Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
TH-031
PROJETO DE
OBRAS
HIDRÁULICAS
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Sumário
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 6
2 ESTUDOS HIDROLÓGICOS ................................................................................. 7
2.1 Análise de Frequência de Cheias .................................................................... 7
2.1.1 Análise de Frequência Empírica de Vazões Máximas.............................. 7
2.1.2 Análise de Frequência de Vazões Máximas com Base em Distribuições
Teóricas 9
2.2 Vazão Máxima Instantânea ........................................................................... 14
2.3 Riscos Associados a Eventos Extremos ....................................................... 14
2.4 Estudos de Regionalização Hidrológica ........................................................ 15
3 USINAS HIDRELÉTRICAS - ASPECTOS GERAIS ............................................. 20
3.1.1 Introdução .............................................................................................. 20
3.1.2 Transformação de Energia Potencial em Energia Elétrica ..................... 21
3.1.3 Componentes de uma Usina Hidrelétrica ............................................... 23
3.1.4 Barragens .............................................................................................. 24
3.1.5 Vertedores ............................................................................................. 24
3.1.6 Circuito de geração ................................................................................ 25
3.1.7 Turbinas ................................................................................................. 28
3.1.8 Usinas Reversíveis ................................................................................ 32
3.1.9 Estudos Energéticos .............................................................................. 33
4 BARRAGENS ....................................................................................................... 35
4.1 Barragens de Terra e Enrocamento .............................................................. 35
4.1.1 Barragem de Seção Homogênea ou Mista............................................. 37
4.1.2 Barragem de Terra-Enrocamento........................................................... 38
4.1.3 Barragem de Enrocamento .................................................................... 39
4.2 Barragens de Concreto ................................................................................. 41
4.2.1 Barragem Tipo Gravidade ...................................................................... 41
4.2.2 Barragem Tipo Gravidade Aliviada......................................................... 44
4.2.3 Barragens em Arco ................................................................................ 45
4.2.4 Barragens Arco-Gravidade ..................................................................... 46
4.2.5 Barragens de Contrafortes ..................................................................... 47
4.2.6 Barragens de Concreto Compactado com Rolo. .................................... 50
4.3 Critérios de Cálculo ....................................................................................... 50
4.3.1 Tensões Normais na Fundação ............................................................. 50
4.3.2 Verificação de Segurança à Flutuação. .................................................. 51
1
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
2
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
3
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
4
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
5
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
1 INTRODUÇÃO
Estruturas hidráulicas são estruturas construídas com o objetivo de controlar a
água, qualquer seja sua origem. Essas estruturas podem ter a função de
armazenamento, aproveitamento, condução, drenagem proteção entre outros e são
feitas pelo homem para aproveitamento da massa, energia e potência biológico da água
ou ainda para evitar que a água cause algum dano. As obras hidráulicas estão sujeitas
à esforços e demais efeitos provindos do contato direto com a água como pressões,
velocidades, erosões, ondas, transbordamentos etc.
Engenheiros civis trabalham com água onde quer que ela afete as estruturas e
a infraestrutura da civilização. As funções dos engenheiros civis e dos técnicos, em
relação aos efeitos diversos da água, podem ser agrupadas em três categorias
principais (Gribbin, 2014) :
1. Controle de inundações: gerenciar o escoamento natural das águas da chuva
para prevenir danos a propriedades e a perda de vidas;
2. Recursos hídricos: explorar os recursos hídricos disponíveis para propósitos
benéficos, como abastecimento de água, irrigação, hidroeletricidade e
navegação;
3. Qualidade da água: administrar o uso da água para prevenir a degradação
causada pelos poluentes naturais e antrópicos;
Capítulo 1 - Introdução 6
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
2 ESTUDOS HIDROLÓGICOS
2.1 Análise de Frequência de Cheias
2.1.1 Análise de Frequência Empírica de Vazões Máximas
A definição de valores extremos de vazões é fundamental para o
dimensionamento de estruturas hidráulicas, uma vez que está diretamente relacionado
com a segurança das estruturas, como a capacidade de um vertedouro para evitar o
galgamento de uma barragem. O texto a seguir é baseado no Capítulo 14 do Livro
Hidrologia para Engenharia e Ciências Ambientais (Collischonn & Dornelles, 2015).
Para definição das vazões máximas inicialmente é necessário observar as
vazões máximas no local da obra em cada ano do histórico. A partir dessa série de
máximas é possível relacionar vazões com probabilidades de ocorrência através de
análises estatísticas.
Na análise de frequências empíricas de vazões máximas, estimativas de
probabilidade são atribuídas a cada um dos valores observados organizando os valores
em ordem decrescente. Para exemplificar a metodologia são apresentadas vazões
máximas do posto Fazenda Rio Branco, no Rio Paraupebas, no estado do Pará (código
ANA 29080000), apresentados na Tabela 2.1 e na Tabela 2.2
Tabela 2.1 – Vazões máximas no posto Fazenda Rio Branco
Vazão máxima
Ano
(m³/s)
1986 575
1987 385
1988 438
1989 526
1990 478
1991 323
1992 457
1993 192
1994 563
1995 565
Tabela 2.2 – Vazões máximas no posto Fazenda Rio Branco organizadas em ordem
decrescente
Vazão
Ordem
Ano máxima
m
(m³/s)
1986 575 1
1995 565 2
1994 563 3
1989 526 4
1990 478 5
1992 457 6
1988 438 7
1987 385 8
1991 323 9
1993 192 10
Tabela 2.3 – Vazões máximas no posto Fazenda Rio Branco com probabilidade
empírica estimada usando a fórmula de Weibull
Vazão
TR
Ano máxima Ordem Probabilidade
(anos)
(m³/s)
1986 575 1 0,09 11,0
1995 565 2 0,18 5,5
1994 563 3 0,27 3,7
1989 526 4 0,36 2,8
1990 478 5 0,45 2,2
1992 457 6 0,55 1,8
1988 438 7 0,64 1,6
1987 385 8 0,73 1,4
1991 323 9 0,82 1,2
1993 192 10 0,91 1,1
Outras referência, como Julien (2018), afirma que duas distribuições são
particularmente úteis para o estudo de frequência de cheias: Gumbel e Log-Pearson III.
De acordo com o Bulletin 17C – Guidelines for Determining Flood Flow Frequency do
USACE (Jr et al., 2019), para os Estados Unidos a distribuição de Log-Pearson III é
recomendada como distribuição básica para a definição da série de cheias anuais.
Desta maneira são apresentadas as distribuições de Gumbel, Exponencial e Log-
Pearson III.
Gumbel - A probabilidade de que uma determinada vazão venha a ser igualada
ou excedida em um ano qualquer pode ser estimada usando a distribuição de Gumbel,
também chamada de Distribuição de Valores Extremos do Tipo 1. A vazão para um dado
tempo de retorno TR (em anos) pode ser obtida pela equação (2.3)
𝑇𝑅 (2.3)
𝑥 = 𝑥̅ − 𝑠 {0,45 + 0,7797. 𝑙𝑛 [𝑙𝑛 ( )]}
𝑇𝑅 − 1
∑𝑛 (𝑥𝑖 − 𝑥̅ )2 (2.4)
𝑠 = √ 𝑖=1
𝑁−1
Para o posto Fazenda Rio Branco tem-se 𝑥̅ = 450 e 𝑠 = 122,6, dessa maneira a
distribuição de Gumbel resulta nos valores apresentados na Tabela 2.4.
