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 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Wilson José Gonçalves


(organizador)

Engenharia Química
– compromisso com a sustentabilidade –
Volume 2

1ª ediçã o

Campo Grande – MS
Academia de Letras Jurídicas do Estado de Mato Grosso do Sul – ALJ-MS
2021

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 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Engenharia Química
– compromisso com a sustentabilidade –

Editora
Academia de Letras Jurídicas do Estado de Mato Grosso do Sul

Conselho Editorial
Aires Gonçalves, ALJ-MS. ( in memoria )
André Puccinelli Júnior, Doutor/PUC-SP – UFMS / ALJ-MS.
Fadel Tajher Iunes, ALJ-MS. ( in memoria )
Helder Baruffi, Doutor/USP – UFGD / ALJ-MS.
Júlio Cesar Bebber, Doutor/USP – TRT 24ª Região / ALJ-MS.
Lúcio Flavio Joichi Sunakozawa, Mestre/UCDB – UEMS-MS.
Ruy Celso Barbosa Florence, Doutor/PUC-SP, ALJ-MS.
Sérgio Fernandes Martins, Mestre/UGF / ALJ-MS.
Tatiana Azambuja Ujacow, Mestre/UnB – UFMS / ALJ-MS.
Wilson José Gonçalves, Doutor/PUC-SP – UFMS / ALJ-MS.

Ficha Catalográ fica


GONÇALVES, Wilson José (org.).
Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade. Volume 2. Campo
Grande-MS: ALJ-MS, 2021.
218 p.
Inclui referê ncias
1. É tica. 2. Legislaçã o. 3. Profissã o.
CDD

Endereço:
Rua Joaquim Murtinho, 93 – Centro. Campo Grande-MS.
79.002-100
f. + 55 67 98419 1515
e-mail: academiadeletrasjuridicas@bol.com.br
Arte da Capa de Rayan Peixoto Fleming

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Wilson José Gonçalves


(organizador)

Engenharia Química
– compromisso com a sustentabilidade –
Volume 2

Academia de Letras Jurídicas do Estado de Mato Grosso do Sul


2021

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 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Dedicatória
Aos Professores, Técnicos-Administrativos e Familiares.

Corpo Docente
Adilson Beatriz João Batista Gomes de Souza
Adriana Pereira Duarte Juliano Carvalho Cardoso
Airton Carlos Notari Júlio Alberto Peres Ferencz Júnior
Amilcar Machulek Júnior Larissa Gabriela Ávila
Ana Camila Micheletti Lilian Ferreira Berti
Andre Luis Soares da Fonseca Lilian Milena Ramos Carvalho
Bruno Dias Amaro Lincoln Carlos Silva de Oliveira
Bruno Gabriel Lucca Marco Antônio Utrera Martines
Carlos Eduardo Domingues Martha Janete de Giz
Nazário Nadya Kalache
Cassio Pinho dos Reis Nidia Cristiane Yoshida
Celso Cardoso Olivier Francois Vilpoux
Charlene Marcondes Avelar Onofre Salgado Siqueira
Clóvis Lasta Fritzen Patrícia de Oliveira Figueiredo
Dario Xavier Pires Paulo de Sousa Carvalho Júnior
Diego Carvalho Barbosa Alves Rafael Lucas de Arruda
Elen Viviani Pereira Spreafico Rebeca Yndira Cabrera Padilla
Elias Tayar Galante Saulo Gomes Moreira
Fabio Mallmann Zimmer Sérgio Carvalho de Araújo
Fernanda Rodrigues Garcez Sergio Leandro Espindola Preza
Geraldo Vicente Martins Silvio Cesar de Oliveira
Glaucia Braz Alcantara Sônia Maria Monteiro da Silva
Glaucius Lahnke de Oliveira Burigato
Glauder Guimarães Ghinozzi Thiago Pedro Pinto
Isabela Porto Cavalcante Walmir Silva Garcez
Jamal Rafique Khan Widinei Alves Fernandes
Janusa Soares de Araújo Wilson José Gonçalves

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Sumário
1 Apresentação............................................................................................................. 7
Engenharia Química na Agroindústria: eficiência produtiva de herbicidas
biodegradáveis............................................................................................................ 12
Luana Benteu de Marins ..........................................................................................12
Kare Kaylane Silva Damásio ....................................................................................12
Engenharia Química na Aviação: aplicações de investimento para o aumento da
produtividade da bioquerosene no Brasil em relação às normas convencionais de
obtenção....................................................................................................................... 39
Luiz Alfredo Scaff Filho ............................................................................................39
Engenharia Química na Indústria de Laticínios: confiança no consumo de
leite.............................................................................................................................. 75
Sanmyr Bezerra de Moura Albuquerque ...................................................................75
Engenharia Química nos Processos Fermentativos: observação aos procedimentos
de transformação da matéria-prima orgânica........................................................110
Maria Clara Nogueira Carvalho ..............................................................................110
Engenharia Química na Sustentabilidade da Extração do Petróleo: avaliações do
dano ambiental causado pela indústria petroleira.................................................143
Nathália de Freitas Fanaia .....................................................................................143
Engenharia Química na Nanomedicina: viabilidade econômica e sanitária do uso da
nanomedicina no ser humano..................................................................................181
Gabrielly de Sá Delgado ........................................................................................181
Maria Victória Souza Silva .....................................................................................181

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1 Apresentação

O ano de 2021, continua marcado pela Pandemia, triste, mas, sem


deixar a vida ficar em vão. O ensino remoto, com base na tecnologia e no
Google Meet e aplicativos, foram os meios de aproximar e continuar. Nunca
os versos de Fernando Pessoa foram tão presentes:
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
“Tudo vale a pena, Se a alma não é pequena ”, ainda que não seja o
ideal, mas, foi feito o possível e o impossível, para manter a chama do
ensino e da educação viva.
Os efeitos do distanciamento social e da rotina de notícias tristes por
quem nos deixa, são combustíveis para continuar a caminhar, a acreditar
na educação que o mundo por vir será melhor, que o novo normal será
diferente.
Neste espírito, buscou levar o primeiro semestre e deixar um pouco
deste legado.
Nas aulas da disciplina “ Legislação, Ética Profissional e Cidadania ”,
o foco era a legislação, em sua vertente normativa, no qual se enfatizou as
normas de conhecimento, normas técnicas, normas éticas, normas legais e
normas internacionais. Sem olvidar o conceito de direito, o ordenamento
jurídico, o sistema jurídico, a ética, a ética profissional, a legislação, com
destaque ao direito do trabalho, lei de licitação, os direitos humanos e as
concepções de cidadania.
Em paralelo, desenvolvia-se a estrutura do pensamento, da crítica,
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da vinculação e sistematização de conteúdo, bem como, da expressão


técnica da escrita como forma e exercício da prática profissional.
O saber escrever é antes de tudo, saber pensar, pesquisar, refletir,
criar e materializar soluções. Como a Engenharia foca na resolução de
problemas, ou seja, encontrar soluções, deve ter como habilidades e
competências a escrita, que nada mais é do que a extensão de projetos,
planejamentos, memoriais, contratos, avaliações, relatórios e outros tantos
documentos que o profissional de Engenharia tem que produzir em suas
atividades do cotidiano.
Qualidades que os autores desenvolveram com esta atividade, o qual
tenho muito orgulho de fazer parte. E para desenvolver está atividade
avaliativa, foram necessárias pesquisa, reflexões, orientações, escrita,
correções, revisões e mais revisões até que o livro estivesse pronto para
apresentá-los a comunidade em geral.
Ensinar a técnica de parágrafo e construção de textos técnicos, no
qual o objetivismo predomina, bem como, as exigências científicas se
impõem, permite o exercício da consciência da Legislação (toda atividade
da engenharia é permeada por comandos normativos), da Ética
Profissional, para com os eixos de obrigações do Código de Ética, como a
condenação do plágio em todos os sentidos. Promovendo com isto, a
cidadania, ao refletir sobre a profissão e sua atuação em prol da sociedade.
Para desenvolver a atividade, elegeu-se a técnica de parágrafo, que
em sua composição exige-se uma lógica e sequencialidade rigorosa em sua
forma e, principalmente, em seu conteúdo, como pode-se observar:
Título: subtítulo (objeto de estudo: solução)
Nome do Autor
e-mail:
Resumo: [cinco elementos: 1 Contexto; 2 Objetivo; 3 Método; 4 Resultado; 5
Conclusões].
Palavras-chave: 1 Uma. 2 Duas. 3 Três. 4 Quatro. 5 Cinco.
Sumário: 1 Introdução. 2 Objeto de Estudo. 3 Problema. 4 Solução. 5 Metodologia.
6 Resultado. 7 Discussão. 8 Conclusões. 9 Referência.
1 Introdução
§ - contextualização do tema de modo a situar o leitor;
§ - justificar ou explicar o título;
§ - estabelecer os limites ou a delimitação do texto;
§ - quais os objetivos;
§ - o problema;
§ - as hipóteses a serem trabalhadas;
§ - o método utilizado;
§ - a fundamentação ou revisão bibliográfica;

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§ - indicar os principais resultados;


§ - a provável solução;
§ - as principais partes do trabalho e como foram apresentadas;
§ - as razões de se ler o trabalho ou a sua contribuição.

2 Objeto de Estudo
§ - introdução [USAR AS PALAVRAS DO TÍTULO DO TÓPICO] = indicando o
conteúdo geral do tópico
§ - citação 1 (s) – no mínimo três autores citação direta
§ - comentário – aprende a dialogar com os autores
§ - citação 2 (s) – no mínimo três autores citação direta
§ - comentário – aprende a dialogar com os autores
§ - citação 3 (s) – no mínimo três autores citação direta
§ - comentário – aprende a dialogar com os autores
§ - análise – para compreensão do assunto
§ - conclusão = Assim, [USAR AS PALAVRAS DO TÍTULO DO TÓPICO]
§ - gancho para próximo tópico [INDICAR COM AS MESMAS PALAVRAS
EXISTENTES NO PRÓXIMO TÓPICO]

3 Problema
§ - introdução [USAR AS PALAVRAS DO TÍTULO DO TÓPICO] = indicando o
conteúdo geral do tópico
§ - descrever o problema = USAR O PROBLEMA (PERGUNTA?) DA
INTRODUÇÃO
§ - [...] se possível – citação para demonstrar o problema, sua origem ou demais
aspectos que despertam o interesse ao problema
§ - ao citar deve-se comentar
§ - reforçar o foco do problema na pergunta ou em seus detalhamentos
§ - conclusão = Assim, [USAR AS PALAVRAS DO TÍTULO DO TÓPICO]
§ - gancho para próximo tópico [INDICAR COM AS MESMAS PALAVRAS]

4 Solução
§ - introdução [USAR AS PALAVRAS DO TÍTULO DO TÓPICO] = indicando o
conteúdo geral do tópico.
§ - recuperar o problema de pesquisa.
§ - desenvolver as hipóteses indicada na INTRODUÇÃO e outras [...]
§ - primeira hipótese – indicar e demonstrar / refutar o porquê não é a resposta
mais adequada ao problema.
§ - refutar a hipótese.
§ - segunda hipótese – indicar e demonstrar / refutar o porquê não é a resposta
mais adequada ao problema.
§ - refutar a hipótese.
§ - terceira hipótese – indicar e demonstrar que é a resposta mais adequada ao
problema.
§ - a última hipótese é a solução mais adequada ao problema
§ - conclusão = Assim, [USAR AS PALAVRAS DO TÍTULO DO TÓPICO]
§ - gancho para próximo tópico [INDICAR COM AS MESMAS PALAVRAS]

5 Metodologia
§ - introdução [USAR AS PALAVRAS DO TÍTULO DO TÓPICO]
§ - descrever os bancos de dados e demais informações de COMO foi feita a
pesquisa
§ - [...]
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§ - conclusão = Assim, [USAR AS PALAVRAS DO TÍTULO DO TÓPICO]


§ - gancho para próximo tópico [INDICAR COM AS MESMAS PALAVRAS]

6 Resultados
§ - introdução [USAR AS PALAVRAS DO TÍTULO DO TÓPICO] – Balizar-se ou
ORIENTAR-SE pelo texto do RESUMO e da INTRODUÇÃO, de modo a manter a
coerência e coesão do texto agregando os dados reunidos no banco de dados ou
nas referências no qual se apoiou para realizar a pesquisa.
§ - descrever a síntese do banco de dados, ou seja, faça um apanhado de tudo
que pesquisou. Organizando de modo a demonstrar os textos de posição
contrária, se encontrou, bem como a posição favorável. Tanto do objeto de
estudo, do problema e da solução. Além da metodologia que pode ser incluída.
RECOMENDA-SE O USO DO TÍTULO E DO SUMÁRIO PARA COMPOR A
ORGANIZAÇÃO DO BANCO DE DADOS, SUA SINTÉSE E COMENTÁRIOS
§ - REPETIR ESSA ORIENTAÇÃO [PARÁGRAFO] PARA CADA REFERENCIA
CONSULTADA OU QUE JULGA IMPORTANTE PARA A CONSTRUÇÃO DO
TEXTO E DO ENTENDIMENTO DO TEMA [...] – comentar as principais
REFERENCIAS que consultou para elaborar o texto, indicando sua contribuição
§ - [...] – comentar as principais REFERENCIAS que consultou para elaborar o
texto, indicando sua contribuição
§ - REPETIR ESSA ORIENTAÇÃO [PARÁGRAFO] PARA CADA REFERENCIA
CONSULTADA OU QUE JULGA IMPORTANTE PARA A CONSTRUÇÃO DO
TEXTO E DO ENTENDIMENTO DO TEMA [...] – comentar as principais
REFERÊNCIAS que consultou para elaborar o texto, indicando sua contribuição
§ - fechar a ideia do que se encontrou, no banco de dados, com aquilo escrito no
resumo e na introdução
§ - conclusão = Assim, [USAR AS PALAVRAS DO TÍTULO DO TÓPICO]
§ - gancho para próximo tópico [INDICAR COM AS MESMAS PALAVRAS]

7 Discussão
§ - introdução [USAR AS PALAVRAS DO TÍTULO DO TÓPICO]
§ - compreende na seleção dos resultados que garante a construção do Tópico 2,
3, 4 e 5 = discussão dos resultados (tópico anterior)
§ - [...] § - conclusão = Assim, [USAR AS PALAVRAS DO TÍTULO DO TÓPICO]
§ - gancho para próximo tópico [INDICAR COM AS MESMAS PALAVRAS]

8 Conclusões
A conclusão deve conter os seguintes parágrafos:
§ - parágrafo de introdução com base no texto do resumo
§ - síntese do tópico 2 – objeto de estudo
§ - síntese do tópico 3 – problema
§ - síntese do tópico 4 – solução
§ - síntese do tópico 5 – metodologia de execução
§ - síntese do tópico 6 – resultados
§ - síntese do tópico 7 – discussão
§ - destacar o objetivo – [resumo, introdução] – indicando se alcançou ou não
§ - recuperar o problema a pergunta – [introdução]
§ - responder de forma clara a pergunta USANDO apenas elementos trabalho ou
visto no texto, NADA DE ELEMENTO NOVO.
§ - dizer por que essa solução é a melhor.

9 Referências

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De cinco a oito referências – conforme ABNT. Colocar em ordem alfabética por


sobrenome (use o classificar no Word)
Use como base a NBR 6023

Está estrutura pode ser vista, em sua aplicação, nos textos em que o
leitor tem em mãos, comprovando a viabilidade e executoriedade de um
texto técnico-científico, bem como o resultado do processo de ensino-
aprendizado. Reforçando a ideia que o conteúdo dos artigos, deve ou
deveria vincular sua temática com a ementa da disciplina, seja de forma
direta ou indireta. O que foi cumprindo.
Cada autor e autora deve sua dedicação e empenho na proposta de
se pensar a disciplina com base em uma questão prática e direta com a
proposta e a ementa da disciplina.
Com isto, finalizou-se a programação inicialmente feita e concluída
ao encerramento do semestre. Com isto, traz a alegria e felicidade da
missão cumprida.
O que demonstrar que o amor, a disciplina e a persistência
conduzem a perfeição e ao mesmo tempo um avanço, uma inovação no
campo das ideias que se projeta a mudança da realidade social.
Por fim, como professor e organizador da obra, gostaria de registrar
minha gratidão, pelo voto de confiança recebido, ao acreditar neste projeto.
Encerrando o semestre com chave de ouro, e demonstrando uma
viabilidade de uma ideia.
Muito obrigado, um grande e fraterno abraço a todos e todas.
Campo Grande-MS., Cidade Universitária, 10 de julho de 2021.

Prof. Dr. Wilson José Gonçalves

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Engenharia Química na Agroindústria: eficiência produtiva de


herbicidas biodegradáveis

Luana Benteu de Marins


luana_benteu@ufms.br

Kare Kaylane Silva Damásio


kare.kaylane@ufms.br
Resumo: A Engenharia Química na Agroindústria tem papel essencial
no desenvolvimento da sustentabilidade. A agricultura tornou-se
responsável pela economia de países, e o progresso agroindustrial fez
com que agricultores buscassem o melhoramento de suas plantações
recorrendo, dessa forma, à química. Com a finalidade de combater
plantas daninhas, herbicidas surgiram por meados do século XX,
sendo um dos pesticidas que são utilizados em plantações, devido a
sua agilidade no combate de plantas invasoras e seu baixo custo. No
entanto, estão se mostrando prejudiciais ao meio ambiente. Deste
modo, utiliza-se a química para o desenvolvimento de produtos
eficientes, e biodegradáveis. O objetivo é analisar a eficiência
produtiva de herbicidas biodegradáveis, que não prejudicam os seres
vivos, e o meio ambiente. A metodologia foi feita a partir de pesquisas
bibliográficas relacionadas ao tema proposto, leitura de artigos, com
base do banco de dados oficiais, SciELO, e Google Acadêmico. Os
resultados obtidos mediante as pesquisas bibliográficas, indicam que
os herbicidas apresentam problemas ambientais e toxicológicos, como
também, a ampliação de biótipos de plantas daninhas. É necessário
estagnar o uso desses produtos, pois a segurança ambiental tornou-se
a principal preocupação, então, uma alternativa rentável é que os agrícolas parem com o
uso desses produtos, e que haja eficiência na produção de herbicidas biodegradáveis. As
conclusões mostram que o avanço da Engenharia Química e da tecnologia estão
contribuindo, de maneira significativa, no desenvolvimento sustentável. A projeção para o
futuro é a concretização do processamento de herbicidas biodegradáveis, e que
Engenheiros Químicos trabalhem para eficiência dessa produção.

Palavras-chave: Biodegradáveis. Sustentabilidade. Plantas daninhas.

Sumário: 1 Introdução. 2 Engenharia Química na Agroindústria. 3 Ineficiência Produtiva de


Herbicidas Biodegradáveis. 4 Eficiência Produtiva de Herbicidas Biodegradáveis. 5
Metodologia. 6 Resultados. 7 Discussão. 8 Conclusões. 9 Referências.
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1 Introdução
No cenário atual a produção agrícola é responsável pela economia
de diversos países, devido a isto, carece de produção e colheita em larga
escala. Exigindo, desta maneira, o melhoramento de suas plantações
através da utilização de herbicidas, os quais fazem o controle químico de
ervas daninhas. Apesar da importância do uso de herbicidas nesse controle
de plantas invasoras, estes, porém, oferecem prejuízos ao meio ambiente.
Desta maneira, utiliza-se a química para o desenvolvimento de produtos
eficientes e sustentáveis, onde tal conceito está associado à química verde,
com a preocupação de reduzir a formação de gêneros nocivos aos seres
vivos e ao ambiente. A engenharia química na agroindústria tem papel
importante na produção de herbicidas biodegradáveis eficientes, de modo
que estes não poluam o solo, ar e lençóis freáticos. Este é o foco que se
busca ao desenvolver a “ Engenharia Química na Agroindústria: eficiência
produtiva de herbicidas biodegradáveis ”.
A justificativa para a proposta de Engenharia Química na
agroindústria: eficiência produtiva de herbicidas biodegradáveis, incide na
procura de métodos que diminuam os impactos dos herbicidas ao meio
ambiente. O foco é conhecer os problemas causados pelos herbicidas
tradicionais, e analisar a produção eficiente de herbicidas biodegradáveis
visando o desenvolvimento sustentável na agroindústria.
A proposta está delimitada na análise de produção eficiente de
herbicidas biodegradáveis, e sua contribuição no desenvolvimento da
sustentabilidade. Não sendo objeto de estudo outro tipo de pesticidas,
também, não será investigado, os impactos gerados por indústrias.
O objetivo é analisar a eficiência produtiva de herbicidas
biodegradáveis, conhecer o processo de ação contra as plantas daninhas,
de forma a salientar a dinâmica desses produtos no sistema solo, água e
atmosfera, para que não prejudiquem os seres vivos, e o meio ambiente.
O problema da pesquisa pode ser disposto da seguinte forma: O que
é necessário para que ocorra a produção e comercialização de herbicidas,
de fato, biodegradáveis?
No encalço de soluções para a problemática apontada, foram
determinadas três hipóteses:

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a) a primeira solução seria capacitação profissional e investimentos


para o estudo e produção de herbicidas biodegradáveis.
b) a segunda solução seria a proibição à comercialização de
herbicidas que são prejudiciais aos seres vivos e ao ambiente.
c) a terceira solução tem como proposta a realização de avaliações
detalhadas, como a identificação e a contagem de espécies de plantas
invasoras, que seriam efetivas no diagnóstico da capacidade de
sobrevivência da microbiota após a exposição ao herbicida.
A metodologia de execução utilizada nesta pesquisa conduziu-se à
investigação bibliográfica, em bancos de dados como Google Acadêmico,
SciELO, abrangendo artigos e dissertações alinhados com a temática.
A fundamentação bibliográfica apoiou-se nos autores e referentes
artigos a seguir: Abraham Zakon e Igor Nogueira Manhães. VII Encontro
Ensino em Engenharia, o Ensino da Engenharia Química perante a
diversificação Profissional nos EUA e no Brasil; Propeq. Engenharia
Química: Como se insere o Agronegócio? Núbia Maria Correia.
Comportamento dos herbicidas no ambiente; Guia do Estudante.
Engenharia Química B; Aline Habibe de Souza e Fernanda da Silva
Pimentel. Desafios e Reflexões na Contemporaneidade: um estudo sobre a
indústria de agrotóxicos; Núbia Maria Correia. Comportamento dos
herbicidas no ambiente; BTA Aditivos. Engenharia Química: a arte da
transformação.
Os resultados obtidos por meio de pesquisas bibliográficas, indicam
que os herbicidas tradicionais têm apresentado diversos problemas de
toxicidade e poluição do meio ambiente, e também ampliação de biótipos
de plantas daninhas, que pelo uso constante de herbicidas estão adquirindo
resistência. É necessário estagnar o uso desses produtos poluentes, uma
alternativa rentável é que os agrícolas parem com seu uso, substituindo-os
por produtos sustentáveis. A segurança ambiental tornou-se a principal
preocupação visando a qualidade de vida no futuro, a produção de
herbicidas biodegradáveis contribuirá para o desenvolvimento da
sustentabilidade.
Tendo em vista a ineficiência produtiva de herbicidas biodegradáveis,
mostrou-se como solução, o desprendimento do uso de herbicidas
poluentes e o investimento em produtos e técnicas sustentáveis. Para que

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isso aconteça é necessária a ampliação de alternativas que sejam rentáveis


aos agricultores e ao meio ambiente.
Na construção da pesquisa, estabeleceu- se uma dinâmica estrutural
dividida nove tópicos: i) Introdução, a contextualização do tema proposto; ii)
O objeto de estudo, sendo Engenharia Química na Agroindústria ; iii) A
problemática que é a ineficiência produtiva de herbicidas biodegradáveis;
iv) A solução, a eficiência produtiva de herbicidas biodegradáveis; v) A
descrição da metodologia utilizada para a montagem da pesquisa; vi) Os
resultados referente a pesquisa ; vii) Discussão sobre os resultados; viii) A
conclusão de acordo com a resposta da problemática; ix) Apontamento das
referências utilizadas ao longo da pesquisa, que fundamentaram o estudo.
Este trabalho visa a compreensão da necessidade de eficiência
produtiva de herbicidas biodegradáveis, sendo um produto para amenizar a
poluição, objetivando a preservação do meio ambiente com o intuito de
melhorar a qualidade de vida. Para os Engenheiros Químicos que aspiram à
carreira na área da agricultura, é crucial ter o conhecimento sobre
agroindústria e sustentabilidade, para a colaboração para a Terra e os
seres que nela habita.

2 Engenharia Química na Agroindústria


O setor agroindustrial surgiu a partir da implementação de tecnologia
no campo, período conhecido como Revolução Verde, a engenharia
química foi essencial para essa revolução, pela concepção de produtos
químicos que pudessem ser aplicados com a finalidade de aumentar a
produtividade das colheitas, dentre eles, estão incluídos os agrotóxicos e
fertilizantes. O ligamento do campo à indústria urbana transformou as
relações comerciais, no atual cenário a agroindústria faz parte das
principais fontes econômicas do país. Por ser uma área ampla Engenheiro
Químico na Agroindústria pode ter diferentes papéis, como participando da
produção de defensivos e fertilizantes, indústria de papel e celulose, além
das indústrias de aves, suínos, bovinos, entre outros, sendo responsável
pelo controle de qualidade, a criação de métodos que respeitem as
limitações dos recursos naturais, construção do desenvolvimento
sustentável, promovendo a harmonia econômica e social.

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Abraham Zakon e Igor Nogueira Manhães, no artigo “VII Encontro


Ensino em Engenharia, O Ensino da Engenharia Química Perante a
Diversificação Profissional nos EUA e no Brasil” , expressam que:
A Engenharia Química constitui um elemento estratégico para desenvolver
qualquer nação. Delineia-se aqui um leque de novos cursos de engenharia
química em sintonia com o mercado agroindustrial e de meio ambiente.
Comparam-se as especialidades validadas pelo Instituto Americano de
Engenheiros Químicos (“American Institute of Chemical Engineers”), cujos
objetivos (AIChE, 2001) são: (1͒ ) promover o avanço da engenharia
química na teoria e na prática; (2͒ ) manter um padrão profissional elevado
entre seus membros; (3͒ ) servir à sociedade, particularmente onde a
engenharia química possa contribuir para o interesse público. Apresenta-
se, também, um primeiro esboço do mercado profissional brasileiro em
termos de faturamentos e investimentos nos segmentos industriais
químicos e afins.
Fonte: Abraham Zakon e Igor Nogueira Manhães. VII Encontro Ensino em
Engenharia, o Ensino da Engenharia Química perante a diver sificação Profissional
nos EUA e no Brasil. Disponível em: https://-VIIEEE-
OensinodaEngenhariaQuimicaperanteadiversificacaoprofissionalnosEUAenoBrasil-
Trabalho16.pdf. Acesso em: 4 maio 2021.

O texto explica de forma breve o abrangente mercado de trabalho da


Engenharia Química, evidencia a relação com a agroindústria e os
principais objetivos a serem alcançados por um engenheiro químico,
apontando a contribuição nos âmbitos sociais, econômicos e sustentável.
Por sua vez o texto, “Engenharia Química: Como se insere no
Agronegócio?”, traz as seguintes informações:
Tendo em mente o conceito de agronegócio, faz-se possível entender a
agroindústria, que é a interface entre agricultura e indústria. Há, assim, a
transformação de matérias-primas de natureza agropecuária em produtos
com características desejáveis por quem detém o processo, como maior
prazo de validade e menor perecibilidade.
A agroindústria também diz respeito à indústria dedicada à agricultura,
envolvendo a fabricação de insumos, isto é, fertilizantes, defensivos ou
agrotóxicos, herbicidas, rações, dentre outros. É possível, nesse contexto,
levar esse tipo de produto químico da escala laboratorial à industrial graças
à atuação da engenharia química e agronômica.
Assim, observa-se a inserção da engenharia química em etapas que
precedem a própria produção agropecuária, já que esses produtos citados
são usados em colheitas para maximizar e otimizar a produtividade das
safras.
Fonte: Propeq . Engenharia Química: Como se insere o Agronegócio? Disponível
em: https://propeq.com/post/agronegocio-engenharia-quimica/. Acesso em: 4 maio
2021.

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O texto ressalta a importância da engenharia química na


agroindústria, a diversidade da área de profissional na área, ressalta a
relação direta do Engenheiro Químico no processo de fabricação de
insumos, validando a sua participação no melhoramento de produções
agrícolas. Além disso, mostra a sua contribuição para o desenvolvimento
sustentável do e meio ambiente.
Condizente a autora Karina Ota Oliveira, ao referenciar sobre o
potencial biotecnológico de microrganismos na biodegradação de
herbicidas, expôs:
A produção agrícola atual exige uma intensa utilização de pesticidas, com
os quais se faz o controle químico de ervas daninhas, insetos e micro-
organismos nocivos às culturas possibilitando assim, a produção e colheita
em grande escala de alimentos com a participação reduzida do trabalho
humano. Otimizar a produção de alimentos se faz necessário devido ao
crescimento populacional, que de acordo com a Organização das Nações
Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), dos atuais 6 bilhões deve
expandir para 9 bilhões até 2050. Para que todos tenham acesso à comida,
a oferta de alimentos precisa aumentar em 70% nos próximos 40 anos. A
utilização de pesticidas auxilia no aumento da produção agrícola. Com
destaque para os herbicidas, uma classe de produtos químicos utilizados
na agricultura para o controle de ervas daninhas.
Fonte: Karina Ota Oliveira. Avaliação do potencial biotecnológico de
microorganismos da biodiversidade brasileira: biodegradação de herbicidas
benzonitrilados. 2015. 81 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Instituto de Química, 2015. Disponível em:
http://hdl.handle.net/11449/124420. Acesso em: 5 maio 2021.

Em face do exposto, nota-se de modo geral que a autora dissertou


detalhes de modo abrangente sobre a necessidade do uso de herbicidas
para o controle de ervas daninhas na agricultura e quanto esse mercado
vem se ampliando e se desenvolvendo. Segundo a Organização das
Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) o crescimento
populacional irá se expandir, alcançando a marca dos 9 bilhões até o ano
de 2050, tornando o desenvolvimento da agricultura indispensável para a
otimização da produção de alimentos.
Os textos expostos, evidenciam que o Engenheiro Químico, tratando-
se da agroindústria, tem papel fundamental no desenvolvimento
sustentável, com a redução dos impactos ambientais a partir da pesquisa e
desenvolvimento de produtos que os reduzam ao mesmo tempo contribuam
para a otimização e implementação das plantações, reforçando a ideia de
que o estudo e produção de produtos biodegradáveis são relevantes para a
efetivação desses tópicos.
18
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Assim, a atividade da Engenharia Química na agroindústria é


caracterizada como essencial e com potencial. Uma vez que esta área é
vasta para os engenheiros químicos, porque necessita de constantes
inovações. Esta tem papel significativo desde o plantio ao beneficiamento
do produto. A pesquisa por insumos que proporcionam um crescimento
sustentável, que colaborem com o desenvolvimento social e econômico do
país e respeitem as limitações dos recursos naturais.
Compreendido a relação da Engenharia Química na agroindústria,
sua importância, o seu o potencial na produção de bioerbicidas, passa a ser
discutida a ineficiência produtiva de herbicidas biodegradáveis.

3 Ineficiência Produtiva de Herbicidas Biodegradáveis


Com a agroindústria sendo na atual época uma das principais fontes
de economia do país, a agricultura tem papel essencial, pesticidas são
necessários para o controle de pragas nas plantações, porém os herbicidas
tradicionais provocam impactos negativos, sendo necessário o uso de
produtos ou métodos sustentáveis. No entanto, a falta de investimento em
pesquisas e na produção dessas mercadorias provocam a ineficiência
produtiva de herbicidas biodegradáveis, atrapalhando o desenvolvimento da
sustentabilidade.
O caso da ineficiência na produção de herbicidas biodegradáveis,
dirige ao problema da pesquisa disposto da seguinte forma: O que é
necessário para que ocorra a produção e comercialização de herbicidas, de
fato, biodegradáveis?
O caso volta-se às competências e idoneidade do profissional de
Engenharia Química, uma vez que se percebe a ineficiência no
processamento e produção desses herbicidas para que sejam
biodegradáveis, a carência de melhores análises, avaliações e pesquisas
para a certificação da eficácia do produto, para então, ser colocado no
mercado consumidor com o devido êxito. Neste caso em análise, a
problemática da ineficiência produtiva de herbicidas, que sejam de fato,
produtos biodegradáveis.
Fato que necessita da captação das aptidões e habilidades na
produção e então comercialização, a fim de que os requisitos para a
produção de herbicidas biodegradáveis sejam acatados.
19
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Observe a dinâmica de um herbicida no solo:


Após a pulverização, os herbicidas estão sujeitos a uma série de processos
ou fenômenos que podem levar a perdas, intoxicação ou poluição
ambiental. É diferente da biodegradação (ou degradação microbiana), cujas
reações químicas acontecem devido à ação catalítica de enzimas
produzidas pelos microrganismos. Esta última é a principal forma de
degradação da maioria dos herbicidas. Atividades enzimáticas microbianas
são consideradas indicadores sensíveis a mudanças no ambiente,
causadas por fatores naturais ou induzidos pelo homem (Andrighetti et al.,
2014). Condições ideais que favoreçam a microbiota decompositora no solo
favorecerão a biodegradação dos herbicidas, com reflexo na sua
persistência no solo. Tais condições são: umidade do solo entre 50%-100%
da capacidade do campo, boa aeração do solo, temperatura entre 27 oC-
32oC, pH entre 6,0-8,0 e altos teores de matéria orgânica. A comunidade
microbiana da rizosfera também está relacionada à capacidade de
degradação de compostos xenobióticos. Nesse sentido, Roque e Melo
(2000), ao isolar e caracterizar bactérias degradadoras do herbicida diuron,
constataram que, comparado às amostras de solo das entrelinhas de cana
de-açúcar, as amostras provenientes de solos rizosféricos (a maioria
destas) apresentaram maior número de bactérias. O herbicida glyphosate
afetou negativamente a multiplicação de bactérias dos solos contaminados;
mesmo assim, o herbicida foi utilizado como fonte de nutrientes por toda a
microbiota, como fungos e actinomicetos (Andrighetti et al., 2014). Somado
a isto, as bactérias presentes nos solos com menor histórico de aplicação
do glyphosate apresentaram maior capacidade de degradação do produto,
quando comparadas àquelas existentes nos solos com maior histórico de
aplicação do herbicida. O mesmo foi verificado em Comportamento dos
herbicidas no ambiente 25 outro trabalho, no qual a biomineralização do
glyphosate diminuiu com o número crescente de aplicações, em
decorrência do seu efeito sobre a atividade microbiana do solo.
Fonte: Núbia Maria Correia. Comportamento dos herbicidas no ambiente . Disponível
em: http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1099141. Acesso
em: 11 maio 2021.

Com base no trecho do artigo, os autores evidenciam através do


exemplo, o herbicida glyphosate, que a dinâmica dos herbicidas no solo é
complexa, como no nesse caso, o declínio da população de uma
determinada espécie de microrganismos pode ocorrer em detrimento ao
desenvolvimento de outra população. Dado isso, revela-se a necessidade
de avaliações detalhadas.
Reforça-se o problema da ineficiência produtiva de herbicidas
biodegradáveis, pela carência de investimentos e pesquisas, gerando
impasse aos profissionais da Engenheira Química, que por sua vez tem a
responsabilidade de criar e aprimorar esses produtos em busca do
crescimento sustentável.
20
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Assim, a ineficiência na produção de herbicidas biodegradáveis


apresenta problemas para profissionais da Engenharia Química que visam
o melhoramento do meio ambiente e o bem-estar social, devendo então ser
elaborado métodos viáveis a todos os envolvidos.
A partir do problema formulado, passa a discutir em seguida as
hipóteses e a provável solução para a eficiência produtiva de herbicidas
biodegradáveis

4 Eficiência Produtiva de Herbicidas Biodegradáveis


O atual cenário do mercado consumidor da agroindústria evidencia a
demanda por soluções sustentáveis no controle de plantas daninhas nas
plantações. A busca por bioerbicidas como alternativa que atende aos
requisitos de exigências impostas pelo setor produtivo e pela sociedade,
que trata-se, do uso de produtos naturais produzidos a partir de compostos
químicos produzidos por plantas e microrganismos; coagem os
Responsáveis Técnicos pelo controle de qualidade dos insumos agrícolas,
da matéria, processamento e demais etapas a se certificar em relação ao
produto, no caso herbicidas biodegradáveis, se estes atendem as
demandas citadas, de forma que esses profissionais se certifiquem da
eficiência do produto desde de o processamento até a mercadoria final
junto ao consumidor.
A problemática da pesquisa pode ser disposta através da seguinte
pergunta: O que é necessário para que ocorra a produção e
comercialização de herbicidas, de fato, biodegradáveis?
Embasado no questionamento a respeito do que é necessário ao
profissional da Engenharia Química que atuam no processamento de
herbicidas biodegradáveis, suas atividades e obrigações vão desde o
acompanhamento da produção, processamento de matéria-prima, fase de
transformação em produto final adequado, ou seja, nesse caso
biodegradável, até o momento de ser encaminhado ao mercado consumidor
e feito as orientações necessárias a respeito do produto ao comprador.
Na busca por soluções a problemática citada anteriormente, foram
estabelecidas três hipóteses, que passam a ser discutidas na sequência.
A primeira hipótese trata-se “da capacitação profissional e
investimento para estudo e produção de herbicidas biodegradáveis”.
21
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Com capacitação de profissionais nessa área, o trabalho poderá ser


realizado com excelência, porém é ineficaz pois necessita de vários outros
fatores para que os processos produtivos de herbicidas biodegradáveis
sejam eficientes.
Apesar do interesse no desenvolvimento da sustentabilidade, ao se
tratar de herbicidas biodegradáveis há pouquidade a respeito do tema,
sendo um dos fatores que tem contribuído na falta de investimentos para
estudo e produção. Os investimentos poderão resultar no desenvolvimento
e aprimoração de herbicidas biodegradáveis, no entanto, não há garantia de
que esses produtos serão acolhidos pelos agricultores, que vêem os
herbicidas tradicionais como sendo rentáveis para eles. Esta hipótese deve
ser refutada.
A segunda hipótese visa “a proibição à comercialização de
herbicidas que são prejudiciais aos seres vivos e ao ambiente".
Sendo a agricultura uma das principais atividades econômicas do
país, os herbicidas (tipo de agrotóxico com o objetivo de atingir as plantas
daninhas), é produto essencial para o rendimento da plantação. O problema
de alguns herbicidas está na quantidade excessiva de agrotóxicos, que são
nocivos à fauna e à flora. Já há lei em vigor, que detém o uso e comércio
de produtos altamente toxicológicos, podendo ser aplicada sobre a
proibição à comercialização de herbicidas que são prejudiciais aos seres
vivos e ao ambiente. Embora apresentem problemas ambientais e a saúde,
o uso desses herbicidas nas atuais circunstâncias se faz indispensável,
pois ainda há dificuldade no desprendimento dessas mercadorias, que são
a opção que apresenta rendimento satisfatório para o produtor.
Por ser prejudicial às indústrias voltadas à produção desses
herbicidas e aos agricultores que fazem uso desses produtos em sua
lavoura sendo a opção rentável, além de ser um empecilho no rendimento
da agricultura, por consequência à economia do país, essa possibilidade é
inválida. Apesar da alternativa ser propícia, deve ser refutada.
A terceira hipótese, julgada como a mais cabível, é canalizada para
“a realização de avaliações detalhadas, como a identificação e a contagem
de espécies de plantas invasoras, que seriam efetivas no diagnóstico da
capacidade de sobrevivência da microbiota após a exposição ao herbicida”.
Esta hipótese, designa que são necessárias realizações de
avaliações detalhadas, para a identificação e contagem de espécies de
22
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

plantas daninhas que através do diagnóstico da capacidade de


sobrevivência microbiana após a aplicação do herbicida seriam efetivas.
Uma vez que:
Inicialmente, há uma fase de “choque”, na qual o herbicida afeta
drasticamente a microbiota, o que é agronomicamente aceitável, para que
o produto não seja biodegradado de forma rápida; e, com isto, ter um
período residual de controle. Mas, dentro da comunidade microbiana há
indivíduos que sobrevivem e se multiplicam, constituindo a fase de
adaptação, até níveis similares ao inicial (fase de recuperação). A
microbiota do solo, portanto, também pode adquirir “resistência” ao
herbicida, devido ao uso frequente e constante da mesma molécula, que
favorece a “seleção” de indivíduos tolerantes e cada vez mais adaptados
ao herbicida. Isto resulta na perda do período residual do herbicida no
decorrer dos anos.
Fonte: Núbia Maria Correia . Comportamento dos herbicidas no ambiente . Disponível
em: http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1099141. Acesso
em: 18 maio 2021.

Esta hipótese abrange a necessidade do profissional em fazer


avaliações detalhadas, para obter o diagnóstico a respeito da capacidade
do herbicida produzido e diante disso a elaboração efetiva de herbicidas
biodegradáveis.
Assim, observa-se a importância no desenvolvimento de herbicidas
biodegradáveis, pois os que são usados na atualidade têm trazido prejuízos
à fauna e flora brasileira. São necessário estudos detalhados acerca desse
pesticida, em especial a capacitação profissional de Engenheiros Químicos,
para elaboração de produtos sustentáveis, como também sua colaboração
na eficiência produtiva de herbicidas biodegradáveis.
Fundamentado na observação das hipóteses formuladas para a
eficiência produtiva de herbicidas biodegradáveis, passa a ser discutida as
metodologias utilizadas para a compreensão da pesquisa.

5 Metodologia
A parte da metodologia é crucial e indispensável para uma pesquisa,
dado que apresenta uma descrição sistemática e lógica das estratégias,
instrumentos e do conjunto de etapas utilizadas no processo de
investigação, que fundamentam o trabalho, a fim de sustentar a teoria
inaugural de maneira que siga os critérios de caráter científico.

23
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Na determinação do conceito de metodologia, por Marilda Corrêa


Ciribelli tem-se:
Método científico pode ser definido como um conjunto de etapas e
instrumentos pelo qual o pesquisador científico, direciona seu projeto de
trabalho com critérios de caráter científico para alcançar dados que
suportam ou não sua teoria inicial.
Fonte: Marilda Corrêa Ciribelli. Como elaborar uma dissertação de Mestrado
através da pesquisa científica . Marilda Ciribelli Corrêa, Rio de Janeiro: 7 Letras,
2003. Disponível em: https://books.google.com.br/books?
id=3haJdQ9KRLEC&printsec=copyright&hl=pt-BR#v=onepage&q&f=false. Acesso
em: 25 maio 2021.

A metodologia traduz-se numa série de procedimentos e etapas


utilizados pelo pesquisador científico para alcançar dados que direcionam
seu projeto, de maneira que assegure a sua sistematização, de forma a
garantir e sustentar sua teoria inicial.
Nessa perspectiva, tem-se que a metodologia utilizada foi a pesquisa
e/ou investigação bibliográfica.
Na conceituação de pesquisas bibliográficas apresentadas na obra
“Metodologia da Pesquisa Científica: Diretrizes para a elaboração de um
protocolo de pesquisa”, escrita por Mauro José Fontelles, Marilda Garcia
Simões, Samantha Hasegawa Farias e Renata Garcia Simões Fontelles,
tem-se:
Pesquisa bibliográfica – Sua base é a análise de material já publicado. É
utilizada para compor a fundamentação teórica a partir da avaliação atenta
e sistemática de livros, periódicos, documentos, textos, mapas, fotos,
manuscritos e, até mesmo, de material disponibilizado na internet etc. Este
tipo de pesquisa fornece o suporte a todas as fases de um protocolo de
pesquisa, pois auxilia na escolha do tema, na definição da questão da
pesquisa, na determinação dos objetivos, na formulação das hipóteses, na
fundamentação da justificativa e na elaboração do relatório final.
Fonte: Mauro José Fontelles, Marilda Garcia Simões, Samantha Hasegawa Farias e
Renata Garcia Simões Fontelles. Scientific research methodology: Guidelines for
elaboration of a research protocol . Revista Paraense de Medicina, 23 (3), 2009.
Disponível em: https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/150/o/Anexo_C8_NONAME.pdf.
Acesso em: 25 maio 2021.

Os autores afirmam que a pesquisa bibliográfica é fundamentada em


materiais já elaborados, publicados, em especial, livros, periódicos,
documentos, textos, mapas, fotos, manuscritos e, até mesmo, de material
disponibilizado na internet etc.
Alicerçado dessa definição de pesquisa bibliográfica, passou a ser
concebida a pesquisa em suas etapas.
24
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

De início, para a investigação foi estabelecida uma temática a ser


objeto de estudo, voltada para a princípio a participação do Engenheiro
Químico no agronegócio.
Levando em consideração a abrangência do tema foi imposto um
limite. Atendendo ao fato do compromisso do Engenheiro Químico com a
sustentabilidade, foi definido a produção de herbicidas biodegradáveis
como sendo o objeto de estudo a ser investigado.
Logo após, foi estipulado o subtítulo eficiência produtiva de
herbicidas biodegradáveis, sendo este elaborado sobre como a solução
para o problema da ineficiência produtiva, no caso, herbicidas
biodegradáveis.
Em seguida, com a proposta concluída, foi feito o banco de dados
para viabilizar a pesquisa e coletar informações sobre o objeto de estudo.
A pesquisa foi executada em revistas digitais que abordam o assunto
tratado, além dos sites SciELO e Google Acadêmico.
Na construção do banco de dados, utilizou-se palavras-chaves
acerca do tema, e foram obtidos os seguintes resultados:
No site SciELO há 1740 resultados relacionados. Já no site Google
Acadêmico foram 3230 os resultados apresentados. A leitura de revistas
digitais e artigos científicos também contribuíram de forma positiva para a
composição do banco de dados.
Os sites do Ministério da Saúde (MS) e Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA), foram utilizados para análise
documental, e extração de informações, tendo sido feita a leitura objetiva,
confirmando a viabilidade da pesquisa.
Após isso foi elaborado o resumo, seguindo a estrutura conforme a
Associação Brasileira de Normas Técnicas (NBR) de número 6028,
apresentando as cinco seguintes informações: i) contexto; ii) objetivo; iii)
metodologia; iv) os resultados; e v) as conclusões. Sendo estabelecido 250
palavras na extensão do resumo, composto em bloco único.
Finalizado o resumo, são feitas as palavras-chaves que são
separadas por pontos. Por fim, foi feito o sumário com a estrutura de em
nove tópicos obrigatórios: 1 Introdução; 2 Objeto de estudo; 3 Problema; 5

25
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Metodologia de Execução; 6 Resultados; 7 Discussões; 8 Conclusão; 9


Referências.
Assim, a metodologia de busca foi baseada na pesquisa bibliográfica,
que lhe garantiu a constituição de um banco de dados, o qual seus
procedimentos, etapas e instrumentos, fundamentados numa visão lógica e
sistemática sustentaram a teoria inicial, de forma a que subsidiou a
compreensão dos conceitos. A pesquisa bibliográfica viabilizou a
consolidação dos conceitos fundamentais e essenciais, assim como,
proporcionou o conhecimento a respeito do funcionamento dos herbicidas
biodegradáveis e não biodegradáveis, através da disponibilização de dados
de testes com alguns destes.
A partir da compreensão da estrutura da metodologia, passa a
dissertar sobre os resultados substanciais vistos nos bancos de dados.

6 Resultados
O tópico dos resultados tem o propósito de apresentar o que foi
encontrado na pesquisa e selecionado a partir do banco de dados. Este
tópico do artigo é composto por dados relevantes obtidos e sintetizados.
Felipe Lando, em seu texto “Resultados e Discussões” faz uma
comparação com o exame de sangue, para explicar como funciona esse
tópico dos resultados:
Resultados são aquilo que você coletou
Uma forma excelente de entender o que são os resultados e o que você
deve escrever no seu capítulo de resultados é comparar um trabalho
acadêmico com um exame de sangue.
Provavelmente você já fez um exame de sangue a pedido de um médico.
Se você pegar o resultado do exame de sangue (pode ser o papel que o
laboratório te entrega ou o PDF que te enviam), notará que lá constam
diversas informações.
Essas informações são medidas reais extraídas das amostras de sangue
que um técnico coletou do seu braço. Os processos laboratoriais não fazem
nada além de identificar os diversos componentes do sangue e listá-los
naquele papel que você levará ao médico posteriormente.
Tá, Felipe, e o que eu tenho a ver com isso?
Tudo! No seu trabalho científico, você vai apresentar, no capítulo de
resultados, os dados que você coletou. Não vai fazer análises ou
julgamentos. Vai apenas apresentar o que você extraiu nas coletas de
dados. Se foi uma modelagem, apresente o modelo. Se foi uma survey,

26
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

descreva os dados coletados. Se foram entrevistas, fale sobre o que você


encontrou que seja relevante à sua pesquisa.
Fonte: Felipe Lando. Resultados e Discussões. Disponível em:
https://www.academicapesquisa.com.br/post/resultados-e-discussoes. Acesso em: 1
jun. 2021.

