeras soluções surgem a cada dia para atender a diferentes demandas.
O sistema GPS é capaz de fornecer posições geográficas com diversos níveis de precisões desde as
mais baixas (30 m) até precisões altíssimas (1 mm) dependendo do instrumental e das metodologias
utilizadas na coleta e processamento dos sinais. Na disciplina de topografia estaremos interessados
nos métodos diferenciais e relativos (usam pelo menos dois receptores e programas de
processamento de sinais) que fornecem alta precisão, os quais serão abordados com detalhes mais
adiante.
O GNSS (Global Navigation Satellite System) constitui uma ampliação do método de
posicionamento por satélites, pois além do Sistema GPS, incorpora outros sistemas de
posicionamento já disponíveis e/ou em projetos de implantação como os sistemas GLONASS
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(Russo), GALILEU (Europeu), COMPASS (Chinês), além de outros que operam de forma muito
similar ao GPS (USA). O GNSS integra as potencialidades desses vários sistemas, proporcionando
um melhoramento geral da cobertura, da precisão e da disponibilidade de dados de posição.
Fotogrametria Aérea
A Fotogrametria é a técnica utilizada para obtenção de medidas terrestres e mapeamentos precisos
através de coberturas fotográficas de características especiais, obtidas com câmaras cartográficas e
com recobrimento estereoscópico longitudinal (60%) e lateral (30%) das fotografias. É uma técnica
usada principalmente para o levantamento de grandes áreas, onde um avião equipado com uma
câmara métrica calibrada e corrigida de distorções toma as fotografias de forma sequencial e
parcialmente sobrepostas em faixas paralelas, de forma a recobrir estereoscopicamente toda a área a
ser mapeada. As principais fases do método são: o Planejamento e a execução do vôo; Trabalhos de
laboratório e digitalização das imagens; Levantamento de pontos de controle de campo para garantir
georeferenciamento e correção geométrica das imagens na fase de restituição e ortofotos;
Aerotriangulação fotogramétrica para adensamento dos pontos de controle de campo; Reambulação
das fotos para coletar nomenclaturas e esclarecimento de dúvidas; Restituição fotogramétrica para
transformar as fotos de projeções cônicas, com diferentes escalas e inclinações variáveis em mapas
de escala unificada e projeção cartográfica; Geração de ortofotos e ortomosaicos; Extração de
pontos em grades para geração de Modelos Digitais de Terrenos; Trabalhos de edição e editoração
eletrônica dos mapas para qualidade cartográfica final. A fotogrametria é uma técnica largamente
utilizada em Cartografia topográfica para elaboração de mapas, plantas e cartas topográficas e
cadastrais, bem como, para produção de modelos digitais de terreno (MDT) e ortofotos. A Figura 3
ilustra uma visão geral do levantamento topográfico pelo método aerofotogramétrico convencional.
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Figura 5 – Visão geral do levantamento por varredura a laser. O sensor avança na direção de vôo
enquanto o varredor desloca o feixe de laser lateralmente com um passo angular
constante cobrindo o terreno nas duas dimensões com pontos densamente espaçados.
As posições geográficas dos pontos de terreno (Este, Norte e Altitude) são obtidas com
base na posição GNSS/GPS precisa do Centro Elétrico do emissor de laser, na distância
medida pelo feixe de laser até o chão, no azimute e na inclinação do feixe laser. Fonte:
www.
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O levantamento topográfico realizado por meio dos diferentes métodos e instrumentos disponíveis
tem capacidade de fornecer diversos tipos de informações e análises derivadas do terreno. Segue
uma breve descrição dos resultados mais comumente utilizados.
PLANTAS / CARTAS E MAPAS TOPOGRÁFICOS constituem o produto clássico do
levantamento, os quais são modelos de representação reduzidos do terreno, muito próximos da
realidade, utilizados para diferentes estudos. São a base para elaboração de projetos, demarcações e
locações no terreno das obras de engenharia.
PERFIS TOPOGRÁFICOS são vistas em corte do terreno que servem para estudos do relevo com
finalidades de planejamento e locação de rampas, determinação de declives, terraplenagens, etc.
Podem ser extraídos das plantas topográficas pela análise das curvas de níveis ou elaborados
diretamente a partir de de dados medidos no terreno.
MODELOS NUMÉRICOS DE TERRENO - O conhecimento do relevo topográfico contínuo e
integrado aos demais recursos da superfície terrestre tem sido um aspecto de grande interesse para
estudos e análises em várias áreas das ciências de Terra, notadamente nas questões relacionadas à
organização, planejamento e gestão de recursos distribuídos no espaço geográfico. Tradicionalmente
o relevo da superfície terrestre tem sido representado por meio de curvas de níveis, pontos cotados,
perfis topográficos ou cores hipsométricas em plantas, cartas e mapas topográficos. Essas formas
convencionais de representação, apesar do seu reconhecido valor e da sua utilização tradicional
durante muitos anos, não permitem fazer análises numéricas eficientes, que possam fornecer
respostas rápidas, precisas e adequadas para diversos problemas topográficos. Para melhorar o
desempenho das análises topográficas e a dinâmica geral tem ocorrido uma consolidação do uso dos
Modelos Digitais de Terrenos (MDT) que oferecem a possibilidade de lidar de forma eficiente com
as questões de representação e análise da variação continua da altimetria do terreno. Um Modelo
Numérico de Terreno é definido como uma representação matemática da distribuição contínua do
relevo da superfície topográfica, armazenada em formato digital adequado para utilização em
softwares de computadores. Esta forma de representação tornou-se uma ferramenta muito útil para
tratamento da informação relacionada ao espaço geográfico, permitindo a modelagem, a análise e a
exibição de importantes aspectos do terreno. A Figura 7 ilustra visão em perspectiva de um MDT.
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Figura 7 – Trechos em visão perspectiva de um MDT de grade regular. Os MDT são atualmente
muito usados em analises topográficas.
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escala de representação dos elementos e feições nas plantas e mapas impressos, tendo em vista que
não é possível ou não é prática a representação em verdadeira grandeza. A Escala (E) é a relação
existente entre a representação gráfica de um objeto (d) no mapa e sua dimensão real (D) no terreno.
É definida pela relação (E = d/D) e geralmente apresentada na forma de fração, por exemplo
1:2000, 1:500 e 1:100. No caso de plantas, cartas e mapas digitais, que são os mais comuns
atualmente, as medidas não estão sujeitas à escala, neste caso escala é considerada somente no
momento da impressão do mapa.
1.4. Modelo forma e dimensões da Terra
As especulações sobre a forma e as dimensões da Terra tiveram suas origens nos mais remotos
primórdios das antigas civilizaçõs, embora tratadas de formas místicas e apoiadas em bases
sobrenaturais. No passado mais remoto da humanidade os primeiros seres inteligentes já
contemplavam o universo infinito e questionavam de diferentes formas a situação do planeta no
contexto da imensa grandeza do mundo e atribuíam à Terra uma importância transcendente no
cenário universal. Existem fartos relatos históricos antigos que atribuem formas bastante inusitadas
para a Terra como, por exemplo, um enorme disco suportado por elefantes gigantes. Pitágoras e
Sócrates, no Século V AC, já se recusavam a aceitar a idéia da Terra plana embora não pudessem
provar. Aristóteles, no Século IV AC, reforçou a idéia da esfericidade da Terra com base nos
seguintes argumentos: 1) contorno circular da sombra da Terra nos eclipses da Lua; 2) variação do
aspecto do céu estrelado com a mudança da latitude; 3) diferença de horário na observação do
mesmo eclipse para observatórios afastados em longitude. Aristóteles, porém, defendia a
imobilidade absoluta do planeta. Arquimedes, no Século IIV AC, afirmou que o diâmetro da Terra
era superior ao da Lua e inferior ao do Sol. Eratóstenes, no Século II AC, determinou o raio da Terra
através de operações geométricas e devido a algumas coincidências achou um resultado muito
próximo do verdadeiro, atualmente conhecido. Sabe-se, atualmente, que a Terra tem, na verdade,
uma forma real bastante complexa, podemos, porém, trabalhar com algumas formas simplificadas e
mais regulares que são os modelos para fins de representação cartográfica sem que sejam causados
prejuízos significativos. Um modelo é uma simplificação de um objeto real mais complexo para
viabilizar estudos e extrair conclusões. As principais formas ou modelos da Terra de interesse para
representação em topografia e cartográfia são:
Superfície Topográfica
Forma verdadeira da Terra com suas montanhas, vales, oceanos e outras incontáveis saliências e
reentrâncias geográficas e topográficas. É a superfície física de existência real (modelo real, objeto
real) onde são executadas, na prática, a maioria das medições e observações topográficas e
cartográficas. É nela que se vive, se constroem as obras e onde se interage com o ambiente e
ocorrem as intervenções. A Figura 8 ilustra a superfície topográfica relacionada com outras
superfícies. Houve bastante exagero de escala para facilitar o entendimento.
Figura 8 – Ilustração, sem escala, da Superfície Topográfica, forma real, em relação às outras duas
superfícies de interesse cartográfico/topográfico (Geoide e Elipsoide).
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Geóide
Forma verdadeira da Terra subtraída das montanhas e depressões, considerando que estes elementos
são muito pequenos – a altitude máxima aproximada é de 9 km no pico do Everest em relação ao
diâmetro aproximado da Terra de 12.740 km (0.07%). A superfície do geóide não tem uma
definição geométrica ou matemática precisa, tendo em vista que é uma superfície definida pelo
valor constante do potencial da gravidade ao nível do mar. Sua forma é aproximadamente esférica
com suaves ondulações e pequeno achatamento nos polos terrestres. Seu diâmetro equatorial é
cerca de 43 km maior que o diâmetro polar. O Geóide pode ser aproximadamente definido como
coincidente com a superfície do nível médio das águas tranqüilas dos mares prolongada sob os
continentes. Esta superfície constitui o modelo de referência padrão para as medidas de altitudes
(ortométricas).
Esfera
É a forma da Terra definida matematicamente como sendo uma simplificação do Geóide,
considerando que o achatamento da Terra é muito pequeno, cerca de 43 km de diferença em relação
ao diâmetro equatorial de 12.740 km (0.3%). É uma forma geométrica simplificada que é utilizada
em cartografia apenas em cálculos auxiliares e em trabalhos mais simplificados.
Elipsóide de Revolução
O Elipsóide de Revolução é definido como sendo o sólido geométrico gerado por uma elipse que
gira em torno do seu eixo menor ou eixo polar (Figura 9). Constitui a forma geométrica com
definição matemática exata que mais se aproxima do geóide (prolongamento do nível do mar pelos
continentes). Portanto, o elipsoide é a forma ou modelo que permite a precisão mais adequada de
representação da superfície da Terra. Os mapas e cartas topográficas, os sistemas de posicionamento
por satélites (GNSS/GPS) e vários processos associados à cartografia e navegação, trabalham sobre
o modelo elipsóidico terrestre. Esta é a forma padrão considerada pela Geodesia para os trabalhos
de precisão rigorosa.
Uma elipse tem um semieixo maior (a), um semieixo menor (b) e dois pontos de focos (centros)
sobre o semieixo maior. É uma curva definida pelo lugar geométrico dos pontos do plano onde a
soma dos raios vetores, que partem dos dois focos, é uma constante de valor igual ao dobro do semi-
eixo maior da elipse (r1 + r2 = 2a). A equação da elipse é dada por X2/a2 + Y2/b2 =1, onde
Raios vetores r1, r2
Semi-eixo maior a
Semi-eixo menor b
Coordenadas X, Y
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Achatamento f = (a-b)/a
Excentricidade = [(a2 - b2 )/ a2 ] 1/2
Plano
É a forma ou modelo mais simplificado dentre todas essas apresentadas, prestando-se, apenas, para
uma representação local em uma extensão aproximada de até 40 Km, considerando que a curvatura
da Terra é muito pequena dentro dessa extensão do terreno. Neste caso, todas as medidas feitas
sobre o terreno natural são simplesmente projetadas em um plano horizontal tangente à superfície
terrestre local (chamado Plano Topográfico Local). Muitos trabalhos de mapeamento para obras de
engenharia civil, arquitetura, parcelamentos urbanos e cadastros de agrimensura utilizam apenas o
plano topográfico como modelo terrestre simplificando bastante os cálculos e as representações.
Sistema de Coordenadas Geodésicas ou Geográficas
O sistema de coordenadas geodésicas ou geográficas constitui uma malha eficiente para a
geolocalização inequívoca da posição das feições, objetos e acidentes geográficos da superfície
terrestre. Neste sistema o modelo elipsóidico ou esférico da Terra é dividido em círculos paralelos
ao Equador terrestre chamados PARALELOS e em elípses geocêntricas que passam pelos pólos
terrestres (perpendiculares aos paralelos) chamadas MERIDIANOS. Cada ponto particulara na Terra
terá um único conjunto de coordenadas geodésicas definidas por:
Latitude Geodésica ou Geográfica (): ângulo entre a normal ao elipsóide de referência no ponto
considerado e sua projeção no plano equatorial. Ou seja, é o arco de meridiano que vai do equador
ao ponto considerado. Positiva a Norte (0 a +90), negativa Sul (0 a –90).
Longitude Geográfica ou Geodésica (): ângulo diedro entre os planos do meridiano de Greenwich
e do meridiano que passa pelo ponto considerado. Ou seja, é o arco de paralelo que vai do
meridiano de Greenwich até o ponto considerado. Positiva a Este (0 a +180), negativa a Oeste
(0 a -180)
Altitude Elipsoidal ou Geométrica (h): distância sobre a normal ao elipsóide que se estende desde a
superfície do elipsóide até o ponto considerado na superfície topográfica. Na prática usa-se mais a
altitude em relação ao nível do mar chamada Altitude Ortométrica (H) definida pela distância
vertical que se estende do nível médio do mar (Geóide Datum Vertical) até o ponto considerado
na superfície topográfica. O nível do mar (geóide) pode passar abaixo ou acima do elipsóide de
referência. A Figura 10 ilustra os conceitos de coordenadas esféricas Geográficas ou Geodésicas.
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Para uma maior familiarização com as grandezas terrestres são apresentadas algumas medidas
simplificadas e calculadas utilizando o modelo esférico terrestre (modelo simplificado).
Comprimento de um grau de Latitude (Meridiano) (2..r)/360
2 x 3,141592(PI) x 6378160m / 360 111320 m
Comprimento do Minuto de Latitude: 111320m/ 60 1855 m (equivale à milha 1852 m)
Comprimento do Segundo de Latitude: 1855m/ 60 31 m
Comprimento de um grau de Longitude (Paralelo) (2..r.cos)/360
2 x 3,141592(PI) x 6378160 x cos(Lat) / 360 o valor é variável com a Latitude do lugar
no Equador seu valor é igual ao do grau de Latitude 111320 m
na Latitude de 45 78715 m
na Latitude de 60 55660 m
na Latitude de 90 0 m
Projeção Cartográfica da Terra – Mapa
Para manter a correspondência entre as coordenadas esféricas (latitude e longitude) nos mapas
(planos) usa se o recurso matemático da projeção da superfície esférica/elipsóidica terrestre sobre
uma superficie de projeção planificável (cilindros, cones ou planos de projeção). Esta operação
matemática permite criar um sistema de coordenadas planas cartesianas, chamadas coordenadas de
mapa. Cada posição geográfica (latitude e longitude) terrestre passa a ter sua coordenada plana
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O TEODOLITO convencional foi durante um longo período o instrumento básico para medir com
precisão adequada os ângulos horizontais e verticais. Permite também a medição de pequenas
distâncias, de forma indireta, utilizando a mira graduada vertical (mira falante) e métodos de
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interseções e triangulações. As partes principais do teodolito são: 1) LUNETA que é formada pela
objetiva, ocular e fios estadimétricos; 2) EIXOS: que são três perpendiculares entre si por
construção; Eixo principal - passa pelo centro ótico da luneta, sendo paralelo ao limbo vertical e
perpendicular ao limbo horizontal passando pelo seu ponto central. Eixo secundário ou eixo de
suporte da luneta - é o eixo perpendicular ao eixo principal, em torno do qual gira a luneta. É
paralelo ao limbo horizontal e perpendicular ao limbo vertical passando pelo seu pnto central. Cruza
o eixo principal no centro ótico da luneta. Eixo ótico ou eixo de colimação ou eixo da luneta - é
formado pela reta imaginária que une o centro da ocular ao centro da objetiva. 3) LIMBOS
GRADUADOS: Limbo Horizontal graduado de 0 a 360 graus ou de 0 a 400 grados. Limbo
Vertical graduado de 0 a 360 ou de 0 a 90 graus ou de 0 a 400 grados.
Qualquer teodolito necessita de uma preparação inicial para fazer medidas de campo os passos
principais são: Montagem do aparelho no tripé; Centragem que é fazer com que a projeção do
centro ótico da luneta caia sobre o ponto topográfico, realizada com auxílio do fio de prumo ou do
prumo óptico. Nivelamento que é fazer com que o eixo principal do intrumento fique coincidente
com a vertical do lugar, realizada através de níveis de bolha acoplados aos limbos horizontais e
verticais; Zerar que é fazer o zero do vernier coincidir com o zero do limbo horizontal;
Apontamento grosseiro que é realizado com alça e massa de mira do aparelho; Apontamento preciso
que é realizado com os parafusos de chamada ou ajustes de movimentos finos horizontal e vertical;
Focalização dos retículos (fios estadimétricos); Focalização do objetivo visado (prisma, balisa, mira,
tripé, etc). A Figura 12 mostra componentes e pricípios do teodolito.
Figura 12 – Ilustração esquemática dos componentes básicos do teodolito. Fonte: Erba et al. (2003)
robustos para processamentos dos dados, filtragens de dados, correlação e ajustamento, mosaicos de
dados, construção de modelos digitais de superfícies e de terrenos.
O NÍVEL DE LUNETA é o intrumento topográfico usado para medir diferenças de níveis de forma
direta sem necessidade de cálculos trigonométricos. A MIRA GRADUADA (mira vertical ou mira
falante) é uma regua graduada em mm usada em conjunto com o o teodolito ou nivel de luneta para
medição indireta de distâncias e diferenças de níveis entre pontos. O MEDIDOR ELETRÔNICO
DE DISTÂNCIA é um dispositivo moderno, prático e de alta precisão, baseado em ondas
eletromagnéticas para medir distâncias curtas e longas. Pode ser acoplado ao teodolito ou operar de
forma independente. Já vem integrado nas estações totais. A TRENA é uma fita de aço ou fibra
graduada em cm ou mm para medir distâncias. A BALISA é uma haste metálica ou de madeira
muito usada para fazer visadas e alinhamentos. O GUARDA-SOL é um sombreiro muito útil para
proteção dos intrumentos e do operador contra o sol e a chuva. O RECEPTOR GNSS/GPS é um
instrumento cada vez mais útil para trabalhos de topografia.
