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Barragens de Mineração
3ª edição
© 2022, Agência Nacional de Mineração (ANM)
Setor Bancário Norte, Quadra 2, Bloco N, Edifício CNC III. CEP:
70.040-020 – Brasília, DF
www.anm.gov.br
Diretoria da ANM
2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................4
3 LEGISLAÇÃO ....................................................................................................................4
8 FISCALIZAÇÃO ...............................................................................................................24
8.1 Fiscalização ordinária ....................................................................................................................24
8.1.1 Sessão técnica de abertura ......................................................................................................24
8.1.2 Análise documental ...................................................................................................................25
8.1.3 Inspeção visual........................................................................................................................... 26
8.1.4 Encerramento da vistoria .........................................................................................................33
8.1.5 Conclusão da ação fiscalizatória .............................................................................................. 34
8.2 Fiscalização em barragens em nível de emergência .................................................................36
8.3 Fiscalização em barragens em descaracterização ou em construção .....................................37
Dessa forma, o presente manual busca padronizar e auxiliar os técnicos da ANM em suas atividades
fiscalizatórias sobre a temática de segurança de barragens, contemplando procedimentos relacionados ao
planejamento, às ações rotineiras, às atividades de vistoria in loco e à elaboração dos relatórios/pareceres de
vistorias, visando melhor compreensão, padronização e execução das atividades cotidianas da equipe.
2 JUSTIFICATIVA
É de extrema importância a uniformidade e padronização, em âmbito nacional, dos procedimentos de
análises processuais e vistorias de campo no que tange, especificamente, à Segurança de Barragens de Mineração
e, em decorrência do aprimoramento contínuo do processo fiscalizatório, das alterações normativas e da
implementação de novas tecnologias e sistemas, originou-se a terceira edição deste Manual.
3 LEGISLAÇÃO
A inserção legal do Brasil na temática de Segurança de Barragens se deu com a promulgação da Lei n. º
12.334 de 20 de setembro de 2010, por meio da qual os diversos órgãos fiscalizadores, como a Agência Nacional de
Águas (ANA), a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (IBAMA), a Agência Nacional de Mineração (ANM), dentre outros, se engajaram no tema para
colocar em prática as diretrizes da Política Nacional de Segurança de Barragens.
Diversas empresas de mineração de grande, médio ou pequeno porte, já possuíam as práticas de segurança
de barragens inseridas em seu cotidiano, todavia adequações se fizeram necessárias com o advento da referida Lei.
Outras empresas de mineração que, por sua vez, não vinham implementando os preceitos do tema tiveram que se
adequar seguindo o exposto na legislação vigente.
A Portaria do Diretor Geral do DNPM nº 416 e suas retificações, assim como a Portaria DNPM nº 526, de 09
de dezembro de 2013 foram publicadas, em cumprimento à Lei n°12.334 de 20 de setembro de 2010,
regulamentando a temática no que se refere às Barragens de Mineração, estruturas estas fiscalizadas pela ANM.
Foram abordados temas relativos ao “Cadastro Nacional de Barragens de Mineração, a Classificação destas
Barragens de Mineração, o Plano de Segurança de Barragens de Mineração e as Revisões Periódicas de Segurança
de Barragens de Mineração assim como as Inspeções de Segurança Regulares e Especiais de Barragens de
Mineração” e os “Planos de Ações Emergenciais para Barragens de Mineração”.
Em maio de 2017 foi publicada a Portaria do Diretor Geral do DNPM n° 70.389 e respectivas retificações
que revogaram as portarias anteriormente em vigor e unificaram a normatização relativa às barragens de
mineração.
A Portaria DNPM n° 70.389/2017 visou atender o disposto nos artigos 8º, 9º, 10º, 11 e 12 da Lei nº 12.334 de
20 de setembro de 2010, e estipulou a criação e (ou) atualização dos: Cadastro Nacional de Barragens de Mineração,
o Sistema Integrado de Gestão em Segurança de Barragens, diretrizes e orientações relativas ao Plano de Segurança
Posteriormente, a Resolução ANM n° 13, de 8 de agosto de 2019, foi publicada, estabelecendo medidas
regulatórias objetivando assegurar a estabilidade de barragens de mineração. Esta resolução proibiu a construção
de barragens alteadas à montante e estabeleceu prazos para a descaracterização das mesmas. Ela dispõe sobre o
uso do solo à jusante das barragens da mineração, na porção inserida em poligonais de direitos minerários, além
de estabelecer normas acerca dos valores mínimos requeridos para o cálculo dos fatores de segurança, acerca da
automatização da instrumentação e de alertas sonoros, entre outras medidas.
Novas resoluções foram publicadas pela ANM no decorrer de 2020, visando um processo contínuo de
mitigação de riscos e incremento da segurança de barragens de mineração no Brasil. As resoluções ANM n° 32, de
11 de maio de 2020 e ANM n° 40, de 6 de julho de 2020, alteram a Portaria DNPM n° 70.389/2017, estabeleceu
requisitos mínimos para os estudos de ruptura hipotética e elaboração de mapas de inundação, sistema de
monitoramento e alerta, dentre outros. A resolução ANM n° 51, de 24 de dezembro de 2020, por sua vez, criou e
estabeleceu critérios para a Avaliação de Conformidade e Operacionalidade do PAEBM (ACO).
Em setembro de 2020 foi promulgada a Lei n° 14.066 que alterou a Lei n° 12.344 de 2010, a Lei n° 7.797 de
1989, a Lei n° 9.433 de 1997 e o Decreto-Lei n° 227 de 1967 (Código de Mineração). As alterações trazidas pela Lei
n° 14.066 de 2020 na Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB) ampliaram os critérios para o
enquadramento de barragens nas diretrizes da política, além de incluir a exigência de PAE para todas as barragens
de mineração, a proibição de construção ou alteamento de barragem de mineração pelo método a montante, dentre
outras medidas.
Em 16 de fevereiro de 2022 foi publicada no DOU a Resolução ANM n° 95 com o objetivo de unificar os atos
normativos sobre segurança de barragens de mineração, com a revogação da Portaria DNPM n° 70.389/2017,
Resolução ANM n° 13/2019, Resolução ANM n° 32/2020, Resolução ANM n° 40/2020, Resolução ANM n° 51/2020,
Resolução ANM n° 56/2021, além de regulamentar as alterações da Lei n° 14.066/2020 na PNSB.
É obrigatório que o agente fiscalizador da ANM conheça os dispositivos legais citados anteriormente, ou os
que vierem a substituí-los, para que possa fiscalizar as barragens de mineração adequadamente.
4 COMPETÊNCIA DA ANM
A ANM é responsável pela fiscalização das barragens de mineração sendo ela a entidade outorgante de
direitos minerários para fins de disposição final ou temporária de rejeitos.
A ANM é uma autarquia federal sob regime especial, vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), que
tem por finalidade promover o planejamento e o fomento da exploração e do aproveitamento dos recursos
minerais, e superintender as pesquisas geológicas, minerais e de tecnologia mineral. Ademais, a ANM é responsável
por assegurar, controlar e fiscalizar o exercício das atividades de mineração em todo o território nacional, na forma
do que dispõe o Código de Mineração, o Código de Águas Minerais, os respectivos regulamentos e a legislação que
os complementa, tendo, dentre outras, a atribuição de promover a outorga, ou propô-la à autoridade competente,
quando for o caso, dos títulos minerários relativos à exploração e ao aproveitamento dos recursos minerais, e
expedir os demais atos referentes à execução da legislação minerária. Com a Lei nº 12.334/2010, teve incorporadas
as competências de órgão fiscalizador da segurança das barragens de acumulação de rejeitos de mineração e suas
inerentes obrigações.
Cabe ressaltar que as barragens que acumulam sedimentos oriundos da mina ou ainda que sejam de
acumulação de água, mas receberam rejeitos de mineração e/ou sedimentos, anteriormente, são objetos de
competência, quanto à fiscalização de segurança, da ANM.
Diretoria colegiada
[...]
Superintendência de
Segurança de Barragens de
Mineração (SBM)
Desse modo, as principais atribuições das coordenações da SBM no âmbito da fiscalização de barragens de
mineração são:
Recomenda-se que a divisão de tarefas, rotineiras e específicas, seja feita de forma objetiva e transparente,
sempre que possível, nomeando-se o agente responsável por cada tarefa, de forma que todos saibam o que cada
um deve fazer e o prazo estimado para conclusão.
• Realizar ações rotineiras no SIGBM, como autuações, embargos, pedidos de descadastramento, verificação
de conformidade das DCEs (também da ECJ, quando aplicável) e DCOs, verificação de envio de Mapa de
Inundação, verificação de cadastramento do EdR (barragens com DPA alto);
• Promover ações de resposta aos e-mails de notificação ao SIGBM, como contato com empreendedor,
vistorias extraordinárias, auto de infração ou embargo, conforme cada caso;
• Análises dos processos minerários e de cobrança associados, como atendimento de exigências, defesas
contra autuações e análise de solicitações e esclarecimentos.
A Figura 2 a seguir apresenta o calendário anual de fiscalização, com destaque para as campanhas de
entrega de DCE (item 6.4), DCO (item 6.5) e de outras obrigações do empreendedor específicas para o ano de 2022.
30
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Todos os autos devem ser publicados em DOU e encaminhados via postal com Aviso de Recebimento,
conforme diretrizes da ANM. O agente responsável pelo envio dos autos deve anexá-los ao processo de cobrança
no SEI e ao SIGBM, passando ao status ‘emitido’, além de analisar eventuais defesas e promover a imposição de
multa, quando couber. Recomenda-se que as chefias de segurança de barragens regionais dividam a equipe
nomeando o agente responsável por cada autuação.
Destaca-se ainda que devem ser verificadas a entrega e conformidade das DCEs das ECJs, quando
existentes, e as respectivas ARTs, nos mesmos prazos previstos para as DCEs das barragens principais. A não entrega
ou a DCE da ECJ não atestando a estabilidade enseja a aplicação imediata de embargo do complexo minerário,
conforme o Art. 19, § 7º da Resolução ANM n° 95/2022.
Para as barragens que enviaram as DCEs concluindo pela estabilidade, deve-se entrar na citada Declaração
enviada e verificar:
1. Se a ART enviada está de acordo com o estabelecido com os Art. 64 e 77 da Resolução ANM n° 95/2022, ou seja,
deve conter a referência a barragem ou barramento no campo de atividade técnica e deve conter duas
assinaturas distintas (Figura 8).