O autor, através dessa alusão relata que em ambos os casos,


trabalho acadêmico ou exame de sangue, é necessária à coleta de
informações, que no caso do artigo, dará origem ao banco de dados. Deste
modo, no tópico dos resultados serão apresentados esses dados extraídos
através da pesquisa bibliográfica.
Os resultados armazenados no banco de dados, devem ser
analisados e selecionados, de forma a sistematizar os dados relevantes e
significativos com base na sequência dos tópicos, sendo eles, objeto de
estudo, problemática e solução. Demonstrados da seguinte forma:
i) Engenharia Química na Agroindústria
O trecho do artigo publicado no site Guia do Estudante, intitulado
Engenharia Química B, evidencia que a Agroindústria faz parte das áreas
de trabalho do Engenheiro Químico:
O Engenheiro Químico também se ocupa de processos químicos, mas em
escala industrial – ou seja, ele trabalha na indústria, dimensionando
equipamentos e definindo as etapas do processo de fabricação. O leque de
atuação do profissional é amplo e o coloca entre os mais requisitados dos
engenheiros. A maior demanda vem da indústria de polímeros, de tintas e
vernizes, de alimentos, de combustíveis e farmacêutica e de cosméticos.
Deve aumentar a procura pelo setor agroindustrial, onde o engenheiro
trabalha com a produção de fertilizantes e defensivos, assim como na
indústria de papel e celulose, onde pesquisa e desenvolve processos de
produção e métodos para tratar os resíduos industriais.
Fonte: Guia do Estudante. Engenharia Química B. Disponível em:
https://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/engenharia-quimica-2/. Acesso em:
1 jun. 2021.

São os Engenheiros Químicos no setor agroindustrial, os


responsáveis pelo processo de produção de fertilizantes e defensivos
agrícolas usados nas plantações.
A atuação do Engenheiro Químico no campo Agroindustrial,
apresenta constante crescimento, a busca por fertilizantes e defensivos
agrícolas sustentáveis é o principal motivo da participação desses
profissionais na área.

27
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

As autoras Aline Habibe de Souza e Fernanda da Silva Pimentel,


relatam em seu artigo sobre a participação do Engenheiro Químico na
agroindústria.
A Engenharia Química, por se caracterizar como um ramo capaz de criar
ou aperfeiçoar novos produtos, efetuando, assim, transformações na
sociedade, pode assumir um importante papel nesse contexto. Diante da
relevância desse tema, o presente trabalho faz um estudo acerca do
cenário econômico do mercado de defensivos agrícolas, apresentando
dados de crescimento do mesmo no Brasil; um levantamento da trajetória
histórica do desenvolvimento de novos pesticidas, bem como a maneira
como são classificados; uma exposição dos principais impactos ambientais
e na saúde humana gerados por esses produtos; e uma análise das
principais leis relativas a esse setor, ressaltando a importância da criação
de patentes nesse ramo.
Fonte: Aline Habibe de Souza e Fernanda da Silva Pimentel. Desafios e Reflexões
na Contemporaneidade: um estudo sobre a indústria de agrotóxicos. Disponível em:
https://app.uff.br/riuff/bitstream/1/2131/1/TCC%20Aline%20e%20Fernanda.pdf .
Acesso em: 2 jun. 2021.

O texto ressalta a importância da Engenharia Química no


crescimento da sustentabilidade, relatando o desenvolvimento de novos
tipos de pesticidas.
ii) Ineficiência Produtiva de Herbicidas Biodegradáveis
Uma vez que os herbicidas tradicionais têm apresentado diversos
problemas para saúde humana e impactos ambientais. A ineficiência
produtiva de herbicidas biodegradáveis se torna um empecilho. Tal
problema é observado por Antônio Pedro da Silva Souza Filho em um
trecho do texto “ Biodefensivos: alternativa aos herbicidas”, como é
mostrado a seguir:
Em que pese todo o esforço desprendido pela pesquisa nas últimas
décadas, ao volume de recursos aplicados, ao treinamento especializado
de recursos humanos e da necessidade cada vez mais premente da
substituição dos atuais herbicidas sintéticos comercializados no mundo por
produtos mais apropriados às exigências da sociedade como um todo,
pouco se avançou nesse sentido. A distância entre uma molécula química
isolada e identificada como promissora para a produção de um dado
herbicida e sua efetiva comercialização como tal, embora avanços, deva se
reconhecer, aconteceram, ainda é grande.
Muitas moléculas químicas após passarem por todos os protocolos de
avaliação são abandonadas por diferentes motivos. Fator associado à
volatilização é uma dessas causas. Aparentemente, os componentes dos
óleos essenciais teriam pouco ou nenhum futuro com herbicida, embora a
literatura esteja repleta de informações dando conta do seu potencial
expressivo para esse fim. Um bom exemplo disso é a Cimetilina, um
28
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

herbicida obtido a partir do 1,8- cineol, componente dos óleos essenciais


produzidos por diferentes espécies de plantas, que foi retirado do mercado
por ser excessivamente volátil.
Os custos de produção são fatores críticos na decisão de se comercializar
um produto natural como herbicida. Numerosos e promissores herbicidas
naturais foram abandonados devido ao seu alto custo. Pode-se, ainda,
aventar a possibilidade de síntese utilizando-se fungos endofíticos, em
meios de culturas específicos. Esse processo pode ser proveitoso para
potencializar substâncias químicas com atividade de baixa à média
intensidade, partindo-se de moléculas menos complexas na sua estrutura e
de baixa atividade como herbicida. A utilização de fungos endofíticos para
tal finalidade ainda estar na fase juvenil de seu desenvolvimento, mas
parece promissor quando se consideram os resultados obtidos. Problemas
relacionados aos componentes do meio de cultura e à especificidade entre
fungos endofíticos versus meio de cultura ainda precisam ser refinados em
sua metodologia. Outros aspectos relativos às condições ambientais
(temperatura, luminosidade e umidade) precisam ser melhor analisados
para que o processo ganhe fôlego e possa manifestar todo seu potencial
como forma de se obter um herbicida natural.
Fonte: Antônio Pedro da Silva Souza Filho . Biodefensivos: alternativa aos
herbicidas. In: Ramom Rachide Nunes e Maria Olímpia de Oliveira Rezende.
Recurso Solo: propriedades e usos. Disponível em: https://doc-0c-c8-
docs.googleusercontent.com/docs/securesc/76itth40ombub00obf34iv77khcj6v70/
li98jpnt75mtai7pjjq8bsg0ktdkt59c/
1622689725000/10499332981573661031/10499332981573661031/1bDL8g1lMYhKE
eKHG2zF4D6hNJkXCrc9c?
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ash=1h8cbdb7o7rrg1i0m86aqvapmlo943pj. Acesso em: 2 jun. 2021.

O autor indica alguns dos fatores relacionados com a ineficiência


produtiva de herbicidas biodegradáveis. O alto custo de produtos, a falta de
pesquisas no desenvolvimento, o não uso de compostos naturais e também
o prendimento com a cultura dos herbicidas convencionais, são
impedimentos no processo de criação dos produtos sustentáveis.
iii) Eficiência Produtiva de Herbicidas Biodegradáveis
Para a eficiência produtiva de herbicidas biodegradáveis constatou-
se através da pesquisa a necessidade da realização de avaliações
aprofundadas, para a identificação e apuração do número de espécies de
plantas daninhas resistentes.
Deste modo, a sinalização de como esses herbicidas funcionam e
suas reações após pulverização acontecem, fez com que chegasse a
compreensão do que foi falado anteriormente, para que a eficiência

29
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

produtiva desses bioerbicidas fosse efetivada. O que pode ser encontrado


no artigo a seguir:
Após a pulverização, os herbicidas estão sujeitos a uma série de processos
ou fenômenos que podem levar a perdas, intoxicação ou poluição
ambiental. É diferente da biodegradação (ou degradação microbiana), cujas
reações químicas acontecem devido à ação catalítica de enzimas
produzidas pelos microrganismos. Esta última é a principal forma de
degradação da maioria dos herbicidas. Atividades enzimáticas microbianas
são consideradas indicadores sensíveis a mudanças no ambiente,
causadas por fatores naturais ou induzidos pelo homem (Andrighetti et al.,
2014). Condições ideais que favoreçam a microbiota decompositora no solo
favorecerão a biodegradação dos herbicidas, com reflexo na sua
persistência no solo. Tais condições são: umidade do solo entre 50%-100%
da capacidade do campo, boa aeração do solo, temperatura entre 27 °C-
32°C, pH entre 6,0-8,0 e altos teores de matéria orgânica. A comunidade
microbiana da rizosfera também está relacionada à capacidade de
degradação de compostos xenobióticos. Nesse sentido, Roque e Melo
(2000), ao isolar e caracterizar bactérias degradadoras do herbicida diuron,
constataram que, comparado às amostras de solo das entrelinhas de cana
de-açúcar, as amostras provenientes de solos rizosféricos (a maioria
destas) apresentaram maior número de bactérias. O herbicida glyphosate
afetou negativamente a multiplicação de bactérias dos solos contaminados;
mesmo assim, o herbicida foi utilizado como fonte de nutrientes por toda a
microbiota, como fungos e actinomicetos (Andrighetti et al., 2014). Somado
a isto, as bactérias presentes nos solos com menor histórico de aplicação
do glyphosate apresentaram maior capacidade de degradação do produto,
quando comparadas àquelas existentes nos solos com maior histórico de
aplicação do herbicida. O mesmo foi verificado em Comportamento dos
herbicidas no ambiente 25 outro trabalho, no qual a biomineralização do
glyphosate diminuiu com o número crescente de aplicações, em
decorrência do seu efeito sobre a atividade microbiana do solo (Andréa et
al., 2003).
Fonte: Núbia Maria Correia . Comportamento dos herbicidas no ambiente . Disponível
em: http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1099141. Acesso
em: 2 jun. 2021.

A autora descreve neste trecho do artigo os processos e fenômenos


que ocorrem após a pulverização. As condições do solo, como aeração,
umidade, temperatura que favoreçam a biodegradação dos herbicidas. Tais
constatações do fragmento levaram em consideração os experimentos com
o herbicida glyphosate. Através disso foi possível compreender as reações
e a necessidade de avaliações detalhadas para alcançar a eficiência na
produção dos bioerbicidas.
Os resultados coletados a partir da pesquisa bibliográfica,
depositados no banco de dados, possibilitaram dissertar a respeito dos
30
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

problemas advindos de herbicidas que deveriam ser de fato,


biodegradáveis, porém devido sua ineficiência produtiva acarretam
problemas ambientais. A partir dos dados da pesquisa os tópicos foram
fundamentados e pôde ser encontrada a resposta para a problemática.
Assim, os resultados advindos da análise dos aspectos coletados na
pesquisa da temática permitiram a obtenção da resposta para a
problemática em questão, evidenciando a eficiência produtiva desses
bioerbicidas, mediante a realização de avaliações aprofundadas, para a
identificação de plantas daninhas resistentes.
O entendimento dos processos e fenômenos que ocorrem com os
herbicidas faz atentar-se às problemáticas que podem surgir devido ao mau
uso desses insumos, os problemas ambientais, e para uso consciente de
herbicidas, que sejam de fato biodegradáveis.
Discorrido os principais resultados, adquiridos através do banco de
dados, passa para a discussão.

7 Discussão
A discussão do artigo, foca-se na análise de banco de dados acerca
do tema apresentado, efetuar uma pesquisa meticulosa sobre o conteúdo,
de forma persuasiva evidenciar argumentos analíticos, apresentar a
problemática encontrada e a solução de maneira convicta, estabelecendo
resultados plausível na conclusão do objeto estudado.
Mauricio Gomes Pereira no artigo “A seção de discussão de um
artigo científico'', evidencia o seguinte:
A discussão é o local do artigo que abriga os comentários sobre o
significado dos resultados, a comparação com outros achados de
pesquisas e a posição do autor sobre o assunto. Uma discussão sem
estrutura coerente desagrada, daí a conveniência de organizar os temas
em tópicos. Estrutura passível de ser utilizada consta do quadro. Cada um
dos tópicos informa sobre uma faceta da discussão e seu conjunto fornece
os subsídios para se julgar a adequação dos argumentos, da conclusão e
de todo o texto. Maneira conveniente de iniciar a discussão consiste em
realçar, com poucas palavras, os achados mais importantes ou os
conhecimentos novos desvendados pela pesquisa. Essa síntese, útil em
relatos complexos, é omitida nos textos curtos. Após essa parte inicial,
comenta-se o método empregado, de modo que o autor informe quão válida
a pesquisa lhe parece. Considera-se boa prática o próprio autor apontar as
carências em vez de omiti-las propositadamente, à espera de que passem
31
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

despercebidas. Limitações importantes não assinaladas no texto diminuem


a credibilidade da investigação. Merecem ser apontadas as limitações que
possam influenciar substancialmente os resultados e alterar as conclusões
da investigação. Essas limitações estão relacionadas ao tipo de
delineamento empregado ou a detalhes da própria investigação. Também
são comentados aspectos positivos, entre os quais as providências
adotadas para neutralizar as limitações, para contorná-las ou estimar sua
influência nos resultados.
Fonte: Mauricio Gomes Pereira. A seção de discussão de um artigo científico.
Disponível em: http://scielo.iec.gov.br/pdf/ess/v22n3/v22n3a20.pdf. Acesso em: 3
jun. 2021.

No tópico da discussão deve conter posicionamento crítico do autor


sobre o objeto de estudo, comparações e comentários convincentes acerca
dos resultados obtidos na pesquisa. Relatar de forma coerente a
problemática e sua possível solução.
Recomenda-se ainda realçar os principais pontos apresentados nos
tópicos anteriores, para assim iniciar a discussão.
Com base a essas recomendações, segue as recuperações a seguir:
i) Engenharia Química na Agroindústria
A agroindústria tem parte fundamental na composição da economia
brasileira, sendo uma área de constante crescimento no país. As demandas
agroindústrias são responsáveis por trazer produtos do campo para a
indústria, garantindo qualidade das mercadorias.
Com um vasto campo de conhecimento, o Engenheiro Químico pode
ser introduzido aos processos industriais, podendo trabalhar em diversas
áreas, incluindo a agroindústria.
Sobre a inclusão do Engenheiro Químico na Agroindústria, traz o
seguinte relato:
Há quem diga que a Engenharia Química é a Engenharia Universal. Se
esta profissão pudesse ser definida em apenas uma palavra está
certamente seria “transformação”. A agroindústria é vasta para a
engenharia química, justamente porque necessita de constantes inovações.
Tem um papel importantíssimo do plantio ao beneficiamento do produto. A
pesquisa e a concepção de insumos proporcionam um crescimento
sustentável, respeitando as limitações dos recursos naturais em harmonia
com o desenvolvimento social e econômico. Ligado à criação de aves,
suínos, bovinos, entre outros, tem-se a produção de carne, ovos, leite e
outros derivados. Porém, o processamento destes alimentos gera muitos
resíduos que, se descartados de maneira incorreta causam sérios
problemas ambientais.
32
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Fonte: BTA Aditivos. Engenharia Química: a arte da transformação.


Disponível em: https://www.btaaditivos.com.br/br/blog/engenharia-quimica-a-arte-
da-transformacao/9/. Acesso em: 9 jun. 2021.

O autor indica que os engenheiros em geral podem trabalhar em


diversas áreas. E mesmo na agroindústria, há uma extensão de
possibilidades para os Engenheiros Químicos, tendo em vista o controle de
qualidade nos processos industriais, sempre se preocupando com as
consequências negativas que tais processos podem trazer.
ii) Ineficiência Produtiva de Herbicidas Biodegradáveis
No tocante aos herbicidas biodegradáveis, a problemática
encontrada trata-se da ineficiência produtiva, com a responsabilidade de
criar e executar métodos que sejam seguros, o Engenheiro Químico
observa a carência por produtos sustentáveis, e a ausência de estudos e
investimentos quanto ao tema tratado.
Apesar dos herbicidas tradicionais trazerem riscos à saúde e
impactos ambientais, sendo esse um problema de antigo conhecimento, é
tratado de forma irrelevante, mantendo seu uso excessivo. São poucos
herbicidas que não agridem a terra e não prejudicam os seres que têm
contato com os mesmos. Notou-se com análise de pesquisas, que a
ineficiência produtiva dos herbicidas biodegradáveis se dá pela falta de
investimentos para custear estudos que buscam aprimorar e criar tais itens.
iii) Eficiência Produtiva de Herbicidas Biodegradáveis
A eficiência produtiva de herbicidas biodegradáveis compreende-se
na análise detalhada do ambiente, das plantas invasoras e o entendimento
da dinâmica desses insumos no sistema solo-água-atmosfera, de modo a
apresentar suas características que contribuem para sua ação, sendo elas
dissertadas por Núbia Maria Correia em seu artigo “Comportamento dos
herbicidas no ambiente”, como umidade, aeração, temperatura e ph do
solo.
Posto isso, já quebra a questão da problemática proposta,
direcionada a questão da ineficiência dos herbicidas, por não serem de fato
biodegradáveis e causarem riscos ao meio ambiente. Uma vez que, feita as
avaliações, pesquisas e análises pelos profissionais da engenharia química
com seu conhecimento profissional na área, tais falhas serão superadas.
iv) Metodologia

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Na metodologia, preferiu-se o método da pesquisa bibliográfica, de


forma a aprofundar-se no tema, o que concedeu compreensão,
preenchimento das lacunas e solução à problemática proposta. Alternativa
ao problema encontrada a fim de fundamentar e firmar a pesquisa e suas
etapas, de forma segura.
A escolha por formar um banco de dados e a utilização da técnica
construtiva de parágrafo assessorou o progresso da pesquisa, de modo
orientado e focando-se no objetivo e na solução da problemática abordada
na pesquisa.
Os resultados adquiridos por meio da pesquisa e reunidos em um
banco de dados propiciaram um panorama de cooperação da Engenharia
Química na agroindústria, para a produção de herbicidas biodegradáveis,
dado que possui uma formação ampla e multidisciplinar em química.
Tendo o Engenheiro Químico a área industrial como campo de
atuação, neste caso, voltada para o âmbito da agronomia, a necessidade
desse profissional para análises mais eficaz, de forma a obter um herbicida
natural que não cause impactos ambientais, como o dissertado por Aline
Habilde de Souza e Fernanda da Silva Pimentel, em “Desafios e Reflexões
na Contemporaneidade: um estudo sobre a indústria de agrotóxicos”.
A imposição para que não ocorra a ineficiência produtiva de
herbicidas biodegradáveis, ocorre porque esse acaba sendo um entrave,
dado que acarreta diversos problemas ambientais, econômicos e fere até
mesmo a saúde humana.
Em contrapartida, a eficiência produtiva de herbicidas
biodegradáveis, a partir dos conhecimentos e pesquisa dos Engenheiros
Químicos que sinalizam como esses herbicidas funcionam e suas reações
após pulverização acontecem, faz com que o ambiente não seja
prejudicado, e por consequência a economia e a saúde humana também.
Tais perspectivas, desde a contribuição da Engenharia Química na
agroindústria até as questões da eficácia produtiva de herbicidas
biodegradáveis foram entendidas e os resultados compreendidos, através
de pesquisa bibliográfica, pautada numa série de procedimentos e etapas
utilizados para alcançar dados que direcionam esse projeto.

34
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

A participação da Engenharia Química na produção de herbicidas


biodegradáveis é visível, tornando-se encarregado da pesquisa e
desenvolvimento, visando o bem-estar de todos os envolvidos.
Infere-se, portanto, que a Engenharia Química na agroindústria se
compreende na no desenvolvimento de defensivos e fertilizantes, através
de métodos que respeitem as limitações de recursos naturais e contribua
para o desenvolvimento sustentável e controle de qualidade desses
produtos.
Tendo como problema da pesquisa a seguinte pergunta: O que é
necessário para que ocorra a produção e comercialização de herbicidas, de
fato, biodegradáveis?
A chave para a problemática da pesquisa é que a Engenharia
Química, por meio de seus conhecimentos voltados para agroindústria,
realizando os diagnósticos de capacidade de sobrevivência da microbiota
após pulverização do bioerbicida, isso por intermédio das avaliações
detalhadas e testes científicos de identificação e contagem das plantas
invasoras, pode garantir ou melhor a questão da eficiência desses insumos
agrícolas.
No enfrentamento do objetivo, constata-se na análise do processo de
aplicação herbicidas sobre as plantas daninhas, com interesse em
investigar os impactos ao solo, água e atmosfera, causados pelos produtos.
O objetivo é fazer verificação detalhada sobre os efeitos dos
herbicidas tradicionais nos seres vivos e meio ambiente, com intuito de
desenvolver os herbicidas biodegradáveis, que não haja de forma igual aos
atuais usados nas plantações, mas que tenham ainda eficácia no combate
às plantas daninhas.
O Engenheiro Químico faz contribuição com os conhecimentos em
processos químicos adquiridos durante a formação acadêmica, o
profissional aplica tais conhecimentos em sua pesquisa, podendo ser capaz
de produzir e aperfeiçoar os herbicidas biodegradáveis, após estudos
detalhados sobre o tema.
A partir desses aspectos e do aporte dos profissionais da Engenharia
Química, pode-se declarar no plano da química, o que assegura de fato a
efetividade produtiva de bioerbicidas são as avaliações realizadas,
permitindo que não haja plantas invasoras tolerantes ao herbicida e
35
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

também para que esse produto ao ser degradado não cause problemas ao
ambiente.
Assim, a discussão sobre a garantia da eficiência produtiva de
herbicidas biodegradáveis através da antecipada realização de avaliações
detalhadas, como a identificação e contagem de espécies de plantas
daninhas, resultado da pesquisa bibliográfica, em que encaminha o
profissional da Engenharia Química, com seus conhecimentos e habilidades
fundamentados na engenharia e na química, que mostra está como a
melhor forma de assegurar a eficácia do bioerbicida, para que não
prejudique o meio ambiente, minimizando os impactos.
Apresentada a discussão, passa para as conclusões da pesquisa.

8 Conclusões
As conclusões apontam que os avanços tecnológicos na área da
Engenharia Química atuam expressivamente no desenvolvimento da
sustentabilidade, por intermédio das competências que possuem os
Engenheiros Químicos na transformação de matéria-prima em bens de
consumo; de modo constante inovando em suas técnicas e conhecimentos
que garantem a qualidade e eficácia dos produtos, como os herbicidas
biodegradáveis.
Entende-se que no âmbito da agroindústria a atividade dos
profissionais da Engenharia Química é caracterizada como indispensável.
Devido ao seu vasto espaço de atuação e a necessidade de inovações que
confiram o avanço sustentável, e, por conseguinte, o desenvolvimento
social e econômico do país, isto por meio da pesquisa por insumos
agrícolas biodegradáveis.
Ao examinar o problema da pesquisa, a ineficiência produtiva de
herbicidas biodegradáveis, conclui-se que este é um entrave para o
compromisso que os Engenheiros Químicos têm para com a sociedade, que
visa no cuidado com meio ambiente e então com o bem-estar social e,
portanto, deve ser superado por meio de métodos viáveis que provoque a
eficácia artigo produzido.
A resposta à problemática, das complicações que vêm sendo
causadas por herbicidas a fauna e flora brasileira pode ser compreendida
por via da capacitação dos profissionais da Engenharia Química para
36
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

análises e estudos mais detalhados de insumos para controle de plantas


daninhas que assessorem os anseios da sociedade em relação aos
cuidados com o meio ambiente, com a garantia da eficácia produtiva de
bioerbicidas.
A metodologia de execução propiciou a consolidação de conceitos
essenciais e elementares, bem como a performance dos herbicidas
biodegradáveis e não biodegradáveis. Aspectos advindos de um banco de
dados, formulado por meio de pesquisa bibliográfica fundamentada em
diversos procedimentos, etapas e instrumentos baseados numa visão lógica
e sistemática com o propósito de sustentar a teoria inaugural do trabalho.
Os resultados adquiridos ao longo da pesquisa, determinam a
necessidade da realização de avaliações aprofundadas em plantas
daninhas resistentes, para a obtenção de conhecimentos gerais, deste
modo desenvolver um herbicida biodegradável que seja capaz de atingir as
plantas daninhas com a mesma eficiência dos tradicionais, mas que se
desassemelha nos impactos negativos que causados.
O profissional da Engenharia Química está ligado a esta temática,
por ser capacitado para o desdobramento da problemática, pelo amplo
conhecimento obtido em sua formação. Sendo este, apto a identificação e
contagem de espécies de plantas daninhas, podendo desenvolver e
assegurar a eficácia dos herbicidas biodegradáveis.
O objetivo é compreender a dinâmica dos herbicidas biodegradáveis
no processo de ação contra as plantas daninhas no sistema solo-água-
atmosfera, de forma a analisar sua eficiência, que se baseia em não
prejudicar o ambiente e os seres vivos.
Aludido anteriormente, o problema da pesquisa pautou-se na
seguinte interrogação: O que é necessário para que ocorra a produção e
comercialização de herbicidas, de fato, biodegradáveis?
Em resposta a problemática da pesquisa instituiu-se que a realização
de avaliações detalhadas, que consistem na identificação e contagem de
espécies de plantas daninhas, que seriam efetivas no diagnóstico da
capacidade de sobrevivência da microbiota após a exposição ao herbicida,
corrobora-se para a eficiência produtiva de bioerbicidas.
Portanto, torna possível que as indústrias de herbicidas
biodegradáveis possam produzir produtos que sejam de fato
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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

biodegradáveis, contribuindo para a sustentabilidade, de forma a cumprir


com seu dever para com a sociedade, mediante a uma solução viável e
edificante.

9 Referências
BTA Aditivos. Engenharia Química: a arte da transformação. Disponível em:
https://www.btaaditivos.com.br/br/blog/engenharia-quimica-a-arte-da-
transformacao/9/. Acesso em: 9 jun. 2021.
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Letras, 2003. Disponível em: https://books.google.com.br/books?
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Acesso em: 25 maio 2021.
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1622689725000/10499332981573661031/10499332981573661031/1bDL8g
1lMYhKEeKHG2zF4D6hNJkXCrc9c?
e=download&authuser=0&nonce=4277bda3d5d90&user=104993329815736
61031&hash=1h8cbdb7o7rrg1i0m86aqvapmlo943pj. Acesso em: 2 jun.
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38
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

GUIA DO ESTUDANTE. Engenharia Química B. Disponível em:


https://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/engenharia-quimica-2/.
Acesso em; 1 jun. 2021.
LANDO, Felipe. Resultados e Discussões. Disponível em:
https://www.academicapesquisa.com.br/post/resultados-e-discussoes.
Acesso em: 1 jun. 2021.
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benzonitrilados. 2015. 81 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho, Instituto de Química., 2015. Disponível em:
http://hdl.handle.net/11449/124420. Acesso em: 5 maio 2021.
PEREIRA, Mauricio Gomes. A seção de discussão de um artigo científico.
Disponível em: http://scielo.iec.gov.br/pdf/ess/v22n3/v22n3a20.pdf. Acesso
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em: https://propeq.com/post/agronegocio-engenharia-quimica/. Acesso em:
4 maio 2021.
SOUZA, Aline Habibe; PIMENTEL, Fernanda da Silva. Desafios e
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ZAKON, Abraham; MANHÃES, Igor Nogueira. VII Encontro Ensino em
Engenharia, o Ensino da Engenharia Química perante a diver sificação
Profissional nos EUA e no Brasil. Disponível em: https://-VIIEEE-
OensinodaEngenhariaQuimicaperanteadiversificacaoprofissionalnosEUAeno
Brasil-Trabalho16.pdf. Acesso em: 4 maio 2021.

Apresentação disponível em: https://www.youtube.com/watch?


v=PLSo9EdahaI

39
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

40
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Engenharia Química na Aviação: aplicações de investimento para o


aumento da produtividade da bioquerosene no Brasil em relação às
normas convencionais de obtenção

Luiz Alfredo Scaff Filho


luiz.scaff@ufms.br
Resumo: As Engenharias cumprem a função de resolução de
problemas, em especial a Engenharia Química, com sua
mutabilidade e diversas funções. Associando a sustentabilidade e a
aviação, a substituição dos combustíveis fosseis por opções
sustentáveis foi a única maneira para se adequar a Agenda 2030
para o Desenvolvimento Sustentável, proposta pela ONU. A
produção de bioquerosene, ou também chamada BioQAV, se iniciou
no Brasil, tendo potencial de produção, porém sem aplicações de
investimentos adequados para a produtividade em relação às
normas convencionais de obtenção, continuou emitindo a mesma
quantidade gases de efeito estufa para a atmosfera. O objetivo de apontar o potencial
produtivo de bioquerosene no Brasil, conseguindo mostrar os benefícios causados por
investir na mesma. A metodologia foi a pesquisa bibliográfica e documental, com base nos
bancos de dados oficiais e em documentos pertinentes a temática. Os resultados
encontrados indicam que, com o investimento na produção de BioQav, tanto privado quanto
estatal, trazendo a biomassa próxima as regiões de biorrefinaria, e estas perto dos
aeroportos, conseguiria diminuir de maneira efetiva a emissão de CO2 para a atmosfera,
enquanto ainda não tem um motor para funcionar com 100% de BioQAV, e sem aumentar o
preço das passagens aéreas, seguindo os protocolos da RenovaBio (Política Nacional de
Biocombustíveis) e da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis). As conclusões são que na Engenharia Química, dentro da aviação, tem
como principais atuações ajudar a diminuir os impactos ambientais causados pelo
querosene e também mostrar o potencial bioenergético que tem o Brasil.

Palavras-chave: Sustentabilidade. Bioquerosene. RenovaBio. Emissão de CO2. Potencial


de produção. Investimento.

Sumário: 1 Introdução. 2 Engenharia Química na Aviação. 3 Inaplicações de Investimentos


para o aumento da Produtividade da Bioquerosene no Brasil em Relação às Normas
Convencionais de Obtenção. 4 Aplicações de Investimentos para o aumento da
Produtividade da Bioquerosene no Brasil em Relação às Normas Convencionais de
Obtenção. 5 Metodologia. 6 Resultados. 7 Discussão. 8 Conclusões. 9 Referências.

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

1 Introdução
Depois da primeira Revolução Industrial e com ela a globalização, o
problema enfrentado pelos países do globo é a poluição. Porém, com o
avanço tecnológico no século XXI, se tornou possível enfrentar este
problema de maneira eficaz. A Engenharia Química Verde foi criada com
esse intuito, de diminuir os impactos causados pela sociedade, e com ela a
aplicação de biocombustíveis, para diminuir a queima de combustíveis
fosseis e com isso a poluição. Desde a proposta feita pela ONU da Agenda
2030, na qual função é diminuir a emissão de gases do efeito estufa para a
atmosfera, o RenovaBio teve um papel fundamental, nele são discutidas as
propostas sobre biocombustíveis e sua execução no território brasileiro,
com a aprovação da ANP. Análogo a proposta, a necessidade da produção
de um biocombustível para transporte aéreo se tornou crucial, sendo que
2% do CO2 emitido no mundo vem dos aviões, logo a bioquerosene, ou
também conhecida como BioQAV, começou a ser produzida no Brasil, o
país com a biomassa e o potencial produtivo necessário para a produção de
bioquerosene, tendo seu primeiro voo feito no avião da companhia aérea
GOL em 2013, porém seu custo é cerca de quatro vezes acima do preço
convencional para ser produzido, sem ter investimento nos profissionais da
Engenharia Química para minimizar os custos, fica inviável produzir. Este é
o foco que se busca ao desenvolver a “Engenharia Química na Aviação:
aplicações de investimento para o aumento da produtividade da
bioquerosene em relação às normas convencionais de obtenção’’.
A justificativa para a proposta de “Engenharia Química na Aviação:
aplicações de investimentos para o aumento da produtividade da
bioquerosene em relação às normas convencionais de obtenção’’, incide na
necessidade de novos métodos sustentáveis, tendo relação com a Química
Verde, visando diminuir o impacto humano na atmosfera, para proporcionar
a possibilidade de vida para as próximas gerações. E também mostrar a
produtividade da BioQAV no território brasileiro para incentivar o
investimento, tanto privado como estatal, em sua produção.
A proposta se restringe em fornecer informações sobre a
bioquerosene e porque se deve investir nela. Não sendo objeto de
investigação a inovação das técnicas já utilizadas ou melhorá-las, sendo a
proposta apenas argumentativa e explicativa.

42
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

O objetivo da proposta é apontar o potencial produtivo de


Bioquerosene no Brasil, apontando como é feito e seus benefícios, para
conseguir investimentos para minimizar os custos e otimizar a produção.
O problema dessa pesquisa se volta para a seguinte situação: O que
é essencial e indispensável para o profissional da Engenharia Química para
que a produção de bioquerosene no Brasil se tornar uma realidade?
Na busca e norteamento da resposta ou prováveis respostas, ao
problema de pesquisa, estabeleceu-se, de forma prévia, três hipóteses, que
são:
a) A primeira hipótese é de que o Brasil precisa avançar em sua
capacidade tecnológica dentro das indústrias para produzir em larga escala
a BioQAV;
b) A segunda hipótese é que a produção de bioquerosene no Brasil
já é avançada e não precisa de alterações;
c) A terceira hipótese é pela necessidade do governo em promover
incentivos fiscais e investir nos profissionais da Engenhara Química para
aplicar pesquisas e aumentar a produtividade da bioquerosene, se o
governo não faz investimentos nem isenta as instituições privadas de
impostos para a produção de bioquerosene, ou traz a produção próximo as
refinarias e aeroportos, a produção não irá avançar.
Na realização da investigação a metodologia foi a pesquisa
bibliográfica e documental. Sendo que a pesquisa bibliográfica se pautou
nos bancos de dados oficiais como o site do Google Acadêmico, Revistas,
Artigos científicos, Domínio Público e bibliotecas digitais. A pesquisa foi
realizada em documentos oficiais e em sites oficiais, como da RenovaBio e
ANP.
Para a fundamentação teórica da pesquisa foi utilizada certas
referencias que se destacam dentro da pesquisa bibliográfica, nas quais
são respectivamente estas: Rodrigues Ranucci, C., Alves, H. J., da Silva,
C., Monteiro, M. R., dos Santos, K. A., Bariccatti, R. A., & da Silva, E. A.
(2015). Obtenção de Bioquerosene de Pinhão Manso (Jatropha curcas L.) e
suas Misturas ao Querosene Fóssil . Revista Tecnológica. CGEE, Marcio de
Miranda Santos, Luiz Augusto Horta Nogueira, Edson Sousa Palhares,
Marcelo Khaled Poppe, Mayra Juruá G. Oliveira, Olivia Felício Pereira.
Biocombustíveis aeronáuticos: progressos e desafios. Canal-Jornal da
43
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Bioenergia. Bioquerosene: Produção não Avança. Amanda Fernandes


Dantas de Abrantes; Kalyne Silva Brito; Liane Marques de Oliveira; Marta
Célia Dantas Silva; Synara Bezerra Pereira . Pinhão Manso: Produção de
Bioquerosene para Aviação e Canal Jornal Bioenergia. Bioquerosene é
alternativa mais eficiente para neutralizar carbono.
Os resultados encontrados mostram que com novos investimentos
para o aumento da produtividade da bioquerosene, sendo eles privados e
estatais, terá que trazer a biomassa para próximo das regiões de
biorrefinaria, e estas para perto dos aeroportos, assim poder-se-ia diminuir
de maneira significativa a emissão de CO 2 para a atmosfera, não podendo
ser zero pois não se tem um motor capaz de funcionar apenas com
BioQAV, lembrando de seguir os protocolos fornecidos pela RenovaBio e
pela ANP (Política Nacional de Biocombustíveis).Com isso, os impactos do
efeito estufa e do aquecimento global diminuiriam, conseguindo
proporcionar qualidade de vida para as próximas gerações.
Para conseguir solucionar o problema teria que ser feito investimento
intensivos na área de bioquerosene por instituições privadas, pelo governo,
e sobretudo pelas inovações tecnológicas da Engenharia Química Verde,
na minimização dos custos e condições de competitividade do produto,
trazendo a produção da matéria prima para próximo das refinarias e dos
aeroportos. Com isso, conseguindo uma BioQAV de qualidade, sem poluir o
meio ambiente e sem o custo de passagens aéreas se alterarem.
No desenvolvimento da investigação e para fins de registro
estabeleceu nove tópicos que são: i) uma introdução de natureza geral com
descrição dos principais pontos, justificativa problema, hipóteses e
fundamentação teórica; ii) o conceito de biocombustível, como é feita sua
produção e o papel do Engenheiro químico na aviação; iii) a descrição e
detalhamento do problema de pesquisa; iv) a indicação da solução ao
problema, discutindo cada uma das hipóteses apresentadas; v) a descrição
da metodologia da pesquisa em seu passo a passo; vi) o apontamento dos
resultados encontrados nos bancos de dados e dos documentos; vii) a
formulação da discussão com o material encontrado e a confrontação crítica
e reflexiva da temática; viii) as principais conclusões, a indicação do
alcance do objetivo da pesquisa e a propositura da solução ao problema
investigado; e ix) o registro das referências consultadas ao longo da
pesquisa.

44
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Portanto, como sabe-se, a atividade humana vem deteriorando o


meio ambiente, e com as novas tecnologias está sendo possível minimizar
estes danos. Por isso é essencial a leitura, para compreender os
procedimentos feitos para a produção de biocombustíveis e sua importância
para o mundo da aviação, trazendo interessados na área contribuindo para
o futuro dos Engenharia Química. Com isso, distribuindo essa informação e
passando para a sociedade, conseguirá trazer um novo aprendizado e
colaborar para a formação de um mundo verde.

2 Engenharia Química na Aviação


No contexto moderno, problemas ambientais vêm sendo tratados
com cautela, mas com foco principal na poluição do ar, na qual afeta o
efeito estufa e o aquecimento global. Com o aprimoramento da tecnologia
novos métodos para amenizar esta situação foram colocados em prática,
como a produção de biocombustíveis, que são produzidos através de
biomassa renovável, por exemplo o etanol e o biodiesel. Porém até anos
atrás, em 2013 ainda não se tinha um biocombustível para a aviação,
mesmo ela produzindo 2% do CO 2 total da terra, logo novas pesquisas
foram feitas e produziu-se a bioquerosene, ou BioQAV. Neste cenário entra
a Engenharia Química, na qual o Engenheiro Químico tem a função de
aprimorar a produção de BioQAV para torná-la viável e de qualidade, sem
causar danos a ambiente e nem a sociedade. A produtividade da
Bioquerosene no Brasil ainda continua baixa devido à falta de investimentos
mesmo tendo toda a biomassa necessária para a produção, como a cana
de açúcar e o Pinhão Manso (Jatropha Curcas).
O aumento de técnicas renováveis na sociedade é essencial para o
meio ambiente e também para gerações futuras, com elas será possível
reverter-se-á essa realidade de extrema poluição e descuido ambiental
vivida.
Dentro das pesquisas produzidas na Bioenergia em Revista, foi
selecionada: bioquerosene para aviação: cenário atual e perspectivas
futuras, feita por Yoshinaga, Fabiana Santos, Ariane da Silva Moura, Bruno
Fernandes Santana de Bortoleto e Gisele Gonçalves.
Vários fatores indicam que o bioquerosene é uma alternativa viável, pois
trata-se de um processo muito mais limpo, que gera poucos resíduos, não
agride o solo, e que apresenta compensação de carbono durante o
processo produtivo. Se considerarmos os dados de consumo no Brasil de
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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

2018, a simples troca de 20% do querosene de aviação por bioquerosene,


por exemplo, pode gerar o equivalente a uma redução na emissão de
aproximadamente 2,08 x106 ton. De CO 2 .
Além disso, o querosene, por ser de origem fóssil, tende a ter seus preços
elevados conforme as reservas de petróleo forem se esgotando,
provocando aumento nas passagens aéreas bem como nos produtos
importados, evidenciando mais uma necessidade da utilização do
bioquerosene.
No entanto, esse biocombustível só se tornará esse substituto se forem
realizadas várias pesquisas e investimentos. Nesse ponto o Brasil ainda
tem muito que avançar, há necessidade de muitos recursos para alavancar
a indústria nacional no setor. O RenovaBio tem tudo para facilitar esse
desenvolvimento, mas ainda falta vontade política para aderir ao CORSIA
na fase voluntária, para aprovar uma política específica do bioquerosene,
bem como incentivos fiscais para tornar o bioquerosene mais atrativo. Além
disso, sem reais investimentos em pesquisa o país estará fadado a ficar
apenas observando o resto do mundo avançar na produção do
bioquerosene.
Fonte: Yoshinaga, F.; Santos, A. S; Moura, B. F. S; Bortoleto, G. G.; Bioenergia em
Revista: Diálogos, ano/vol. 10, n. 1, p. 73-91, jan./jun. 2020 . Bioquerosene para
aviação: cenário atual e perspectivas futuras. Disponível em:
http://fatecpiracicaba.edu.br/revista/index.php/bioenergiaemrevista/article/view/369.
Acesso em: 4 maio 2021.

Os autores trouxeram as noções de porquê deve-se investir na


produção de bioquerosene mesmo ainda não tendo um motor que funciona
com 100% de bioquerosene, mostrando dados da redução da emissão de
gás carbônico e sua futura necessidade para a sociedade. Eles também
mostram o que pode fazer para tornar viável esta realidade, com
investimentos e incentivos para a produção.
Eles ainda, discute-se sobre a necessidade de pesquisas
aprofundadas na área de bioquerosene, pois como qualquer avanço
tecnológico, pesquisas são necessárias para o aperfeiçoamento do produto,
para isso o profissional da Engenharia Química está pronto.
Porém, eles não trazem em sua solução como ter o aumento da
produtividade da produção e porquê ainda ela continua sem evoluir no
brasil.
Agora uma pesquisa desenvolvida na Unicamp, Bioquerosene e
Processo de Obtenção do Mesmo, dos autores César Benedito Batistella,
Maria Regina Wolf, Maciel Nívea de Lima da Silva e Rubens Maciel Filho
A utilização do biodiesel como combustível vem apresentando um potencial
promissor no mundo todo, sendo um mercado que cresce aceleradamente
devido a inúmeras vantagens, tais como:
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 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

- é um combustível produzido a partir de fontes renováveis, como óleos


vegetais, resíduos de fritura ou gordura animal. A utilização de resíduos
como matéria-prima reduz os custos com tratamento de esgotos e
disposição de resíduos.
- é biodegradável. Estudos mostram que o biodiesel de óleo de soja e
canola são facilmente absorvidos pelo meio ambientes. A utilização de
misturas contendo 20% v/v de biodiesel (B20) aumenta a
biodegradabilidade do diesel em presença de água. Além disso, foi
observado o crescimento de 5 algas em tanques de estocagem de
biodiesel.
- é um combustível não tóxico, pois a utilização de biodiesel provoca
redução substancial na emissão de monóxido de carbono e material
particulado. Além disso, é livre de enxofre e aromáticos, impede a
formação de fuligem pois possui 10% v/v de oxigênio. A utilização de 20%
v/v de biodiesel IO ao diesel reduz a emissão de dióxido de carbono em
15,66% v/v.
A transesterificação é a forma mais usual de produção de biodiesel. Essa
reação consiste na mistura de um álcool, preferencialmente de baixo peso
molecular, com um óleo vegetal ou gordura animal. Também chamada de
alcoólise, a reação de transesterificação pode ocorrer na presença ou
ausência 15 de catalisador. A reação de transesterificação ocorre de forma
mais rápida em presença de álcool de baixo peso molecular, como metanol
e etanol.
A reação de transesterificação é acelerada por catalisadores homogêneos
ou heterogêneos. Os catalisadores homogêneos podem ser ácidos, bases
ou enzimas
Fonte: César Benedito Batistella; Maria Regina Wolf; Maciel Nívea de Lima da Silva;
e Rubens Maciel Filho Bioquerosene e Processo de Obtenção do Mesmo . Unicamp.
Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/84806. Acesso:
4 maio 2021.

Como visto, os autores falam sobre a bioquerosene e como produzi-


la, e aqui dizem sobre o biodiesel, usado em carros, e sua eficiência e
vantagens em cima do convencional. Além de ser absorvido de modo rápido
pelo meio ambiente, não o poluindo nem emitindo gás carbônico. Essas
qualidades são também atribuídas a BioQAV, sendo está, mas efetiva ainda
pois sua purificação demora apenas cerca de 10 minutos.
Logo entende-se que a bioquerosene seria benéfica ao meio
ambiente e de significativa produtividade no Brasil. Com os certos
investimento e pesquisas, como dito na primeira citação, a bioquerosene
brasileira seria de alta competitividade dentro do mercado.
Estes dados são essenciais para a compreensão da necessidade de
se ampliar a produção de bioquerosene no território brasileiro, pois é uma
vantagem ter-se tantas biomassas disponíveis, porém sendo mal utilizadas.
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Outro fator determinante é tratado no Artigo: Pinhão Manso:


Produção de Bioquerosene para Aviação. Feito por Amanda Fernandes
Dantas de Abrantes, Kalyne Silva Brito, Liane Marques de Oliveira, Marta
Célia Dantas Silva e Synara Bezerra Pereira:
O óleo do pinhão manso (Jatropha curcas L.) é uma matéria-prima propícia
para a obtenção de bioquerosene, pois possui alto teor de ácidos graxos
que se assemelha ao querosene comercial em sua cadeia carbônica (entre
8 e 16 átomos de carbono) (RANUCCI, 2015). É uma das muitas
oleaginosas cultivadas no Brasil, necessita de pouca água, alto teor de
óleo, perene e pode ser plantada em solos pouco férteis (Teixeira, 2005).
Esse óleo não pode servir de alimento humano e animal, por ser altamente
tóxico e, portanto, sua produção é destinada para fins energéticos
(RANUCCI et al., 2018). O óleo do pinhão manso tem a característica de
possuir ácido palmítico em sua composição. Por ser saturado ajuda com a
exibição de uma melhor fluidez e limpeza do óleo devido a menor
viscosidade provocada pelo mesmo. Dentre os diferentes processos de
obtenção do bioquerosene, tem-se a transesterificação seguida da
destilação.
A destilação é necessária especialmente no caso do bioquerosene devido
a necessidade de purificar e fracionar os componentes mais leves para que
as características se assemelhem ao querosene fóssil, de acordo com as
especificações para uso aeronáutico. Um método proposto por Baroutien et
al. (2013) fundamenta-se em uma mistura de JET A1 (querosene de
aviação de origem fóssil amplamente usado na aviação brasileira), ésteres
metílicos de pinhão manso e óleos residuais obtidos por transesterificação.
A estrutura química do óleo tem influência direta no comportamento do
combustível, ou seja, influencia no valor de propriedades como: poder
calorífico, viscosidade e o ponto de fulgor. Quanto maior o número de
insaturações maior seria o número de cetano (indica a qualidade da
combustão), enquanto um valor maior de ligações duplas torna a molécula
mais instável, além de formar hidroperóxidos no biocombustível
(PORTELA, 2011; RANUCCI, 2015; KIBUGE; KARIUKI; NJUE, 2015).
O óleo de pinhão-manso apresentou um elevado potencial energético,
indicando que pode ser utilizado como matéria-prima para bioquerosene.
Além disso, através da análise estrutural do mesmo, obteve-se maior
quantidade de compostos com o número de carbonos entre 8 e 16 que é
similar ao querosene. As misturas de bioquerosene e querosene comercial
com percentual de até 10% em volume tem propriedades similares ao do
querosene comercial, permitindo o uso de blends para reduzir o consumo
do combustível fóssil (RANUCCI, 2015)
Fonte: Amanda Fernandes Dantas de Abrantes; Kalyne Silva Brito; Liane Marques
de Oliveira; Marta Célia Dantas Silva; e Synara Bezerra Pereira . Pinhão Manso:
Produção de Bioquerosene para Aviação. Disponível em:
http://www.monferrer.com.br/METALLUM/bioquerose/PDF/01-016.pdf. Acesso: 4
maio 2021.

