Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PROPRIEDADES RURAIS
Cláudio Silva Soares
TOPOGRAFIA PARA
PROPRIEDADES RURAIS
Conselho Editorial
Alessandra Ximenes da Silva (UEPB)
Alberto Soares de Melo (UEPB)
Antonio Roberto Faustino da Costa (UEPB)
José Etham de Lucena Barbosa (UEPB)
José Luciano Albino Barbosa (UEPB)
Melânia Nóbrega Pereira de Farias (UEPB)
Patrícia Cristina de Aragão (UEPB)
Expediente EDUEPB
Design Gráfico e Editoração
Erick Ferreira Cabral
Jefferson Ricardo Lima A. Nunes
Leonardo Ramos Araujo
Revisão Linguística e Normalização
Antonio de Brito Freire
Elizete Amaral de Medeiros
Assessoria Técnica
Carlos Alberto de Araujo Nacre
Thaise Cabral Arruda
Walter Vasconcelos
Divulgação
Danielle Correia Gomes
Comunicação
Efigênio Moura
Copyright © EDUEPB
A reprodução não-autorizada desta publicação, por qualquer meio, seja total ou parcial, constitui violação da
Lei nº 9.610/98.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO, 9
REFERÊNCIAS, 113
APRESENTAÇÃO
9
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO À
TOPOGRAFIA
Breve Histórico
11
séculos, com o surgimento de instrumentos mais precisos
como: luneta, vernier, teodolito, medidor eletrônico de dis-
tância (MED), GPS, computadores e muitos outros disposi-
tivos para estes fins.
Conceito
Divisão da Topografia
12
topográficos como o teodolito, níveis de precisão, estações
totais, GPS, dentre outros. Este seguimento divide-se ainda
em Planimetria e Altimetria.
Na Planimetria são obtidos ângulos e distâncias horizon-
tais necessários para determinações de pontos e feições do
terreno, assim como sua posterior representação sobre um
plano horizontal de referência. Por outro lado, a Altimetria
é encarregada pela obtenção dos ângulos verticais, através
dos quais se determinam as distâncias verticais ou dife-
renças de níveis, necessárias para descrever o perfil de um
determinado terreno.
Quando os procedimentos realizados na Planimetria e
na Altimetria são reunidos em um só trabalho, daremos
então origem às plantas planialtimétricas.
A Topologia serve como complemento da Topometria,
pois a mesma estuda as formas exteriores da superfície ter-
restre e as leis que devem obedecer a seu modelado. Como
resultado deste estudo, teremos a representação cartográ-
fica do terreno através das curvas de nível.
Na Taqueometria as distâncias horizontais e verticais
são determinadas de forma indireta, ou seja, através de cál-
culos realizados com auxílio de outras grandezas (ângulos
verticais, fios estadimétricos, etc.).
A Fotogrametria tem por objetivo representar uma por-
ção da superfície terrestre, num plano topográfico, através
de fotografias aéreas ou terrestres. Sua principal aplicação é
feita sobre estudos e projetos de estradas, barragens, reflo-
restamento, projetos fundiários, etc.
13
Fontes de Erro no Levantamento Topográfico
14
CAPÍTULO 2
EQUIPAMENTOS E
ACESSÓRIOS TOPOGRÁFICOS
Equipamentos de precisão
Teodolitos
15
Acervo Autor
Figura 1. Teodolito
Nível de Precisão
16
Estação Total
Acervo Autor
17
Acervo Autor
Figura 4. GPS
Acessórios topográficos
Diastímetros
Piquetes
18
Estacas
Fichas
19
Acervo Autor
Figura 6. Fichas.
Balizas
20
Nível de Cantoneira
Acervo Autor
Nível de Mangueira
21
Acervo Autor
Tripé
22
Cadernetas de Campo
FS FM FI
1,65 E0 1 254º 18’ 00” 1,42 1,27 1,12 96º 10’ 00” 29,65 Cerca
1,68 E1 2 260º 07’ 00” 1,38 1,25 1,11 98º 12’ 00” 26,45 Cerca
1,70 E2 3 283º 07’ 00” 1,76 1,56 1,35 95º 50’ 00” 40,58 Cerca
1,67 E3 0 282º 26’ 00” 1,70 1,58 1,45 96º 30’ 00” 24,68 Cerca
Legenda: A.I= altura do instrumento; E= estação ocupada; P.V= ponto visado; ÂH=
ângulo horizontal externo; FS= fio superior; FM= fio médio; FI= fio inferior; ÂZ=
ângulo zenital; DH= distância horizontal.
23
Estacionamento do Teodolito, Nível e Estação Total
Instalação do tripé
24
Figura 11. Detalhe do ajuste de altura das pernas do tripé.