Obs: Em alguns casos ainda não há a opção relacionada a ‘Barragens’ no campo de atividade técnica de
alguns CREAs. Nestes casos deve-se avaliar a substituição adotada e se as obras têm relação com obras de
barragens de terra. Aprovando-se a DCE pode-se fazer menção à questão no histórico da barragem no
SIGBM no botão ‘Lançar Registro’, conforme apresentado na Figura 6.
2. Em caso da campanha de setembro, deve ser observado se o responsável técnico pertence a equipe externa
contratada, conforme requisito do § 1º, Art. 19 da Resolução ANM n°95/2022.
3. Verificar data de registro da ART e se ela foi devidamente paga, confirmando em caso de dúvidas no site do
CREA a situação da ART (Figura 8);
4. Verificar a data de inspeção que consta na DCE e se ela foi assinada por pessoa física cujo cargo assinalado
atende ao parágrafo único do Art.26 da Resolução ANM n° 95/2022. Não atendendo a esse dispositivo legal,
deve-se enviar exigência com prazo de 5 dias visando sanar a pendência sob pena de embargo. Para publicação
da referida exigência o evento a ser escolhido é BARRAGENS EXIGENCIA AÇÃO EMERGENCIAL PUB,
especificando-se o prazo de 5 dias. Este ofício, assim como qualquer exigência, deve ser encaminhado com AR
– aviso de recebimento;
6. Em caso de envio de DCE por RPSB deve ser verificado se a equipe externa contratada elaboradora é distinta da
equipe contratada elaboradora do último RISR.
Uma vez que a DCE for considerada não aceita (reprovada), deve-se promover a publicação e o
empreendedor deve ser notificado por meio de auto de embargo da barragem, que também deve ser publicado,
estabelecendo a condição para o desembargo, qual seja, apresentação da DCE acompanhada da ART no SIGBM e
em conformidade com a Resolução ANM n° 95/2022. Caso a condição seja alcançada, deve-se encaminhar o termo
de desembargo ao empreendedor, que deve ser publicado em DOU, assim como o evento DCE aceita.
Em caso de não conformidades que não interfiram na segurança da estrutura, como em caso de falta de
assinatura ou data na ART, o fiscal pode optar primeiramente por entrar em contato com o empreender solicitando
a correção da ART em um prazo de 5 dias (encaminhar ofício de exigência, no processo SEI, e encaminhar por e-mail
para o empreendedor), devendo o empreendedor anexar a ART corrigida por meio de envio de nova DCE no campo
‘Extraordinária ou Exigência de Fiscalização’ no SIGBM. Pode-se fazer menção à essa questão no histórico da
barragem no SIGBM no botão ‘Lançar Registro’, conforme apresentado na Figura 6. Atendidos os requisitos exigidos
e cumprido o prazo para atendimento o fiscal deve rejeitar a DCE da campanha regular e aprovar a DCE
extraordinária.
Cabe ao chefe imediato de cada unidade regional de segurança de barragem, dividir entre os membros da
equipe, de forma mais célere possível, a tarefa da verificação de adequação da DCE acima. O agente que elaborou
a exigência deve ser o responsável pela verificação de cumprimento e autuação e embargo, quando couber. Atrasos
na publicação de eventos relativos à DCE não são admissíveis, de forma que havendo dificuldade na viabilização
da publicação, a SBM deve ser acionada para providências. Deve-se priorizar a análise das DCEs nos 15 primeiros
dias úteis dos meses de abril e outubro.
1. Se a ART enviada está de acordo com o estabelecido com os Art. 64 e 77 da Resolução ANM n° 95/2022,
ou seja, deve conter a referência a barragem ou barramento no campo de atividade técnica e deve
conter duas assinaturas distintas (Figura 8);
Deve-se priorizar a análise das DCOs nos 15 primeiros dias úteis do mês de julho.
Quando uma barragem é declarada em situação de emergência recomenda-se o contato telefônico prévio
com o empreendedor para entender a situação reportada. Em caso de atribuição equivocada de nível de
emergência, o empreendedor deve formalizar a situação via e-mail segurancadebarragens@anm.gov.br, e enviar
relatório técnico com Anotação de Responsabilidade Técnica, evidenciando as condições estruturais de toda
barragem por meio de fotografias com indicação de data. Cabe ao fiscal da ANM responsável pela respectiva
barragem realizar a retirada do nível de emergência atribuído erroneamente e após comprovação pelo
empreendedor, por meio do campo ‘Avaliar NE’ no SIGBM (Figura 10). Recomenda-se que tal ação seja registrada no
histórico da barragem no SIGBM, por meio do botão ‘Lançar Registro’ (Figura 6).
A ANM poderá, além de outras medidas previstas na Resolução ANM n° 95/2022, solicitar ao empreendedor
o fornecimento contínuo de dados da instrumentação para acompanhar remotamente as condições de segurança
das estruturas e a efetividade de eventuais medidas corretivas.
a) Quantificação de c) Criação de um
b) Coleta do ranking
fiscalizações viáveis ranking ponderado,
do SIGBM das
em função do com ênfase em
barragens
dimensionamento da características
enquadradas na
equipe. técnicas de maior
PNSB.
criticidade.
A cada início de ano, os coordenadores das barragens de mineração conjuntamente com as chefias de
segurança de barragens regionais farão o planejamento do próximo ciclo de vistorias, de acordo com as metas
estabelecidas para o período. Deve-se buscar priorizar as estruturas dentro da PNSB. Entretanto, o uso da
razoabilidade para efeitos logísticos deve ser considerado, de modo que, ao vistoriar uma barragem na PNSB,
convém se avaliar a viabilidade de vistoriar também as proximamente localizadas, mesmo que não inseridas na
PNSB ou em posição no ranking inferior, de modo a otimizar o tempo e o uso de recursos. Os gestores/chefes/fiscais
devem estar atentos para o caráter dinâmico do ranking. Este plano deverá ser revisado sempre que ocorrerem
mudanças nos cargos das chefias envolvidas, pelos seus sucessores.
Não se deve deixar de considerar as demandas externas provenientes das entidades de controle e da
sociedade civil organizada (MPF, MP Estadual, TCU, CGU ou outras organizações), além dos “gatilhos” existentes no
próprio sistema que indiquem a necessidade imediata de ação fiscalizatória, como, por exemplo, o início de uma
inspeção especial de segurança (ex.: incidente e/ou acidente). Eventos excepcionais como chuvas extremas também
são casos que podem ensejar fiscalizações emergenciais. Destaca-se que casos de acionamento acidental de sirenes,
conforme informação do empreendedor, ensejam vistoria emergencial e imediata para verificação da situação in
loco.
Todos os casos anteriormente citados são exemplos de vistorias extraordinárias que não constam no
planejamento ordinário anual de fiscalizações, mas ensejam ações a serem adotadas em caráter de urgência mesmo
sem atender a critérios técnicos, podendo, portanto, causar ajustes e alterações no planejamento anual. Devido ao
caráter de urgência, a chefia imediata pode orientar os fiscais para a realização de procedimentos simplificados de
vistoria nestes casos, conforme mencionado anteriormente. Desse modo, quando o motivo da ação fiscalizatória for
uma demanda externa (Ministério Público, ações judiciais...), é importante frisar nos relatórios de vistoria
efetuados após tais ações, o porquê de não se ter sido seguida a priorização de fiscalizações previamente
elaborada com base em critérios técnicos e o ranking do SIGBM.
Conforme previsto no Art. 16 da Lei 12.334/2010, é recomendável e visto como boa prática a articulação
quando possível com outros órgãos envolvidos com a implantação e operação das barragens no âmbito da sua
jurisdição para realização de ações conjuntas de naturezas fiscalizatórias, notadamente órgãos ambientais e
conselhos de categorias profissionais, sem prejuízo das demais que se entendam necessárias.
Haja vista as especificidades de cada projeto, como porte da estrutura e complexidade da obra, o
planejamento das vistorias deve ser embasado em marcos relevantes do cronograma de cada projeto, a serem
definidos pela equipe da COGRGBM após análise documental. Pode-se citar para barragens em construção, por
exemplo, marcos relacionados às etapas de tratamento de fundações, execução de drenagem interna (critérios de
filtro), investigações geológico-geotécnicas, controle de compactação, execução de extravasor e bacia de dissipação,
instalação de instrumentação, primeiro enchimento, finalização das obras etc. Para barragens em descaracterização,
deve-se estabelecer, não se limitando a estes, marcos relacionados às etapas mínimas previstas na Resolução ANM
n° 95/2022: descomissionamento, controle hidrológico e hidrogeológico, estabilização geotécnica e monitoramento.
Independente dos marcos estabelecidos em conformidade com as etapas de projeto, deve-se realizar
vistorias in loco para acompanhamento das obras de descaracterização com periodicidade mínima de 1 vez ao ano,
podendo esta frequência ser aumentada em casos de obras em barragens susceptíveis a liquefação. Destaca-se que
barragens em emergência já são objeto de vistorias ordinárias com frequências estabelecidas de acordo com o nível
de emergência (ver Tabela 2, no item 7.2) e em caso de eventos excepcionais, incidentes ou acidentes já há
orientação para realização de vistorias extraordinárias independente do planejamento ordinário (ver item 7.1).
O agente encarregado pela vistoria deve entrar em contato previamente com o empreendedor para
esclarecimentos e envio do PSB (Tabela 3) contendo, dentro outros documentos obrigatórios, o PAEBM (Vol. V do
PSB) e o Relatório de Inspeção de Segurança Regular (RISR). Este último documento auxilia o ato fiscalizatório uma
vez que o conteúdo apresenta importantes informações como relatos sobre as especificidades identificadas durante
as inspeções de campo do consultor/equipe do empreendedor, dados de monitoramento, além de estudos
hidráulicos, hidrológicos, de modos de ruptura e cálculos de fatores de segurança considerando o cenário mais
crítico, finalizando com as recomendações para manutenção da sua condição de estabilidade.
As eventuais recomendações do RISR devem ser motivo de particular interesse por parte da equipe de
fiscais, visto que está previsto no Art. 25, §1° da Resolução ANM n° 95/2022 que “as recomendações referenciadas
no caput devem ser atendidas pelo empreendedor dentro dos prazos estipulados pelo responsável técnico e as
recomendações que não tenham prazo estipulado devem ser realizadas imediatamente pelo empreendedor” De
forma semelhante, deve ser verificado o atendimento às recomendações da última Revisão Periódica de Segurança
de Barragens - RPSB.