CUIDADOS ESSENCIAIS COM INSTRUMENTOS TOPOGRÁFICOS – Estações eletrônicas,
teodolitos, níveis topográficos, receptores GPS/GNSS e demais instrumentos são sensíveis por isso
mercem alguns cuidados especiais relacionados a seguir. Transportar intrumentos opticos e
eletrônicos sempre nos seus estojos apropriados em percursos longos; Proteger os intrumentos
opticos e eletrônicos do sol forte, da chuva e da umidade; Evitar qualquer tipo de choque; Manter o
teodolito/nível/estação sempre bem preso ao tripé e firmar bem o tripé no solo, para evitar quedas;
Nunca apertar demasiadamente os parafusos reguladores dos instrumentos para não danificá-los;
Nunca forçar os movimentos da luneta e da alidade quando o instrumento estiver com os parafusos
fixadores travados; Nunca sentar-se nas caixas ou estojos dos instrumentos; Nunca abandonar o
instrumento no campo; Nunca arremessar as balisas e marretas.
O LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO é o conjunto das operações necessárias para alcançar os
objetivos da Topografia, ou seja, a medição de ângulos e distâncias, coordenadas, confecção de
croquis, e a execução dos cálculos e desenhos para possibilitar a representação gráfica ou de forma
digital dos elementos colhidos no campo. Pode ser Aproximado quando for de execução rápida e
feito com instrumentos e métodos de baixa precisão. De Precisão quando for feito com instrumentos
e métodos de precisão e sujeito a controle rigoroso.
MATERIALIZAÇÃO DOS PONTOS DO LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO - Os pontos
topográficos ocupados pelo teodolito ou estação, durante o levantamento, devem ser materializadas
no terreno, pois, via de regra, precisam ser verificados e/ou reocupados porteriormente. Nas obras
de médio e grande porte vários pontos do levantamento topográfico precisam ser muito bem
monumentados, através de marcações, para utilização posterior na fase de locação do projeto no
campo, no controle e monitoramento da construção e nas verificações da obra após sua conclusão.
A materialização do ponto topográfico é feita através do MARCO TOPOGRÁFICO que é um ponto
topográfico materializado em caráter permanente com pilar de concreto ou de alvenaria com prego
ou chapa metálica no centro (Figura 13). O PIQUETE é um Ponto topográfico materializado em
caráter provisório com estaca de madeira. Pode-se também usar tinta, fita crepe e outros meios
simples para materialização de pontos provisórios.
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Figura 14 – Ilustração do Plano topográfico onde são projetadas verticalmente as dimensões das
feições geográficas para representação do terreno em planta. Fonte: Erba et al. (2003)
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1:25.000 ou com seus jardins e demais detalhes na escala 1:100. 2) Espaço disponível ou
conveniente no papel ao qual deverá ser ajustada a escala. Por exemplo, a escala 1:1000 é muito
conveniente para representar um terreno de 150m x 200m em uma folha A4 (210mm x 297mm) 3)
Limitação gráfica de aproximadamente 0.2 mm correspondente à acuidade visual humana (chamado
de erro gráfico), onde qualquer objeto do terreno representado em escala deverá ser igual ou maior
que 0.2 mm. Por exemplo, planta de uma praça onde devem ser representados canteiros circulares
com meio metro de diâmetro precisam ter uma escala maior que 1:2500. Os exercícios a seguir
tratam alguns destes pontos.
1. Ache as escalas apropriada para desenhar plantas de um lote ratangular que mede 200,00 metros
por 300,00 metros em folhas de papel de formato A4, A3 e A2, respectivamente.
2. Ache uma escala apropriada para desenhar a planta de uma quadra urbana onde se deseja
representar de forma legível todos os detalhes que tenham dimensões acima de 1 metro no
terreno.
3. Ache a escala onde os objetos do terreno com 5 m de comprimento devam medir 2,5 cm na
planta.
A escala gráfica é uma barra graduada desenhada na planta obedecendo à escala numérica. Tem
utilidade para identificar a escala numérica da planta nos casos de redução ou ampliação do original
e também para facilidade de extração de medidas da planta sem necessidade de usar réguas ou
escalimetros. Algumas escalas bastante usadas em trabalhos de topografia são.
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2 - MEDIÇÃO DE ÂNGULOS
O levantamento topográfico convencional com teodolito/estação é baseado na medida de ângulos
horizontais, ângulos verticais e distâncias. O Teodolíto é um goniômetro (medidor de ângulos) de
luneta completo que mede tanto ângulos horizontais como verticais. Mede também pequenas
distâncias utilizando o método da taqueometria com auxilio da mira vertical graduada e dos fios
estadimétricos.
Ângulos Horizontais são os ângulos medidos no plano horizontal, ou seja, com o Teodolito ou
estação perfeitamente centrado e nivelado (eixo principal coincidente com a linha vertical e limbo
horizontal coincidente com o plano horizontal). Um ângulo horizontal equivale à diferença entre as
direções de dois alinhamentos. Os levantamentos topográficos, geralmente, envolvem a medição de
poligonais topográficas as quais podem ser abertas ou fechadas. Nas poligonais fechadas, como as
posições e azimutes nos pontos inicial e final são conhecidas, os erros angulares e lineares podem
ser controlados. Já nas poligonais abertas não é possível ter controle dos erros angulares e lineares.
Erro de Fechamento Poligonal – (Efa) é a diferença angular entre o somatório dos ângulos da
poligonal medida com instrumentos e o somatório dos ângulos de um polígono geométrico exato
correspondente. De acordo com o processo de medição o erro pode ser dado pelas fórmulas
Efa = Aint - 180(n-2) na medição dos ângulos poligonais internos
Efa = Aext - 180(n+2) na medição dos ângulos poligonais externos
Efa = 360 - (Ddir - Desq) na medição dos ângulos de deflexão da poligonal
A Tolerância para o erro de fechamento permitida varia de acordo com os objetivos dos trabalhos e
com a precisão dos instrumentos utilizados.
Exemplo: uma poligonal de 4 lados medida com um intrumento de (=1’) e apresentou os ângulos
(a1=80 09’; a2=70 29’; a3=85 04’ e a4=124 14’), verificar se atingiu a tolerância e
compensar os erros nos ângulos.
Resposta:
C=-(35956’ – 360)/4 = +1’ a1c=80 10’ a2c=70 30’ a3c=85 05’ a4c=124 15’
2.1. Orientação terrestre (direções: azimutes e rumos)
Os mapas cartas e plantas topográficas são tradicionalmente orientados em relação à direção Norte
da Terra. O Norte é a referência padrão adotada para o eixo vertical da grade de coordenadas planas
retangulares, permitindo que feições e elementos nas plantas topográficas possam ser localizados,
comparados e analisados de forma adequada. Assim, no levantamento topográfico de campo é
necessário determinar o meridiano verdadeiro do lugar (NV) ou, em caráter precário, o meridiano
magnético do lugar (NM). Para a orientação completa e referenciamento adequada do trabalho
topográfico (georeferenciamento) é necessário, além do Norte verdadeiro, determinar também as
coordenadas do ponto inicial do levantamento.
Azimute (Az) - É o ângulo medido no sentido horário, de 0 até 360, formado entre e a direção
Norte (meridiano) e uma direção terrestre qualquer. Contra-Azimute (Caz) é o azimute da direção
inversa, ou seja, o azimute acrescido ou subtraido de 180. (Se Az >180 Caz = Az - 180. Se
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Az <180 Caz = Az + 180). O azimute é a forma mais usual de indicar uma direção
topográfica. Outra forma menos usual de indicar uma direção topográfica é o rumo.
Rumo - É o menor ângulo que uma direção terrestre faz com a linha Norte-Sul (meridiano). O rumo
pode ser contado, tanto a partir do Norte como a partir do Sul, a contagem parte obrigatoriamente
daquele que estiver mais próximo. Portanto o rumo nunca passa de 90 e vem obrigatoriamente
acompanhado da identificação do quadrante (NE, NW, SE, SW). Exemplos, 80NE, 40SE, 30
SW, 10NW.
A conversão entre Azimutes(Az) e Rumos(R) ou vice versa pode ser feita pelas relações abaixo
Primeiro quadrante (NE) R = Az
Segundo Quadrante (SE) R = 180 - Az
Terceiro quadrante (SO) R = Az - 180
Quarto quadrante (NO) R = 360 – Az
O Contra-Rumo é o rumo inverso de uma direção, ou seja, da direção oposta, apresentando sempre
o mesmo valor angular do rumo, porém no quadrante oposto.
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inclinação para a base e para o topo? Qual o valor do ângulo vertical entre a base e o topo
da torre? Se a distância no plano horizontal do teodolito ou estação até a torre é 100m, qual a
altura dessa torre?
5. Ache a declinação magnética atualizada de Belo Horizonte, Porto Alegre, Fortaleza e
Manaus
6. Converter o azimute 120 magnético para verdadeiro em BH.
7. Dados os azimutes verdadeiros dos lados de uma poligonal de 4 lados, faça um croqui
aproximado,complete o quadro e calcule o valor dos ângulos internos da poligonal.
Lado Azimute ContraAzimute Rumo ContraRumo Angulo Interno
1 – 2 135º 24’
2 – 3 52º 54’
3 – 4 316º 42’
4 – 1 205º 36’
8. Dado o croqui de medição dos lados do lote de terreno da Figura 16 abaixo, calcule os
ângulos internos e desenhe a planta exata do lote. Ache também o valor da outra diagonal
(13).
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3 - MEDIÇÃO DE DISTÂNCIAS
As distâncias e comprimentos podem ser medidas por vários processos. Recomenda-se que
distâncias medidas com intervenção manual (trena, mira graduada, etc) sejam medidas duas vezes (a
vante e a ré) com o resultado dado pela média das duas medidas (rejeitando-se os erros grosseiros,
dentro da tolerância admitida). As medições de distância podem ser feitas por métodos diretos e
indiretos. Os métodos de medição direta variam desde aqueles que fornecem resultados
aproximados até aqueles de alta precisão das medidas. Segue breve descrição de alguns processos.
PASSO AFERIDO - O passo devidamente aferido é um meio prático para medir comprimentos
aproximados de alinhamentos. O passo presta-se apenas para realizar croquis e levantamentos
aproximados, sua precisão relativa é da ordem de 1:150.
TRENAS – As trenas são os instrumentos convencionais mais tradicionais para medir distâncias
curtas. A medição a trena pode ser feita de várias formas, de acordo com a situação do terreno.
Medição Com A Trena Horizontalizada é feita com a trena esticada na posição horizontal,
fornecendo diretamente a distância reduzida ao plano topográfico. Neste caso a trena pode ser
apoiada diretamente no terreno se for plano. No caso de terreno com declive utilizam-se
instrumentos auxiliares como a baliza, nível ou fio de prumo para permitir a horizontalidade das
trenadas. Medição Com A trena Inclinada é feita com a trena apoiada no próprio terreno se este tiver
inclinação uniforme, havendo neste caso a necessidade medir a inclinação do terreno (com teodolito
ou clinômetro) e cálculos para redução ao plano do horizonte de acordo uma das formulas:
Geralmente as distâncias a medir são maiores que o comprimento da trena, assim, é necessário, em
qualquer método, prolongar o alinhamento das trenadas que pode ser feito com auxilio de balizas, a
olho nu ou com o teodolito.
As medidas a trena estão sujeitas a erros que podem prejudicar a precisão do trabalho. Erros
Grosseiros - são erros decorrentes da falta de cuidados, devem ser obrigatoriamente eliminados
medindo-se a mesma distância mais de uma vez e controlando os resultados de imedito no próprio
local do trabalho. Eros Sistemáticos - ocorrem sempre no mesmo sentido e direção, devem ser
corrigidos. Por exemplo, erro de catenária, erro de inclinação, trena descalibrada (mais curta ou
mais comprida). Erros Acidentais ou Aleatórios - São erros inerente a qualquer processo de medição
e sempre ocorrem, é recomendável que sejam tratados estatisticamente. Em Topografia resultados e
medidas importantes devem ser sempre checados e submetidos a testes de aceitação.
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refletores. A onda é refletida nos próprios objetos do terreno, entretanto o alcance é muito pequeno,
atingindo apenas poucas centenas de metros.
Redução Das Medidas Eletrônicas Ao Plano Topográfico – o percurso das ondas eletromagnéticas
é reto, portanto os medidores eletrônicos de distância medem a distância inclinada, assim é
necessário calcular a distância plana no nível do horizonte topográfico usando uma das formulas
Dh=Di.cos ou Dh=Di.sen.Z onde é o ângulo de inclinação e Z é o ângulo zenital
As distâncias podem ser medidas de forma indireta usando relações geométricas e trigonométricas
por meio de métodos conhecidos como triangulação, interseção a vante, interseção a ré, etc. São
método muito convenientes quando ocorem dificuldades de medição direta. Como os teodolitos
podem medir os ângulos horizontais e verticais com grande precisão e os cálculos trigonométricos
não introduzem erros significativos nos resultados, as medidas indiretas podem ser obtidas com a
precisão desejada. As fórmulas mais usadas são:
LEI DOS SENOS: a/senA = b/senB = c/senC, onde a é o lado oposto ao ângulo A, b é o lado
oposto ao ângulo B e c é o lado oposto ao ângulo C.
LEI DOS CO-SENOS: a b c 2bcCosA
2 2 2
Exemplo: Na Figura 17 determine o perímetro do lote AEIO, tendo sido medidos a base
AE=100,00m e os 4 ângulos OÂE=125˚30’; IÂE=30˚40’; AÊI=122˚50’ e AÊO= 28˚18’.
Se a luneta está totalmente horizontalizada (Figura 18) a distância é dada por Dh = 100. (fs - fi).
Quando a luneta está inclinada (Figura 19) e mede o ângulo de inclinação () a distância é dada por
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A medição taqueométrica tem alcance de visada muito limitado e está sujeita a muitos erros,
portanto sua precisão relativa é baixa (da ordem de 1:300). As fontes de erros mais comuns são a
Paralaxe dos fios do retículo; Imprecisão da constante multiplicativa do teodolito; Erros de
graduação da mira; e Erros de inclinação da mira.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
1. ache a distância plana correspondente à distância inclinada de 1221,50 m, medida com um
ângulo zenital de 8820’50”. Seria possível achar o desnível (distância vertical) entre os
dois pontos?
2. qual o valor medido da distância inclinada sabendo que a distância plana calculada a partir
do ângulo de inclinação de + 333’ 45” resultou 1000,00 m? É possível saber o desnível
(distância vertical)?
3. idem para um ângulo de inclinação de - 333’ 45”.
4. Calcule as distâncias planas das tabelas estadimétricas apresentadas nos exercícios do
Tópico 4.2. Tente achar os desníveis (distância vertical).
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4 - MÉTODOS DE LEVANTAMENTOS
Os Levantamentos topográficos podem ser do tipo Planimétricos, quando visam somente a
representação plana das feições, objetos e acidentes do terreno, sem considerar suas altitudes, cotas
ou diferenças de nível. Altimétricos quando visam somente a representação de altitudes, cotas ou
diferenças de nível. Planialtimetricos quando visam o levantamento completo para a representação
das feições, objetos e acidentes do terreno considerando suas posições planas e suas altitudes, cotas,
diferenças de nível e o relevo em geral. A execução de um levantamento topográfico convencional,
geralmente obedece aos passos principais a seguir:
1) Reconhecimento de toda a área a ser medida – deve-se percorrer toda a área e escolher
previamente, de forma adequada, todos os pontos/locais onde deve ser instalado o teodolito ou
estação, ou seja, os vértices de uma poligonal principal e das poligonais secundárias, etc.
2) Definição da Posição e Orientação geográfica do ponto de início da poligonal – devem ser
definidas as coordenadas planas-retangulares de um ponto inicial e um azimute de referência
(verdadeiro ou magnético) a partir desse ponto.
3) Medição e Ajustamento de uma poligonal principal e das poligonais secundárias: (todos os
ângulos e todos os comprimentos dos lados)
4) Medição de todas as feições, pontos e detalhes de interesse do levantamento topográfico a partir
dos vértices poligonais ou dos pontos auxiliares.
5) Cálculos e desenhos das plantas, perfis e de outros produtos derivados do levantamento
topográfico.
4.1. Sistemas de coordenadas planimétricas usados em topografia
Os dois sistemas de coordenadas mais usados em topografia para definição da posição espacial de
pontos e feições do terreno são: coordenadas polares e coordenadas planas-retangulares. Em casos
especiais, usam-se também as coordenadas esféricas geodésicas ou gográficas.
SISTEMA DE COORDENADAS POLARES – Neste sistema a posição relativa de um ponto
topográfico fica definida por um angulo (A) e uma distância (d). É o método natural usado no
levantamento de campo feito com teodolito ou ou estação total. É simples e direto para o desenho
dos trabalhos topográficos com uso do transferidor e escala graduada, porém acumula erros no
desenho gráfico de poligonais. Os softwares de CAD/CAC/SIG posuem ferramentas para desenho
por coordenadas polares, neste caso os erros de desenho de poligonais não são acumulados.
SISTEMA DE COORDENADAS PLANAS-RETANGULARES - Neste sistema a posição espacial
de um ponto topográfico fica definida por uma abcissa (x) e uma ordenada (y) em relação a dois
eixos coordenados ortogonais X e Y de origem. Este método demanda mais cálculos a partir das
medidas do levantamento de campo. Não acumula erros nos desenhos das poligonais feitas no papel
milimetrado. Este tipo de coordenadas são facilmente desenhados usando softwares de
CAD/CAC/SIG que possuem ferramentas para tal. É muito usado, principalmente para os desenhos
que requerem maior precisão; para avaliação analítica de áreas e volumes; e para cálculos indiretos
de azimutes, rumos e distâncias. As COORDENADAS PLANAS-RETANGULARES PARCIAIS
OU RELATIVAS de um ponto (j) medido ou irradiado são as abcissas e ordenadas em relação ao
ponto estação (i) do qual foi medido dadas por
xij = dij sen Azij
yij = dij cos Azij
As COORDENADAS PLANAS-RETANGULARES TOTAIS OU ABSOLUTAS são as abcissas e
ordenadas em relação a origem geral ou absoluta do sistema de coordenadas planas-retangulares. É
recomendável que o trabalho topográfico seja referenciado a um sistema cartográfico de
coordenadas padronizadas de uso consagrado e origens conhecidas. Por exemplo, o Sistema
Universal Transverso de Mercator – UTM que é mundialmente conhecido utilizado. Se isso não for
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viável, usa-se um sistema local onde é sempre conveniente uma definição da origem dos eixos
coordenados situada abaixo e a esquerda da área de interesse do levantamento, de modo a evitar
valores negativos de coordenadas de qualquer ponto do trabalho. As coordenadas absolutas são
dadas por
XJ = Xi + xij ou seja XJ = Xi + dij sen Azij
YJ = Yi + yij ou seja YJ = Yi + dij cos Azij
A Figura 20 ilustra os conceitos de coordenadas planas retangulares, distância inclinada, distância
plana e distância vertical (diferença de nível). Deduz-se da Figura que a altitude (H) é dada por
HJ = Hi + Hij ou seja HJ = Hi + Diij cos Z + At – Ap
Onde: Diij é distância inclinada de i para j; Z é o ângulo vertical zenital de i para j; At é altura do
teodolito em i; e Ap é a altura do prima visado em j.