Nivelamento do aparelho
25
parafusos II e III ao mesmo tempo e na mesma direção.
No segundo movimento, giramos o aparelho a 90º e tra-
balhamos apenas com o parafuso I, até centralizar a bolha
(Figura 12 B). Após esse procedimento, volta-se o aparelho
à primeira posição e verifica-se novamente se a bolha está
centralizada. Se for preciso, repete-se os ajustes até o nive-
lamento completo, para só então começar as medições de
ângulos e distâncias.
A B
26
CAPÍTULO 3
UNIDADES DE
MEDIDAS E ESCALA
Unidades lineares
27
Sistema antigo
28
Como alguns produtores rurais ainda usam determi-
nadas unidades do sistema antigo, então serão mostrados
exemplos de conversões das mesmas para o sistema métrico:
Sistema métrico
29
Medidas de grandes extensões Unidade Medidas de pequenas extensões
km hm dam m dm cm mm
1.000 m 100 m 10 m 1m 0,1 m 0,01 m 0,001 m
30
Unidades angulares
31
Note que, quando você digita a tecla de igual, no resul-
tado não aparece os sinais de minuto e segundo, apenas o
sinal de grau para todas as casas. Isso não está errado, pois
a calculadora entende e sinaliza desta forma.
Para converte 2,258º para o sistema sexagesimal basta
digitar a sequencia:
=> Calculadora HP 20 S
32
Exemplo:
Converter o ângulo 45º 35’ 23” do sistema sexagesimal
para o sistema centesimal.
Primeiramente transformam-se os minutos em segun-
dos, multiplicando os mesmos por 60. Depois adicionam-se
a este resultado os segundos do ângulo. Por fim, divide-se
o total de segundos por 3.600 para obtenção da fração do
ângulo.
33
Exemplo: Deseja-se converter o ângulo 57º 25’ 20” em
grados.
Antes de por os números na fórmula acima, deve-se con-
verter a parte fracionada do grau em segundos e dividi-la
por 3.600, obtendo a fração decimal do grau.
25 x 60” = 1.500” + 20” = 1.520”, logo:
1.520”
= 0,4222+ 57° = 57,4222°
3.600
Usando a fórmula de conversão teremos:
57,4222° . 10
Ag = = 63,8024g
9
34
Para converter graus (Aº) em radianos (R rad) utiliza-se
a seguinte fórmula:
A° . π rad
R rad =
180
Exemplo
Converter 160º em radianos.
160° . π rad
R rad = ≌ 0,8888889 π rad
180
180° . R rad
A° =
π rad
Exemplo
Converter 1,333333333 π rad em graus.
35
No desenho topográfico tem-se duas principais gran-
dezas de medida, angulares e lineares, no entanto, apenas
as grandezas lineares são representadas no desenho após
transformação através de escalas. Os ângulos são represen-
tados no desenho com sua grandeza natural.
Basicamente, na topografia trabalham-se com três tipos
de escala: a natural, de redução e a de ampliação.
Na escala natural, o desenho apresenta o mesmo tama-
nho do objeto real. Desta forma, a escala será representada
pela expressão numérica 1:1. Esta escala é muito utilizada na
área industrial, onde precisa-se representar objetos de tama-
nhos relativamente pequenos. Ex: canetas, parafusos, etc.
A escala de redução é aquela em que o desenho do
objeto é menor do que seu tamanho natural (ex: casas, ter-
renos, etc.). A representação desta escala de redução seria,
por exemplo 1:200.
Já na escala de ampliação, temos um objeto de tamanho
real muito pequeno (ex: uma peça de celular) e se deseja
representá-lo em tamanho maior, para melhor visualização
de seus detalhes. Um exemplo de representação da escala
seria 10:1.
Para determinar essas transformações de medidas utili-
za-se a seguinte fórmula:
1 d
=
E D
Onde:
E = escala do desenho
d = distância gráfica no papel
D = distância natural no terreno
36
Simplificando a fórmula teremos:
=> D = d.E
D
=> d =
E
D
=> E =
d
Exemplos:
a) Quantos metros, na realidade, possuirá um cercado
que aparece no desenho com medida de 0,45 m, na escala
de 1:500?
D = 0,45 m . 500
D = 225 m de cerca
3.500m
d= = 0,35 m = 35 cm
10.000
4.600m
E= = 9.200 ou seja 1:9.200
0,5
37
d) Em um desenho de escala 1:600 foi verificada uma
área de 350 cm2. Qual será a área real deste terreno?
38
CAPÍTULO 4
CÁLCULO DE
DISTÂNCIAS E ÁREAS
Cálculo de Distâncias
39
b) Hodômetros e rodas de medição
c) Réguas graduadas
Medição de um lance
40
Figura 13. Uso correto do diastímetro em lance único.