O desenvolvimento das atividades em campo deve ser informado ao empreendedor, para que se inicie com
o atendimento ao requisitado previamente, por meio de apresentações objetivas (sessão técnica prévia) que inclua
a verificação do conteúdo mínimo do PSB, seguido da inspeção visual e finalizado com reunião para esclarecimento
de dúvidas e atos de ofício, como entrega eventual de notificações, autos de embargo, etc.
A sessão técnica prévia deve ser agendada antes da vistoria de campo, podendo ser virtual ou presencial,
com a presença da equipe de fiscais da ANM que participarão da vistoria e a equipe do empreendedor, podendo
contar ainda com a participação da empresa de consultoria externa responsável pela elaboração de documentos
técnicos da barragem ou, ainda, dos projetistas da estrutura.
Diante disso e considerando a necessidade de se ter conhecimento prévio satisfatório das estruturas que
serão vistoriadas, a primeira etapa antes da incursão ao campo é realizar uma análise técnica das informações no
processo minerário e no SIGBM, com o objetivo de verificar eventuais pendências existentes (cumprimento de
exigências de vistorias anteriores, autos de infrações pendentes, análises de defesas de autuações, entre outros).
Especial atenção deve ser dada à ART do profissional responsável pela DCE dada a sua importância na
garantia da gestão de segurança da estrutura, além das ARTs do mapa de inundação, RISR, RCIE, RPSB, RCO e do
PAEBM e demais documentos técnicos para que estejam alinhadas com os preceitos do Art. 77 da Resolução ANM
n° 95/2022. Deve-se observar ainda o atendimento ao disposto no Art. 60 e no Art. 61, referente à qualificação
técnica mínima para empresas e profissionais que executarem quaisquer documentos técnicos constantes na
Resolução ANM n° 95/2022. Em caso de dúvida deve-se exigir que o interessado comprove que seu consultor e
respectiva empresa (quando for o caso) atendam aos requisitos de qualificação mínimos constantes na Resolução
ANM n° 95/2022, sob pena de não aprovação da DCE.
O número do processo minerário de determinada barragem pode ser identificado por dois caminhos:
1. No SIGBM, obter o processo associado na aba ‘Coordenadas do Centro da Crista’ (Figura 13a) e buscar número
do processo no Cadastro Mineiro, na aba ‘Consultar Processo’ (Figura 13b, c e d).
(a) (b)
Número do processo
minerário
(c) (d)
Figura 13. Busca do número do processo minerário no Cadastro Mineiro a partir do processo associado no SIGBM.
2. Busca nos blocos internos no SEI, da respectiva unidade do fiscal, em que é boa prática organizar os processos
minerários das barragens de competência da unidade (Figura 14);
3. Por meio do SIGMINE (Figura 15), explorando as camadas vetoriais disponibilizadas online, ou baixando a
camada de processos minerários em formato geográfico (shapefile para abrir em QGIS, ou formato .kml para
abrir no Google Earth). Uma vez feito o download da camada de interesse, basta inserir um ponto nas
coordenadas geográficas da estrutura e consultar o processo correspondente. Esta alternativa é especialmente
útil quando no SIGBM não consta o processo minerário.
Deve-se separar os materiais a serem utilizados em campo para a vistoria in loco, quando disponíveis e
aplicáveis:
O aplicativo E-fiscal é utilizado para a fiscalização in loco das estruturas. As informações atualizadas,
preenchidas no aplicativo para cada estrutura no decorrer da vistoria, são enviadas ao sistema SIGBM, atualizando
as informações da estrutura. O documento “Manual E-Fiscal” apresenta o aplicativo e as principais etapas
relacionadas para a utilização deste.
É importante destacar que ao baixar os dados das estruturas, os campos de ‘Vistoria Cadastral’ e de
‘Classificação da Barragem’ são automaticamente preenchidos com os dados que estão no sistema SIGBM (Figura
16). Deve-se no curso da vistoria revisar os itens e atualizá-los, se necessário.
Recomenda-se que o download das estruturas a serem fiscalizadas seja feito ainda no escritório, para evitar
quaisquer problemas decorrentes de falha de internet e possibilitar a fiscalização da barragem pelo aplicativo de
maneira offline.
8 FISCALIZAÇÃO
8.1 Fiscalização ordinária
A seguir são detalhadas as principais etapas da fiscalização ordinária/rotineira em barragens de mineração.
No Apêndice I é apresentado um desenho esquemático, de modo a resumir os tópicos detalhados a seguir.
A sessão técnica de abertura será marcada por e-mail e ocorrerá de forma virtual ou presencial, a critério
da equipe fiscalizadora, sem prejuízo da ação fiscalizatória. O empreendedor deverá apresentar o empreendimento
e as estruturas que serão vistoriadas. Durante a apresentação é possível conferir quais itens foram abordados,
anotar quais os principais pontos de atenção a serem observados na inspeção de campo e eventuais deficiências de
informações para aprofundamento na sessão técnica. Todo o material deve ser apresentado pelo empreendedor
por meio de equipe técnica própria ou consultores responsáveis pela elaboração do material a ser vistoriado.
Sugere-se a solicitação de apresentação dos itens elencados abaixo. Tal lista pode ser estendida ou reduzida
em função das especificidades de cada estrutura e a critério da equipe de fiscalização da ANM.
3. Síntese do último Relatório de Inspeção de Segurança Regular – RISR com a última análise de estabilidade
explicitando os perfis analisados e seus fatores de segurança, para cada estrutura. Deve ser indicada a
4. Caracterização detalhada de cada estrutura, passando por histórico de construção, manual de operação e
6. Histórico da instrumentação de cada uma das estruturas, com gráficos explicitando o histórico das leituras
7. Principais seções da estrutura, com a plotagem da linha freática tendo por base a última leitura de
Os fiscais deverão conferir os itens elencados na Tabela 4, mas não se limitando a estes, e que serão motivo
de verificação na ação de fiscalização. Destaca-se que a verificação da documentação poderá ser realizada antes da
ação no campo (desejável), dando mais eficiência à inspeção visual (foco na fiscalização in loco), podendo se estender
no pós-vistoria em face das informações obtidas da fiscalização in loco e para a elaboração do relatório final de
vistoria. Deve-se preencher no aplicativo E-fiscal a adequação aos itens relacionados à Classificação da Barragem,
Vistoria Cadastral e Plano de Segurança.
No caso de constatada anomalia que necessitou de Inspeção Especial de Segurança, deve-se verificar se
foram preenchidas as Fichas de Inspeção Especial diariamente após o início do processo. Deve-se, também, verificar
se foi anexado ao PSB o Relatório Conclusivo de Inspeção Especial, assinado por responsável técnico de equipe
externa e com a respectiva ART, atestando a liberação da barragem quando a anomalia for considerada extinta ou
controlada.
Além dos formulários citados anteriormente (inseridos no aplicativo E-fiscal), deve ser verificada a
classificação da barragem quanto à Categoria de Risco (CRI), Dano Potencial Associado (DPA) e Gestão Operacional
(GO) com base na análise documental e na vistoria técnica, adotando os critérios do Anexo IV da Resolução ANM n°
95/2022 (Quadros 1 a 6).
Deve ser dada especial atenção ao mapa de inundação, que de acordo com o Art. 6º da Resolução ANM n°
95/2022, é requisito obrigatório para TODAS as barragens de mineração, inseridas ou não na PNSB, com ART
específica, para auxílio na classificação quanto ao DPA. Na ausência deste, deve ser gerada autuação e exigência (o
prazo da exigência deve levar em consideração o período necessário para o desenvolvimento do referido estudo).
Além disso, se constatada inadimplência quanto ao Art. 77 em relação à ART deste mapa deve ser gerada exigência
de tempo curto sob pena de embargo.
As informações contidas nas abas do SIGBM devem estar fidedignas à realidade da estrutura e ao Plano de
Segurança da Barragem. Caso encontrem-se inconsistências, o agente fiscalizador, por força do Art. 7º da Lei n°
12.334/2010 e da Resolução ANM n° 95/2022, deve alterar tais informações no SIGBM e relacionar no relatório de
vistoria o motivo das alterações.
Recomendações do RISR e
RPSB: Verificar se existem
recomendações com prazo
vencido e verificar in loco se
as foram atendidas pelo
Instrumentação: verificar o histórico de leituras
empreendedor. Caso não
da instrumentação, planilhas e gráficos Protocolos de entrega da
Pendências no tenha sido realizada, deve-se
confrontando as informações com a pluviosidade cópia do PAEBM à
sistema. autuar e caso a
e os níveis de controle de instrumentação (se prefeitura e defesa civil.
recomendação seja no
normal, atenção, alerta ou emergência).
sentido de resguardar a
estabilidade estrutural da
barragem, deve-se,
também, embargar a
estrutura.
Últimas fichas de
inspeção
preenchidas (FIR):
verificar possíveis Levantamentos topográficos: verificar possíveis
anomalias recalques de crista, taludes de montante e jusante, Atendimento de
apontadas e seu assim como confrontar a altura da barragem e o Cronograma e registro de recomendações do último
eventual comprimento de sua crista de acordo com o treinamentos e parecer de vistoria,
declarado no SIGBM. simulados do PAEBM,
tratamento, assim realizada por equipe de
com as eventuais
como verificar se o fiscais da ANM (ver
proposições de melhorias.
reportado no EIR processo minerário no SEI).
correspondente no Estudos hidrológicos e hidráulicos.
SIGBM retrata a
realidade descrita Controle do nível da água no reservatório e
na FIR. manutenção da borda livre de projeto (curva cota
x volume).
A inspeção visual é ferramenta muito importante na identificação de diversas anomalias, conforme a Figura
17. A equipe da ANM realiza a inspeção visual de forma amostral, dedicando atenção a alguns pontos considerados
Outro objetivo da inspeção visual é verificar situações que inspirem maior atenção e que porventura não
tenham sido até então registradas nas inspeções regulares, como ausência da borda livre de projeto, presença de
surgências, recalques, trincas, abrigos de animais e insetos, excesso de vegetação, dificuldades de acessos, entre
outros. Por isso é importante que a inspeção visual se dê com o preenchimento do formulário de inspeção de
segurança de barragem (presente no aplicativo E-Fiscal, no tablet de fiscalização) e do Quadro 3 da Resolução ANM
n° 95/2020, referente à classificação de Estado de Conservação quanto à Categoria de Risco.