Figura 20 – Coordenadas planas retangulares, eixos origem (E=X e Y=N), distância inclinada (Di),
distância plana horizontal (Dh), distância vertical (Dv), diferença de nível (Dn).
Exercício: calcular as coordenadas planas retangulares dos vértices da poligonal aberta abaixo,
sendo dadas as coordenadas planas locais de Xp1=1000.00 m, Yp1=2000.00 m e Cotap1=800.00 m.
Ache também a distância e o azimute do vértice inicial para o vértice final da poligonal, após
encontrar as coordenadas.
Vértice Pto Visado Âng Horiz Ang Zenital Fs fm fi Coord X Coord Y Azimute
P1 Norte Verd 00 00’
Ai=1.4 P2 134 47’ 94 30’ 1680 1340 1000
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Exercício: Dadas Xv1=1000 m; Yv1=4000 m; Hv1=500 m, faça o desenho da planta do terreno, por
coordenadas polares ou retangulares, na escala adequada ou usando software, calcule os
comprimentos dos lados do terreno.
Vértice Pto Visado Âng Hor Ang Z fs fm fi Di Pl Azimute CoordX CoordY
Norte Ver 0000’ 0000’
V1 Canto1 4500’ 8954’ 2000 1500 1000 100 m
Ai=1,5 Canto2 13500’ 9006’ 2500 1750 1000 150 m
5 Canto3 12500’ 9016’ 2500 1750 1000 150 m
Canto4 31500’ 8948’ 2000 1500 1000 100 m
Como desafio para os próximos tópicos ache as altitudes/cotas dos pontos.
4.3. Levantamento por interseção ou triangulação
O método consiste em medir um lado base de um triângulo e seus dois ângulos adjacentes para o
ponto a determinar. Permite medir pontos inacessíveis, como os situados em brejos ou em topos de
prédios, torres, etc. A FÓRMULAÇÃO BÁSICA e a LEI DOS SENOS: a/senA = b/senB = c/senC,
onde a é o lado oposto ao ângulo A; b é o lado oposto ao ângulo B; e c é o lado oposto ao ângulo C.
Isto permite calcular os outros lados do triangulo. O desenho pode ser feito em programa de CAD,
com transferidor e escala (coordenadas polares) ou por coordenadas plano-retangulares. No exemplo
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da Figura 21 pede-se para calcular os comprimentos e os azimutes dos lados, o ângulo no vértice 3 e
as coordenadas planas retangulares do ponto 3 para conferir com os resultados finais já dados.
Neste tipo de medição devem ser evitadas figuras com o ângulo de interseção muito pequeno. Uma
variação possível deste método consiste em medir apenas os três lados do triângulo (trilateração) e
determinar os três ângulos internos usando a lei dos co-senos.
a 2 b2 c 2 2bcCosA
Exercício: Dados Xa=1000,00m; Ya=5000,00m; Za=100,00m e a caderneta de campo abaixo,
preencha os campos calculáveis, faça o desenho do terreno ABCD da na escala 1:1000, calcule o
valor dos lados do terreno e compare com as medidas do desenho feito em escala.
Vertice Pt Visado Ang Horiz Ang Zenital Ao Dist Plana Azimute Coord.X Coord.Y H
A B 00 00’ 00” 90º12’30” 1.50 200,00 m 15º 12’
Ai=1.54 C (mourão) 50º25’42” 91º10’30” 2.0
D (mourão) 95º20’36” 89º30’50" 2.0
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de Deflexão). Pode-se medir os Ângulos Internos (mais usado) ou Ângulos Externos da poligonal.
As poligonais podem ser do tipo Fechadas ou Abertas. A Poligonal Aberta ocorre quando não há o
fechamento no ponto inicial ou em outro ponto de posição conhecida. Assim, é a menos
recomendada tendo em vista que não é possível fazer o controle dos erros angulares e lineares,
conforme exemplo da Figura 22 onde pede-se para calcular os azimutes 12 e 23 e as
coordenadas planas dos pontos 2 e 3 para conferir com os resultados finais já fornecidos. Se houver
erro em alguma medição angular ou linear intermediária será propagado para os pontos
subsequentes.
Figura 22 – Exemplo de poligonal aberta. Resultados do cálculo: Az12: 40˚30’; Az23: 140˚48’;
X2Y2: 608649.45, 7802760.41; X3Y3: 609344.68, 7801907.97; Dist13:.??.
A Poligonal Fechada é a mais recomendada e ocorre quando o vértice inicial coincide com o vértice
final ou quando os vértices inicial e final são pontos de coordenadas já conhecidas com precisão
certificada, permitindo fazer o controle dos erros angulares e lineares, conforme exemplo da Figura
23 onde pede-se para calcular erro de fechamento angular e os azimutes dos lados poligonais para
conferir com os resultados finais já fornecidos.
Figura 23 – Exemplo de poligonal fechada. Resultados do cálculo: Erro angular: 0˚00’00”; Az21:
43˚, Az12: 223˚, Az23: 142˚10’50”, Az32: 322˚10’50”, Az34: 62˚31’20”,
Az43: 242˚31’20”, Az41: 312˚29’20”, Az14: 132˚29’20”, Az14: 112˚19’20”.
O cálculo completo do caminhamento ou poligonal fechada, onde os erros angulares e lineares são
controlados, envolve as fases a seguir.
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a1=80 09’ a2=70 29’ a3=85 04’ a4=124 14’ T = 2.. n n=4 =1’
2) ERRO DE FECHAMENTO LINEAR - permite ter um controle da correção com que os lados
poligonais foram medidos. São necessárias as várias etapas a seguir para seu cálculo e correção.
2.1) CÁLCULO DOS AZIMUTES DOS LADOS POLIGONAIS (h, i ,j são os pontos RE,
ESTAÇÃO e a VANTE, é o ângulo horizontal)
Azij = Azih - esq Azij = Azih + dir
Azij = Azih + 180 + Ddir Azij = Azih + 180 - Desq
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P1 P5 00 00’ 88 30’ 1800 1400 1000 79,95 10 30’
Ai=1.44 P2 130 13’ 92 18’ 1900 1450 1000 89,86 140 42’
Furo Sonda1 170 54’ 95 40’ 1120 1060 1000 11,88 181 24’
P2 P1 00 00’ 87 42’ 1900 1450 1000 89,86 320 42’
Ai=1.42 P3 80 25’ 91 48’ 2000 1500 1000 99,90 41 06’
P3 P2 00 00’ 88 12’ 2000 1500 1000 99,90 221 06’
Ai=1.49 P4 50 43’ 93 54’ 1700 1350 1000 69,68 271 48’
P4 P3 00 00’ 86 06’ 1700 1350 1000 69,68 91 48’
Ai=1.40 P5 239 49’ 89 30’ 1804 1402 1000 80,39 331 36’
Furo Sonda2 200 06’ 86 34’ 1100 1050 1000 9,96 291 54’
P5 P4 00 00’ 90 30’ 1804 1402 1000 80,39 151 36’
Ai=1.39 P1 38 55’ 91 30’ 1800 1400 1000 79,95 190 30’
P1 500,00 1000,00
P1–P2 140 42’ 89,86 m 556,92 -0,04 930,46 -0,05 556,88 930,41
P2– P3 41 06’ 99,90 m 622,59 -0,08 1005,74 -0,10 622,51 1005,64
P3–P4 271 48’ 69,68 m 552,94 -0,11 1007,93 -0,14 552,83 1007,79
P4–P5 331 36’ 80,39 m 514,70 -0,14 1078,64 -0,19 514,56 1078,45
P5–P1 190 30’ 79,75 m 500,17 -0,17 1000,23 -0,23 500,00 1000,00
=419,58m Ex=+0,17 Ey=+0,23
P1 181 24’ 11,88 m 499,71 988,12
Furo1
P4 291 54’ 9,96 m 543,59 1011,50
Furo2
No exemplo da Figura 24 (abaixo) uma poligonal fechada foi desenvolvida para achar o
comprimento e a direção do ponto de Ínicio até o ponto Final de uma feição topográfica linear.
Encontrar esses valores seguindo os passos aprendidos nesta seção.
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Figura 24 – Exemplo de uma poligonal fechada para achar o comprimento e a direção de uma feição
em linha reta desde o ponto de Ínicio até o ponto Final. Resultados erro angular
poligonal ??; comprimento e azimute da feição linear: ??. ??.
A página seguinte apresenta um modelo de planilha para caderneta de anotações das medidas de
campo para ser usado em aulas práticas. .......................................................................................
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VÉRTICE PONTO ANG ANG LEITURA DA MIRA DIST DIST ALTITUDE AO CROQUIS E
AI VISADO HORIZONTAL VERTICAL fi fm fs INCLINADA PLANA OBSERVAÇÕES
2 2
Dp = Di sen Z Dp = Di cos Dp = 100(fs-fi).sen Z Dp = 100(fs-fi).cos H1 = H2 + 50(fs-fi).sen 2Z + Ai - Ao H1 = H2 + 50(fs-fi).sen 2 + Ai - Ao
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS
Dada a caderneta estadimétrica abaixo referente ao levantamento planimétrico de uma propriedade, fazer a memória de CÁLCULOS e o DESENHO DA PLANTA
do levantamento, conforme diretrizes abaixo:
As coordenadas planas do vértice inicial P1 são Xp1=1000.00m, Yp1=5000.00m e Altp1=800.00m.
Na caderneta estadimétrica os pontos com as letras:
E são do eixo de uma estrada com 4 metros de largura
C são de uma casa de formato retangular
G são de um galpão de formato retangular
P são da poligonal principal fechada
DP são os vértices das divisas da propriedade cercada com tela de arame
MR margem interna de um córrego de 6 m de largura que é também divisa natural da propriedade
Obs. A RUA PRINCIPAl tem largura de 12 metros
1. Calcular o erro de fechamento angular da poligonal principal fechada.
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VÉRTICE PONTO ANG ANG LEITURA DA MIRA DIST DIST ALTITUDE AO CROQUIS E
AI VISADO HORIZONTAL VERTICAL fi fm fs INCLINADA PLANA OBSERVAÇÕES
P1 P7 00 00’ 89 40’ 1000 1626 2252 Az Mag=
Ai =1,50m P2 143 23’ 92 18’ 1000 1566 2132 Poligonal Vante
G4 01 37’ 89 30’ 1000 1498 1996 canto do galpão
G1 26 07’ 89 20’ 1000 1242 1484 canto do galpão
G2 44 57’ 89 25’ 1000 1382 1764 canto do galpão
E5 50 44’ 91 40’ 1000 1267 1534 eixo da estrada
E4 99 57’ 89 10’ 1000 1317 1634 eixo da estrada
DP1 230 10’ 88 12’ 1000 1157 1314 divisa da prop
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VÉRTICE PONTO ANG ANG LEITURA DA MIRA DIST DIST ALTITUDE AO CROQUIS E
AI VISADO HORIZONTAL VERTICAL fi fm fs INCLINADA PLANA OBSERVAÇÕES
MR5 141 46’ 87 45’ 1000 1433 1867 margem do riacho
MR7 156 58’ 92 00’ 1000 1117 1235 margem do riacho
MR8 241 00’ 91 55’ 1000 1061 1123 margem do riacho
MR9 310 04’ 90 45’ 1000 1134 1268 margem do riacho
DP4 310 04’ 90 45’ 1000 1134 1268 divisa da prop
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1. Os satélites descrevem órbitas bem definidas que obedecem às leis da mecânica celeste
estabelecidas por Kepler e estendidas por Newton, permitindo calcular suas posições
tridimensionais (x,y,z) em um instante (t) qualquer em relação a um sistema cartesiano de 3 eixos
(X,Y,Z) fixados no espaço (SI).
2. Entretanto, as órbitas dos satélites artificiais, estão sujeitas a perturbações que modificam os
elementos keplerianos da órbita normal (campo gravitacional terrestre, atração das marés, da Lua,
do Sol e dos planetas, arrasto da atmosfera, pressão da radiação solar e outros) dando origem a uma
órbita perturbada.
3. As estações do segmento de controle terrestre medem com grande precisão as órbitas dos satélites
GPS na passagem destes pelo campo de visada das antenas, calculando e modelando com precisão
as perturbações sofridas pela órbita normal.
4. Em função da órbita medida com precisão pelas estações de Monitoramento e Controle, a Estação
Master calcula uma projeção/previsão das órbitas para as próximas horas. Estas orbitas previstas
por cálculos (conhecidas como Efemérides Transmitidas) são transmitidas para os satélites pelas
Ground Antenas.
5. Os satélites (que receberam as informações das Ground Antenas) transmitem permanentemente
para a Terra e para o espaço os parâmetros relativos a sua própria órbita prognosticada (Efemérides
Transmitidas). Os satélites, também geram internamente e transmitem permanentemente os sinais
de navegação (códigos CA e P ou Y).
6. Os receptores GPS terrestres capturam os dados da órbita (que permitirão ao software do receptor
calcular a posição espacial do satélite no instante da transmissão) e capturam também os códigos
(CA, P, Y) que permitem deduzir com alta precisão o intervalo de tempo (t) entre sua emissão do
satélite e sua chegada ao receptor.
7. A distância satélite-receptor é calculada (Drs = t x Velocidade_da_Luz). A medição de três
distâncias (3 satélites) permite calcular a posição do ponto terrestre no sistema tridimensional
(X,Y,Z).
8. Apesar de todos os relógios GPS terem sido sincronizados na mesma escala de tempo (GPST). O
relógio atômico do satélite é bem mais preciso que o relógio de quartzo do receptor. Assim, as
distâncias apresentam erros grosseiros e por isso são chamadas pseudo-distâncias.
9. Portanto, há necessidade de observar mais 1 satélite (total de 4) para eliminar, por artifícios
matemáticos, o erro grosseiro devido às diferenças entre os dois relógios (satélite e receptor).
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10. As coordenadas tridimensionais (X,Y,Z) do receptor são calculadas no sistema SI, convertidas para
(X,Y,Z) no ST fixado na Terra e a partir deste convertidas para coordenadas geodésicas elipsoidais
(Lat, Lon, Alt) ou para coordenadas planas de um Sistema de Projeção Cartográfica (N,E,Alt)
como o UTM, no datum global geocêntrico WGS84.
11. Podem também ser convertidas para um sistema local (topocêntrico) como SAD69 ou Córrego
Alegre ou outros usados em mapas antigos.
5.1. Técnicas de observações
Os receptores GPS/GNSS podem ser classificados segundo as diferentes aplicações a que se destinam.
Como as aplicações estão estreitamente relacionadas ao tipo de sinal GPS utilizado, os receptores
diferenciam-se segundo as componentes do sinal rastreadas. No princípio identificavam-se duas
grandes classes: Os receptores destinados a aplicações de posicionamento em tempo real
(classicamente denominadas aplicações de navegação) caracterizados pela observação dos códigos CA
e P e os destinados a aplicações estáticas (levantamentos geodésicos/topográficos) que observam
principalmente as fases das portadoras L1 e L2. Esta clara distinção que havia entre aplicações de
navegação e aplicações estáticas durante os primeiros anos do GPS está desaparecendo rapidamente
com o desenvolvimento de novas técnicas e algoritmos sofisticados. As Modernas abordagens
combinam ambos os tipos de sinais de forma integrada e otimizada resultando em uma teoria de
posicionamento unificada para navegação e levantamentos topográficos e geodesicos. Tal como já
ocorre nas aplicações de levantamentos topográficos e geodesicos as aplicações de navegação seguem
uma forte tendência apontando para o cálculo da posição em relação a estações de posição já conhecida
Robustos algoritmos de processamento estão reduzindo tão significativamente o tempo necessário ao
rastreio, de forma que nem mesmo a distinção entre as técnicas estáticas e cinemáticas estão fazendo
sentido atualmente.
Devido ao constante desenvolvimento e aperfeiçoamento que vem ocorrendo com os receptores não é
conveniente descreve-los em detalhes. Porém, vale destacar os avanços desenvolvidos para a
correlação estreita do código CA, as várias soluções implementadas para superar o problema de
Antispoofing, a disponibilidade de receptores que processam fases completas das portadoras em L1 e
L2, pseudo distâncias com código CA e pseudo distâncias com código P e Y tudo integradamente,
desenvolvimento de receptores que observam simultaneamente sinais dos satélites GPS, dos satélites
GLONASS (Russo), GALILEU (Europeu) e BEIDOU (Chinês). A maioria dos receptores atualmente é
do tipo multicanal, ou seja cada canal rastreia um satélite independentemente.
Embora o posicionamento GPS/GNSS caminhe na direção de uma teoria unificada para aplicações de
navegação, geodésia, topografia e demais aplicações, vamos abordar as técnicas de observação
segundo os aspectos clássicos separadamente, para tornar o assunto mais claro.
OBSERVAÇÃO DOS CÓDIGOS (CA e P ou Y)
Esta técnica utilizada principalmente para aplicações de navegação em tempo real, baseia-se no
principio já resumidamente descrito anteriormente no tópico 5. Os satélites e os receptores são
programados para gerarem sinais de códigos no mesmo instante da escala de tempo GPST. Devido ao
longo espaço de separação (mais de 20000 km) o sinal emitido pelo satélite chegará com atraso ao
receptor. O receptor correlaciona o código recebido com a réplica do código gerado pelo seu oscilador
e determina o atraso (tr-ts). A posição dos satélites é calculada com base nos elementos keplerianos das
orbitas e suas variações transmitidos na mensagem de navegação e as distâncias do satélite ao receptor
são calculadas com base na equação
Drs = (tr-ts) x VelocidadeDaLuz + r.