Tabela 2.4 – Ajuste dos dados de vazão máxima no posto Fazenda Rio Branco
utilizando a distribuição de Gumbel
TR Vazão máxima
(anos) (m³/s)
1,1 311
2 430
5 538
10 610
20 679
25 701
50 768
100 835
Tabela 2.5 – Ajuste dos dados de vazão máxima no posto Fazenda Rio Branco
utilizando a distribuição Exponencial
TR Vazão máxima
(anos) (m³/s)
1,1 339
2 413
5 525
10 610
20 695
25 722
50 807
100 892
Log-Pearson III – Essa distribuição pode ser descrita por três parâmetros:
média, desvio padrão e o coeficiente de assimetria. A equação utilizada para estimar a
vazão máxima é dada por (Collischonn & Dornelles, 2015):
log(𝑥) = ̅̅̅̅̅̅̅̅̅
log (𝑥) + 𝐾(𝑇𝐺) . 𝑠log (𝑥) (2.6)
Onde 𝑧 pode ser estimado com base em tabela de distribuição normal, ou pela
função do Excel INV.NORMP.N(1-P), onde P é a probabilidade. O valor de 𝑓 pode ser
obtido a partir do coeficiente de assimetria pela equação a seguir:
𝐺 (2.8)
𝑓=
6
∑𝑁
𝑖=1(𝑥𝑖 − 𝑥̅ )
3
(2.9)
𝐺=
𝑁. 𝑠 3
Tabela 2.7 – Ajuste dos dados de vazão máxima no posto Parauapebas utilizando a
distribuição de Log-Pearson III
Onde 𝐴 é área de drenagem em km². Deve-se notar que quanto menor a área
maior será a relação entre 𝑄𝑚á𝑥 e 𝑄𝑚𝑒𝑑 . Para o posto Fazenda Rio Branco, em que a
área de drenagem é de 8.450 km² a relação entre 𝑄𝑚á𝑥 e 𝑄𝑚𝑒𝑑 seria igual a 1,17 de
acordo com a formulação de Fuller. Para uma eventual situação de projeto esse valor
deveria ser aplicado nos valores encontrados na Tabela 2.4, Tabela 2.5 e na Tabela 2.7.
Estrutura TR (anos)
Bueiros de estradas pouco movimentadas 5 a 10
Bueiros de estradas muito movimentadas 50 a 100
Pontes 50 a 100
Diques de proteção de cidades 50 a 200
Grandes barragens 10.000 ou Cheia Máxima Provável
Tabela 2.11 – Postos fluviométricos utilizados na regionalização de vazões da Bacia do Alto Rio Doce
Área de
Disponibilidade
Id Nome Código Rio Estado Município Operadora Latitude Longitude drenagem
de dados
(km2)
1 Piranga 56028000 Rio Piranga MG Piranga CPRM -20,69 -43,30 1400 06/1938 a 02/2020
2 Bráz Pires 56055000 Rio Xopotó MG Brás Pires CPRM -20,85 -43,24 1090 08/1938 a 02/2020
3 Senador Firmino 56065000 Rio Turvo MG Senador Firmino CPRM -20,91 -43,10 297 06/1941 a 01/2020
4 Porto firme 56075000 Rio Piranga MG Porto Firme CPRM -20,67 -43,09 4260 06/1938 a 02/2020
5 Seriquite 56085000 Rio Turvo Sujo MG Viçosa CPRM -20,72 -42,92 342 06/1941 a 02/2020
6 Fazenda Varginha 56090000 Rio Turvo Limpo MG Porto Firme CPRM -20,71 -43,00 328 06/1941 a 02/2020
7 Ponte Nova Jusante 56110005 Rio Piranga MG Ponte Nova CPRM -20,38 -42,90 6230 05/1974 a 02/2020
8 Fazenda Paraíso 56240000 Rio Gualaxo do Sul MG Mariana CPRM -20,39 -43,18 855 06/1930 a 03/2020
9 Acaiaca 56335000 Rio do Carmo MG Acaiaca ANA -20,36 -43,14 1330 09/1940 a 12/1975
10 Acaiaca Jusante 56335001 Rio do Carmo MG Acaiaca CPRM -20,36 -43,14 1370 07/1975 a 03/20201
11 Fazenda Ocidente 56337000 Rio Gualaxo do Norte MG Barra Longa CPRM -20,27 -43,10 529 06/1938 a 03/2020
12 São Miguel do Anta 56385000 Rio Casca MG São Miguel Do Anta CPRM -20,70 -42,67 523 09/1965 a 01/2020
13 Rio Casca 56415000 Rio Casca MG Rio Casca CPRM -20,23 -42,65 2030 07/1930 a 01/2019
14 Fazenda Cachoeira D'antas 56425000 Rio Doce MG São José do Goiabal CPRM -19,99 -42,67 10100 11/1981 a 03/2020
15 Raul Soares Montante 56484998 Rio Matipó MG Raul Soares CPRM -20,10 -42,44 1350 10/1976 a 11/2019
16 Abre Campo 56500000 Rio Santana MG Abre Campo CPRM -20,30 -42,48 273 12/1939 a 03/20202
17 Instituto Florestal Raul Soares 56510000 Rio Matipó MG Raul Soares CPRM -20,10 -42,46 1870 01/1982 a 01/2020
18 Cachoeira dos Óculos Montante 56539000 Rio Doce MG Córrego Novo CPRM -19,78 -42,48 15900 09/1974 a 12/2019
19 Pingo D'água 56570000 Ribeirão Sacramento MG Bom Jesus do Galho CPRM -19,71 -42,45 855 10/1974 a 12/2019
20 Rio Piracicaba 56610000 Rio Piracicaba MG Rio Piracicaba CPRM -19,93 -43,17 1160 12/1925 a 03/2020
21 Conceição do Rio Acima 56631000 Rio Conceição MG Santa Bárbara ANA -20,08 -43,58 186 01/1938 a 12/1957
22 Carrapato (Brumal) 56640000 Ribeirão Santa Bárbara MG Santa Bárbara CPRM -19,97 -43,46 609 07/1954 a 03/2020
23 Nova Era IV 56659998 Rio Piracicaba MG Nova Era CPRM -19,77 -43,03 3060 04/1989 a 03/20203
24 Nova Era - Montante 56659999 Rio Piracicaba MG Nova Era ANA -19,77 -43,07 3060 10/1974 a 02/1980
Área de
Disponibilidade
Id Nome Código Rio Estado Município Operadora Latitude Longitude drenagem
2 de dados
(km )
25 Nova Era 56660000 Rio Piracicaba MG Nova Era ANA -19,77 -43,03 3060 01/1938 a 12/1972
UHE Sá Carvalho Barramento
26
Antônio Dias 56688080 Rio Piracicaba MG Antônio Dias Sá Carvalho -19,65 -42,85 4260 01/1999 a 06/2015
27 Mario de Carvalho 56696000 Rio Piracicaba MG Timóteo CPRM -19,52 -42,64 5270 09/1986 a 10/2017
28 Belo Oriente 56719998 Rio Doce MG Belo Oriente CPRM -19,33 -42,38 24200 10/1986 a 12/2019
29 Conceição do Mato Dentro 56750000 Rio Santo Antônio MG Conceição do Mato Dentro CPRM -19,01 -43,45 302 02/1945 a 12/2018
30 Ferros 56775000 Rio Santo Antônio MG Ferros CPRM -19,23 -43,02 4090 09/1940 a 03/2020
31 Fazenda Barraca 56787000 Rio do Tanque MG Ferros CPRM -19,33 -43,07 1260 10/1965 a 12/2018
32 Senhora do Porto 56800000 Rio Guanhaes MG Senhora do Porto CPRM -18,89 -43,08 1520 06/1945 a 03/2020
33 UHE Porto Estrela Barramento 56820080 Rio Santo Antônio MG Joanésia Cons.Pestrela -19,12 -42,66 9410 09/2001 a 06/2015
34 Naque Velho 56825000 Rio Santo Antônio MG Açucena CPRM -19,19 -42,42 10200 10/1974 a 12/2019
35 Fazenda Corrente 56845000 Rio Corrente Grande MG Virginópolis CPRM -18,89 -42,71 1050 01/1952 a 03/2018
36 Porto Santa Rita 56846000 Rio Corrente Grande MG São Geraldo da Piedade CPRM -18,95 -42,36 1970 09/1975 a 12/2019
37 Governador Valadares 56850000 Rio Doce MG Governador Valadares CPRM -18,88 -41,95 40500 12/1938 a 01/20204
1- Para as análises hidrológicas os postos Acaiaca (56335000) e Acaiaca Jusante (56335001) foram combinados em um único
posto;
2- Falhas de 1982 a 1987;
3- Para as análises hidrológicas os postos Nova Era (56660000), Nova Era Montante (56659999) e Nova Era IV (56659998)
foram combinados em um único posto;
4- Falhas em 1943 a 1945 e 1947 a 1967.
3
Q/QMM
0
1 10 100
TR (anos)
10.000
Q = 0,357A0,841
R² = 0,89
1.000
QMM (m3/s)
100
10
100 1.000 10.000 100.000
Área de drenagem (km2)
Figura 2.4 – Correlação entre cheias médias e áreas de drenagem para o Alto Rio
Doce
3.1.4 Barragens
A construção de uma barragem ligada a uma usina hidrelétrica em geral possui
três finalidades:
1) Geração de desnível para produzir queda;
2) Criação de um reservatório capaz de regularizar a vazão ou
3) Elevação do nível de água para possibilitar a entrada de água em um canal, túnel
ou tubulação que promova a adução para uma casa de força.