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 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Como observado acima, o Pinhão Manso é apenas um dos


componentes capazes de produzir bioquerosene dentro dos padrões
aceitados nos motores e blends. Além de ser uma biomassa de alta
toxicidade, ela deve ser plantada em áreas de baixa fertilidade. Porém
como visto na citação, o Pinhão Manso serviu de alta eficiência no processo
de produção de bioquerosene, sendo que este processo não é demorado e
pode ser feito de modo rápido em indústrias de refinaria. Ainda se conhece
pouco sobre este fruto, mas com as pesquisas devidas nessa área e com o
investimento correto, será capaz de aperfeiçoar a produção e minimizar seu
custo.
Dentre as biomassas possíveis, como a cana de açúcar, algas,
babaçu e camelina, o Pinhão Manso se destaca por ser, dentre as opções,
uma das com melhor compatibilidade para a produção.
Logo, ao analisar as citações, tira-se que o Brasil possui a biomassa
necessária para refinar a produção de bioquerosene e faze-la eficiente,
porém sem a ajuda financeira do governo e incentivos fiscais para
empresas privadas não conseguirá tornar a bioquerosene uma realidade
brasileira.
Os bicombustíveis são combustíveis produzidos a partir de biomassa
orgânica, uma alternativa para acabar com a poluição feita por
combustíveis fósseis. Na aviação, sendo uma das principais formas de
locomoção humana, o querosene retirado da destilação fracionada do
petróleo é o combustível usado nos dias atuais, mas deve-se ser
substituído por uma opção renovável e sustentável, que é o caso da
bioquerosene.
Pelo observado, enquanto o governo não fazer seu papel, de
solucionar os altos níveis de poluição e encarar de maneira racional a
necessidade de produzir bioquerosene e investir em pesquisas e aplicar
investimentos para trazer a produção de biomassa e as refinarias para
perto dos aeroportos, ainda não vai possível o Brasil aumentar a
produtividade da bioquerosene em relação as normas convencionais de
obtenção
Com isso, a Engenharia Química se torna necessária e o profissional
também, para estudar novas formas de obter bioquerosene e para faze-la
em escala industrial.

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Assim, a Engenharia Química com a atuação de profissionais


experientes e com formação adequada conseguem ajudar não só dentro
das industrias, mas também fora dela, aplicando opções sustentáveis e
pesquisando alternativas para aperfeiçoar as existentes. A aviação é de
importante para a globalização e fulcral para o transporte, por isso estuda-
se sobre a bioquerosene e sua produtividade no Brasil, lembrando que sua
produção é feita seguindo as normas de segurança aplicadas pela ANP e
com marco legal da RenovaBio. Portanto, a BioQAV é uma inovação na
área sustentável e deve ser tratada com cautela e dedicação de
profissionais.
Visto a necessidade de aumentar a produtividade da bioquerosene
no Brasil, passa a descrever o problema que é Inaplicações de
Investimentos para o aumento da Produtividade da Bioquerosene no Brasil
em Relação às Normas Convencionais de Obtenção.

3 Inaplicações de Investimentos para o aumento da Produtividade da


Bioquerosene no Brasil em Relação às Normas Convencionais de Obtenção
Quando se trata de indústrias e processos de produção, o
profissional da Engenharia Química é essencial para o funcionamento das
funções industriais. Deste jeito, a produção de bioquerosene é feita através
de diversas biomassas de diferentes fontes, dentro do território brasileiro
possui abundância de matéria-prima para produção de bioquerosene.
Porém, seu preço no mercado não é competitivo com o do querosene, sua
produção é avançada e seu custo é baixo, sendo o oposto da BioQav, que
produção é baixa e de custo alto. Logo as Inaplicações de Investimentos
para o aumento da Produtividade da Bioquerosene no Brasil em Relação às
Normas Convencionais de Obtenção ainda é um problema vivido nos dias
atuais e deve ser resolvido para evitar o aumento da poluição.
A questão das Inaplicações de Investimentos para o aumento da
Produtividade da Bioquerosene no Brasil em Relação às Normas
Convencionais de Obtenção, se vem através da indagação: O que é
essencial e indispensável ao profissional da Engenharia Química para a
produção de bioquerosene no Brasil se tornar uma realidade?
Esta questão é relacionada com a capacidade do Engenheiro
Químico em conduzir pesquisas e aperfeiçoar os métodos de produção de
diversos produtos, em especial da bioquerosene. Neste caso em especifico,
50
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

das inaplicações de investimento para o aumento da produtividade da


bioquerosene no Brasil em relação às normas convencionais de obtenção,
com falta de investimentos nessa área, tanto o avanço tecnológico tanto
quanto a produtividade não irão aumentar, sendo inviável a sua utilidade no
âmbito brasileiro.
Logo, é essencial o investimento nos profissionais da Engenharia
Química para observar o que é necessário para aumentar a produtividade
da bioquerosene e fazer pesquisas e projetos sobre a bioquerosene
Fala de Pedro Scorza, diretor de Biocombustíveis para Aviação da
União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), no Canal-Jornal da
Bioenergia.
Pedro Scorza, relembra que a Gol, em 2014, fez mais de 300 voos durante
a Copa do Mundo com uma mistura de 4% de bioquerosene ao combustível
convencional, mas, de lá para cá, tanto a produção quanto o consumo
estão parados. “O problema hoje é mercadológico’’. O custo do
bioquerosene final não é competitivo em relação ao fóssil, aí entra a
questão da escala, como ainda não há produção, o preço fica mais alto.
“Scorza afirma que o Brasil tem potencial para estabelecer uma indústria
capaz de atender a demanda por bioquerosene, é possível estabelecer uma
indústria com escala para atender o mercado de combustível sustentável
de aviação. A questão principal, na verdade, é o preço”. O porta-voz da
Ubrabio afirma ser necessário resolver gargalos logísticos, de distribuição
e de preço. Ele considera também uma estrutura tributária equivalente à do
biodiesel e etanol, melhorando a competitividade com o querosene fóssil.
“Um exemplo é que as biomassas com custo mais acessível estão
concentradas em regiões menos densas e distantes dos grandes
mercados, enquanto os grandes mercados consumidores estão
concentrados próximos ao litoral. O ideal é que a biomassa esteja próxima
à biorrefinaria, que, por sua vez, deve estar próxima aos aeroportos. ”
Fonte: Canal-Jornal da Bioenergia Bioquerosene: Produção não Avança. Disponível
em: https://www.canalbioenergia.com.br/producao-de-bioquerosene-nao-decola/
Acesso em: 4 maio 2021.

O representante da Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e


Bioquerosene), Pedro Scorza, discorre sobre a produção da bioquerosene e
seu preço dentro do território brasileiro. Ele diz que o preço final da BioQAV
não é competitivo com o preço do combustível fóssil, e como não há
produção em escala industrial e nem investimentos na área faz anos, esse
cenário não mudou, sendo problema apenas mercadológico e não de falta
de biomassa.
Ademais, Scorza diz que para a bioquerosene se tornar uma
realidade no Brasil, tem que resolver problemas logísticos e de custos, para
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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

isso ele dá como solução a aproximação das biomassas para perto das
refinarias, que por sua vez devem estar próximas dos aeroportos, aqui
entram os profissionais da Engenharia Química, para estudarem as
possibilidades e os possíveis efeitos. Porém sem investimentos por parte
do governo na área, o avanço da bioquerosene será inviável.
Ainda, salientando que as Inaplicações de Investimentos para o
aumento da Produtividade da Bioquerosene no Brasil em Relação às
Normas Convencionais de Obtenção, é o que resulta na falta de produção
de bioquerosene no território brasileiro, impedindo seu avanço, sendo o
Engenheiro Químico indispensável neste processo.
Assim, as Inaplicações de Investimentos para o aumento da
Produtividade da Bioquerosene no Brasil em Relação às Normas
Convencionais de Obtenção, se dão com o governo brasileiro não fazendo
investimentos nas industrias nem em pesquisas com profissionais da
Engenharia Química, logo não evoluindo a sustentabilidade no País.
Com isso, sendo discutido as questões do problema, se discuti sobre
as hipóteses e a provável solução com aplicações de investimento para o
aumento da produtividade da bioquerosene no Brasil em relação às normas
convencionais de obtenção.

4 Aplicações de Investimento para o Aumento da Produtividade da


Bioquerosene no Brasil em Relação às Normas Convencionais de Obtenção
Dentro do mercado, está aumentando a procura por produtos
sustentáveis e que ajudem a preservar o meio ambiente. Nessa perspectiva
foi criado os biocombustíveis, nos quais usam biomassa em sua
composição. O bioquerosene com suas diversas maneiras de ser produzido
foi um diferencial para sua produção. Apesar das diversas formas de fazê-lo
e sua eficiência, sua produção não evoluiu no Brasil, passando a se
imaginar o que poderia estar impedindo sua evolução. Após analise
chegou-se que aplicações de investimento para o aumento da produtividade
da bioquerosene no Brasil era o único jeito para sua produção ser de grau
superior do que as normas convencionais de obtenção.
Logo, fica evidente que o problema investigado nessa pesquisa se
volta para: O que é essencial e indispensável para o profissional da

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 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Engenharia Química para que a produção de bioquerosene no Brasil se


tornar uma realidade?
A produção de bioquerosene, o substituto sustentável do querosene,
tem alto potencial produtivo dentro do território brasileiro, porém pouco
utilizado.
Ao se analisar o questionamento feito, o que é essencial e
indispensável para o profissional da Engenharia Química, para atuar dentro
da produção de bioquerosene e torná-la viável no Brasil, fica em cargo
deste acompanhar as etapas de refinaria da biomassa e analisar possíveis
mudanças que podem ser feitas para a produtividade ficar equivalente a do
querosene. O Engenheiro Químico também é responsável em efetuar
pesquisas e possibilidades para minimizar o custo da BioQav.
Na proposta de resolução do problema, estipulou-se três hipóteses
que passam a ser discutidas.
Na primeira hipótese, indicou-se que o essencial e indispensável
para o profissional da Engenharia Química para aumentar a produção de
bioquerosene no Brasil, precisa avançar em sua capacidade tecnológica
dentro das indústrias para produzir em larga escala a bioquerosene.
É evidente que para se refinar um produto em biocombustível
precisa-se de uma boa qualidade tecnológica, porém este não é a única
coisa que importa ao fazer um bicombustível como a bioquerosene. Tem
que se pensar no custo final do produto no mercado, sua viabilidade e
competição com outros combustíveis utilizados. As tecnologias dentro das
indústrias de refinarias brasileiras são de ótima qualidade, considerando
que a produção de etanol é feita em larga escala e utilizada na maior parte
dos carros. Logo, avançar a tecnologia poderia sim ajudar os Engenheiros
Químicos em aumentar a produção, mas não resolveria o problema em si.
Na segunda hipótese formulada, é baseada no fato de que a
produção de bioquerosene no Brasil já é avançada e não precisa de
alterações
Além do Brasil possuir tecnologia suficiente para a produção de
bioquerosene, ela não é avançada nem utilizada pelas indústrias, pois o
Brasil possuindo biomassa e tecnologia para a produção avançada de
BioQav, ainda não tem os investimentos corretos para explorar a biomassa

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O problema que o Brasil enfrenta é mercadológico, pois o custo de


produção da bioquerosene é alta, devido as longas distâncias das
indústrias de refinaria, dos pontos de coleta de biomassa e também dos
aeroportos. Devido a estas distâncias e do alto custo, o Engenheiro
Químico ficou limitado e não conseguindo desenvolver novos métodos para
aumentar a produtividade, com isso a produção fica inviável.
Logo, para a produção de bioquerosene se tornar viável no Brasil,
ainda se precisa fazer diversas alterações logísticas e investimentos na
área.
Na terceira hipótese, foi formulada no pensamento de necessidade
do governo em promover incentivos fiscais e investir nos profissionais da
Engenhara Química para aplicar pesquisas e aumentar a produtividade da
bioquerosene, se o governo não faz investimentos nem isenta as
instituições privadas de impostos para a produção de bioquerosene, ou traz
a produção próximo as refinarias e aeroportos, a produção não irá avançar.
Nesta hipótese, diz que para a produção da bioquerosene se tornar
realidade no Brasil, é essencial e indispensável o investimento nos
profissionais da Engenharia Química, para que estes façam novas
pesquisas sobre a produtividade das biomassas utilizadas e como
minimizar os custos de produção da mesma, tornando a bioquerosene
brasileira competitiva com outras disponíveis no mercado.
Ainda tem a necessidade do governo em promover incentivos fiscais
para indústrias de refinaria, isso seria isentar estas indústrias de impostos
cobrados sobre a refinação da biomassa e sobre a utilização do local, com
isso novas indústrias ficariam interessadas na refinaria da bioquerosene
aumentando a produtividade dela no Brasil.
Ademais, deve-se arrumar a questão logística da produção de
bioquerosene, como foi dito por Pedro Scorza no Canal-Jornal de
Bioenergia, as indústrias de refinarias devem estar próximas das regiões de
coleta de biomassa, e estas por sua vez perto dos aeroportos.
Logo, com essas mudanças será possível tornar a produção de
bioquerosene no Brasil uma realidade, ajudando a economia brasileira e o
meio ambiente.
Assim, é essencial e indispensável para a produção de bioquerosene
no Brasil se tornar uma realidade, sobretudo, o investimento nos
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 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

profissionais da Engenharia Química, pois estes são os responsáveis pelas


etapas de refinação e por introduzir novos métodos de produção eficazes.
Também o governo ao fazer incentivos fiscais para as indústrias de
refinaria, irá ajudar a aumentar a produtividade da bioquerosene no país.
Logo, aplicações de investimento para o aumento da produtividade da
bioquerosene no Brasil em relação às normas convencionais de obtenção é
necessário para que se tenha um futuro na área de BioQav.
Das aplicações de investimento para o aumento da produtividade da
bioquerosene no Brasil em relação às normas convencionais de obtenção,
passa agora a descrever a metodologia utilizada na pesquisa.

5 Metodologia
Para a realização e cumprimento do objetivo da pesquisa, foi
utilizado como metodologia a pesquisa bibliográfica, tendo como princípio a
criação de um banco de dados, baseado no tema da pesquisa: Engenharia
Química na Aviação: aplicações de investimento para o aumento da
produtividade da bioquerosene no Brasil em relação às normas
convencionais de obtenção. Todas as referências utilizadas foram
disponibilizadas em artigos digitais no Google Acadêmico e em banco de
dados oficiais.
A metodologia é a base fundamental para a construção de qualquer
trabalho científico, ela dá o norte para o seguimento do trabalho e mostra
de forma eficaz como conduzir o mesmo, diferenciando de redações e
textos livres.
Em seu conceito a metodologia, de acordo com a Revista Gestão
Universitária:
A Metodologia Científica, como estudo dos procedimentos e técnicas da
investigação e trabalhos científicos, é o conjunto de definições,
procedimentos, rotinas, métodos e técnicas utilizados para a obtenção e
apresentação das informações desejadas.
Fonte: Revista Gestão Universitária. Metodologia cientifica em conceito e método.
Disponível em: http://gestaouniversitaria.com.br/artigos/metodologia-cientifica-em-
conceito-e-metodo#:~:text=Numa%20defini%C3%A7%C3%A3o%20em%20sentido
%20amplo,que%20busca%20um%20determinado%20conhecimento.&text=Assim
%2C%20a%20efici%C3%AAncia%20de%20um,depende%20de%20m%C3%A9todos
%20e%20t%C3%A9cnicas. Acesso 25 maio 2021.

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Observa-se que todos os procedimentos, métodos de pesquisa para


a formação do trabalho científico são essenciais para a ciência em si,
garantindo qualidade e manejo direcionando o trabalho científico.
Logo, a metodologia aplicada foi a pesquisa bibliográfica e
documental
Em notícia publicada pela Universidade Estadual de Goiás, explica o
conceito de pesquisa bibliográfica:
A Pesquisa Bibliográfica compreende o levantamento de toda a bibliografia
já publicada em forma de livros, periódicos (revistas), teses, anais de
congressos, indexados em bases de dados em formato on-line ou cd-rom.
Sua finalidade é proporcionar ao aluno ou ao pesquisador o acesso à
literatura produzida sobre determinado assunto, servindo de apoio para o
desenvolvimento de trabalhos científicos e análise das pesquisas.
Para a elaboração de uma pesquisa bibliográfica é necessário seguir os
seguintes passos:
1) Escolha do assunto;
2) Identificação;
3) Localização;
4) Compilação;
5) Leitura;
Fonte: Universidade Estadual de Goiás. O que é Pesquisa Bibliográfica . Disponível
em: http://www.ueg.br/noticia/36347_o_que_e_pesquisa_bibliografica. Acesso em:
25 maio 2021.

Ao se analisar, pesquisa bibliográfica ou levantamento é o conjunto


de analises de livros, revisas, teses entre outros que servem como base
para trabalhos científicos, no qual precisa seguir passos para efetuar com
precisão a pesquisa bibliográfica.
Já na pesquisa documental, observa-se a explicação:
A Pesquisa Documental corresponde a toda informação coletada, seja de
forma oral, escrita ou visualizada. Ela consiste na coleta, classificação,
seleção difusa e utilização de toda a espécie de informações, compreendo
também as técnicas e os métodos que facilitam a sua busca e sua
identificação.
Para a pesquisa documental, considera-se documento qualquer informação
sob a forma de textos, imagens, sons, sinais em papel/madeira/pedra,
gravações, pinturas, incrustações e outros.
Fonte: Fachin Odilia. Fundamentos da Metodologia. 5ª ed . Disponível em:
http://maratavarespsictics.pbworks.com/w/file/fetch/74302802/FACHIN-Odilia-
fundamentos-de-Metodologia.pdf. Acesso em: 25 maio 2021.

A partir dessas informações passou a seguir a construção do banco


de dados e construir a pesquisa.

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Esse artigo teve como metodologia a pesquisa bibliográfica e


documental. Porém primeiro teve a decisão acerca do tema da pesquisa e
objeto de estudo, no qual é a bioquerosene.
Esta ideia sobre bioquerosene partiu do interesse pessoal do autor
da pesquisa, no qual tem grande interesse em trabalhar na área, logo
passou a ver se seria viável esta ideia de pesquisa, livros, artigos e
propostas diferentes disponíveis para a construção do banco de dados. Ao
incluir a Engenhara Química, atingiu-se o tema e o objeto de estudo, no
caso a produção de bioquerosene. Passando a se analisar qual seria o
problema e a solução possível.
O problema se deu nas Inaplicações de Investimentos para o
aumento da Produtividade da Bioquerosene no Brasil em Relação às
Normas Convencionais de Obtenção. Já a solução seria a Aplicações de
Investimentos para o aumento da Produtividade da Bioquerosene no Brasil
em Relação às Normas Convencionais de Obtenção.
Após a criação da proposta, se iniciou o banco de dados, no qual é
essencial para analisar a viabilidade da proposta, tendo opções de artigos
suficientes para a produção da pesquisa.
Ao iniciar a pesquisa bibliográfica, foi pesquisada dentro de
diferentes sites, como o Google Acadêmico, SciELO Artigos e bibliotecas
digitais. Dentro do Google Acadêmico foi retirado a maioria das referências
utilizadas nessa pesquisa.
A respeito da pesquisa documental, foi feita no site oficial
responsável sobre biocombustíveis, o RenovaBio (Política Nacional de
Biocombustíveis), e no site da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis).
Para confirmar a viabilidade, foi selecionado o banco de dados
específico, analisando o título e o resumo dos artigos, passando depois por
uma leitura objetivada e fichamento.
O próximo passo foi a construção do título e subtítulo, no qual o
primeiro e sobre a área do objeto de estudo e no segundo a solução do
problema.
Depois da confirmação do título e subtítulo, foi feito o resumo,
seguindo os padrões da ABNT NBR 6028, na qual é dividida em cinco: 1)
contexto – indicando o título e subtítulo; 2) objetivo – com verbo no
57
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

infinitivo; 3) metodologia – descrever como elaborou a pesquisa do tema; 4)


os resultados – encontrados na pesquisa bibliográfica; 5) as conclusões –
que se pode inferir dos resultados obtidos.
Em seguida foi feita a introdução, dividindo em 12 parágrafos
explicando de modo resumido as etapas da pesquisa, e passando para os
próximos tópicos seguindo o sumario, as orientações e balizamentos
estabelecidos.
Partindo para a próxima parte, discutiu-se acerca do título da
proposta, Engenharia Química na Aviação, começando com o balizamento
do resumo e separando três citações importantes para apresentar o tema
ao leitor e introduzi-lo à bioquerosene.
A seguir, discorre sobre o problema da pesquisa em questão, na qual
são as Inaplicações de Investimentos para o aumento da Produtividade da
Bioquerosene no Brasil em Relação às Normas Convencionais de
Obtenção, que foi feito balizando o problema mostrado na introdução,
discorrendo sobre ele e separando uma citação retirada do banco de dados
para expor o problema.
Ao apresentar e discorrer sobre o título e o problema, iniciou-se a
comentar sobre o subtítulo: Aplicações de Investimento para o Aumento da
Produtividade da Bioquerosene no Brasil em Relação às Normas
Convencionais de Obtenção. Como feito em todos os outros tópicos, foi
feito o balizamento do resumo para começar a comentar. Na introdução foi
apresentada de forma breve três hipóteses formuladas para a solução do
problema, onde as duas primeiras eram falsas e a última a verdadeira e
correta para solucionar a problemática. Nesse tópico foi falado mais a fundo
sobre as hipóteses, retomando todas e explicando o porquê de as duas
primeiras estarem erradas e a última estar certa.
Fazendo o tópico da metodologia, explicando passo a passo do
processo de produção da pesquisa, explicando como foi feito, a separação
dos tópicos e do banco de dados.
No tópico 6, dos resultados, balizou-se o texto do resumo e separou
as principais citações presentes no banco de dados, nas quais falam sobre
a importância do investimento no profissional da Engenharia Química, para
avançar a produção da bioquerosene no Brasil.

58
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Partindo agora para as discussões, fazendo a retomada geral de


todos os tópicos, discorrendo agora, tendo toda a informação disponível,
nos quais garantiram a resolução dos resultados
Finalizando, tendo as conclusões da pesquisa, apresentando o que
se pode concluir com a informação disponibilizada pela pesquisa
bibliográfica e sobre o futuro da bioquerosene no Brasil.
Assim, a metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica e
documental, na qual foi produzida a partir da construção de um banco de
dados, sendo um elemento essencial para a compreensão sobre os
conceitos de bioquerosene e a dinâmica da problemática. A pesquisa
bibliográfica foi fulcral para o entendimento acerca de bioquerosene e
entender sobre sua produção e atuais problemas. Já a pesquisa
documental foi necessária para entender sobre o que é um biocombustível
e as leis para utilizá-lo.
Visto isso, passa agora a discursar sobre os resultados encontrados
a partir do banco de dados.

6 Resultados
Nesse tópico contém a representação do que foi encontrado dentro
do banco de dados, apresentando os principais resultados encontrados,
indicando dados relevantes para a compreensão do tema e de como
resolver.
Para se entender como fazer de forma exemplar o tópico de
resultados, tomou-se como base o texto de Mauricio Gomes Pereira,
Professor da UNB, em: A seção de resultados de um artigo científico.
O propósito da seção de resultados, como o próprio nome indica, é revelar
o que foi encontrado na pesquisa. Essa parte do artigo estará composta
dos dados relevantes obtidos e sintetizados pelo autor. Primeiramente,
apresentam-se as características dos sujeitos do estudo. São informações
demográficas, socioeconômicas, clínicas ou de outra natureza que
descrevem o grupo ou os grupos estudados. O leitor, ao inspecionar esses
dados, poderá verificar se os procedimentos de seleção adotados
produziram a amostra adequada para o estudo ou, no caso de estudos
analíticos, se os grupos são comparáveis. Outra conduta recomendada,
para compor a parte inicial da seção de resultados, é relatar como se
chegou à amostra final utilizada na análise dos dados.

59
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Após a apresentação de detalhes descritivos da amostra investigada, tem


lugar a especificação dos resultados principais obtidos. Resultados
principais são os diretamente relacionados ao objetivo do artigo. Se esse
objetivo puder ser transformado em pergunta, tem-se nesta parte do texto a
resposta a essa pergunta. O autor revelará o que encontrou, na forma mais
adequada de apresentação: diferenças de médias, medidas de associação
(risco relativo, razão de chances, razão de prevalências) ou o que for mais
apropriado para expressar os resultados. Na sequência, há ainda lugar
para expor os achados secundários relevantes ou inesperados que
mereçam menção.
Fonte: Gomes Pereira Mauricio. A seção de resultados de um artigo científico .
Disponível em: http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-
49742013000200017. Acesso em: 1 jun. 2021.

O autor traz pontos crucias para a formulação do tópico de


resultados, onde não deve trazer apenas os principais resultados, mas
também pontos e características importantes do objeto de estudo no qual
ajudaram a chegar no resultado da pesquisa feita. Ele também fala sobre o
leitor, no qual os resultados devem ser colocados de forma correta e
coerente para que o leito possa compreender sem tem que voltar no texto.
Para entender o papel do Engenheiro Químico na produção de
bioquerosene, analisa-se as competências e habilidades do profissional da
Engenharia Química, apresentado pela UNICAMP na descrição do curso.
O engenheiro químico é um profissional capaz de atuar em projeto,
construção e operação de uma planta industrial, na qual materiais sofrem
transformações químicas, físicas e/ou biológicas. Ele deve atuar com
criatividade, tendo como ramo de conhecimento especial o
desenvolvimento de um processo a partir de estudos feitos em laboratório
até a sua produção em larga escala. O curso de Engenharia Química da
Unicamp visa a formar profissionais com um perfil generalista, capazes de
atuar nas diversas etapas de um processo industrial, desde a sua
concepção, projeto de equipamentos, operação e controle dos processos e
controle de qualidade dos produtos até segurança e meio ambiente. Ele
também é responsável pela redução do consumo de matérias-primas e
energia, redução da geração de efluentes e a maximização dos lucros,
visando sempre a alternativas para obter produtos de maior qualidade,
operando processos mais eficientes, com um menor custo e dentro das
normas ambientais impostas pela legislação. As atividades profissionais do
engenheiro químico estão intrinsecamente ligadas a aspectos científicos,
econômicos e sociais.
Fonte: UNICAMP. Engenharia Química. Disponível em:
http://www.upa.unicamp.br/engenharia-quimica. Acesso em: 1 jun. 2021.

Como visto, a Engenharia Química trabalha em uma ampla área de


projetos, sendo uma delas a Química Verde, onde a redução dos impactos

60
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

ambientais é o principal foco. Ainda, o profissional da Engenharia Química


é responsável pela elaboração dos processos industriais em geral, como o
projeto, operação e controle. Nesse sentido, o Engenheiro Químico é
essencial para a produção e evolução da bioquerosene no Brasil.
Agora sobre a questão da bioquerosene, tem a notícia publicada pelo
Canal Jornal da Bioenergia: Bioquerosene é alternativa mais eficiente para
neutralizar carbono. Com falas de Pedro Scorza, Aguinaldo Diniz, Ana
Paula Machado, Rogério Benevides e Donizete Tokarski:
Responsável por 2% das emissões globais de gases de efeito estufa
(GEE), o setor de aviação busca soluções para se descarbonizar e cumprir
os acordos firmados internacionalmente para conter o aumento da
temperatura do planeta. “A forma mais efetiva de neutralizar e reduzir
essas emissões é o uso de biocombustível”, avalia o diretor de
Biocombustíveis de Aviação da União Brasileira do Biodiesel e
Bioquerosene (Ubrabio), Pedro Scorza. O papel de destaque que
assumimos nas questões climáticas nos trazem diversas vantagens. É
exatamente esse protagonismo que nos leva a atrair investimentos em
projetos de diferentes setores relacionados à produção de
biocombustíveis”, afirmou Aguinaldo Diniz, durante o evento.
A concretização do plano de longo prazo para o desenvolvimento dos
biocombustíveis de aviação no Brasil pode gerar investimentos de R$ 1
bilhão a R$ 5 bilhões em refinarias para produção de bioquerosene, e 60
mil empregos diretos, nos próximos anos. A estimativa foi apresentada pela
Ubrabio ao Ministério de Minas e Energia (MME), para subsidiar a
estruturação do programa RenovaBio. “Temos no Brasil uma situação
diferenciada de outros países. Para muitos, o cumprimento das metas de
descarbonização servirá como uma punição. Já no Brasil temos a grande
oportunidade de fomentar a indústria de biocombustíveis gerando emprego,
renda, investimentos e desenvolvimento tecnológico. Segundo Donizete
Tokarski o desafio é estabelecer a concorrência com o querosene fóssil.
Promover a viabilidade econômica da produção”, destacou. Segundo Ana
Paula Machado, coordenadora-geral de Serviços Aéreos Internacionais da
Secretaria Nacional de Aviação Civil, emitir GEE vai ficar mais caro para o
setor aéreo e os biocombustíveis de aviação precisam estar disponíveis em
escala comercial até 2035. “É preciso estabelecer um plano de negócios”,
“A eficiência é intrínseca à aviação. Não há muito mais o que avançar. O
bioquerosene é, então, a única solução [para reduzir emissões], mas
precisa ser viável economicamente”, comentou Rogério Benevides.
Fonte: Canal Jornal Bioenergia. Bioquerosene é alternativa mais eficiente para
neutralizar carbono. Disponível em:
https://www.canalbioenergia.com.br/bioquerosene-e-alternativa-mais-eficiente-para-
neutralizar-carbono/. Acesso em: 1 jun. 2021.

Analisando o que foi dito por estes especialistas, a introdução da


bioquerosene no país seria não só de ajuda para o meio ambiente,
61
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

reduzindo a emissão de gases do efeito estufa, mas também para a


população, na qual o projeto comentado conseguiria mais de 60 mil novos
empregados no Brasil, no qual sofre alto índice de desempregados.
Logo, partindo de investimentos do governo em cima das refinarias
de biocombustível, trazendo-as para próximo dos aeroportos e também das
biomassas, por questões logísticas, a bioquerosene poderia competir com o
combustível fóssil utilizado. Também como dito pela Ana Paula Machado no
texto acima, daqui alguns anos emitir GEE será de alto custo para as
empresas, tendo não apenas impostos como novas leis sobre. Então a
alternativa com maior eficiência é o investimento para aumentar a produção
de bioquerosene no Brasil.
Ainda é importante compreender os desafios que serão enfrentados
para conseguir aumentar a produção da bioquerosene no Brasil, analisando
o documento técnico: Biocombustíveis aeronáuticos: progressos e desafios,
feito pela CGEE (Centro de Gestão e Estudos Estratégicos), com os
autores Marcio de Miranda Santos, Luiz Augusto Horta Nogueira, Edson
Sousa Palhares, Marcelo Khaled Poppe, Mayra Juruá G. Oliveira e Olivia
Felício Pereira:
Nesse sentido, apesar do Brasil contar com uma relevante história no
desenvolvimento de tecnologias para a produção e uso de biocombustíveis
líquidos, com uma ampla base industrial para a produção de etanol e
biodiesel, deve-se contar com prudência as perspectivas de adoção regular
e massiva de biocombustíveis no mercado de transporte aéreo, pois são
limitadas. Possibilidades concretas de expansão rápida no curto prazo.
Com efeito, sem decididos esforços em pesquisa e desenvolvimento, nos
campos agrícola e industrial, que aperfeiçoem e assegurem a
sustentabilidade dos processos de produção, as expectativas geradas
pelas diversas iniciativas relatadas neste Documento Técnico são
insuficientes para conduzir à efetiva implantação de um mercado de
biocombustíveis aeronáuticos.
Entre os desafios que deverão ser enfrentados para a concreta
viabilização dos biocombustíveis aeronáuticos, incluindo o desenvolvimento
de um mercado internacional, destacam-se: • A necessidade desses
biocombustíveis apresentarem elevada densidade energética (da ordem de
42.8 MJ/kg) e atender a especificações rigorosas de qualidade, como
temperaturas de congelamento inferiores a -47°C, com aditivação
específica e baixa formação de depósitos nas partes quentes dos
propulsores. • A necessidade dos processos de produção apresentarem
bons indicadores de sustentabilidade ambiental, que impõem boas
produtividades em termos de litros de combustível por área cultivada, e
energia e água consumidos na produção, além de adequados fatores de
mitigação das emissões de GEE em comparação ao combustíveis
62
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

convencionais. • A necessidade dos produtos finais alcançarem níveis


mínimos de competitividade econômica, de modo a não dependerem
excessivamente de mecanismos de suporte e subsídios. • A redução do
elevado protecionismo existente no mercado de biocombustíveis,
equiparados aos demais produtos agrícolas em especial alimentares e
sujeitos a altas barreiras tarifárias que promovem produtos ineficientes e
dificultam a expansão da comercialização de produtos sustentáveis.
Além dos desafios citados acima, merece particular atenção as matérias-
primas a serem utilizadas. Os biocombustíveis aeronáuticos têm sido
propostos frequentemente associados a cultivos inovadores (pinhão-
manso, camelina, algas, etc.), que apresentam um bom potencial, contudo,
são pouco conhecidos, com aspectos agronômicos ainda a serem
determinados e uma limitada base de germoplasma. Obter informações
consistentes nesses campos exige tempo e dinheiro, sem a garantia de
resultados positivos que confirmem a viabilidade do uso desses cultivos
como fonte de energia.
Nesse sentido, se efetivamente se pretende obter soluções viáveis em
alguns anos e não em décadas, devem ser também considerados os
cultivos com sistemas de produção já estruturados e com suficiente escala
produtiva, que vêm sendo utilizados para a produção de bioetanol em
muitos países. Em qualquer contexto, a produtividade ambiental é decisiva:
fazem sentido, inclusive assegurando sua necessária compatibilidade com
a produção de alimentos, apenas as espécies que apresentem alta
produção por unidade de área, por unidade de energia consumida e por
volume de água utilizado. Finalmente, cabe reiterar que a possibilidade de
que seja adotada a cobrança de uma taxa associada às emissões de
carbono fóssil nas viagens aéreas tende efetivamente a sinalizar um
aumento no custo de operação das empresas aéreas e pode representar
um fator importante para promover a superação desses desafios.
Fonte: CGEE, Marcio de Miranda Santos, Luiz Augusto Horta Nogueira, Edson
Sousa Palhares, Marcelo Khaled Poppe, Mayra Juruá G. Oliveira, Olivia Felício
Pereira. Biocombustíveis aeronáuticos: progressos e desafios. Disponível em:
https://www.cgee.org.br/documents/10195/734063/biocombustiveis_aeronauticos_24
012011_9559.pdf/378f8f90-fa5c-4e0c-aad7-7adcbf607063?version=1.5. Acesso em:
1 jun. 2021.

Ao analisar a citação, encontra-se a maioria dos problemas


relacionados a produção de bioquerosene no Brasil. Tendo em vista que
não tem ao certo um biocombustível aeronáutico com a densidade
energética requerida, a necessidade de pesquisas na área é essencial.
Ademais, se discorre ainda da competitividade e o alto protecionismo e
barreiras tarifárias em cima dos biocombustíveis, estes fatores interferem
diretamente no problema mercadológico enfrentado pela BioQAV, pois seu
alto custo de produção e de impostos durante o trajeto para refinarias e
aeroportos tornam seu uso inviável dentro da aviação.

63
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Entretanto, o artigo também fala sobre possíveis formas de


solucionar o problema. Analisando o texto, para a bioquerosene ser viável
no território Brasileiro, sua produção deve ser de mesma escala do
bioetanol, com sistemas de produção já estruturados e larga escala
produtiva, ao trazer as indústrias de refinaria para perto das biomassas e
acabando com o protecionismo existente, o preço de produção abaixaria e
tornaria seu uso viável. Ainda tem que aplicar investimento para se
descobrir acerca dos métodos de produção e a melhor forma de extrair o
óleo vegetal das biomassas. E também a cobrança de impostos sobre a
emissão de GEE nas viagens áreas faria pressão nos centros de pesquisas
para estudarem sobre a bioquerosene e para começar a utilizá-la nas
viagens aéreas.
Também deve-se compreender também como se tem a obtenção da
bioquerosene e como melhorá-la, logo analisa a pesquisa Obtenção de
Bioquerosene de Pinhão Manso (Jatropha curcas L.) e suas Misturas ao
Querosene Fóssil. Feita por Carolline Rodrigues Ranucci Helton José Alves,
Camila da Silva, Camila da Silva, Kátia Andressa dos Santos, Reinaldo
Aparecido Bariccatti e Edson Antonio da Silva.
Bioquerosene de aviação é “substância derivada de biomassa renovável
que pode ser usada em turborreatores e turbopropulsores aeronáuticos ou,
conforme regulamento, em outro tipo de aplicação que possa substituir
parcial ou totalmente o combustível de origem fóssil”. A utilização de
bioquerosene poderia reduzir as emissões dos gases causadores do efeito
estufa em até 80% (Ubrabio, 2012). O bioquerosene pode ser obtido
através de diversos métodos, dentre os quais se destacam: o
craqueamento térmico (pirólise), gaseificação e síntese catalítica por
FischerTropsh, transesterificação e hidroprocessamento (Baroutianet al.,
2013). Dentre as espécies oleaginosas cultiváveis no Brasil, o pinhão-
manso (Jatrophacurcas L.) é uma das mais promissoras para a produção
de biocombustíveis, inclusive para a obtenção do bioquerosene, pelo seu
potencial de rendimento de grãos e pela qualidade de seu óleo, podendo
ser cultivado em solos muito pobres ou terras ociosas (Teixeira, 2005).
Vários estudos têm sido realizados para converter óleo de pinhão-manso
em um biocombustível renovável (Zou e Lei, 2012).
O óleo de pinhão manso (Jatrophacurcas L.) apresenta-se como uma
importante matéria-prima para a produção de bioquerosene, em virtude da
quantidade de óleo presente nas sementes e pelo perfil de ácidos graxos.
O processo de destilação mostrou eficiente, aumentando a quantidade dos
ácidos graxos de cadeia com até 16 átomos de carbono, passando de
15,22% para 33,87%. Pode-se melhorar essa concentração mantendo-se
diferentes condições de temperatura e pressão. O óleo de pinhão-manso
além de apresentar essas características apresenta a vantagem de não

64
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

competir com a área alimentícia e pode ser uma alternativa para a


produção de biocombustíveis como a bioquerosene.
Fonte: Rodrigues Ranucci, C., Alves, H. J., da Silva, C., Monteiro, M. R., dos
Santos, K. A., Bariccatti, R. A., & da Silva, E. A. (2015). Obtenção de Bioquerosene
de Pinhão Manso (Jatropha curcas L.) e suas Misturas ao Querosene Fóssil .
Revista Tecnológica , 43-52. https://doi.org/10.4025/revtecnol.v0i0.25927. Acesso
em: 1 jun. 2021.

Como visto, a maioria da produção de bioquerosene é feita através


da transesterificação, hidroprocessamento, craqueamento térmico e
gaseificação. Esses processos são conhecidos e dominados por
Engenheiros Químicos. O Pinhão Manso é a melhor e importante matéria-
prima para se produzir bioquerosene, sendo ele eficiente para a mistura
com a Querosene, já que ainda não se tem um motor que consegue
funcionar com 100% de BioQav.
Sendo o Engenheiro Químico indispensável para a produção de
bioquerosene, investir nele para aplicar novas pesquisas sobre o pouco
conhecido Pinhão Manso (Jatrophacurcas L) e em melhoria dos processos
de produção, o problema mercadológico seria resolvido de forma eficaz.
Desta forma, os resultados obtidos através da formulação do banco
de dados foram que a aplicação de investimentos nos profissionais da
Engenharia Química, para estes aplicarem pesquisas sobre as formas de
obtenção da bioquerosene, em especial do Pinhão Manso, e estudares
quais os melhores métodos de produção para a BioQAV. A aplicação de
investimento também deve se direcionar para a mudança das industrias de
refinaria para perto das biomassas e dos aeroportos, anulando ou
diminuindo as tarifas cobradas. Com isso conseguindo tornar a produção de
bioquerosene competitiva com as normas convencionais.
Assim, os resultados encontrados a partir da pesquisa bibliográfica e
documental, formulando um banco de dados, indicam que com a aplicação
de investimentos, tanto no profissional da Engenharia Química e nas
indústrias de refinaria trazendo-as para próximo das biomassas e
aeroportos, junto com a isenção de taxas alfandegarias e do protecionismo,
ajudariam a produção de bioquerosene no Brasil aumentar em relação às
normas convencionais de obtenção de combustível, com a bioquerosene
seguindo os protocolos da RenovaBio (Política Nacional de
Biocombustíveis) e da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis) sua utilização na aviação se tornaria viável e sem
aumentar o custo das passagens.

65
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Após apresentar os principais resultados obtidos através do banco de


dados, parte agora para a discussão.

7 Discussão
O tópico da discussão é no qual o autor da pesquisa dialoga com os
dados, citações e resultados. Com isso ele da base para o entendimento
central da pesquisa e apontando, de forma argumentativa e crítica, os
elementos mostrados no decorrer da pesquisa, firmando o ponto de vista do
autor.
Logo, a Discussão em um artigo científico de acordo com Mauricio
Gomes Pereira, Professor da UNB, em: A secção de discussão de um
artigo científico.
A discussão é o local do artigo que abriga os comentários sobre o
significado dos resultados, a comparação com outros achados de
pesquisas e a posição do autor sobre o assunto. Uma discussão sem
estrutura coerente desagrada, daí a conveniência de organizar os temas
em tópicos. Estrutura passível de ser utilizada consta do quadro. Cada um
dos tópicos informa sobre uma faceta da discussão e seu conjunto fornece
os subsídios para se julgar a adequação dos argumentos, da conclusão e
de todo o texto. Maneira conveniente de iniciar a Discussão consiste em
realçar, com poucas palavras, os achados mais importantes ou os
conhecimentos novos desvendados pela pesquisa.4, p. 104 Essa síntese,
útil em relatos complexos, é omitida nos textos curtos. Após essa parte
inicial, comenta-se o método empregado, de modo que o autor informe
quão válida a pesquisa lhe parece.4, p.105 Considera-se boa prática o
próprio autor apontar as carências em vez de omiti-las propositadamente, à
espera de que passem despercebidas. Limitações importantes não
assinaladas no texto diminuem a credibilidade da investigação. Merecem
ser apontadas as limitações que possam influenciar substancialmente os
resultados e alterar as conclusões da investigação. Essas limitações estão
relacionadas ao tipo de delineamento empregado ou a detalhes da própria
investigação. Também são comentados aspectos positivos, entre os quais
as providências adotadas para neutralizar as limitações, para contorná-las
ou estimar sua influência nos resultados. O relacionamento dos achados da
investigação com o conhecimento relevante, disponível no momento da
redação do artigo, é outro tópico a incluir.4, p.108. A interpretação de
comparações entre estudos é problemática na presença de diferenças
metodológicas. Só há sentido em comparar frequências quando produzidas
de maneira semelhante. Se, em uma pesquisa, os dados forem obtidos por
entrevista e, em outra, pela verificação de prontuários, as diferenças
encontradas podem refletir apenas a forma de coleta de dados. Muitos
outros fatores explicam a variação de resultados alcançados por diferentes

66
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

investigações, entre os quais se encontram os tipos de delineamento, os


cenários em que as pesquisas se realizam, os critérios de classificação
para incluir ou excluir pacientes da casuística, as definições de variáveis,
as características dos grupos estudados, o teor das intervenções (dose,
duração) e o tamanho de amostra. Assim, as especificidades e a qualidade
dos trabalhos, suas limitações e seus aspectos positivos são levados em
conta na referência a outros artigos, presente na discussão. O leitor se
beneficiará ao se familiarizar com as revisões sistemáticas, especialmente
nos aspectos concernentes à reunião, avaliação e classificação da
qualidade dos artigos. O confronto de dados entre estudos
metodologicamente homogêneos permite concluir, com maior convicção, se
os resultados da literatura concordam ou não com os da investigação que
se relata. Quando os resultados apontam para a mesma direção, a
discussão é mais simples de ser conduzida.
Fonte: Gomes Pereira Mauricio. A secção de discussão de um artigo científico.
Disponível em: http://scielo.iec.gov.br/pdf/ess/v22n3/v22n3a20.pdf. Acesso em: 8
jun. 2021.

O autor recomenda a realização do tópico da discussão separando-o


por partes, para que fique organizado de modo coerente para o leitor e de
beleza estética para o artigo. Ele diz para s iniciar retomando os pontos
marcantes da pesquisa, fazendo uma síntese das ideias marcantes
encontradas. Passando depois a apontar como foi produzida a pesquisa e
seu foco, apontado não só sobre como foi feito o artigo, mas também as
carências e limitações presentes. É importante para o autor também fazer
uma relação com os resultados encontrados e os textos disponíveis. Por
último, fazer revisões temáticas ajudara o leitor a se familiarizar com o
tema.
Vale relembrar que no tópico de discussão se consegue ver a
responsabilidade do autor com seu tema, mostrando seu ponto de vista
crítico e argumentativo ao problema em questão.
Segue agora a recuperar os seguintes pontos:
a) Engenharia Química na Aviação
A Engenharia Química foi um grande passo para a evolução das
industrias mundiais, pois antes não existia algum profissional com o mesmo
tanto de bagagem e de conhecimento como um Engenheiro Químico tem
hoje. Ele é responsável por administrar industrias, fazer gestão e logística
da mesma, automatizar ao máximo os processos unitários e estudar o
melhor jeito de conduzir a indústria.

67
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Dentro da aviação, a Engenharia Química entra com papel


fundamental, seja na produção de combustíveis para as aeronaves,
verificação do aço externo da aeronave entre outros. Porém, com o avanço
da Química Verde e estudos de maneiras para minimizar os prejuízos
causados ao meio ambiente pela ação humana, a criação de
biocombustíveis foi de extrema ajuda em diminuir a emissão de gases do
efeito estufa.
Os biocombustíveis no Brasil ficaram famosos bela alta capacidade
de produção e sua efetividade, com por exemplo o biodiesel. Já outros tipos
foram deixados de lado, não foi aplicado pesquisas a fundo nem
investimento na área, por exemplo o caso do substituto do querosene, a
bioquerosene.
Ao estabelecer a discussão sobre bioquerosene, o profissional da
Engenharia Química tem total conhecimento sobre os processos unitários
necessários para a refinaria da biomassa e sobre as questões logísticas
necessárias para introduzi-la no mercado. Como ainda não tem
conhecimento suficiente acerca da bioquerosene, a aplicação de novos
investimentos seria essencial para conseguir aumentar o discernimento
sobre a BioQAV e diminuir a emissão de GEE (Gases do Efeito Estufa).
Com isto, a questão da bioquerosene e estudos em cima de sua
produção e aplicação torna a Engenharia Química na Aviação necessária.
b) Inaplicações de Investimentos para o aumento da Produtividade
da Bioquerosene no Brasil em Relação às Normas Convencionais de
Obtenção
Contudo, as inaplicações de investimentos para o aumento da
produtividade da Bioquerosene no Brasil levam a crer a falta de vontade de
aprofundar no assunto e diminuir a emissão de GEE.
O problema investigado na pesquisa foi: O que é essencial e
indispensável para o profissional da Engenharia Química para que a
produção de bioquerosene no Brasil se tornar uma realidade?
Analisando a problemática, fica evidente que o papel do Engenheiro
Químico é indispensável para o avanço da bioquerosene, por ele possuir o
conhecimento sobre os processos necessários e a possibilidade de efetuar
pesquisas na área.