A precisão da medida do tempo é um fator de fundamental importância, pois o sinal gerado no satélite
leva menos de um décimo de segundo para atingir o receptor, e um erro de apenas um centésimo de
segundos pode resultar em uma posição 3 mil quilômetros fora. O relógio atômico do satélite tem
excelente precisão, superior a um bilionésimo de segundo, mas o relógio de quartz do receptor tem
precisão menor, ocasionando o erro do relógio do receptor (r). A observação do quarto satélite
eliminará matematicamente esse erro. Uma vez que são conhecidas as posições dos satélites, quatro
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pseudodistâncias serão suficientes para calcular a posição do receptor corrigida do erro do relógio do
receptor (r). A geometria tridimensional calcula a distância entre o receptor e o satélite pela equação
Drs - r = [(Xs –Xr)2 + (Ys –Yr)2 + (Zs –Zr)2]1/2
A fase da portadora pode ser medida com precisão de 0.01 do ciclo da onda por isso a medição da
distância tem precisão bem maior do que através do código. É como se fosse utilizada uma régua com
graduação de centímetros para determinar a distância. Há, porém, o problema adicional da
ambiguidade (N) que é o número inteiro de ciclos da onda imediatamente antes do início do rastreio,
cuja determinação requer tempo adicional de observação. Por isso os primeiros usos da fase da
portadora se deram em aplicações que demandam alta precisão, porém não requerem tempo real.
Abordamos as duas técnicas acima em separado para melhorar a compreensão didática e para enfocar
os diferentes princípios envolvidos, mas ressaltamos que as soluções combinadas de observações dos
códigos e das fases das portadoras são hoje muito comuns e representam a tendência atual e futura.
Essas soluções envolvem técnicas eletrônicas avançadas e algoritmos sofisticados. Existe atualmente
um grande leque de opções em termos de receptores disponíveis no mercado que atendem a várias
necessidades e a diferentes orçamentos. Há receptores que utilizam processamento de todos os recursos
e sinais possíveis e por isso é também comum os receptores serem classificados de acordo com vários
outros tópicos como abordaremos a seguir.
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Os receptores que rastreiam apenas o código C/A são tipicamente os receptores de mão utilizados para
navegação em geral, atividades de lazer e levantamentos aproximados, sem dúvida os mais difundidos
e mais baratos do mercado. Os receptores que utilizam código P são de uso militar exclusivo e não
estão disponíveis para usuários comuns. Os receptores que utilizam código C/A e portadora L1 ou as
duas portadoras L1 e L2 juntas, são utilizados em levantamentos topográficos que adotam métodos
relativos (estático, cinemático, estático rápido e RTK), bem como, na coleta de feições geográficas
com associação de atributos temáticos para alimentar Sistemas de Informações Geográficas (SIG).
Estes possuem precisão típica de 1 a 2 ppm (para receptores L1 o afastamento máximo da base é de 20
km). Os receptores que empregam código C/A, código P e as duas portadoras L1 e L2 conjuntamente
são chamados geodésicos e possuem o melhor desempenho e precisão do mercado. Operam com toda a
capacidade sem interrupção, mesmo com antispoofing. Existem também receptores específicos para
aquisição de tempo. Outras classificações são possíveis, mas o mais importante é ter claro a aplicação e
a precisão desejada. Isso vai ajudar o usuário na identificação do receptor independente da
classificação adotada.
5.3. Modos de posicionamento
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Posicionamento Estático dois ou mais receptores fixos durante toda a seção de observação (20 a 120
min) com precisão de 1 a 2 ppm. É a técnica mais segura e precisa, porém muito demorada, sendo ideal
para transporte de coordenadas para estações bases. Receptores L1 para bases curtas ou L1,L2 para
bases longas.
Pseudo-Estático ou Pseudo-cinemático menor tempo de ocupação (5 a 20 min), não é necessário o
rastreio contínuo, porém há necessidade de reocupação das estações móveis dentro de 60 a 120
minutos. Ideal onde se deseja alta produtividade porém há muitas obstruções entre as estações.
Receptores L1 ou L1,L2. Ideal para linhas de até 10 km.
Posicionamento Cinemático Contínuo um receptor fixo e outro móvel com taxa de observação de
apenas 1 seg. É necessário rastreio contínuo dos mesmos satélites, definir ambiguidades no início ou
durante o rastreio (20 a 30 min) e retornar à posição inicial.
Posicionamento Semi-Cinemático (Stop-And-Go) um receptor fixo e outro móvel, taxa de observação
de apenas alguns minutos. É necessário rastreio contínuo dos mesmos satélites, definir ambiguidade no
início do rastreio e o retorno à estação após 20 a 30 min, por isso exige cuidadoso planejamento. Para
receptores L1 as linhas devem ser em torno de 10 km.
Estático-Rápido eqüivale ao Pseudo-Estático sem necessidade de reocupação das estações móveis.
Utiliza as portadoras L1 e L2 e os códigos CA e P ,assim como, algoritmo adequado para solução de
ambiguidades. Ideal para linhas de até 10 km
On The Fly equivale ao Estático-Rapido com a estação itinerante se movendo continuamente. Utiliza
as portadoras L1 e L2 e os códigos CA e P. As ambiguidades são resolvidas em tempo real através de
algoritmos sofisticados.
Relaxação Orbital técnica utilizada para aplicações científicas baseada em efemérides precisas
Integração Orbital técnica utilizada para aplicações geodinâmicas baseada em efemérides precisas
A partir de 1991 vários Estados brasileiros e algumas concessionárias de serviços públicos começaram
a implantar redes passivas de estações GPS formando o que se chama de Rede Nacional GPS.
REDE BRASILEIRA DE MONITORAMENTO CONTÍNUO (RBMC) - Atualmente o IBGE que é o
órgão gestor do Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) está disponibilizando a Rede Brasileira de
Monitoramento Contínuo (RBMC) que é uma rede ativa formada por várias estações GPS/GNSS
espalhadas pelo Brasil que propiciará uma estrutura geodésica de controle altamente precisa e permitirá
aos usuários ligar seus levantamentos ao Sistema Geodésico Brasileiro (SGB), utilizando apenas um
receptor. Conforme discutido nos tópicos anteriores, nas aplicações relativas o usuário necessita de
dois receptores, um ocupando um ponto a determinar e outro ocupando um marco geodésico do SGB.
As estações da RBMC que estão instaladas em pontos geodésicos de altíssima precisão, fazem parte do
SIRGAS (Figura 27), farão o papel do marco geodésico do SGB, e isso dispensará o usuário da onerosa
tarefa de ocupação de pontos geodésicos da malha convencional do SGB. Bastará ao usuário dispor de
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apenas um receptor GPS para coletar seus dados e solicitar os dados coletados pelo IBGE na estação
RBMC mais próxima para fazer o pós-processamento diferencial e obter suas posições precisas
amarradas ao Sistema Geodésico Nacional. Atualmente os dados são disponibilizados gratuitamente ,
em formato RINEX, com intervalo de observação de 15 segundos na internet, site:
http://www.ibge.gov.br. Para maiores esclarecimentos incluímos a seguir cópia de um boletim do
IBGE contendo informações adicionais sobre a RBMC.
REDE INCRA DE BASES COMUNITÁRIAS (RIBAC) - Para os usuários interessados em trabalhos
locais de menor precisão existe a Rede INCRA de Bases Comunitárias (RIBAC) que é uma rede ativa
mantida pelo INCRA e fornece dados coletados em uma só freqüência (L1) via internet através do site:
http://www.incra.gov.br.
REDES PRIVADAS - Existem, ainda disponíveis, diversas redes privadas de bases ativas GPS das
quais o leitor poderá obter maiores informações nos sites a seguir: http://www.santiagoecintra.com.br ;
http://www.sightgps.com.br http://www.trimbase.com.br ; http://www.manfra.com.br
Figura 27 – RBMC, rede ativa do IBGE, operando 24 horas, com estações GPS/GNSS espalhadas no
Brasil. Propicia uma estrutura geodésica altamente precisa, permitindo aos usuários
referenciar seus trabalhos de levantamentos ao Sistema Geodésico Brasileiro (SGB), com
um único receptor.
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Há muitas fontes de erros que podem interferir e degradar a precisão da posição determinada através do
Sistema GPS. A seguir abordaremos as mais importantes.
Disposição Geométrica da constelação – a disposição espacial dos satélites no instante das
observações tem muita influência na qualidade das posições e na propagação dos erros. Denominam-se
DOP ( Dilution of Precision) os fatores que descrevem o efeito da geometria da constelação. HDOP
descreve o efeito da disposição espacial dos satélites nas coordenadas planimétricas, VDOP descreve o
efeito da disposição espacial dos satélites na altitude, PDOP descreve o efeito da disposição espacial
dos satélites na posição tridimensional, TDOP descreve o efeito da disposição espacial dos satélites no
tempo, GDOP descreve o efeito da disposição espacial dos satélites na posição e no tempo. Quanto
maior o valor numérico do DOP pior a qualidade da observação. Esses fatores são função dos
elementos da diagonal da matriz variância-covariância dos parâmetros ajustados e podem ser
calculados previamente a partir da posição aproximada da localidade e das orbitas predeterminadas dos
satélites. O GDOP é inversamente proporcional ao volume do tetraedo formado pelos 4 satélites
observados.
Técnica utilizada e sinal observado na medição (Código x Fase; Estática x Cinemática) – de um modo
geral, a fase dá melhor precisão que o código e as aplicações estáticas dão melhores resultados que as
cinemáticas.
Modelagem ou eliminação dos efeitos atmosféricos – os sinais GPS sofrem retardos ao atravessar a
ionosfera e troposfera, com o afastamento da estação base os efeitos da ionosfera na estação móvel
tornam se muito diferentes da base, não podendo ser eliminados por combinação linear, afetando a
precisão relativa. Como o retardo sofrido pelo sinal é inversamente proporcional ao quadrado da
freqüência de transmissão, utilizando receptores de dupla freqüência (L1 e L2) é possível calcular com
precisão e eliminar ou reduzir a um mínimo o retardo da ionosfera sobre os sinais GPS. Porisso
receptores de dupla freqüência são necessários para bases longas e receptores de uma freqüência só
servem para bases curtas .
Precisão das efemérides – (Precisas x Transmitidas) – efemérides precisas são os elementos
keplerianos das órbitas dos satélites medidos com precisão através de redes de monitoramento. Estas
efemérides permitem calcular as coordenadas dos satélites com grande precisão e consequentemente
fornecem posições terrestres altamente precisas. Por outro lado as efemerides transmitidas são
resultantes de uma previsão e não permitem calcular as coordenadas dos satélites com a mesma
precisão das precisas.
Efeitos de multicaminhamento da onda – as ondas que não atingem diretamente o receptor, podem
atingir objetos próximos e sofrendo reflexão atingi-lo indiretamente, causando erros, principalmente
próximo a superfícies refletoras. Ocorrem sem nenhum aviso prévio, podem ser minimizados no
campo pela qualidade da antena e podem ser reconhecidos e corrigidos pelos softwares mais
sofisticados.
Ruído do receptor – todo receptor tem um ruído eletrônico que pode atrapalhar o sinal. Receptores de
qualidade possuem ruído menor.
Ângulo de elevação do satélite – de modo geral, quanto mais elevado o ângulo melhor o resultado.
Quando o ângulo acima do horizonte é muito baixo o cálculo da posição não produz bons resultados,
para resultados aceitáveis o ângulo deve estar acima de 15 graus.
Rotação da Terra – ao deixarem os satélites, os sinais levam alguns centésimos de segundos para
atingir o receptor, enquanto isto, dependendo da latitude do receptor, a Terra já se movimentou mais de
20 m. Alem disso, o movimento de rotação da Terra não é rigorosamente regular, sofrendo variações
de longo e curto período que devem ser considerados com muita precisão.
A tabelas abaixo descrevem de forma resumida as técnicas, aplicações, sinais observados, erros
eprecisões associadas ao uso do sistema GPS.
5.6. Sistema de Coordenadas planas da projeção UTM
O sistema de coordenadas esféricas (latitude e longitude), apesar de ser muito útil para localização
inequívoca de pontos na superfície elipsóidica da Terra, se mostrou pouco prático para trabalhar com a
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manipulação dos elementos e feições projetadas no plano dos mapas, cartas e plantas, portanto foram
criados os sistemas de coordenadas planas cartesianas associados às projeções cartográficas (são
diferentes dos sistemas de coordenadas planas cartesianas topográficas locais). Os sistemas de
coordenadas cartográficas planas cartesianas têm a origem dos seus eixos coordenados fixadas em
paralelos e meridianos terrestres específicos e as coordenadas do sistema são medidas em metros, e não
em graus como nas latitudes e longitudes. A coordenada X é denominada Este (E) e a coordenada Y
denominada Norte (N). As coordenadas planas estão associadas ao sistema de projeção específico do
mapa, cada coordenada plana corresponde a uma coordenada geográfica que foi transformada pelas
equações do sistema de projeção usado no mapa.
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A transformação dos pontos terrestres para o plano de projeção requer o estabelecimento de sistemas
de coordenadas para garantir uma correspondência em ambas as superfícies. As coordenadas dos
elementos da superfície no modelo elipsóidico são expressas em latitude e longitude geodésicas. As
coordenadas na superfície plana de projeção são expressas em um sistema cartesiano retangular com o
eixo X positivo apontando para Este e eixo Y positivo apontando para Norte. A relação entre as
coordenadas elipsóidicas e as coordenadas no plano são dadas pela lei matemática da projeção que é
característica de cada sistema particular de projeção (Figura 29).
Figura 29. – Ilustração da Terra com suas feições mapeadas em 4 diferentes projeções. Observe que os
mesmos objetos ta Terra se mostram muito diferentes conforme a projeção utilzada na
representação.
1) É uma projeção cilíndrica conforme, isto é, mantém a verdadeira grandeza dos ângulos e as formas
das pequenas áreas. A superfície de projeção é um cilindro com eixo perpendicular ao eixo polar
terrestre.
2) O cilindro de projeção é secante ao elipsóide de revolução ao longo de dois meridianos, nos quais
não ocorrem deformações de escala da projeção (K=1). As regiões entre os meridianos de secância
sofrem reduções de escala (K<1), enquanto as regiões fora dos meridianos de secância apresentam
escalas ampliadas (K>1). Desta forma permite-se que as distorções de escala sejam distribuídas ao
longo do fuso de 6 de amplitude.
a 174W, o fuso 2 de 174W a 168W e o fuso que passa em Belo Horizonte (long = 44) é o de
número 23. O coeficiente de redução máxima de escala ocorre ao longo do meridiano central do
fuso (MC) e tem o valor constante K0 = 0.9996 (1 m para cada 2500 m). Os meridianos centrais são
múltiplos de 6 acrescidos de 3 e todos podem ser facilmente encontrados pela relação MC = 6 x
N + 3, (onde N é um inteiro de 0 a 29). Se for dado o Número do Fuso então MC = 183–6x
NroFuso
4) O Equador é representado em mapa por uma linha reta horizontal, o Meridiano Central
representado por uma linha reta vertical, os paralelos são curvas de concavidades voltadas para os
pólos e os meridianos são curvas de concavidades voltadas para o MC.
5) As coordenadas planas UTM são designadas inequivocamente pelas letras E e N, acrescidas do Nro
do Fuso e do Hemisfério (S ou N). A origem do sistema cartesiano de coordenadas é formada pelo
meridiano central do fuso (MC, eixo Y) cujo valor é E=500.000,00 metros, e pelo Equador (eixo
X) que tem valor N=0,00 metros, para coordenadas no hemisfério norte e N=10.000.000,00 metros,
para coordenadas no hemisfério sul. As constantes E=500.000 m para o MC e N=10.000.000 m
para o Equador são chamadas, respectivamente, de Falso Este e Falso Norte e têm objetivo de
evitar coordenadas negativas
6) O coeficiente de deformação de escala (K) em um ponto qualquer do fuso UTM varia com o
afastamento do meridiano central e é dado de forma aproximada por K=K0(1+(E-500.000)2/2R2),
onde E é a coordenada UTM do ponto e R o raio médio da curvatura da Terra no ponto
considerado.
Figura 30 – Visão geral de vários aspectos abordados do Sistema UTM. Paralelos e meridianos
encurvados, exceto o meridiano central e o Equador, cilindro secante girando de 6 em 6
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graus para produzir os 60 fusos, numerados onde Greenwich separa o fuso 30 do 31, fuso
padrão com as regiões de ampliações e de reduções.
Figura 31 – Visão geral de um fuso UTM completo do polo Norte ao polo Sul. Nos polos usa se o
sistema UPS (universal polar estereografiaca) que complementa o UTM.
8) o sistema costuma ser também dividido em faixas de 8de latitudes designadas pelas letras do
alfabeto (exceto I e O) A contagem começa em 80 Sul com a letra C e cresce para Norte até a letra
X. Assim coordenadas na faixa de 16 Sul a 24 Sul dentro da zona de MC=45 são precedidas por
23K (por exemplo. UTM 23K 608600; 7802650 são as coordenadas no datum SAD 69 do PCA-
UFMG)
9) A projeção UTM quando comparada a outras projeções apresenta deformações muito pequenas em
todos os aspectos.
A Figura 32 (esquerda) ilustra o sistema de coordenadas planas padronizado de um Fuso UTM o qual é
o mesmo em todos os 60 fusos. Na Figura 32, direita é ilustrado o conjunto dos oito Fusos usados no
mapeamento do território brasileiro.
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Figura 32 – Ilustração do sistema de coordenadas planas de um Fuso UTM (lado esquerdo). Este
sistema é igual para todos os 60 fusos. A diferenciação é feita pelo acréscimo do número
do fuso (lado direito, mostrando a numeração de Fusos que passam no Brasil.
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6 - CÁLCULO DE ÁREAS
O cálculo de áreas é aplicado na topografia para diversos propósitos como o cadastro e medição de
propriedades, serviços de terraplenagem, projetos de barragens, etc. As áreas podem ser avaliadas por
métodos analíticos os quais são os mais precisos e mais recomendáveis, baseados em formulações
matemáticas que usam as coordenadas e as medidas de campo. Há também os métodos gráficos,
baseados nas plantas e nos desenhos e os métodos mecânicos que usam um instrumento chamado
planímetro para medição de áreas em plantas. Atualmente usam-se mais intensamente os programas de
computadores, baseados nos métodos analíticos, que facilitam sobremodo a terefa do cálculo de áreas.