3.1.5 Vertedores
Os órgãos extravasores tem por objetivo restituir as vazões de cheia para jusante
do aproveitamento em condições de segurança e sem perturbações de nível prejudiciais
à operação da usina. Em geral, os órgãos extravasores podem ser do tipo vertedores
de superfície ou descargas de fundo.
Figura 3.8 – Circuito de geração da UHE Cambambe, em Angola (Palu et al., 2018)
Figura 3.9 – Circuito de geração da UHE Foz do Areia, Paraná (CBDB, 1982)
3.1.7 Turbinas
De acordo com a norma NBR 6445 (2016): Turbinas hidráulicas, turbinas-
bombas e bombas de acumulação uma turbina hidráulica é uma máquina rotodinâmica
com a finalidade de transformar a energia hidráulica em energia mecânica. Nas usinas
hidrelétricas comumente são utilizadas as turbinas de ação e turbinas de reação.
O fluxo é controlado pela abertura de um mecanismo a montante do rotor. O eixo
da turbina é diretamente conectado a um gerador, que converte a energia mecânica em
energia elétrica.
As turbinas de reação podem ser do tipo Francis1 ,Kaplan2 (tipo hélice) ou bulbo,
enquanto as turbinas de ação são do tipo Pelton3.
1
A turbina Francis foi desenvolvida em 1848 por James B. Francis em Massachusetts
(EUA)
2
A turbina Kaplan foi desenvolvida em 1913 pelo professor Austríaco Viktor Kaplan
3
A turbina Pelton foi desenvolvida na década de 1870 por Allan Lester Pelton.
De acordo com Schreiber (1977) para quedas maiores de 600 m deve-se utilizar
somente a turbina Pelton, nas quedas pequenas de cerca de 5 a 20 m, predomina a
turbina Kaplan. Na faixa de 100 m a 600 m podem ser escolhidas turbinas Pelton quanto
Francis e para quedas entre 80 e 15 m são aplicáveis as turbinas Francis e Kaplan. A
Figura 3.17 apresenta um gráfico para seleção de turbinas (Andritz) até 30 MW em
função da vazão e da queda líquida.
Figura 3.17 – Gráfico para seleção do tipo de turbina em função da vazão e da queda
líquida
Potência Altura de
Potência
Nome Inauguração Equipamento Bombas Queda
Turbinas (MW)
(MW) (m)
Edgar de Souza 1955 1 Francis 14,8 13,13 24
Pedreira 1939 6 Francis 78,5 42,6 25
Traição 1940 4 Kaplan 7,3 6,4 4
Vigário 1952 4 Francis 90,8 72,0 36
Figura 3.18 – Esquema de uma usina hidrelétrica reversível (Canales et al., 2015)
Exercício 1:
A usina de Itaipu tem atualmente 14.000 MW instalados em 20 máquinas.
A sua produção anual de energia gira em torno de 95.000 GWh.
As turbinas foram projetadas para gerar 715 MW sob uma queda líquida de
118,40m, e engolindo uma vazão de 690 m3/s. Pergunta-se:
a) Qual a potência média gerada pela usina?
b) Qual o rendimento de projeto da turbina?
c) Qual o fator de capacidade de usina?
Apresente as suas contas detalhadas, a fim de permitir verificação.
Exercício 2:
Considere que o custo para construir uma usina hidrelétrica é de
$100.000.000,00. A geração anual de energia (energia firme) é igual a 36.000 MWh e o
valor de venda da energia é $280 por MWh. O período de contrato é de 30 anos e a
taxa de juro anual é de 10%.
a) Esse contrato é lucrativo? (Use a análise de valor presente)
b) Qual seria o valor mínimo do valor de venda da energia para obter lucro
nesse contrato?
c) Suponha que não é possível elevar o valor de venda da energia. Contudo,
há a informação que é possível vender o empreendimento hidrelétrico no
final do contrato. Qual seria o valor mínimo de venda para evitar perdas
financeiras?
𝑖(1 + 𝑖)𝑛
𝑅 = 𝑃[ ]
(1 + 𝑖)𝑛 − 1 (3.7)
4 BARRAGENS
4.1 Barragens de Terra e Enrocamento
A concepção dessas barragens está fundamentada no uso de materiais
disponíveis nas imediações do local da obra. Os materiais são compactados em
diversas zonas do perfil, segundo sua determinação como órgão de apoio ou vedante.
O material vedante pode ser colocado na posição vertical ou inclinada, dentro do corpo
da barragem ou na zona de montante. A espessura varia dependendo das
características do material.
As condições climáticas do local devem ser levadas em consideração na escolha
das seções das barragens, uma vez que, em regiões de chuvas intensas ou de chuvas
muito prolongadas, a produtividade cai, e o número menor de dias trabalháveis pode
exigir maior intensidade de uso de equipamento, tornando mais alto o custo unitário de
aterro compactado. Nesses casos, os materiais que não exijam tempo seco para
lançamento devem ser considerados, por serem mais competitivos em custo (ANA,
2016).
O tempo requerido para a construção deve ser levado em consideração, de
acordo com os vários aspectos das etapas de construção, reaproveitamento de
materiais e necessidade de estoques intermediários. Essa comparação deve ser feita
mediante o desenvolvimento de um estudo completo de arranjo geral, sequência
construtiva, prazo de construção, balanço de materiais, desembolso, vantagens
financeiras de antecipações, de redução de prazos e/ou adiantamento de desembolsos.
A comparação de custos globais deve indicar o cronograma e metodologia executiva
mais vantajosa.
As características hidrológicas do local e o esquema de desvio do rio são fatores
importantes na seleção do tipo da barragem, técnica e economicamente mais vantajosa,
devendo ter-se presente que para certos tipos de barragens, (como, de um modo geral,
as barragens em concreto) pode aceitar-se um maior risco e, portanto, esquemas de
desvio mais econômicos.
As características geológicas e topográficas da fundação são, também,
importantes fatores da economia das seções da barragem, principalmente porque as
características de resistência da fundação podem condicionar a declividade dos taludes
da barragem (a utilização de taludes mais íngremes, possibilitada pelos enrocamentos,
exige melhores características de resistência dos materiais de fundação). A
deformabilidade e permeabilidade da fundação podem igualmente influenciar a seleção
do tipo de barragem (barragens de seção homogênea impõem menor grau de
exigência). Os aspectos topográficos podem apontar para tipos de barragens que se
adaptam melhor à existência de grandes heterogeneidades de fundação (ANA, 2016).
É conveniente projetar o eixo da barragem, em planta, com uma curvatura para
montante, para resultar em efeito de arco na região impermeável. Devido às
consequências danosas do transbordamento, a cota da crista deve ser fixada com
cuidado, levando-se em conta os eventos meteorológicos extremos e a formação de
ondas no reservatório (comumente protegidas por enrocamentos – riprap).
Capítulo 4 - Barragens 35
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Capítulo 4 - Barragens 36
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Capítulo 4 - Barragens 37
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Figura 4.2 – Seção de uma barragem de terra zoneada – Barragem Três Marias, MG
Capítulo 4 - Barragens 38
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Capítulo 4 - Barragens 39
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Capítulo 4 - Barragens 40
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Capítulo 4 - Barragens 41
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Figura 4.6 – Barragem Tipo Gravidade da UHE Água Vermelha, São Paulo
(CBDB, 1982)
Capítulo 4 - Barragens 42
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Figura 4.8 – Barragem Tipo Gravidade Dworshak Dam (215m), North Fork of
the Clearwater River, Washington (Ettema, 2018)
Capítulo 4 - Barragens 43
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Capítulo 4 - Barragens 44
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Capítulo 4 - Barragens 45
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Capítulo 4 - Barragens 46
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Figura 4.15 – Barragem em Arco-Gravidade, Hoover Dam (219m), Rio Colorado, divisa
entre os estados de Arizona e Nevada, EUA (Ettema, 2018)
Capítulo 4 - Barragens 47
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Capítulo 4 - Barragens 48
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Figura 4.19 – Barragem com contrafortes do tipo arco: Bartlett Dam (93m), Verde River,
AZ (Ettema, 2018)
Capítulo 4 - Barragens 49
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Figura 4.20 – Seção transversal típica de uma barragem de gravidade com CCR
(Possan, 2015)
Capítulo 4 - Barragens 50
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Σ𝑃 Σ𝑀 (4.1)
𝜎= ± ≤ 𝜎𝑎𝑑𝑚
𝐿 𝑤
𝑙2
Onde 𝑤 = 6 , Σ𝑀 são os momentos em relação ao centro geométrico da fundação, Σ𝑃 o
somatório das forças gravitacionais e 𝐿 o comprimento da fundação.