68
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Já na questão na viabilidade da bioquerosene no Brasil, devido à


falta de novos investimentos na área de bioquerosene, sua produção e
pesquisas ficaram estagnadas, pois, seu alto preço de produção e grandes
distancias entre as refinarias e aeroportos a questão mercadológica ficou
inviável.
c) Aplicações de Investimentos para o aumento da Produtividade da
Bioquerosene no Brasil em Relação às Normas Convencionais de Obtenção
Agora, percebendo-se a necessidade de aplicar investimentos no
profissional da Engenharia Química, para que assim, a produção de
bioquerosene se torne tão produtiva quanto às normas convencionais de
obtenção. O problema atual da bioquerosene é sua questão logística,
mercadológica e a falta de informações sobre ela, tendo que aplicar novas
pesquisas sobre a BioQav, trazer as refinarias para perto das biomassas e
também dos aeroportos, minimizando os gastos com transporte.
O Engenheiro Químico teria este papel principal na solução do
problema, pois ele é ensinado sobre gestões de industrias e logísticas
básicas para funcionamento industrial e também conhecimento a fundo
sobre os processos de refinaria, no qual ele seria essencial e indispensável
para efetuar pesquisas e trabalhar nas refinarias.
Logo o investimento seria fulcral para aumentar a produtividade da
bioquerosene no Brasil em relação as normas convencionais de obtenção.
d) Metodologia
Para a metodologia, foi feita uma pesquisa bibliografia e documental,
na qual permitiu maior conhecimento sobre o tema, podendo analisar
melhor o problema e também os resultados encontrados, conduzindo o
artigo de forma inteligente e conectiva.
Com a formação do banco de dados, onde foi colocado os principais
artigos utilizados como base, foi de extrema importância para conseguir
construir de forma coerente o artigo, focando no objetivo e na resolução do
problema.
e) Resultados
Na formulação dos resultados da pesquisa nos quais foram
separados do banco de dados, conseguiu chegar que o investimento no

69
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Engenheiro Químico é necessário para aumentar a produção da


bioquerosene no Brasil em relação às normas convencionais de obtenção.
Os problemas enfrentados pela bioquerosene passam tanto de
problemas logísticos, pois a refinaria está longe dos aeroportos e da
biomassa, tanto problema de falta de conhecimento sobre o material. Ao
analisar o banco de dados e todas as pesquisas já formuladas, chegou-se
que é indispensável novas pesquisas sobre a produção de bioquerosene,
mesmo com o Pinhão Manso tendo grande efetividade quando misturado
com o querosene, como visto na pesquisa Obtenção de Bioquerosene de
Pinhão Manso (Jatropha curcas L.) e suas Misturas ao Querosene Fóssil,
pode-se extrair outros conhecimentos e estudos sobre ele, para conseguir
aumentar sua efetividade.
Também, deve-se acabar com o protecionismo e as altas barreiras
tarifárias existentes sobre o transporte da bioquerosene, estes deixam o
transporte do biocombustível caro, ocasionando em um problema
mercadológico. Ao isentar industrias das tarifas de transporte irá diminuir o
preço final da bioquerosene.
Ademais, a aplicação de investimentos nos profissionais da
Engenharia Química para eles estudarem e aperfeiçoarem os processos
unitários da refinaria e também para mover as indústrias de refinaria para
próximo das biomassas e dos aeroportos conseguiria resolver o problema
logístico atual e por consequência diminuir o preço da bioquerosene,
ficando viável para as empresas aéreas comprarem a BioQav.
Caso ainda as empresas se recusarem a utilizar a mistura de
bioquerosene com querosene, cobrar impostos sobre a emissão de GEE
seria uma alternativa a ser tomada.
Logo, quanto mais cedo reconhecer a necessidade do Brasil de
investir em métodos renováveis de produção e ajudar a minimizar a
poluição, conseguirá compreender que aplicar investimento na área de
bioquerosene será de extrema ajuda, tanto para a economia, onde o Brasil
servirá de exemplo sustentável para o resto do mundo, quanto para o meio
ambiente ao diminuir a emissão de gases. Sendo essas ideias extraídas
dentro do banco de dados, escolhidos de forma previa, possibilitando está
visão teórica e crítica.
Pode concluir que a Engenharia Química na Aviação atua em
diversas área, focando nessa pesquisa em especial na parte da Química
70
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Verde, onde entende a aplicação de investimentos para conseguir aumentar


a produção da bioquerosene.
Funda-se a Engenharia Química na Aviação, como o estudo de
métodos e pesquisas para a produção de bioquerosene.
O problema da pesquisa é: O que é essencial e indispensável ao
profissional da Engenharia Química para a produção de bioquerosene no
Brasil se tornar uma realidade?
A solução da problemática seria a necessidade do governo em
promover incentivos fiscais e investir nos profissionais da Engenhara
Química para aplicar pesquisas e aumentar a produtividade da
bioquerosene, se o governo não faz investimentos nem isenta as
instituições privadas de impostos para a produção de bioquerosene, ou traz
a produção próximo as refinarias e aeroportos, a produção não irá avançar.
Percebendo o potencial produtivo da bioquerosene no Brasil, ao se
analisar as formas possíveis de obtenção da bioquerosene, como o Pinhão
Manso e Algas, conseguir novos investimentos seria fácil.
O objetivo de apontar o potencial produtivo de bioquerosene no
Brasil, conseguindo mostrar os benefícios causados por investir na mesma.
Pois foi mostrado que ao investir na produção da bioquerosene, conseguirá
diminuir os impactos ambientais causados pela aviação.
O papel do profissional da Engenharia Química é aplicar pesquisas e
aperfeiçoar os processos unitários da refinaria da bioquerosene, estudando
qual seria a melhor forma de obtenção da bioquerosene e vendo sua
viabilidade ao misturar com a querosene e também procurando maneiras
avançadas para automatizar as refinarias, para que com isto se tenha um
aumento na produtividade da bioquerosene em relação às normas
convencionais de obtenção.
Tendo em vista essas perspectivas sobre as responsabilidades do
Engenheiro Químico na aviação, obtêm-se que com a aplicação de
investimento nas áreas certas, trazendo as refinarias para perto das
biomassas e dos aeroportos, e investindo em pesquisas feitas por
engenheiros químico, a produtividade da bioquerosene aumentará no Brasil
e de forma análoga, diminuirá a emissão de gases do efeito estufa.
Assim, a discussão acerca da Engenharia Química na Aviação:
aplicações de investimento para o aumento da produtividade da
71
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

bioquerosene no Brasil em relação às normas convencionais de obtenção,


na qual foi baseada a partir de uma pesquisa bibliográfica e documental,
tendo o engenheiro químico papel fundamental para aumentar a
produtividade da bioquerosene no Brasil, pois ele é capaz de aplicar
pesquisas e estudar métodos diferentes e eficazes de produção, porém
depende de investimentos partidos seja do governo ou de instituições
privadas para que estes consigam fazer seu estudos de forma efetiva.
Passando agora da discussão para as conclusões da pesquisa.

8 Conclusões
Dentro da aviação, o engenheiro químico é de extrema importância
para minimizar os impactos ambientais causados pelo querosene, criando
métodos novos para a mistura de BioQav com QAV, mostrando também o
potencial bioenergético Brasileiro.
O profissional da Engenharia Química é essencial para a melhoria do
atual sistema de produção de bioquerosene, onde este pode aperfeiçoar os
processos unitários utilizados, fazendo a aplicação de pesquisas na área e
testes com diversos tipos de biomassa existentes, ajudando o meio
ambiente ao diminuir a poluição causada pela aviação, na qual sempre vai
ser utilizada no mundo globalizado. Sendo a BioQAV a melhor alternativa,
seguindo os padrões da ANP e legalizadas pela RenovaBio, para conseguir
um mundo sustentável.
Logo, a problemática estabelecida vai da inaplicação de
investimentos por parte do governo brasileiro, no qual não fazem
investimentos nos profissionais da Engenharia Química para aplicar novas
pesquisas sobre a bioquerosene e melhorar a produtividade dentro das
industrias. Desse modo, as inaplicações de investimento para aumentar a
produtividade da bioquerosene, impede o avanço da sustentabilidade no
Brasil, prevalecendo as normas convencionais de obtenção.
Para aumentar a produção de bioquerosene no Brasil, é essencial e
indispensável aplicar investimentos nos profissionais da Engenharia
Química, para que estes possam melhorar e otimizar as etapas de
produção da bioquerosene, como a refinação, e também aplicar pesquisas
para descobrir métodos de produção e biomassas eficazes. Ademais, o
governo deveria isentar as indústrias de refinaria de impostos, para que
72
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

estas possam ter faturamento suficiente para aumentar sua produção, indo
para próximo das biomassas e dos aeroportos.
Essas deduções que se deve aplicar investimento no Engenheiro
Químico, foram alcançadas a partir da pesquisa bibliográfica e documental,
criando um banco de dados, encontradas em especial no Google
Acadêmico e nos sites oficiais da RenovaBio e ANP.
Os resultados obtidos da pesquisa bibliográfica e documental,
separados na formação de um banco de dados, indicou que sem a
aplicação de investimento na área da bioquerosene e da aviação, seria
impossível tornar a BioQAV viável no Brasil.
Dessarte, é essencial e indispensável o investimento nos
profissionais da Engenharia Química, para estes fazerem pesquisas sobre
formas de obtenção de da bioquerosene e como melhorar a produtividade
dentro das refinarias, e também investir e incentivar as indústrias de
refinaria para irem para perto das biomassas e dos aeroportos. Para isso
deve isentar as indústrias de impostos e taxas alfandegarias de transporte,
para que a bioquerosene, seguindo os protocolos da RenovaBio (Política
Nacional de Biocombustíveis) e da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis), possa se tornar viável no Brasil sem mudar o
preço das passagens aéreas. Tonando a bioquerosene concorrente em
relação as normas convencionais de obtenção de combustível para aviação.
A discussão foi feita a partir do papel do engenheiro químico e seu
papel essencial para minimizar a emissão de GEE. Onde para o engenheiro
químico para conseguir necessita de investimentos, seja do governo ou de
instituições privadas, para conseguir fazer suas pesquisas e estudar
métodos diferentes e eficazes de produção, estando de acordo com as
legislações da ANP e da RenovaBio.
Nessa perspectiva, o objetivo inicial da pesquisa de mostrar o
potencial produtivo da bioquerosene no Brasil foi alcançado, mostrando as
diversas biomassas possíveis para produzir e a possibilidade de aumentar a
produtividade nas refinarias. Mostrando junto os benefícios causados por
investir na bioquerosene a longo prazo.
A pesquisa foi baseada na problemática: O que é essencial e
indispensável ao profissional da Engenharia Química para a produção de
bioquerosene no Brasil se tornar uma realidade?

73
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

É notório que é essencial e indispensável a necessidade do governo


em investir no Engenheiro Químico, para estes aplicarem pesquisas para
aumentar a produtividade da bioquerosene no brasil e a BioQAV brasileira
se tornar um produto de alto valor mercadológico. Junto também com
incentivos fiscais para as empresas e indústrias produtoras, diminuindo o
custo final da bioquerosene e conseguindo uma aviação verde.
Tendo os certos investimentos por parte do governo e ajuda fiscal
para as indústrias, corrigirá o principal problema atual da bioquerosene, que
é seu alto custo de produção e venda. Conseguindo aumentar a
produtividade da bioquerosene em relação as normas convencionais de
obtenção.

9 Referências
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 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

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YOSHINAGA, F.; SANTOS, A. S; MOURA, B. F. S; BORTOLETO, G. G.;
Bioenergia em Revista: Diálogos, ano/vol. 10, n. 1, p. 73-91, jan. /jun. 2020 .
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em: http://fatecpiracicaba.edu.br/revista/index.php/bioenergiaemrevista/
article/view/369. Acesso em: 4 maio 2021.

Apresentação disponível em: https://www.youtube.com/watch?


v=AmtnSNqCvu8

76
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

77
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Engenharia Química na Indústria de Laticínios: confiança no consumo


de leite

Sanmyr Bezerra de Moura Albuquerque


sanmyr.b@ufms.br
Resumo: Pela abrangência de conhecimento da Engenharia Química
seu compromisso é utilizar da química, biologia, física e matemática
para lidar com a formulação e solução de problemas associados a
indústria química, o papel do Engenheiro Químico é aplicar os
conhecimentos adquiridos para criar soluções voltadas à produção, uso
de substâncias químicas e saber avaliar as consequências ambientais e
industriais. Ligando a sustentabilidade e a indústria de laticínios, o que
a Engenharia Química pode contribuir é na confiança no consumo de
leite, observando seus meios de produção e distribuição, para verificar
as exigências para a validação dos alimentos. O objetivo é
compreender as leis de proteção ambiental, a forma que o leite é processado e encontrar
meios confiantes na produção, os quais não prejudiquem o meio ambiente e reciclar os
materiais prejudiciais. A metodologia foi a realização de leituras de artigos científicos e
documentários, com base no banco de dados oficiais e em legislações pertinentes. Os
resultados obtidos mostram que o processo de leite ultrapassa os limites estabelecidos
pela Lei 6938/81, pertencente a Política Nacional do Meio Ambiente, dessa forma é notável
ações da indústria de laticínios como o lançamento dos efluentes líquidos, à geração de
resíduos sólidos e emissões atmosféricas, os quais prejudicam o meio ambiente. As
conclusões são que a Engenharia Química dentro da atuação da confiança no consumo de
leite, mostra a necessidade de investimento em pesquisas, terão como foco reinscrever os
meios de produção de leite a fim de resolver as problemáticas que acarretam o princípio da
sustentabilidade.

Palavras chaves: Consequências. Sustentabilidade. Confiança; Lei 6938/81. Efluentes;


Resíduos Sólidos. Emissões Atmosféricas. Meio Ambiente. Investimento.

Sumário: 1 Introdução. 2 Engenharia Química na Indústria de Laticínios. 3 Desconfiança no


Consumo de Leite. 4 Confiança no Consumo de Leite. 5 Metodologia. 6 Resultados. 7
Discussão. 8 Conclusões. 9 Referências.

1 Introdução

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 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

O consumo de leite teve início no Oriente Médio, no período


neolítico, com a criação doméstica de animais como: vaca, cabra e ovelha.
Por volta de 1830, a Revolução Industrial na Europa conquistou a
possibilidade de transportar o leite fresco de zonas rurais até as cidades.
Com o decorrer do tempo, surgiram novas tecnologias de processamento
como a pasteurização, criada por Louis Pasteur e sugerida para ser
utilizada no leite pelo Químico Microbiologista alemão Franz von Soxhlet.
Esses avanços tecnológicos permitiram que o leite ganhasse um aspecto
saudável, conservação duradoura e processos higiênicos. Com o
surgimento de novas tecnologias e o crescimento da área industrial criou-se
oportunidade para novas profissões e com isso a engenharia química se
tornou necessária devido seu vasto conhecimento em diversas áreas,
somado com seu compromisso com a sustentabilidade e produção. Com a
indústria de laticínios a engenharia química busca soluções para os
problemas que acarretam a grande quantidade de gases emitidos pelas
indústrias. Este é a base para o desenvolver a “Engenharia Química na
Indústria de Laticínios: confiança no consumo de leite”.
A justificativa da proposta “Engenharia Química na Indústria de
Laticínios: confiança no consumo de leite” , está voltada a relembrar um dos
motivos da criação da engenharia química, a sustentabilidade, a fim de
melhorar o meio ambiente para gerações futuras. E obter novas formas de
processar o leite, as quais diminuem ou reciclam os gases que são emitidos
para a atmosfera.
A proposta se limita a estudar os processos de produção de leite e
analisar desde a forma que ele é obtido até a entrega nas distribuidoras,
visando a sustentabilidade e solucionar problemas que envolvam o meio
ambiente.
O objetivo é compreender as leis de proteção ambiental, a forma que
o leite é processado, visando a sustentabilidade e a produção, e encontrar
meios confiantes no processo de alimentos derivados de leite, a fim de
suprir as problemáticas que prejudicam o meio ambiente.
Com isso, o problema trabalhado se resume na seguinte pergunta:
Como o profissional de Engenharia Química, no processo industrial de
laticínios, pode ajudar a tornar o leite um produto confiável para a
população?

79
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Para responder o problema da proposta, foi elaborado três hipóteses


para dar um rumo nos estudos e pesquisas:
a) a primeira hipótese tem o foco na necessidade da experiência em
indústrias de laticínios para tomar parte das etapas de processo dos
laticínios e identificar as áreas que possuem uma deficiência no quesito de
sustentabilidade e conquistar um produto confiável;
b) a segunda hipótese direciona na identificação dos produtos e
máquinas que auxiliam na emissão de resíduos que prejudicam o meio
ambiente;
c) a terceira hipótese baseia no conhecimento indispensável do
profissional, da Engenheira Química, sobre todas as etapas químicas da
industrialização dos laticínios somado com o conhecimento da Legislação
Ambiental empregado por órgãos conhecidos como o Conselho Nacional do
Meio Ambiente e o Ministério do Meio Ambiente, a fim de seguir todas suas
exigências e conquistar um produto confiável.
O método de investigação realizado foi a pesquisa bibliográfica de
artigos científicos em banco de dados oficiais. Sendo que a pesquisa
bibliográfica se baseou nos bancos de dados oficiais como o site do Google
Acadêmico, SciELO Artigos, Revistas Científicas, bibliotecas digitais. A
pesquisa documental foi feita em documentos oficiais, Revistas de
Faculdades e Legislação que envolvem a questão trabalhada.
Para basear a fundamentação teórica da pesquisa foi utilizado as
seguintes referências, que se destacam, como as demais que compõem o
tópico 9, as quais são: Glauco Rodrigues Carvalho. A Indústria de laticínios
no Brasil: passado, presente e futuro. Embrapa; Luiz Paulo de Lima,
Ronaldo Perez e Jose Benicio Paes Chaves. A Indústria de laticínios no
Brasil - um estudo exploratório. B. Ceppa; Antônio Carlos Gil. “Como
Classificar as Pesquisas?”; Alexandre Pereira Carlos Poupa. “ Como
escrever uma tese”. Edições Sílabo; Glauco Rodrigues Carvalho. A
Indústria de laticínios no Brasil: passado, presente e futuro. Embrapa; Vera
Regina Casari Boccato. “Metodologia da pesquisa bibliográfica na área
odontológica e o artigo científico como forma de comunicação”. Revista de
Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo; Rosana Maria Luvezute
Kripka, Morgana Scheller, Danusa de Lara Bonotto “Pesquisa Documental:
considerações sobre conceitos e características na Pesquisa Qualitativa” .
Congresso Ibero-Americano em Investigação Qualitativa.
80
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Os resultados obtidos que o processo industrial dos alimentos


derivados de leite ultrapassam o limite estabelecido pela Política Nacional
do Meio Ambiente, a Lei 6938/81, a qual foi a primeira lei federal sobre o
tema e que o aborda sob diversos aspectos. Ela proíbe a poluição, obriga a
obtenção do licenciamento ambiental e atribui responsabilidade ao poluidor,
cabe a responsabilidade do profissional, de Engenharia Química, buscar
soluções sendo elas químicas ou industriais para respeitar as exigências da
lei obtendo confiança no consumo de leite
O que guia a confiança no consumo de leite, tanto no consumo diário
quanto o seu efeito no meio ambiente, são a diminuição da taxa de insulina
presente no leite e a redução de gases tóxicos que são liberados durante a
produção dos laticínios.
Para registrar a pesquisa e seu contexto, decidiu-se por estabelecer
nove pontos os quais são: i) introdução com foco nos problemas que
agravam a saúde dos consumidores e o meio ambiente; ii) contextualização
da Engenharia Química na Indústria de Laticínios, com destaque nos
autores mencionados; iii) a apresentação do problema da pesquisa que se
volta na desconfiança no consumo de leite; iv) a solução que é a confiança
no consumo de leite por meio de mudança na sua produção; v) a descrição
e detalhamento da metodologia de desempenho da pesquisa; vi) os
resultados conquistados ao longo da pesquisa, com base nos banco de
dados; vii) discussão entre os autores e os pesquisadores encontrados,
referente à indústria de laticínios; viii) o resumo das conclusões de cada
tópico e a solução para a pergunta problema e o alcance ou não do objetivo
estabelecido; ix) as referência das obras utilizadas para compor a pesquisa.
É possível afirmar que a leitura permite uma visão alternativa da
indústria de laticínios, o qual relata sua realidade composta de diversos
problemas, os quais agravam a saúde da população consumidora de leite e
o meio ambiente, refém de diversos gases nocivos que prejudicam a
camada de ozônio. Outrossim, a falta de informação da sociedade agrava o
problema, devido a inconsciência da quantidade de consumo recomendado,
dando uma oportunidade de consumo excessivo. Com isso, essa leitura
contribui com um conjunto de pesquisas, encontradas no banco de dados, a
fim de justificar uma moderação no consumo, melhorar sua sustentabilidade
e o tornar seguro para o consumo.

81
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

2 Engenharia Química na Indústria de Laticínios


Os produtos de consumo necessitam de uma alta demanda devido
seu alto consumo, porém parte dos processos de produção ferem seu
compromisso com a sustentabilidade, nesse momento entra o profissional
de Engenharia Química para cumprir com seu dever e buscar meios de
melhorar a produção sem prejudicar o meio ambiente ou saúde da
população.
A indústria de laticínios possui uma vasta quantidade de produtos,
desse modo sua produção deve suprir a demanda do mercado consumidor,
todavia, sem uma supervisão, pode causar estragos tanto para o meio
ambiente quanto para a saúde da população. Com isso, a qualidade do
produto deve ser primordial para evitar danos.
Conforme Glauco Rodrigues Carvalho da Embrapa (Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária) fala sobre “ A Indústria de laticínios no
Brasil: passado, presente e futuro” no seguinte texto:
O setor lácteo brasileiro tem vivenciado grandes transformações nas
últimas décadas, sobretudo após a desregulamentação, ocorrida em 1991.
A indústria de laticínios foi responsável pela realização da maioria das
mudanças, sendo um dos elos mais dinâmicos da cadeia produtiva e
indutor de transformações e alterações de posturas nos demais segmentos
da cadeia. Ao longo das últimas décadas o Brasil conviveu com surtos de
importações de produtos lácteos devido ao câmbio sobrevalorizado,
tabelamento de preços para combate à inflação e mudanças nas políticas
de apoio à produção de leite. Além disso, com a implementação do Plano
Real e fim da inflação, ocorreram momentos de forte crescimento no
consumo interno. O resultado dessas transformações culminou em mais
investimentos no setor, com ganhos na produção primária, nos processos
logísticos e no amadurecimento da cadeia produtiva. Entre 2000 e 2008,
enquanto a produção mundial de leite de vaca cresceu em média 2,1% ao
ano, no Brasil esse crescimento foi de 4,0% ao ano (FAOSTAT, 2010).
Todas estas transformações culminaram também em mudanças na
estrutura da indústria, refletindo em uma série de fusões e aquisições,
iniciadas na segunda metade dos anos 90 e que se intensificaram no
período mais recente. A cadeia produtiva de leite possui uma complexidade
ímpar dentro da indústria de alimentos. Essa complexidade se inicia no elo
de produção primária, onde o produtor precisa adquirir insumos oriundos
de inúmeras outras indústrias. Além disso, o processo de produção
demanda conhecimentos em diferentes áreas das ciências agrárias, sociais
e humanas.
Fonte: Glauco Rodrigues Carvalho. A Indústria de laticínios no Brasil: passado,
presente e futuro. Embrapa. Disponível em:

82
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/870411/1/CT102.pdf. Acesso
em: 23 maio 2021.

O autor busca mostrar as transformações da indústria de laticínios no


Brasil, a responsabilizando pela maioria das mudanças no setor secundário.
E devido ao câmbio sobrevalorizado e o Plano Real implantado no governo
de Itamar Franco, respectivamente, provocou um surto de importações de
produtos e forte crescimento no consumo interno. Todas essas mudanças
culminaram na transformação da estrutura industrial.
Dessa forma, a indústria de laticínios teve várias transformações que
auxiliaram no crescimento de outros setores e fornecendo oportunidades no
surgimento de novos ramos industriais.
Porém, não faz alusão à importância da indústria de laticínios no
Brasil e como ela dá oportunidades a micro e pequenas empresas.
Para Luiz Paulo de Lima, Ronaldo Perez e Jose Benicio Paes
Chaves da B. Ceppa (Boletim do Centro de Pesquisa de Processamento de
Alimentos) no texto “ A Indústria de laticínios no Brasil – um estudo
exploratório ” traz a importância do setor de laticínios no Brasil por meio de
questionário, a fim de fazer uma análise exploratória da gestão das
empresas):
A indústria de laticínios é de grande importância para o Brasil devido ao
suprimento de produtos de alto valor nutricional e à geração de emprego e
renda nos meios rural e urbano. Assim, este trabalho teve como objetivo
caracterizar estabelecimentos de laticínios do Brasil, com registro no
Serviço de Inspeção Federal (SIF), quanto a aspectos produtivos,
gerenciais e mercadológicos. De um universo de 1.188 laticínios com SIF,
foi feito contato com 377 gestores destes estabelecimentos e enviados
questionários para 292 deles, entre novembro de 2014 e janeiro de 2015,
obtendo-se um total de 68 respostas. A partir dos questionários
respondidos, foi realizada uma análise exploratória, calculando-se
estatísticas descritivas das frequências observadas das variáveis,
procedendo-se teste de médias e teste de associação, quando aplicável.
Verificou-se que a amostra é representativa da população de
estabelecimentos de laticínios no que diz respeito à distribuição regional do
Brasil. Os estabelecimentos respondentes são, basicamente, micro e
pequenas empresas, com baixa capacidade de processamento. Observou-
se que a ociosidade é um problema com grande presença junto aos micro e
pequenos estabelecimentos, fruto da operação reduzida e da dificuldade de
aquisição de leite. Observou-se também que estes estabelecimentos estão
direcionados ao atendimento de mercados regionais e nacional, com
principalmente queijos frescos e de média maturação. Verificou-se que os
gestores têm experiência prévia tanto na função quanto no setor, sendo

83
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

esta última, aparentemente, mais valorizada pelas empresas. As principais


dificuldades apontadas pelos gestores estão relacionadas à concorrência
desleal, oscilações de mercado e à falta de mão de obra qualificada.
Fonte: Luiz Paulo de Lima, Ronaldo Perez e Jose Benicio Paes Chaves. A Indústria
de laticínios no Brasil – um estudo exploratório. B. Ceppa. Disponível em:
https://revistas.ufpr.br/alimentos/article/view/55942/33718. Acesso em: 23 maio
2021.

Os acontecimentos citados pelo autor mostram a importância da


indústria de laticínios no Brasil devido ao suprimento de produtos com alto
valor nutricional, gerando empregos e renda para a área rural e urbana.
Realizou uma análise exploratória em sua pesquisa e identificou que o leite
fornecido é distribuído a micro e pequenas empresas.
A necessidade de consumo e produção de alimentos derivados de
leite geraram empregos e renda, somando com a distribuição de
crescimento de micro e pequenas empresas, as quais mais usufruem da
venda dos produtos da indústria de laticínios.
Essa citação desperta atenção ao colocar a indústria de laticínios
como uma importante indústria, a qual deu oportunidade de crescimento de
outros setores e gerou rendas e empregos para a população.
Foram apresentadas as transformações que a indústria de laticínios
proporcionou para o setor industrial e sua importância para o mercado de
trabalho, porém seu quesito de sustentabilidade exige um profissional para
acompanhar todo seu processo e identificar seus problemas e buscar uma
solução. Na pesquisa “ Controle ambiental em indústrias de laticínios”,
realizado por Rosângela Moreira Gurgel Machado, Patrícia Cristina da Silva
e Valdir Honório Freire, mostram essa situação por meio do trecho a seguir:
As indústrias que fazem parte do projeto caracterizam-se por um porte
relativamente pequeno, principalmente no que se refere ao processamento.
Quanto ao seu perfil de produção, constatou-se que 34,0% do leite
recebido são utilizados para a fabricação de queijos, o que representa uma
produção significativa de soro. No entanto, depara-se com a pulverização
da produção, com inúmeras unidades, cada uma produzindo pequenas
quantidades de soro (máximo de 20.000 L/dia). As alternativas para a
destinação da parcela do soro não aproveitada estão restritas à fabricação
de ricota e a doação/ venda aos produtores rurais para a alimentação
animal, geralmente suínos. Os principais impactos ambientais das
indústrias de laticínios estão relacionados ao lançamento dos efluentes
líquidos, à geração de resíduos sólidos e emissões atmosféricas,
geralmente sem nenhum tipo de controle ou tratamento. Os efluentes
líquidos das indústrias de laticínios abrangem os efluentes industriais
(águas de lavagem de equipamentos e piso), os esgotos sanitários gerados

84
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

e as águas pluviais captadas na indústria. Os resíduos sólidos gerados nas


pequenas e médias indústrias de laticínios incluem embalagens e
bombonas plásticas, embalagens de papelão, lixo doméstico, cinzas de
caldeiras, aparas de queijo e, em menor quantidade, metais e vidros. Como
o volume desses resíduos é geralmente reduzido, soluções cômodas e
simples de disposição final têm sido adotadas, sem a utilização de critérios
técnicos, podendo significar perdas econômicas e agressões ao meio
ambiente. As emissões atmosféricas na indústria de laticínios são
provenientes da queima dos combustíveis nas caldeiras, geralmente a óleo
ou à lenha, cujo vapor é usado para a limpeza e desinfecção de pisos e
equipamentos e em etapas do processo produtivo, como a pasteurização
do leite e a fabricação de queijos. A combustão do óleo resulta na emissão
de poluentes atmosféricos, tais como material particulado, óxidos de
enxofre, óxidos de nitrogênio, hidrocarbonetos e monóxido de carbono. A
queima da lenha também libera esses mesmos poluentes, além de
compostos voláteis como o ácido acético, metanol, acetona, acetaldeído e
alcatrão.
Fonte: Rosângela Moreira Gurgel Machado, Patrícia Cristina da Silva e Valdir
Honório Freire. Controle ambiental em indústrias de laticínios. Brasil Alimentos.
Disponível em: http://www.signuseditora.com.br/ba/pdf/07/07%20-%20Gestao.pdf.
Acesso em: 24 maio 2021.

Os autores apresentam diversas informações sobre o processo de


alimentos derivados de leite, os quais mostram os lançamentos de resíduos
em efluentes, a geração de resíduos sólidos e as emissões atmosféricas.
Dos resíduos liberados, a maioria se caracteriza em plásticos de
embalagens e os gases emitidos para atmosfera surgem da combustão de
óleo e lenha.
Por ser uma indústria de laticínios, sua demanda de produtos é alta
devido o alto consumo, entretanto, devido a liberação de resíduos ocorre
um acúmulo nos efluentes e na atmosfera, prejudicando o meio ambiente
ao seu redor.
Essas informações destacam a quantidade de resíduos, e quais são
eles, o meio ambiente recebe por conta da produção de alimentos
derivados de leite.
As citações apontadas juntam informações pertinentes sobre seu
passado, presente e futuro, somado com sua importância para o mercado
de trabalho e consumidor e o que trazem de consequências para o meio
ambiente com seus resíduos de produção. Entretanto, se não houver um
controle de qualidade e do processamento seus resíduos podem agravar
seus danos ao ambiente. Portanto, faz-se necessário ações do profissional

85
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

de Engenharia Química para honrar com seu compromisso com a


sustentabilidade.
Assim, a Engenharia Química por atuação dos seus profissionais nas
etapas de processamento dos laticínios, desde a coleta de leite até sua
disponibilização para o mercado consumidor. Desse modo, pelo seu dever a
sustentabilidade, deve encontrar meios que continue com o crescimento da
indústria de laticínios sem afetar o meio ambiente.
Visto a importância da indústria de laticínios e suas ações na
natureza, passa a descrever o problema da pesquisa que é a desconfiança
no consumo de leite.

3 Desconfiança no Consumo de Leite


Ao se tratar da indústria de laticínios, destaca-se o profissional de
Engenharia Química, que pode contribuir organizando as etapas de
processo de produção e encontrando formas de dar uma finalidade aos
resíduos produzidos pelas máquinas. Dessa forma, a legitimação da
sustentabilidade na produção de produtos auxilia na confiança no consumo.
A legitimação da sustentabilidade identifica os resíduos produzidos e busca
encontrar meios para diminuir o dano que elas causam no meio ambiente,
seja por meio da reciclagem ou fins seguros. Com isso, a desconfiança no
consumo de leite, para determinar sua segurança será preciso estudar seus
resíduos e buscar meios para um fim seguro ou a reutilização em outros
processos.
A questão da desconfiança no consumo de leite, conduz ao problema
de pesquisa o qual foi estabelecido a partir da seguinte pergunta: Como o
profissional de Engenharia Química, no processo industrial de laticínios,
pode ajudar a tornar o leite um produto confiável para a população?
O problema se volta para a competência do profissional de
Engenharia Química, em especial, no momento que se identifica a
desconfiança no consumo de leite, sejam elas por falta de conhecimento do
processo ou falha no compromisso de sustentabilidade. Na questão em
análise, o problema da desconfiança no consumo de leite se baseia na
forma que os resíduos são liberados para o meio ambiente, sejam eles
materiais descartados durante a produção ou materiais gasosos liberados
dos combustíveis utilizados, sobretudo, assegurando a sustentabilidade da
86
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

produção. Alegando ser ele, durante seu processo, um produto livre de


danos ambientais.
Motivo o qual necessita reunir o conhecimento e responsabilidades
do profissional de Engenharia Química, para atender a legislação ambiental
e o processo necessário para conquistar a confiança no consumo de leite.
Observe como a indústria de laticínios lida com seus resíduos
produzidos:
A indústria de laticínios gera resíduos sólidos, líquidos e emissões
atmosféricas passíveis de impactar o meio ambiente. Independentemente
do tamanho e potencial poluidor da indústria, a legislação ambiental exige
que todas as empresas tratem e disponham de forma adequada seus
resíduos. A forma mais racional e viável de fazer o controle ambiental é
minimizar a geração dos resíduos pelo controle dos processos e buscar
alternativas de reciclagem e reuso para os resíduos gerados reduzindo ao
máximo os custos com tratamento e disposição final. Para conseguir êxito
no processo de gerenciamento desses resíduos é fundamental que a
organização conheça os tipos de resíduos que são gerados, suas
características e fontes de geração. O efluente é considerado um dos
principais responsáveis pela poluição causada pela indústria de laticínios.
Em muitos laticínios o soro é descartado junto com os demais efluentes,
sendo considerado um forte agravante devido ao seu elevado potencial
poluidor. O soro é aproximadamente cem vezes mais poluente que o
esgoto doméstico. O soro, o leitelho e o leite ácido, pelos seus valores
nutritivos e pelas suas elevadas cargas orgânicas não devem ser
misturados aos demais efluentes da indústria. Ao contrário, devem ser
captados e conduzidos separadamente, de modo a viabilizar o seu
aproveitamento na fabricação de outros produtos lácteos ou para utilização
direta (com ou sem beneficiamento industrial) na alimentação de animais.
Fonte: Dilnei Antunes Buss e Jairo Afonso Henkes. “ Estudo dos impactos
ambientais causados por laticínios com foco no reaproveitamento dos resíduos
gerados” Revista Gestão & Sustentabilidade Ambiental. Disponível em:
http://portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/gestao_ambiental/article/view/
2535/1842. Acesso em: 24 maio 2021.

O texto remete a legislação ambiental a qual preza pela forma que as


empresas liberam seus resíduos na natureza, junto com tal informação cita
a liberação do soro de leite junto com os efluentes, o qual é considerado o
principal responsável pela poluição da indústria de laticínios.
A desconfiança no consumo de leite tem sua justificativa devido à
falta de compromisso com a sustentabilidade. O que se projeta na produção
de laticínios, sob responsabilidade de um profissional de química.

87
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Reforçando que o problema na desconfiança no consumo de leite


como problema do profissional de Engenharia Química no processamento
de laticínios, os quais produzem um excesso de resíduos e liberam na
natureza de forma irresponsável, causando sérios danos ao meio ambiente,
o que conduz ao impedimento de não se ter um alimento confiável para o
consumo.
Assim, na desconfiança no consumo de leite, os profissionais de
Engenharia Química no processamento de laticínios acarretam o estudo
das etapas de produção de alimentos derivados de leite e certificar-se que
sua produção condiz com a sustentabilidade e entregue um produto
confiante para o consumo.
Com o detalhamento da problemática da pesquisa passa a importar a
descrição e a discussão das hipóteses e prováveis soluções com confiança
no consumo de leite, de forma que o responsável técnico aja de forma
rigorosa.

4 Confiança no Consumo de Leite


Com o decorrer do tempo, o mercado consumidor deixou de se
importar somente com o consumo e começou a focar nas consequências
que o produto proporciona com sua produção. Como foi estudado no tópico
3 a indústria de leite libera diversos resíduos ao meio ambiente, sendo eles
gases e líquidos, devido suas etapas de industrialização. Sendo necessário
buscar hipóteses para solucionar as problemáticas. Portanto, buscar meios
para mudar essas etapas e criar um vínculo de confiança com a população
consumidora de leite.
Para tanto, observa-se que o problema de pesquisa foca na seguinte
questão: Como o profissional de Engenharia Química, no processo
industrial de laticínios, pode ajudar a tornar o leite um produto confiável
para a população?
Estabelecendo no questionamento o que é necessário ao Profissional
de Engenharia Química para, no exercício da atividade, possa auxiliar no
processamento de alimentos derivados de leite, considerando desde sua
coleta até transformar no produto final, encontrar meios para tornar a
produção industrial sustentável.

88
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Para solucionar o problema de pesquisa estabeleceu-se, de início,


três hipóteses que passam a discutir cada uma delas.
Na primeira hipótese tem se que “ o foco na necessidade da
experiência em indústrias de laticínios para tomar parte das etapas de
processo dos laticínios e identificar as áreas que possuem uma deficiência
no quesito de sustentabilidade e conquistar um produto confiável ”.
De certa forma, deve-se considerar a experiência profissional e as
práticas, porém a formação teórica, conhecimento químico, biológico e
matemático, além do entendimento das Leis Ambientais é que são
necessários ao se ter uma experiência de sucesso. Porém, na área da
indústria de laticínios é imprescindível a fiscalização de emissão de
poluentes como emissões atmosféricas e resíduos sólidos. Mesmo com
experiência profissional, não é obtido um produto confiável para consumo.
Logo, a experiência profissional não responde ao problema ou garante um
produto confiável para o consumo. O qual refuta a hipótese.
Na segunda hipótese tem se que “ na identificação dos produtos e
máquinas que auxiliam na emissão de resíduos que prejudicam o meio
ambiente.
Todavia, identificar não resolverá por completo a problemática, o
conhecimento das consequência do suo das máquinas, combustíveis e
catalisadores que auxiliam no processo de fabricação é imprescindível para
solucionar problemas que agravam a sustentabilidade, portanto, com a
soma do entendimento das Leis Ambientais, da química, biologia, física e
matemática, os quais são a base do conhecimento do profissional de
Engenharia Química, resultará no material necessário para suprir a
necessidade de conhecimento que a problemáticas precisam.
Na terceira hipótese tem se que “ baseia no conhecimento
indispensável do profissional, da Engenheira Química, sobre todas as
etapas químicas da industrialização dos laticínios somado com o
conhecimento da Legislação Ambiental empregado por órgãos conhecidos
como o Conselho Nacional do Meio Ambiente e o Ministério do Meio
Ambiente, a fim de seguir todas suas exigências e conquistar um produto
confiável”.
Esta hipótese, indica que são necessários e indispensáveis, ao
profissional, os seguintes pontos:

89
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

a) Conhecimento das etapas químicas da industrialização dos


laticínios.
b) Conhecimento da Legislação Ambiental.
c) Exigências do Conselho Nacional do Meio Ambiente e do
Ministério do Meio Ambiente.
Com isso, têm-se um produto confiável para o consumo, no caso de
alimentos derivados de leite.
Esta hipótese, atende a questão do problema de sustentabilidade e
indica o que é necessário para tornar o leite um produto confiável para o
consumo.
Assim, os quesitos necessários aos profissionais de Engenharia
Química para o processamento de leite, para ser considerado confiável,
exige o conhecimento e domínio de todas as etapas de produção,
fiscalizando todas as máquinas e catalisadores que emitem resíduos,
somado com a Legislação Ambiental empregado por órgãos conhecidos
como o Conselho Nacional do Meio Ambiente e o Ministério do Meio
Ambiente. Cumprindo as exigências da legislação e conquistando
conhecimento prático dos processos de industrialização, pelos
profissionais, garante-se a confiança do produto.
Da confiança no consumo de leite, por meio da Legislação Ambiental
e conhecimento práticos de todas as etapas da industrialização de leite,
passa a descrever a metodologia da pesquisa a seguir.

5 Metodologia
A metodologia se resume no instrumento que permite e instrui o
trabalho com ciência, diferenciando o texto livre de textos pautados e com
um propósito. A metodologia se resume no instrumento que guia o passo a
passo para encontrar diversas formas para atingir uma finalidade.
Desta forma, de acordo com Pedro Demo, a metodologia é:
Metodologia é uma preocupação instrumental. Trata das formas de se fazer
ciência. Cuida dos procedimentos, das ferramentas, dos caminhos. A
finalidade da ciência é tratar a realidade teórica e praticamente. Para
atingirmos tal finalidade, colocam-se vários caminhos. Disto trata a
metodologia.

90
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Fonte: Pedro Demo. “ Introdução à Metodologia da Ciência”. Editora Atlas .


Disponível em:
http://maratavarespsictics.pbworks.com/w/file/fetch/74301206/DEMO-Introducao-a-
Metodologia-da-Ciencia.pdf. Acesso em: 22 jun. 2021.

Observa-se que a metodologia consiste na preocupação


instrumental, tratando formas de fazer ciência e cuidando dos
procedimentos para atingir a finalidade da pesquisa por meio de várias
alternativas.
Nesse viés, a metodologia foi a pesquisa bibliográfica e documental.
De acordo com Antônio Carlos Gil, a pesquisa bibliográfica é definida
como:
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já
elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora
em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa
natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes
bibliográficas. Boa parte dos estudos exploratórios pode ser definida como
pesquisas bibliográficas. As pesquisas sobre ideologias, bem como aquelas
que se propõem a uma análise das diversas posições acerca de um
problema, também costumam ser desenvolvida quase exclusivamente
mediante fontes bibliográficas.
Fonte: Antônio Carlos Gil. “Como Classificar as Pesquisas?”. Disponível em:
https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/38881088/como_classificar_pesquisas.pdf?
1443122050=&response-content-disposition=inline%3B+filename
%3DCOMO_CLASSIFICAR_AS_PESQUISAS_1.pdf&Expires=1624897697&Signatur
e=DYPXsL6Fs9dmyWPhKrh6pKKQwdCXok78sGF3dc64mR5jBy4ngSArmw5gy4UXW
1rqTKWdgi~N~EdX~wHiQgOr4VKwtQK4gtWdaSKG5j5avAfScUr4m523DJ5r38JU2nV
asxapJECfvejJrkoh8PLIeuBX0dMYRrAF64YpQpvLNB5IU2~YXZJxljFzH~40x1RPo-
LzdPU1JaCe3e0nWzXMIxmUA5kPpqxBzzFYRuj5xP3nrUt6PvHl4yGGtrW0bTelq6tsy
GS8-
eCiKf~sUCGMziBQEPnODB6LM9kZD3OnCwgE~T0PPjqnjEMVaYMf6YZM~4eUkVm
GXLquNc~~o8OSsg__&Key-Pair-Id=APKAJLOHF5GGSLRBV4ZA. Acesso em: 22
jun. 2021.

O autor afirma que a pesquisa bibliográfica é desenvolvida por meio


de materiais já elaborados, usando principalmente livros e artigos
científicos, e menciona que a pesquisa bibliográfica, dando base para
diversos estudos como pesquisas exploratórias e ideológicas.
A pesquisa documental tem a seguinte definição:
A pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A
diferença essencial entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a
pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos
diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-
se de materiais que não recebem ainda um tratamento analítico, ou que
ainda podem ser re-elaborados de acordo com os objetos da pesquisa.

91
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Fonte: Antônio Carlos Gil. “Como Classificar as Pesquisas?”. Disponível em :


https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/38881088/como_classificar_pesquisas.pdf?
1443122050=&response-content-disposition=inline%3B+filename
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eCiKf~sUCGMziBQEPnODB6LM9kZD3OnCwgE~T0PPjqnjEMVaYMf6YZM~4eUkVm
GXLquNc~~o8OSsg__&Key-Pair-Id=APKAJLOHF5GGSLRBV4ZA . Acesso em: 22
jun. 2021.

A pesquisa documental, de acordo com o autor, utiliza matérias que


não recebem um tratamento analítico ou que podem ser elaboradas de
acordo com os objetivos da pesquisa.
Desse modo, a investigação foi realizada por meio de pesquisas
bibliográficas e documentais, que guiaram na construção da pesquisa.
Para iniciar a metodologia, foi definido a pesquisa bibliográfica e a
pesquisa documental. Porém, o primeiro passo para a pesquisa foi a
definição de uma temática, junto com um objetivo de estudo.
A ideia de leite é abrangente, portanto, foi necessário focar em uma
causa que ele traz para a população, no caso, o consumo de leite.
Entretanto, a proposta continuava abrangente, portanto foi necessário
incluir uma área de estudo. Incluir a “Engenharia Química”, permitiu
sinalizar para o consumo de leite. Com isso, foi pré-estabelecido a temática
do artigo.
O próximo passo, seria estabelecer a problemática e a solução, a
partir do subtítulo.
A problemática focou na confiança no consumo de leite. Para a
solução foi utilizado a técnica do “ter ou não-ter”, a qual indicava a
exigência dos aprendizados de todas as etapas dos processos de
industrialização, conhecimento da Legislação Ambiental e pesquisas para
dar destino sustentável para os resíduos produzidos.
Proposta formulada, precisaria seguir para a base de pesquisa, ou
seja, iniciar a formação de banco de dados, com o objetivo de conquistar
um repertório de informações para execução e obtenção de uma solução
satisfatória para a problemática.

92
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Na investigação bibliográfica, optou-se pelos seguintes bancos de


dados oficiais e sites que são: Google Acadêmico, SciELO Artigos, Revistas
Científicas, bibliotecas digitais.
Acessando o Google Acadêmico, utilizando as palavras-chave
contidas na proposta, resultou em 415.000 resultados em 0.5s. Como é
observado na imagem abaixo:

No site da SciELO Artigo, utilizando as palavras-chaves contidas na


proposta, resultou em 990 resultados. Como é observado na imagem
abaixo:

As Revistas Científicas e os Livros foram encontrados através do


Google Acadêmico.
Na pesquisa documental, permitiu conhecer as etapas de processo
de produção de alimentos derivados de leite, e por consequência, foi

93
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

tomado conhecimento dos resíduos, tanto atmosféricos quanto efluentes,


que são liberados durante sua produção.
Confirmada a viabilidade da pesquisa em quantitativo de material,
formou-se para construir um banco de dados específico, o qual estabeleceu
um filtro de materiais encontrados, definindo pela leitura do título e da
ementa. Da pesquisa foram selecionados e fichados uma quantidade de
vinte e três textos. Os quais passaram por uma leitura objetiva com o foco
de extrair conhecimento e informações para compor a pesquisa.
Após a confirmação da viabilidade da pesquisa passou-se para o
próximo passo, que é a compreensão, organização e escrita do trabalho
científico. Portanto, foi utilizado a técnica de construção de texto por
parágrafo.
O texto começou pelo título e subtítulo. No título, tem-se o objetivo
de estudo. E no subtítulo a solução do problema.
A próxima etapa foi elaborar o resumo, conforme ABNT NBR 6028,
que se destaca e evidencia cinco informações: contexto, objetivo,
metodologia, os resultados e as conclusões.
Seguindo para a elaboração da introdução com o parâmetro de doze
parágrafos. E acompanhando de forma igual todos os tópicos até o final,
sempre acompanhando as orientações e o balizamento estabelecido na
etapa anterior.
Com isto, foi possível encontrar, no banco de dados pesquisado, a
solução ao problema de pesquisa, como o entendimento de todas as etapas
do processo de industrialização, o entendimento das Leis ambientais e
investir em pesquisas para buscar a forma mais sustentável de liberar os
resíduos produzidos.
Assim, a metodologia do artigo foi a pesquisa bibliográfica e
documental, que constitui um banco de dados os quais permitiram a
compreensão dos conceitos e o meio de buscar a solução do problema
proposto. A pesquisa bibliográfica possibilitou o conhecimento e norte do
assunto. Enquanto, a pesquisa documental concedeu o conhecimento das
problemáticas e a consolidação de hipóteses que possam solucionar a
problemática.
Da metodologia mencionada, passa para a indicação dos principais
resultados encontrados.
94
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

6 Resultados
O tópico dos resultados consiste na apresentação dos materiais que
foram encontrados e filtrados no banco de dados, mostrando as
informações relevantes até então não apresentados nos tópicos anteriores,
porém, deram auxílio para a pesquisa.
De acordo com Alexandre Pereira Carlos Poupa, no livro “ Como
escrever uma tese”, traz uma visão da importância dos resultados:
O corpo principal do texto conclui com a apresentação dos Resultados.
Este capítulo é composto por uma secção de conclusões, no qual é feita
uma súmula dos principais resultados obtidos, em particular, a verificação
das hipóteses apresentadas no início; uma secção referente às limitações
do estudo; e outra com recomendações para pesquisa futura.
Fonte: Alexandre Pereira Carlos Poupa. “ Como escrever uma tese”. Edições Sílabo.
Disponível em: https://static.fnac-static.com/multimedia/PT/pdf/9789726189466.pdf.
Acesso em: 23 jun. 2021.