As fórmulas para cálculo das áreas das figuras geométricas principais comuns mais conhecidas são:
TRIÂNGULO: A = (base * altura)/2 ou A = [P(P-a) * (P-b) * (P-c)] 1/2 onde P = (a + b + c)/2;
PARALELOGRAMO: A = base * altura; TRAPÉZIO: A = 1/2 * (base1 + base2) * altura;
CÍRCULO: A = R2; QUADRADO: A = Lado2
Exercício:
Ache a area do triângulo da Figura 21.
O cálculo de áreas pelo processo gráfico apresenta pouca precisão, devido a erros gráficos provenientes
do desenho e da interpretação da planta, erros de generalização de feições, de conversão de escala, de
leitura e simplificação de trechos sinuosos, etc. Como a área envolve duas dimensões a escala da planta
é considerada ao quadrado nas conversões.
E2 = a/A ou seja Area_terreno = área_grafica * (Denominador_da_Escala)2 deve
ser observada a conversão das unidades gráficas (cm ou mm ) para unidades do terreno (m ou km2).
2 2 2
Exercício:
Calcule a área da poligonal da Figura 23 pelo método gráfico, supondo que a escala do desenho é
1:2000.
A área de um polígono complexo pode ser calculada com auxílio da divisão em figuras geométricas
simples, como triângulos, retângulos, quadrados e trapézios.
Exercício:
Ache a área da planta da Figura 45 entre o Rio Carandai e o divisor de águas (linha pontilhada)
decompondo em figuras geométricas simples.
O calculo de áreas Pelos processos analíticos são os mais precisos, pois são feitos por meio de cálculos
com base nas coordenadas plano-retangulares ou nos lados medidos no campo. Não usam plantas,
desenhos ou gráficos.
A área de um terreno de formato de polígonal complexo pode ser avaliada anliticamente pela
decomposição em vários triângulos e achando a somatória. A área de cada triangulo é dada pela
fórmula: AT = [P(P-a).(P-b).(P-c)]1/2 onde P = (a + b + c)/2
Exercício:
Calcule a área do terreno da Figura 16, dados os lados e a diagonal.
Calcule a área da Figura 17.
A=1/2.[Y1X2 + Y2X3 + Y3X4 +...+ YnX1 - (X1Y2 + X2Y3 + X3Y4 +...+ XnY1)]
Dependendo da sequência dos pontos (horário / antihorário) o resultado pode ser negativo e o sinal é
desconsiderado.
Exercício: Calcule a área do terreno de 5 lados, dadas abaixo as coordenadas de seus vértices
P1 P2 P3 P4 P5 P1
X(m) 600300 600400 600600 601000 601200 300
Y(m) 7800300 7800800 7801200 7801000 7800400 300
Resposta: 520.000m2 ou 52 Ha
Trapézios de mesma altura (distância igual entre bases) simplifica, aplicando-se o Método de Bezout
A = d.[(h1 + hn)/2 + h2 + h3 + ... + hn-1]
Exercícios:
Achar a área da planta da Figura 42 abaixo da curva de nível 112m. Escala 1:1000, utilizando os
métodos acima.
Achar a área da planta da Figura 43 acima da curva de nível 150m. Escala 1:5000, utilizando os
métodos acima.
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É feito com um instrumento nivelador chamado nível de luneta, Figura 33, o qual é instalado no tripé,
fazendo as visadas sempre horizontalizadas através de leituras nas miras falantes (réguas graduadas)
determinando o desnível (distância vertical) de forma direta entre pontos topográficos (ver Figura 34).
Como a medida é direta, sem inclinação da luneta, este método apresenta a melhor precisão dentre
todos, sendo muito usado em eixos de obras lineares como estradas, canais, dutos, etc. Os pontos a
serem nivelados já devem ter sua situação planimétrica determinada previamente, geralmente através
de malhas/grades retangulares ou seções estaqueadas com marcações amarradas no sistema da obra.
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Figura 33 – Nível de luneta, o qual obtem as leituras nas miras graduadas fazendo as visadas sempre
horizontalizadas (sem inclinação da luneta) permitindo achar o desnível de forma direta.
LEITURA RE: é a leitura feita pelo instrumento nivelador no ponto de REFERÊNCIA (RE) o qual já
tem cota ou altitude conhecida. Em cada lance de nivelamento só tem uma leitura RE.
LEITURA VANTE: é a leitura feita pelo instrumento nivelador em um ponto de cota ou altitude a ser
determinada. Em cada lance de nivelamento pode ter uma ou várias leituraa VANTE.
O cálculo do nivelamento geométrico é simples e direto. Primeiro acha-se a Cota/Altitude do
Instrumento Nivelador = Cota/Altitude do ponto RÉ + Leitura RÉ, ou seja HI = HR + RÉ. Em seguida
acha-se a Cota/Altitude do ponto VANTE = Cota/Altitude do Instrumento - Leitura VANTE (HV=HI-
VANTE)
Dica: as Leituras de RE são sempre somadas e as Leituras de VANTE são sempre subtraídas.
NIVELAMENTO SIMPLES: é uma operação de nivelamento onde o intrumento não muda de lugar.
Faz-se uma única leitura RÉ e uma ou várias leituras VANTE.
NIVELAMENTO COMPOSTO: é uma operação onde o instrumento muda de lugar uma ou várias
vezes. Cada mudança terá uma única leitura RÉ em um ponto já medido no lance anterior e uma ou
várias leituras VANTE em pontos a determinar. Ou seja os pontos de mudanças sempre apresentam
inicialmente uma leitura VANTE vinda do lance anterior e em seguida uma leitura RE para achar a
nova altitude/cota da luneta e permitir a continuação do trabalho.
A CADERNETA DE CAMPO tem a forma geral dada no exemplo a seguir, onde é apresentado um
trabalho de nivelamento composto referente a um pequeno trecho do eixo de uma via em percurso de
ida e de volta com o fechamento na mesma Referência de Nível inicial (RN-2A) para controle dos
erros. A tolerância para o erro de fechamento depende da ordem de precisão exigida. Para os trabalhos
gerais a tolerância é dada, em mm, pela expessão 24mmK onde K é o percurso em km. Por exemplo,
se o trecho nivelado tem 4 km, então o erro tolerável é de 24mm*2 = 48 mm.
Ponto Leitura Mira (mm) Altitude da Cota (mm) Correção Cota / Altitude OBS
Visado RÉ VANTE Luneta (mm) /Altitude (mm) Corrigida (mm)
RN-2A 958 . 822300 821342 0 821342 Pt.referência
E1 1300 821000 -1 820999 eixo da obra
E2 1705 820595 -1 820594 eixo da obra
AUX 1 527 2003 820824 820297 -1 820296 Pt. mudança
E3 851 819973 -2 819971 eixo da obra
E4 1620 819204 -2 819202 eixo da obra
AUX 2 620 1850 819594 818974 -2 818972 Pt. mudança
E5 1210 818384 -3 818381 eixo da obra
AUX 3 1850 1920 819524 817674 -3 817671 Pt. mudança
AUX 4 2021 900 820645 818624 -4 818620 Pt. mudança
AUX 5 1900 430 822115 820215 -6 820209 Pt. mudança
RN-2A 765 821350 -8 821342 fecha na ref.
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A Figura 35 mostra o perfil topográfico dos pontos do eixo da via (E1, E2, E3, E4 e E5).
Figura 35 – Perfil topográfico do eixo da via, pontos E1 até E5, dados na ilustração da Figura 34.
Os trabalhos de nivelamento geométrico devem ser nivelados e contranivelados (Ida e Volta) para
fechamento no ponto de partida e o erro, se estiver dentro de uma tolerância estabelecida, deve ser
distribuído nas estações de instalação do nível de luneta. A caderneta a seguir mostra o controle feito
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pela chegada em outra RN de cota já conhecida e certificada (RN2=105.198 m), neste caso não se faz a
volta ou contranivelamento, pois o ponto de chegada é um ponto de controle certificado.
Exercício: dada a caderneta de nivelamento do eixo de uma obra (somente trecho de ida sem controle
de volta) com estaqueamento padrão de 20m. Pede-se fazer o perfil, lançar um greide de 4% iniciando
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na mesma cota da estaca 0 e achar as alturas de corte/aterro nas demais estacas. Observe que o ponto
2+8.60 é um ponto de mudança que está diatante 48.60 m do início (2x20+8.60m=48.60m).
Ponto Leituras Cota/Altit do Cotas/Altit Correções Cotas/Altitudes Observaçõe
Visado RÉ VANTE Instrumento dos Pontos corrigidas
RN 2.200 . 103.200 101.000 Estacas de
0 3.200 100.000 20 em 20
1 1.600 101.600 metros
2 .900 102.300
2+8.60 m 3.800 .200 106.800 103.000 Trecho só
3 2.800 104.000 de ida, sem
4 3.600 103.200 Correções
5 3.000 103.800
7.2. Nivelamento trigonométrico
É feito com teodolito ou estação total através de visadas inclinadas, usando distanciômetros (trena,
medidor eletrônico ou triangulação) e cálculos trigonométricos. Apresenta, geralmente, precisão menor
que o nivelamento geometrico, porém tem maior alcance e mais praticidade de operação nos trabalhos
gerais de levantamentos. Com uso do azimute da visada da estação/teodolito pode se determinar a
posição horizontal e vertical ao mesmo tempo, neste caso, dispensam se as malhas retangulares,
estaqueamentos e marcações prévias de eixos e seções. As FORMULAS, deduzidas da Figura 36, são
Dh = Di Sen(Z) para ângulo zenital (Z)
Dh = Di Cos() para ângulo de inclinação ()
H2 = H1 + Di Cos Z + Ai – Ao para ângulo zenital (Z)
H2 = H1 + Dh Cot Z + Ai – Ao para ângulo zenital (Z)
H2 = H1 + Di Sen + Ai – Ao para ângulo de inclinação ()
Figura 36 – Geometria do nivelamento trigonometrico feito com teodolito / estação por meio de
visadas inclinadas da luneta e uso de cálculos trigonométricos. Di é a distância inclinada,
Dh é a distância plana horizontal, Dv é a distância vertical. Observa-se que para obter o
desnível entre os pontos a altura do instrumento (teodolito em 1) (Ai) deve ser somada a
Dv e a altura do objeto visado (prisma em 2) (Ao) deve ser subtraída de Dv.
Para trabalhos de precisão ou para distâncias longas, acima de 1000 m, é indispensável acrescentar
uma correção devida ao abaixamento total da Terra (675 x 10-10 Di2m) para compensar a curvatura da
Terra e a refração atmosférica conforme ilustrado na Figura 37 (Di e o resultado são dados em metros).
Trata-se do mesmo erro de nível aparente já discutido na seção de nivelamento geométrico que em 150
m é cerca de 1 mm. Em 1000 m a curvatura da Terra abaixa cerca de 7 cm, porém o abaixamento
aumenta proporcionalmente ao quadrado da distância, tal que em 20 km atinge cerca de 30 m. Assim
as fórmulas anteriores tornam se:
H2 = H1 + Di Cos Z + Ai - Ao + 675 x 10-10 Di2m
H2 = H1 + Dh Cot Z + Ai - Ao + 675 x 10-10 Di2m
H2 = H1 + Di Sen + Ai - Ao + 675 x 10-10 Di2m
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Figura 37 – Abaixamento total da Terra (675 x 10-10 Di2m) Correção anecessária no cálculo de altitudes
para compensar a curvatura e a refração atmosférica terrestre. Trata-se do mesmo erro de
nível aparente considerado no nivelamento geométrico (para 150 m, 1000 m e 21 km
abaixa, respectivamente, cerca de 1 mm, 7 cm e 30 m).
Exercício: Dada a caderneta de campo abaixo com dados de uma poligonal aberta de 2 lados e a
altitude do ponto inicial P1=800 m, calcule as altitudes dos demais pontos.
Vertice Pto visado Ângulo Zenital Dist inclinada Dist plana Ao Altitude
P1 P2 89º 20’ 1535,40 m 1,50
Ai=1.55 canto 0 92º 40’ 2425,60 m 1,80
canto 1 91 50’ 4430,40 m 2,00
P2 P1 90º 40’ 1535,30 m 1,75
Ai=1.70 canto 2 90º 22’ 1000,00 m 1,40
canto 3 93º 36’ 702,46 m 1,00
canto 4 90º 00 12001,50 m 1,95
7.3. Nivelamento taqueométrico ou estadimétrico
É feito com taqueômetro ou teodolito com fios estadimétricos em visadas inclinadas sobre a mira
graduada, portanto só opera com visadas curtas (máximo de 200 m), tem baixa precisão devido às
limitações da leitura e da graduação da mira. As estações totais e teodolitos digitais modernos não
possuem mais os fios estadimétricos, portanto não fazem este tipo de nivelamento. As FORMULAS
BÁSICAS, obtidas da Figura 38 e também já abordadas nas Figuras 18 e 19, são
Dh = 100.(fs-fi).cos2 Dh = 100.(fs-fi).sen2 Z
H2 = H1 + 100.(fs-fi).sen . cos + Ai - fm
H2 = H1 + 100.(fs-fi).sen Z. cos Z + Ai - fm
H2 = H1 + 50.(fs-fi).sen 2 + Ai - fm
H2 = H1 + 50.(fs-fi).sen 2Z + Ai - fm
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O Nivelamento Barométrico feito com base na diferença de pressão atmosférica é um método que está
em desuso devido à baixa precisão e ao advento das outras tecnologias de melh desempenho. O
princípio geral é que a pressão atmosférica diminui com o aumento da altitude. O aumento de 1mm na
coluna de mercúrio corresponde a um aumento de cerca de 11 metros na altitude. Como a pressão
atmosférica está sujeita a muitas variações, a precisão do método é baixa e serve apenas para
levantamentos altimetricos aproximados. Os instrumentos usados são chamados altímetros.
7.4. Nivelamento com o Sistema GPS/GNSS
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As altitudes determinadas por meio do Sistema GPS/GNSS requerem ainda outro ajuste relacionado à
ondulação geoidal. A altitude utilizada na vida prática e adotada no Brasil e no mundo é uma grandeza
física associada à gravidade terrestre e tem como sua referência zero o Geóide (nível médio das águas
tranqüilas dos mares –NMM- prolongado por debaixo dos continentes). É chamada de altitude
ortométrica (h). As altitudes fornecidas pelo sistema GPS/GNSS são altitudes elipsoidais (referidas à
superfície do elipsóide SGR80/WGS84), chamadas altitudes geométricas (H). As duas altitudes são
ligadas pela Altura Geoidal (Ondulação Geoidal) através da fórmula :: H = h + N (desconsiderando o
desvio muito pequeno entre a vertical do geoide e a normal ao elipsoide). Assim, a Altura Geoidal ou
Ondulação Geoidal (N) – é o desnível em um ponto qualquer da Terra entre a superfície do geóide e a
superfície de um determinado elipsoide de referência. A Figura 40 mostra esquematicamente a relação
entre essas grandezas.
Figura 40 – Visão geral da relação entre Altitudes Elipsoidais ou Altitudes Geométricas (H), Altitudes
NMM ou Ortométricas (h) e Ondulação Geoidal (N). H = h + N (desconsiderando o
desvio entre a vertical e a normal). Fonte: IBGE.
O conhecimento da Altura Geoidal é de suma importância nas medições altimétricas por meio do
Sistema GPS/GNSS, pois a separação geoide-elipsoide pode chegar a 100 m. A altitude obtida por
GPS/GNSS deve ser subtraída da altura geoidal para ficar referida ao geóide. A altura geoidal pode ser
obtida através do chamado mapa ou modelo geoidal. Existem modelos geoidais precisos disponíveis
para várias partes do mundo. Estes modelos geoidais precisos são baseados na expansão dos
harmônicos esféricos do campo da gravidade terrestre e incorporam dados de gravidade para levar em
consideração as variações locais e regionais. Utilizando modelos geoidais precisos o GPS/GNSS terá
potencial para substituir as operações convencionais de nivelamento geométrico em muitas aplicações.
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Para o território brasileiro o IBGE fornece o modelo geoidal MAPGEO, de precisão centimétrica na
versão MAPGEO2015, disponível na sua página eletrônica. A ondulação geoidal obtida pelo
MAPGEO2015 referente ao SGR80/SIRGAS2000 no IGC/UFMG, Pampulha, Belo Horizonte foi de –
6.46 m, ou seja o Geoide passa 6.46 m abaixo do Elipsoide. O modelo global mais comum é o OSU-
91A com resolução de 50 km. Seu erro absoluto no Brasil é da ordem de 2 m e o erro relativo da ordem
de 1mm/km. A ausência ou má distribuição de dados gravimétricos em certas regiões da Terra podem
degradar os modelos, certas anomalias geoidais podem estar ausentes no mapa. Cabe destacar também
que só há sentido na conversão de altitudes elipsoidais para geoidais quando o posicionamento é
relativo pois o erro nas determinações absolutas é geralmente superior à ondulação geoidal.
Outra solução que está sendo muito empregada para conversão de altitudes é a modelagem local do
geóide baseada na medição de altitudes GPS/GNSS sobre Referências de Níveis do SGB de altitudes
ortométricas conhecidas com precisão. As diferenças encontradas fornecem, por interpolação, as
alturas geoidais em qualquer ponto da região considerada. Quando bem gerenciado, este método
fornece excelentes resultados para nivelamento. A precisão de 1 a 2 ppm típica das redes GPS/GNSS,
geralmente supera a precisão das redes geodésicas clássicas de primeira ordem existentes (10 ppm)
determinadas pelos métodos tradicionais de triangulação, trilateração e poligonação geodésicas.
Exercicios:
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1. Minúcia de detalhes desejada. uma casa, por exemplo, pode ser desenhada apenas como um
símbolo (na planta/carta de escala pequena) ou com jardins e outros detalhes (na planta de escala
grande).
2. Espaço disponível ou conveniente no papel. Por exemplo, os formatos padrões A0, A1, A2, A3, A4
e/ou outros, etc.
3. Limitação gráfica de 0.2 mm (chamado erro gráfico), considerado como sendo o limite da acuidade
visual humana. De modo que, nenhum elemento poderá ser representado adequadamente em escala
com traço menor que 0.2 mm.
Para melhor compreensão pratique os seguintes Exercícios de revisão de escala
1. Ache uma escala apropriada para desenhar a planta de um lote retangular medindo 200,00 por
300,00 metros no papel formato A4, A3 e A2.
2. Ache uma escala apropriada para desenhar a planta de uma quadra urbana onde se deseja
representar todos os detalhes do terreno que sejam maiores que 1 metro.