Será considerada a abertura da junta de montante quando as tensões de
compressão resultantes das cargas permanentes e acidentais incidentes na barragem
forem menores que o valor da subpressão no pé de montante da barragem. Para estes
casos, será realizado o cálculo iterativo até que se alcance o equilíbrio da estrutura, ou
realizado o cálculo de equilíbrio da estrutura, conforme determina os critérios definidos
no Bureau of Reclamation – Design of Gravity Dams.
∑𝑃 (4.2)
𝐹𝑆𝐹 =
∑𝑈
Capítulo 4 - Barragens 51
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
𝐹𝑆𝐹
Caso de Carregamento
CCN 1,3
CCE 1,2
CCL 1,1
Capítulo 4 - Barragens 52
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Capítulo 4 - Barragens 53
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Capítulo 4 - Barragens 54
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Rocha de Fundação
Água
Capítulo 4 - Barragens 55
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Combinações de Carregamento
CCN – Combinação de Carregamento Normal
Esta combinação de carregamento é composta pela soma linear dos seguintes esforços:
dCG = 11,44m
Capítulo 4 - Barragens 56
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
dT = 44,45m
𝐴 = 82,1376𝑚2
𝑃 = 10 × 82,1376 = 821,38𝑘𝑁/𝑚
dCG = 29,15m
dT = 3,87m
• Subpressões
As subpressões serão calculadas conforme os critérios do Bureau of Reclamation –
Design of Gravity Dams, páginas 31 a 33. Os níveis de subpressão para o nível normal
do reservatório na altura dos drenos são dados conforme o que segue:
𝐻𝑚 − 𝐻𝑔 83 − 20
𝐻𝑑 = 𝐻𝑔 + = 20 + = 41𝑚. 𝑐. 𝑎.
3 3
Capítulo 4 - Barragens 57
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Capítulo 4 - Barragens 58
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
MCG
Gravitacionais Valor (kN/m) BraçoCG (m)
(kN.m/m)
Peso próprio 72.552,70 11,44 -830.002,89
Peso de água jusante 821,38 29,15 23.943,23
Peso de água montante 0,00 0,00 0,00
MCG
Horizontais Valor (kN/m) BraçoCG (m)
(kN.m/m)
Empuxo montante 34.445,00 27,67 953.093,15
Empuxo jusante -974,41 4,65 -4.531,01
Capítulo 4 - Barragens 59
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Σ𝐺 Σ𝑀 73.374,08 142.502,48
𝜎= ± = ± = 1.111,22 ± 196,11
𝑙 𝑤 66,03 66,032 ⁄6
Subpressão:
A subpressão atua perpendicularmente ao plano da fundação, no sentido de
baixo para cima, aliviando as tensões totais na fundação. Portanto, serão tratadas como
negativas.
Capítulo 4 - Barragens 60
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
72.552,7 + 821,38
𝐹𝑆𝐹 = = 3,6 > 1,3 → 𝑜𝑘
20.388,84
Capítulo 4 - Barragens 61
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Momentos de Tombamento
• Empuxo de montante
• Subpressão
Então tem-se:
3.232.677,27
𝐹𝑆𝑇 = = 1,82 > 1,5 → 𝑜𝑘
1.774.355,63
Capítulo 4 - Barragens 62
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
5 VERTEDORES
5.1 Definição
Vertedores são estruturas hidráulicas incorporadas em barragens cuja finalidade
é permitir a passagem de enchentes com segurança, isto é, preservando a integridade
do próprio vertedouro e da barragem.
5.2 Tipos
Uma vez definida a cheia de projeto existe uma infinidade de soluções para o
vertedouro. Os vertedores podem ser:
a) Vertedores com e sem comportas: sem comportas (livres), operação
totalmente automática e em geral com baixo custo de manutenção; controlados,
oferecem maior flexibilização de operação, contudo apresentam custo e
necessidade de operação;
b) Vertedores de serviço: Em geral projetados para cheias com tempo de
recorrência entre 50 a 200 anos. Requer um vertedouro auxiliar para passar
maiores cheias.
c) Vertedores de emergência: Podem ser utilizados para evitar o extravasamento
sobre barragens de terra ou enrocamento em emergências.
d) Vertedores fusíveis: Estrutura (dique) que se rompe para evitar o galgamento
de uma barragem.
Capítulo 5 - Vertedores 63
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Figura 5.2 Barragem Riou com vertedouro em degraus – França (CFBR, 2022)
Capítulo 5 - Vertedores 64
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Figura 5.4 - Vertedouro do tipo canal lateral Nihotupu Dam – Nova Zelândia (Ettema,
2018)
Capítulo 5 - Vertedores 65
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Figura 5.5 - Vista aérea do vertedouro tipo canal lateral da UHE Quebra-Queixo, Brasil
Figura 5.6 - Vista aérea do vertedouro lateral em curva da UHE Dardanelos, Brasil
Capítulo 5 - Vertedores 66
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Capítulo 5 - Vertedores 67
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Capítulo 5 - Vertedores 68
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Figura 5.11 – Vertedouro do tipo labirinto da barragem 19th Street, EUA (Kohn, 2006)
Capítulo 5 - Vertedores 69
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Figura 5.12 – Exemplo de perfil de jato livre para conformação de perfil vertente
(Vuuren et al., 2015)
Capítulo 5 - Vertedores 70
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Capítulo 5 - Vertedores 71
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Capítulo 5 - Vertedores 72
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
𝑄 = 𝐶𝐿𝐻3/2 (5.2)
Capítulo 5 - Vertedores 73
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Figura 5.20 – Coeficiente de contração dos pilares Kp em função da razão entre carga
efetiva e da carga de projeto (USBR, 1987)
Capítulo 5 - Vertedores 74
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Capítulo 5 - Vertedores 75
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Capítulo 5 - Vertedores 76
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
𝑄 = 𝐶𝐷𝐿√2𝑔𝐻 (5.5)
Capítulo 5 - Vertedores 77
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Capítulo 5 - Vertedores 78
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Capítulo 5 - Vertedores 79
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Figura 5.26 – Perfil de água sobre a crista de um perfil creager ao longo da linha central
do vão de um vertedouro (USACE, 1987)
Capítulo 5 - Vertedores 80
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
ℎ 10/3
[1 − ( 𝑛 ) ]
ℎ𝑖
𝛥ℎ = 𝑆𝑜 Δ𝑥 (5.7)
ℎ 3
[1 − ( 𝑐 ) ]
ℎ𝑖
3/5
𝑛𝑄
ℎ𝑛 = ( 1/2 ) (5.8)
𝐿𝑆𝑜
1/3
𝑞2
ℎ𝑐 = ( ) (5.9)
𝑔
Capítulo 5 - Vertedores 81
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Capítulo 5 - Vertedores 82
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Figura 5.28 – Vertedouro da UHE Água Vermelha, São Paulo (CBDB, 1982)
Capítulo 5 - Vertedores 83
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
O próximo passo é a definição da carga de projeto Ho. Deve-se notar que quanto
maior a relação entre a carga efetiva e carga de projeto, maior é o coeficiente de
descarga (Figura 5.18), contudo pode resultar em pressões inaceitáveis na crista do
vertedouro. Dessa maneira, após a realização de cálculos iterativos, a carga de projeto
foi definida como 13,50 m.