O autor define a tópico de Resultados como “o corpo principal que


conclui a apresentação”, nela o autor menciona que possui os principais
resultados obtidos, principalmente as hipóteses apresentadas no início da
pesquisa.
Na pesquisa bibliográfica os resultados, devem apresentar
conhecimento na seleção e avaliação do banco de dados. Com isso, a
seleção dos materiais importantes será feita de acordo com a sequência
dos tópicos, ou seja, o objeto de estudo, a problemática, a solução e a
metodologia. Dando ênfase a forma que foram apresentados:
i) Engenharia Química na Indústria de Laticínios
Compreender a contribuição da Engenharia Química a partir do seu
leque de habilidades e conhecimentos, bem como sua essência. O que
pode ser encontrado no livro “ Vale a pena estudar Engenharia Química” ,
que diz:
A Engenharia Química pode ser entendida como o ramo da Engenharia
envolvido com processos em que as matérias-primas sofrem modificações
na sua composição, conteúdo energético ou estado físico, por meio de
processamento, no qual os produtos resultantes venham a atender a um
determinado fim. A essência da Engenharia Química, segundo Scriven
(1987), está na concepção ou síntese, no projeto, teste, scale-up,
operação, controle e otimização de processos químicos que mudam o
estado e a microestrutura, mais tipicamente a composição química de

95
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

materiais por meio de separações físico-químicas, tais como destilação,


extração, adsorção, cristalização, filtração, secagem, e por reações
químicas, incluindo bioquímica e eletroquímicas. A Engenharia Química
também figura na inovação e no desenvolvimento de produtos,
particularmente quando há no processo de produção características de
composição e microestrutura que conferem certas propriedades aos
produtos. O impacto principal desse ramo de Engenharia, entretanto, está
na concepção, no exame, no projeto preliminar de um possível processo;
na avaliação econômica do processo e incertezas; na geração de dados e
experiências; na seleção de alternativas e na definição do projeto final que
considera todos os fatores, incluindo a controlabilidade, segurança e
aspectos ambientais; no gerenciamento da construção e a partida da
planta; e finalmente no andamento, correções e aprimoramento do
processo em operação, bem como na demanda do mercado para o produto
obtido. Como pode ser observado, o profissional de Engenharia Química
está cada vez mais envolvido no projeto de produto em complementação ao
projeto de processo. Isso exige maior esforço do profissional para atender
as necessidades dos stakeholders, que são os vários atores que interagem
com uma determinada organização, influenciando-a e desempenhando
papel importante para ela e vice-versa. Os stakeholders compõem uma
rede de relações, envolvendo os diversos públicos afetados por atividades
de uma certa organização, assim como esta é afetada por tais públicos. Em
assim sendo, a capacitação do profissional de Engenharia Química
extrapola o campo essencialmente técnico do seu ramo.
Fonte: Marco Aurélio Cremasco. “ Vale a pena estudar Engenharia Química”. Editora
Edgar Blücher Ltda. Disponível em: https://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=m9S0DwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA13&dq=curso+de+engenharia+qu
%C3%ADmica&ots=Mr-
fZTYMsz&sig=vXFpzUKxL1F71Y6KNMRUSNveCpk#v=onepage&q&f=false. Acesso
em: 23 jun. 2021.

Como descreve, a Engenharia Química é um ramo que modifica a


composição da matéria-prima de forma energética e físico-química.
Ademais, conclui a ideia de “Engenharia Química” com o dever do
profissional de extrapolar o campo técnico do seu ramo. Nesse viés,
consolidou-se o entendimento e o amplo conhecimento da Engenharia
Química na questão da “Indústria de Laticínios”.
No quesito de “Indústria de Laticínios”, o autor Glauco Rodrigues
Carvalho fala sobre a situação do setor lácteo, no seguinte trecho:
O setor lácteo brasileiro tem vivenciado grandes transformações nas
últimas décadas, sobretudo após a desregulamentação, ocorrida em 1991.
A indústria de laticínios foi responsável pela realização da maioria das
mudanças, sendo um dos elos mais dinâmicos da cadeia produtiva e
indutor de transformações e alterações de posturas nos demais segmentos
da cadeia. Ao longo das últimas décadas o Brasil conviveu com surtos de
importações de produtos lácteos devido ao câmbio sobrevalorizado,
96
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

tabelamento de preços para combate à inflação e mudanças nas políticas


de apoio à produção de leite. Além disso, com a implementação do Plano
Real e fim da inflação, ocorreram momentos de forte crescimento no
consumo interno. O resultado dessas transformações culminou em mais
investimentos no setor, com ganhos na produção primária, nos processos
logísticos e no amadurecimento da cadeia produtiva. Entre 2000 e 2008,
enquanto a produção mundial de leite de vaca cresceu em média 2,1% ao
ano, no Brasil esse crescimento foi de 4,0% ao ano (FAOSTAT, 2010).
Todas estas transformações culminaram também em mudanças na
estrutura da indústria, refletindo em uma série de fusões e aquisições,
iniciadas na segunda metade dos anos 90 e que se intensificaram no
período mais recente.
Fonte: Glauco Rodrigues Carvalho. A Indústria de laticínios no Brasil: passado,
presente e futuro. Embrapa. Disponível em:
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/870411/1/CT102.pdf. Acesso
em: 25 jun. 2021.

O autor menciona as transformações das últimas décadas do setor


de laticínios. O qual foi denominado responsável pela realização das
mudanças dos setores industriais, por meio de elos dinâmicos em cadeias
produtivas e alterações nas posturas dos outros segmentos de da cadeia.
Devido ao desenvolvimento acelerado mencionado pelo autor o contexto
desperta uma problemática sustentável, exigindo meios de resolução.
ii) Desconfiança no Consumo de Leite
A desconfiança no consumo de leite, expõe a problemática, como
trabalhada em tópicos anteriores, evidencia a necessidade de buscar meios
para solucionar a liberação de resíduos atmosféricos e geração de
efluentes.
Na questão de liberação da geração de efluentes, os autores Roselir
Ribeiro da Silva1, Eduardo Queija de Siqueira, Ina de Souza Nogueira, no
seguinte texto:
Nos laticínios, as etapas de produção e higienização geram um grande
volume de efluentes com elevada carga orgânica (CASTRO, 2007;
SARAIVA & PEREIRA, 2009), que deve ser tratado antes de ser
descartado. Os efluentes lácteos, se constituídos basicamente de resíduos
de leite e soro, são fáceis de serem oxidados nas estações de
tratamentode efluentes (ETEs) dos laticínios. No entanto, a acidez e os
resíduos de detergentes alteram o pH, enquanto os sanitizantes inibem o
crescimento bacteriano, tornando o tratamento mais complexo (BRIÃO
&TAVARES, 2007). O tempo de detenção hidráulica nas ETEs, que pode
variar de 8 a 13 dias para estabilizar a matéria orgânica, requer sistemas
de maior porte, inviáveis em grandes volumes de efluentes produzidos
(RIVAS et al., 2010). Os efluentes líquidos sem tratamento alteram a

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

qualidade das águas, podendo inviabilizar o uso múltiplo da água a jusante


do lançamento (AZZOLINI & FABRO, 2013). O mais grave é que os cursos
d’água abastecem a população ao mesmo tempo em que recebem esgotos
e efluentes industriais (LUCAS & CUNHA, 2007). O controle das ações de
manejo se torna menos eficiente quando os efluentes não são bem
caracterizados. Portanto, a falta de informações do consumo de água, das
características dos efluentes, da variação horária e diária na composição
dos efluentes e dos processos produtivos, além da coleta de amostra
única, são fatores que dificultam a avaliação do potencial poluidor das
indústrias lácteas. Este estudo pretendeu atender a essas premissas e
contribuir com mais detalhes para a elucidação desses fatores. Em busca
de averiguar os impactos do lançamento dos efluentes de laticínios nos
cursos d’água da Bacia do Rio Pomba, questiona-se o quanto essa
atividade pode afetar a qualidade e a sanidade das águas dessa bacia.
Diante da situação, o objetivo deste artigo foi analisar os efluentes das
indústrias lácteas da Bacia do Rio Pomba em um ciclo diário e os possíveis
impactos na qualidade das águas. Para atender a esse objetivo, averiguou-
se quais variáveis físicas e químicas seriam importantes nesta análise,
como ocorre a variação da composição dos efluentes entre e dentro dos
estabelecimentos, e se as variáveis físico-químicas atendem à Resolução
CONAMA nº 430 (BRASIL, 2011), sendo, ainda, efetuada simulação da
dinâmica de um curso d’água receptor de efluentes de laticínios.
Fonte: Roselir Ribeiro da Silva1, Eduardo Queija de Siqueira, Ina de Souza
Nogueira. “ Impactos ambientais de efluentes de laticínios em curso d’água na Bacia
do Rio Pomba”. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/esa/a/SzF6yPQVXyTPZN6kr9Ytmdf/?lang=pt. Acesso em: 25
jun. 2021.

Os autores explicam a forma que o soro de leite é produzido e a


razão dele ser tão nocivo ao meio ambiente, a qual é devido a sua taxa
orgânica e oxidação elevados, quando liberado nos efluentes, apontaram
também os danos que o soro causa na qualidade da água que pode
inviabilizar o uso múltiplo da água.
Somado com os efluentes liberados, outra problemática é o uso de
combustíveis nocivos para a atmosfera, os quais são melhor trabalhados no
seguinte texto:
As emissões atmosféricas na indústria de laticínios são provenientes da
queima dos combustíveis nas caldeiras, geralmente a óleo ou à lenha, cujo
vapor é usado para a limpeza e desinfecção de pisos e equipamentos e em
etapas do processo produtivo, como a pasteurização do leite e a fabricação
de queijos. A combustão do óleo resulta na emissão de poluentes
atmosféricos, tais como material particulado, óxidos de enxofre, óxidos de
nitrogênio, hidrocarbonetos e monóxido de carbono. A queima da lenha
também libera esses mesmos poluentes, além de compostos voláteis como
o ácido acético, metanol, acetona, acetaldeído e alcatrão.

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 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Fonte: Rosângela Moreira Gurgel Machado, Patrícia Cristina da Silva e Valdir


Honório Freire. “ Controle ambiental em indústrias de laticínios”. Brasil Alimentos.
Disponível em: http://www.signuseditora.com.br/ba/pdf/07/07%20-%20Gestao.pdf.
Acesso em: 25 jun. 2021.

Os autores mencionam a forma que os resíduos atmosféricos são


emitidos, a finalidade deles no processo de produção dos alimentos
derivados de leite. Esse processo expõe a natureza a óxidos de enxofre,
óxidos de nitrogênio, hidrocarbonetos e monóxido de carbono, os quais
surgem através da queima do óleo. A queima da lenha, além de liberar os
mesmos compostos, além do ácido acético, metanol, acetona, acetaldeído e
alcatrão.
Observa-se que a falta de compromisso que o setor de laticínios
possui com a sustentabilidade justifica a razão da desconfiança no
consumo de leite. Portanto, cabe ao profissional de Engenharia Química
trabalhar para solucionar as problemáticas.
iii) Confiança no Consumo de Leite
Para a confiança no consumo de leite, foram trabalhadas diversas
hipóteses e a mais adequada sugere o conhecimento das Leis Ambientais,
e por meio do texto da autora Ilidia da Ascenção Garrido Martins Juras:
A Lei n° 12.305, de 2 de agosto de 2010, aprovada após mais de 20 anos
de discussão no Congresso Nacional, veio preencher importante lacuna na
legislação ambiental brasileira ao instituir a Política Nacional de Resíduos
Sólidos. De forma similar à Lei de Crimes Ambientais, a nova lei de
resíduos sólidos tem a grande vantagem de reunir inúmeros dispositivos
legais anteriormente esparsos em instrumentos normativos diversos, como
resoluções e portarias, de forma orgânica e coerente. Além disso, traz para
o nível de lei em senso estrito comandos que estavam em atos infralegais,
os quais, por não terem o respaldo de uma lei com normas gerais sobre os
resíduos sólidos, tinham sua constitucionalidade questionada por alguns
analistas (ARAÚJO; JURAS, 2011).
Fonte: Ilidia da Ascenção Garrido Martins Juras. Legislação sobre resíduos sólidos:
comparação da Lei 12.305/2012 com a legislação de países desenvolvidos .
Consultoria Legislativa. Disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4060084/mod_resource/content/1/AULA
%207%20-%20RECOMENDADA%202012_1658.pdf. Acesso em: 25 jun. 2021.

O trecho do texto cita a Lei 12.305/2010, a qual regula a liberação


dos resíduos sólidos no meio ambiente. A autora durante o texto compara a
Lei 12.305/2010 com leis de outros países a fim de dar enfoque às
responsabilidades pós-consumo.

99
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Além da lei com o objetivo de monitoramento dos resíduos sólidos, a


forma de lidar com a taxa de emissão de gases poluentes é através do
artigo trabalhado pelo Alexandre Calado de Oliveira:
O objetivo principal deste trabalho é desenvolver um sistema de
monitoramento microcontrolado de monitoramento de emissão de gases
tóxicos, simples e flexível, em rede sem fio com tecnologia Zigbee
(protocolo IEEE 802.15.4), com capacidade para controle de exaustão e
suporte para expansões em instalações prediais, industriais e ambientes
confinados. Além do objetivo principal, este trabalho tem como objetivos
específicos: 1) Desenvolver dois módulos microcontrolados sensores de
gás tóxico, sendo um somente para leitura de gás e outro para controle do
sistema com capacidade de transferência de dados para microcomputador
(PC); 2) Adotar o protocolo Modbus com interface TCP/IP para
transferência de dados e controle do sistema; 3) Implementar um sistema
de controle de exaustão simples com três velocidades que possa ser
facilmente ajustado e adaptado; 4) Desenvolver uma interface de interação
com o usuário utilizando o software supervisório ScadaBR para
visualização das emissões de gases e controle de exaustão; 5) Analisar as
emissões de gases tóxicos em ambientes abertos e confinados; 6) Analisar
o funcionamento e as limitações de atuação da rede sem fio utilizando-se o
protocolo IEEE 802.15.4; 7) Comparar os dados de emissão de gases
levantados experimentalmente; 15 8) Corroborar o funcionamento de todo o
sistema desde a comunicação, controle, interface com o usuário e atuação
do sistema microcontrolado.
Fonte: Alexandre Calado de Oliveira. Sistema microcontrolado para análise e
monitoramento de emissão de gases tóxicos utilizando protocolo IEEE 802.15.4
(ZIGBEE) . Disponível em: http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/15645.
Acesso em: 25 jun. 2021.

De acordo com os objetivos de estudo do autor, seguindo seus


passos mencionados será simples identificar os gases na atmosfera e por
conseguinte encontrar a forma adequada para suprir o poluente.
iv) Metodologia
Para começar o tópico de metodologia foi preciso tomar
conhecimento da definição de metodologia e como usá-la de ferramenta
para reunir informações pertinentes com o artigo. O meio de execução da
metodologia foi a pesquisa bibliográfica e documental.
Em relação à pesquisa bibliográfica, de acordo com a Vera Regina
Casari Boccato, têm a seguinte definição:
A pesquisa bibliográfica busca a resolução de um problema (hipótese) por
meio de referenciais teóricos publicados, analisando e discutindo as várias
contribuições científicas. Esse tipo de pesquisa trará subsídios para o
conhecimento sobre o que foi pesquisado, como e sob que enfoque e/ou

100
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

perspectivas foi tratado o assunto apresentado na literatura científica.


Conforme Salomon (2004), a pesquisa bibliográfica fundamenta-se em
conhecimentos proporcionados pela Biblioteconomia e Documentação,
entre outras ciências e técnicas empregadas de forma metódica
envolvendo a identificação, localização e obtenção da informação,
fichamento e redação do trabalho científico. Esse processo solicita uma
busca planejada de informações bibliográficas para elaborar e documentar
um trabalho de pesquisa científica.
Fonte: Vera Regina Casari Boccato. Metodologia da pesquisa bibliográfica na área
odontológica e o artigo científico como forma de comunicação. Revista de
Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo. Disponível em:
http://arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/revista_odontologia/
pdf/setembro_dezembro_2006/metodologia_pesquisa_bibliografica.pdf. Acesso em:
25 jun. 2021.

A autora define a pesquisa bibliográfica como um meio de buscar a


resolução da problemática, por meio da fundamentação em conhecimentos
proporcionados pela documentação e biblioteconomia, as quais envolvem
na localização e obtenção de informação.
A outra técnica utilizada na metodologia foi a pesquisa documental, a
qual é definida pelo seguinte trecho:
A pesquisa documental, bem como outros tipos de pesquisa, propõe-se a
produzir novos conhecimentos, criar novas formas de compreender os
fenômenos e dar a conhecer a forma como estes têm sido desenvolvidos
[2]. Ela pode ser utilizada no ensino na perspectiva de que o investigador
“mergulhe” no campo de estudo procurando captar o fenômeno a partir das
perspectivas contidas nos documentos, contribuindo com a área na qual ele
se insere, seja na área da educação, saúde, ciências exatas e biológicas
ou humanas. A pesquisa documental consiste num intenso e amplo exame
de diversos materiais que ainda não sofreram nenhum trabalho de análise,
ou que podem ser reexaminados, buscando-se outras interpretações ou
informações complementares, chamados de documentos[3]. Assim, pode-
se dizer que a pesquisa documental é aquela em que os dados obtidos são
estritamente provenientes de documentos, com o objetivo de extrair
informações neles contidas, a fim de compreender um fenômeno. O método
utilizado para analisar os documentos chama-se de “método de análise
documental”. A pesquisa documental é um procedimento que se utiliza de
métodos e técnicas para a apreensão, compreensão e análise de
documentos dos mais variados tipos. Ainda, uma pesquisa é caracterizada
como documental quando essa for a única abordagem qualitativa, sendo
usada como método autônomo. Porém, também é possível utilizar
documentos e análise de documentos como estratégias complementares a
outros métodos [4]. A pesquisa documental faz uso de documentos, mas o
que é um documento? Partindo da etimologia da palavra, documento, que
corresponde a palavra latina “documentum”, significa aquilo que ensina,
que serve de exemplo [5]. Para Cellard [6] não é fácil conceituá-lo e defini-

101
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

lo é um desafio. Para o autor este termo assume o sentido de prova-


instrumento escrito que, por direito, faz fé daquilo que atesta; para servir
de registro, prova ou comprovação de fatos ou acontecimentos.
Fonte: Rosana Maria Luvezute Kripka, Morgana Scheller, Danusa de Lara Bonotto.
Pesquisa Documental: considerações sobre conceitos e características na Pesquisa
Qualitativa . Congresso Ibero-Americano em Investigação Qualitativa. Disponível em:
https://proceedings.ciaiq.org/index.php/ciaiq2015/article/view/252. Acesso em: 25
jun. 2021.

O trecho citado da “Pesquisa Documental: considerações sobre


conceitos e características na Pesquisa Qualitativa” , define a pesquisa
documental como uma busca de informação que propõe produzir novos
conhecimentos a qual utiliza de métodos para apreensão, compreensão e
análise.
Desta forma, os resultados coletados no banco de dados, que
formaram a pesquisa, os quais o acúmulo de informações possibilitara a
discussão, e por conseguinte possibilitou solucionar o problema do artigo.
Assim, os resultados obtidos no conjunto de pesquisa bibliográfica e
documental proporcionou a formação de um banco de dados, o qual o
conjunto de informações resultou na solução do problema proposto, no
artigo, indicando a forma que o profissional de Engenharia Química, junto
com uma equipe experiente na área de laticínios, contribuir na solução da
“confiança no consumo de leite”, no qual se baseia no estudo das etapas de
produção de alimentos, na Legislação Ambiental e nas formas de
reciclagem e fins sustentáveis para os resíduos liberados. O que confirmou
pelo entendimento do objetivo do estudo, na contribuição da Engenharia
Química na indústria de laticínios. Encontrando a solução da desconfiança
do consumo de leite. O que culminou na confiança do consumo de leite. O
que compôs na metodologia a possibilidade de encontrar informações
pertinentes, tanto para o problema, quanto para o objetivo estabelecido.
Apontando os principais resultados coletados no banco de dados,
passa para a discussão.

7 Discussão
O tópico de discussão é a parte da pesquisa que o pesquisador
reflete as informações encontradas de acordo com o objetivo de estudo e
problema, de modo literal. A discussão é entender o conjunto do objetivo de
estudo, de seu problema, solução e método de pesquisa.
102
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

De acordo com o professor Maurício Gomes Pereira, o tópico de


discussão segue os seguintes pontos:
A discussão, habitualmente, constitui uma seção de difícil preparação. É
aquela em que o iniciante mais se complica em sua redação e, comumente,
elabora um texto extenso e confuso. Seu tamanho não deveria ultrapassar
um terço do artigo. Se ocupar mais da metade do texto correspondente à
estrutura IMRD (introdução, método, resultado e discussão), a discussão é
longa e, provavelmente, malfeita. Compor um texto adequado decorre de
aprendizado. A associação entre iniciante e pesquisador experiente em
comunicação científica reflete-se positivamente. A escrita na forma aqui
sugerida, estruturada, facilita o trabalho e evita a omissão de partes
essenciais. Utilize-a ou alguma outra que se adapte ao tema ou ao modo
como pretende conduzir a discussão. Na prática, são encontradas amplas
variações nessa estruturação, notadamente quanto à terminologia adotada,
à importância que se confere a cada uma das partes, à sequência de sua
apresentação e ao fato de dois tópicos serem, por vezes, debatidos
simultaneamente. Para se familiarizar com os assuntos abordados,
inspecione artigos publicados nos bons periódicos científicos. Essa
iniciativa constitui aprendizado para auxiliar a busca pela coerência na
reflexão e na revisão de um texto.
Fonte: Maurício Gomes Pereira. A seção de discussão de um artigo científico.
Universidade de Brasília. Disponível em: http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?
pid=S1679-49742013000300020&script=sci_arttext. Acesso em: 29 jun. 2021.

No trecho acima, define o tópico da discussão como a seção de


difícil preparação a qual se comporta de acordo com a estrutura “IMRD” a
qual compõe a introdução, método, resultado e discussão.
Dessa forma, o tópico de discussão é definido em dois blocos, sendo
o primeiro bloco focado na recuperação, análise e interpretação, do
problema, da solução e da metodologia. E o segundo visando a análise e
interpretação dos resultados.
a) Engenharia Química na indústria de laticínios
Quando é mencionado o objeto de pesquisa, isto é, a Engenharia
Química na indústria de laticínios, foi preciso estabelecer as etapas de
processamento na indústria de laticínios, sua história e importância. Porém,
o entendimento das atividades do profissional de Engenharia Química, a fim
de buscar meios de intervenção, do profissional, na produção de alimentos
de laticínios. Garantindo um produto confiável para consumo.
E por produto confiável entende-se como primordial buscar formas
de lidar com os resíduos produzidos durante o processamento.

103
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

O objetivo da Engenharia Química no setor lácteo é utilizar de seu


conhecimento matemático, biológico, físico e químico para inovar no
desenvolvimento de produtos cumprindo as exigências de proteção
ambiental e da saúde da sociedade.
A função do Engenheiro Químico na indústria de laticínios é o estudo
das etapas de produção dos alimentos derivados de leite, a fim de
encontrar as etapas que produzem os resíduos que prejudicam, quando
liberados, o meio ambiente, e estudar a Legislação Ambiental e cumprir
suas exigências.
De outra forma, afirma-se um “produto confiável” no seguinte trecho:
a) qualidade de características funcionais intrínsecas ao produto:
Parâmetros: - Desempenho técnico ou funcional - Facilidade ou
conveniência de uso;
b) qualidade de características funcionais temporais (dependentes do
tempo): Parâmetros: - Disponibilidade - Confiabilidade - Mantenabilidade –
Durabilidade;
c) qualidade de conformação: Parâmetro: - Grau de conformidade do
produto;
d) qualidade dos serviços associados ao produto: Parâmetros: - Instalação
e orientação de uso - Assistência técnica;
e) qualidade da interface do produto com o meio: Parâmetros: Gestão &
Produção, v. 1, n. 2, p. 104-124, ago. 1994 108 - Interface com o usuário -
Interface com o meio ambiente (impacto no meio ambiente);
f) qualidade de características subjetivas associadas ao produto:
Parâmetros: - Estética - Qualidade percebida e imagem da marca;
g) custo do ciclo de vida do produto para o usuário: O custo do ciclo de
vida do produto, para o usuário, compreende a soma dos custos de
aquisição, de operação, de manutenção e de descarte do produto. O
conjunto dessas dimensões e parâmetros compõe o que estamos
chamando de qualidade total do produto. A qualidade total do produto
representa, portanto, a qualidade experimentada e avaliada pelo usuário,
objetiva ou subjetivamente, na etapa de utilização do produto e em todas
as suas dimensões, sejam intrínsecas ou associadas ao produto.
Como visto, a qualidade do produto pode ser decomposta em diversas
dimensões. Essas dimensões representam os eixos ao longo dos quais
pode se dar a mudança da qualidade do produto. As mudanças
representam alterações nessas dimensões que, supõe-se, se traduzam em
melhorias em relação à qualidade anterior. A melhoria da qualidade é
representada pelo aumento no desempenho de características do produto
que elevam o seu valor para o usuário ou para o produtor. A qualidade está
diretamente associada ao desvio entre as necessidades dos clientes e o
desempenho real do produto no mercado. Assim, a mudança da qualidade
de produto está associada a mudanças nesse desvio. Esse desvio pode ser
decomposto em dois tipos:
104
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

i. desvio entre as necessidades do cliente (qualidade desejada pelo


mercado) e o desempenho projetado para o produto (qualidade projetada);
ii. desvio entre a qualidade projetada e o desempenho constatado (real) do
produto (qualidade real do produto).
Fonte: José Carlos de Toledo. Gestão da mudança da qualidade do produto .
Universidade Federal de São Carlos. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/gp/a/zNnshmH7ZHknggTTGVtnwky/abstract/?
lang=pt&stop=previous&format=html. Acesso em: 29 jun. 2021.

No texto do José Carlos de Toledo, define a qualidade do produto em


6 etapas e os desvios, esses fatores compõem a qualidade do produto que
a indústria deseja projetar e a qualidade esperada, e dependendo do desvio
apresentado será classificado ou não como produto confiável. Dessa forma,
seguindo as exigências esperadas pelo cliente e a Legislação Ambiental,
com o mínimo de desvio alcançará um produto confiável.
b) Desconfiança no consumo de leite
No entanto a desconfiança no consumo de leite, traz, por
conseguinte a não obtenção da qualidade do produto esperada.
Desrespeitando as exigências da Legislação Ambiental, por meio dos
resíduos produzidos durante o processamento de alimentos derivados de
leite.
Esse quesito leva a problemática e sugere a seguinte questão: Como
o profissional de Engenharia Química, no processo industrial de laticínios,
pode ajudar a tornar o leite um produto confiável para a população?
É notório a necessidade de profissionais de Engenharia Química
qualificados para estudar a problemática e encontrar formas de resolvê-las
utilizando o amplo conhecimento de matemática, física, biologia e química,
a fim de encontrar um produto confiável para o consumo.
c) Confiança no consumo de leite
O caminho para a confiança no consumo de leite corresponde ao
caminho de resolução das problemáticas que dificultam a confiança, diante
das exigências realizadas pela Legislação Ambiental e a população
consumidora.
Os resíduos liberados durante o processo são uma das
problemáticas presentes na indústria de leite. A Lei nº 12.305/2010 trata
sobre o gerenciamento dos resíduos liberados na natureza, as exigências

105
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

impostas pela lei sendo supridas a confiança no consumo de leite estará um


passo mais próxima de ser conquistada.
É notório a necessidade do conhecimento de todas as etapas do
processamento de alimentos derivados de leite, da Legislação Ambiental,
principalmente da Lei nº 12.305/2010, e conhecimento dos resíduos sólidos
e atmosféricos pelo profissional de Engenharia Química. Com o objetivo de
usar seu amplo conhecimento para lidar com as problemáticas e conseguir
alcançar a confiança no consumo de leite.
d) Metodologia
Para dar base a pesquisa científica, é necessário que o pesquisador
tenha como guia a metodologia, a qual tem como funcionalidade de propor
uma ferramenta de trabalho investigativo que afirma estabelecer os
objetivos de forma clara e precisa, como concretizar a problemática da
pesquisa, o objeto de estudo e buscar resoluções que solucionem a
problemática proposta, apoiado pelo método de investigação.
Na pesquisa científica, a metodologia foi a pesquisa bibliográfica e
documental.
Ainda, que a pesquisa bibliográfica seja uma forma de buscar a
resolução da problemática pela fundamentação em conhecimento
proporcionados pela documentação e biblioteconomia, que envolvem na
obtenção de informação.
De outra forma, a pesquisa documental é definida como a procura de
informações para proporcionar novos conhecimentos que usufruam de
métodos de compreensão e análise.
Metodologia a qual trouxe segurança e direcionamento para a
problemática da pesquisa.
Com a metodologia, foi possível esclarecer os resultados obtidos
pelo banco de dados, o qual foi composto por artigos, legislações e
estudos.
Destaca-se que a Engenharia Química na indústria de laticínios,
compreendido de maneira ampla, desde a coleta de leite até a entrega do
produto ao consumidor final, é importante que o profissional foque na
sustentabilidade da produção, sobretudo, para conquistar um produto

106
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

confiável para o consumo, cumprindo as exigências realizadas por leis e


órgãos fiscalizadores.
Estabelecendo com isto que a Engenharia Química na indústria de
laticínios, assume o exercício profissional de fiscalizar as etapas de
produção e verificar se desde a coleta de leite até a entrega do produto
final, seguindo as exigências de leis ambientais e higiênicas, a fim de
melhorar e guiar as etapas para conquistar um produto confiável para o
consumo.
O que guiou a pesquisa, enquanto problemática, foi a seguinte
pergunta: Como o profissional de Engenharia Química, no processo
industrial de laticínios, pode ajudar a tornar o leite um produto confiável
para a população?
Para responder à pergunta formulada, indica que é preciso o
profissional de Engenharia Química na indústria de laticínios, entender
todas as etapas de produção do setor de laticínios, ter conhecimento das
Leis Ambientais e tomar conhecimento dos resíduos que são liberados
durante o processamento dos alimentos derivados de leite. Com o objetivo
de lidar com situações que interfiram na sustentabilidade ambiental da
produção.
Sendo a proposta do objetivo de compreender as Leis Ambientais, a
forma que o leite é processado e encontrar meios de lidar com os resíduos
sólidos e atmosféricos que prejudicam o meio ambiente.
O objetivo de conhecer as etapas de produção, as Leis Ambientais e
os resíduos que são liberados são indispensáveis para o profissional de
Engenharia Química, diante da atividade de tornar o consumo de derivados
de leite confiável.
A Engenharia Química possui um amplo repertório de conhecimento,
portanto é possível atuar em diversas áreas, sendo influenciado e
influenciando diversas profissões. Somado com o dever da
sustentabilidade, o profissional de Engenharia Química precisa agir de
forma racional, independente da sua área de profissão, para buscar meios
de proteger a saúde da população e do meio ambiente. Com isto, ao
exercer atividade em uma área alimentar, como a indústria de laticínios,
cujo objetivo é fornecer um produto confiável para o consumo, a qual se
impõe por meio das Leis Ambientais e pelo compromisso com a
sustentabilidade.
107
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Além disso, tomar conhecimento das etapas de produção é


necessário para o profissional de Engenharia Química lidar com as
problemáticas apontadas, identificando as etapas que produzem resíduos
que são prejudiciais ao meio ambiente.
Com isso tem-se o papel do profissional de Engenharia Química na
indústria de laticínios um cuidado especial com as etapas de produção e
com o despejo dos resíduos sólidos e atmosféricos, para poder fornecer um
produto confiável para consumo.
Assim, a discussão que criou foi no sentido de que o profissional de
Engenharia Química para o exercício de sua atividade na indústria de
laticínios, será preciso conhecer as etapas de produção, as leis ambientais
que envolvam a liberação de resíduos, a qual é a problemática discutida na
pesquisa e encontrar novas formas de lidar com os resíduos liberados,
sendo para reciclagem ou liberação de forma segura.
Da discussão passa a apresentar as conclusões.

8 Conclusões
Dentro da atuação do profissional de Engenharia Química, tem-se o
consumo de leite, o qual é imposto como necessário o investimento em
pesquisas que terão como principal objetivo entender os meios de produção
e mudá-los, a fim de resolver as problemáticas que vão contra o princípio
da sustentabilidade.
Foi observado as transformações que a indústria de laticínios
passou, auxiliando no seu próprio crescimento e de outros setores
industriais, o que permitiu o surgimento de novos ramos industriais, além de
dar oportunidade de crescimento a micro e pequenas empresas.
Porém, a problemática se estabelece quando identificar os motivos
para a desconfiança no consumo de leite, o entendimento das etapas de
produção possibilitou notar a quantidade de resíduos que são formados e
liberados, sendo eles sólidos e gasosos, tornando-o um alimento
desconfiável para o consumo. A gerência de um profissional de Engenharia
Química encontrará formas sustentáveis de lidar com tais problemáticas.
Sendo necessário e indispensável para o profissional de Engenharia
Química a estrita participação das etapas de produção de alimentos

108
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

derivados de leite, conhecimento da Legislação Ambiental. Pois, a garantia


de sustentabilidade da produção depende da forma que as etapas são
feitas e como os resíduos produzidos são destinados.
Métodos estes, da participação das etapas de produção da indústria
de laticínios, são alcançados a partir da investigação que se formou na
pesquisa bibliográfica e documental.
Os resultados obtidos com a pesquisa bibliográfica e documental
forma uma base de informações e formação de banco de dados, sobre o
tema da pesquisa, indicando que a problemática da desconfiança no
consumo de leite impede que se conquiste um produto sustentável.
Dessa forma, é necessário e indispensável o monitoramento das
etapas de processamento dos alimentos derivados de leite e conhecimento
da legislação ambiental, a fim de lidar com os materiais produzidos e
despejados, fornecendo destinos apropriados e sustentáveis, criando um
alimento confiável para o consumo.
O que conduziu a discussão foi que o profissional de Engenharia
Química, ao exercer suas atividades, no caso da indústria de laticínios,
deve fazer com cautela participação das etapas de produção dos alimentos
derivados de leite, para ter noção do material produzido e resíduos que são
despejados e como são despejados, tomar conhecimento da Legislação
Ambiental a fim de cumprir todas suas exigências.
Nesse viés, a condução da pesquisa teve como objetivo conhecer as
etapas de produção do setor lácteo, as leis ambientais e os materiais que
são despejados para a natureza, sendo necessário a atuação do
profissional de Engenharia Química para lidar com as problemáticas e
solucioná-las.
O que leva o problema da pesquisa o qual foi: Como o profissional
de Engenharia Química, no processo industrial de laticínios, pode ajudar a
tornar o leite um produto confiável para a população?
Confirma que é necessário o profissional de Engenharia Química na
indústria de laticínios, para fornecer um produto confiável para o consumo,
um produto visto e dito como sustentável, para isso foi formado três
quesitos básicos: a) tomar conhecimento das etapas de produção dos
alimentos derivados de leite; b) conhecimento da Legislação Ambiental, a
fim de seguir e respeitar todas as exigências apresentadas; e c) tomar
109
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

conhecimento dos resíduos produzidos no setor lácteo e lidar de forma


segura como apresentado na Lei nº 12.305/2012.
Têm-se os três quesitos básicos citados, como primordial da
atividade do profissional de Engenharia Química, reforçando que a
confiança no consumo de leite deve voltar-se para atenção nas etapas de
produção, as leis ambientais e seus resíduos, tanto sólidos como
atmosféricos, mudando a forma que são despejados de modo que
respeitem as exigências da Legislação Ambiental.

9 Referências
BOCCATO, Vera Regina Casari. Metodologia da pesquisa bibliográfica na
área odontológica e o artigo científico como forma de comunicação. Revista
de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo. Disponível em:
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ambientais causados por laticínios com foco no reaproveitamento dos
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110
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

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%3DCOMO_CLASSIFICAR_AS_PESQUISAS_1.pdf&Expires=1624897697&
Signature=DYPXsL6Fs9dmyWPhKrh6pKKQwdCXok78sGF3dc64mR5jBy4ng
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https://www.scielo.br/j/gp/a/zNnshmH7ZHknggTTGVtnwky/abstract/?
lang=pt&stop=previous&format=html. Acesso em: 29 jun. 2021.

Apresentação disponível em: https://www.youtube.com/watch?


v=IxBsJX0Xrgk&t=20s

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 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Engenharia Química nos Processos Fermentativos: observação aos


procedimentos de transformação da matéria-prima orgânica

Maria Clara Nogueira Carvalho


marianogcar9@outlook.com
Resumo: A Engenharia é definida sobretudo como ciência de solução
de problemas práticos. Entre as diversas ramificações da engenharia, a
Engenharia Química recebe destaque devido à enorme abrangência de
mercado e sua imprescindível revisão dos processos e produtos que a
compõe, formando assim profissionais versáteis e preparados. Durante
os processos fermentativos, torna-se necessária a observação ao
procedimento transformação da matéria-prima orgânica na catálise
enzimática devido às exigências de condições ideais dos
microrganismos utilizados. O objetivo é garantir o controle desses
microrganismos a fim de fiscalizar para evitar a contaminação na
fermentação não havendo prejuízos e não afetar os rendimentos industriais, com efeito de
garantir um produto de qualidade e com maior rendimento, sem deixar resíduos do
processo e demonstrar compromisso com a saúde do consumidor. A metodologia aplicada
foi a pesquisa bibliográfica nos bancos de dados SciELO Artigos, Google Acadêmico,
Redalyc e Periódicos Capes. Os resultados encontrados indicam que as bactérias do grupo
Gram-positivo são os microrganismos contaminantes que predominam na fermentação
alcoólica, sendo assim, a contaminação bacteriana um dos fatores preponderantes dentre
aqueles que podem afetar o processamento e regredir o rendimento total. As conclusões
são que a Engenharia Química, dentro da atuação profissional dos processos
fermentativos, carrega a necessidade de vigiar o funcionamento de seu dinamismo através
de inúmeras análises, bem como exigem os microrganismos para controle de pH,
temperatura, disponibilidade de oxigênio e certificação das enzimas específicas intimadas
para que realizem o processo com rapidez e ofereça o produto final esperado com menor
dano possível para as destilarias.

Palavras–chave: Engenharia Química, Processos Fermentativos, observação, condições


ideais, microrganismos, contaminação, fermentação.

Sumário: 1 Introdução. 2 Engenharia Química nos Processos Fermentativos. 3


Inobservação aos procedimentos de transformação da matéria-prima orgânica. 4
Observação aos procedimentos de transformação da matéria-prima orgânica. 5
Metodologia. 6 Resultados. 7 Discussão. 8 Conclusões. 9 Referências.

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 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

1 Introdução
A palavra Engenharia tem origem do latim (ingenium), cuja seu
significado é talento, invenção, aptidão e capacidade. Logo, um engenheiro,
pelo sentido literal da palavra significa: “o indivíduo que exerce a profissão
do talento”. O mundo das ciências da natureza é estudado todos os dias a
fim de obter explicação dos fenômenos existentes na terra, para assim
obter uma maior compreensão da realidade em meio as diversas
interpretações dela e utilizar esse estudo a favor de toda população. A
fermentação é um ramo da Engenharia Química e da Biotecnologia que
oferece produtos nos quais são muito presentes no cotidiano dos cidadãos,
adquirindo assim relevância significativa. Desse modo, é necessário que
todas suas etapas ocorram nas condições ideais exigidas pelos
microrganismos na produção com a finalidade evitar possíveis infecções e
prejuízos, observando as exigências e especificações necessárias. Este é o
foco que se busca ao desenvolver a “Engenharia Química nos Processos
Fermentativos: Observação aos procedimentos de transformação da
matéria-prima orgânica”.
A justificativa para a proposta de “ Engenharia Química nos
Processos Fermentativos: Observação aos procedimentos de
transformação da matéria-prima orgânica” incide nos Processos Químicos
Industriais, como: Industrias alcooleiras, alimentícias, de combustíveis e
farmacêuticas. Quando em conjunto, torna-se fundamental a análise e
certificação profunda de seus princípios básicos de transformação, para
que o risco de contaminação seja o menor possível em todas as indústrias
citadas, impedindo acarretar prejuízos descomunais, formando assim uma
preocupação na qual justifica-se o emprego do título usado para esse
agrupamento de artigos.
A proposta se restringe apenas a análise da transformação da
matéria-prima orgânica em bens de consumo fermentativos e as
consequências causadas pela presença de contaminação nos processos
fermentativos. Não sendo objeto de estudo aprofundado aos tipos de
fermentação pré-existentes ou inovação tecnológica nessa área. Também
não haverá extensão de normativas, sejam nacionais ou internacionais.
O objetivo da proposta é garantir o controle das condições ideais
exigidas dos microrganismos nos processos fermentativos por meio de

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

inúmeras análises detalhadas e impedir a contaminação na fermentação


para não haver danos significativos e não afetar os rendimentos industriais,
para assim, garantir um produto de qualidade e com maior rendimento, sem
deixar resíduos contaminantes do processo e demonstrar compromisso com
a saúde do consumidor.
O problema da pesquisa se volta pela seguinte indagação: O que é
de fato imprescindível ao profissional de Engenharia Química nos
Processos Fermentativos para que seus produtos sejam livres de
contaminação durante a transformação da matéria-prima orgânica
acarretando um bom rendimento?
Na busca de respostas ao problema o qual se insere a pesquisa,
consegue-se estabelecer, de forma prévia, três hipóteses, que são:
a) a primeira hipótese indica que o necessário é o nível de
experiência e um currículo admissível do profissional na indústria de forma
que domine as propriedades dos microrganismos para o processo de
transformação na fermentação.
b) a segunda hipótese aponta a necessidade do controle e avaliação
do pH, disponibilidade de oxigênio e conferir a influência da temperatura de
modo que seja compatível com as exigências dos microrganismos
utilizados.
c) a terceira hipótese é que deve haver total observação e
certificação do processo integral, obtendo esse controle, é possível evitar o
surgimento de novas bactérias as quais causam as infecções que
acarretam de forma abundante a qualidade e rendimento dos processos
industriais da fermentação.
Na realização de busca por informações para o artigo, a metodologia
aplicada foi a pesquisa bibliográfica, baseada nos bancos de dados SciELO
Artigos, Google Acadêmico, Redalyc e Periódicos Capes.
A pesquisa se pautou em diversas fundamentações teóricas,
detalhadas no tópico 9, permitiram clareza e melhor aproveitamento da
temática. A seguir tem-se os autores e as suas obras: Mauricio Gomes
Pereira, A Seção de Discussão de um Artigo Científico; Departamento de
Engenharia Química, UFSCar, O conceito de Engenharia Química;
Fermentec News, Contaminação bacteriana e seus efeitos negativos no
processo; Felipe Lando, Resultados e Discussões; Mauricio Gomes Pereira.
116
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

A Seção de Discussão de um Artigo Científico; William Costa Rodrigues,


Metodologia Científica; Universidade Estadual de Goiás, O que é Pesquisa
Bibliográfica; Universidade Federal do Ceará, Isolamento e identificação de
uma levedura obtida do suco de caju para a produção de etanol.
Os principais resultados encontrados indicam que, com o auxílio de
um bom gerenciamento ao processo, pode-se notar que as bactérias do
grupo Gram-positivo são os microrganismos contaminantes que
predominam na fermentação, sendo, a contaminação bacteriana um dos
fatores preponderantes dentre aqueles que podem afetar o processamento
e regredir todo o rendimento da produção, tornando a fiscalização como
critério obrigatório para evitar possíveis falhas, certificando um controle de
qualidade do procedimento e do produto.
A provável solução se apresenta na certificação da Engenharia
Química dentro da atuação profissional dos processos fermentativos na
transformação de matéria-prima orgânica durante a catálise enzimática,
carregando a necessidade de vigiar o funcionamento de seu dinamismo
através de múltiplas análises, tornando necessário o controle de pH,
temperatura, disponibilidade de oxigênio e certificação das enzimas
específicas intimadas para que realizem o processo com rapidez e ofereça
o produto final esperado com menor dano possível para as destilarias.
No desenvolvimento da investigação foram formulados nove tópicos,
que são: I) uma breve introdução de modo a situar o leitor sobre a ciência
da Engenharia, fundamentos teóricos, destacando hipóteses e justificativa
para os problemas analisados; II) o conceito dos Processos Fermentativos
na Engenharia Química com observação aos procedimentos de
transformação de matéria; III) a apresentação do principal problema da
pesquisa; IV) apontar hipóteses para a solução do problema descrito; V) a
descrição da metodologia de estudo utilizada e seu passo a passo; VI) a
anunciação dos principais resultados obtidos pelo banco de dados e
documentos oficiais; VII) a formulação da discussão crítica para fins de
reflexão sobre o tema apresentado; VIII) as principais conclusões descritas
com o principal objetivo da investigação e a solução do problema; IX) o
registro de referências apresentadas ao longo da pesquisa.
Com base nos fatos mencionados, a pesquisa tem o intuito de trazer
compreensão às necessidades de observação das transformações da
matéria-prima orgânica durante os processos fermentativos, em especial, a
fim de evitar as bactérias do grupo Gram-positivo já citadas, já que se
117
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

apresentam de forma predominante nas infecções nas destilarias, podendo


trazer danos significativos de qualidade, rendimento e lucro. Dessa forma, o
profissional atuante nessa área da Engenharia Química deve possuir total
domínio dos princípios dos microrganismos e de como realizar o
manuseamento para que a transformação industrial ocorra de modo
apropriado. Sabendo que seu produto impacta a rotina de toda uma
sociedade, é imprescindível o saber de como realizar os procedimentos
fermentativos e a certificação de todo processo, com efeito de obter um
resultado de qualidade destinado aos consumidores.

2 Engenharia Química nos Processos Fermentativos


A fermentação se encontra presentes em diversas situações
cotidianas do homem. Esse meio torna possível a produção de
combustíveis, a indústria alimentícia, produção de fertilizantes orgânicos
entre outros múltiplos fatores que podem ser englobados. Dessa forma,
infere-se que a Engenharia Química é essencial para o mundo hodierno e
dentro dela se desenvolverá inúmeras evoluções que a tornará ainda mais
indispensável no futuro devido sua grande abrangência e diversificação de
funções no mercado de trabalho.
A Engenharia Química nos processos fermentativos demonstra
grande relevância para geração de emprego; que deve ser ocupada por
profissionais que saibam monitorar os procedimentos da matéria utilizada
sem permitir que ocorra patologias e garantir o aprimoramento do processo
em obter bom rendimento e um produto final qualitativo.
Ariane Gaspar Costa, Marciane Magnani e Raul Jorge Hernan
Castro-Gomez, argumentam sobre “ Obtenção e caracterização de
manoproteínas da parede celular de leveduras de descarte em cervejaria” a
seguir:
Leveduras são fungos unicelulares utilizados como ferramenta
biotecnológica em vários setores industriais. As leveduras do gênero
Saccharomyces são as que apresentam maior valor industrial e comercial
(VILELA et al., 2000) como agentes biológicos de transformação em
indústrias de bebidas fermentadas, de panificação e destilarias de etanol.
O excedente de biomassa de levedura gerado, principalmente por
indústrias de cerveja e etanol, impõe a necessidade do desenvolvimento de
metodologias para o reaproveitamento deste subproduto. Considerando
que a utilização das células íntegras é limitada pela baixa digestibilidade
da parede celular (GALVEZ et al., 1990; VILELA et al., 2000) e pelo alto

118
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

conteúdo de ácidos nucléicos (LYUTSKANOV et al., 1990), muitos estudos


vêm explorando componentes isolados de leveduras como enzimas,
proteínas, polissacarídeos e lipídios (BELEM; LEE, 1997; KOLLAR et al.,
1992). Dentre estes compostos, as manoproteínas destacam-se pelas
propriedades imunoestimulantes (KRIZKOVÁ et al., 2001; PIETRELLA et
al., 2001; PITZURRA et al., 2000; WANG et al., 1998) e bioemulsificantes
(BARRIGA et al., 1999; CAMERON et al., 1988; TORABIZADEH et al.,
1996). As manoproteínas representam de 20 a 23% do peso seco da
parede celular (KLIS, 1994) e são compostas por cadeias curtas de manose
ou cadeias longas com alta concentração de manoses fosforiladas, unidas
a proteínas por ligações tipo O ou tipo N, respectivamente (KITAGI et al.,
1997). Metodologias descritas para extração de manoproteínas,
geralmente, empregam altas temperaturas (FREIMUND et al., 2003;
TORABIZADEH et al., 1996) combinadas a compostos que atuam como
“detergentes” nas ligações covalentes (KITAGI et al., 1997;
PARASCANDOLA et al., 1997) e/ou enzimas do tipo β-glucanase
(ALEXANDRE et al., 2000; MAGNELLI et al., 2002). O presente estudo teve
como objetivo desenvolver uma metodologia de baixo custo para extração
de manoproteínas de leveduras, utilizando um subproduto descartado em
cervejarias, com aplicação de tratamentos térmicos mais amenos do que os
já descritos (FREIMUND et al., 2003; TORABIZADEH et al., 1996). Foi
também avaliada a viabilidade do reaproveitamento da biomassa de
levedura, descartada após o processo fermentativo, sem a retirada do
etanol residual. A utilização da biomassa de levedura descartada pela
indústria cervejeira para extração de uma fração contendo manoproteínas
não requer tratamento para retirada do etanol residual do processo
fermentativo, facilitando o aproveitamento deste subproduto. As condições
ótimas para extração de manoproteína, na faixa experimental estudada,
foram de 9h a 95ºC para suspensão de 10% de parede celular. O extrato
obtido nessas condições apresentou alto teor de proteínas e carboidratos,
grande diversidade de nutrientes, além de boas propriedades
emulsificantes, o torna um produto com excelente potencial para aplicação
na indústria alimentícia e farmacêutica.
Fonte: Ariane Gaspar Costa, Marciane Magnani e Raul Jorge Herman Castro-
Gomes. Obtenção e caracterização de manoproteínas da parede celular de
leveduras de descarte em cervejaria. Disponível em:
https://www.redalyc.org/articulo.oa?. Acesso em: 10 maio 2021.