3. Ache a escala de uma planta/carta onde os objetos do terreno com 500 m de comprimento devam
medir 2,5 mm na planta
Escala Gráfica
É uma espécie de régua impressa no rodapé do mapa/carta e na mesma escala da planta/carta a qual
garante a facilidade de obter medidas sem uso de réguas de plástico ou escalímetros. A escala gráfica
continua valendo mesmo quando ocorre redução ou ampliação da planta original ou, até mesmo, no
caso de deformação do papel.
8.1. Representação do relevo
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Nas plantas, cartas e mapas topográficos o relevo é representado através de curvas de níveis e de
pontos cotados com suas altitudes referidas ao nível médio do mar (datum vertical). As Figuras 41, 42
e 43 ilustram alguns conceitos importantes da representação do relevo.
Ponto Cotado - é a projeção ortogonal de um ponto da superfície do terreno no plano da
planta/carta/mapa contendo a indicação da sua altitude. São usados em pontos notáveis do relevo do
terreno tais como topos de morros, fundos de vales, gargantas, pontos geodésicos de referência de nível
(RN), etc.
Curvas de Nível – são isolinhas de altitude, ou seja, linhas que representam todos os pontos do terreno
de uma mesma altitude. As Curvas de níveis constituem a forma mais utilizada para representação do
relevo nas plantas, cartas e mapas topográficos. Um individuo experiente observando uma planta de
cuvas de níveis é capaz de visualizar facilmente todos tipos de feições do terreno como vales, ravinas,
divisores de águas, espigões, gargantas, encostas íngremes e suaves, terrenos planos e acidentados,
cordilheiras, colinas, depressões, etc.
Eqüidistância Vertical das Curvas de Nível - é a separação vertical entre curvas de níveis consecutivas.
A eqüidistância vertical está, geralmente, associada a escala da carta/planta. Por exemplo:
Esc:1:250.000 Eq:100 m; Esc:1:100.000 Eq:50 m; Esc:1:50.000 Eq:20 m; Esc:1:25.000
Eq:10 m; Esc:1:2.000 Eq:1 m; Esc:1:1.000 Eq:1 m ou 0.5 m.
Curvas de Níveis Mestras - são as curvas de níveis mais espessas e numeradas com o valor da sua
altitude. Geralmente identifica-se uma curva mestra a cada 5 curvas de níveis comuns nas
plantas/cartas e mapas topográficos. Ou seja, a quinta curva de nível sequencial é sempre uma curva
mestra. Por exemplo: se a equidistância é de 1 m então as curvas múltiplas de 5 (0, 5, 10, 15, ..., 50, 60,
70, ..., 1035, 1040, 1045, etc.), se constarem na planta/mapa serão curvas mestras.
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Figura 41 – Ilustração dos conceitos de pontos cotados, curvas de níveis e equidistância vertical das
curvas de níveis.
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Figura 42 – Ilustração das Curvas de Níveis em planta e perfil, curvas mestras, divisores e recolhedores
de águas e eqüidistância vertical das curvas.
O entendimento adequado dessas características básicas das curvas de níveis é muito importante, não
só para o processo de sua construção nos mapas, mas também, para correta interpretação e
identificação de feições geográficas e morfológicas do terreno, tais como as diferentes formas do
relevo, delimitação de bacias hidrográficas, determinação do escoamento superficial, etc. A leitura e
interpretação correta da planta/carta é fundamental para elaboração de projetos diversos.
CONSTRUÇÃO DAS CURVAS DE NIVEIS
As curvas de níveis são construídas a partir dos pontos obtidos no levantamento de campo com os
métodos e intrumentos topográficos.Os pontos são calculados e lançados na planta na forma de pontos
cotados. É sempre aconselhável obedecer a seguinte ordem 1) DESENHO DA PLANIMETRIA a qual
servirá de guia para o traçado das curvas de níveis (rios, córregos construções, estradas e vias,
descontinuidades do relevo, etc.) 2) DESENHO DOS DEMAIS PONTOS COTADOS, 3)
INTERPOLAÇÃO DAS CURVAS MESTRAS por meio da união dos pontos correspondentes de cotas
inteiras interpoladas 4) INTERPOLAÇÃO DAS DEMAIS CURVAS COMUNS por meio da união dos
pontos correspondentes de cotas inteiras interpoladas. Existem vários métodos de interpolação
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disponíveis, sendo o mais comum o método de interpolação linear que corresponde a uma regra de três
simples de fácil aplicação. O método é muito adequado, desde que a amostragem dos pontos cotados
seja bem feita.
Figura 43 – Ilustração das Curvas de Níveis em perspectiva, em planta, em perfil e nos terrenos
submetidos a obras e intervenções humanas. Fonte: Anderson (1982)
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Figura 44 – Exercício para traçado de curvas de níveis de metro em metro destacando e numerando as
mestras. Grade regular a direita e grade irregular a esquerda.
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Figura 45 – Recorte do canto inferior direito de um mapa topográfico mostrando a planialtimetria geral
do terreno. A linha pontilhada indicada pela letra “A” no rodapé destaca um divisor de
águas bem caracterizado pela forma das curvas (linha de cumeada).
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Neste caso pode-se medir comprimentos de linhas que se estendem por várias folhas/plantas do mesmo
sistema de coordenadas sem necessidade de montar mosaico ou justapor os vários mapas.
Por exemplo: Ponto1: E1=740350, N1=7844520; Ponto2: E2=720240 N2=7833250.
Distância = [(740350-720240) 2 + (7844520-7833250) 2] 1/2 = 23052,66 m
Obtendo Direções (Azimutes)
Os azimutes obtidos nos mapas podem ser:
Geográficos se referidos ao meridiano geográfico (Norte Geográfico).
Magnéticos se referidos a agulha da bússola (Norte Magnético).
De Quadrícula se referidos às linhas verticais do quadriculado UTM (Norte da Quadrícula)
O diagrama de declinação magnética e convergência meridiana existente nas margens da planta/carta
topográfica fornece o relacionamento angular entre estes três Nortes.
O ângulo entre o Norte Geográfico e o Norte Magnético chama-se declinação magnética (). O Norte
magnético descreve um movimento secular, aproximadamente circular, em torno do Norte Geográfico,
portanto o ângulo de declinação magnética é válido somente para a data da elaboração da planta/mapa.
O diagrama de declinação traz também a variação anual da declinação magnética, portanto será
possível calcular o seu valor atualizado para qualquer época.
O ângulo entre o Norte Geográfico e o Norte da Quadrícula chama-se convergência meridiana (C)
Na planta/carta topográfica o azimute de uma direção é diretamente determinado em relação ao Norte
da Quadrícula, fisicamente representado pelas linhas verticais da grade UTM. De posse dos valores
fornecidos nos diagramas de convergência meridiana e de declinação magnética chega-se facilmente
aos valores dos outros azimutes, Geográfico e Magnético.
O azimute da Quadrícula pode ser medido diretamente com um transferidor. Pode também ser
calculado apartir de coordenadas pela fórmula:: Az = ArcTg [(E2-E1)/( N2-N1)] que fornece o resultado
reduzido ao primeiro quadrante (0 a 90). Deve-se observar as diferenças de coordenadas para ajustar
quadrante NE; NW; SE; SW onde se encontra o azimute.
Por exemplo. Medindo com transferidor o Azimute da Igreja Matriz para Fazenda Zebu achou-se
24030’. O diagrama de declinação e convergência existente na margem inferior da planta/carta
fornece -25’ para a Convergência Meridiana. Assim o Azimute Geográfico será 24030’ - 25’ =
24005’. O mesmo diagrama mostra, para o ano de 1980, um ângulo de declinação magnética de
1825’W e uma variação anual de 6’W. Assim, para o ano 2006 a declinação será 1825’ + 26x6’ =
1825’ + 236’ = 22 01’W. O Azimute Magnético da Igreja Matriz para Fazenda Zebu será, então,
24005’ + 2201’ = 26206’. Esta seria a direção apontada pela bússola da Igreja Matriz para a
Fazenda Zebú .
Aplicando a fórmula para o outro exemplo dado anteriormente temos:
Az = ArcTg [(740350-720240)/(7844520-7833250)] = ArcTg [20.110/11.270] = 6044’. Como se trata
do quadrante NE o azimute é igual ao próprio ângulo obtido. Este é o Azimute de Quadrícula.
Considerando os dados de convergência meridiana e declinação magnética anteriores teremos. Azimute
Geográfico = 6044’ - 25’ = 6019’; Azimute Magnético = 6019’ + 2201’= 8220’
Identificando vales, córregos, ravinas e recolhedores de águas; Identificando divisores de águas;
Identificando as linhas de máximo declive das encostas; linhas de declividade constante; encostas
côncavas e convexas; Delimitando bacias hidrográficas
A identificação destas feições e acidentes depende de uma minuciosa análise do comportamento das
curvas de níveis e seus relacionamentos espaciais com os elementos planimétricos, bem como da
leitura adequada dos símbolos, convenções e da legenda da planta/mapa.
Obtendo Declividades
A declividade (D) é a variação da altura vertical do terreno em função da distância plana horizontal.
Nas plantas e mapas D é deduzida em função da eqüidistância vertical (Eq=H) das curvas de níveis
(lida direto da legenda ou deduzida das próprias curvas) e do afastamento entre elas (Ec=Dp) (medido
no mapa). Existem três formas gerais de expressar a declividade.
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Figura 46 – Ilustração da forma de obtenção de perfis topográficos a partir da planta topográfica com
aplicação de exageros nas escalas verticais. Fonte: Maranhão (1995)
A=1/2.[(Y1X2 + Y2X3 + Y3X4 +...+ YnX1) - (X1Y2 + X2Y3 + X3Y4 +...+ XnY1)]
Exercício:
Calcule a área de um desmatamento identificado pelas coordenadas planas retangulares dos seus
vértices:
V1: E= 600175, N=7690850; V2: E= 603000, N=7691000; V3: E= 603425, N=7687700;
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9 – LOCAÇÕES E DEMARCAÇÕES
LOCAÇÃO é o termo usado para definir a transposição das geometrias dos elementos planejados e
desenhados nos projetos para os seus devidos locais no terreno, uma espécie de operação invertida do
levantamento topográfico dos pontos e feições do terreno. Há uma extensa lista de projetos de
engenharia e construção que necessitam do suporte da topografia como: Loteamentos, Estradas,
Ferrovias, Valas de Drenagem, Canalização Sanitária e Pluvial, Bueiros, Pontes, Viadutos, Prédios,
Aterros, Oleodutos, Linhas de Transmissão, Reservatórios, Barragens, Minas Subterrâneas e
escavações a Céu Aberto, além de outros. Cada projeto ou obra específica tem suas características
especiais para locação, porém a topografia resolve todos os casos por meio dos seus métodos e
instrumentos. O foco deste Capítulo está direcionado para a LOCAÇÃO em ARRUAMENTOS E
LOTEAMENTOS, mas pode ser útil a muitas outras aplicações. A locação de estradas será vista em
tópico separado no Capítulo 10.
Os trabalhos de ARRUAMENTOS E LOTEAMENTOS envolvem várias etapas que são brevemente
abordadas a seguir, incluindo a fase de locação. Antes de tudo é de suma importância fazer consultas à
Prefeitura Municipal, bem como outras entidades pertinentes, sobre Planos Diretores e Leis de
Ocupação e Uso do Solo, ou outras restrições e projetos já aprovados que possam atingir a gleba a ser
urbanizada. De modo geral os esses tipos de projetos, principalmente de grandes e médios portes,
requerem aprovação de diversos órgãos, além da Prefeitura Municipal.
9.1. Levantamento plani-altimétrico da área
Consiste da aplicação integrada dos vários conceitos até aqui estudados na disciplina para os
levantamento topográficos, ou seja, deve-se fazer uma Poligonal principal fechada junto à divisa do
terreno, com precisão relativa de 1:5.000 ou melhor. Se necessário devem-se fazer Poligonais
segundárias amarradas na poligonal principal e Irradiações para representação das feições e acidentes
importantes do terreno e das inflexões do relevo para obtenção da altimetria e das curvas de nível. Este
trabalho de levantamento pode ser complementado, integrado, ou mesmo, totalmente realizado por
métodos/tecnologias de levantamentos GPS/GNSS. A fotogrametria aérea usando por aviões, dornes e
vants e a varredura a laser aérea ou terrestre são alternativas cada vez mais usadas atualmente. A partir
do levantamento, deve ser construída uma Planta Topográfica Planialtimétrica detalhada, compatível
com a escala 1:1000 ou melhor, com as curvas de nível interpoladas de 1 em 1 metro ou arquivos
digitais integrados com modelos digitais de terrenos.
9.2. Projeto do loteamento / urbanização
O projeto de urbanização de uma gleba deve ser feito por equipe especializada que tenha experiência
no assunto, porém, os conhecimentos de topografia são fundamentais para a elaboração de um projeto
racional e equilibrado. Algumas linhas gerais importantes a considerar no projeto consistem nos pontos
a seguir:
Planejar a largura de ruas e avenidas, áreas verdes e áreas comunitárias, observando as posturas e
regulamentos locais e regionais.
Fazer a Concordância dos eixos das ruas projetadas com os eixos das ruas já existentes na vizinhança
da gleba.
Observar as curvas de níveis para evitar ruas com rampas muito fortes, procurando sempre evitar eixos
coincidindo na linha de maior declive do terreno e evitando sempre cortes e ateros de grandes alturas.
Os cruzamentos de ruas devem ser, via de regra, o mais possível ortogonais. Ruas em ângulos muito
fechados prejudicam a circulação e a forma dos lotes.
Evitar custos elevados de terraplenagem, ou seja, o perfil do projeto das vias e demais obras deve
acompanhar de perto o perfil do terreno natural.
Destinar as zonas muito ingremes para áreas verdes, parques e jardins.
Destinar os vales para avenidas e para o escoamento das águas.
Observar a necessidade e viabilidade de escoamento pluvial e escoamento de esgoto sanitário para os
lotes individuais.
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Esta fase é feita após a aprovação do projeto pela prefeitura local e/ou demais órgãos normativos
envolvidos. Consiste de várias etapas, destacando-se as principais a seguir:
Locação dos eixos das ruas, inclusive as curvas de concordância por meio de piquetes, geralmente
estaqueados de 20 m em 20 m, de forma similar à locação dos eixos de estradas.
Nivelamento geométrico dos eixos das ruas locados.
Traçado dos perfis longitudinais dos eixos das ruas.
Traçado dos greides (perfil do projeto da via) e determinação das alturas de cortes e aterros.
Terraplenagem das ruas seguindo os perfis do projeto (greides) e as indicações das alturas de cortes e
aterros e inclinações de taludes (se houver)
Relocação dos eixos das ruas e dos alinhamentos laterais após a terraplenagem definindo as quadras.
Locação das redes de águas pluviais e de esgotos.
Divisão das quadras em lotes, de acordo com o projeto através da colocação de marcos nos cantos dos
lotes para defini-los fisicamente com perfeição a fim de receber as obras, muros e construções.
9.4 Demarcação do lote para edificação
Algum tempo após a urbanização da área os marcos que delimitam os lotes podem eventualmente
desaparecer, neste caso, para receber a construção o lote deve ser reconstituído (locado) na sua posição
exata. Podem ocorrer slgumas das seguintes situações
1) Existem, bem definidos, os marcos de testada da quadra – basta definir o alinhamento entre os dois
marcos de testada e puxar a distância constante na planta / memorial descritivo do loteamento a partir
de um dos marcos de testada até o vértice início do lote, em seguida marcar o outro vértice da testada
do lote de acordo com a planta. A partir dai, seguir os ângulos e distâncias existentes na planta do
loteamento ou memorial descritivo para marcar os fundos do lote.
2) Sem os marcos de testada da quadra, porém com o existência de meio fio das ruas – através do
prolongamento dos meio fios das ruas e infirmações das plantas é fácil reconstruir os marcos de testada
da quadra e, a partir daí, repetir os passos do item anterior.
3) Sem marcos de testada da quadra e sem meio fios das ruas – neste caso é necessário encontrar
alguma rua com meio fio existente, ou alguma quadra com marcos de testada e, a partir das medidas e
informações das plantas do loteamento, chegar na quadra e no lote desejado.
Atualmente existe uma forte tendência para a exigência dos projetos, pelas prefeituras e demais órgãos
envolvidos, em formato digital e georeferenciados ao Sistema Geodésico Brasileiro (SGB / IBGE) o
que permite fazer a locação de forma inequívoca, simples e prática por meio das suas coordenadas
geodésicas ou coordenadas planas cartesianas UTM usando instrumentos, métodos e tecnologias
baseadas em GPS/GNSS, com a locação feita diretamente a partir das coordenadas.
9.5 Nivelamento (planialtimetria) do lote
É um procedimento muito útil para facililitar e otimizar o projeto de construção, permitir fazer o
traçado de curvas de níveis, planejar e calcular o movimento de terra necessário. O método de
nivelamento mais apropriado para lotes pequenos de formatos regulares é por meio da quadriculação
em malhas acompanhado de nivelamento geométrico (nível de luneta e mira graduada), conforme
exemplos vistos no Capítulo 11 (Volumes de Escavação e Terraplenagem). Outros métodos como o
nivelamento trigonométrico feito com a estação total ou métodos de posicionamento
relativo/diferencial com GPS/GNSS. Atualmente tem sido usado também o método da fotogrametria
local com uso de drones/vants.
9.6 Locação da obra dentro do lote
A locação da obra é o processo de transferência das geometrias existentes na planta do projeto para o
terreno, ou seja, os recuos, os afastamentos, os alicerces, as paredes, as aberturas, alinhamentos,
greides, rampas, curvas, e tudo mais a ser implantado. Os elementos de locação deverão permanecer na
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obra por um bom tempo, até que sejam transferidos para a construção os pontos de referência
definitivos. Consiste, em geral, nos passos a seguir.
Colocação dos piquetes no limite da obra - de acordo com as medidas da planta de situação,
obedecendo aos afastamentos da via pública e do terreno vizinho, conforme as normativas municipais.
Locação e construção dos cavaletes (Figura 47) - tábuas pregadas em pontaletes, horizontlizadas, em
nível e no esquadro, afastadas de 1 a 2 metros em volta de toda a obra, onde serão demarcadas as
paredes, os pilares, as aberturas e todos os demais elementos, seguindo padrões e convenções.
Locação dos pilares e paredes nos cavaletes - com auxílio de linhas, trenas, esquadros e partindo de
dois alinhamentos ortogonais usados como origem, são locados através de pregos os eixos de todas as
paredes e pilares em relação à origem.