Figura 17. Relação entre utilização da instrumentação e inspeção visual para averiguação de anomalias em
barragens
É recomendável que o deslocamento até a barragem com veículo, quando necessário, ocorra em viatura
oficial, ocupada apenas pela equipe de fiscais para dar visibilidade à ação e a necessária privacidade aos agentes.
Importante lembrar de certificar e solicitar aos responsáveis pela segurança local os itens de sinalização obrigatória
do veículo previstos na NRM 13 nos casos em que forem transitar em áreas de mineração a céu aberto com presença
de outros equipamentos.
Em seguida, devem ser inspecionados os espaldares e deve ser feito caminhamento sobre o barramento,
tantas vezes quanto for necessário, percorrendo toda a crista e bermas. Os padrões indicados nas Figura 20 e Figura
21podem ser usados para caminhar sobre a crista, ombreiras e os taludes.
Figura 19. Paralela: recomendado quando os taludes são íngremes e compreende fazer uma série de passadas
paralelas à crista através dos taludes (Fonte: MSHA, 2021).
Drones podem ser utilizados, quando disponíveis, para auxílio na verificação de locais de acesso restrito
e/ou perigoso e/ou inacessível tanto a jusante quanto a montante da estrutura. O fiscal da ANM, quando utilizar o
drone, deverá observar os seguintes componentes: identificação de possíveis anomalias e instabilidades nos taludes
de montante e jusante, situação das ombreiras e estado de conservação dos taludes que circundam o reservatório,
visto que eventual instabilidade com escorregamento de massa para dentro do reservatório pode gerar ondas e
risco de galgamento (Figura 20). Destaca-se que a operação dos drones deve ser feito por fiscal devidamente
treinado por meio de curso teórico de formação e prática em campo.
(b)
Figura 20. Exemplos de aplicação de drone para detecção de locais com temperatura anômala (em azul): imagem
termal (esq) e imagem padrão (dir). (a) vista de “ponto frio” no talude de jusante da barragem B5; (b) vista de
“ponto frio” decorrente de percolação em terreno natural a jusante da barragem Serrote.
Os taludes devem ser numerados em ordem crescente da crista para o pé, conforme a Figura 21
esquemática a seguir.
Figura 21. Indicação dos componentes de uma barragem, com numeração taludes de jusante.
Fonte: Prof. David de Carvalho (UNICAMP – SP) apud Medeiros (2017)
(https://www.snisb.gov.br/Entenda_Mais/capacitacao/Arquivos_Cursos/curso-guia-de-diretrizes-para-elaboracao-
de-projeto-de-barragens-e-revisao-periodica-modulo-1-etapas-dos-estudos-e-projetos.pdf)
A inspeção in loco é realizada de forma amostral, verificando os itens listados na Tabela 5. A mesma atenção
prestada ao barramento principal deve ser destinada aos diques selantes.
A inspeção visual pode detectar anomalias, sendo fundamental que os agentes conheçam previamente os
principais tipos de anomalias para facilitar sua identificação em campo. O Apêndice IV traz a tradução e adaptação
do Pocket Safety Guide for Dams and Impoundments produzido pelo U.S. Department of Homeland Security, Federal
Emergency Management Agency e National Dam Safety Program. O guia relaciona anomalias usuais e principais
causas e consequências e respectivas recomendações.
• presença de surgências;
• recalques no maciço;
• trincas no maciço;
• dificuldades de acessos;
• fissuras;
• instabilidade de taludes;
• proteção deficiente dos taludes. Ex.: ausência de revestimento vegetal nos taludes de jusante ou rip-
Essas observações serão analisadas ao final da vistoria e eventualmente irão compor os expedientes
administrativos subsequentes, principalmente quando forem exaradas notificações e/ou termo de embargo
decorrentes da atividade fiscalizatória, este último para os casos em que for encontrada durante as diligências
alguma situação de grave e iminente risco ou não atendimento aos itens constantes na Resolução ANM n° 95/2022
que podem ensejar tal medida.
Uma reunião de encerramento pode ser realizada, quando verificada necessidade, para abordar eventuais
pendências ou dúvidas identificadas em campo ou previamente na análise processual/documental e no SIGBM e os
projetos desenvolvidos pela empresa. Nesta reunião é recomendada a participação do responsável técnico pela
barragem e do representante legal.
Os agentes devem se reunir de forma reservada para definição das ações a serem tomadas por
consequência da vistoria da estrutura em si. Em se tratando de algo emergencial que acarrete situação de
comprometimento estrutural da barragem, deve-se notificar a empresa para a tomada de ações emergenciais.
Devem discutir, também, as ações por consequência da análise do PSB (exigências/notificações/embargos) realizada
anteriormente, podendo, se necessário, consultar os responsáveis técnicos da empresa para algum esclarecimento
adicional. É importante que fiquem explícitos nestes documentos a motivação, o amparo jurídico e o prazo para seu
atendimento, que deve ser estabelecido pela equipe em função da severidade da não conformidade. Os ficais devem
ficar atentos para os casos que ensejam embargo das atividades da barragem ou do complexo minerário como um
todo, conforme apresentado na Figura 22.
EMBARGO DO
COMPLEXO MINERÁRIO
Art. 58
▪ Não atendimento aos requisitos
para descaracterização de
barragens a montante;
Art. 19
▪ DCE da ECJ não enviada ou
concluindo pela não estabilidade
Figura 22. Situações que podem ensejar embargo da barragem ou do complexo minerário.
Finalmente será providenciada a impressão dos documentos, quando necessário (casos de embargo ou
notificação imediatos) e será feita a leitura de cada item de exigência individualmente, prestadas as informações
requeridas de forma sucinta e objetiva, inclusive sobre a impressão deixada, e assinados os documentos em duas
vias pelos agentes e representante do empreendedor. Destaca-se que outras exigências advindas da atividade de
fiscalização devem ser incluídas no parecer de vistoria.
Após concluída a etapa de campo, a equipe deve preencher os quadros de classificação da barragem e se
necessário promover sua reclassificação, inserindo as informações verificadas na vistoria e na análise documental
diretamente no SIGBM. Caso o app e-fiscal esteja em pleno funcionamento, essas alterações já serão feitas
automaticamente ao concluir a consolidação. Entretanto, caso o aplicativo não esteja em pleno funcionamento, o
agente fiscalizador deve acessar o SIGBM e atualizar as informações, especialmente as que refletem a classificação
da estrutura (CRI e DPA) por força do Art. 7º da Lei n° 12.334/2010.
O relatório completo de vistoria com seus pareceres técnicos deve ser concluído em até 20 dias após a
citada vistoria. Tal prazo pode ser estendido no caso de múltiplas estruturas e a depender da complexidade e volume
de documentação das mesmas.
No parecer devem ser abordados a análise dos projetos e documentação técnica das estruturas vistoriadas,
a inspeção visual, as exigências e prazos e as autuações. Os principais itens a serem observados na avaliação da
documentação técnica da estrutura são apresentados no Apêndice II com o objetivo de nortear o fiscal em suas
análises. Destaca-se, contudo, que a lista é exemplificativa e não busca esgotar os itens a serem verificados, que
deve basear-se na experiência do fiscal e nas particularidades de cada estrutura.
Os relatórios devem ser inseridos no processo minerário em documentação SEI e seguir o padrão definido
pela agência. Adicionalmente, deve-se anexar, no processo minerário SEI, o formulário de vistoria gerado no SIGBM
após a finalização da consolidação da vistoria.
As exigências advindas do parecer técnico de vistoria devem ser enviadas para o empreendedor, por meio
de publicação no DOU e encaminhamento via postal com Aviso de Recebimento. Recomenda-se que o agente
responsável pelo parecer defina lembrete (calendário do outlook, por exemplo) para analisar o processo na data
limite para o cumprimento de exigências, de modo a verificar a apresentação tempestiva do cumprimento de
exigência ou possíveis solicitações de postergação de prazo.
Após a finalização do parecer técnico no processo SEI, o seu conteúdo deve ser replicado no SIGBM (com
as assinaturas digitais), na aba ‘Parecer Técnico’ para finalização do parecer no sistema (Figura 23).
a)
Apagar conteúdo gerado no SIGBM e colar conteúdo do parecer finalizado no SEI (com assinaturas)
Finalizar
b)
Figura 23. Aba Parecer Técnico no SIGBM: (a) visualização do formulário de fiscalização; (b) finalização do parecer
no SIGBM.
Deve-se enviar o boleto da vistoria para o empreendedor após a vistoria conforme diretrizes da ANM.
A análise dos documentos de projeto permite a familiarização do fiscal com o projeto de construção ou
descaracterização da estrutura, de modo a orientá-lo nas vistorias de campo. Tal etapa permite a identificação de
potenciais pontos de atenção para a segurança da estrutura e a verificação se o projeto proposto é tecnicamente
adequado, contemplando as boas práticas de engenharia e cumprindo as normas técnicas correlatas, ou apresenta
deficiências, caso em que deve ser solicitado ao empreendedor a elaboração de melhorias e possivelmente análise
por peer-review, podendo ensejar aplicação de sanções em caso de descumprimento à solicitação da ANM (Art. 67
da Resolução ANM n° 95/2022). Além disso, nessa etapa o fiscal realiza a avaliação de pedidos de descadastramento
por descaracterização solicitados pelo empreendedor via SIGBM, devendo analisar o atendimento aos requisitos
previstos no Art. 3°, § 2º, da Resolução ANM n° 95/2022 (ver item 6.3).
As sessões técnicas (virtuais ou presenciais) devem reunir os fiscais da COGRGBM, representantes da equipe
de segurança de barragens do empreendimento e, preferencialmente, representantes da projetista. Tal etapa tem
por objetivo dirimir possíveis dúvidas advindas da análise documental, discutir potenciais pontos de atenção para a
segurança da estrutura e permitir o efetivo acompanhamento do andamento do projeto pelos fiscais da ANM. A
periodicidade das sessões deve ser definida pela COGRGBM em função dos marcos relevantes do cronograma de
projeto, da complexidade e nível de risco da estrutura ou em qualquer outra situação que seja de interesse da ANM.