𝐻𝑜 = 13,5 𝑚
𝑃
≅ 0,4
𝐻𝑜
Utilizando a Figura 5.17 tem-se que:
𝐶𝑜 = 3.77 𝑓𝑡 1/2 /𝑠
Capítulo 5 - Vertedores 84
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Como as figuras são provindas do Design of Small Dams (USBR, 1987), que
fornece valores no sistema imperial de unidades, deve ser feita a correção para o SI:
𝐻𝑒 15 𝑚
= = 1,11
𝐻𝑜 13,5 𝑚
O coeficiente de descarga para a carga efetiva será dado por:
𝐶
= 1,01 → 𝐶 = 1,01 𝑥 2,08 = 2,10 𝑚1/2 /𝑠
𝐶𝑜
O efeito da declividade do paramento de montante sobre a capacidade de
descarga deve ser considerado. Para o vertedouro em questão a declividade foi
escolhida como 3:3, dessa maneira utilizando a Figura 5.19 tem-se:
𝐶𝑖𝑛𝑐𝑙𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜
= 1,018 → 𝐶𝑖𝑛𝑐𝑙𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 = 1,018 𝑥 2,10 = 2,14 𝑚1/2 /𝑠
𝐶𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑙
Uma vez que o vertedouro não sofre interferência dos níveis de água de jusante,
não são necessários novos ajustes no coeficiente de descarga. Finalmente, o
coeficiente de descarga para as condições de projeto é igual a:
𝐶 = 2,14 𝑚1/2 /𝑠
ℎ𝑝
≅ −0.22 → ℎ𝑝 = −0.22 𝑥 13.5 𝑚 ≅ −3.0 𝑚 > −6.0 𝑚
𝐻𝑜
Portanto a pressão mínima é maior que o mínimo recomendado pelo HDC.
Capítulo 5 - Vertedores 85
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
𝐻𝑒 15 𝑚
= = 2,5
𝑅 6𝑚
𝐾𝑎 ≅ 0,05
Para o cálculo da contração causada pelos pilares inicialmente definiu-se o
formato do pilar como um Tipo 3 (Figura 5.20). Deve-se observar que essa figura resulta
em valores negativos para o coeficiente de contração do pilar, o que pode ser
interpretado fisicamente como uma sucção. Contudo, para fins de projeto esse valor
será considerado igual zero, seguindo um padrão conservador, dessa maneira:
𝐾𝑝 = 0,00
O número de pilares N será considerado igual a 1, uma vez que duas comportas
estão propostas para esse vertedouro. Dessa maneira, o comprimento efetivo L do
vertedouro será calculado como:
𝑄𝑜 = 3,968 𝑚3 /𝑠.
A descarga específica no canal de aproximação pode ser calculada como:
𝑄𝑜
𝑞𝑜 = (5.11)
𝐿𝑐𝑎𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑎𝑝𝑟𝑜𝑥𝑖𝑚𝑎çã𝑜
Portanto:
Capítulo 5 - Vertedores 86
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
3.969 𝑚3 /𝑠 𝑚3
𝑞𝑜 = = 91,24 /𝑚
43,50 𝑚 𝑠
Então, resolvendo as equações da Figura 5.13:
𝑞𝑜 (5.13)
𝑣𝑜 =
𝑃 + ℎ𝑜
𝑞𝑜2 (5.14)
ℎ𝑎 =
2𝑔(𝑃 + ℎ𝑜 )2
(5.15)
𝐻𝑜 = ℎ𝑜 + ℎ𝑎
É possível obter:
ℎ𝑜 = 12,04 𝑚
ℎ𝑎 = 1,46 𝑚
ℎ𝑎 1,46 𝑚
= = 0,108
𝐻𝑜 13,50 𝑚
ℎ𝑎
Com a o valor da razão é possível obter os parâmetros da crista a partir da
𝐻𝑜
Figura 5.14 e Figura 5.15 considerando a declividade 3:3 (45º).
𝐾 = 0,53
𝑛 = 1,746
Portanto a equação da crista do vertedouro será igual a:
𝑦 𝑥 1.746
= −0,53 ( )
13,50 13,50
𝑦 = −0,076𝑥 1,746
Os demais parâmetros podem ser obtidos da Figura 5.16 e são apresentados na
Fator Vaor
K 0,53
n 1,746
Xc/Ho 0,193
Yc/Ho 0,04
R1/Ho 0,463
R2/Ho 0,463
𝑋𝑐 = 2,60 𝑚
𝑌𝑐 = 0,54 𝑚
𝑅1 = 𝑅2 = 6,25 𝑚
Capítulo 5 - Vertedores 87
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
120
115
Elevation (m.a.s.l)
Slo
pe 3:3 R = 38,30 m
110 R1 = R2 = 6,25 m
105
100
-10 -5 0 5 10 15 20 25 30
Distance (m)
Capítulo 5 - Vertedores 88
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
5.7.5 Exercício
Calcule a capacidade de descarga para o mesmo vertedouro do item anterior
para os níveis do reservatório fornecidos na Tabela 5.2. Após realizar os cálculos plote
a curva obtida (vazão x nível do reservatório)
Capítulo 5 - Vertedores 89
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Capítulo 5 - Vertedores 90
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Capítulo 5 - Vertedores 91
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Capítulo 5 - Vertedores 92
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
Capítulo 5 - Vertedores 93
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
𝑄 = 𝐶𝐴√2𝑔𝐻 (5.16)
𝑄 = 𝑞𝐿 (5.17)
𝑞 = 𝐶𝑑 𝑤√2𝑔𝑦1 (5.18)
𝐶𝑐
𝐶𝑑 = (5.19)
√1 + 𝐶𝑐 𝑤⁄𝑦1
Obs: A equação (5.17) até a (5.20) é também utilizada para o cálculo de desvios
de rios do tipo soleira rebaixada.
Capítulo 5 - Vertedores 94
Universidade Federal do Paraná
Setor de Tecnologia
Curso: Engenharia Civil
Disciplina: TH-031 – Projeto de Obras Hidráulicas
Professor: Marcos Palú
6 DISSIPADORES DE ENERGIA
A estrutura terminal de um vertedouro, ou outra estrutura hidráulica, deve
propiciar a dissipação de energia do escoamento a fim de se evitar os efeitos erosivos
no pé ou a jusante da estrutura. Algumas soluções são:
ℎ1
ℎ2 = (√1 + 8𝐹𝑟1 2 − 1) (6.1)
2
ou
ℎ2
ℎ1 = (√1 + 8𝐹𝑟2 2 − 1) (6.2)
2
Figura 6.5 – Estimativa de alcance do jato em um defletor tipo salto de esqui (USACE,
1987)
Figura 6.6 – Comparativo entre cálculo teórico do jato e estudos em modelo reduzido –
UHE Cambambe
Figura 7.1 – Tipos de irregularidades dos contornos sólidos e localização das prováveis
áreas atingidas pela ação da cavitação (Pereira, 2017; Pinto, 1979)
7.3 Aeração
O efeito benéfico da injeção de ar em um escoamento para evitar ou reduzir
os efeitos perniciosos da cavitação tanto em estruturas como em máquinas
hidráulicas é conhecido a longo tempo. A influência do ar sobre fenômeno erosivo
foi avaliado por Rasmussen e Peterka. Percentagens de ar da ordem de 7 a 8% em
volume, praticamente eliminaram nos testes qualquer ação erosiva da cavitação.
Experiências de Russel e Sheehan, em que corpos de prova de concreto foram
submetidos a velocidades da ordem de 46 m/s em laboratório confirmaram que os
danos devidos à cavitação podiam ser muito reduzidos pela admissão de uma
pequena quantidade de ar e que uma dosagem de 5 % era suficiente para eliminar
qualquer erosão. A concentração de ar no escoamento pode ser calculado utilizado
a equação a seguir:
𝑉𝑎𝑟 (7.2)
𝐶𝑎𝑟 =
𝑉𝑎𝑟 + 𝑉á𝑔𝑢𝑎
𝛽 = 𝑘 𝐿⁄ℎ (7.4)
𝐷 = 𝑐 𝐴⁄𝑏 (7.5)
A jusante do Aerador 1 foram inseridos mais dois aeradores locados a 150 m e 300
mrespectivamente, denominados Aerador 2 e 3. Com a implantação dos aeradores
obteve-se a concentração de ar teórica ao longo do túnel utilizando o β da equação 5.28,
a concentração de ar média da equação 5.29 e a taxa de decréscimo na concentração
de ar indicada por Falvey (1990) avaliada em 0,2% por metro.
Após o desenvolvimento do projeto os aeradores foram testados com sucesso em
modelo reduzido e posteriormente construídos na obra.