Figura 47 – Locação pelo processo da tábua corrida ou gabarito tradicional, largamente usado nas
pequenas e médias edificações.
Através dessa estrutura de tábua corrida ou gabarito cria se uma espécie de sistema de coordenadas
planas retangulares locais onde todos os pontos são definidos pelo cruzamento dos eixos, os quais são
materializados por fios metálicos e/ou linhas de nylon esticadas a partir de pregos fixados na estrutura
de tábua corrida, Figura 48.
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Figura 48 – Detalhe da locação de um pilar ou elemento similar pelo processo da tábua corrida ou
gabarito tradicional.
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Figura 50 – Locação pelo processo da tábua corrida ou gabarito tradicional para pequenas edificações
Nas obras de grandes estruturas são aplicados os métodos topográficos mais precisos com uso de
estação total e/ou teodolito e/ou equipamentos GPS/GNSS, conforme Capítulo 10 (Topografia
Aplicada à Construção de Estradas) e os exercícios teóricos e práticos resolvidos e a resolver.
Exercicios:
1) Dada a planta do lote de 15 x 40 m contendo o projeto arquitetônico (um bloco centralizado de
10x10m com dois anexos simétricos de 10x5m, preparar a caderneta de locação (Az e Dist_Hz) com
uma estação total a partir do Marco de Testada Sul-Oeste do Lote tendo como referência o Marco de
Testada Norte-Oeste do Lote.
3) Fazer a Locação com receptores GPS de um galpão retangular de 22m por 28m cujas coordenadas
planas retangulares (Sistema Local Quase UTM-23K-WGS84) são:
Gp1: 608718,00; 7802808,00
Gp2: 608740,00; 7802808,000
Gp3: 608740,00; 7802780,00
Gp4: 608718,00; 7802780,00
Verificar a qualidade da locação feita no campo, medindo, com a trena, os lados e as diagonais do
Galpão. Caso seja necessário, converter as medidas do Plano Topográfico Local para UTM usando o
Fator de Escala K e a Convergencia Meridiana C.
4) A partir de uma Referência de Nível (RN) demarcar no terreno, através de estacas fincadas no solo,
a Curva de Nivel de altitude 810,00 m e também a de altitude 811 m.
5) Locar/demarcar os afastamentos laterais (OFFSET) dos taludes de corte 1/1 (100%) e de aterro 1/2
(50%) de uma via a ser construída no local (coincidente com a via existente 2m de aterro e 3m de
corte). Por tentativa e erro e calculados.
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Consiste na obtenção de dados planialtimétricos aproximados de uma faixa larga do terreno para
seleção de um ou mais traçados adequados a serem explorados com mais detalhes em uma fase
posterior. Na fase de reconhecimento definem-se os Pontos Obrigatórios, ou seja, locais obrigatórios
por onde o traçado deverá passar. Tais pontos seriam cidades, povoados, gargantas de morros,
travessias de córregos, rios e outros que possuem algum interesse especial, seja por questões
estratégicas ou de viabilidade econômica ou de melhoria do traçado (Figura 51). A definição
antecipada desses pontos facilita a escolha dos melhores traçados a serem explorados com detalhes. O
reconhecimento pode ser feito de várias formas: 1) Terrestre feito a pé, a cavalo ou por outro meio
disponível. Aerofotográfico feito por aeronaves com a tomada de fotos aéreas. 2) Por Cartas
Topográficas usando cartas e mapas já disponíveis da região. 3) Misto utilizando uma mistura dos
processos anteriores. Modernamente existem os métodos de varredura a laser, imageamento por
radares e drones/vantes, imageamento por satélites orbitais, modelos digitais de elevação e outros que
complementam e enriquecem os processos convencionais. A integração de diferentes métodos facilita
bastante o trabalho.
Figura 51 – Uma estrada planejada para ligar dois lugares A e B deve passar, necessariamente, por
alguns lugares intermediários de interesse especial chamados de pontos obrigatórios.
10.2 Exploração
Essa fase consiste na locação em campo do traçado geral escolhido na fase de Reconhecimento, por
meio da implantação de uma poligonal aberta chamada Linha Poligonal de Ensaio (LPE). As linhas
retas dessa poligonal (LPE) são chamadas de tangentes.
Na sequência vem o estabelecimento e a materialização de um sistema de referência para a obra através
do ESTAQUEAMENTO contínuo da LPE, com marcações equidistantes geralmente de 20 em 20 m,
através da cravação de piquetes numerados sequencialmente. Quaisquer pontos/feições de interesse da
obra existentes entre duas estacas sequenciais são denotados por uma nova estaca que recebe a
numeração da estaca sequencial antecedente acrescida da distância em metros até o ponto/feição de
interesse. No exemplo da Figura 52 os dois pontos de inflexão das tangentes (pontos de interesse
importantes para a locação da obra) são definidos pelas notações 123 + 8.25 m e 128 + 6.30 m.
NIVELAMENTO GEOMÉTRICO das estacas da LPE seguido de contra-nivelamento a cada 3 ou 4
km para controle dos erros altimétricos.
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Figura 52 – Locação da estrada na fase de exploração, marcação das tangentes (linha poligonal de
ensaio) e materialização de um sistema de referência através da cravação de piquetes
equidistantes e numerados sequencialmente. Pontos notáveis entre duas estacas recebem a
numeração da estaca anterior acrescida da distância desta até o ponto.
Os eixos de estradas são são formados por várias linhas retas (tangentes) conectadas por curvas de
concordância. As curvas de concordância são geralmente circulares. Nas vias de maior velocidade e
também nas curvas de raios pequenos adotam-se curvas espirais de concordância, as quais têm raio
variável para propiciar uma transição gradual, tanto na entrada quanto na saída da curva circular. A
curva irá fazer a concordância das duas tangentes que se inteceptam (tangente de RE e tangente de
VANTE, também chamadas tangentes externas) no ponto de inteseção das linhas (PI). O ponto de
concordância da tangente de RE na entrada da curva é chamado de PC e o ponto de concordância da
tangente de VANTE na saída é chamado de PT. O projeto definitivo é feito, por equipe experiente no
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assunto, com base na planta planialtimétrica detalhada elaborada na fase de Exploração e consiste das
etapas básicas a seguir
Projeto da poligonal do eixo da estrada (sem as curvas) com as retas chamadas de tangentes.
Projeto das curvas horizontais para concordância das tangentes.
Desenho do perfil longitudinal do terreno natural considerando as retas (tangentes) e as curvas
do eixo da obra.
Projeto do greide (perfil longitudinal do projeto com as rampas retas e as curvas verticais de
concordância)
Superfície de rolamento
Acostamentos
Taludes de corte e de aterro
Obras de arte (pontes e viadutos)
O projeto da estrada procura considerar o menor percurso geral de ligação, o menor movimento de
terra necessário, a rampa máxima admitida e a curva de raio mínimo admitido. De um modo geral retas
mais longas com os menores ângulos de deflexão nas tangentes e rampas longas com a menor
inclinação possível contribuem para melhorar o traçado da estrada.
Figura 54 - Eixo de estrada formado por linhas retas (tangentes AC, CF, FH) conectadas por curvas de
concordância, geralmente circulares (BD, EG). As tangentes externas (de RE e de
VANTE) se juntam no ponto de inteseção (C e F) chamado PI. O ponto de concordância
da tangente de RE na entrada da curva (B e E) é chamado PC e o ponto de concordância da
tangente de VANTE na saída (D e G) é chamado PT. Os ângulos 1 e 2 são as deflexões
das tangentes e os ângulos 1, 2 e 3 são os azimutes das tangentes.
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Figura 55 - Em vias de maior velocidade e em curvas de raios pequenos adotam-se curvas espirais de
concordância, de raio variável para uma transição gradual, tanto na entrada quanto na saída
da curva circular.
A locação é a transposição dos elementos existentes no projeto da estrada para o terreno, ou seja a
demarcação e posicionamento correto de pontos, linhas, curvas, rampas, alturas, cotas, níveis, larguras,
afastamentos e tudo mais que seja importante para que a construção siga corretamente o projeto. Exige
trabalho intenso de topografia para locação, principalmente, dos seguintes elementos do projeto:
tangentes (retas), curvas horizontais de concordância, curvas verticais de concordância, rampas,
greides, pés e cristas dos taludes de corte e de aterro.
A LOCAÇÃO DAS TANGENTES é feita de forma simples e direta através da cravação de estacas em
todos os pontos de inflexão das retas acrescido da marcação sistemática sequencial de todo o eixo em
espaçamentos uniformes, geralmente de 20 em 20 m, seguindo o projeto da poligonal sem curvas,
desde o seu ponto inicial até o seu final.
A LOCAÇÃO DAS CURVAS HORIZONTAIS pode ser feita por vários processos disponíveis, porém
o método mais comum é o da corda base e dos ângulos de deflexão a partir do PC (ponto de
concordância da curva com a tangente). Este método (Figura 56) tem se mostrado prático por muitas
razões e será abordado a seguir.
Figura 56 – Elementos da curva circular para Locação pelo processo da corda base e dos ângulos de
deflexão a partir do ponto de concordância da curva com a tangente (PC).
Para melhor entendimento do processo de locação das curvas horizontais seguem-se as definições dos
elementos importantes de uma CURVA CIRCULAR para locação ilustrados na Figura 56.
CORDA BASE ou CORDA INCREMENTAL (AB) – como o raio é geralmente muito grande a curva
é traçada no terreno através de pequenas cordas de mesmo comprimento chamadas Corda Base ou
Corda Incremental. Para estradas o valor típico da Corda-Base é 20 m. CORDABASE=2R.sen(G/2)
CORDA TOTAL – correspondente à uma deflexão acumulada ou deflexão total CT= 2R.sen(dt)
GRAU da Curva (G) - ângulo central que subentende uma corda base
RAIO (R) – Raio da curva, geralmente com valores grandes. R= (½CORDABASE)/sen(G/2)
ANGULO CENTRAL (AC) - ângulo no centro da curva, possui o mesmo valor da deflexão das
tangentes ().
PEQUENAS TANGENTES (T) – parte da tangente desde o PC ou PT até o PI T = R tg (AC/2)
DEFLEXÃO DAS TANGENTES () - é o ângulo de deflexão entre as duas tangentes, tem o mesmo
valor do ângulo central da curva (AC).
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DEFLEXÃO DAS CORDAS (d) – ângulo inscrito (no PC) que subentende uma corda base
DEFLEXÃO TOTAL DAS CORDAS (dt) – ângulo inscrito (no PC) que subentende uma corda total
qualquer.
DEFLEXÃO DA CORDA MÁXIMA (D) – ângulo de deflexão da maior corda possível (D=AC/2)
DESENVOLVIMENTO DA CURVA (L) - comprimento da curva em cordas base (L = 20 x AC/G)
ou em arco (L = R * AC * PI/180)
PONTO DE INÍCIO DA CURVA (PC) – ponto da tangente onde começa a curva
PONTO DE TERMINO DA CURVA (PT) – ponto da tangente onde termina a curva
PONTO DE INTERCESSÃO (PI) - ponto de encontro das duas tangentes.
AFASTAMENTO (E) – distância do PI até o ponto médio da curva.
FLEXA ou ORDENADA MEDIA (M) – distancia do meio da curva para o meio da corda máxima.
Para garantir a manutenção do estaqueamento sequencial e uniforme ao longo do eixo as cordas inicial
e final da curva correspondem a uma fração da corda base, assim como as deflexões correspondentes
também. Todas as demais são cordas são integrais, assim como as deflexões correspondentes também.
Exercícios:
EXEMPLO: LOCAR A CURVA COM OS ELEMENTOS DE PROJETO DADOS ABAIXO
CORDA BASE = 20m GRAU (G) = 920’
DEFLEXÃO DAS TANGENTES (AC) = 6814’ ESTACA DO PI = 24 + 1.10m
CÁLCULO DO RAIO
R= (½CORDABASE)/sen(G/2) R= 10/sen(G/2) R= 10/sen(440) R=122.91m
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Figura 57 – Locação da curva vertical a partir do ponto de concordância da parábola (curva) com a
rampa tangente (PCV)
Exercício: achar as cotas de projeto para uma curva (L=160m), concordando duas rampas (declive de
RE +4%, declive de VANTE -3%) que se inteceptam na estaca 65+00 com a cota 79,20m.
Exercício: Um greide reto de +3% intercepta outro de +5% na estaca 62+00, cuja a cota é 862,30m.
Ache as cotas de uma cuva de concordância de L=600m.
Exercício: Dada a planta topográfica, escolher um traçado de eixo de via com, pelo menos 3 tangentes,
definir o sistema de estaqueamento com estacas base de 20m, definindo as estacas dos PIs. Fazer o
perfil longitudinal do eixo sem curvas, definir os ângulos de deflexão das tangentes, propor os raios
adequados para as curvas circulares de concordância, calcular elementos básicos e traçar as curvas
circulares, definindo as etacas dos PCs e PTs. Fazer um novo perfil longitudinal passando pelos eixos
das curvas. Propor as rampas de projeto (pelo menos 3 rampas) definindo as estacas dos PIVs. Propor
as curvas parabólicas verticais de concordância definindo os PCVs e os PTVs. Calcular os elementos
para locação das curvas horizontais e verticais. Calcular o afastamento das estacas de OFFSET e as
alturas de cortes e aterros no eixo e nas bordas da via (Largura da Plataforma = 12m, Taludes de Corte
1/1 (100%) e de Aterro 1/2 (50%)). Definir as seções tranversais, calculando suas áreas. Calcular os
volumes de corte e de aterro no trecho considerado.
As bases dos taludes de corte e os topos dos taludes de aterro são coincidentes com as bordas laterais
da plataforma da estrada, portanto a locação consiste fundamentalmente na marcação dos topos dos
taludes de corte, onde se inicia a escavação e dos pés dos taludes de aterro, onde é finalizada a
deposição de terra, ou seja deve-se determinar, por cálculo, e materializar, com um piquete, em cada
seção transversal os afastamentos (Af) laterais dos pés dos aterros e topos dos cortes a partir da borda
da plataforma da estrada. Observando a Figura 60, conclui-se que no pé do talude de corte do lado
esquerdo a altura do corte é dada pela cota do terreno menos a cota do projeto (Ct-Cp), as duas rampas,
do terreno (Rt) e do projeto (Rp), têm o mesmo sinal (+) tendendo a umentar o afastamento em relação
a um terreno lateral plano. Para calcular o afastamento usa-se a inclinação equivalente (Rp-Rt)
correspondente a um talude de menor inclinação que mantenha esse mesmo afastamento em um
terreno lateral totalmente plano. Ou seja Af=(Ct-Cp) / (Rp-Rt). Já no lado direito as duas rampas, do
terreno (Rt) e do projeto (Rp), têm os sinais opostos, tendendo a reduzir o afastamento em relação a um
terreno lateral plano. Neste caso a inclinação equivalente correspondente a um talude de maior
inclinação que mantenha esse mesmo afastamento para um terreno lateral totalmente plano é (Rp+Rt) e
Af=(Ct-Cp) / (Rp+Rt). Para taludes de aterro as considerações são as mesmas, ou seja, em qualquer
dos casos é preciso conhecer a altura de corte ou de aterro na borda da plataforma (dada pela diferença
de cotas do terreno natural e do projeto) e as declividades das rampas laterais do terreno e do projeto
para chegar à rampa equivalente (para um terreno lateral plano) e aplicar a relação geométrica no
triângulo retângulo, conforme a Figura 60.
Recomenda-se atenção especial na indicação das rampas dos Taludes laterais de estradas e vias, pois
algumas referencias da literatura costumam usar uma notação invertida do tipo (1/DESNIVEL)
indicando a Cotangente da Declividade (variação de altura para cada metro horizontal). No nosso
material didático, usaremos sempre, para todos os casos, a notação da Tangente (H/Dp). Por exemplo
1/1 (100%), 1/2 (50%), 1/1,5 (67%).
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Figura 60 – Locação dos taludes onde uma das extremidades do talude lateral é sempre coincidente
com uma das bordas laterais da plataforma (caixa da estrada). A locação consiste na
marcação da outra extremidade (topo do talude de corte onde inicia a escavação e pé do
taludes de aterro onde finaliza a deposição de terra), a qual se dá pela distância de
afastamento lateral a partir da borda da plataforma.
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a) Achar o volume de escavação para terraplenagem de uma plataforma horizontal abaixo da cota
mínima do terreno. Escolheu-se como exemplo a cota inteira de 30 m e consideram-se os taludes de
corte/aterro na divisa da plataforma verticais (muros de arrimo na divisa do lote).
Primeiro acham-se as alturas de corte (Hc) dadas pela Cota do Terreno Natural (Ct) menos a Cota do
Projeto (Cp): Hc = Ct – Cp. Neste caso Cp tem valor constante de 30 m, mas poderia ser variável, se a
plataforma fosse inclinada.
Cálculo das áreas (S) das seções A, B, C e D (método dos trapézios, visualizar seções na Figura 63).
SA= 20[(6.3 + 0.8)/2 + 4.8 + 3.5 + 2.2] = 281.00 m2 área da seção A pelo método dos trapezios
2
SB= 20[(6.4 + 2.1)/2 + 4.9 + 3.6 + 2.3] = 301.00 m área da seção B pelo método dos trapezios
SC= 20[(6.6 + 2.9)/2 + 5.5 + 4.4 + 3.5] = 363.00 m2 área da seção C pelo método dos trapezios
2
SD= 20[(7.2 + 3.9)/2 + 6.3 + 5.8 + 5.1] = 455.00 m área da seção D pelo método dos trapezios
Cálculo do volume de escavação acima da cota 30 pela soma dos prismas individuais entre duas seções
VAB = (SA + SB)20/2 + VBC = (SB + SC)20/2 + VCD = (SC + SD)20/2 = 20640.00 m3
Cálculo do volume simplificando a fórmula (método trapezoidal que dá o mesmo resultado anterior)
VTOTAL = 20[(281 + 455)/2 + 301+ 363] = 20640.00 m3
b)- Achar a cota/altitude para construção de uma plataforma horizontal que resulte em volumes iguais
de corte e aterro. Diz-se que é a cota mais econômica, pois não há transporte externo de terra. Para este
caso vamos considerar o resultado do exemplo anterior, ou seja taludes de corte/aterro na divisa do lote
verticais e a cota 30 m como referência arbitrária (abaixo da menor cota do terreno para simplificar os
cálculos). Transformar o terreno em uma plataforma horizontal com volumes iguais de corte e aterro
equivale a construir um paralelepido com volume equivalente ao volume acima da cota 30 (visualizar
seções e a cota equivalente da plataforma na Figura 63).