No caso de barragens em descaracterização, fase final do ciclo de vida da estrutura, as vistorias in loco
permitem o acompanhamento e verificação da efetiva conclusão das fases previstas na Resolução ANM n° 95/2022,
de modo a se garantir que a estrutura descaracterizada, quando reincorporada à paisagem, apresente níveis muito
reduzidos de risco ao meio ambiente e à população.
MINE SAFETY AND HEALTH ADMINISTRATION (2021). PH21-V-6 - Dam inspection and plan review handbook.
U.S. Department of Labor.
Planalto (2010). Lei nº 12.334/2010. Seção 1 do D.O.U de 21 de setembro de 2010.
Planalto (2020). Lei nº 14.066/2020. Seção 1 do D.O.U de 1 de outubro de 2020.
Análise documental
Se os parâmetros geotécnicos apresentados, tais como densidade, ângulo de atrito e coesão para cada litotipo ou
Dados e
material utilizado nas análises da estrutura, foram obtidos a partir de ensaios geotécnicos de laboratório e de campo
parâmetros Art. 23 §2º e Anexo II
(verificar laudos dos ensaios);
geotécnicos
Existência de caracterização reológica dos materiais no reservatório.
Caracterização física e fisiográfica de bacias de contribuição, com indicação, quando aplicável, de: topografia, hidrografia,
áreas de drenagem, mapa de uso e ocupação e mapa pedológico regional para definição de parâmetros de geração de
escoamento superficial, e perfis longitudinais de talvegues;
Dados e Estudo de chuvas intensas, com avaliação da disponibilidade, representatividade e consistência de dados pluviométricos,
parâmetros justificativa da distribuição de probabilidade adotada; Art. 6°, Art. 15, Art. 24, Anexo II
hidráulicos e Estudo de vazões máximas afluentes, com indicação e justificativa do método, da discretização espacial e dos parâmetros
hidrológicos do modelo;
Batimetria atual (topografia) do reservatório e correspondente curva cota-volume;
Curva de descarga do sistema extravasor, com detalhamento dos diferentes controles hidráulicos, dimensões e
coeficientes de descarga considerados.
Simulação do trânsito de cheias, com explicitação das condições iniciais do reservatório, da topologia do modelo
adotado, e dos hietogramas determinados segundo as condições previstas no art. 24 da Resolução ANM n° 95/2022;
Análise de Resultados gráficos da simulação de trânsito de cheias, com indicação dos hidrogramas afluentes e defluentes e da
segurança dinâmica de armazenamento do reservatório, destacando os níveis e volumes máximos atingidos, e a borda livre
Art. 5°, Art. 15, Art. 41, Anexo II
hidrológica e remanescente;
hidráulica Estudos hidráulicos de condutos forçados (galerias), canais extravasores e bacia de dissipação, com indicação de perfis
de pressão, altura e/ou velocidade do escoamento correspondentes às vazões máximas estimadas;
Extravasor dimensionado em acordo com legislação vigente (função do DPA).
Observar a quantidade e localização das seções de estabilidade apresentadas, lembrando que deve haver uma seção
crítica com maior altitude e, desejavelmente, outras distribuídas entre as ombreiras esquerda e direita, que sejam
representativas da estrutura. O número de seções pode variar em função das especificidades e dimensões de cada
estrutura;
Observar se existe um quadro, em cada análise de estabilidade, com os dados dos materiais mostrados na seção e seus
Análises de
respectivos parâmetros geotécnicos;
estabilidade da
Observar se os círculos de ruptura propostos estão associados a uma litologia ou então à superfície freática. Caso
estrutura
contrário, questionar o motivo desse traçado; Anexo II, Art. 23
principal e
Observar a metodologia das análises de estabilidade;
associadas,
Observar eventuais discrepâncias entre os valores do fator de segurança (FS) obtido em cada um dos modelos
incluindo ECJ
apresentados. Caso existam discrepâncias, solicitar explicação para este fato;
Observar se foram obtidos e apresentados os FS para as situações contempladas na Tabela 1 da ABNT NBR
13.028/2017 (considerar as fases aplicáveis a cada estrutura) e na Resolução ANM n° 95/2022;
Verificar se os fatores de segurança apresentados na documentação mais recente refletem os valores inseridos no
SIGBM nos Extratos de Inspeção Regular (EIR).
Para barragens já existentes e em operação antes da Lei n° 14.066/2020 e com comunidade na ZAS ou com estruturas e
equipamentos associados com a presença e atividade de trabalhadores deve-se verificar, conforme prazos previstos na
Projeto de
legislação: Art. 56 e Art. 54, §3° e §7°
contenção/estabil
o Fator de segurança não drenado global ≥ 1,5; (prazos)
ização
o Borda livre mínima ≥ 1,0 m ou conforme projeto (o que for maior)
o CMG 24 horas por dia.
Projeto de Deve-se questionar ao minerador se a estrutura possui um projeto de descaracterização em elaboração; Art. 2°, VIII;
descaracterizaçã Caso positivo, este deverá apresentar projeto (s) e cronograma de execução. Art. 24, §3° - Tempo de retorno
o mínimo
Figura 2. Estrutura de governança em forma de tabela – necessário aparecer o nome do responsável técnico pela
barragem.
Figura 3. Modelo de mapa geral do site a ser apresentado o qual deve apresentar todas as estruturas de contenção do
complexo minerário, incluindo as barragens, diques e pilhas. Indicando em forma de legenda a estrutura, o material
nela contido e o volume reservado.
Figura 4. Histórico construtivo da barragem – importante mostrar alterações estruturais e quantitativos de área e
volumes.
Figura 6. Modelo de mapa geológico estrutural – importante que seja em escala regional 1:25.000 ou 1:50.000 com
malha de coordenadas e identificação, por meio de legendas e cores, das unidades litológicas e falhas na área da
barragem, caso existam. Além desse mapa geológico estrutural é importante apresentação do mapa geológico –
geotécnico em escala de detalhe 1:2.500 ou 1:5.000, assim como o mapa hidrogeológico também em escala de
detalhe.
▪ Investigações geológico-geotécnicas:
Figura 8. Modelo de planilha de consolidação de campanhas de sondagem SPT – importante apresentar, além dos
dados básicos, empresa executora e número do documento de rastreio, tanto para os ensaios de campo quanto para
os de laboratório.
Figura 10. Modelo de mapa de locação das investigações geológica-geotécnica com indicação de seções transversais,
longitudinais e pontos de sondagens.
Figura 12. Seção geológica da barragem obtida por meio de sondagens e mapeamentos com a definição das camadas
(estratigrafia) – importante ter escala vertical adequada e descrever o tipo de material e suas características –
Importante aparecer mini-logs de sondagem com valores de Nspt e k.
▪ Metodologia de vistoria:
Figura 14. Modelo de resumo das vistorias realizadas, fichas de inspeção e patologias observadas.
Figura 18. Séries históricas adotadas para definição das vazões de projeto (pluviométricas e/ou fluviométricas),
ajustada em formato gráfico.
Figura 19. Séries históricas adotadas para definição das vazões de projeto (pluviométricas e/ou fluviométricas), valores
mínimos e máximos mensais e média anual mensal.
Figura 21. Hidrograma exemplificativo de entrada e saída – importante definir níveis e borda livre.
Figura 24. Imagem com a localização dos instrumentos. Outra forma de apresentação seria desenho em planta e
legenda com coordenadas (SIRGAS2000).
Figura 27. Modelo de perfil com a última leitura de instrumentação e a linha freática plotada, com indicação dos níveis
de controle.
Figura 29. Modelo de histórico de leituras dos instrumentos plotada com níveis de alerta e emergência conforme a
carta de risco atualizada apresenta.
Figura 30. Seção geológica-geotécnica com análise de estabilidade em seção específica seguindo critérios adotados na
tabela que acompanha – importante citar a fonte dos parâmetros geotécnicos adotados, avaliar os cenários indicados
na NBR 13.028/2017 com e sem rede de fluxo amparada nas leituras dos instrumentos.
Figura 31. Apresentação dos limites do mapa de inundação de acordo com a metodologia usada para definição do
critério de parada da simulação.
Este guia de bolso foi traduzido e adaptado do Pocket Safety Guide for Dams and Impoundments produzido
pelo U.S. Department of Homeland Security, Federal Emergency Management Agency e National Dam Safety
Program, em janeiro de 2012.
Este Guia é uma tradução adaptada do Pocket Safety Guide for Dams and
Impoundments produzido pelo U.S. Department of Homeland Security,
Federal Emergency Management Agency e National Dam Safety Program.
A SBM, que apresenta aqui o guia de bolso sobre segurança de barragens de mineração e
estruturas associadas, alerta que ele deve ser uso exclusivamente interno da ANM, não sendo permitida
a divulgação externa. A versão original e mais atualizada pode ser apreciada e divulgada por meio do site
https://www.fema.gov/sites/default/files/2020-
08/fema_911_pocket_safety_guide_dams_impoundments_2016.pdf. Foram incluídas ainda informações
retiradas do Manual de Segurança e Inspeção de Barragens, elaborado pelo Ministério da Integração
Nacional, em 2002.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 4
RESPONSABILIDADES ................................................................................................................ 5
2
▪ depressão na crista de uma barragem ..............................................................................................................30
▪ Quantidade excessiva e/ou água enlameada saindo de um ponto (surgência) ....................................................32
▪ Surgência com presença de bolhas ..................................................................................................................34
▪ surgência no contato do barramento com a ombreira .......................................................................................36
▪ Surgência saindo de um ponto ao lado do Dreno de fundo ...............................................................................38
▪ Falha em Estruturas de Concreto ou Rocha .....................................................................................................40
▪ Saída do dreno erodindo o pé da barragem ......................................................................................................42
▪ Vegetação excessiva ou detritos no canal do vertedouro ou ao redor da entrada ...............................................44
▪ Erosão nos vertedouros ..................................................................................................................................46
▪ Erosão NA SAÍDA DE CANAIS EXTRAVASORES .....................................................................................48
INTRODUÇÃO afetar a segurança da barragem (Resolução ANM n°
95, Art. 2º inciso III)
O presente “Guia de bolso sobre segurança de
II. Barragem - qualquer estrutura construída dentro ou
barragens e estruturas associadas” visa auxiliar os técnicos e
fora de um curso permanente ou temporário de água,
fiscais da Agência Nacional de Mineração (ANM) nas
em talvegue ou em cava exaurida com dique, para
atividades fiscalizatórias no âmbito de segurança de barragens.