8 DESVIO DE RIOS
8.1 Introdução
Texto obtido das notas de aula sobre Desvio de Rios do Professor Gilberto
Bobko. A construção de barragens no leito de rios, independente de sua finalidade
requer que a área no leito do rio seja ensecada para execução da obra. Portanto, é
necessário desviar temporariamente o rio de seu curso normal através de passagens
provisórias, que normalmente tem apenas essa função de desviar o fluxo da área de
construção.
O esquema de desvio a ser adotado em cada obra deve ser estudado de forma
criteriosa uma vez que o custo dessas obras provisórias pode ser tão importante quanto
outros itens do projeto, bem como causar grandes impactos no cronograma da obra. De
outro Iado, a importância do esquema de desvio não se limita à questão de seus custos,
mas tem também estreita relação com os aspectos de segurança/risco tanto das obras
provisórias como da barragem em construção.
Cada local de implantação de barragem tem limitações. Topografia e
disponibilidade de materiais, por exemplo, podem ser determinantes na escolha do
esquema de desvio. Se o rio está em seu estado natural e sem controle ou se é
desenvolvido e com controle a montante, em razão da existência de outras barragens,
são fatores que seguramente afetarão o esquema de desvio a ser escolhido. Da mesma
forma, a concentração de população e de propriedades a jusante deverá ser
considerada na avaliação de riscos de danos ou perdas de vidas que possam resultar
da ultrapassagem/colapso de uma ensecadeira.
De um modo geral, o esquema selecionado representará uma conciliação entre
o custo das instalações de desvio e a quantidade de risco envolvido. O plano de desvio
apropriado minimizará os danos de enchentes potenciais à obra em construção a um
mínimo de despesas.
Figura 8.1 – 1ª e 2ª Fase do desvio do Rio Iguaçú para construção da UHE Foz do
Areia (CBDB, 1982)
Figura 8.2 – 3ª Fase do desvio do Rio Iguaçú para construção da UHE Foz do Areia
(CBDB, 1982)
Figura 8.3 – Perfil do túnel de desvio da UHE Foz do Areia (CBDB, 1982)
A Figura 8.4 apresenta o sistema de desvio em túneis da UHE Mauá, no Rio Tibagi,
no estado do Paraná.
Figura 8.4 – Esquema de desvio em túneis da UHE Mauá (Andriolo et al., 2013)
Figura 8.5 – Seção do túnel de desvio da UHE Mauá (Andriolo et al., 2013)
Figura 8.6 – Aspecto final do túnel de desvio da UHE Mauá após tratamento (Andriolo
et al., 2013)
8.4.4 Adufas
As adufas são estruturas em geral provisórias, curtas e sem controle hidráulico
por jusante. São utilizadas durante o desvio de segunda fase, quando ocorre a remoção
total ou parcial da ensecadeira de primeira fase e efetuando-se o fechamento do rio,
fazendo com que o escoamento passe pelas estruturas de concreto. As adufas são
aberturas, muitas vezes sob o vertedor, que são fechadas após a construção total da
barragem, quando são preenchidas com concreto.
Existem dificuldades na hora do fechamento das adufas. Sua obstrução é uma
operação trabalhosa e dispendiosa e a concretagem é delicada. Geralmente se forma,
no teto da adufa, uma fenda entre o concreto velho e o novo, sendo necessárias injeções
de concreto para a colagem das duas superfícies.
As aberturas das adufas podem ser projetadas para ser uma obra permanente,
caso em que são chamadas de descarregadores de fundo; nesse caso as adufas são
dotadas de comportas, de seção predominantemente retangular, tendo a altura como
maior dimensão.
A forma do emboque das adufas é em geral composta de contornos elípticos
para dar ao escoamento uma aceleração gradual, de forma a evitar a possibilidade de
ocorrência de pressões negativas nessa região do fluxo.
Figura 8.10 – Adufas de Desvio da UHE São Roque, Rio Canoas, Santa Catarina
Figura 8.11 – Adufas de Desvio da UHE São Roque, Rio Canoas, Santa Catarina
Figura 8.12 – Projeto do vertedouro da UHE Colider, no Rio Teles Pires, Mato Grosso
(Andriolo & Oliveira, 2015)
Figura 8.13 – Desvio do Rio Teles Pires por vãos rebaixados do vertedouro da UHE
Colíder(Copel, 2022)
8.4.7 Ensecadeira
A altura à qual deve ser construída uma ensecadeira envolve um estudo
econômico da altura da ensecadeira versus capacidade de descarga das obras de
desvio, incluindo estudos de propagação das cheias de desvio. O tamanho e a forma
das ensecadeiras é também determinado pela necessidade da área a ser ensecada:
deve ser suficiente para a construção da barragem e permitir o trânsito de equipamentos
de terraplenagem, guindastes, etc.
As ensecadeiras de enrocamento e/ou terra podem ser incorporadas à própria
barragem, resultando nesse caso em vantagem econômica, particularmente por não ser
necessária a sua remoção após a conclusão da obra.
O lançamento de material para a execução de ensecadeiras segue duas
técnicas:
• Lançamento em ponta de aterro, caminhando de uma margem à outra do
rio ou até a ponta de outro aterro;
• Lançamento em camadas horizontais uniformes ao longo de toda a
largura do rio, até o fechamento final.
Um problema característico das ensecadeiras é a sua vedação, embora um certo
grau de infiltração seja permitido. Os problemas de impermeabilização crescem com a
profundidade (altura da ensecadeira), tornando difícil garantir a estanqueidade e a
estabilização do material impermeabilizante. Às vezes constroem-se pré-ensecadeiras
precárias a montante para se poder construir as definitivas em seco, sob melhores
condições de controle das fundações, de forma a se poder obter melhor vedação.
Existem dois tipos de pré-ensecadeiras: a de duplo cordão e a de cordão
simples. O início do lançamento é feito com material fino pois a velocidade do
escoamento é baixa; à medida que o cordão avança a velocidade aumenta passando a
exigir o lançamento de materiais de maior diâmetro.
A impermeabilização da pré-ensecadeira de cordão simples é feita pelo Iado
externo à área a ser ensecada, lançando-se material fino (argila) dentro da água até
atingir uma espessura satisfatória. Para o lançamento de terra em região onde existe
correnteza muito forte utilizam-se espigões colocados em locais estratégicos a fim de
deslocar o fluxo rápido da região de lançamento.
A pré-ensecadeira com dois cordões é impermeabilizada lançando-se a argila
entre os cordões, ao mesmo tempo em que o aterro impermeabilizador vai sendo
compactado.
A forma dos túneis de desvio depende das condições geológicas do local. Deve-
se adotar a forma de arco-retângulo ou, caso se deseje maior estabilidade, a seção em
forma de ferradura.
b) Diâmetro
𝑣2 𝐿 𝑣2 (8.2)
𝑁. 𝐴. 𝑀 = 𝑦𝑝 + ∑ 𝐾𝐿 +𝑓
2𝑔 𝐷 2𝑔
𝑣2 𝐿 𝑣2 (8.3)
𝑁. 𝐴. 𝑀 = 𝑁. 𝐴. 𝐽 + ∑ 𝐾𝐿 +𝑓
2𝑔 𝐷 2𝑔
4𝐴𝑚 4𝐴𝑛
𝑘 = 𝐷𝑚 − 𝐷𝑛 = √ −√ (8.4)
𝜋 𝜋
2/3
3/2
Σ (𝑛𝑖 𝑃𝑖 )
𝑛𝑒𝑞 = [ ] (8.6)
Σ𝑃𝑖
Ou
1/3
Σ(𝑛𝑖2 𝑃𝑖 )
𝑛𝑒𝑞 =[ ] (8.7)
Σ𝑃𝑖
1 𝐷𝑚
= 2𝑙𝑜𝑔 + 1,14 (8.8)
√𝑓 𝑘
124,5
𝑓𝑚 = 1/3 (8.9)
𝐷𝑚 𝐾𝑠2
Ou
78,43𝑛2 (8.10)
𝑓𝑚 = 1/3
𝑅ℎ
𝛼 𝐷𝑚 3,5 (8.12)
𝐾𝑐 = [0,131 + 1,847 ( ) ]
90 2𝑟
o Se em conduto forçado:
Se a saída for livre o nível de água a jusante 𝑦𝑝 é função do diâmetro médio do
túnel e do número de Froude
𝑦𝑝 = 0,82𝐷𝑚 𝐹𝑟 −0,27 (8.14)
e
𝑣 (8.15)
𝐹𝑟 =
√𝑔𝐷𝑚
Se a saída for afogada o nível de água a jusante 𝑁. 𝐴. 𝐽 , dado pela curva chave
do rio, é o próprio nível para o cálculo.