Os autores apresentam o texto articulando sobre reaproveitamento


dos processos fermentativos, destacando as propriedades dos
microrganismos empregados e concluem dizendo a respeito do objetivo de
estudo com a utilização de uma metodologia de baixo custo, operando com
descartes das cervejarias.
Dessa forma, infere-se que mesmo adquirindo total controle das
usinas de fermentação durante seu processo de transformação a fim de
obter um bom rendimento, é possível utilizar o que não é usado durante o
119
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

processo para outros modos de reutilização de determinados materiais com


o menor risco de infecção possível.
No entanto, não há referência aos prováveis meios de prevenção de
contaminação que são utilizados na Engenharia Química durante esse tipo
de produção. O autor opta em deixar em evidência no texto as formas de
reciclagem e o que pode ser obtido com elas.
Luiz Humberto Gomes; Keila Maria Roncato Duarte; Felipe Gabriel
Andrino; Ana Maria Brancalion Giacomelli e Flavio Cesar Almeida Tavares
no texto “ Um vetor como gene da GFP (Green fluorescent protein) para a
marcação de leveduras em processos fermentativos ” abordam um
conhecimento a respeito da identificação de infecções em um produto
resultado dos processos fermentativos que é apresentado a seguir:
Leveduras contaminantes podem causar grandes perdas em processos
fermentativos quando infectam culturas puras e degradam a qualidade do
produto final. Estas leveduras podem ser detectadas por diversos métodos,
mas nenhum deles oferece resultados com a exatidão e precisão
necessárias, quando os contaminantes estão em baixa frequência. Culturas
puras contendo um gene marcador podem ser utilizadas para a direta
identificação de células e colônias contaminantes. Detecção rápida e fácil é
desejada e marcadores morfológicos podem auxiliar na visualização da
cultura marcada. O gene da GFP (green fluorescent protein) extraído da
Aequorea victoria mostrou-se eficiente para marcação de células,
oferecendo ainda uma fácil visualização das populações e tecidos
marcados. Para testar este marcador no estudo de leveduras
contaminantes, o gene GFP foi usado para construir um vetor, sob o
controle do promotor de ADH2, que é reprimido por glicose, não
interferindo assim em nenhuma etapa do processo. A inserção do vetor
com a GFP (pYGFP3) em leveduras foi um sucesso, demonstrando alta
estabilidade e oferecendo com certeza, um novo método com alta eficiência
para o controle de contaminantes em processos fermentativos além de
servir como marcador destinado a proteção industrial do material genético.
Fonte: Luiz Humberto Gomes; Keila Maria Roncato Duarte; Felipe Gabriel Andrino;
Ana Maria Brancalion Giacomelli e Flavio Cesar Almeida Tavares. Um vetor como
gene da GFP (Green fluorescent protein) para a marcação de leveduras em
processos fermentativos. Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/sa/v57n4/a18v57n4.pdf. Acesso em: 10 maio 2021.

O texto deixa evidente a existência de contaminação durante os


processos fermentativos e seus danos irreparáveis, além da dificuldade
encontrada de se obter exatidão das infecções que podem ocorrer mesmo
que possam ser detectadas de diversos modos.

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Há riscos significativos de desenvolvimento de patologias na


fermentação, a citação mostra o gene GFP em leveduras, que não
interferem no processo e demonstram uma estabilidade na qual é
necessária ao processo, uma eficiência capaz de permitir o controle dos
microrganismos que vão auxiliar de uma forma mais segura os processos
de transformação da matéria e apresenta uma substituição por um vetor
com um efeito tão bom quanto o gene extraído.
A qualidade do produto consegue ser garantida de uma forma mais
segura quando destinada ao consumidor com uma forma de reparação
persistente, sabendo que é possível obter vários métodos de maneiras
distintas para assegurar um compromisso, e como consequência, tornar o
rendimento crescente.
Adquirindo o saber do potencial de rendimento e dos riscos causados
pela contaminação pela definição dos processos fermentativos, o texto a
seguir abrange a pauta da fermentação de forma mais detalhada sobre a
transformação da matéria-prima orgânica, cuidados e rendimento:
A operação de biorreatores de grande porte, praticamente exige o emprego
de microrganismos não patogênicos, os quais possam ser manuseados
sem riscos ambientais, particularmente nas etapas seguintes em relação ao
término do processo fermentativo. Mesmo durante a fermentação, caso se
manuseasse microrganismos patogênicos em reatores de dezenas de
milhares de litros, os cuidados teriam de ser bastante aumentados,
particularmente com os gases efluentes, o que incidiria em custos
adicionais. O cultivo de patogênicos é efetuado, por exemplo, para a
produção de vacinas, em reatores de pequeno porte litros, porém
confinados em câmaras assépticas, tomando-se precauções necessárias
para a não ocorrência de contaminação do meio ambiente. A obtenção de
células recombinantes de Escherichia coli, via a introdução de plasmídeos,
é sempre algo muito atraente, pois esta é uma das bactérias mais
conhecidas presentemente, mas encontra resistências em termos de uma
utilização em instalações de grande porte, justamente por ser uma
enterobactéria. Essa é uma das razões (não a única), pelas quais hoje se
prefere partir de células de leveduras, ou fungos filamentosos não
patogênicos, ou mesmo de células animais, a fim de se obter
recombinantes. Apesar disso, ainda existem discussões a respeito da
disposição final dessas células recombinantes, conforme mencionado
anteriormente. Um microrganismo também não deve exigir condições de
processo muito complexas, por motivos claros de economicidade da
produção, sendo que dentro deste tópico muitos aspectos podem ser
abordados. Como se sabe, sempre existem valores ótimos d0 pH e da
temperatura, por exemplo, em termos do acúmulo do produto. No entanto,
também se sabe que o controle preciso do pH e da temperatura apenas é

121
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

possível em reatores de bancada, sendo que em reatores de grande porte,


deverá ocorrer uma certa heterogeneidade ao longo da altura do reator, de
forma que a célula deverá manter o seu desempenho, apesar de uma certa
flutuação nos valores destas grandezas tomadas como exemplo.
Fonte: Adalberto Pessoa Junior; Haroldo Hiss; Aberto Colli Badino Jr.; Iracema de
Oliveira Moraes; Antonio Bonomi; João Carlos Monteiro de Carvalho; Beatriz Vahan
Kilikian; José Geraldo da Cruz Pradella; Deise Maria Fontana Capalbo; Josef Emst
Thiemann; Luiz Carlos Urenha; Pedro Sérgio Pereiralima; Manuel Filgueira Barrai;
Rafael Almudi Villen; Maria Cândida Reginato Facciotti; Sunao Sato; Maria Filomena
de Andrade Rodrigues; Urgel de Almeida Lima; Michele Vitolo; Vanildo Luiz Del
Bianchi; Walter Borzani; Willibaldo Schmidell. Biotecnologia Industrial Volume II
Engenharia Bioquímica. Disponível em:
https://drive.google.com/file/d/1vIwwmwH9g8dkz7KbSkaapSU_BOB-AMus/view.
Acesso em: 10 maio 2021.

O trecho retirado do livro “ Biotecnologia Industrial Volume II


Engenharia Bioquímica ” abrange de forma mais detalhada os cuidados que
devem se obter em industrias de pequeno ou grande porte.
Mostra a diferença de utilização de microrganismo patogênicos e não
patogênicos, deixando evidente a necessidade de estar atento as condições
exigidas dependendo da situação a que serão utilizados para não obter um
custo maior do que o esperado. Sabe-se que na fermentação (de modo
distintivo da produção de vacinas citada no texto) necessita-se
microrganismo sem patologias, sendo essa a questão para tudo que esse
mercado abrange e deve tomar providências para que o produto não cause
prejuízos significativos à empresa.
Tem-se a explicação do porquê utiliza-se as leveduras nesse tipo de
produção e acrescenta a respeito do rendimento. Infere-se, portanto, que
todo o assunto discutido é relacionado aos riscos de contaminação dos
processos fermentativos e suas consequências.
A fermentação tem participação direta na vida da maioria da
população mundial, logo, todo seu processo deve ser realizado com muito
cuidado. É necessário a experiência, e total conhecimento dos
microrganismos utilizados, ter ciência da possibilidade de se utilizar
substituições para um mesmo resultado a fim de sempre promover
benefícios, entre outros diversos fatores já citados.
Baseando-se nos fatos mencionados, é possível destacar a
imprescindível presença de um Engenheiro Químico nos processos
fermentativos a fim de aprimorar cada vez mais o conhecimento nesse
meio. Com efeito de obter controle e acompanhar toda transformação do

122
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

processo, até mesmo as partes residuais, garantindo deste modo, a não


ocorrência de patologias.
Assim, a Engenharia Química quando recebe seus profissionais
atuando na área dos processos fermentativos, em qualquer setor dessa
produção, deve se manter atento a todo o gerenciamento necessário ao se
manusear com os microrganismos, em especial as leveduras que são as
principais empregadas. É importante haver a certificação dos produtos
resultantes a fim de se obter sempre o melhor rendimento e qualidade
admissíveis, sem atribuir prejuízos ao meio ambiente, ao consumidor e
empresas envolvidas.
Tendo em vista os conceitos e necessidades exigidas aos processos
fermentativos, passa-se a se discutir o problema da pesquisa que é a
inobservação aos procedimentos de transformação da matéria-prima
orgânica.

3 Inobservação aos Procedimentos de Transformação da Matéria-Prima


Orgânica
Como visto em parágrafos anteriores, quando se discute a respeito
dos processos fermentativos, o Engenheiro Químico adquiri um papel de
extrema importância para garantir o bom funcionamento das usinas e
resultar no produto desejado, sem custos adicionais significativos. Logo, a
falta de um acompanhamento cuidadoso aos procedimentos de
transformação da matéria prima na fermentação ainda é uma advertência
que pode causar danos indescritíveis e possuem preço elevado para
reparo.
Dessa maneira, é dever do trabalhador dessa área se atentar
obtendo total controle de toda produção para garantir a melhor qualidade
possível e procurar soluções para possíveis problemas que possam ocorrer
durante o processo, a fim de diminuir ao máximo os riscos pré-existentes.
A argumentação destinada aos danos e prejuízos causados pela
inobservação das transformações ocorridas nos processos fermentativos
permite o surgimento da seguinte indagação cuja conduziu toda a pesquisa:
O que é de fato imprescindível ao profissional de Engenharia Química nos
Processos Fermentativos para que seus produtos sejam livres de
contaminação durante a transformação da matéria-prima orgânica
acarretando um bom rendimento?
123
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

O questionamento se volta às competências do profissional quando


se diz a respeito da fiscalização para evitar a ação de microrganismos
patológicos no processo evitando os surgimentos de novas bactérias e
impurezas indesejadas nas quais são as responsáveis pelas temidas
infecções que influenciam de forma direta na qualidade e rendimento dos
processos industriais da fermentação. Todo o procedimento deve ser feito
de forma cautelosa e cuidadosa para enfim, as maravilhas das produções
fermentativas poderem se direcionar ao consumidor e ao mundo. Sabe-se
também que qualquer erro, além de trazer as patologias, contrafaz o
rendimento total. Dessa forma relacionando-se com o lucro que a indústria
deixaria de receber por haver advertências na observância.
É necessário unir a habilidade com a competência do atuante dessa
área, para haver total observação do processo e tornar-se desfrutável ao
público, sem que haja prejuízos significativos à empresa a qual realiza
esses artifícios.
A seguir encontra-se uma citação dizendo a respeito de quando a
tecnologia avançada usada nos dias atuais ainda não se fazia presente a
fim de realizar processos em grande escala acompanhado de uma eficácia.
Esse tipo de indústria (fermentativa) apresenta uma série de características
próprias, pois frequentemente trata-se de fazer crescer um certo
microrganismo ou, de forma mais geral, uma dada célula, seja microbiana,
animal ou vegetal. Esse fato exige a presença, desde o projeto da planta
até sua operação em regime, de uma mentalidade própria e particular em
relação à existente na indústria química não biológica. É também fato
conhecido, que até a Segunda Guerra Mundial não dispunha de tecnologias
adequadas para a condução de processos fermentativos em grande escala
e em condições de assepsia, motivo pelo qual não havia a possibilidade de
se fabricar produtos tais como antibióticos, vitaminas, enzimas, etc. Os
produtos elaborados por processos fermentativos eram aqueles cuja
geração, no caldo em fermentação, tornassem o meio não adequado para a
proliferação de possíveis contaminantes, determinando, desta forma, uma
proteção natural ao meio (etanol, acetona, ácidos orgânicos, etc.). O
grande avanço observado durante a Segunda Guerra Mundial foi
exatamente o desenvolvimento dessas estratégias que permitiram a
condução de processos em larga escala em condições de assepsia, em
particular a possibilidade de se efetuar a esterilização de grandes volumes
de ar, necessário aos processos biológicos aeróbios. Apenas para se ter
uma ideia da importância da: esterilização do ar, imagine-se a necessidade
de fornecer ar esterilizado para um reator de 100 m3 a uma vazão
específica de 0,5 min -1 (ou, como frequentemente mencionado, 0,5 v.v.m.,
ou seja, volume de ar por volume de meio por minuto). Esse problema, que
nada tem de extraordinário, sendo mesmo bastante frequente, pode ser
124
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

resumido à necessidade de se esterilizar 50 m3ar/min. Admitindo-se urna


contaminação do ar ambiente da ordem de 103 partículas/m3 (vide item
seguinte), caso não houvesse a esterilização do ar, introduzir-se-iam no
reator 5x104 partículas/min. Lembrando que um processo fermentativo
pode frequentemente ocorrer durante 50 ou 100 horas, isto significaria
introduzir um total de 3x108 partículas contendo microrganismos, ao longo
de 100 horas de fermentação. Esse exemplo torna claro que não se poderá
obter sucesso nesse processo, caso o acúmulo do produto desejado
dependa da ação isolada do microrganismo responsável pela síntese deste
produto. Na verdade, caso se trate de um processo descontínuo de
fermentação, os instantes mais problemáticos são os instantes iniciais do
processo, pois aí se tem baixa concentração do microrganismo produtor e
alta concentração de substratos, o que significa alta potencialidade de
contaminação do sistema. Já nos instantes mais avançados tem-se uma
alta concentração do microrganismo responsável pelo processo produtivo e
uma baixa concentração de substratos, o que torna o caldo em
fermentação menos suscetível a contaminações. Isso não significa que se
possa conduzir o processo de forma menos atenta, pois a ocorrência de
contaminações que produzam substâncias que destruam o produto gerado
pode comprometer o processo, como é o caso de contaminações com
células produtoras de proteases em um processo de produção de uma
dada enzima.
Fonte: Adalberto Pessoa Junior; Haroldo Hiss; Aberto Colli Badino Jr.; Iracema de
Oliveira Moraes; Antonio Bonomi; João Carlos Monteiro de Carvalho; Beatriz Vahan
Kilikian; José Geraldo da Cruz Pradella; Deise Maria Fontana Capalbo; Josef Emst
Thiemann; Luiz Carlos Urenha; Pedro Sérgio Pereiralima; Manuel Filgueira Barrai;
Rafael Almudi Villen; Maria Cândida Reginato Facciotti; Sunao Sato; Maria Filomena
de Andrade Rodrigues; Urgel de Almeida Lima; Michele Vitolo; Vanildo Luiz Del
Bianchi; Walter Borzani; Willibaldo Schmidell. Biotecnologia Industrial Volume II
Engenharia Bioquímica. Disponível em:
https://drive.google.com/file/d/1vIwwmwH9g8dkz7KbSkaapSU_BOB-AMus/view.
Acesso em: 5 jun. 2021.

O texto faz abordagem a dificuldade de se impetrar um


processamento fermentativo sem contaminação. Esse problema encontra-
se presente desde a segunda guerra mundial e ainda se faz presente em
tempos hodiernos, porém os autores também apresentam que existem
outros meios naturais de cessar a contaminação usados em momentos
anteriores. Mesmo a fermentação sendo um meio de produção moderno e
revolucionário, tornando possível a vida contemporânea no qual as pessoas
estão habituadas, a presença de patologias é um agravante significativo
que deve ser impedido com mais fiscalização e acompanhamento.
Fortificando a necessidade de uma observação mais detalhada e
cuidadosa aos procedimentos realizados nos processos fermentativos. É
imprescindível a exigência de profissionais requisitados à essas funções.

125
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Entretanto, tem-se como prioridade; a certificação de um produto final de


qualidade e com um bom rendimento sem custos adicionais relevantes.
Assim, a inobservação aos procedimentos de transformação da
matéria-prima orgânica pelos profissionais da Engenharia Química nos
processos fermentativos acarreta problemas a todo produto final, ainda
levando prejuízo à empresa em que se adere o processo e ao destino da
produção.
Dada a discussão do problema, inicia-se o assunto das hipóteses
usadas para a resolução desse impedimento e a provável solução para que
possa ser evitado com efeito de gerar maior observação aos procedimentos
da fermentação.

4 Observação aos Procedimentos de Transformação da Matéria-Prima


Orgânica
Na atualidade, o mercado consumidor entra-se em um grau de
competitividade avançado. Logo, a necessidade de se obter novas
tecnologias para atender a demanda populacional, produtos certificados por
um gerenciamento rigoroso, com controle de qualidade torna-se uma
preocupação a todos os setores que dinamizam a economia do país. A
observação aos procedimentos de transformação da matéria prima nos
processos fermentativos é um requisito de extrema relevância para que
tudo no processo se realize da maneira que se espera. Dessa maneira, os
profissionais de Engenharia Química atuantes na área de fermentação
necessitam de cuidados redobrados para que não haja infecções no
procedimento e assim, competir no mercado.
Para tanto, percebe-se que a indagação investigada foca na seguinte
questão: O que é de fato imprescindível ao profissional de Engenharia
Química nos Processos Fermentativos para que seus produtos sejam livre
de contaminação durante a transformação da matéria-prima orgânica
acarretando um bom rendimento?
Estabelecendo no questionário o que é de verdade indispensável ao
profissional de Engenharia Química para que o processo ocorra da forma
desejada desde seu início até a destinação final. Se faz necessária a busca
pelas técnicas ideais no exercício da atividade, com observância detalhada

126
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

e deixar o registro das formas adequadas de se armazenar o produto, a fim


de ser conservado nas condições que lhe atribuem e em seguida, utilizado.
De início, estabeleceu-se três possíveis hipóteses para a resolução
do problema citado, serão discutidas a seguir.
A primeira hipótese situou que “ o necessário é o nível de experiência
e um currículo admissível do profissional na indústria de forma que domine
as propriedades dos microrganismos para o processo de transformação na
fermentação”.
A experiência de um profissional é um fator proeminente para a
realização dos processos fermentativos. A experiência pode proporcionar
um maior domínio sobre qual momento da fermentação é mais sucessível à
contaminação, porém, os outros momentos não devem ser vistos de forma
menos atenta. Se há qualquer chance de contaminação, o que é de fato
imprescindível ao profissional de Engenharia Química nos processos
fermentativos é total acompanhamento da produção para evitar o
surgimento de novas bactérias que causam as infecções.
Na segunda hipótese tem-se como resolução que: “a necessidade do
controle e avaliação do pH, disponibilidade de oxigênio e conferir a
influência da temperatura de modo que seja compatível com as exigências
dos microrganismos utilizados”.
Ter conhecimento das condições ideais de temperatura,
disponibilidade de oxigênio e do pH são fatores indispensáveis à
fermentação, todavia, deve-se ter o controle total dessas características
desde o início do processo até o momento em que o produto gerado é
destinado ao mercado consumidor.
Há a necessidade de ter domínio total do processo e garantir o
acompanhamento como prioridade para que não haja agentes
contaminantes. Mesmo a hipótese se apresentando plausível, ainda não é
possível trata-la como resolução da indagação em questão.
Na terceira hipótese encontra-se a indicação que: “deve haver total
observação e certificação do processo integral; obtendo esse controle, é
possível evitar o surgimento de novas bactérias as quais causam as
infecções que acarretam de forma abundante a qualidade e rendimento dos
processos industriais da fermentação”.

127
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Esta hipótese é a que mais se enquadra na resolução do problema


da pesquisa, pois a observação cautelosa de todas as fases do processo é
essencial para tornar toda produção eficiente e livre de agentes
contaminantes.
Contudo, para que tal método de produção seja realizado é cogente
ao profissional da área da fermentação ter domínio das novas tecnologias
que se aplicam ao procedimento, o qual faz exigência de uma experiência
prática e teórica. A preposição também indica a obrigação de seguir os
passos, tendo a sabedoria das condições ideais de cada microrganismo
manuseado e as prováveis consequências ao adicionar qualquer produto,
assim como apresentar um histórico industrial. Com todos esses cuidados,
cobranças e comprometimentos; a produção tende a garantir de um produto
livre de contaminação e prejuízos, outrossim originará um bom rendimento
e uma primíssima qualidade.
Assim, ao responder a investigação, é notória a importância de um
Engenheiro Químico na indústria de processos fermentativos, que saiba por
meio de estudos especializados e científicos, conduzir o procedimento de
transformação da matéria-prima orgânica estando atento a todas as suas
etapas. Dessa forma, consegue-se avalizar uma produção eficiente e um
produto final de atributo e sem elevação dos custos empresariais
envolvidos.
Após a apreciação das hipóteses e a resposta encontrada à
indagação, a seguir torna-se ressaltante a metodologia aplicada à pesquisa.

5 Metodologia
A metodologia é o alicerce de qualquer artigo científico, ela auxilia e
da base ao trabalho, ajudando na busca de informações de textos que
almejam soluções de um determinado problema.
De acordo com William Costa Rodrigues, temos como conceito e
definição de metodologia científica a seguir:
É um conjunto de abordagens, técnicas e processos utilizados pela ciência
para formular e resolver problemas de aquisição objetiva do conhecimento,
de uma maneira sistemática.
Fonte: William Costa Rodrigues. Metodologia Científica . FAETEC/IST. Paracambi.
2007. Disponível em:
http://pesquisaemeducacaoufrgs.pbworks.com/w/file/fetch/64878127/Willian
%20Costa%20Rodrigues_metodologia_cientifica.pdf. Acesso em 13 jun. 2021.

128
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Nota-se que a metodologia é um método de formular e resolver


problemas, tornando a pesquisa um objeto de estudo científico e objetivo,
destinada a fornecer conhecimento e certificando sua sistematização,
tornando assim um texto menos previsível e mais qualitativo.
Logo, metodologia se apoiou em uma pesquisa bibliográfica e
documental com a utilização de banco de dados oficiais.
A Universidade Estadual de Goiás publicou uma notícia a qual deixa
explícito o conceito de pesquisa bibliográfica:
A Pesquisa Bibliográfica compreende o levantamento de toda a bibliografia
já publicada em forma de livros, periódicos (revistas), teses, anais de
congressos, indexados em bases de dados em formato on-line ou cd-rom.
Sua finalidade é proporcionar ao aluno ou ao pesquisador o acesso à
literatura produzida sobre determinado assunto, servindo de apoio para o
desenvolvimento de trabalhos científicos e análise das pesquisas.
Para a elaboração de uma pesquisa bibliográfica é necessário seguir os
seguintes passos:
1) Escolha do assunto;
2) Identificação;
3) Localização;
4) Compilação;
5) Leitura;
Fonte: Universidade Estadual de Goiás. O que é Pesquisa Bibliográfica . Disponível
em: http://www.ueg.br/noticia/36347_o_que_e_pesquisa_bibliografica. Acesso em:
15 jun. 2021.

Observando a definição, uma pesquisa bibliográfica é a união da


compreensão de livros, teses, anais de congresso, notícias, revistas e
diversos outros os quais podem auxiliar em qualquer literatura científica;
aonde essa metodologia é indispensável para garantir um controle dentro
de uma logística.
Para dar início a pesquisa, foi necessário encontrar uma temática
para embasamento. Portanto, o assunto voltou-se para processos
fermentativos. A fermentação é um contexto amplo, por isso, tornou-se
preciso delimitá-la focando na transformação da matéria-prima ocorrente
nessa produção.
No entanto, o responsável pelos procedimentos fermentativos é o
Engenheiro Químico; em vista disso foi cogente incluí-lo como tema. Com
isso, cria-se uma discussão mais específica ao incluir o assunto e os
cooperadores presentes na área para realização do seu processamento. Ao
delimitar, o objeto de estudo estava pré-definido.

129
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

A próxima etapa seria estabelecer um problema e uma solução,


alinhada com o subtítulo, aonde utilizou-se a estratégia do “ter ou não-ter”.
Dessa forma, demonstrou uma cobrança remetente a necessidade de
observação aos procedimentos durante a transformação da matéria para a
não obtenção de agentes infecciosos; sendo seu problema a inobservância
atenta de suas etapas, ou observação descuidada.
Ao idealizar a proposta, seguiu-se a formação de banco de dados
oficiais, empregando uma pesquisa bibliográfica e documental, com objetivo
de alcançar referências satisfatórias à solução do problema e viabilizar a
pesquisa. A princípio, o estudo se apoiou nas seguintes ferramentas:
SciELO Artigos, Google Acadêmico, Redalyc e Periódicos Capes.
Alocando a palavra-chave “processos fermentativos” na aba de
pesquisa do Google Acadêmico, gerou-se 20.100 resultados em 0,05s.
O SciELO Artigos apresentou 19 artigos em seu próprio site que
serviram como auxilio para elaboração da pesquisa, porém os mais
relevantes foram captados pelo Google Acadêmico.
Os materiais obtidos no Redalyc foram positivos. Foram encontrados
58 itens significativos nessa plataforma, afirmando a viabilidade da
pesquisa.
O Periódicos Capes apresentou 103 resultados complementares a
temática do trabalho, permitindo um andamento progressivo.
A pesquisa permitiu o conhecimento dos principais agentes
contaminantes, os momentos mais suscetíveis a contaminação, a
importância da observação à todas as fases do processo além de mostrar
maneiras de reverter o processo infectado. Demonstrou como afeta o
rendimento e qualidade do produto, acrescentando os custos industriais
adicionados no caso de contaminação, mais adiante apresentou a enorme
influência da fermentação no cotidiano das pessoas nos dias atuais.
Após de realizar a leitura objetivada de todo material encontrado, foi
realizada uma filtração dos documentos, selecionando vinte e um textos
que acudiram o desenvolvimento da pesquisa os quais foram encontrados a
partir da palavra-chave escolhida para ser abordada.
O próximo passo é a organização da escrita de um trabalho
científico. Para isso, aproveitou-se uma técnica de construção de textos por
parágrafo.
130
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Após concluir o título e o subtítulo, estreou-se o resumo com


informações captadas dos bancos de dados, sendo formado pela seguinte
sequência: i) contexto – indicando o título e subtítulo; ii) objetivo – verbo no
infinitivo; iii) metodologia – descreveu como elaborou o banco de dados; iv)
os resultados – encontrados no banco de dados; e v) as conclusões – que
se pode inferir dos resultados obtidos.
Assim, a metodologia da investigação tornou possível compor um
banco de dados, com documentos filtrados após uma leitura objetivada; a
qual se pautou na pesquisa bibliográfica e documental dos sites SciELO
Artigos, Google Acadêmico, Redalyc, e Periódicos Capes, permitindo a
compreensão dos conceitos da temática abordada e possíveis soluções
para resolução do problema discutido.
Passada a metodologia utilizada, a seguir será discutido os principais
resultados adquiridos.

6 Resultados
O tópico dos resultados adverte o que foi encontrado de complacente
no banco de dados. Felipe Lando, no texto “Resultados e Discussões”
demonstra seu funcionamento com uma explicação didática, comparando
os resultados com o exame de sangue.
Resultados são aquilo que você coletou
Uma forma excelente de entender o que são os resultados e o que você
deve escrever no seu capítulo de resultados é comparar um trabalho
acadêmico com um exame de sangue.
Provavelmente você já fez um exame de sangue a pedido de um médico.
Se você pegar o resultado do exame de sangue (pode ser o papel que o
laboratório te entrega ou o PDF que te enviam), notará que lá constam
diversas informações.
Essas informações são medidas reais extraídas das amostras de sangue
que um técnico coletou do seu braço. Os processos laboratoriais não fazem
nada além de identificar os diversos componentes do sangue e listá-los
naquele papel que você levará ao médico posteriormente.
Tá, Felipe, e o que eu tenho a ver com isso?
Tudo! No seu trabalho científico, você vai apresentar, no capítulo de
resultados, os dados que você coletou. Não vai fazer análises ou
julgamentos. Vai apenas apresentar o que você extraiu nas coletas de
dados. Se foi uma modelagem, apresente o modelo. Se foi uma survey,
descreva os dados coletados. Se foram entrevistas, fale sobre o que você
encontrou que seja relevante à sua pesquisa.

131
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Fonte: Felipe Lando. Resultados e Discussões. Disponível em:


https://www.academicapesquisa.com.br/post/resultados-e-discussoes. Acesso em:
17 jun. 2021.

O autor aborda em seu texto que os resultados, assim como o exame


de sangue, mostram apenas as informações coletadas de uma fonte. Desse
modo, a coleta de subsídios por meio de uma pesquisa bibliográfica é
fundamental para o andamento de um trabalho científico. Nele encontra-se
os resultados mais condizentes a temática que se discute.
Dessa forma, o banco de dados armazena resultados de diversos
temas, os quais devem ser selecionados de forma rigorosa para que seja
possível extrair uma conclusão. Para tanto, a organização do texto
científico é imprescindível e ela é feita com base na sequência dos tópicos,
ou seja, objeto de estudo, o problema, a solução e a metodologia.
Demonstrados do seguinte modo:
i) Engenharia Química nos Processos Fermentativos
A Engenharia Química demonstra um importante papel para as
indústrias fermentativas, tal como descreve o Departamento de Engenharia
Química da UFSCar – DEQ.
A Engenharia Química é um campo de atividades que utiliza os
conhecimentos das ciências básicas e da engenharia na elaboração de
projetos e na análise de processos químicos destinados à transformação
de matérias primas em produtos de maior valor agregado e comercial.
Como exemplos pode-se citar as transformações de cana de açúcar em
açúcar cristal e etanol, petróleo em plástico, leite em iogurte, enxofre em
ácido sulfúrico, etc. A Engenharia Química estuda basicamente:
- A pesquisa e o desenvolvimento de processos químicos industriais;
- A análise e o projeto de plantas industriais e equipamentos de produção;
- A implantação e colocação em operação de unidades de produção
químicas;
- A operação e controle de processos químicos.
Fonte: Departamento de Engenharia Química. UFSCar. O conceito de Engenharia
Química. Disponível em: https://www.deq.ufscar.br/pt-br/graduacao/o-curso-1/o-
conceito-de-engenharia-quimica#:~:text=A%20Engenharia%20Qu%C3%ADmica
%20%C3%A9%20um,maior%20valor%20agregado%20e%20comercial. Acesso em:
18 jun. 2021.

Embora o texto ressalte a importância da engenharia química como


um todo, ele exemplifica articulando sobre como o Engenheiro Químico age
na transformação da matéria-prima em bens de consumo, sendo a maioria
dos produtos citados acima obtidos por meio de processos fermentativos.
Logo, a atuação da Engenharia Química nos processos fermentativos

132
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

mostra-se abrangente e significativa. O Centro de Tecnologia do Curso de


Engenharia Química da Universidade Federal do Ceará, realiza uma
definição de fermentação.
A fermentação é definida como um fenômeno natural, durante o qual certas
matérias-primas orgânicas complexas são transformadas em substâncias
mais simples. Ela se deve à ação de leveduras, bactérias e fungos. Tais
microrganismos secretam enzimas, indispensáveis para a degradação
dessas matérias, que serão utilizadas por eles para a fermentação e para
seu desenvolvimento (Leão; Amorim, 2005). Tradicionalmente os processos
fermentativos, importantes fontes de produtos biológicos, empregados nas
indústrias farmacêutica, química de alimentos, são também conhecidos
como bioprocessos (Oliveira, 2006). Esses processos, conduzidos por
microrganismos, compreendem um conjunto de operações que incluem a
caracterização e o tratamento da matéria-prima, o preparo do meio de
propagação e produção, a esterilização, a transformação do substrato em
produto, bem como, a separação e purificação do produto obtido (Kosaric,
1996).
Fonte: Universidade Federal do Ceará. Isolamento e identificação de uma levedura
obtida do suco de caju para a produção de etano. Disponível em
https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/33053718/TCC_Emanuel_Meneses_Barros-
with-cover-page-v2.pdf?Expires=1624495060&Signature=BPk4AM-
cYpz3db0LK1G8K7DgiBszFtDJYOuEZjWHzSPPZbfcg3IYIXLQUG3yiCP5oYGtGUnUt
j8ceZigqyOajZ56mfD6KfU6EXirSsABbQg-3bPhk2Xat7EILKLp4TeKQzI82dke-
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EYDNtuXaUVMdnrceVT~EyT~EQK2Erkz7xPn8Q1~fgfikA7xkcGp0A6x8M~am1rb6oB
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PyR~v9Et2orJ1uLqUTSULmmpxZlejQ2y0dxYQ8Y-Bw__&Key-Pair-
Id=APKAJLOHF5GGSLRBV4ZA. Acesso em: 18 jun. 2021.

O texto evidência que a fermentação é um processo natural,


demonstra as áreas que podem incluir a fermentação como um processo
industrial e os microrganismos acentuados dele; além da necessidade de
esterilização.
ii) Inobservação aos procedimentos de transformação da matéria-
prima orgânica
A inobservância aos procedimentos de transformação da matéria-
prima orgânica da origem ao problema. Visto que a engenharia adquiri
embasamento nos métodos de transformação de matéria para gerar bens
de consumo, caso não ocorra monitoramento, como advertência serão
obtidos produtos de má qualidade, de baixo rendimento e gerarão custos
prejudiciais à indústria fermentativa.
A Fermentec News, discorre em texto sobre:
Contaminação bacteriana e seus efeitos negativos no processo.

133
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Segundo Narendranath et al. (1997), mesmo contaminações bacterianas ao


nível 105 UFC/mL nos reatores de fermentação [considerado ótimo na
maioria das destilarias brasileiras], a contaminação interfere no
crescimento da levedura e na produção de álcool.
Ceballos-Schiavone (2009) relata que a presença de contaminantes na
fermentação resulta em sério prejuízo para as leveduras, refletindo
diretamente na produtividade e no rendimento final. Sendo que, os maiores
prejuízos causados por essa contaminação é a degradação da sacarose e
a produção de ácidos orgânicos, que ocasionam perda de açúcar e
intoxicação das leveduras.
Com estas afirmações citadas acima, fica evidente a importância do
monitoramento da população bacteriana e a avaliação dos danos causados
pela mesma.
Fonte: Fermentec News. Contaminação bacteriana e seus efeitos negativos no
processo. Disponível em: https://fermentecnews.com.br/2020/09/04/controle-
bacteriano-na-fermentacao-alcoolica-influencia-diretamente-na-reducao-dos-custos-
operacionais-e-perdas-dos-acucares/. Acesso em: 19 jun. 2021.

A inobservação aos procedimentos de transformação da matéria-


prima orgânica e as consequências mostradas na notícia comprova a
necessidade do controle e monitoramento de bactérias como algo
indispensável ao profissional Engenheiro Químico. Todos os danos
apresentados podem ser reparados com uma boa vigilância, garantindo um
produto que atenda às necessidades de quem o consome desviando-se de
perdas expressivas aos produtores.
Entende-se que durante um processo fermentativo, podem ocorrer
diversos tipos de contaminação, demonstrando a necessidade do total
controle da produção.
A fermentação alcoólica é o principal processo adotado para a produção de
etanol pelas indústrias sucroalcooleiras. Esse processo ocorre de forma
biológica, onde as leveduras ( Saccharomyces cerevisiae ) transformam o
açúcar do meio em etanol e CO2. Todavia, é um processo que exige alguns
cuidados, em especial na assepsia, para obter um processo fermentativo
sadio, o nível de contaminação bacteriana deve ser próximo a 105
células.mℓ-1. Pois, níveis superiores a 107UFL.mℓ-1, levam a prejuízos
significativos. Os microrganismos contaminantes de maior ocorrência no
processo fermentativo são bactérias Gram-positivas, que dependendo do
gênero da bactéria e do nível de contaminação, pode ocasionar diversos
problemas como o consumo de açúcar pelos contaminantes, floculação do
fermento, queda da viabilidade das leveduras e outros inconvenientes que
se somados causam queda no rendimento alcoólico do vinho, além de
dificuldades operacionais.
Fonte: Marcela Domingues Freitas, Flávia Piacentini Romano. Tipos de
contaminações bacterianas presentes na fermentação alcoólica. Disponível em:
http://www.fatecpiracicaba.edu.br/revista/index.php/bioenergiaemrevista/article/
view/103. Acesso em: 19 jun. 2021.
134
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

O artigo comenta os prováveis prejuízos que podem acontecer caso


o profissional não esteja ciente dos cuidados exigidos durante o
procedimento. Além disso, o artigo também cita o tipo de bactéria mais
proeminente a causar infecções e as dificuldades operacionais para contê-
la.
iii) Observação aos procedimentos de transformação da matéria-
prima orgânica
Uma observação apropriada à todas as etapas dos processos
fermentativos demonstraram resultados satisfatórios e condizentes. Com
base nisso; Henrique Vianna de Amorim, Luiz Carlos Basso e Mario Lucio
Lopes realizaram uma pesquisa afirmando a necessidade do gerenciamento
da fermentação.
Nos ensaios de fermentação realizados em laboratório, as linhagens CAT1
e PE2 apresentaram, na média de seis ciclos fermentativos, rendimentos
3% superior ao da levedura de panificação. Além disso, CAT1 e PE2
apresentaram maior viabilidade celular e tolerância aos estresses da
fermentação alcoólica. Dessa forma, o uso dessas leveduras contribuiu
significativamente não só para manter elevado o rendimento fermentativo,
mas também para a redução do consumo de dispersantes e
antiespumantes pelas usinas – ao contrário da grande maioria das
leveduras selvagens e espumantes que contaminam as fermentações
industriais, as linhagens selecionadas CAT1 e PE2 formam pouca espuma.
Mas os problemas no dia-a-dia das fermentações não podem ser atribuídos
apenas às leveduras, e as mesmas não podem ser responsáveis pela
solução de todos os males do processo. O grande diferencial que vai
distinguir um processo eficiente e eficaz é a sua forma de gerenciamento. E
não se faz gerenciamento sem números confiáveis. Para isso, é necessário
medir bem cada etapa do processo industrial, desde a qualidade da cana
que entra na indústria, seu processamento, fermentação, rendimentos e
perdas, até a qualidade do produto final.
Fonte: Henrique Vianna de Amorim, Luiz Carlos Basso e Mario Lucio Lopes.
Controle da fermentação aumenta e melhora produção do setor. Disponível em:
https://www.esalq.usp.br/visaoagricola/sites/default/files/VA08-pesquisa04.pdf.
Acesso em: 21 jun. 2021.

O trecho retirado da pesquisa argumenta sobre a necessidade do


controle e gerenciamento da fermentação para que ela obtenha melhores
resultados. Demonstra a diversidade de eventos que podem vir a ocasionar
uma influência na produção enfatizando as leveduras mais relevantes,
entretanto, aponta na conclusão a importância da observação à todo
procedimento.

135
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Uma observação adequada e atenta adquiri ótimos resultados. A


seguinte citação faz abordagem a determinadas fases do processo
fermentativo e aos microrganismos presentes no momento.
O assentamento de células de leveduras no fundo das dornas e perdas de
células nas centrífugas podem ser causadas por bactérias floculantes,
contaminantes naturais da fermentação alcoólica industrial. Estes
problemas levam a queda no rendimento e produtividade do etanol. O
presente trabalho visa a caracterização da floculação de Saccharomyces
cerevisiae por Lactobacillus fermentum CCT 1396. As células de leveduras
e bactérias foram misturadas e a floculação das células quantificadas por
espectrofotometria. Concentrações de bactérias numa faixa de 0,4 a 3,8g/L
(biomassa seca) foram testadas a fim de determinar a ótima concentração
de bactérias necessária para provocar a floculação das leveduras. O efeito
de pH na floculação das células de leveduras e bactérias foi determinado.
1,38g/L de bactéria foi necessário para a floculação, de 65,4g/L de células
de levedura com tempo de contato entre as células (sob agitação) de 15
minutos e repouso de 20 minutos. No pH 3,0 pouco efeito na floculação
celular foi detectado e as células continuaram floculadas, mas na faixa de
pH 2,0 -- 2,5 a floculação foi próxima de zero. Esta técnica pode ser
utilizada para o controle da floculação de leveduras de indústrias de
produção de álcool, para determinar a origem desta floculação, já que
trata-se de uma técnica fácil, econômica e rápida.
Fonte: K.M. LUDWIG, P. OLIVA-NETO, D.F. de ANGELIS. Quantificação da
floculação de Saccharomyces cerevisiae por bactérias contaminantes da
fermentação alcoólica. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/cta/a/CPJ55m76wTKddFyQQdxNFmC/?lang=pt#. Acesso em:
22 jun. 2021.

O texto é exemplo de uma observação atenta à fermentação;


anotando medidas e estando cauteloso aos microrganismos apresentados
no meio, tal como a influência de cada um. Dessa forma, é possível garantir
as condições ideais exigidas para que não torne o ambiente suscetível a
agentes contaminantes os quais são responsáveis por danificar o produto
final.
iv) Metodologia
A princípio, no tópico referente a metodologia, teve como prioridade
levantar seu conceito de um modo geral; a fim de gerar entendimento do
seu sentido e função como ferramenta de produção de ciência.
O passo a passo exigido por esse método de trabalho científico é
realizado de forma detalhada e aperfeiçoada, com uma assistência e uma
observação condicionada e metódica.

136
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Levando em consideração a pesquisa bibliográfica a qual é


responsável pela formação do banco de dados, que auxiliou na busca por
informações por meio de notícias, artigos e documentos entre outros.
Dessa forma, os resultados obtidos pelo banco de dados, os quais
dão suporte a pesquisa, possibilitará a discussão e em decorrência o
problema da pesquisa encontrará uma solução.
Assim, os resultados adquiridos na pesquisa envolvendo a temática
permitiram descobrir uma resolução para o problema oferecido. Indicando
ao profissional de Engenharia Química o conhecimento da área e do
comportamento necessário a ser empregado durante os processos
fermentativos, com o intuito de combater e controlar a contaminação. O que
confirmou o entendimento do objeto de estudo na contribuição do
profissional Engenheiro Químico na identificação de métodos de
monitoramento e ajuste de infecções. Dessa forma, é comprovada a
eficiência da metodologia como possibilidade de encontrar resultados
relevantes, seja em abordagem a qualquer proposta.
Observando os principais resultados obtidos, passa-se a se discutir.
7 Discussão
O tópico da discussão é desenvolvido acompanhado do autor da
pesquisa. Logo, há uma interação com dados, resultados e agrega uma
compreensão do assunto; montando um diálogo e deixando evidente o que
foi entrado de uma maneira crítica e argumentativa.
Na definição de discussão, tem-se que:
A discussão é o local do artigo que abriga os comentários sobre o
significado dos resultados, a comparação com outros achados de
pesquisas e a posição do autor sobre o assunto. Uma discussão sem
estrutura coerente desagrada, daí a conveniência de organizar os temas
em tópicos. Estrutura passível de ser utilizada consta do quadro. Cada um
dos tópicos informa sobre uma faceta da discussão e seu conjunto fornece
os subsídios para se julgar a adequação dos argumentos, da conclusão e
de todo o texto. Maneira conveniente de iniciar a Discussão consiste em
realçar, com poucas palavras, os achados mais importantes ou os
conhecimentos novos desvendados pela pesquisa. Essa síntese, útil em
relatos complexos, é omitida nos textos curtos.
Fonte: Mauricio Gomes Pereira. A Seção de Discussão de um Artigo Científico.
Disponível em: http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?pid=S1679-
49742013000300020&script=sci_arttext. Acesso em: 24 jun. 2021.