fins de contenção ou acumulação de substâncias
O presente texto foi adaptado segue os moldes do estipulado
líquidas ou de misturas de líquidos e sólidos,
pela Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA) dos
compreendendo o barramento e as estruturas
Estados Unidos da América.
associadas. (Lei nº 12.334 de 2010, Art. 2º, inciso I,
O embasamento legal utilizado foi a Lei nº 12.334 de alterada pela Lei n° 14.066/2020)
20 de setembro de 2010, a Lei 14.066 de 30 de setembro de
III. Barragens de Mineração – a) barragens,
2020, as Resoluções do Conselho Nacional de Recursos
barramentos, diques, cavas com barramentos
Hídricos (CNRH) nº 143 e 144, de 10 de julho de 2012 e a
construídos, associados às atividades desenvolvidas
Resolução ANM n° 95 de 07 de fevereiro de 2022.
com base em direito minerário, construídos em cota
superior à da topografia original do terreno,
Os conceitos utilizados foram: utilizados em caráter temporário ou definitivo para
fins de contenção, acumulação, decantação ou
I. Acidente e incidente - Conforme estipulado pela descarga de rejeitos ou de sedimentos provenientes
Resolução CNRH nº 144/2012, Art. 2º de atividades de mineração com ou sem captação de
II. acidente – comprometimento da integridade água associada, compreendendo a estrutura do
estrutural com liberação incontrolável do conteúdo barramento e suas estruturas associadas, excluindo-
de um reservatório ocasionado pelo colapso parcial se deste conceito as barragens de contenção de
ou total da barragem ou estrutura anexa; resíduos industriais; b) estruturas construídas por
meio de disposição hidráulica de rejeitos, como um
III. incidente – qualquer ocorrência que afete o maciço permeável, dotado de sistema de drenagem
comportamento da barragem ou estrutura anexa que, de fundo, suscetíveis à liquefação; (Resolução ANM
se não for controlada, pode causar um acidente. n° 95/2022, Art. 2° inciso IV)
Conforme constam na Resolução ANM n°95 /2022: IV. Categoria de Risco – CRI - classificação da
I. Anomalia - qualquer deficiência, irregularidade, barragem de acordo com os aspectos que possam
anormalidade ou mau funcionamento que possa vir a influenciar na possibilidade de ocorrência de
4
acidente ou desastre, levando-se em conta as Art. 16. O órgão fiscalizador, no âmbito de suas
características técnicas, o método construtivo, o atribuições legais, é obrigado a:
estado de conservação, a idade do empreendimento I - manter cadastro das barragens sob sua
e atendimento ao Plano de Segurança da Barragem;
jurisdição, com identificação dos empreendedores, para fins de
(Resolução ANM n° 95/2022, Art. 2º inciso XI)
incorporação ao SNISB;
V. Dano Potencial Associado – DPA - dano que pode II - exigir do empreendedor a anotação de
ocorrer devido ao rompimento, vazamento, responsabilidade técnica, por profissional habilitado pelo
infiltração no solo ou mau funcionamento de uma
Sistema Conselho Federal de Engenharia Agronomia (Confea)
barragem, independentemente da sua probabilidade / Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), dos
de ocorrência, a ser graduado de acordo com as estudos, planos, projetos, construção, inspeção e demais
perdas de vidas humanas, impactos sociais,
relatórios citados nesta Lei;
econômicos e ambientais;
(Resolução ANM n° 95/²022, Art. 2º inciso XVI) III - exigir do empreendedor o cumprimento das
recomendações contidas nos relatórios de inspeção e revisão
periódica de segurança;
RESPONSABILIDADES IV - articular-se com outros órgãos envolvidos com
a implantação e a operação de barragens no âmbito da bacia
hidrográfica;
A Lei nº 12.334 de 20 de setembro de 2010, alterada
V - exigir do empreendedor o cadastramento e a
pela Lei 14.066 de 30 de setembro de 2020, estabelece a Política
atualização das informações relativas à barragem no SNISB.
Nacional de Segurança Barragens (PNSB) e em seus artigos 7º,
16 e 17 define as competências e atribuições legais do órgão § 1° O órgão fiscalizador deverá informar
fiscalizador e do empreendedor. imediatamente à autoridade licenciadora do Sisnama e ao
órgão de proteção e Defesa Civil) a ocorrência de desastre ou
Art. 7º. As barragens serão classificadas pelos acidente nas barragens sob sua jurisdição, bem como qualquer
agentes fiscalizadores, por categoria de risco, por dano incidente que possa colocar em risco a segurança da estrutura
potencial associado e pelo seu volume, com base em critérios
gerais estabelecidos pelo Conselho Nacional de Recursos § 2o O órgão fiscalizador deverá implantar o
Hídricos (CNRH). cadastro das barragens a que alude o inciso I no prazo máximo
de 2 (dois) anos, a partir da data de publicação desta Lei.
Art. 17. O empreendedor da barragem obriga-se a:
5
I - prover os recursos necessários à garantia da VIII - realizar as inspeções de segurança previstas
segurança da barragem e, em caso de acidente ou desastre, à no art. 9o desta Lei;
reparação dos danos à vida humana, ao meio ambiente e aos IX - elaborar as revisões periódicas de segurança;
patrimônios públicos e privado, até a completa
descaracterização da estrutura; X - elaborar o PAE, quando exigido, e implementá-
lo em articulação com o órgão de proteção e defesa civil;
II - providenciar, para novos empreendimentos, a
elaboração do projeto final como construído; XI - manter registros dos níveis dos reservatórios,
com a respectiva correspondência em volume armazenado, bem
III - organizar e manter em bom estado de como das características químicas e físicas do fluido
conservação as informações e a documentação referentes ao
armazenado, conforme estabelecido pelo órgão fiscalizador;
projeto, à construção, à operação, à manutenção, à segurança
e, quando couber, à desativação da barragem; XII - manter registros dos níveis de contaminação do
solo e do lençol freático na área de influência do reservatório,
IV - informar ao respectivo órgão fiscalizador conforme estabelecido pelo órgão fiscalizador;
qualquer alteração que possa acarretar redução da capacidade
de descarga da barragem ou que possa comprometer a sua XIII - cadastrar e manter atualizadas as informações
segurança; relativas à barragem no SNISB.
V - manter serviço especializado em segurança de §1° Para reservatórios de aproveitamento
barragem, conforme estabelecido no Plano de Segurança da hidrelétrico, a alteração de que trata o inciso IV do caput deste
Barragem; artigo também deverá ser informada ao Operador Nacional do
Sistema Elétrico (ONS).
VI - permitir o acesso irrestrito do órgão
fiscalizador, da autoridade licenciadora do Sisnama, do órgão §2° Sem prejuízo das prerrogativas da autoridade
de proteção e defesa civil e dos órgãos de segurança pública ao licenciadora do Sisnama, o órgão fiscalizador pode exigir, nos
local da barragem e das instalações associadas e à sua termos do regulamento, a apresentação não cumulativa de
documentação de segurança; caução, seguro, fiança ou outras garantias financeiras ou reais
para a reparação dos danos à vida humana, ao meio ambiente
VII – elaborar e atualizar o Plano de Segurança da e ao patrimônio público, pelo empreendedor de:
Barragem, observadas as recomendações dos relatórios de
inspeção de segurança e das revisões periódicas de segurança, I- barragem de rejeitos de mineração ou resíduos
e encaminhá-lo ao órgão fiscalizador; industriais ou nucleares classificada coo de médio e alto risco
ou de médio e alto dano potencial associado;
6
III-Barragem de acumulação de água para fins III - a responsabilidade legal do empreendedor pela
hidrelétricos classificada como de alto risco. segurança da barragem, pelos danos decorrentes de seu
§3° No caso de ausência de documentação técnica rompimento, vazamento ou mau funcionamento e,
independentemente da existência de culpa, pela reparação
que impeça a classificação da barragem quanto ao risco e ao
dano potencial associado, cabe ao órgão fiscalizador decidir desses danos;
quanto às exigências previstas nos §§1° e 2° deste artigo.
§4° As barragens já existentes terão o prazo de 2 No tocante das barragens de mineração, cabe ao
(dois) anos para se adequarem à previsão do §2° deste artigo. empreendedor ainda efetuar o cadastro no Sistema Integrados de
Gestão de Segurança de Barragens de Mineração (SIGBM) e as
demais obrigações dispostas na Resolução ANM n° 95 de 2022.
Cabe ressaltar ainda que, segundo o item III do art.
4ºº da Lei 12.334/2010, o empreendedor é o responsável legal No que concerne ao corpo técnico e ficais do ANM,
pela segurança da barragem, pelos danos decorrentes de seu estes também devem seguir o que estipula a Resolução ANM n°
95 de 2022, as demais instruções legais já citadas e ainda o
rompimento, vazamento ou mau funcionamento e,
Manual de Fiscalização para barragens de mineração.
independentemente de culpa, pela reparação desses danos;
Art. 4ºo São fundamentos da Política Nacional de
Segurança de Barragens (PNSB):
(...)
7
DIAGRAMA DE UMA BARRAGEM
Figura 1 - Diagrama típico de uma barragem mostrando termos comuns. (Adaptado de: FEMA, P.
"Pocket Safety Guide for Dams and Impoundments." Facilities (2016)).
8
POSSÍVEIS FALHAS EM BARRAGENS
Figura 2 - Algumas causas de falhas de barragens. (Adaptado de: FEMA, P. "Pocket Safety Guide
for Dams and Impoundments." Facilities (2016)).
9
ESTRUTURAS DE SAÍDA
EXTRAVASOR DE GAVETA
Figura 3 - Válvula de gaveta típica usada como um vertedouro principal para controlar o nível da água. (Adaptado
de: FEMA, P. "Pocket Safety Guide for Dams and Impoundments." Facilities (2016)).
10
TUBO COM ELEVAÇÃO DO NÍVEL DE ENTRADA
Figura 4 - Caudal típico de entrada de gota servindo como um vertedouro principal para controlar o
nível da água. (Adaptado de: FEMA, P. "Pocket Safety Guide for Dams and
Impoundments." Facilities (2016)).
11
PROBLEMAS DE BARRAGEM Ação recomendada.
Informe o problema suspeito ao consultor e ao responsável pelo
▪ EROSÕES TUBULARES empreendimento imediatamente, de acordo com o item III, art.