41
então procede-se à medição do alinhamento horizontal A-1.
Após a medição, o balizeiro intermediário põe uma ficha ou
um piquete no ponto 1. O próximo passo será medir o ali-
nhamento 1-2. Para isso, agora o balizeiro de ré irá por sua
baliza no ponto 1, enquanto que o balizeiro intermediário
se posicionará no ponto 2 e irá seguir novamente a orien-
tação do balizeiro de ré, entrando assim no alinhamento.
Em seguida, após alinhado, o balizeiro intermediário faz
a leitura da distância do alinhamento 1-2. Os demais pon-
tos seguem o mesmo procedimento até chegar ao final da
medição (ponto B). Para se obter a distância total, do ponto
A ao ponto B, basta fazer a multiplicação e/ou somatória
dos intervalos do alinhamento.
42
Figura 15. Medida horizontal e vertical com diastímetro em lance único.
DH = 20 m
DN = 2,55 m - 1,0 m = 1,55 m
DN
%D = x 100
DH
1,55m
%D = x 100 = 7,75%
20m
43
Figura 16. Medida horizontal e vertical com diastímetro em vários lances.
Dados:
DH = 20 m + 20 m + 15 m = 55 m
DN = (1,4 m - 1,0 m) + (1,65 m - 1,2 m) + (1,6 m - 1,3 m) =
DN = 1,15 m
44
Figura 17. Triângulo retângulo feito com trena.
45
Figura 18. Transposição de obstáculos usando o triângulo retângulo.
46
Basicamente, existem duas medidas indiretas que pode-
mos fazer com a taqueometria. São elas: a distância hori-
zontal (DH) e a distância vertical (DV) ou diferença de nível
(DN).
47
Figura 20. Visão horizontal em terreno plano.
48
- Considerando que a origem do ângulo de inclinação da
luneta é no Zênite (Figura 22), a fórmula será:
DH = 100 . H . sen2 Z
49
α = ângulo de inclinação da luneta
FM = fio médio
I = altura do aparelho (medida do centro da luneta até o
solo)
50
DV = 50 . H . sen (2α) + FM - I
Sendo,
DV = distância vertical
H = (Fio superior - Fio inferior)
α = ângulo de inclinação da luneta
FM = fio médio
I = altura do aparelho (medida do centro da luneta até o
solo)
51
Medidores eletrônicos de distâncias (MEDs)
Exercícios de fixação
52
DV = 50 . (1,58m - 0,82m) . sen (2 . 6º 30› 25») + 1,20 m -
1,60 m
DV = 50 . 0,76 m . sen (2 . 13º 00’ 50”) + 1,20 m - 1,60 m
DV = 38 m . 0,2252 + 1,20 m - 1,60 m
DV = 8,5576 m + 1,20 m - 1,60 m
DV = 8,16 m
53
3. Um determinado levantamento de distâncias foi efe-
tuado com um aparelho que possui ângulo de origem zeni-
tal. A partir deste levantamento, pede-se para determinar a
distância horizontal e vertical, que apresenta as seguintes
leituras: FS = 2,14m; FM = 1,54m FI = 0,93m; I = 1,65m e Z =
77º 24’ 20”.
Então,
DH = 100 . (2,14m - 0,93m) . sen2 77º 24’ 20”
DH = 100 . 1,21m . 0,9759379092
DH = 100 . 1,21m . 0,952454802
DH = 115,25m
DN = 115,25m . cotg 77º 24’ 20” - 1,54m + 1,65m
DN = 115,25m . 0,223424677 - 1,54m + 1,65m
DN = 25,74969411 - 1,54m + 1,65m
DN = 25,86m
Cálculo de Áreas
Triângulos
54
por dois. Porém, existem outras fórmulas que podem nos
fornecer os mesmos resultados.
a c a c
b b
Figura 25. Triângulo retângulo Figura 26. Triângulo qualquer
c 2 = a2 + b2
Seu perímetro (P) é dado por P = a + b + c.
55
Exercícios de fixação
56
Outras figuras planas
57
CAPÍTULO 5
MÉTODOS DE
LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO
59
a. Nome da propriedade e do proprietário;
b. Limites do perímetro, com descrição dos ângulos e
distâncias que definem sua área;
c. Endereço e nome dos confrontantes (vizinhos);
d. Área, perímetro, nome do topógrafo e seu registro de
classe (CREA).
Abaixo segue um modelo de memorial descritivo suge-
rido pelo Incra (Dados fictícios).
MEMORIAL DESCRITIVO
Imóvel:_____ Comarca:_____
Proprietário: _____
Município: _____ U.F: _____
Matrícula: _____ Código INCRA: _____
Área (ha): _____ Perímetro (m): _____.