𝑣2 (8.16)
𝑁. 𝐴. 𝑀 = 𝑁. 𝐴. 𝐽 + 𝐾𝐿
2𝑔
• Fase de otimização;
o Vazões baixas: escoamento livre, regime subcrítico;
o Vazão máxima: verificar as condições de escoamento na saída.
𝑄 = 𝐶𝐴√2𝑔𝐻 (8.17)
(8.19)
3𝑞
ℎ𝑐 = √
𝑔
𝑉2 (8.21)
𝐷𝑐𝑟𝑖𝑡 ≅ 0,30∆𝐻 ≅
40
Figura 8.18 – Primeira etapa de desvio do Rio Ijuí (Palu, Baptista, et al., 2010)
Figura 8.19 – Segunda etapa de desvio proposta para o Rio Ijuí (Palu, Baptista, et al.,
2010)
Figura 8.21 – Canal de desvio para construção da UHE São José (Palu, Baptista, et
al., 2010)
Figura 8.35 – Após o fechamento do canal o fluxo foi desviado pelo vertedouro
9 CIRCUITO DE GERAÇÃO
9.1 Canal de Adução
O dimensionamento do canal de adução será feito com base em um estudo
econômico objetivando a minimização da soma do custo da estrutura e do valor presente
da energia perdida. Em princípio, o canal será dimensionado para o engolimento
máximo das máquinas, considerando o reservatório em seu nível mínimo operacional.
A velocidade máxima será da ordem de 2,5 m/s para canais escavados em rocha ou
revestidos em concreto, e de 1,0 m/s para canais escavados em solo (Eletrobrás, 2003).
A perda de carga nos canais de adução será calculada através do método das
diferenças finitas "Standard Step Method", utilizando-se a equação de Manning-
Strickler:
1 2/3 1/2 (9.1)
𝑣= 𝑅 𝑆
𝑛 ℎ 𝑜
9.2.2 Geometria
No projeto da tomada d’água propriamente dita, devem ser observados os
seguintes aspectos: a definição do eixo da estrutura depende dos mesmos aspectos
que condicionam a definição do arranjo geral. Se possível, o eixo deve fazer um ângulo
de 50o a 70o com o eixo da barragem; - a cota da laje de fundo do canal de aproximação
deve estar 1,0 m abaixo da cota da soleira;
A tomada de água será projetada de forma a estabelecer uma aceleração
progressiva e gradual do escoamento do reservatório à adução, evitando-se os
fenômenos de separação do escoamento e minimizando-se as perdas de carga. Para
tomadas com carga menor que 30 m.c.a., a velocidade adotada na seção bruta das
grades será de 1,0 a 1,5 m/s. Para tomadas com carga maior que 30 m.c.a., a velocidade
adotada será de 1,5 a 2,5 m/s. Na seção das comportas, a velocidade máxima não
deverá ultrapassar a 6 m/s (Eletrobrás, 2003).
𝑆𝑢 = 𝐾𝑡 𝑣√𝐷 (9.2)
Figura 9.5 – Exemplo de tomada de água da UHE Salto Santiago (CBDB, 1982)
Figura 9.6 – Exemplo de tomada de água da UHE Água Vermelha (CBDB, 1982)
Figura 9.7 – Exemplo de tomada de água da UHE Curuá- Una (CBDB, 1982)
Para o cálculo do coeficiente de perda de carga nas grades, Kg, deverá ser
levada em consideração a seção real de obstrução incluindo os perfis estruturais e de
contraventamento, obtendo-se o coeficiente de perda de carga através de fórmulas
como a de Levin e Berezinski.
𝑎𝑙 𝑎𝑙 2 (9.4)
𝐾𝑔 = 1,45 − 0,45 −( )
𝑎𝑏 𝑎𝑏
Onde: 𝑎𝑙 é a área líquida através das grades e 𝑎𝑏 é a área bruta das grades e guias.
Onde
𝑣𝐷 (9.7)
𝑅𝑒 =
𝛾
𝛾 = viscosidade cinemática da água (1,01.10-6 m²/s para temperatura 20ºC) e
𝜀 = rugosidade absoluta das paredes do conduto (m), conforme a Tabela 9.1.
Tabela 9.1 – Valores de rugosidade absoluta equivalente (Porto, 2006)
Os valores do coeficiente 𝑓 para concerto pode ser obtido na Figura 9.10 obtido
em observações em túneis de usinas norte americanas.
10 RESERVATÓRIOS
10.1 Dimensionamento
A equação da continuidade aplicada a um reservatório representa a variação do
volume em relação ao tempo como uma diferença entre as vazões de entrada e saída
no reservatório.
𝑑𝑆
=𝐼−𝑄 (10.1)
𝑑𝑡
4) Com base no hidrograma inicial (𝐼𝑡 + 𝐼𝑡+∆𝑡 ) aplicar a equação do método para
2𝑆
obter a soma + 𝑄;
∆𝑡
2𝑆
5) Com base no valor da soma + 𝑄 obter os valores de 𝑄 e 𝑆 através de
∆𝑡
Em que 𝑍 é o número de pares de polos do gerador (a maioria dos geradores tem entre
12 a 96 polos). A Figura 11.1 apresenta a montagem do gerador da UHE Itaipu, onde
é possível visualizar os polos (placas alaranjadas).
Uma turbina hidráulica é feita geralmente sob medida, para se ajustar a uma queda
líquida e a uma vazão de projeto. Os dados nominais de uma turbina usualmente são:
𝐻𝐿 – Queda líquida (m); 𝑛 – rotação da turbina (rpm); 𝑃 – potência de saída no eixo da
turbina (kW) para a queda 𝐻𝐿 . O projeto hidráulico da turbina é baseado no ponto de
melhor eficiência carga-vazão, visando otimizar seu desempenho hidráulico para um
intervalo amplo de vazão e queda. Esse ponto, dependendo do tipo de turbina por estar
no intervalo entre 60% a 95% da vazão total (Pereira, 2015).
As figuras a seguir ilustram diagramas de vazão x queda líquida para escolha do
tipo de turbina.
Figura 11.2 – Diagrama vazão x queda líquida para seleção de turbina – Vinogg e
Elstad (Pereira, 2015)
Figura 11.3 – Diagrama vazão x queda líquida para seleção de turbina – Miranda
(Pereira, 2015)
Figura 11.4 – Diagrama vazão x queda líquida para seleção de turbina – Miranda
(Pereira, 2015)
𝐾 = 𝑛𝑠 (𝐻)0,5 (11.2)
Valor de K corrigido
𝐾 = 𝑛𝑠 /𝐻0,5 (11.10)
(11.11)
Turbinas Francis 𝐷 = 84,5𝐾𝑢. 𝐻0,5 /𝑛
(11.12)
Turbinas Kaplan 𝐷 = 84,5𝐾𝑢. 𝐻0,5 /𝑛
A turbina Pelton tem uma boa eficiência para um amplo intervalo de vazão, a
eficiência do pico está entre 91% a 92% para um bom projeto hidráulico.
O pico de eficiência de uma turbina Francis está no intervalo entre 93% e 96%,
dependendo do número de velocidade e do seu tamanho.
A turbina Kaplan, para quedas baixas, tem uma caixa espiral de concreto e para
quedas altas, uma caixa espiral revestida de aço. Existem pás fixas do pré-distribuidor
e palhetas diretrizes do distribuidor, assim como para a turbina Francis. O rotor é uma
hélice de fluxo axial. Nas turbinas Kaplna, a pá do rotor é ajustável e ela se adapta
automaticamente, sob o controle do regulador de velocidade da turbina, a um ângulo
ótimo da pá do rotor para qualquer vazão.
O pico de eficiência está no intervalo entre 93% e 95%, dependendo do tamanho
e do projeto. O ângulo ajustável da palheta do rotor fornece uma boa eficiência sobre
um intervalo de vazões maior do que o de uma turbina Francis.
A turbina bulbo pode ser considerada uma turbina Kaplan com eixo horizontal, a
diferença é que o gerador fica encapsulado.
Nesse tipo de turbina a água escoa axialmente com mudanças mínimas na direção do
fluxo ao longo do bulbo, na direção das pás fixas radiais do pré-distribuidor, das palhetas
diretrizes cônicas do distribuidor e das pás do rotor. A regulação da carga é feita pelas
palhetas diretrizes do distribuidor, como na turbina Kaplan.