Essa cota é representada no terreno natural por uma curva de nível denominada Curva de Passagem
(passagem de corte para aterro). Deve ser locada fisicamente no terreno através de piquetes para
orientar as operações de terraplenagem. A locação no terreno pode ser feita com o nível de luneta
(nivelamento geométrico) fazendo uma leitura RE em qualquer um dos pontos da malha, calculando a
leitura vante certa e aplicando essa leitura vante constante ao longo de vários pontos espaçados no
terreno, definindo a curva de nível de passagem.
Exemplo: Considerando o terreno da Figura 61, se o nivel de luneta for instalado em um ponto
qualquer do terreno e obtiver a leitura RE de 1700 mm no ponto A3(cota=35.5m) então a leitura de
vante que deverá ser aplicada nos vários pontos para definir a curva de passagem (34.3m) é 900mm
(34.3m – (35.5m +1700mm) = 900mm). Se o operador da mira graduada está em um ponto de vante
1000mm ele deverá subir no terreno, se estiver em um ponto de vante 800mm deverá descer a encosta
até que a leitura vante estacione exatamente em 900mm.
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Figura 62 – Um volume grande e complexo é decomposto em pequenos blocos menores limitados por
duas seções vizinhas (A1 e A2) separadas por uma distância (L). O volume é obtido fazendo o produto
da área média (Am) pela distância entre as duas seções extremas: V = ½L(A1 +A2).
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d) Achar os volumes de corte e aterro para construção de uma plataforma horizontal na cota 34 m.
Empolamento - é o aumento de volume sofrido pelo material ao ser removido do seu estado natural.
Por exemplo: areia = 12%, argila = 40%, calcário = 67% são taxas médias de empolamento.
No caso de transporte de material escavado o empolamento aumentará o custo, tendo em vista o
aumento donúmero de viagens.
O volume também pode ser determinado pelo método das áreas das curvas de níveis dentro do limite
da escavação. É similar ao método das áreas das seções extremas, mas neste caso as seções são as
curvas de níveis (seções horizontais), sendo necessário conhecer as suas áreas dentro do contorno da
escavação. Por exemplo, resolvendo a questão do item (a) por este método foram inicialmente
determinadas as areas das curvas de níveis da Figura 61. A área limitada pela curva de nível 30 m
coincidirá exatamente com a base limite da escavação A30=4800 m2. Já a área limitada pela curva de
nível 31 m, um pouco menor, será A31=4796 m2, a curva A32=4562 m2, a curva A33=3721 m2, a
curva A34=2733 m2, a curva A35=1657 m2, a curva A36=623 m2, a curva A37=14 m2. A distância
vertical entre as curvas é de 1 metro, logo o volume será VTOTAL = 1[(4800 + 14)/2 + 4796 + 4562 +
3721 + 2733 + 1657 + 623] = 20500.00 m3. O resultado final apresenta-se ligeiramente diferente do
anterior em virtude do formato sinuoso das curvas de níveis, resultante da interpolação e suavização,
exigir um trabalho mais cuidadoso no cálculo da área.
Exercícios:
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Figura 64 – MDT em grade regular à esquerda. MDT em grade TIN no centro e MDT em gradae TIN
com sobreposição do relevo sombreado à direita.
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Modelo Digital de Terreno - MDT (ou DTM – Digital Terrain Model): é o termo utilizado quando a
superfície modelada refere-se ao terreno natural, nu e desprovido dos demais elementos de cobertura
do solo como árvores, edificações, objetos artificiais, etc. Às vezes é também referido como modelo
numérico de terreno (MNT).
Modelo Digital de Superfície - MDS (ou DSM – Digital Surface Model): é o termo utilizado quando a
superfície modelada refere-se ao terreno incorporando todos os objetos que compõem a cobertura do
solo como a vegetação, edificações e outros elementos de cobertura do terreno. Às vezes é também
referido como modelo numérico de superfície (MNS).
Modelo Digital de Alturas - MDA (ou DHM – Digital Height Model): é o termo utilizado quando se
faz a diferença entre um MDS e um MDT. Pode ser, por exemplo, um MDA de árvores representando
a altura da mata quando se tratam de aplicações de florestas, um MDA de cortes e aterros em
aplicações de Engenharia Civil e atividades de mineração.
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Curvas de Níveis - Curvas de Níveis podem ser facilmente obtidas nos modelos de grade regular,
reclassificando células nas classes apropriadas de altitudes e atribuindo cores ou tons de cinzas as
diferentes classes. Algoritmos de concatenação, afinamento e suavização podem ser utilizados para
melhorar os resultados. Nos modelos TIN as curvas de níveis são facilmente obtidas pela interseção de
planos horizontais com a malha triangular e posteriormente submetidas a algoritmos de suavização
para quebrar o aspecto anguloso das curvas produzidas.
Mapas de Visibilidade - Estes produtos são muito importantes para operações militares e planejamento
de redes de comunicação. Podem ser obtidos a partir de grades regulares ou redes de TIN pela
varredura de raios que começam no ponto de observação e são dirigidos a todos os pontos do modelo.
Todos os pontos não escondidos por outras células do modelo são codificados como visíveis no mapa.
Elementos da paisagem podem ser acrescentados ao modelo para levar em consideração seus efeitos na
intervisibilidade da paisagem.
Mapas de Relevo Sombreado - Os mapas de relevo sombreado podem realçar muito o realismo dos
resultados finais onde os aspectos tridimensionais podem ser precisamente retratados. O princípio
básico do mapeamento automático de relevo sombreado é baseado em um modelo onde o terreno é
feito de um material ideal, iluminado a partir de certa posição, usualmente 45 graus acima do horizonte
na direção Nordeste. O resultado se assemelha a uma foto aérea, embora seja conceitualmente diferente
em vários aspectos.
Geração de Ortofotos Digitais com Auxílio de MDT – A fotografia aérea vertical é uma projeção de
perspectiva central onde os objetos da Terra são ampliados ou reduzidos conforme estejam mais ou
menos elevados em altitude, assim a escala da fotografia diferentemente de um mapa é variável em
cada ponto. Se quisermos um produto híbrido que preserve a imagem fotográfica e ao mesmo tempo
tenha uma escala única como um mapa é necessário gerar uma ortofoto. A geração tradicional de
ortofotografias ou de ortofotocartas é um processo óptico mecânico em que são juntados em uma única
foto pequenos fragmentos de aerofotos convencionais, com o objetivo de formar uma imagem única,
em projeção vertical isenta das variações de escala causadas pela variação do relevo do terreno
(LILLESAND e KIEFER, 1999). As técnicas de ortofotografia digital aperfeiçoaram e simplificaram
este processo. Em vez do processo analógico de seleção de fragmentos da fotografia, é formado um
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modelo matemático para cada foto, considerando os parâmetros da câmara aérea, do vôo e as
informações do relevo do terreno por meio de um MDT. Este modelo matemático composto é utilizado
por um algoritmo que é aplicado sobre cada pixel da imagem original da fotografia aérea formando
uma imagem digital ortorretificada. As imagens ortorretificadas são então combinadas, formando
ortofotos digitais, similares às ortofotos tradicionais. O resultado final do processo é uma imagem
digital que pode ser utilizada diretamente por um SIG de base raster, ou utilizada como informação de
fundo de SIG vetoriais. Os principais parâmetros a determinar na formação de ortofotos digitais são a
resolução desejada para a imagem final e o grau de refinamento do modelo digital do terreno que se
pretende utilizar na ortorretificação da imagem. Imagens de maior resolução e MDT mais refinados
produzem ortoimagens mais precisas.
A Figura 65 ilustra uma aplicação MDT usando o software SPRING onde foram gerados vários
produtos derivados de análises de MDT.
Figura 65 – Aplicação de MDT usando a plataforma SIG SPRING. Grade regular com a sobreposição
das curvas de níveis (acima à esquerda). Imagem do relevo sombreado gerada a partir do
MDT (acima à direita). Visão perspectiva (bloco-diagrama) com a sobreposição de
texturas com temas de classificação (abaixo).
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13 - NOÇÕES DE AEROFOTOGRAMETRIA
A atual cobertura nacional de mapas feitos felos órgãos oficiais não é adequada e deixa muito a desejar
em vários aspectos. Toda a extensão territorial do país já deveria ter a cobertura completa pelo menos
em escala 1:100.000, atualizada de 10 em 10 anos. Considerável parte do país não tem esta cobertura e
,onde ela existe, há mapas com mais de 30 anos sem qualquer atualização. A cobertura de 1:50.000 que
deveria mapear as regiões de crescimento urbano com os aspectos econômicos e sociais em expansão
é muito escassa e bastante desatualizada. A cobertura de 1:25.000 que deveria mapear as regiões
densamente urbanizadas e com desenvolvimento econômico e social em franca aceleração também é
quase inexistente e bastante desatualizada.
13.2 Princípios geométricos da fotogrametria
Uma foto aérea é uma projeção de perspectiva central, do terreno, portanto sua escala é sempre
variavel com a variação da altitude do terreno: nos topos de morros a escala é maior do que nos fundos
dos vales. Uma planta ou carta é uma projeção ortogonal do terreno e sua escala é constante em
qualquer situação do relevo do terreno. Assim, uma foto não equivale a uma planta, pois não tem
escala constante nem traz qualquer informações da altimetria do terreno. Mediante medidas sobre
fotografias obtidas em pares estereoscópicos é possível construir plantas e cartas topograficas.
As CÂMARAS AÉREAS são cámaras especiais com correção das lentes, dispositivo de estabilização,
intervalômetro, plano focal grande de 23 x 23 cm e filmes especiais. As fotos verticais têm inclinação
máxima em torno de 3. As Marcas fiduciais são marcas laterais que permitem definir o ponto
principal (PP) que é a projeção do centro óptico da objetiva, definida pelo cruzamento dessas marcas
fiduciais.
Distância focal (f) é a distância do centro óptico da objetiva até o plano do filme. A Altura de voo H é a
distância vertical do centro da objetiva até o plano de referência do terreno. A Escala média da foto é
dada por E=f/H. A Escala em um ponto de altura h acima do plano de referência do terreno é dada por
E=f/(H-h).
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As fotos são obtidas em Faixas de vôo que são fotografias sequenciais com superposição longitudinal e
lateral. O Recobrimento longitudinal é de aproximadamente 60%, enquanto o Recobrimento lateral é
de aproximadamente 30%.
A obtenção de medidas precisas do terreno através das fotos aéreas se baseia nos princípios da
estereoscopia. A Estereoscopia é a combinação de duas imagens de um mesmo objeto produzindo a
visão tridimensional e os Estereoscópios são os aparelhos que permitem a visão tridimensional de
fotografias. A Paralaxe estereoscópica é a diferença algébrica das coordenadas fotográficas das duas
imagens de um mesmo ponto em duas fotos estereoscópicas. Quanto maior a paralaxe maior a altitude
do ponto. A medida da paralaxe permite calcular a altitude atarvés das relações geométricas:
P = x - x’
h = H - Bf/p H = h + Bf/p
S = f/(H-h) = P/B
X = x/S = xB/p
Y = y/S = yB/p
onde
XeY coordenadas do ponto no terreno
xey coordenadas do ponto na fotografia
S escala
B (base) distância real entre os centros das fotos
Medidas de paralaxe para conversão de coordenadas fotográficas em coordenadas de terreno podem ser
feitas com a barra de Paralaxe. O Traçado de curvas de nível com a barra de paralaxe pode ser feito
fixando na barra o valor da paralaxe equivalente a uma dada altitude e deslocando a barra com a marca
sempre tangenciando o terreno. A paralaxe equivalente a curva de altura h é dada por p=Bf/(H-h).
Medidas mais precisas e mapas completos são feitas com aparelhos Restituidores Fotogramétricos que
são aparelhos que permitem a transformação completa da projeção cônica das fotografias em projeção
ortogonal, gerando mapas e modelos tridimensionais de terrenos.
13.3 Etapas do levantamento aerofotogramétrico para produção de mapas
Apesar do surgimento de novas tecnologias de mapeamento, os mapas e cartas topográficos ainda são
maciçamente elaborados pelo Método Aerofotogramétrico, o qual consiste em utilizar um avião
equipado com uma câmara métrica que toma fotografias seqüenciais parcialmente sobrepostas, em
faixas paralelas, recobrindo toda a área a ser mapeada. O processo pode ser resumido nas seguintes
etapas principais.
Planejamento e execução do vôo - É a etapa que consiste em definir com antecedência vários
elementos importantes para a execução do vôo, tais como a aeronave, a distância focal da câmara
aérea, a altura de vôo, a superposição longitudinal e lateral das fotos, o número de fotos por faixa, o
número de faixas do vôo, o total de fotos, a quantidade de filmes. Após a elaboração do plano de vôo
com todo seu detalhamento segue-se a sua execução.
Trabalhos de laboratório - Essa etapa consiste na revelação dos filmes, produção das fotos em papel e
diapositivos (transparências) para serem utilizadas nas fases de restituição e reambulação.
Recentemente já estão disponíveis câmaras digitais que dispensam completamente essa etapa.
Levantamento dos pontos de apoio terrestre para a restituição - A orientação absoluta dos modelos
estereoscópicos requer um georeferenciamento tridimensional preciso para correlacionar
adequadamente o modelo fotogramétrico com o terreno. Assim, esta etapa consiste na medição em
campo, através de levantamento topográfico/geodésico, das coordenadas UTM e altitudes de um
conjunto de pontos que sejam bem identificáveis tanto nas fotografias como no terreno chamados
pontos de controle que servirão para ajustar a escala e altitudes dos modelos com a precisão necessária.
Aerotriangulação fotogramétrica - O trabalho de campo da fase anterior representa um dos custos mais
elevados do projeto fotogramétrico. Assim, a finalidade desta fase é aumentar o conjunto de pontos de
controle da fase anterior, sem a necessidade de trabalho de campo, visando economia de custos. O
trabalho consiste em uma metodologia para determinar as coordenadas UTM de um grande conjunto de
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pontos cujas coordenadas são medidas apenas nas fotografias utilizando aparelhos fotogramétricos e
submetidos a ajustamentos por métodos estatísticos.
Reambulação das fotografias - Essa etapa consiste na coleta de dados e informações relativos à
toponímia, hidrografia, orografia, divisões políticas e tudo mais que não pode ser obtido diretamente
das fotografias. A equipe de campo leva um conjunto de fotografias e vai anotando nas próprias fotos
as informações importantes que devem constar no mapa.
Restituição fotogramétrica - Essa etapa consiste na construção do mapa a partir dos diapositivo
fotográficos montados em pares estereoscópicos, ajustados e georeferenciados tridimensiomalmente
através dos pontos de controle, formando os modelos estereoscópicos. Os modelos estereoscópicos são
uma réplica do terreno em escala reduzida. Em outras palavras, consiste na transformação da projeção
cônica das fotografias aéreas em projeção ortogonal executada em aparelhos otico-mecânicos de
precisão chamados restituidores fotogramétricos. Atualmente estão disponíveis os restituidores digitais
baseados em computadores que dispensam os dispositivos otico-mecânicos, melhoram a precisão e a
aumentam produtividade.
Trabalhos de edição e produção final de originais de mapas - São trabalhos destinados consertar erros e
fazer acertos gerais para produzir 4 pranchas finais ou fotolitos correspondentes às cores de impressão
ciano, magenta, amarelo e preto para produzir cartas impressas coloridas. Modernamente esta etapa
tem sido completamente elaborada através de computadores utilizando softwares de editoração
eletrônica de forma muito mais simplificada, aprimorada e eficiente.
Exercícios
Em um vôo fotográfico com uma camara de distância focal f = 152 mm e altura de vôo H= 4560 m,
calcule a escala média da foto aérea e a escala no topo de um morro 400 m acima do plano de
referência do terreno.
Em = f/H E = 0.152/4560 E = 1/30000
Com base em duas fotos consecutivas de um vôo aerofotogramétrico, calcule a distância entre os dois
pontos I e J no terreno, sabendo que a base fotográfica (distância, no terreno, entre os pontos principais
das duas fotografias consecutivas) mede 565 metros. As coordenadas dos pontos I e J medidas na
fotografia são: xi =2,30 cm; yi = 1,80 cm; xj = 5,50 cm; yj = 5,00 cm e as paralaxes medidas nos
dois pontos valem Pi = 90,50 mm; Pj = 93,00 mm.
Exercícios:
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APLICAÇÕES
Trabalhos de mineração
Túneis para rodovias e ferrovias
Galerias para obras hidraulicas, etc.
CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS
Dificuldade de operação: poeira, umidade e espaço apertado nas galerias, iluminação precária, etc
Equipamentos mais robustos (teodolitos e giroteodolitos, trenas e miras)
Estações nos tetos e paredes
Visadas curtas, centragem precisa
TRÊS FASES
Levantamento superficial
Conexão dos levantamentos superficial e subterrâneo
Levantamento subterrâneo
NO CASO DE TUNÉIS
Locar o eixo na superfície, piquetear e nivelar, se possivel.
Perfurar chaminés, principalmente nos trechos curvos para controlar o acerto da escavação subterrânea.
O comprimento do tunel, e o azimute entre as bocas obtem-se pelos processos topográficos de
poligonação ou triangulação durante o levantamento superficial
A diferença de cotas entre as bocas do tunel obtém-se por nivelamento geométrico.
NO CASO DE MINAS
LIGAÇÃO PLANIMÉTRICA
Consiste no transporte de coordenadas e de azimute da superfície (levantamento superficial) para o
subsolo (levantamento subterrâneo)
LIGAÇÃO ALTIMÉTRICA
feita a trena com peso e duas leituras de miras: uma na superfície e outra no subsolo
O seu objetivo é garantir que a direção e a declividade estejam sempre corretas de acordo com as
diretrizes do projeto. Correções após a escavação tornam-se muito caras
Exercicios:
EXERCÍCIOS FINAIS PROPOSTOS
TRABALHO PRÁTICO.
Fazer o levantamento de um pequeno lote de formato quadrangular (lados de 30m) por: 1) irradiação
com estação total, 2) irradiação com teodolito e trena, 3) irradiação com tedolito e mira, 4) GPS de
navegação, 5) GPS diferencial 6) medida dos 4 lados e 2 diagonais 7) poligonal a trena sobre os 4
vértices. Cada grupo é responsável por um tópico, resolver, discutir e calcular todos os elementos em
sala de aula; nota somente para os alunos e grupos presentes
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