60
E 196.794,62 m; 180°32’08” e 9,63 m até o vértice MHJ-P-0003, de
coordenadas N 8.259.285,39 m e E 196.794,08 m;199°50’29” e 9,66
m até o vértice MHJ-P-0004 de coordenadas N 8.259.276,30 m e E
196.790,80 m;208°30’56” e 10,12 m até o vértice MHJ-P-0005, de coor-
denadas N 8.259.267,41 m e E 196.785,97 m;209°06’51” e 10,26 m até o
vértice MHJ-P-0006 de coordenadas N 8.259.258,45 m e E 196.780,98
m, 201°49’21” e 10,06 m até o vértice MHJ-P-0007 de coordenadas
N 8.259.249,11 m e E 196.777,24 m; 188°11’44” e 9,89 m até o vértice
MHJ-M-0006 de coordenadas 8.259.239,32 m e 196.775,83 m, situ-
ado na margem esquerda do córrego da Palha e divisa da Fazenda
São José, código INCRA _____; deste, segue confrontando com a
Fazenda São José com os seguintes Azimutes e distâncias: 276°11’31”
e 30,32 m até o vértice MHJ-M-0007 de coordenadas N 8.259.242,59
m e E 196.145,69 m; 282°03’45” e 152,17 m até o MHJ-M-0008 de coor-
denadas N 8.259.274,39 m e E 196.596,88 m, situado da divisa da
Fazenda São José e limite da faixa de domínio da estrada munici-
pal que liga Carimbó a Pirapora;deste, segue pela limite da faixa
de domínio da Estrada Municipal, com os seguintes azimutes e dis-
tâncias: 347°08’31” e 17,93 m até o vértice MHJ-P-0008 de coorde-
nadas N 8.259.291,87 m e E 196.592,89 m; 02°56’12” e 15,03 m até o
vértice MHJ-P-0009 de coordenadas N 8.259.306,88 m e E 196.593,66
m; 25°49’11” e 12,03 m até o vértice MHJ-P-0010 de coordenadas N
8.259.317,71 m e E 196.598,90 m; 19°16’19” e 24,03 m até o vértice MHJ-
M-0001, ponto inicial da descrição deste perímetro. Todas as coorde-
nadas aqui descritas estão georreferenciadas ao Sistema Geodésico
Brasileiro, a partir da estação ativa da RBMC de Brasília, de coorde-
nadas E _____e N _____e encontram-se representadas no Sistema
UTM, referenciadas ao Meridiano Central nº 45 WGr, tendo como
datum o SAD-69. Todos os azimutes e distâncias, área e perímetro
foram calculados no plano de projeção UTM.
Brasília, de de 2003
61
Em um levantamento topográfico pode-se usar apenas
um de seus métodos, ou um conjunto deles. Essa escolha
vai depender das características da propriedade rural a ser
representada, ou seja, extensão de terra a ser medida e/ou
acidentes topográficos presentes na mesma.
Diante disso, os principais métodos de levantamento
topográfico planimétrico serão descritos nos próximos
parágrafos.
62
horizontal nesta posição. No próximo passo, deve-se destra-
var o aparelho e girar a luneta do mesmo em direção ao pé
da baliza, a qual está no ponto 1. Agora trava-se novamente
o aparelho e lê-se o rumo ou azimute formado entre a refe-
rência (ponto 0) e o ponto 1. Em seguida, retira-se a baliza e
põe-se a mira para se fazer a leitura dos fios estadimétricos
e do ângulo vertical, no caso de leitura com teodolito. Se for
utilizada a estação total, põe-se o bastão com o prisma no
lugar da baliza e procede-se a leitura da distância horizon-
tal, distância inclinada e os ângulos horizontal e vertical.
Para os demais vértices (2, 3, 4 e 5), o procedimento vai ser
o mesmo.
63
Cliente: Centro de Ciências Agrárias e Ambientais/UEPB
Local: Lagoa Seca - PB Data: 16/10/2016
Técnico: Cláudio S. Soares
Fios
Â. zenital
estadimétricos
AI E PV AZIMUTE DH OBS
FS FM FI
1,65 E0 1 40º 30’ 00” 1,42 1,27 1,12 96º 10’ 00” 29,65 Limite
1,65 E0 2 120º 00’ 00” 1,38 1,25 1,11 98º 12’ 00” 26,45 Limite
1,65 E0 3 243º 50’ 00” 1,76 1,56 1,35 95º 50’ 00” 40,58 Limite
1,65 E0 4 292º 26’ 00” 1,70 1,58 1,45 96º 30’ 00” 24,68 Limite
1,65 E0 5 341º 20’ 00” 1,65 1,52 1,40 94º 50’ 00” 24,91 Limite
Legenda: A.I= altura do instrumento; E= estação ocupada; P.V= ponto visado; ÂH=
ângulo horizontal externo; FS= fio superior; FM= fio médio; FI= fio inferior; ÂV= ângulo
zenital; DH= distância horizontal.