137
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

O autor relata que a discussão de um texto científico é como uma


comparação dos resultados achados na pesquisa com outros assuntos.
Entretanto, essa discussão deve ser coerente, podendo ser melhor
organizada com subtópicos, em que cada um faz referência a uma parte da
pesquisa; realçando comentários importantes à finalidade do trabalho.
A discussão prepara a conclusão, logo é o tópico em que a pesquisa adquiri
maturidade literal para ser finalizada.
Compreendendo as orientações, remata-se os pontos a seguir:
i) Engenharia Química nos Processos Fermentativos
A Engenharia Química é uma profissão indispensável ao
desenvolvimento. Sabendo da sua abrangência, ela tem o poder de atuar
em diversas áreas e promove-las para o futuro. O Engenheiro Químico é
adaptado a mudanças rápidas, o que é complementar aos dias atuais.
Assim, uma das maiores responsáveis por permitir a vida cotidiana são as
Engenharia, em especial a química, focando sempre no futuro e em
métodos de soluções de problemas com o auxílio da ciência.
Os processos fermentativos também se apresentam essenciais ao
avanço, tendo em vista que esse método de produção da origem a diversos
tipos de produtos, é improvável imaginar o futuro sem eles. A fermentação
está em todos os lugares, age como agente natural e biológico e se
expande até tomar rumo industrial. Ela fornece produtos alimentícios,
bebidas, combustível, além de muitos outros produtos o qual a sociedade
está habituada.
Embora a fermentação seja uma área vasta e progressiva, há riscos
os quais devem a ver preocupação. Existem diversas patologias que podem
aparecer nos processos fermentativos, isso implica que o controle dos
agentes presentes no processo deve ser redobrado. Caso esse cuidado não
ocorra, os prejuízos podem ser irreparáveis.
Discutindo sobre os processos fermentativos, o profissional
Engenheiro Químico encarregado da produção, deve com suas habilidades
de monitoramento, fiscalizar a produção para não afetar o produto final
desejado. Necessita saber dos tipos de contaminação que podem vir a
ocorrer além de procurar meios de reverter o processo, caso seja possível.
Relacionando a produção até a obtenção do produto com a função
do Engenheiro Químico, tem-se que o trabalhador tem o encargo de se
138
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

prontificar a garantir um acompanhamento eficiente, estando atento a todas


as etapas do processo e as condições ideias exigida pelos microrganismos
os quais se manuseiam. Dessa forma, origina-se um produto de qualidade e
com um ótimo rendimento, gerando comprometimento com o consumidor.
ii) Inobservação aos procedimentos de transformação da matéria-
prima orgânica
No entanto, esse comprometimento nem sempre se apresenta. Pois,
múltiplos funcionários que, mesmo experientes, abandonam o
monitoramento das fases menos suscetíveis a contaminação. Esse
descuido pode ocasionar proliferação de bactérias contaminantes e gerar
danos.
Essa questão problema em averiguação deu origem a imprecisão: O
que é de fato imprescindível ao profissional de Engenharia Química nos
Processos Fermentativos para que seus produtos sejam livres de
contaminação durante a transformação da matéria-prima orgânica
acarretando um bom rendimento?
Verifica-se que o prolongamento da ocorrência de contaminações
durante os processos fermentativos, necessita de contribuição, sobretudo
dos profissionais de Engenharia Química que se encarregam de assegurar
um produto livre de agentes patológicos para prosseguir à destinação final.
A fermentação passa por vários processos que, se o trabalhador tiver
conhecimento especializado de como realizar essa função, não se
denominam complexos. Com tudo, a inobservância a esses procedimentos
permite dificultar o processo, pois uma vez contaminado, o produto pode
afetar vários diferentes fatores industriais, além da possibilidade de os
métodos de intervenções químicas para eliminar a infecção não reverter o
procedimento.
iii) Observação aos procedimentos de transformação da matéria-
prima orgânica
Como a Engenharia Química contém a função de solucionar
problemas, na visão de um profissional dessa área, toda problemática pode
ser resolvida. Logo, a falta de solução pode ser definida como carência de
conhecimento ou experiência sobre determinado assunto. Pois, através de
uma investigação é possível achar respostas e organizá-las de modo
condizente com a proposta.
139
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

A observação cautelosa aos procedimentos de transformação da


matéria-prima orgânica demonstra uma eficiência produtiva elevada, o que
é essencial ao Engenheiro Químico dentro de uma indústria fermentativa.
Em caso de ocorrência de contaminação, é dever do Engenheiro procurar
ter entendimento das causas e buscar múltiplas perspectivas de soluções,
de modo que não permita a ocorrência de falhas em futuras produções.
iv) Metodologia
A metodologia se pautou na pesquisa bibliográfica, a qual permitiu o
aprofundamento do tema e a construção da pesquisa, de forma
argumentativa e atenta, sobretudo crítica. Ela tornou possível o andamento
da proposta, apresentando soluções ao problema criado de forma segura e
administrada.
Dessa forma, originou-se um banco de dados e a utilização da
técnica de construção por parágrafo para a organização das informações,
auxiliando no desenvolvimento da pesquisa com foco no objetivo e na
busca de uma resolução constatada do problema do objeto de estudo.
Os resultados encontrados no banco de dados permitiram identificar
a importância do Engenheiro Químico nos processos fermentativos,
sobretudo quando o assunto se refere a evitar agentes infecciosos e a
resolução de problemas. Mostrando-se eficiente na produção com a
observância necessária ao andamento do processo.
O Engenheiro Químico está enquadrado em um mercado de trabalho
amplo e multidisciplinar, quando se encontra no ramo industrial, em
especial na indústria fermentativa, adquire-se uma análise mais eficiente
dos processamentos fermentativos, de forma que os produtos gerados não
possuam falhas ou danos relevantes, o que é essencial a qualquer tipo de
produção.
Com tudo, deve haver imposição para que o procedimento seja
analisado como desejado, evitando que ocorra a ineficiência produtiva e o
descontrole de riscos, pois quando acontece, pode acarretar diversos
problemas econômicos, industriais, além da saúde humana em casos de
bebidas ou alimentos fermentados no mercado industrial.
O monitoramento dos processos fermentativos deve ser realizado de forma
rigorosa e paciente, atentando-se as condições ideais exigidas pelos
microrganismos e não permitindo o afastamento em caso de momentos
menos suscetíveis a contaminação. Afinal, o Engenheiro Químico é
140
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

obrigado a não consentir a proliferação dos agentes infecciosos, sobretudo


as bactérias do tipo Gram-positivo, tão preponderantes a atrapalharem ou
até mesmo interromperem a produção.
Mesmo que haja alguns meios de reversão, esses métodos de
intervenções químicas geram muitos gastos a empresa, além de que deve-
se optar por processos mais naturais a fim de obter comprometimento com
o meio ambiente e a saúde do consumidor. Logo, a observância de um
profissional de Engenharia Química especializado torna o processo mais
eficiente e qualitativo. Sendo a falta de observação o problema da
pesquisa, foi possível em implicação a escolha metodológica a utilização de
uma pesquisa bibliográfica, que assegurou uma visão teórica preliminar e
viabilizada a questão investigada.
Desse modo, depreende-se que a cooperação da Engenharia
Química nos processos fermentativos em decorrência da observação aos
procedimentos de transformação da matéria-prima orgânica é
imprescindível para a garantia de um produto de qualidade e com
rendimento.
Certifica-se, portanto, que a contribuição da Engenharia Química nos
processos fermentativos complementa os conhecimentos de reversão de
contaminação química e garante um acompanhamento detalhado do
procedimento.
Sendo o problema da pesquisa a seguinte indagação: O que é de
fato imprescindível ao profissional de Engenharia Química nos Processos
Fermentativos para que seus produtos sejam livres de contaminação
durante a transformação da matéria-prima orgânica acarretando um bom
rendimento?
A solução sugerida à pesquisa é que deve haver total monitoramento
e certificação de todo o processo, garantindo um controle averiguado que
impeça novas bactérias infecciosas se proliferem e agreguem impactos
negativos no processo.
Essa solução possibilita o entendimento da necessidade da
observação dos procedimentos da fermentação, dado que a fiscalização
garante um maior rendimento industrial, sem gerar muitos resíduos e um
produto de qualidade demonstrando comprometimento com o consumidor
final e com o meio ambiente, em caso de resíduos infecciosos.

141
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

O objetivo selecionado para compreender a importância da


observação ao processo de transformação da matéria-prima orgânica em
bem de consumo sem contaminação é indispensável para evitar prejuízos
industriais, como danos econômicos e desperdício de material, além da
intervenção química acrescentada para tentar reverter o processo
infectado.
O curso de Engenharia Química prepara seus profissionais para
atuarem e resolverem os problemas colocados a frente, além de
desenvolver produtos utilizando os conhecimentos físico-químico com
acréscimo da biologia para conseguir participar de uma produção industrial
de maneira eficiente e marcante. Com isso, tem-se que a avaliação e
fiscalização de todas as fases dos processos fermentativos é indispensável
ao Engenheiro Químico, visto que tudo em volta é fermentação, é
comprometimento do profissional realizar seu trabalho de maneira
aperfeiçoada e detalhada.
Após concluído a cooperação do Engenheiro Químico em produções
que utilizam a fermentação, a asseguração dos produtos obtidos nessa
área é o gerenciamento rigoroso realizado, não permitindo a infecção por
agentes contaminantes para não atingir detrimento à empresa em que se
aplica o processo.
Assim, a discussão referente a contribuição da Engenharia Química
nos processos fermentativos, em decorrência da pesquisa bibliográfica
realizada para o andamento do trabalho científico, resultou em comentários
argumentativos e reflexivos, os quais dialogaram com as informações
adquiridas no banco de dados montado; reafirmando a seriedade do
Engenheiro com os conhecimento, competências e habilidades na produção
fermentativa, a fim de promover a fermentação ao futuro com menos
índices de falhas e danos expressivos as atividades industriais.
Dada a discussão, a seguir inicia-se as conclusões.

8 Conclusões
As conclusões afirmam que a Engenharia Química nos processos
fermentativos, possui o dever de garantir total monitoramento do dinamismo
da produção, controlando os microrganismos existentes com a verificação

142
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

de pH, temperatura, disponibilidade de oxigênio e certificação das enzimas


específicas intimidas ao processo, a fim de obter bom aproveitamento.
Os profissionais Engenheiros Químicos que exercem sua função nos
processos fermentativos, necessita ser pressionado a obtenção do produto
desejado, o que leva a necessidade de atenção a qualquer manuseio com
microrganismos, em especial as leveduras, que são as agentes principais
na produção. Deve-se sempre haver uma preocupação com o produto para
que ele seja eficiente e qualitativo.
Ao se deparar com o problema da pesquisa, é possível extrair de
conclusão que a inobservação aos procedimentos de transformação da
matéria-prima orgânica durante os processos fermentativos, influencia com
intensidade e de forma direta no produto final, tornando possível prejuízos à
empresa e a destinação do produto.
A solução do problema da pesquisa remete a notória importância de
um Engenheiro Químico nas indústrias fermentativas, que com seu
conhecimento e habilidade especializados, assegurará uma produção mais
acompanhada a todas as etapas do procedimento e gerará um bem de
consumo de atributo.
A metodologia utilizada permitiu a formação do banco de dados, com
documentos selecionados através de uma leitura cautelosa e objetivada,
por meio de uma pesquisa bibliográfica nos sites oficiais Google
Acadêmico, SciELO Artigos, Redalyc e Periódicos Capes, garantindo uma
melhor compreensão da proposta selecionada para realização da pesquisa
e resoluções ao problema criado.
A metodologia selecionada serviu como ferramenta para encontrar os
resultados obtidos na pesquisa, indicando ao Engenheiro Químico uma
ampla sabedoria da área da fermentação, além do comportamento
necessário a ser empregado durante as produções. Desse modo, concluiu-
se o entendimento da temática em detrimento do controle de agentes
patológicos e métodos de reversão, com efeito, comprova-se a eficiência da
pesquisa bibliográfica realizada como possibilidade de encontrar respostas
científicas a qualquer assunto.
Discutindo-se sobre a atuação do Engenheiro Químico nos processos
fermentativos, criou-se um diálogo interativo com base na pesquisa
bibliográfica como fonte de informações, desenvolvendo comentários
críticos e reflexivos para complementar o assunto abordado no trabalho
143
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

científico. Com isso, pode-se reafirmar a seriedade do Engenheiro com


domínio das ciências exatas e da biologia na produção fermentativa,
permitindo que esse meio industrial se expanda às próximas gerações.
Depreende-se, portanto, que o objetivo da pesquisa foi alcançado,
identificando-se a importância da observação aos procedimentos de
transformação da matéria-prima orgânica em bens de consumo, nesse caso
fermentativo. Logo, a fiscalização se faz necessária para evitar avarias
durante o processo, tal como garante um produto de qualidade, sem
resíduos infecciosos e um rendimento adequado, deixando explícito o
compromisso com o destino dos produtos.
O problema da pesquisa foi expandido a uma pergunta: O que é de
fato imprescindível ao profissional de Engenharia Química nos Processos
Fermentativos para que seus produtos sejam livres de contaminação
durante a transformação da matéria-prima orgânica acarretando um bom
rendimento?
Em resposta da problemática citada, inferiu-se que a Engenharia
Química nos processos fermentativos adquiri papel imprescindível ao
andamento da produção, demonstrando a importância da observação aos
procedimentos de transformação tão sensíveis a diversos tipos de
contaminação. Deve-se levar em consideração a experiência científica e
habilidade do profissional que exercerá essa função, um trabalhador que já
esteja habituado com industrias e compreenda a necessidade de não se
desligar em nenhum momento do processo, tendo ciência de quais
bactérias são mais preponderantes a se apresentarem e aos métodos de
intervenção química caso a reversão seja possível.
Essa solução se mostra mais eficiente pois, ela atinge o objetivo e
certifica a existência do produto final esperado. Visto que, com uma
vigilância experiente e adequada, a probabilidade de ocorrer contaminações
irreparáveis é mínima, por conseguinte, será possível desfrutar dos bons
resultados adquiridos e cumprir o dever da Engenharia Química com a
sociedade.

9 Referências
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Controle da fermentação aumenta e melhora produção do setor. Disponível
144
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cYpz3db0LK1G8K7DgiBszFtDJYOuEZjWHzSPPZbfcg3IYIXLQUG3yiCP5oY
GtGUnUtj8ceZigqyOajZ56mfD6KfU6EXirSsABbQg-
3bPhk2Xat7EILKLp4TeKQzI82dke-09fcQQcT1CHK0~Lz8pr9DiqAK1UnX9S-
EYDNtuXaUVMdnrceVT~EyT~EQK2Erkz7xPn8Q1~fgfikA7xkcGp0A6x8M~a
m1rb6oB0vY~rwa5RVWMErkYms~rV15LZkEFV5RI9kJKDIEurYUOILkLTn99
HxqPEuLOjzX5qPyR~v9Et2orJ1uLqUTSULmmpxZlejQ2y0dxYQ8Y-
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146
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Apresentação disponível em: https://www.youtube.com/watch?


v=a6Vb8Nvs_gk

147
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Engenharia Química na Sustentabilidade da Extração do Petróleo:


avaliações do dano ambiental causado pela indústria petroleira

Nathália de Freitas Fanaia


nathalia.fanaia@ufms.com.br
Resumo: O conteúdo abordado refere-se à Engenharia Química na
sustentabilidade da extração do petróleo, tendo em vista a alta
demanda desse composto, na qual ao decorrer das décadas vem
movimentando uma indústria complexa e com extraordinário viés
econômico. Com todos os avanços tecnológicos da humanidade,
estudos das engenharias, em especial a Engenharia Química,
modernizaram para adaptar as novas leis ambientais, seja pelo
aumento da produtividade ou em conhecimentos teóricos específicos
permitindo uma visão ampla dos processos químicos agregando as
práticas sustentáveis. O objetivo é avaliar o dano ambiental causado
pelo processo de extração do petróleo. A Metodologia de caráter bibliográfico e
documental, na qual foi utilizada fontes de pesquisas, tais como: estudos de impacto
ambiental, respectivos relatórios de impacto ambiental e sites como do Google Acadêmico,
SciELO Artigos, Domínio Público, bibliotecas digitais e referências bibliográficas de artigos.
Os resultados encontrados evidenciam as etapas que envolvem a produção do petróleo
com seu valor experimental na Engenharia Química, desde a perfuração até refinaria,
causando alteração ao meio ambiente, através da complexidade da composição do
petróleo químico, há múltiplos riscos em seu manuseio , gerando acidentes de negativos
para o ecossistema e riscos sociais futuros, entretanto há resultados positivos relacionados
a abertura de empregos. As conclusões obtidas são que a Engenharia Química através da
extração do petróleo, produz danos ambientais que geram efeitos positivos como o
aumento de emprego e negativos, relacionados ao ecossistema , por fim, cria-se um
sistema de gestão sustentável para a minimização e/ou aniquilação de tais danos
ambientais, desenvolvidos pelas indústrias petroleiras.

Palavras-chaves: petróleo. Impacto. Dano Ambiental. Sustentabilidade.

Sumário: 1 Introdução. 2 Engenharia Química na Sustentabilidade da Extração do Petróleo.


3 Desavaliação do Dano Ambiental Causado pela Industria Petroleira. 4 Avaliações do
Dano Ambiental Causado pela Industria Petroleira. 5 Metodologia. 6 Resultados. 7
Discussão. 8 Conclusões. 9 Referência.

148
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

1 Introdução
A humanidade vem desenvolvendo inúmeras tecnologias ao decorrer
das décadas, desta forma as engenharias renovam seu formato de estudo e
formato social, para adaptar as novas leis estabelecidas pela Organização
das Nações Unidas referente à prática sustentável ao meio ambiente. A
Engenharia Química, em especial, é voltada para abrangentes áreas de
recursos ambientais, tais como o petróleo. Tendo em vista a demanda
destes compostos químicos e seu movimento industrial com fins
econômicos, visando a “Engenharia Química na sustentabilidade da
extração do petróleo”.
A explicação para a proposta “Engenharia Química na
Sustentabilidade da Extração do Petróleo: avaliações do dano ambiental
causado pela indústria petroleira” envolve uma parte da química, chamada
de Química Verde, no qual se tem a preocupação com a sustentabilidade,
meio ambiente e o desenvolvimento das normativas dos produtos e
processos que buscam a forma adequada para a extração do petróleo. Com
isto, justifica-se a preocupação com Engenharia Química na
sustentabilidade da extração do petróleo nas diferentes indústrias
petroleiras, que não se preocupam com os processos de extração até o
descarte do petróleo causando danos ao meio ambiente.
A proposta se restringe a sustentabilidade da extração do petróleo e
as avaliações dos danos ambientais causado pelo processo de extração do
mesmo material químico (petróleo). Através das quais pode compreender
os reais impactos gerados pela indústria petrolífera, em sua fase de
produção e danos envolvidos. Ira abordar normativas da regulamentação
interna brasileira, e breve normativas internacionais voltadas apenas para
danos ambientais.
O objetivo da proposta é avaliar os danos ambientais gerados pelas
indústrias petroleiras no processo de extração do petróleo, com dados e
informações de artigos e documentos com suas respectivas probabilidades
de soluções, analisando os lados positivos e negativos do processo de
extração do petróleo.
A questão investigada da pesquisa realiza para a seguinte
indagação: porque a engenharia química não estabelece novas avaliações

149
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

aos danos ambientais geradas pelos processos do petróleo nas indústrias


petrolíferas?
Na busca e pesquisas de resposta ou prováveis respostas, ao
problema, estabeleceu-se, de forma prévia, três hipóteses, que são:
a) A primeira hipótese é compreender os reais impactos/
danos gerados pela indústria petrolífera, em sua fase de produção.
b) A segunda hipótese a criação de leis ambientais e de
conselho ambientais e sustentáveis.
c) A terceira hipótese é o sentido necessário e indispensável
do domínio e conhecimento pleno dos procedimentos e burocracia exigida
pelos órgãos fiscalizadores do meio ambiente e indústrias petroquímicas
para o manuseio do petróleo, avaliando os danos ambientais e
estabelecendo formas de solucionar os problemas ambientais.
Para a realização da investigação metodologia foi qualitativa de
investigação, de caráter bibliográfico e documental, em que foram utilizadas
diversas fontes de pesquisas, tais como: livros, artigos, estudos de impacto
ambiental (EIA), relatórios de impacto ambiental (RIMA), os pilares da
sustentabilidade direcionados ao meio ambiente estabelecidos pela
Organização das Nações Unidas e outras fontes adquiridas por meio da
internet, a pesquisa bibliográfica se pautou nos bancos de dados oficiais
como o site do Google Acadêmico, SciELO Artigos, Domínio Público,
bibliotecas digitais e referências bibliográficas de artigos.
Para o direcionamento bibliográfico e documental utilizado na
pesquisa, os respectivos autores e suas obras: S. S. S. Martins, M. P. Silva,
M. O. Azevedo e V. P. Silva. Produção De Petróleo E Impactos Ambientais:
Algumas Considerações ; Jacqueline Barboza Mariano. Impactos
Ambientais Do Refino De Petróleo; Juliano de Almeida Andrade, Fabio
Augusto, Isabel Cristina Sales Fontes Jardim. Biorremediação de solos
contaminados por petróleo e seus derivados ; Dayane Borges. Petróleo, o
que é? Definição, origem, composição e para que serve ; Eduardo Luiz
Machado. Economia de Baixo Carbono: Avaliação de Impactos de
Restrições e Perspectivas Tecnológicas Petróleo e Petroquímica ; Flavia da
Costa Limmer. O Licenciamento Ambiental na Industria Petrolífera ; Instituto
Brasileiro de Petróleo e Gás. Empregos no Setor de Petróleo e Gás
Natural. Para a definição da metodologia utilizou- se dois duas obras dos
respectivos autores: Wilson José Gonçalves. Produção de Texto:
150
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

elaboração de Artigos Científicos e Outros Textos ; Mauro José Fontelles,


Marilda Garcia Simões, Samantha Hasegawa Farias e Renata Garcia
Simões Fontelles. Metodologia Da Pesquisa Científica: Diretrizes para a
Elaboração de um Protocolo de Pesquisa .
Os resultados encontrados evidenciam as etapas que envolvem a
produção do petróleo com seu valor experimental na Engenharia Química.
Destacando as etapas envolvidas do processo de extração do petróleo
desde seu início de perfuração até a refinaria, mostra os riscos que
envolvem ao manusear o petróleo, para ocorrer a extração do petróleo
existem três processos: a prospecção, a perfuração e, por fim, a extração,
que gera risco para o solo, o petróleo não é comercializado/ utilizado de
forma bruta logo que é extraído, passa para a fase de refino gerando riscos
para a atmosfera e o crescimento do efeito estufa. Também relacionados à
complexidade do composto químicos, o petróleo é definido como:
Palavra que vem do latim petroleum, é um tipo de combustível fóssil.
Apesar de, atualmente, novas fontes de energia estarem em alta, como as
fontes renováveis, o petróleo ainda é a fonte mais utilizada no mundo. O
combustível fóssil, também conhecido como ouro negro, é uma fonte não
renovável de energia, formado por hidrocarbonetos, ou seja, moléculas de
carbono e hidrogênio.
Fonte: Dayane Borges. Petróleo, o que é? Definição, origem, composição e para
que serve. Disponível em: https://conhecimentocientifico.r7.com/petroleo-o-que-e/
Acesso em: 1 jun. 2021.

Apresentando um material utilizado como fonte de energia, podendo


chegar a não existir, o petróleo tem seu múltiplo risco de manuseio, pois
necessita dos objetos para a perfuração do solo e máquinas para a refinaria
que desenvolvem muitos riscos que podem gerar acidentes sociais e
acidentes no ecossistema como: vazamento do petróleo no mar atingindo a
vida marinha, impedindo a fotossíntese dos filoplânctons, desencadeando
dificuldades na cadeia alimentar marítima e a intoxicação de peixes.
Dentre todas as citações negativas que o petróleo traz para o meio
ambiente, é encontrado uma ação positiva para o homem, a abertura de
empregos, as indústrias petroleiras geram diversos empregos e o ouro
negro é o principal material comercializado no mundo desenvolvendo a
economia.
A avaliação do dano ambiental é uma forma abrangente de
processos positivos e negativos voltada a extração do processo do
petróleo, os inúmeros problemas de danos ambientais de caráter negativo

151
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

decorrente da produção de petróleo, seja nos meios físicos, biológicos e/ou


até mesmo socioeconômico, devem ser reparados, a fim de diminuir as más
consequências geradas, para cada impacto negativo gerado, sejam
aplicadas medidas a fim de reduzi-los e/ou eliminá-los, a aplicação de um
sistema de gestão ambiental eficiente é capaz de evitar a geração de
alguns aspectos ambientais causadores de impactos, e as boas práticas de
produção podem evitar más atitudes, como o despejo de efluentes
industriais contendo resíduos de óleo, sem tratamento, direto no mar, por
exemplo.
No desenvolvimento da investigação e para fins de registro
estabelece nove tópicos que são: I) introdução apresentando um contexto
com os principais a serem discutidos no artigo; II) a percepção da
Engenharia Química direcionado na sustentabilidade da extração do
petróleo; III) o problema gerado no meio ambiente pelas indústrias
petroleiras; IV) a avaliação e possíveis hipóteses de soluções para os
problemas ambientais causados pelas indústrias petroleiras; V) a descrição
das pesquisas realizadas; VI) a anotação dos resultados referentes a
pesquisa; VII) argumentação dos resultados encontrados; VIII) as principais
conclusões respondendo aos problemas abordados; e IX) as principais
referências utilizadas ao longo da pesquisa.
Com o desenvolvimento de novas tecnologias, a atividade humana
atinge o ecossistema, diante do exposto é necessário desenvolver e avaliar
novas formas de combate ao impacto ambiental. O petróleo é depositado
direto na sociedade, apresenta informações necessárias para o
desenvolvimento sustentável desse material químico e o conhecimento
indispensável de um Engenheiro Químico no combate e normativas dos
impactos ambientais envolvendo o petróleo, e contribuindo para outras
áreas da engenharia com estudos dos impactos no ecossistema e
colaborando para formação de uma química verde.

2 Engenharia Química na Sustentabilidade da Extração do Petróleo


Apresenta-se a necessidade da Engenharia Química nas indústrias
petrolíferas e mostrar os processos da indústria petroleira que
desencadeiam danos ao meio ambiente. As citações apresentadas têm
fundamento mostrar desde a extração e analise do petróleo, estabelecendo
requisitos e métodos a seguir para extração no mar e na terra.
152
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Mostra o cuidado necessário com a sustentabilidade que as


Indústrias petroleiras devem tomar, as etapas de produção geram impactos
ambientais, tais como: vazamento do óleo e a queima do material químico
do petróleo, liberandos principais poluentes atmosféricos emitidos pelas
indústrias petrolíferas como: os óxidos de enxofre e nitrogênio, o monóxido
de carbono e os hidrocarbonetos.
Procurando soluções necessárias para estabilizar os danos
ambientais desenvolvidos pelas indústrias petroleiras, como desenvolver
energias limpas para a substituição do petróleo como energia, por ser uma
fonte não limpa/ renovável e alternativas para resgatar áreas onde o
petróleo destruiu e efeitos que ele cauda na atmosfera, porém não dá para
esquecer que a indústria petroquímica também tem seus lados positivos,
tais quais atinge a sociedade conforme os bens de serviços, tecnologia e
oportunidades de abertura de empregos.
Jacqueline Barboza Mariano, trata em seu artigo de finalização de
curso superior sobre “ Impactos Ambientais do Refino de Petróleo ”,
narrando sobre o impacto e efeitos do refino nas indústrias petrolíferas:
III.1. Os Efeitos Gerais da Poluição Atmosférica De um modo geral, pode-
se dizer que os principais poluentes atmosféricos emitidos pelas refinarias
são os óxidos de enxofre e nitrogênio, o monóxido de carbono, os materiais
particulados, e os hidrocarbonetos (que geralmente constituem as
emissões fugitivas de compostos orgânicos voláteis, os VOC’s). Tais
poluentes são liberados nas áreas de armazenamento (tancagem), nas
unidades de processo, nos eventuais vazamentos e nas unidades de
queima de combustíveis fósseis (fornos e caldeiras) que geram calor e
energia para consumo da própria refinaria. Os poluentes atmosféricos,
além dos efeitos específicos relativos à sua natureza química, também
possuem efeitos de caráter geral. Tais efeitos serão sucintamente descritos
a seguir. Efeito Global Decorrente da Poluição Atmosférica Cada vez mais
está comprovada a necessidade de se realizarem estudos sobre os
possíveis efeitos que em longo prazo a contaminação atmosférica pode
produzir sobre diferentes ecossistemas, sobre o clima e sobre a
estratosfera. Um dos problemas de caráter global mais relevante associado
à poluição atmosférica é o das Chuvas Ácidas. O pH das chuvas é,
normalmente, levemente ácido, aproximadamente igual a 5,65, devido à
dissolução de gases, especialmente o CO2. O lançamento de gases na
atmosfera, a partir de fontes emissoras de poluentes, principalmente de
óxidos de enxofre e de nitrogênio, contribui para o aumento da acidez 68
das águas, formando as chuvas ácidas. Esses compostos, na atmosfera,
transformam-se em sulfatos e nitratos e, ao se combinarem com o vapor d
´água, formam os ácidos sulfúrico e nítrico. Esses ácidos provocam as
chuvas ácidas, cujo pH é inferior a 5,65 [53]. Tanto as modificações das

153
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

características dos solos devidas à lavagem dos mesmos pelas chuvas


ácidas, como as mudanças provocadas nas grandes massas de água pelo
aumento das concentrações de metais tóxicos, podem ter consequências
ecológicas irreversíveis. Outro importante problema de caráter global da
poluição atmosférica é o das mudanças climáticas. O aumento das
concentrações de dióxido de carbono e de outros contaminantes na
atmosfera pode dar lugar a uma elevação geral da temperatura do globo
terrestre, conhecida como “efeito estufa”, que modificaria o regime das
chuvas, o que produziria alterações nas terras cultiváveis e sobre a
extensão dos desertos. Por outro lado, os sulfatos e as partículas finas,
que diminuem visibilidade podem igualmente reduzir a intensidade da
radiação solar. Os hidrocarbonetos halogêneos e os óxidos de nitrogênio
podem também provocar uma diminuição do ozônio na estratosfera,
ocasionando um buraco na camada de ozônio que protege o planeta, com o
consequente aumento da quantidade de radiação ultravioleta que chega a
Terra [28].
Fonte: Jacqueline Barboza Mariano. Impactos Ambientais do Refino de Petróleo.
Disponível em: http://antigo.ppe.ufrj.br/ppe/production/tesis/jbmariano.pdf. Acesso
em: 7 maio 2021.

No artigo a autora tem em base os principais poluentes encontrados


nas Indústrias de refino do petróleo, tratasse de um material que geram
compostos prejudiciais para a atmosfera emitido pela refinaria tais quais: os
óxidos de enxofre e nitrogênio, o monóxido de carbono, os materiais
particulados, e os hidrocarbonetos.
Os efeitos já acontecem forma espontâneas por serem componentes
naturais, porém com o estimulo da combustão desses compostos o risco
ambiental é elevado com os vazamentos para a atmosfera e gera o efeito
estufa e a chuva ácida, são as principais degradações ambientais que estes
compostos químicos desenvolve com seu mau/ excesso manuseamento.
S. S. S. Martins, M. P. Silva, M. O. Azevedo E V. P. Silva No Artigo
“Produção de Petróleo e Impactos Ambientais: Algumas Considerações ”
apresenta o produto petróleo de uma maneira voltada a economia e as
energias sustentáveis que podem substituir o petróleo sem causar impacto
ambiental:
A participação do petróleo na matriz energética brasileira está diminuindo
pela crescente utilização das energias alternativas. Pois, segundo dados da
Petrobras, a previsão é de que o petróleo corresponda a 29% da matriz
energética mundial em 2030, a correspondência foi de 33% em 2008
(PETROBRAS, 2010). Isso comprova uma diminuição de 4% da
participação desse combustível fóssil entre o período de 2008-2030.
Essa crescente diminuição da exploração de petróleo e a busca por outras
energias são explicadas pelo fato do petróleo ser um combustível fóssil,

154
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

que polui o ar através de emissões gasosas, as quais reagem com o ar


atmosférico formando compostos que potencializam o efeito estufa e
prejudicam a camada de ozônio. Como o século XXI se baseia nas políticas
da sustentabilidade e diminuição de impactos ambientais, a pesquisa e uso
de energias alternativas é cada vez mais utilizada e desenvolvida. A grande
maioria dessas energias são biocombustíveis na forma de óleos, que atuam
como elementos substitutivos ao petróleo que apresentam menos
moléculas de carbono em sua composição e, por conseguinte tem menor
potencial de emissão de CO 2 na atmosfera. Por sua vez, as energias Eólica
e Solar apresentam-se como a alternativa mais sustentável no contexto
atual, pois tem níveis de emissões de poluentes nulos, além do grande
potencial de produção e transformação no contexto atual industrial. [...]
A exploração e produção de petróleo, como outras atividades econômicas
que utilizam recursos naturais, apresentam impactos ambientais positivos e
negativos. Todas as etapas de produção da indústria petrolífera, desde a
perfuração ao refino, causam impactos ao meio ambiente. Ao se falar em
impacto ambiental, é comum que seja feita uma relação direta com grandes
desastres ambientais acarretados pelo rompimento de oleodutos ou poços
marítimos, os quais são sempre expostos pela mídia através de imagens de
aves agonizando cobertas de óleo e peixes mortos, por exemplo. Porém,
sabemos que o impacto ambiental tanto pode ser de caráter negativo
quanto positivo. Não se pode negar o volume de negócios que
proporcionados com o desenvolvimento da exploração e produção de
petróleo, impulsionando toda a cadeia de bens e serviços, trazendo
tecnologia, capacitação e grandes oportunidades de empregos e rendas. A
avaliação de impactos ambientais, de um determinado empreendimento, é
feita a partir do diagnóstico ambiental da área de influência do mesmo,
pois, através dele, é possível conhecer detalhadamente as características
físicas, biológicas e socioeconômicas da área. Após o conhecimento de
tais características, são levantados os aspectos ambientais do
empreendimento. De acordo com a NBR ISO 14001, aspectos ambientais
consistem em elementos das atividades, produtos e serviços de uma
organização que podem interagir com o meio ambiente (ABNT, 2004).
Fonte: S. S. S. Martins, M. P. Silva, M. O. Azevedo E V. P. Silva. Produção de
Petróleo e Impactos Ambientais: Algumas Considerações. Disponível em:
https://www.redalyc.org/pdf/4815/481547289005.pdf. Acesso em: 7 maio 2021.

Desta maneira, tal citação evidencia a disponibilidade de novas


pesquisas sobre a melhor forma de desenvolver energia de maneira
sustentável, na qual, vem sido desenvolvida no século XXI, o conceito de
sustentabilidade vem crescendo e deixando de lado o uso do petróleo como
principal fonte de energia e abordando-o como um dos principal poluente e
causador da emissão de CO 2.
Com o desenvolvimento de energias mais limpas como citado no
texto, não pode deixar de fato do processo de industrialização do petróleo

155
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

ter lados positivos, tais quais atinge a sociedade conforme os bens de


serviços, tecnologia e as oportunidades de empregos e rendas abordada
pela NBR ISO 14001.
Juliano de Almeida Andrade; Fabio Augusto; Isabel Cristina Sales
Fontes Jardim abordam a “ Biorremediação de Solos Contaminados por
Petróleo e seus Derivados ”, desenvolvendo o processo da possível
descontaminação do solo atingido pelo petróleo e os riscos dessa
contaminação:
O mundo atual está cada vez mais dependente do petróleo e de seus
derivados para a manutenção de sua atividade industrial. Durante a
exploração, o refino, o transporte e as operações de armazenamento do
petróleo e/ou de seus derivados podem vir a ocorrer derramamentos
acidentais ocasionando a contaminação de solos, rios, etc. Tais
ocorrências vêm motivando, principalmente, a realização de pesquisas
relacionadas com a remediação de sítios contaminados (Aislabie et al.,
2004; Marín et al., 2006).
O que se tem notado, nas duas últimas décadas, é que a poluição causada
por petróleo e seus derivados tem sido um dos principais problemas ao
meio ambiente. Quando ocorre o derramamento de gasolina em solos, por
exemplo, uma das principais preocupações é a contaminação das águas
subterrâneas, que também podem contaminar, especialmente, os aquíferos
que são usados como fontes de abastecimento de água para o consumo
humano (Custance et al., 1992). Os frequentes derramamentos de petróleo
e seus derivados registrados em solos brasileiros vêm motivando o
desenvolvimento de novas técnicas que visam, principalmente, a
descontaminação dessas matrizes. Diante disso, diversas técnicas, físicas,
químicas e biológicas, vêm sendo desenvolvidas para a remoção ou a
degradação in-situ ou ex-situ de petróleo derramado e para a redução de
seus efeitos sobre o ecossistema, especialmente os tóxicos. Dentre as
técnicas desenvolvidas, a "biorremediação" vem se destacando como uma
alternativa viável e promissora para o tratamento de solos contaminados
por petróleo e seus derivados (Bento et al., 2003; Dua et al., 2002; Rahman
et al., 2002).
De modo geral, a biorremediação baseia-se na degradação bioquímica dos
contaminantes por meio da atividade de microorganismos presentes ou
adicionados no local de contaminação (Bernoth et al., 2000). Neste caso,
os tratamentos são basicamente de dois tipos: 1) ex-situ (ou off-site),
realizado fora do local onde ocorreu a contaminação e, por isso, é um
tratamento que requer a escavação e a remoção do solo contaminado para
outro local. A adoção deste procedimento pode resultar em um aumento
considerável do custo do processo, porém, não obstante a essa
desvantagem, é possível controlar, com maior facilidade, as condicionantes
do meio (vide o item "Fatores que influenciam a biodegradabilidade dos
contaminantes"), que são consideradas os fatores-chave utilizados no
tratamento dos solos; 2) in-situ (ou on-site), tratamento feito no próprio
156
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

local da contaminação. Normalmente, essa opção de biorremediação torna


o processo mais atrativo e economicamente viável, quando comparado ao
tratamento citado anteriormente. Além disso, o tratamento in-situ,
normalmente, acarreta em menores impactos ambientais advindos da
remediação da área contaminada (Nano et al., 2003).
Fonte: Juliano de Almeida Andrade; Fabio Augusto; Isabel Cristina Sales Fontes
Jardim. Biorremediação de solos contaminados por petróleo e seus derivados.
Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-
46702010000300002&script=sci_arttext. Acesso em: 7 maio 2021.

Os autores tratam o ponto fundamental da sustentabilidade, na qual


não adianta apenas mostrar dados para os impactos ambientais ocorridos
pelo petróleo e seus derivados, o fundamental é encontrar maneiras para
minimizar os ambientes atingidos pelo petróleo. Todas as etapas de
produção da indústria petrolífera, desde a perfuração ao refino, causam
impactos ao meio ambiente é comum que seja feita uma relação direta com
desastres ambientais acarretados pelo rompimento de oleodutos ou poços
marítimos, nesse processo os pesquisadores estão desenvolvendo
maneiras de minimizar esses impactos.
As práticas das pesquisas desenvolvidas a “biorremediação” vêm se
destacando como uma alternativa viável e promissora para o tratamento de
solos contaminados por petróleo e seus derivados conforme os autores
querem tratar, porem a outras tecnologias de pesquisa que também porem
ser abordadas para o tratamento de contaminantes por petróleo. No texto
refere a 2 práticas de biorremediaçao conforme os processos que se opta a
ser usado o ex-situ (ou off-site ) e o in-situ (ou on-site ), sendo viável de for
econômica por não precisar sair do espaço contaminado e usar matérias
diretas na remediação do ambiente.
Nesta citação o Eduardo Luiz Machado “Economia de Baixo
Carbono: Avaliação de Impactos de Restrições e Perspectivas
Tecnológicas, Petróleo e Petroquímica ” desenvolve o como é fundamentado
a extração do petróleo:
A atividade de exploração envolve estudos geológicos e geofísicos e a
perfuração de poços de prospecção. Trata-se de uma atividade de longa
duração, que leva em média oito anos para sua finalização (Kimura, 2005).
Genericamente, os estudos geológicos analisam as características das
rochas nas superfícies, buscando prever seu comportamento a grandes
profundidades, de forma a melhorar a identificação da presença de óleo e a
estimação do volume das reservas. Por outro lado, a geofísica estuda as
características das rochas e identifica suas estruturas geológicas,
permitindo delimitar áreas com maior probabilidade de existência de um
campo de petróleo (Kimura, 2005). Ao longo de décadas de exploração,
157
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

percebeu-se que para encontrar jazidas de hidrocarbonetos em volume


significativo era necessário que um determinado número de características
geológicas fosse atendido simultaneamente em bacias sedimentares
(Magoon & Dow, 1994). O estudo destas características de maneira
integrada e a simulação preliminar das condições ótimas para sua
existência foram consolidados no conceito de sistema petrolífero.
Fundamental para a ocorrência de petróleo em quantidade significativa, em
uma bacia sedimentar, é a existência de volume elevado de matéria
orgânica de qualidade adequada que foi acumulada na deposição de
determinadas rochas sedimentares conhecidas como geradoras. São estas
rochas que, submetidas a temperaturas e pressões adequadas, geram o
petróleo em subsuperfície (Milani, Brandão, Zalán & Gamboa, 2000). O tipo
de petróleo gerado depende fundamentalmente das características da
matéria orgânica preservada na rocha geradora. No caso da matéria
orgânica ser derivada de vegetais superiores (gimnosperma e
angiosperma) tende a gerar gás natural, enquanto a derivada de
zooplâncton e fitoplâncton, marinho ou lacustre, tende a gerar óleo (Milani,
Brandão, Zalán & Gamboa, 2000).
Fonte: Eduardo Luiz Machado. Economia de Baixo Carbono: Avaliação de Impactos
de Restrições e Perspectivas Tecnológicas, Petróleo e Petroquímica. Disponível
em: http://www.comexresponde.gov.br/portalmdic/arquivos/dwnl_1378402007.pdf.
Acesso em: 7 maio 2021.

Trata-se de um assunto que o petróleo não é apenas chegar ao local


e tentar extrair, tem um processo de longa duração, que leva em média oito
anos para sua finalização, a exploração envolve estudos geológicos e
geofísicos para identificar a melhores áreas analisando as rochas próximas.
A extração de petróleo pode ser achada nas bacias sedimentares,
terrenos formados por camadas de minério e material orgânico acumulado
ao longo de milênios, existem três métodos diferentes utilizados para
encontrar as bacias: examinar fotos tiradas por satélites, que mostram as
configurações gerais do terreno, segundo é a gravimetria, as rochas
sedimentares têm menos densidade que as maciças, nas áreas com
concentrações de sedimentos a força de gravidade da Terra é menor e o
terceiro o método sistemático onde provoca-se pequenos terremotos na
terra e no mar um balão de ar em direção ao fundo, gerando ecos para
localização desses poços de petróleo.
As citações abordadas vão ao encontro com a proposta do artigo,
pois mostra as formas de como encontrar o petróleo, os principais impactos
gerados pela indústria petrolífera e a necessidade de encontrar formas para
diminuir o impacto ambiental e apresenta soluções. Mostra o papel principal
do Engenheiro Químico na criação de projetos sustentáveis para minimizar

158
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

a poluição gerada pelo petróleo e criação de novas maneiras para energias


limpas que agrega para as próximas gerações e a necessidade da
sustentabilidade no mundo.
Assim, estabelece a necessidade de mostrar a Engenharia Química
nas indústrias petrolíferas e os impactos ambientais que o processo da
Industria Perolífera pode desencadear no meio ambiente, gerando soluções
para esses impactos de forma sustentável, não deixado de gerar empregos,
renda e desenvolvimento de tecnologias.
Desenvolvido o conceito de Engenharia Química na Sustentabilidade
da Extração do Petróleo, passa a analisar o problema de pesquisa que é
Desavaliações do Dano Ambiental Causado pela Industria Petroleira.

3 Desavaliações do Dano Ambiental Causado pela Industria Petroleira


A desavaliação do dano ambiental causado pela indústria petrolífera
mostra a necessidade de desenvolve o conceito do processo de indústrias
petrolíferas, desde o descobrimento do local que pode ser extraído o óleo,
os danos ambientais e lados socioeconômicos. Neste tópico abordasse a
necessidade de uma indagação sobre o profissional da indústria química,
em especifico o engenheiro químico, na qual deve desenvolver projetos
sustentáveis para a extração do petróleo e um gancho da necessidade de
estabelecer novas avaliações dos danos ambientais causado pela indústria
petroleira e criar possíveis hipóteses e soluções necessárias para combater
os pilares da sustentabilidade estabelecido pela Organização das Nações
Unidas.
A questão sobre sustentabilidade no século XXI, trata o petróleo
como um dos maiores causadores de impactos ambientais, desenvolvendo
a seguinte indagação: porque a engenharia química não estabelece novas
avaliações aos danos ambientais geradas pelos processos do petróleo nas
indústrias petrolíferas?
Esta indagação é voltada para o profissional capacitado da
Engenharia Química para desenvolver novas pesquisar e avaliações para
aperfeiçoar os processos de extração do petróleo. Em geral desenvolver
novas avaliações que visam a sustentabilidade do meio ambiente e
produzam soluções para minimizar os diversos danos ambientais causados
pela extração do petróleo nas indústrias petrolíferas.
159
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

A exploração, prospecção e produção em terra provocam alterações que


levam ao aumento da degradação do solo. No mar, há o risco permanente
da ocorrência de vazamentos do óleo, que afetam toda a fauna e a flora
marinha. Por fim, na fase de combustão dos derivados para a geração de
energia, o grande fator de impacto ambiental é a emissão de gases
poluentes, alguns deles responsáveis pelo efeito estufa. Tais fatos fazem
com que toda a cadeia produtiva do petróleo seja submetida a forte
controle por meio de legislações ambientais cada vez mais rígidas no
mundo. Estima-se que cada barril de petróleo extraído produza cerca de
436 kg de CO2 (RAVAGNANI, 2007), o que faz com que a indústria de
petróleo seja conhecida como uma das maiores emissoras de CO2 na
atmosfera. Um elemento importante é o fato de o setor utilizar matéria-
prima fóssil que gera impacto ambiental em sua extração. Suas operações
geram efluentes que contribuem para a poluição do ar, do solo e da água.
O Gráfico 15 apresenta a evolução de indicadores do desempenho da
indústria de petróleo e gás no Brasil. Com relação à água observa-se que a
relação captação de água/produção de petróleo declinado ao longo do
período. Mesmo resultado pode ser observado quanto à geração de
efluentes e geração de resíduos (CNI,2012).

Gráfico 15: Indicadores do desempenho ambiental do setor petróleo e gás


(água e efluentes – m3/103 m3; resíduos – t/103 m3) Fonte: CNI (2012)
[...]além disso, as refinarias contribuem para a contaminação de lençóis
freáticos, pela emissão de rejeitos líquidos contaminados (amônia, sulfetos
e outras substâncias). Já a contaminação de solos decorrente do refino do
petróleo é pouco significativa quando comparada com o potencial de
contaminação do ar e da água. Assim como outras indústrias estão sujeitas
a limites de emissões mais rígidos, as especificações relacionadas à
emissão de poluentes por parte de fontes móveis (carros, ônibus, etc.) e
fontes fixas (indústrias) estão se tornando cada vez mais restritivas, e,
consequentemente, encarecendo os derivados de petróleo que devem ter
menor percentual de enxofre e emitir menos material particulado
Fonte: Eduardo Luiz Machado. Economia De Baixo Carbono: Avaliação de Impactos
de Restrições e Perspectivas Tecnológicas, Petróleo e Petroquímica. Disponível
em: http://www.comexresponde.gov.br/portalmdic/arquivos/dwnl_1378402007.pdf
Acesso em: 11 maio 2021.

A citação abordada refere aos danos ambientais que o processo de


extração do petróleo pode gerar. A extração utilizada pelo setor é o fóssil
que gera impacto ambiental quando extraída da terra provoca alterações
160
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

que levam ao aumento da degradação do solo, no mar, há o risco de


vazamentos do óleo, que afetam a fauna e a flora marinha.
O processo das indústrias petrolíferas na fase de combustão dos
derivados para o desenvolvimento de energia, gera a emissão de gases
poluentes sendo a fonte de impacto ambiental, conhecida como uma
emissora de CO 2 na atmosfera responsáveis pelo efeito estufa.
Os processos do petróleo geram a poluição no ar, do solo e da água,
as refinarias a contaminam os lençóis freáticos, pela emissão de rejeitos
líquidos contaminados (amônia, sulfetos e outras substâncias).
Deste modo é necessário reafirmar o problema do por que não
estabelecer novas avaliações aos danos ambientais, com o foco no
Engenheiro Químico gerar novos projetos para o processo de extração do
petróleo nas indústrias petrolíferas, reforçando a sustentabilidade e a
química verde.
Assim, a necessidade de desavaliações do dano ambiental causado
pela indústria petroleira, sendo responsável os profissionais de indústria
química, em destaque a Engenharia Química para a melhor forma de
avaliar os danos ambientais causado pela extração do petróleo, tais como a
poluição do ar, do solo e da água em modo de desenvolver a solução
desses danos.
Ao abordar o problema discutido, desenvolve hipóteses e a provável
solução estabelecidos aos profissionais da engenharia química
relacionados a sustentabilidade da extração do petróleo e o dano ambiental
causado pela indústria petroleira.