4º da Lei 12.334 de 2010.
Causas prováveis e consequências possíveis • Inspecionar outras partes da barragem que possam
ser suscetíveis à infiltração ou mais buracos.
• A erosão interna dos materiais de aterro ou a base
(tubulação) pode causar um sumidouro. • Verificar a infiltração e as saídas de vazamento para
água lamacenta.
• Uma caverna erodida (cave-in) pode resultar em um
sumidouro. • Solicitar a um engenheiro qualificado que inspecione
as condições, identificar a causa exata dos sumidouros e
• Um pequeno orifício na parede de um tubo de saída recomende ações adicionais.
pode se transformar em um sumidouro.
• Dependendo da localização do sumidouro no aterro,
• A água com sedimento na saída indica erosão da fazer o esvaziamento do reservatório conforme necessário.
barragem.
• A tubulação pode esvaziar um reservatório através de
um pequeno orifício na parede. Também pode levar a uma falha
na barragem à medida que os sulcos se desenvolvem e se
corroam através da base ou duma parte permeável da barragem.
12
Figura 5 – Erosões tubulares.
Figura 6 - A ação de redemoinhos é uma
indicação de Piping avançada (vórtex).
13
Ação recomendada
▪ DESLIZAMENTOS Informe o problema suspeito ao consultor e ao responsável pelo
empreendimento imediatamente, de acordo com o item III, Art.
4º da Lei 12.334 de 2010.
Causas prováveis e consequências possíveis
• Avaliar a extensão do deslizamento.
• O movimento da fundação ou uma inclinação muito
íngreme pode fazer com que terra ou rochas se • Monitorar o deslizamento.
movam ao longo de um plano de deslizamento que • Rebaixar o nível do reservatório se a segurança da
pode levar a uma queda do aterro. barragem for ameaçada.
• Os movimentos de deslizamento na bacia do • Solicite a um engenheiro qualificado que verifique
reservatório podem levar à obstrução da entrada ou à as condições e recomende outras ações.
falha da barragem.
14
Figura 7 - Queda ou deslizamento.
Figura 8 - Deslizamento na face à jusante de
Fonte das imagens: FEMA, P. "Pocket Safety Guide for Dams and uma barragem.
Impoundments." Facilities (2016).
15
▪ FALTA DE PROTEÇÃO DO
TATUDE DE MONTANTE Ação recomendada
• Reestabelecer a inclinação normal.
Causas prováveis e consequências possíveis • Colocar o enrocamento de tamanho adequado para
• O rip-rap de má qualidade deteriora-se e não protege proteger contra a ação das ondas.
a inclinação.
• A ação da onda pode deslocar o enrocamento
permitindo a erosão do talude de montante.
• As rochas redondas de tamanho semelhante podem
rolar para baixo e expor a inclinação.
• A ação da onda contra essas áreas desprotegidas
diminui a largura do aterro.
16
Figura 9 - falta de rip-rap. Figura 10 - Erosão das ondas na face
desprotegida duma barragem.
Fonte das imagens: FEMA, P. "Pocket Safety Guide for Dams and
Impoundments." Facilities (2016).
17
▪ EROSÃO
Ação recomendada
Causas prováveis e consequências possíveis
• Se a erosão for detectada com antecedência,
• A água proveniente de chuvas intensas desce pelos adicionar gramíneas protetoras que possam resolver
taludes, da crista ou das bermas e resulta em calhas o problema.
contínuas, o que pode ser perigoso se não for
controlado. • Proteger as áreas que sofreram erosão; adicionar
rocha ou enrocamento, que é o método preferido.
• A erosão pode levar à deterioração do talude a
jusante e à problemas na estrutura.
18
Figura 11 – Erosão. Figura 12 - Erosão na face à jusante de uma
barragem.
Fonte das imagens: FEMA, P. "Pocket Safety Guide for Dams and
Impoundments." Facilities (2016).
19
▪ REVESTIMENTO VEGETAL
INADEQUADO Ação recomendada
• Controlar a vegetação.
Causas prováveis e consequências possíveis • Remover todas as árvores grandes, profundamente
• A vegetação natural (arbustos) impossibilita arraigadas e arbustos sobre ou perto do aterro. Caso
inspeção visual e abriga roedores. sejam árvores de grande porte, chamar a equipe de
meio ambiente para avaliar o corte e não retirada das
• As raízes de árvores grandes podem criar caminhos raízes.
de infiltração.
• As grandes árvores podem tombar durante uma
tempestade e danificar a barragem, o que pode causar
um rompimento.
20
Figura 13 – Revestimento vegetal Figura 14 - Árvores que cresceram na crista e
inadequado. nas faces de uma barragem.
Fonte das imagens: FEMA, P. "Pocket Safety Guide for Dams and
Impoundments." Facilities (2016).
21
▪ PRESENÇA DE ROEDORES E Ação recomendada
ANIMAIS QUE FAZEM TOCAS • Começar um programa de controle de roedores para
reduzir a população e evitar danos futuros à
barragem.
Causas prováveis e consequências possíveis
• Determinar a localização exata e a extensão do túnel
• Uma superabundância de roedores aumenta a chance
criado.
de tocas de animais, que criam furos, túneis e
cavernas. • Recuperar os orifícios de roedores existentes com
material apropriado bem compactado para reparar os
• Os túneis podem favorecer o caminho da infiltração,
danos.
o que pode causar um problema de Piping.
• Os túneis podem levar ao colapso da crista, bermas
ou taludes da barragem e podem causar falhas na
barragem.
• Barragens perto de matas densas ou perto de áreas de
pastagens são mais propensas a ter invasão de
animais que fazem buracos (capivaras, formicas,
tatus e corujas
22
Figura 15 - Atividade de roedores. Figura 16 - Os orifícios de roedores na face
da barragem podem causar falhas na
barragem.
Fonte das imagens: FEMA, P. "Pocket Safety Guide for Dams and
Impoundments." Facilities (2016).
23
▪ TRÁFEGO DE GADO Ação recomendada
• Cercar a área do aterro para manter afastada do gado
Causas prováveis e consequências possíveis
• Reparar a proteção contra erosão ao restabelecer
• Vaca, cavalos e carneiros podem danificar a gramíneas ou colocando enrocamento.
instrumentação ou as drenagens superficiais, além
disso, podem cair no reservatório
• Os caminhos de criação e as atividades no lado da
barragem a jusante podem danificar as encostas,
especialmente quando molhadas.
• As atividades pecuárias podem reduzir a proteção
contra erosão e causar canais de erosão.
• As áreas nuas podem permitir que a água fique
parada e seja suscetível a rachaduras de secagem.
24
Figura 17 - Tráfego de gado. Figura 18 - Caminhos de gado nas faces de
barragens podem levar a erosão de barragens.
Fonte das imagens: FEMA, P. "Pocket Safety Guide for Dams and
Impoundments." Facilities (2016).
25
▪ RACHADURAS/ TRINCAS Ação recomendada
TRANSVERSAIS Informe o problema suspeito ao consultor e ao responsável pelo
Causas prováveis e consequências possíveis empreendimento imediatamente, de acordo com o item III, Art.
4º da Lei 12.334 de 2010.
• O movimento irregular entre os segmentos
adjacentes do aterro pode causar rachaduras • Inspecionar a fenda e registrar cuidadosamente sua
transversais. localização, comprimento, profundidade, largura e
outras características físicas pertinentes. Estabelecer
• A deformação causada por estresse estrutural ou os limites da rachadura.
instabilidade pode fornecer um caminho para
infiltração através da seção transversal do aterro. • Solicitar a um engenheiro qualificado para
determinar a causa da rachadura e supervisionar
• Se não for corrigida, a rachadura cria uma área de todas as etapas necessárias para reduzir o perigo para
baixa resistência no aterro que pode levar a a barragem e corrigir a condição.
movimentos, deformações ou falhas no futuro.
• Escavar a crista ao longo da rachadura até um ponto
• As rachaduras criam um ponto para que a água entre abaixo do fundo da fenda. Rebarbar a escavação
no aterro. A saturação da área adjacente do aterro usando material adequado e técnicas de construção
pode ocorrer e pode levar a uma falha localizada. corretas. Isto junta as rachaduras na superfície da
• Trincas transversais são um forte indício do começo crista para evitar águas superficiais de infiltração.
de um problema grave, pois se iniciado o processo Monitorar a crista rotineiramente para ver se
de transporte de material no reservatório para o vale surgirão fendas futuras.
a jusante, a chance de rompimento é alta.
26
Figura 20 - As fissuras transversais podem ser
uma indicação de instabilidade da barragem.
Figura 19 - Rachaduras transversais.
Fonte das imagens: FEMA, P. "Pocket Safety Guide for Dams and
Impoundments." Facilities (2016).
27
▪ RACHADURAS/ TRINCAS
LONGITUDINAIS Ação recomendada
Causas prováveis e consequências possíveis Informe o problema suspeito ao consultor e ao responsável pelo
empreendimento imediatamente, de acordo com o item III, Art.
• O estabelecimento irregular entre seções adjacentes 4º da Lei 12.334 de 2010.
ou zonas dentro do aterro pode causar rachaduras
longitudinais. • Inspecionar a fenda e registre cuidadosamente a
localização, o comprimento, a profundidade, a
• A falha na fundação causa perda de suporte de aterro, largura, o alinhamento e outras características físicas
o que pode resultar em deslizamento de pertinentes. Imediatamente, demarcar os limites de
terraplenagem. fissura e monitore com frequência.
• O estabelecimento cria uma área de baixa resistência • Solicitar a um engenheiro qualificado para
dentro de um aterro, o que pode levar a movimentos determinar a causa da rachadura e supervisionar os
estruturais futuros, deformação ou falha. passos necessários para reduzir o perigo para a
• As rachaduras criam um ponto para que a água entre barragem e corrigir a condição.
no aterro. A saturação da área adjacente do aterro • Selar eficazmente as rachaduras na superfície da
pode ocorrer e pode levar a uma falha localizada. crista para evitar a infiltração superficial da água.
• Monitorar a crista rotineiramente para obter provas
de mais rachaduras.·.
28
Figura 21 - Rachaduras longitudinais. Figura 22 - As rachaduras longitudinais
Fonte das imagens: FEMA, P. "Pocket Safety Guide for Dams and
podem ser uma indicação da instabilidade das
Impoundments." Facilities (2016). barragens.