Cálculos de escritório
64
Quando essa medição implica em coletar azimutes e
distâncias horizontais, imediatamente já se tem as coorde-
nadas polares, restando apenas, fazer as transformações
destas em coordenadas cartesianas retangulares (parciais
ou totais). Para este exemplo, serão usados os dados da
caderneta de campo acima.
No exemplo tem-se:
X 0-1 = sen 40º 30’ 00” . 29,65 m = 19,2561
Y 0-1 = cos 40º 30’ 00” . 29,65 m = 22,5460
X 0-2 = sen 120º 00’ 00” . 26,45 m = 22,9064
Y 0-2 = cos 120º 00’ 00” . 26,45 m = -13,225
X 0-3 = sen 243º 50’ 00” . 40,58 m = -36,4212
Y 0-3 = cos 243º 50’ 00” . 40,58 m = -17,8951
X 0-4 = sen 292º 26’ 00” . 24,68 m = -22,8123
Y 0-4 = cos 292º 26’ 00” . 24,68 m = 9,4181
X 0-5 = sen 341º 20’ 00” . 24,91 m = -7,9727
Y 0-5 = cos 341º 20’ 00” . 24,91 m = 23,5997
65
Coord. Parc. Calcul. Coordenadas Totais
EST PV AZIMUTES DH
x± y± X Y
1 30° 15’ 85,30 19,2561 22,5460 19.2561 22.5460
2 106° 42’ 95,21 22,9064 -13,225 22.9064 -13.225
E0 3 198° 37’ 45,80 -36,4212 -17,8951 -36.4212 -17.8951
4 253° 28’ 70,40 -22,8123 9,4181 -22.8123 9.4181
5 320° 30’ 71,02 -7,9727 23,5997 -7.9727 23.5997
66
Seguindo-se com os dados da tabela 1, teremos:
67
c) Cálculo da área
Para se calcular a área de um terreno pode-se utilizar,
dentre outros, o método das coordenadas totais, ou método
de Gauss.
A fórmula simplificada para determinação desta área é
dada pela expressão:
(∑ x.y) - (∑ y.x)
A=
2
68
no exemplo acima. Ressalta-se que o primeiro valor das
coordenadas X e Y deve ser repetido logo abaixo do último
alinhamento.
Desta maneira teremos:
∑x.y = [(19,2561) x (-13,225)] + [(22,9064 x (-17,8951)] +
[(-36,4212) x 9,4181] + [(-22,8123) x 23,5997] + [(-7,9727) x
22,5460] = -1.725,71
∑y.x = [(22,5460) x (22,9064)] + [(-13,225) x (-36,4212)] +
[(-17,8951) x (-22,8123)] + [(9,4181) x (-7,9727)] + [(23,5997) x
19,2561] = 1.785,697
69
Figura 28. Levantamento por interseção.
70
Figura 29. Determinação dos lados do triângulo AP e BP.
AB . sen β
AP =
sen [180º - α+β]
AB . sen α
BP =
sen [180º - α+β]
71
Substituindo-se os valores nas fórmulas, teremos:
72
Levantamento por ordenadas
73
utilizado pelos topógrafos, pois permite cobrir áreas rela-
tivamente grandes e acidentadas. É um método trabalhoso,
mas permite grande precisão, quando comparado aos
demais já citados. Outra vantagem sobre os demais méto-
dos é que, no levantamento por caminhamento, há possibi-
lidade de fazer a correção dos erros de fechamento angular
e linear.
Este método de levantamento topográfico pode ser reali-
zado pela medição de diferentes ângulos, sejam eles:
74
No campo executa-se a instalação do aparelho no ponto
inicial escolhido, alinhando-se a luneta do aparelho com
a baliza de ré. Em seguida, põe-se o ângulo horizontal do
aparelho em 0º 00’ 00”. Em um segundo momento, gira-se
a luneta para a baliza de vante e procede-se a leitura do
ângulo externo. Com o aparelho ainda nesta estação, tam-
bém é determinado o azimute do primeiro alinhamento.
A seguir, será demonstrado um exemplo de levanta-
mento por caminhamento pelos ângulos externos, feito com
estação total, assim como os cálculos de ajustes dos erros
angulares e lineares.