A eficiência da turbina bulbo é teoricamente um pouco melhor que a da turbina Kaplan,
em razão das melhores condições do fluxo axial e tubo de sucção sem cotovelo.
12 MODELAGEM FÍSICA
O texto a seguir foi retirado do Critério de Projeto Civil de Usinas Hidrelétricas da
Eletrobrás (Eletrobrás, 2003).
12.1.2 Hidrologia
Postos fluviométricos, com curvas-chave extrapoladas, na área de interesse do
modelo, abrangendo desde vazões mínimas observadas na natureza até a vazão
máxima de projeto.
𝑙𝑝 𝑣𝑝 𝑙𝑚 𝑣𝑚
𝑅𝑒𝑦𝑛𝑜𝑙𝑑𝑠: 𝐹𝑟 = =
𝜐𝑝 𝜐𝑚
𝑣𝑝 𝑣𝑚 𝑣𝑚 √𝑙𝑚
= → = = 𝜆1/2
√ 𝑙𝑝 √𝑙𝑚 𝑣𝑝 𝑙
√𝑝
Para a aferição do estirão fluvial devem ser reproduzidos, no modelo, perfis instantâneos
de nível de água, em regime permanente, definidos através de postos fluviométricos,
nele posicionados. Estes deverão ser aferidos na faixa das vazões observadas e
verificados para os níveis excepcionais, extrapolados e previstos no projeto.
Figura 12.3 – Modelo físico do canal de fuga da UHE Belo Monte, laboratório CEHPAR
(Palu et al., 2013)
Figura 12.4 – Modelo físico do canal de fuga da UHE Cambambe, laboratório CEHPAR
(Palu et al., 2018)
Figura 12.6 – Modelo físico de uma calha para medição de transporte de sedimentos,
laboratório CNR, Lyon, França
13 MODELAGEM NUMÉRICA
13.1 Introdução
Modelos matemáticos podem ser definidos como formulações ou equações que
descrevem as características essenciais de um processo físico. Dessa maneira, todo o
tipo de modelagem hidrodinâmica, seja numérica ou física, é uma representação
simplificada do mundo real, contudo, quando devidamente aplicada, pode providenciar
soluções adequadas com uma precisão aceitável (Brunner, Savant, e Heath 2020).
A obtenção de resultados confiáveis está condicionada ao conhecimento das
premissas teóricas envolvidas bem como das limitações dos modelos. Em vista disso,
o presente artigo tem por objetivo apresentar algumas das principais considerações
teóricas envolvidas no desenvolvimento dos modelos numéricos hidrodinâmicos, uma
breve descrição dos métodos numéricos mais comumente utilizados em softwares
comerciais e por fim algumas considerações gerais sobre a elaboração de modelos 1D
e 2D (Palu, 2022).
𝜕𝑄 𝜕 𝑄2 𝜕ℎ (13.2)
+ ( ) + 𝑔𝐴 + 𝑔𝐴(𝑆𝑓 − 𝑆𝑜 ) = 0
𝜕𝑡 𝜕𝑥 𝐴 𝜕𝑥
Outros termos podem ser adicionados para representar demais forças atuantes
em casos específicos, como é o caso de simulações de escoamentos hiperconcentrados
(fluxo de detritos após a ruptura de uma barragem de rejeitos por exemplo).
Métodos numéricos são geralmente utilizados para a resolução das derivadas parciais
apresentadas nas equações (13.3) a (13.5).
Além disso, esse tipo de modelagem é definido pelo tamanho das células, que podem
ser mais grosseiras ou refinadas em áreas apropriadas para representação do terreno.
Em geral células menores são necessárias onde há mudança significativa do terreno e
onde possam ocorrer alterações nos níveis de água e velocidades. Uma prática comum
é o refinamento do tamanho das células dentro da calha principal e em pontos
particulares do terreno que possam afetar o fluxo.
Figura 13.3 – Modelo unidimensional do canal de Fuga da UHE Belo Monte, modelo
HECRAS (Palu et al., 2013)
Figura 13.4 – Modelo bidimensional do canal de Fuga da UHE Belo Monte, modelo
River2D (Palu et al., 2013)
14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABNT. (2017). ABNT NBR 13028:2017 Mineração ― Elaboração e apresentação de
HIDRELÉTRICAS - PCHs.
Andriolo, M. V., Piroli, C., Albuquerque, O. J., & Pinto, N. L. S. (2013). Revestimento
Gailinhas, PE.
https://www.researchgate.net/publication/327235549_REVESTIMENTO_COM_
CONCRETO_PROJETADO_EM_TUNEIS_DE_ROCHA_BRANDA_-
_O_EXEMPLO_DA_UHE_MAUA?_sg%5B0%5D=EphwydO_xEyAKsN9RZOdP
u3VhYekz_LZA2m-sWR1jKspW5S9D37-
hYIWC2P4BonXxA4hSZXCTgATaMJjUA3rmpqUkHhxbJVdo44YTi7v.fXKk_-
sMnNEU_QoGv7DXp3TL3ImQ3qNscAr43ZLfXWaOoO04hGRItlpgih8ocs-
9OkTqGYUKm9LomON1fEtzEg
Brunner, G., Savant, G., & Heath, R. (2020). Modeler Applicatoin Guidance for Steady
Canales, F. A., Beluco, A., & Mendes, C. A. B. (2015). Usinas hidrelétricas reversíveis
CFBR. (2022). Dams the French Expertise. Comité francais des barrages et réservoirs.
https://www.copel.com/uhecolider/noticia.jsp?not=%2Fuhecolider%2Fpagcopel
2.nsf%2Fdocs%2F6CE365ADC89EE21F03257BFA00641858
Survey Water Supply Paper 1543-A; Manual of Hydrology: Part 3). USGS.
DHI. (2017). MIKE 11 [MIKE 11 - A Modelling System for Rivers and Channels -
https://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/balanco-
energetico-nacional-ben
[Reference Manual].
Jr, J. F. E., Cohn, T. A., Faber, B. A., Stedinger, J. R., Jr, W. O. T., Veilleux, A. G., Kiang,
J. E., & Robert R. Mason, J. (2019). Guidelines for determining flood flow
Paulo.
em Curva. UFPR.
Palu, M. C., Baptista, D. D., Bianchi, L., & Rodas, P. A. G. (2013). Estudos Hidráulicos
Palu, M. C., Baptista, D. D., & Salles, R. P. G. (2010). Desenvolvimento do Projeto Civil
Palu, M. C., & Julien, P. Y. (2020). Test and Improvement of 1D Routing Algorithms for
https://doi.org/10.1061/(ASCE)HY.1943-7900.0001755
Palu, M. C., Salles, R. P. G., & Souza, D. D. B. (2010). Processo de Cavitação e Projeto
Palu, M. C., Salles, R. P. G., & Souza, D. D. B. (2018). Design of the Cambambe Dam
Editora.
Hidráulica. UFPR.
Pinto, N. L. S., & Wood, R. I. (1991). Air Entrainment in Free-Surface Flows. University
Schreiber, G. P. (1977). Usinas Hidrelétricas (1o ed, Vol. 1). Edgard Blücher.
Souza, D. D. B., Allain, A. C., Trentin, R. A., Palu, M. C., & Müller, A. S. (2013). 3D
Sylvestre, J., Fread, D. L., & Lewis, J. M. (2010). FLDWAVE MODEL (Version 3-0-0 04-
Springer.
TUFLOW. (2020). TUFLOW FV User Manual 2020 (User Manual Build 2020.02; p. 350).
BMT.
USACE. (1987). Hydraulic Design Criteria. Department of the Army U.S Army Corps of
Engineers.
USBR. (1987). Design of Small Dams (3a edição). United States Government Printing.
Version 3.
https://www.usbr.gov/tsc/techreferences/computer%20software/models/srh2d/in
dex.html
v4.01.
https://www.usbr.gov/tsc/techreferences/computer%20software/models/srh1d/in
dex.html
Vuuren, S. V., Coetzee, G. L., & Roberts, C. (2015). Investigating the bottom free surface
https://www.semanticscholar.org/paper/Investigating-the-bottom-free-surface-
nappe-(ogee-a-Vuuren-
Coetzee/669ddeb4b86b165bb5ee921f367a051dbd99fa68