29
▪ DEPRESSÃO NA CRISTA DE Ação recomendada
UMA BARRAGEM Informe o problema suspeito ao consultor e ao responsável pelo
empreendimento imediatamente, de acordo com o item III, Art.
Causas prováveis e consequências possíveis 4º da Lei 12.334 de 2010.
• O assentamento excessivo do aterro ou a erosão • Estabelecer monumentos de pesquisa ao longo do
interna do material do aterro pode causar uma comprimento da crista para determinar a quantidade
depressão no topo de uma barragem. exata, a localização e a extensão do assentamento na
• A fundação que se propaga a montante e / ou a crista.
jusante, a erosão do vento prolongada ou a • Solicitar a um engenheiro qualificado para
classificação final imprópria após a construção pode determinar a causa da área baixa e supervisionar
causar uma área baixa na crista de uma barragem. todas as medidas necessárias para reduzir qualquer
• As áreas baixas podem reduzir a borda livre ameaça à barragem e corrigir a condição.
disponível para passar os fluxos de inundações de • Usar técnicas de construção adequadas para
forma segura através do vertedouro. preencher a área baixa e restabelecer uma elevação
uniforme ao longo do comprimento da crista.
• Reestabelecer e monitorar rotineiramente
monumentos de pesquisa para detectar qualquer
solução em toda a crista da barragem.
30
Figura 23 – Depressão na crista de uma Figura 24 - Depressão na crista de uma
barragem. barragem reduzem a borda livre.
Fonte das imagens: FEMA, P. "Pocket Safety Guide for Dams and
Impoundments." Facilities (2016).
31
▪ QUANTIDADE EXCESSIVA E/OU Ação recomendada
ÁGUA ENLAMEADA SAINDO Informe o problema suspeito ao consultor e ao responsável pelo
DE UM PONTO (SURGÊNCIA) empreendimento imediatamente, de acordo com o item III, Art.
4º da Lei 12.334 de 2010.
32
Figura 25 - Quantidade excessiva e/ou água Figura 26 - Piping excessivo através da
enlameada saindo de um ponto. barragem no pé do aterro.
Fonte das imagens: FEMA, P. "Pocket Safety Guide for Dams and
Impoundments." Facilities (2016).
33
▪ SURGÊNCIA COM PRESENÇA Ação recomendada
DE BOLHAS Informe o problema suspeito ao consultor e ao responsável pelo
empreendimento imediatamente, de acordo com o item III, Art.
4º da Lei 12.334 de 2010.
Causas prováveis e consequências possíveis
• Examinar a surgência da água para ver se os
• Algumas partes do material da fundação fornecem materiais da fundação estão sendo transportados.
um caminho de fluxo. Isso pode ser causado por uma
camada de areia ou de cascalho na fundação. • Solicitar a um engenheiro qualificado para
inspecionar a condição e recomendar outras ações.
• O aumento dos fluxos pode levar à erosão pela
fundação e à falha da barragem. • Se as partículas do solo se movem a jusante, usar
sacos de areia ou terra para criar um dique ao redor
da erupção. As pressões criadas pelo nível da água
podem controlar as velocidades do fluxo e impedir
temporariamente a erosão.
• Se a erosão estiver aumentando, o nível do
reservatório deve ser reduzido.
34
Figura 27 - Água de infiltração em erupção Figura 28 - Sacos de areia em torno de uma
na base. erupção no lado a jusante da barragem.
Fonte das imagens: FEMA, P. "Pocket Safety Guide for Dams and
Impoundments." Facilities (2016).
35
▪ SURGÊNCIA NO CONTATO DO Ação recomendada
BARRAMENTO COM A Informe o problema suspeito ao consultor e ao responsável pelo
OMBREIRA empreendimento imediatamente, de acordo com o item III, Art.
4º da Lei 12.334 de 2010.
Causas prováveis e consequências possíveis • Estudar a área de vazamento para determinar a
quantidade de fluxo e a extensão da saturação.
• A água que flui através das ombreiras, das drenagens
superficiais ou através do aterro podem causar • Inspecionar para ver o desenvolvimento de
infiltração. deslizamentos diariamente.
• Infiltração pode levar à erosão do material do aterro • Solicite a um engenheiro qualificado para
e à falha da barragem. inspecionar a condição e recomendar outras ações.
• Para garantir a segurança do aterro, o nível da água
no reservatório pode ser reduzido.
36
Infiltração
Fonte das imagens: FEMA, P. "Pocket Safety Guide for Dams and
Impoundments." Facilities (2016).
37
▪ SURGÊNCIA SAINDO DE UM Ação recomendada
PONTO AO LADO DO DRENO Informe o problema suspeito ao consultor e ao responsável pelo
DE FUNDO empreendimento imediatamente, de acordo com o item III, Art.
4º da Lei 12.334 de 2010.
Causas prováveis e consequências possíveis
• Investigar completamente a área com sondagem para
• Uma falha ou furo no dreno de fundo ou uma determinar a causa.
compactação mal feita em torno do dreno permite
que a água flua e crie uma via ao longo do lado de • Determinar se a infiltração está transportando
fora do dreno de fundo. partículas do solo (água enlameada).
38
Figura 31 - Água de infiltração saindo de um Figura 32 - Piping ao lado de um tubo de
ponto ao lado do tubo de saída. saída.
Fonte das imagens: FEMA, P. "Pocket Safety Guide for Dams and
Impoundments." Facilities (2016).
39
▪ FALHA EM ESTRUTURAS DE Ação recomendada
CONCRETO OU ROCHA • Monitorar uma dimensão típica (como "D" mostrado
na figura 33) para verificar falha progressiva.
• Reparar corrigindo rachaduras e fornecendo
Causas prováveis e consequências possíveis
drenagem em torno da estrutura de concreto. Toda a
• As pressões laterais excessivas sobre uma estrutura estrutura de saída pode precisar ser substituída.
de concreto não reforçado ou uma má qualidade de
• Reparar as encostas e colocar enrocamento para
concreto podem causar falhas na estrutura de saída.
estabilizá-las.
• Uma inclinação muito íngreme pode fazer rochas
rolar do topo e bloquear parcialmente a saída.
• O aterro pode estar exposto à erosão por liberação de
saídas devido à perda de uma estrutura de saída.
40
Figura 33 - Falha na saída de uma estrutura Figura 34 - Falha na rocha em torno de um
de concreto. tubo de saída.
Fonte das imagens: FEMA, P. "Pocket Safety Guide for Dams and
Impoundments." Facilities (2016).
41
▪ SAÍDA DO DRENO ERODINDO O Ação recomendada
PÉ DA BARRAGEM • Estender o tubo de saída para além do pé da
barragem (use o mesmo tamanho de tubo e material).
Causas prováveis e consequências possíveis Fornecer uma conexão estanque ao canal existente.
• O tubo de saída pode ser muito curto e causar um • Estabilizar a inclinação.
buraco. • Usar enrocamento adequadamente para proteger o
• A erosão no pé da barragem torna a inclinação à aterro.
jusante muito íngreme e provoca uma destruição
progressiva.
42
Figura 35 - Lançamentos de saída danificam
o pé da barragem.
Figura 36 - Um buraco em uma saída
corrompe a inclinação no pé da barragem.
Fonte das imagens: FEMA, P. "Pocket Safety Guide for Dams and
Impoundments." Facilities (2016).
43
▪ VEGETAÇÃO EXCESSIVA OU Ação recomendada
DETRITOS NO CANAL DO • Limpar os detritos periodicamente e controlar o
VERTEDOURO OU AO REDOR crescimento vegetativo no canal do vertedouro.
DA ENTRADA • Fazer uma barreira na frente da entrada do
vertedouro para impedir a passagem de detritos.
Causas prováveis e consequências possíveis
• Uma acumulação de materiais de deslizamento,
árvores mortas, crescimento vegetativo excessivo,
etc., no canal do vertedouro pode reduzir a
capacidade de extravasão.
• A capacidade de descarga reduzida pode fazer com
que o vertedouro transborde. O excesso prolongado
pode causar falhas na barragem.
44
Figura 37 - Vegetação excessiva ou detritos Figura 38 - Um canal de vertedouro
no canal do vertedouro ou ao redor da bloqueado pode causar galgamento da
entrada. barragem.
Fonte das imagens: FEMA, P. "Pocket Safety Guide for Dams and
Impoundments." Facilities (2016).
45
▪ EROSÃO NOS VERTEDOUROS Ação recomendada
• Fotografar a condição e leve à análise do engenheiro.
Causas prováveis e consequências possíveis • Substituir o material erodido com enchimento
• O escoamento superficial provocado por compactado para reparar áreas danificadas.
tempestades intensas ou o fluxo normal do • Criar novamente a vegetação das áreas, se
vertedouro transporta material de superfície para apropriado.
baixo do vertedouro causando calhas contínuas.
• Instalar um enrocamento de rocha adequado para
• O tráfico de gado cria barrancos onde o fluxo de proteger contra erosão futura.
escoamento pode se concentrar.
• A erosão sem interrupção pode levar a quedas ou
deslizamentos, o que pode resultar em uma redução
na capacidade do vertedouro. A capacidade alterada
do vertedouro pode levar à sobreposição do aterro e
resultar na falha da barragem.
46
Figura 39 - Erosão nos canais. Figura 40 - A erosão no canal do vertedouro
pode levar a quedas ou deslizamentos das
margens do vertedouro.
Fonte das imagens: FEMA, P. "Pocket Safety Guide for Dams and
Impoundments." Facilities (2016).
47
▪ EROSÃO NA SAÍDA DE CANAIS Ação recomendada
EXTRAVASORES • Isolar e drenar a área afetada.
• Retirar o material erodido e preencher com bom
Causas prováveis e consequências possíveis material.
• Configuração inadequada da bacia de dissipação. • Usar apenas agregados limpos e de boa qualidade no
concreto.
• Uso de materiais impróprios ou erosivos.
• Proteger com rip-rap de tamanho adequado a área da
• Falta de cortina de vedação no final da calha.
bacia de dissipação.
• Dano estrutural no canal extravasor.
• Instalar cortina de vedação.
• Alto custo de reparo no caso de desmoronamento da
• Revegetar as áreas, se apropriado.
laje ou parede.
48
Figura 41 – Erosão no trecho final do canal Figura 42 – Deterioração de rip-rap ou de laje
extravasor. de concreto
49
50