75
Seguindo-se os dados da caderneta de campo acima,
teremos os seguintes cálculos a realizar:
76
externos lidos e o fechamento angular calculado (Fa). A
expressão fica a seguinte:
∆a = ∑αe - Fa
Onde: ∑αe = somatório dos ângulos externos
No exemplo tem-se:
∑αe = 248º 24’ 50” + 288º 13’ 40” + 263º 06’ 55” + 246º 34’
45” + 286º 27’ 42” + 107º 14’ 55” = 1440º 02’ 55”
∆a = 1440º 02’ 47” - 1440º 00’ 00”
∆a = 02’ 47” = 167”
Onde,
b = depende das diferentes classes de poligonais (Classe
I = 6”; Classe II = 15”; Classe III = 20”; Classe IV = 40”; Classe
V = 180”);
n = número de vértices da poligonal
77
Continuando os cálculos do nosso exemplo teremos:
Onde,
C∆a = constante multiplicativa de correção
78
∆a = erro angular cometido
1
∑ = somatória dos inversos das distâncias horizontais
DH
No exemplo tem-se:
∆a = 167”
79
E PV ÂH Correção ÂH corrigido
E1 E2 248º 24’ 50” - 21” 248º 24’ 29”
E2 E3 288º 13’ 40” - 13” 288º 13’ 27”
E3 E4 263º 06’ 55” - 23” 263º 06’ 32”
E4 E5 246º 34’ 45” - 22” 246º 34’ 23”
E5 E6 286º 27’ 42” - 48 286º 26’ 54”
E6 E1 107º 14’ 55” - 40 107º 14’ 15”
TOTAIS 1440º 02’ 55” 167” 1440º 00’ 00”
80
Az (E3-E4) = (83º 28’ 19” + 263º 06’ 32”) - 180º = 166 34’ 51”
Az (E4-E5) = (166 34’ 51” + 246º 34’ 23”) - 180º = 233º 09’ 14”
Az (E5-E6) = (233º 09’ 14” + 286º 26’ 54”) - 180º = 339º 36’ 08”
Az (E6-E1) = (339º 36’ 08” + 107º 14’ 15”) - 180º = 266º 50’23”
E PV AZIMUTE ÂH DH
E1 RÉ 266º 50’ 23” - -
E1 E2 335º 14’ 52” 248º 24’ 29” 28,575
E2 E3 83º 28’ 19” 288º 13’ 27” 46,990
E3 E4 166º 34’ 51” 263º 06’ 32” 26,330
E4 E5 233º 09’ 14” 246º 34’ 23” 27,290
E5 E6 339º 36’ 08” 286º 26’ 54” 12,280
E6 E1 266º 50’ 23” 107º 14’ 15” 14,690
81
X = Distância . seno Azimute
Y = Distância . cosseno Azimute
No exemplo tem-se:
X (E1-E2) = 28,575 . sen 335º 14’ 52” = - 11,9642
Y (E1-E2) = 28,575 . cos 335º 14’ 52” = 25,9497
X (E2-E3) = 46,990 . sen 83º 28’ 19” = 46,6853
Y (E2-E3) = 46,990 . cos 83º 28’ 19” = 5,3423
X (E3-E4) = 26,330 . sen 166º 34’ 51” = 6,1105
Y (E3-E4) = 26,330 . cos 166º 34’ 51” = - 25,6111
X (E4-E5) = 27,290 . sen 233º 09’ 14” = - 21,8388
Y (E4-E5) = 27,290 .cos 233º 09’ 14” = - 16,3649
X (E5-E6) = 12,280 . sen 339º 36’ 08” = -4,2800
Y (E5-E6) = 12,280 .cos 339º 36’ 08” = 11,5099
X (E6-E1) = 14,690 . sen 266º 50’ 23” = - 14,6677
Y (E6-E1) = 14,690 .cos 266º 50’ 23” = - 0,8098
Coordenadas parciais
E PV AZIMUTE DH
X Y
E1 E2 335º 14’ 52” 28,575 - 11,9642 25,9497
E2 E3 83º 28’ 19” 46,990 46,6853 5,3423
E3 E4 166º 34’ 51” 26,330 6,1105 - 25,6111
E4 E5 233º 09’ 14” 27,290 - 21,8388 - 16,3649
E5 E6 339º 36’ 08” 12,280 - 4,2800 11,5099
E6 E1 266º 50’ 23” 14,690 - 14,6677 - 0,8098
82
Determinação do erro linear de fechamento
Onde:
∆x =│∑L (x+)│-│∑O (x-)│= erro em X ou diferença de longitude
∆x =│∑N (y+)│-│∑S (y-)│= erro em Y ou diferença de latitude
E = 0,045 m
83
Após verificar-se que existe um erro de fechamento,
deve-se analisar se o mesmo é tolerável. Para essa deter-
minação de tolerância, a ABNT (1994) define pela seguinte
expressão:
Onde:
d = é um coeficiente que expressa a tolerância do erro
linear, em m/km e depende da classe da poligonal (I = 0,10;
II = 0,30; III = 0,42; IV = 0,56; V = 2,20).
L = é o perímetro da área, em km.
Lembrando-se que, se o erro não for tolerável, o topógrafo
deve voltar ao campo para realizar um novo levantamento.
84
Cy = (∆y . DH) ÷ P
Onde:
Cx, Cy = correção da projeção nos eixos X e Y;
∆x, ∆y = somatório das projeções dos eixos X e Y;
DH = distância horizontal dos alinhamentos;
P = perímetro da área.
Cx (E1-E2) = (0,0451 . 28,575) ÷ 156,155 = 0,0083
Cx (E2-E3) = (0,0451 . 46,99) ÷ 156,155 = 0,0136
Cx (E3-E4) = (0,0451 . 26,33) ÷ 156,155 = 0,0076
Cx (E4-E5) = (0,0451 . 27,29) ÷ 156,155 = 0,0079
Cx (E5-E6) = (0,0451 . 12,28) ÷ 156,155 = 0,0035
Cx (E6-E1) = (0,0451 . 14,69) ÷ 156,155 = 0,0042
∑ 0,0451
Cy (E1-E2) = (0,0161 . 28,575) ÷ 156,155 = 0,00295
Cy (E2-E3) = (0,0161 . 46,99) ÷ 156,155 = 0,00485
Cy (E3-E4) = (0,0161 . 26,33) ÷ 156,155= 0,00271
Cy (E4-E5) = (0,0161 . 27,29) ÷ 156,155 = 0,00281
Cy (E5-E6) = (0,0161 . 12,28) ÷ 156,155 = 0,00127
Cy (E6-E1) = (0,0161 . 14,69) ÷ 156,155 = 0,00151
∑ 0,0161
85
valor. Deve-se fazer essas operações levando-se em consi-
deração os valores absolutos, ou seja, não levar em consi-
deração os sinais positivos ou negativos das coordenadas
parciais.
Como exemplo desta regra, será feito o cálculo da pri-
meira coordenada, pois as demais seguirão o mesmo prin-
cípio. Neste exemplo, a somatória dos valores de X+ (52,7958)
foi maior que a somatória dos valores de X- (52,7507). Sendo
assim, quando se tem coordenadas parciais positivas (X+),
será usado a seguinte expressão: Xcorrigido = xcalculado - Cx. Caso
a coordenada parcial seja negativa, a expressão muda para
Xcorrigido = xcalculado + Cx. O mesmo se aplica para as coorde-
nadas Y.
Substituindo-se os valores da tabela abaixo, tem-se:
Xcorrigido = 11,9642 + 0,0083 = 11,9725. O mesmo ocorre para as
coordenadas Y, pois a somatória dos valores de Y+ (42,8019)
foi superior á somatória de Y- (42,7858). Então tem-se: Ycorrigido
= ycalculado - Cy. Logo, Ycorrigido = 25,9497 - 0,00295 = 25,9468.
Desta forma, a nova tabela com os valores de correção
das coordenas segue o modelo abaixo:
86
Coordenadas totais ou absolutas
87
X (E5-E6) = 118,9554 - 4,2835 = 114,6719
Y (E5-E6) = 89,3027+ 11,5086 = 100,8113
88
levantamento, transfere-se o aparelho para o próximo vér-
tice e repete-se o procedimento até o último ponto. Os cál-
culos de correção de erro angular e linear seguem a mesma
sequencia apresentada no item anterior.
89
o azimute do primeiro alinhamento. Vale ressaltar que a
deflexão pode ser para direita (DD) ou para esquerda (DE)
do prolongamento do alinhamento e variam de 0 a 180º.
90
Estação Ponto Ângulo Distância
Azimute Observações
ocupada visado horizontal horizontal
Limite da
III 4 149º 42’ 6,9” 130,98
cerca
IV III 00º 00’ 00” - Ré
IV I 259º 58’ 40” 389,41 Estação
Limite da
IV 5 137º 28’ 31,7” 219,42
cerca
91
Cálculo da poligonal de base
Fa = 180º . (n + 2)
Fa = 180º . (4 + 2) = 1080º 00’ 00”
∆a = ∑αe - Fa
Onde: ∑αe = somatório dos ângulos externos
No exemplo tem-se:
∑αe = 272º 24’ 00” + 261º 07’ 10” + 286º 29’ 10” + 259º 58’
40” = 1079º 59’ 40”
∆a = 1079º 59’ 00” - 1080º 00’ 00”
∆a = - 00º 01’ 00” = - 60”
92
Correção do erro angular (C∆a)
Onde,
C∆a = constante multiplicativa de correção
∆a = erro angular cometido
1
∑ = somatória dos inversos das distâncias horizontais
DH
No exemplo tem-se:
∆a = 60”
93
E PV ÂH Correção ÂH corrigido
I II 272º 24’ 00” + 16,95” 272º 24’ 16,95”
II III 261º 07’ 10” + 13,23” 261º 07’ 23,23”
III IV 286º 29’ 10” + 14,59” 286º 29’ 24,59”
IV I 259º 58’ 40” + 15,23” 259º 58’ 55,23”
TOTAIS 1079º 59’ 00” - 60” 1080º 00’ 00”
E PV AZIMUTE ÂH corrigido DH
I II 317º 32’ 0,8” 272º 24’ 16,95” 350,00
II III 38º 39’ 24,03” 261º 07’ 23,23” 448,32
III IV 145º 08’ 48,62” 286º 29’ 24,59” 406,41
IV I 225º 07’ 43,85” 259º 58’ 55,23” 389,41
94
Cálculo das coordenadas relativas ou parciais (X,Y)
95
Determinação do erro linear de fechamento
Onde:
∆x =│∑L (x+)│-│∑O (x-)│= erro em X ou diferença de longitude
∆y =│∑N (y+)│-│∑S (y-)│= erro em Y ou diferença de latitude
E = 0,042 m
Agora determina-se a tolerância do erro de fechamento:
96
Correção do erro linear de fechamento
97
Coordenadas totais ou absolutas
E PV ÂH AZIMUTE DH
IV I 00º 00’ 00” 225º 07’ 43,85” -
I 1 62º 21’ 39,3” 107º 29’ 23,1” 248,52
I 2 210º 58’ 11,8” 256º 05’ 55,65” 233,91
II 3 155º 54’ 38,6” 293º 26’ 39,4” 174,78
III 4 149º 42’ 6,9” 08º 21’ 30,93” 130,98
IV 5 137º 28’ 31,7” 102º 37’ 20,3” 219,42
98
Cálculo dos azimutes dos pontos irradiados
99
A tabela das coordenadas parciais fica assim:
100
Seguindo o exemplo tem-se:
X (I-1) = 1.000,00 + 237,0311 = 1.237,0311
Y (I-1) = 2.000,00 + (- 74,6890) = 1.925,3110
X (I-2) = 1.000,00 + (- 227,0591) = 772,9409
Y (I-2) = 2.000,00 + (- 56,1965) = 1.943,8035
X (II-3) = 763,6904 + (- 160,3515) = 603,3389
Y (II-3) = 2.258,1773 + 69,5374 = 2.327,7147
X (III-4) = 1.043,7292 + 19,0403 = 1.062,7695
Y (III-4) = 2.608,2612 + 129,5887 = 2.737,8499
X (IV-5) = 1.275,9776 + 214,1170 = 1.490,0946
Y (IV-5) = 2.274,7437 + (- 47,9484) = 2.226,7953
101
CAPÍTULO 6
DESENHO AUXILIADO
POR COMPUTADOR
103
Configurando o DraftSight para topografia
Configurando os pontos
104
escolhido abaixo é utilizado usualmente em trabalhos topo-
gráficos. Com relação ao tamanho do ponto (Size), escolher
sempre em unidades absolutas (Absolute units), pois desta
forma o mesmo será em metros.
Configurando as unidades
105
(Precision) de quatro casas decimais. Por último, será esco-
lhido o tipo (Type) de ângulo e sua precisão (Precision).
Para trabalhos topográficos devemos escolher a opção de
ângulos com graus, minutos e segundos (Deg/Min/Sec).
Ao final de todas as alterações acima, deve-se confirmar
com o comando OK.
Configurando textos
106
Figura 36. Janela para configuração dos textos do desenho.
Salvando as configurações
107
Iniciando e salvando um novo desenho
108
Entrando com dados de um novo desenho
109
Figura 38. Janela de comando para inserir as coordenadas dos pontos.
Coordenadas totais
Estação Ponto Visado X Y
I II 1.000,00 2.000,00
II III 763,6904 2.258,1773
III IV 1043,7292 2.608,2612
IV I 1.275,9776 2.274,7437
110
1000,2000 <enter>
763.6904,2258.1773 <enter>
1043.7292,2608.2612 <enter>
1275.9776,2274.7437 <enter> <esc>
111
Figura 39. Tela principal com os pontos, área e perímetro do desenho.
112
REFERÊNCIAS
113
DAIBERT,J. D. Topografia: técnicas e práticas de campo. 2.
Ed. São Paulo: Érica, 2014. 120p.
114
Sobre o livro
Formato 15 x 21 cm
Mancha Gráfica 11 x 16,8 cm
Tipologias utilizadas Book Antiqua 12 pt