4 Avaliações do Dano Ambiental Causado pela Industria Petroleira


A avaliação do dano ambiental causado pela indústria petrolífera,
estabelece a sustentabilidade é um dos assuntos abordados no século XXI,
pois tem em vista a compreensão de estabelecer normas para a saúde do
planeta terra que se inclui como a principal forma de avaliar os danos
ambientais. Desta forma o petróleo é um dos principais causados de danos
ambientais, pelo efeito estufa, erosões terrestres e vazamento marítimo,
gerando a necessidade de Avaliações do Dano Ambiental Causado pela
Industria Petroleira

161
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Necessitando que o profissional capacitado da área de Engenharia


Química avalia os danos ambientais causado pela Industria Petroleira e
estabeleça hipóteses para a solução do problema gerado nas indústrias
petroleiras.
O petróleo é tratado como um dos causadores de impactos
ambientais, com a necessidade de estabelecer indagativos do assunto
voltados a sustentabilidade, retoma a seguinte indagação: porque a
Engenharia Química não estabelece novas avaliações aos danos
ambientais geradas pelos processos do petróleo nas indústrias
petrolíferas?
Com a interrogação o profissional capacitado da Engenharia Química
analisa a necessidade de desenvolver novas pesquisar e avaliações para
aperfeiçoar os processos de extração do petróleo, visando a
sustentabilidade do meio ambiente e produz soluções para minimizar os
diversos danos ambientais causados pela extração do petróleo nas
indústrias petrolíferas.
Na primeira hipótese tem a necessidade de compreender os reais
impactos/ danos gerados pela indústria petrolífera, em sua fase de
produção.
Para compreender os motivos dos danos ambientais gerados deve-
se o conhecimento das formas de produção do petróleo, suas fases são:
extração, sabe industrial combustão e uso como fonte de energia, todas
essas fases desenvolvem poluentes ambientais. A extração é necessária a
análise do ambiente geológico e geofísico, a matéria prima fóssil gera
impacto ambiental quando extraída da terra provoca alterações que levam
ao aumento da degradação do solo e no mar risco de vazamentos do óleo.
Na fase industrial a combustão dos derivados para o desenvolvimento de
energia, gera a emissão de gases poluentes sendo a principal fonte de
impacto ambiental responsáveis pelo efeito estufa. Os processos do
petróleo geram a poluição no ar, do solo e da água, as refinarias a
contaminam os lençóis freáticos.
Mesmo sabendo a necessidade de compreender o que está sendo
produzido pelas indústrias petroleiras devesse descartar essa hipótese por
não responde a indagação estabelecida no parágrafo anterior, pois sabe-se
que mesmo analisando não é o motivo necessário para a avaliação de

162
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

solução dos danos ambientais, mas sim os motivos que geram poluentes
dessas indústrias.
Na segunda hipótese deve-se desenvolver a criação de leis
ambientais e criação de conselho ambientais e sustentáveis.
Refuta-se essa hipótese, pois já existe as leis ambientais e conselho
fiscalizastes, deste modo deve apenas fortalecer as matérias que já existem
e serem aplicados de forma correta e com fiscalizações mais eficazes.
Na terceira hipótese estabelece o sentido necessário e indispensável
do domínio e conhecimento pleno dos procedimentos e burocracia exigida
pelos órgãos fiscalizadores do meio ambiente e indústrias petroquímicas
para o manuseio do petróleo, avaliando os danos ambientais e
estabelecendo formas de solucionar os problemas ambientais .
O profissional da Engenharia Química deve saber as fases e
normativas habitais para trabalhar na indústria petrolífera, tendo em vista
as fases do petróleo, deve-se as normativas para o licenciamento
ambiental, onde o projeto antes de ser executado passa pelo requerimento
CONAMA 237/97 e CONAMA 001/86, passar para o Estudo prévio de
impactos ambientais (EPIA) e por fim o relatório final mais resumido que
deve ser publicado de forma aberta para pessoas leigas, os RIMA ( relatório
de impacto ambiental), deste modo para começar a realização do projeto
deve passar por todas as normativas ambientais, socioeconômicas, meio
geofísicas e biológico, assim pode começar o projeto de extração nas
indústrias petrolíferas.
Deste modo é viável essa hipótese por estabelecer regras para a
indústria petrolífera não atingir em escala o ecossistema, pois conforme as
normativas ambientais a uma análise de projeto para depois manusear o
petróleo.
Assim, estabelece hipóteses para a avaliação dos danos causados
pela indústria petroleira no ambiente tendo em vista que é necessário o
Engenheiro Químico conhecer as normativas e regras do processo de
industrialização do petróleo e reavaliar os danos causados, e estabelecer
normas sustentáveis para novas produções de energia descartando o uso
do petróleo como principal fonte e gerando desgastes ambientais.

163
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Desenvolvendo as Avaliações do Dano Ambiental Causado pela


Industria Petroleira, passa a descrever a metodologia aplicada e pesquisas
realizadas.

5 Metodologia
Apresenta-se a metodologia desenvolvida para diferenciar o gênero
artigo, das literaturas e escritas de outros gêneros. A metodologia é
utilizada como uma base para desenvolver os problemas baseados em
materiais que assemelham com o pensamento desenvolvido pelo autor.
Segundo o professor Wilson José Gonçalves define em seu livro:
A metodologia compreende os passos seguros na iniciação ao pensamento
e a produção científica (escrita e intelectualizada pelo planejamento e pela
execução). O que impõem, preliminarmente, um conhecimento da
relevância dos aspectos metodológicos, sobretudo, os princípios que
norteiam está seara do conhecimento.
Como campo do saber, a metodologia é regida por normas, princípios e
regras de modo a garantir sua execução uniforme dentro de um padrão
estabelecido.
Fonte: Wilson José Gonçalves. Produção de Texto: elaboração de Artigos
Científicos e Outros Textos . Campo Grande-MS: ALJ-MS, 2016, p. 20.

A definição apresentada tem o intuito de estabelecer um padrão de


escrita que guie o passo a passo do artigo cientifico.
No desenvolver desta pesquisa utilizou o método de caráter
documental e bibliográfico, definido pelos autores Mauro José Fontelles,
Marilda Garcia Simões, Samantha Hasegawa Farias e Renata Garcia
Simões Fontelles, como:
Pesquisa bibliográfica – Sua base é a análise de material já publicado. É
utilizada para compor a fundamentação teórica a partir da avaliação atenta
e sistemática de livros, periódicos, documentos, textos, mapas, fotos,
manuscritos e, até mesmo, de material disponibilizado na internet etc. Este
tipo de pesquisa fornece o suporte a todas as fases de um protocolo de
pesquisa, pois auxilia na escolha do tema, na definição da questão da
pesquisa, na determinação dos objetivos, na formulação das hipóteses, na
fundamentação da justificativa e na elaboração do relatório final
Pesquisa documental – É o tipo de pesquisa que tem o levantamento de
documentos como base. É uma valiosa técnica de coleta de dados
qualitativos. Assemelha-se à pesquisa bibliográfica, a qual utiliza a
contribuição fornecida por diversos autores sobre um determinado assunto,
enquanto na pesquisa documental, a coleta de informações é realizada em
materiais que não receberam qualquer tipo de análise crítica. Neste tipo de

164
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

pesquisa, os documentos consultados são, geralmente, classificados como


fontes primárias e fontes secundárias. No primeiro caso, são as fontes cuja
origem remonta à época que se está pesquisando, ainda não analisadas e
que, frequentemente, foram produzidas pelas próprias pessoas estudadas,
tais como correspondências, diários, textos literários e outros documentos
mantidos em órgãos públicos e instituições privadas de qualquer natureza;
no segundo, correspondem às fontes cujos trabalhos escritos se baseiam
na fonte primária, e tem como característica o fato de não produzir
informações originais, mas, apenas, uma análise, ampliação e comparação
das informações contidas na fonte original
Fonte: Mauro José Fontelles, Marilda Garcia Simões, Samantha Hasegawa Farias e
Renata Garcia Simões Fontelles. Metodologia da Pesquisa Científica: Diretrizes
para a Elaboração de um Protocolo de Pesquisa . Disponível em:
https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/150/o/Anexo_C8_NONAME.pdf. Acesso em: 25
maio 2021.

Trata-se de pesquisa documental e bibliográficas como uma base


pré-estabelecidos no banco de dados de documentos já publicados, os
utilizando como fonte de conhecimento e parafraseando para
enriquecimento do material a ser desenvolvido.
Definida a metodologia da pesquisa bibliográfica e documental é
usada para investigação dos documentos, passa-se a buscar a temática do
estudo, direcionadas para as indústrias petrolíferas.
Com uma didática extensa, define um contexto direto para estudar as
indústrias petrolíferas: sustentabilidade e os danos ambientais. Para
direcionar a pesquisa é estabelecido um objeto de estudo, desta forma foi
incluída a “Engenharia Química”, com a intenção de nortear o Engenheiro
Químico a saber as normativas nas indústrias petrolíferas e desenvolver
projetos direcionados à química verde.
Ao estabelecer o objetivo do estudo, a próximo etapa, seria
desenvolver o subtítulo, gerando o problema e a solução para tal
indagação. A problemática se voltou para a Desavaliações do Dano
Ambiental Causado pela Indústria Petroleira, logo desta forma, a solução
por consequência seria a Avaliação do Dano Ambiental Causado pela
Indústria Petroleira.
Estabelecida a proposta, passa para a etapa da pesquisa iniciando o
desenvolver do banco de dados, estabelecendo o mínimo de referências
para obter a resposta estabelecida ao problema posto.
Ao apurar a pesquisa bibliográfica, optou-se pelos seguintes bancos
de dados oficiais e sites que são: Google Acadêmico, SciELO Artigos,
165
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Domínio Público, bibliotecas digitais e bibliografias de artigos. Após a


pesquisa foi utilizado uma apuração mais específica nos documentos, para
estabelecer aqueles que estariam de encontro com a temática da pesquisa,
os materiais obtidos foram armazenados em arquivos para utilizar nas
próximas etapas dos materiais.
Ao apurar as pesquisas bibliográficas, separou apenas aqueles de
interesse como: artigos do Google acadêmico, SciELO Artigos, bibliotecas
digitais e referencias bibliográfica de artigos encontrados nos sites
anteriores citados, não se utilizou do Domínio Público para esse
levantamento de dados.
Na pesquisa documental, destaca as normativas da CNPE n°
08/2003 que estabelece a política pública de produção de petróleo e gás
natural, onde realiza a aprovação de exploração. Documentos também da
Agencia Nacional do Petróleo (ANP), normativas da CONAMA, que
estabelece estudos e estratégias para prevenir e/ou extinguir de impactos
ambientais.
Encerrada a etapa de conhecimento do banco de dados, passou para
o próximo passo que é compreender, organizar e escrever o trabalho
científico, utilizando a técnica de construção de texto por parágrafo: título,
subtítulo, problema, objetivo, metodologia, resultados e conclusão.
Estipulado o título e subtítulo, elaborou-se o resumo, utilizando as
normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 6028,
que determina cinco informações necessárias no resumo: I) contexto –
demarcando o título e subtítulo; II) objetivo – indicação de finalidade do
material utilizando o verbo no infinitivo; III) metodologia –demarcação do
banco de dados; IV) os resultados – finalidades estabelecidas no banco de
dados; e V) as conclusões – resultados obtidos.
Continuando a elaboração do tema, passa para fase da introdução
com o objetivo estabelecido no título e subtítulo ´´ Engenharia Química na
Sustentabilidade da Extração do Petróleo: avaliações do dano ambiental
causado pela indústria petroleira´´ , desenvolvendo o material em
parágrafos, observando as orientações e balizamento em cada estrutura
etapas elaboradas até o fim do artigo científico.
Assim, a metodologia de investigação foi a pesquisa bibliográfica e
documental, que estabelece um banco de dados que contribuiu para a
compreensão dos conceitos e a busca pela resolução do problema
166
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

questionado. A pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental permitiram o


conhecimento das normativas e procedimentos fundamentais e necessários
que o Engenheiro Químico deve dominar para as indústrias petroleiras e de
forma primordial a sustentabilidade do meio ambiente.
Desta forma metodologia apresentada passa a estabelecer
resultados encontrados nos bancos de dados.

6 Resultados
Os resultados adquiridos conforme o objetivo do estudo, capturado
do banco de dados estabelecido, aqueles que capacitam para o estudo da
Engenharia Química na Sustentabilidade da Extração do Petróleo e
avaliações do dano ambiental causado pela indústria petroleira.
O petróleo é uma substância oleosa, formada por uma complexa mistura de
hidrocarbonetos, podendo conter quantidades de oxigênio, nitrogênio,
enxofre e alguns íons metálicos, principalmente níquel e vanádio. A série
de hidrocarbonetos é 5 variada, incluindo os do tipo saturado (alcanos
normais, isoalcanos e cicloalcanos) e os aromáticos. Os hidrocarbonetos
com a presença de compostos sulfurados, nitrogenados, oxigenados,
resinas e asfaltenos são encontrados em quantidades menores na
natureza.
Diversos produtos são derivados a partir do petróleo, sejam eles com
finalidade energética, tais como gasolina, óleo diesel, querosene, gás
natural, gás liquefeito de petróleo (GLP), ou com outras finalidades, como
insumos para a indústria petroquímica na produção de polímeros plásticos,
ou de utilização final como as parafinas e os asfaltos (Entschev, 2008).
Fonte: Eduardo Luiz Machado. Economia de Baixo Carbono: Avaliação de Impactos
de Restrições e Perspectivas Tecnológicas Petróleo e Petroquímica. Disponível:
http://www.comexresponde.gov.br/portalmdic/arquivos/dwnl_1378402007.pdf.
Acesso em: 4 jun. 2021.

Na descrição do autor Eduardo Luiz Machado, é encontrar alguns


possíveis resultados para o artigo cientifico, pois descreve a formação do
petróleo e as composições que porem ser criadas, fundamento dessa
pesquisa.
Os primeiros resultados obtidos evidenciam as etapas que envolvem
a produção do petróleo, desde a perfuração onde é passado por três etapas
para extrair o petróleo, até a refinaria onde é transformado a matéria prima
bruta para pode ser comercializada/ utilizada.
O segundo resultado foi a alteração no meio ambiente que o petróleo
causa, com a complexidade da composição do petróleo geram muitos riscos
167
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

ao ser manuseado, desenvolve riscos para o ecossistema que foi extraído


ou derramado e para a sociedade riscos futuros por ser a principal matéria
prima comercializada, caso venha a faltar é uma energia não renovável,
mas fundamental na economia mundial.
O terceiro resultado encontrado positivo é a abertura de emprego
que as indústrias petrolíferas disponibilizam.
I) Etapas para produção do petróleo
O engenheiro químico destaca-se por participar de todas as etapas
que envolvem a indústria petrolífera, participa da etapa de extração do
petróleo utilizando de sua carteira no CREA (Conselho Regional de
Engenharia e Arquitetura) e encarrega-se da refinaria do petróleo com o
CRQ (Conselho Regional de Química).
Ao realizar as etapas do petróleo, estuda-se o espaço de maneira
geográfica antes da perfuração e mostra os passos que precisam ser
realizados antes da perfuração, em seguida o trabalho fundamental que um
Engenheiro Químico pode realizar: a refinaria, papel fundamental antes da
comercialização do petróleo, essas indicações descritas foram retiradas do
texto de Flavia da Costa Limmer:
O petróleo está localizado na rocha geradora, ou rocha reservatório, uma
estrutura porosa envolta por uma camada de pedra impermeável. O óleo
fica nos vazios da estrutura geológica, sendo o poço de petróleo o túnel de
ligação entre a jazida e a superfície. Logo, caso as análises sísmicas
apontem alta probabilidade de existência de uma jazida de
hidrocarbonetos, inicia-se a perfuração. Esta será no primeiro momento
para a coleta de amostras do petróleo e do gás, com duração média de 45
dias por poço. Caso haja confirmação da viabilidade de produção uma nova
perfuração será feita, com prazo variável, para a ampliação do poço para a
produção.
A sonda de perfuração necessita de uma base. Em perfurações onshore é
necessário desmatar a área, geralmente oito mil metros quadrados para
sondas de grande porte. Em perfurações offshore é construída uma
plataforma provisória.
[...]
O refino é uma etapa essencial já que permite o a separação e
transformação do óleo em diversos derivados, todos eles com grande
aplicação comercial: produtos energéticos, tais como combustíveis e gases;
e produtos não-energéticos, por exemplo, parafinas, lubrificantes e
petroquímicos. Como os petróleos diferem de acordo com as jazidas de
origem diversas técnicas podem ser utilizadas para o refino.
A primeira etapa do refino é a dessalinização, que remove sais corrosivos e
metais que podem causar corroer unidades de destilação ou reduzir sua
168
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

eficiência. Em seguida ocorre a separação, que desmembra o petróleo em


frações básicas. Processo é físico, através de modificações de temperatura
e/ou pressão. A destilação, etapa seguinte, é o que transforma o petróleo
em subpor dutos. O petróleo é aquecido em uma temperatura de 400°C,
gerando emissões atmosféricas pela queima do petróleo gases como o
sulfidrico e vapores de amônia, que geralmente são descarregados por
flares. Uma vez resfriados estes se separam nas frações desejadas, o que
produz como resíduo poluente as águas ácidas oleosas, contendo amônia e
ácido sulfúrico. Por fim a conversão transforma as frações do petróleo em
outros produtos de maior rentabilidade econômica.
Fonte: Flavia da Costa Limmer. O Licenciamento Ambiental na Industria Petrolífera .
Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/rbdp/article/view/7946/
pdf. Acesso em: 1 jun. 2021.

Citado também no artigo de Eduardo Luiz Machado, estabelece o


que acontece dentro de uma indústria petrolífera dividindo em dois blocos:
A cadeia produtiva engloba o conjunto de atividades econômicas
relacionadas a exploração, produção, refino, processamento, transporte,
importação e exportação de petróleo, gás natural, outros hidrocarbonetos
fluidos e seus derivados
Divide-se em dois grandes blocos complementares: upstream (exploração e
produção) e downstream (transporte, refino e distribuição). Cada atividade
dentro desses blocos tem propósitos distintos: ∙ Exploração e produção
(E&P): atividade relacionada à descoberta de novas reservas e sua
eventual extração. Os principais produtos obtidos nesta atividade são
etano, propano, petróleo e líquidos de gás natural; Refino: trata-se do
processo de converter o petróleo cru em produtos comercializáveis e de
purificar o gás para consumo. Os principais produtos obtidos a partir do
processo de refino são gasolina, óleo diesel, querosene e nafta1. ∙
Transporte e armazenamento: compreende o transporte dos produtos
extraídos por meio de dutos ou navios, bem como sua estocagem, para as
centrais de processamento; Distribuição: envolve a distribuição e venda de
gás, combustíveis e lubrificantes derivados do petróleo por atacadistas e
varejistas.
Destaque-se que a indústria petrolífera apresenta algumas características
importantes, como o fato de se basear em um recurso mineral não-
renovável que constitui atualmente a principal fonte de energia mundial
sem produtos substitutos próximos, ao menos em toda gama de usos e
aplicações. Tal fato confere ao petróleo uma demanda inelástica com
relação ao preço.
Fonte: Eduardo Luiz Machado. Economia de Baixo Carbono: Avaliação de Impactos
de Restrições e Perspectivas Tecnológicas Petróleo e Petroquímica . Disponível:
http://www.comexresponde.gov.br/portalmdic/arquivos/dwnl_1378402007.pdf
Acesso em: 4 jun. 2021.

Após aplicação das citações acima, comprova como é desenvolvida


as etapas para a finalização do uso de petróleo e qual o papel fundamental
do Engenheiro Químico dentro da indústria petrolífera, demostrando a
169
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

necessidade de trabalhar junto com as normas fundamentais do CONAMA


(Concelho Nacional do Meio Ambiente) para projetarem matérias que
minimizam os impactos ambientais na extração e refinaria do petróleo, pois
da maneira que é realizada prejudica o ecossistema local ao realizar a
perfuração, já na refinaria os gases omitidos contribuem para a propagação
do efeito estufa e aquecimento global.
II) Riscos Desenvolvidos Pelo Petróleo
O segundo resultado obtido no banco de dados foi a devasta
alteração no meio ambiente causada pelo petróleo, por ser uma matéria
prima fóssil, o composto para seu resultado final é rico em hidrocarbonetos,
que manuseado de maneira errada gera riscos para o ecossistema, os
vazamentos é a maneira mais comum de atingir o local de exploração,
Flavia da Costa Limmer aborda de forma explicativa em seu trabalho ‘‘ O
Licenciamento Ambiental na Industria Petrolífera ” sobre os danos
ambientais causados pelos vazamentos:
Os vazamentos são comuns por dois fatores: nas plataformas o fluxo
contínuo sob pressão nos oleodutos e equipamentos comumente gera
vazamentos e explosões; já o transporte marítimo está sujeito a
abalroamentos, ou falhas na conexão dos mangotesna carga e descarga de
óleo. Embora a gravidade do derramamento dependa de muitos fatores
(tais como a quantidade de petróleo derramado, tipo e peso do óleo,
espécies de animais na área, seus ciclos migratórios e reprodutivos); são
sem dúvida os eventos mais danosos em razão da grande periodicidade, do
volume e tipo de produtos produzidos e transportados, com efeitos que
podem durar décadas. Apenas uma pequena quantidade de óleo pode
gerar a mortandade de inúmeras aves: o óleo cobre as suas penas e
impede o vôo. Destrói a sua impermeabilização natural e isolamento
térmico, deixando-os vulneráveis à hipotermia ou superaquecimento. Os
peixes também podem morrer por asfixia, já que o óleo impregna suas
brânquias, ou sua barbata nas ficam "coladas" pelo óleo, o que impede a
migração e alimentação. Mamíferos marinhos também ficam impedidos de
manter sua regulação de temperatura corporal. Caso algum animal ingira o
óleo, isso pode ocasionar o envenenamento de toda a cadeia alimentar.
Espécies que depositam seus ovos em praias, como tartarugas marinhas,
sobrem inúmeras perdas de exemplares. Seus ovos podem ser
contaminados por óleo e os filhotes não se desenvolvem plena mente. Os
filhotes têm ainda dificuldade de se locomover para o mar após os ovos
eclodirem.
O ecossistema marinho é frágil e sustenta inúmeras formas de vida,
inclusive em terra firme. O óleo adere às pedras e à arcia; em mangues e
pântanos as espécies vegetais fibrosas e gramos as absorvem o óleo,
tornando a área inadequada para a vida animal. As manchas de óleo
também impedem a passagem de luz e a troca de gases entre a água e o
170
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

mar e, consequentemente, dificultam a fotossíntese causando a morte dos


plânctons.
Fatores ambientais podem influenciar na dificuldade da limpeza clima,
velocidade do vento. Quanto mais larga e fina, também maior será a
dificuldade de eliminar a mancha, sendo essencial a resposta rápida ao
derramamento. Um dos grandes perigos do derramamento de óleo consiste
justamente nas técnicas usadas para a eliminação das manchas de óleo,
que por vezes também causam impactos ambientais. Dispersantes
químicos são utilizados para gerar a fragmentação da mancha, permitindo
que gotículas de óleo se misturem à água. Outra possibilidade é o uso de
agentes biológicos, através da pulverização de fertilizantes como fósforo e
nitro gênio sobre a mancha, com o objetivo de aumentar o crescimento de
microorganismos
Fonte: Flavia da Costa Limmer. O Licenciamento Ambiental na Industria Petrolífera .
Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/rbdp/article/view/7946/
pdf. Acesso em: 4 jun. 2021.

O manuseio do petróleo atinge também a atmosfera, principalmente,


da fase da refinaria na qual é emitido gases contribuidores para o efeito
estufa e destruição da camada de ozônio, dados estabelecidos no texto de
Eduardo Luiz Machado ‘‘ Economia de Baixo Carbono: Avaliação de
Impact os de Restrições e Perspectivas Tecnológicas Petróleo e
Petroquímica’’, comenta também sobre a influência energética que o
petróleo se encontra:
Atualmente, o sistema energético internacional é fortemente dependente do
uso de 87 combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás). Cerca de 80% do
consumo mundial de energia se originam dessas fontes, que apresentam
uma taxa de crescimento anual de cerca de 2% (média em 20 anos). Dados
do Balanço Energético Nacional (BEN, 2011) ilustram esta dependência
mundial por combustíveis fósseis (Gráfico 14)

Gráfico 14: Oferta Mundial de Energia Fonte: BEN, 2011


Em termos de impacto sobre o meio ambiente, destaque-se que a matriz
energética brasileira já apresenta elevada participação de energias
renováveis, conforme pode ser visto na Tabela 10. Deve-se se atentar que
as descobertas recentes no pré-sal podem alterar esta configuração em
prazo não muito longo.

171
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Tabela 10: Oferta Interna de Energia (%) - 2009-2010 Fonte: EPE, 2011
Dentro do contexto mundial de emissão de GGE, o Brasil encontra-se em
uma situação diferenciada em relação ao resto do mundo, consequência
direta da matriz energética altamente renovável. Entretanto, apesar da
matriz energética favorável do ponto de vista ambiental, o Brasil ocupa o
terceiro posto entre os maiores emissores de gases de efeito estufa (GEE)
do mundo, totalizando 2,2 bilhões de tCO2eq, que representa 5,0% das
emissões globais. (Instituto Acende Brasil, 2012). A menor emissão no
Brasil está diretamente relacionada às suas fontes de energia, para
geração elétrica, meios de transporte e indústria. As emissões decorrentes
das mudanças no uso da terra 36 são responsáveis por 79,6% das
emissões de gases de efeito estufa no país
A composição das emissões de CO2 no Brasil possui uma distribuição
percentual que se manterá pelos próximos 10 anos, conforme ilustrado na
Figura 12.

Figura 12: Emissão de CO2 por setor 90 Fonte: Empresa de pesquisa


energética; (Plano de desenvolvimento Energético, 2019), 2010
Se forem desconsideradas as emissões decorrentes do desmatamento, as
emissões no Brasil devem continuar concentradas nos setores energéticos
e industrial. A participação do setor energético, ao contrário do que ocorre
em países com fontes não renováveis de energia, apresenta uma baixa
participação na composição das emissões do CO2: apenas 6% em 2010,
chegando a 8% em 2019.
Com a crescente necessidade mundial de energia e a perspectiva de
escassez de combustíveis fósseis no longo prazo, aliadas aos crescentes
preços mundiais do petróleo e seu alto potencial poluente, principalmente

172
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

pela emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa, são necessários o


estudo e a avaliação de novas fontes renováveis e menos poluidoras
(Entschev, 2008).
Fonte: Eduardo Luiz Machado. Economia de Baixo Carbono: Avaliação de Impactos
de Restrições e Perspectivas Tecnológicas Petróleo e Petroquímica . Disponível:
http://www.comexresponde.gov.br/portalmdic/arquivos/dwnl_1378402007.pdf.
Acesso em: 4 jun. 2021.

A indústria petroleira tem inúmeras desavaliações para o meio


ambiente, para o ecossistema marinho produz riscos que pode um dia gerar
extinção de aves ou animais marinhos, pois o derramamento de óleo chega
a proporções estremas como aconteceu no litoral da região nordeste em
agosto de 2020, que chegou a atingir 4 mil quilômetros, na qual muitos
peixes e aves foram encontrados nas areias das praias mortos com seus
corpos cobertos por petróleo.
A emissão de gases poluentes que são despejados na atmosfera
pela indústria petroleira atinge a camada de ozônio prejudicando a vida na
Terra, porém o petróleo não produz gases apenas nas fontes fixas, energia
que o petróleo produz é utilizado como fontes moveis (carros, aviões,
ônibus...), desta maneira o papel do Engenheiro Químico é encontrar fontes
alternativas para a solução da emissão de gases desenvolvidas por essas
fontes de energia que o ser humano mais utiliza.
O petróleo é provedor de matéria prima para muitos setores
industriais, de princípio as indústrias de plásticos, pois tudo que é utilizado
pelo ser humano é produzido por plástico, um material que acarreta uma
enorme produção de lixo. O Engenheiro Químico junto com o Engenheiro
Ambiental e outros, desenvolvem matérias menos poluentes de plásticos,
reduzindo o lixo produzido e a utilização de petróleo, por materiais de
fontes renováveis e biodegradáveis, salvando os animais que ingerem
essas substâncias tóxicas e o meio ambiente com a redução de lixos.
Uma das fontes de energia mais utilizadas no mundo é o petróleo,
sobretudo no Brasil, como mostra nos dados da citação, deste modo deve-
se conscientizar as pessoas por fontes mais limpas e renováveis, que
minimizam os danos ambientais e podem ser utilizadas por longos prazos.
Diversas empresas, em especial as petrolíferas, estão utilizando de
outras fontes para diminuir os impactos ambientais, como: substituição de
combustíveis fósseis por energias limpas, descartando o uso do petróleo,
não eliminando a queima de gases e seguindo as normativas do CONAMA

173
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

(Concelho Nacional do Meio Ambiente), para acabar com os danos


ambientais.
III) Abertura de Empregos e Economia nas Indústrias Petroleiras
O terceiro resultado encontrado foi que a matéria prima petróleo é a
principal fonte de economia mundial e uma das que abre portas para
empregos, este é o único resultado positivo encontrado no banco de dados,
analisando gráficos de artigos sobre a economia, as oportunidades de
renda e empregos nas indústrias petrolíferas:
O Gráfico 13 mostra o número de empregos diretos gerados pela indústria
brasileira de petróleo e gás natural. Percebe-se a duplicação do indicador
que passou de 200 mil empregos diretos em 1990 para 400 mil em 2010

Geração de renda e de oportunidades de trabalho em função do aumento


do nível de emprego no setor e da capacitação da força de trabalho. Nesse
sentido, deverão ser capacitadas mais de 200 mil pessoas até 2014;
Fonte: Eduardo Luiz Machado. Economia de Baixo Carbono: Avaliação de Impactos
de Restrições e Perspectivas Tecnológicas Petróleo e Petroquímica . Disponível:
http://www.comexresponde.gov.br/portalmdic/arquivos/dwnl_1378402007.pdf
Acesso em: 4 jun. 2021.

A exploração e produção de petróleo, como outras atividades econômicas


que utilizam recursos naturais, apresentam impactos ambientais positivos e
negativos. Todas as etapas de produção da indústria petrolífera, desde a
perfuração ao refino, causam impactos ao meio ambiente. Ao se falar em
impacto ambiental, é comum que seja feita uma relação direta com grandes
desastres ambientais acarretados pelo rompimento de oleodutos ou poços
marítimos, os quais são sempre expostos pela mídia através de imagens de
aves agonizando cobertas de óleo e peixes mortos, por exemplo. Porém,
sabemos que o impacto ambiental tanto pode ser de caráter negativo
quanto positivo. Não se pode negar o volume de negócios que
proporcionados com o desenvolvimento da exploração e produção de
petróleo, impulsionando toda a cadeia de bens e serviços, trazendo
tecnologia, capacitação e grandes oportunidades de empregos e rendas.
O meio antrópico envolve todas as ações que se relacionam com a
economia, a sociedade e a cultura. A exploração de petróleo causa
diversos impactos a tal meio, sendo alguns deles, MARTINS ET AL. (2015)
174
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

HOLOS, Ano 31, Vol. 6 73 inclusive, positivos. Os principais impactos no


meio antrópico estão dispostos no quadro 6, que relaciona os impactos a
sua forma de ocorrência.

Analisando o quadro 6, podemos observar a disposição dos principais


impactos causados no meio antrópico. Podemos identificar facilmente
alguns impactos de caráter positivo, como, por exemplo, o repasse de
royalties, que é responsável pelo acréscimo de capital à receita municipal,
e a geração de renda, que está relacionada à geração de empregos.
Ambos os impactos contribuem para a melhoria da qualidade de vida da
sociedade afetada pelo empreendimento, podendo ser considerados uma
vantagem à mesma.
Fonte: Martins, S. S. S, Silva, M. P, Azevedo, M. O, Silva, V. P. Produção
de Petróleo e Impactos Ambientais: Algumas Considerações. Disponível:
https://www.redalyc.org/pdf/4815/481547289005.pdf Acesso em: 4 jun.
2021.

175
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Em abril de 2019, os empregos formais do setor representaram 1,3% do


total nacional de 38,7 milhões empregos. O Upstream representou 23% da
indústria extrativa, o Midstream 0,4% da indústria de transformação e o
Downstream 5% do comércio.
Fonte: Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás. Empregos no Setor de Petróleo e Gás
Natural . Disponível: https://www.ibp.org.br/observatorio-do-setor/snapshots/dados-
emprego-setor-petroleo-e-gas/ Acesso em: 4 jun. 2021.

A atividade positiva que o petróleo gera é a abertura de empregos


como mostra os gráficos acima, onde é comparado apenas no Brasil, mas
em escala mundial esses gráficos duplicam, um dos geradores de renda e
altos volumes de negócios que por consequência estimulam a economia,
tecnologia e geração de renda.
Desta maneira, os resultados alcançados no banco de dados da
pesquisa, contribuem para as hipóteses e permitirá possíveis discussões
respondendo ao problema da pesquisa.
Assim, os resultados obtidos após a pesquisa sobre o tema e a
indagação do problema, estabelece que o profissional da Engenharia
Química que conhece as normativas estabelecidas para o manuseio do
petróleo, pode e deve trabalhar nas indústrias petrolíferas contribuindo para
a sustentabilidade do meio ambiente e na química verde, desenvolvendo
projetos para as fases do petróleo e inovando as demandas para danos
ambientais, e deste modo as indústrias de ouro negro continuam a gerar
renda mundial, economia, tecnologia e abrindo oportunidades de empregos.

176
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Após apresentar os resultados obtidos, passa para a fase das


discussões.

7 Discussão
A fase de discussão é estabelecida para a compreensão do
pesquisador com o objetivo de estudo através dos dados encontrados, da
problemática e dos resultados. Desenvolvendo a resposta para cada
questionamento abordado durante a pesquisa científica, a esclarecendo de
forma crítica e finalizando a abordagem de cada tópico.
Eduardo Borba Neves e Clayton Amaral Domingues, no texto,
“Manual de metodologia da pesquisa cientifica” , traz uma visão sobre como
elaborar o item discussão, citado abaixo:
Geralmente a Discussão é a última seção do corpo do desenvolvimento e,
por vezes, pode confundir-se com a Conclusão. Em ambos os casos, as
convenções para a redação desses itens refletem características comuns.
Na Discussão apresenta-se uma visão do texto como um todo. Assim como
na Introdução, os pesquisadores usam essa seção para examinar o
trabalho no contexto maior do seu campo de estudo.
No entanto, ao contrário da Introdução, ela guia o leitor da informação
específica, apresentada nas seções de metodologia e resultados, para uma
visão mais geral de como os resultados devem ser interpretados. Dessa
forma, podemos dizer que na Introdução parte-se do geral para o
específico, enquanto na discussão parte-se do específico para o geral.
A informação incluída na Discussão depende, em grande parte, dos
resultados do estudo. Entretanto, o movimento específico-para-geral é uma
convenção seguida pela maioria dos pesquisadores. Os tipos de
informação não são fixos, contudo os primeiros elementos são tipicamente
aqueles que se referem mais diretamente ao estudo e aos resultados. Os
elementos de informação da seção Discussão incluem:
1. referência ao principal propósito e às hipóteses do estudo;
2. revisão dos resultados mais importantes, mesmo que esses resultados
não suportem a hipótese original do estudo, ou não concordem com os
resultados de outros pesquisadores;
3. possíveis explicações sobre os resultados (resumidamente);
4. limitações do estudo que restringem a generalização dos resultados.
Fonte: Eduardo Borba Neves e Clayton Amaral Domingues. Manual de metodologia
da pesquisa cientifica. Disponível:
https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/56484475/MANUAL_DE_METODOLOGIA.pdf?
1525376448=&response-content-disposition=inline%3B+filename
%3DMANUAL_DE_METODOLOGIA.pdf&Expires=1/624544838&Signature=VKj~sg9
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177
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

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sJna9zBVNAFvDZFv0VW8VfNQc0jfRKnMjPfMCNg__&Key-Pair-
Id=APKAJLOHF5GGSLRBV4ZA Acesso em: 24 jun. 2021.

Conforme descrição dos autores, na discussão deve-se utilizar de


elemento já existente no artigo, não podendo adicionar, mas sim faz uma
análise do contexto geral do material já existente da metodologia e os
resultados obtidos, transformando em uma maneira mais ampla de ser
apresentados.
Apresentado a maneira de ser abordado, dividir de duas maneiras a
discussão: metodologia e resultados, assim apresentando uma retomada da
introdução até a metodologia e logo após uma ideia geral das análises dos
resumos.
Aponta-se as principais orientações descritas abaixo:
I) Engenharia Química na Sustentabilidade da Extração do Petróleo
O Engenheiro Químico é responsável por inúmeros materiais que são
utilizados para o dia a dia da sociedade, materiais que são produzidos em
especial nas indústrias petrolíferas, na qual, o papel do engenheiro químico
é fundamental para o controle de qualidade dos materiais e/ou gasolina, na
produção, extração e na criação de projetos que irá relacionar as indústrias
petrolíferas com o meio ambiente.
O desenvolver desse artigo quer apresentar a necessidade da
sustentabilidade nas indústrias petrolíferas, pois todas as etapas geram um
tipo de impacto ambiental, como: vazamento do óleo, a queima do material
químico do petróleo e destruição do ecossistema, as etapas de extração e
refinaria também liberam poluentes atmosféricos emitidos pelas indústrias
petrolíferas como: os óxidos de enxofre e nitrogênio, o monóxido de
carbono e os hidrocarbonetos.
Desta maneira, o Engenheiro Químico deve procurar soluções para
estabilizar e/ ou alquilar os danos ambientais causados pelas indústrias
petrolíferas, desenvolvendo ideias como: novas fontes de energia para
descartar o uso do petróleo como uma fonte, maneira de descarte
adequado do petróleo e formas que limpem os lugares que foram atingidos
pelo petróleo, desenvolver tecnologias que ajudam na sustentabilidade das
indústrias petrolíferas.

178
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

II) Desavaliações Do Dano Ambiental Causado pela Industria


Petroleira
Os riscos que as indústrias petrolíferas geram para o meio ambiente,
mostra a necessidade do Engenheiro Químico de criar novas avaliações
para os danos ambientais que são causados, elaborando projetos que
visam os pilares da sustentabilidade e a química verde
A extração do petróleo é um dos principais causadores de danos
ambientais, ao extrair da terra provoca alterações no solo, como
degradações ou até mesmo abertura de falhas, já quando extraída no mar
há risco de vazamento que pode afetar o ecossistema local. A fase de
refinaria e combustão dos derivados para desenvolver energia, geram
emissão de gases poluentes, como o a emissão do CO2 que contribui para
o efeito estufa, já as refinarias contaminam os lençóis freáticos, pela
emissão de rejeitos líquidos contaminados (amônia, sulfetos e outras
substâncias).
As fases do petróleo geram poluentes no ar, solo e na água, dessa
maneira a indagação determinada no trabalho é o papel do engenheiro
químico ao avaliar novas soluções para as indústrias petrolíferas
relacionados a sustentabilidade.
III) Avaliações do Dano Ambiental Causado pela Industria Petroleira
Ao decorrer do artigo cientifico avalia-se soluções para o problema
encontrado, determina-se a necessidade de avaliar soluções para os danos
ambientais visando a sustentabilidade do planeta deve ser priorizada. As
indústrias petrolíferas são as principais causadoras de impactos ambientais,
desta forma o profissional da engenharia química deve estabelecer
soluções que visam a sustentabilidade e conhecer as normas necessárias
para crias RIMAs (relatórios de impactos ambientais) e EIAs (estudos de
impactos ambientais)
IV) Metodologia
A construção da metodologia, utilizou-se do método de pesquisa
bibliográfica e documental para estabelecer matérias que fossem como
base para o artigo científico e possibilitasse a compreensão para as
soluções do problema estudado. Para estabelecer o banco de dados foi
necessária uma análise crítica para selecionar as devidas obras que seriam
utilizadas que pudesse responder a proposta definida.
179
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

A pesquisa bibliográfica tem como objetivo conhecer ideias já


publicadas por autores diversos em sites oficiais e a pesquisa documental
utilizada de técnicas e procedimentos a serem observados de fontes
primitivas. Após a busca objetivada, para a construção de cada tópico do
sumário utilizou-se da técnica de escrita por parágrafos.
Desta maneira possibilitou que a pesquisa se desenvolve de forma
segura, direcionada aos objetivos debatidos e na possibilidade de inúmeras
respostas para o problema estabelecido. Para todo o material objetivo
retirou-se de bancos de dados oficiais, sites, bibliotecas, fontes de outros
artigos todos de maneira virtual e computadorizada.
O tópico de resultados tem por objetivo agrupar as respostas do
banco de dados associados ao engenheiro químico e os possíveis
resultados para a sustentabilidade das indústrias petrolíferas.
Os principais resultados adquiridos evidenciam as etapas que
envolvem a produção do petróleo, desde a perfuração até a refinaria onde é
transformado a matéria prima bruta para pode ser utilizada, destaca-se o
resultado negativo de que deve ser avaliado pelo engenheiro químico que
foi a alteração no meio ambiente que o petróleo causa com o
gerenciamento arriscado ao seu manuseio, desenvolve riscos para o
ecossistema ao ser extraído ou derramado e para a sociedade riscos
futuros por ser a principal matéria prima comercializada, porém há
resultados positivos na avaliação dos danos do petróleo que seria a
indústria petrolífera como principal fonte de economia mundial, na qual gera
abertura de empregos e crescimento na tecnologia.
A metodologia de resultados mostra a pesquisa realizada, pautada
em arquivos e documentos obtidos pela pesquisa bibliográfica, que garantiu
uma visão técnica do tema escolhido, facilitando a visualização do
problema relacionado ao tema e encontrando há soluções, na qual seria
relacionado a estabelecer que o profissional da Engenharia Química que
conhece as normativas necessárias para o manuseio do petróleo,
contribuísse para a sustentabilidade do meio ambiente e na química verde,
desenvolvendo projetos para as fases do petróleo e inovando para
continuar a gerar renda mundial, economia, tecnologia e abrindo
oportunidades de empregos, sempre colocando em primeiro lugar a vida do
planeta Terra.

180
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Destaca-se a Engenharia Química nas indústrias petrolíferas, de


maneira fundamental o papel do engenheiro químico na construção de
avaliações que minimizam os danos ambientais causados pelas indústrias
petrolíferas e visa a sustentabilidade para todos os impactos ambientais
que as indústrias de petróleo desenvolve.
Estabelece a afirmação que o Engenheiro Químico é responsável
pela criação de projetos que solucionem os danos ambientais causados
pela extração do petróleo dominando as principais normativas de
Conselhos Ambientais e visando a sustentabilidade.
A indagação em quanto problema que conduz a pesquisa foi: porque
a engenharia química não estabelece novas avaliações aos danos
ambientais geradas pelos processos do petróleo nas indústrias
petrolíferas?
A solução proposta é na qual o profissional da Engenharia Química
saiba todas as normativas necessárias para trabalhar em uma indústria
petrolífera, tendo o controle de todas as fases que o petróleo passa para
sua produção final e avaliando os danos que cada fase pode gerar,
desenvolvendo projetos que passe por todas as normas ambientais,
englobando o meio físico, biológico e socioeconômico e seja aprovado para
dar início ao processo de extração e solucionando o problema dos danos
ambientais
A proposta do objetivo é criar e também comparar as avaliações de
danos ambientais gerada pelas indústrias petrolíferas no processo de
extração do petróleo, mas não apenas focado nisso, desenvolver
avaliações para todas as fases: extração, refinaria e comercialização que
causam danos ao meio ambiente, ao realizar o levantamento de analise
apresenta-se soluções para os danos positivos e negativos causado pelo
petróleo.
O objetivo de conhecer as normativas pelo Engenheiro Químico
responde a indagação, pois apresenta soluções para as avaliações que
devem ser respondidas, utilizando de normas de conhecimento básico para
ser empregado em uma indústria petroquímica, deste modo leva ao papel
do engenheiro químico produzir uma química verde na qual irá contribuir ao
meio ambiente e a comercialização do petróleo.
A Engenharia Química apresenta inúmeras possibilidade de o
engenheiro químico apresentar trabalho nas indústrias químicas e todas as
181
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

fases estabelecidas para a extração do petróleo exige normativas, que seja


elas tectônicas, legais, éticas ou internacionais.
Sabe-se que as indústrias petrolíferas geram impactos ambientais,
sobretudo na atmosfera com o efeito estufa e em buracos na camada de
ozônio, e na destruição de ecossistemas com a efusão de óleos em mares
atingindo plantas e animais marinhos e aves, avaliando isso o engenheiro
químico tem o papel de encontrar soluções para a melhor sustentabilidade,
além de não esquecer a economia e abertura de renda que as indústrias
petrolíferas acarreta.
Após a análise, tem que o profissional de Engenharia Química nas
indústrias petrolíferas é responsável por desenvolver projetos que
respondam por uma química mais verde e uma avaliação concentrada que
minimizem os danos ambientais causado pelo petróleo, além do que é
necessário conhecer as normativas que respondem as fases do
processamento do petróleo.
Assim, a discussão apresenta o profissional da Engenharia Química
como o criador principal de projetos e soluções que irá responder a
indagação apresentada, tendo em vista que ao desenvolver as etapas de
extração, refinaria e distribuição das matérias primas do petróleo deve-se
conhecer as normativas estabelecidas pelo CONAMA, IBAMA e RIMA, as
principais legislações que falam sobre o petróleo e o meio ambiente.
Conhecendo e desenvolvendo novas avaliações para minimizar os danos
ambientais causados pelas indústrias petrolíferas, levando em
considerações que ao falhar com os cuidados ao meio ambiente que devem
ser tomados podem gerar multas de valor elevado, mas caso seja
desenvolvido projetos de sucesso que diminua os impactos ambientais
pode fazer com que cresça de forma rápida a economia.
Após apontar as discussões, passamos para a conclusão
8 Conclusões
Levando em consideração os aspectos mencionados ao longo do
trabalho, conclui-se que o Engenheiro Químico através das indústrias
petroleiras, tem o papel fundamental em todas as fases até a produção final
do petróleo para a comercialização.
Desta forma observam-se resultados negativos e positivos vinculado
nas indústrias petroleiras, apresenta abertura de empregos, avanços
182
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

tecnológicos e renda econômica mundial, porém inúmeros pontos negativos


relacionados ao meio ambiente. Desta forma o Engenheiro Químico
desenvolve projetos e sistema de gestão sustentável para minimizar e/ou
aniquilar tais danos ambientais gerados pela indústria petroleira.
Dentre as diversas áreas que o Engenheiro Químico pode atuar,
encontrasse a necedade de mostrar seu papel dentro das Indústrias
Petrolíferas, apresentado pelo CREA (Conselho Regional de Engenharia e
Arquitetura) e CRQ (Conselho Regional de Química) para gerar soluções
com intuito de uma química verde e sustentável solucionando os problemas
ambientais causados pelas indústrias petrolíferas sem deixar de pensar em
uma gestão empresarial, econômica e tecnológica.
Ao encontrar encontráveis desavaliações nas Indústrias Petrolíferas
relacionados aos danos ambientais, o Engenheiro Químico deve avaliar
novas atividades baseadas nas normativas do CONAMA (Conselho
Nacional do Meio Ambiente), para evitar e/ou aniquilar poluição no ar, solo
e/ou mar e maneiras de sustentabilizar a extração e refinaria do petróleo.
O Engenheiro Químico estabelece possíveis soluções para as
avaliações dos danos causados pelas indústrias petroleiras, baseado nas
normativas e regras do processo de industrialização do petróleo, seguindo
normas sustentáveis como as pré-estabelecidas pelo CONAMA (Conselho
Nacional do Meio Ambiente) e gerenciando novas para a produção de
extração e refinaria do petróleo, visando descarte da utilização do material
como fonte de energia e criador de danos ambientais.
A investigação metodológica foi pautada através fontes confiáveis
por meio de pesquisas documentais e bibliográficas, tendo papel
fundamental para a compreensão do assunto, normativas necessárias para
o conhecimento do Engenheiro Químico e solução do problema questionado
nas indústrias perolíferas, sustentabilidade do meio ambiente e uma
química verde.
O resultado alcançado estabelece que o Engenheiro Químico
conheça as normativas necessárias para o manuseio do petróleo,
acrescentando projetos para a sustentabilidade do meio ambiente em cada
fase das indústrias petrolíferas, gerando menos danos ambientais e
continuando com o avanço tecnológico, econômico e renda empresarial
mundial.

183
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Com a discussão da pesquisa, apresenta o Engenheiro Químico


como responsável sobre pleno conhecimento das normativas relacionadas
as indústrias petrolíferas e sobre os danos ambientais que a mesma gera.
Desta maneira, avaliasse projetos que respondam e acabem com os danos
ambientais respeitando as normativas estabelecidas podendo encontrar
resultados positivos para a natureza e a economia.
A pesquisa teve como objetivo avaliar os danos ambientais causado
por todos os processos na indústria petrolífera, analisando os lados
positivos e negativos através de banco de dados e informações de artigos e
documentos.
Analisando todo banco de dados estabelece o seguinte
questionamento: porque a Engenharia Química não estabelece novas
avaliações aos danos ambientais gerados pelos processos do petróleo nas
indústrias petrolíferas?
São necessárias novas avaliações aos danos ambientais causados
para conhecimento do problema que deve ser solucionado, como exemplo:
ao reavaliar encontrasse novos lugares destruídos pelo descarte e/ou
vazamento de petróleo; dados atualizados do efeito estufa e aquecimento
global relacionados a porcentagem que as indústrias petrolíferas
influenciam para esse dano ambiental; danos no ecossistema no local de
extração. São apenas alguns fatores que influenciam para que o
Engenheiro Químico encontre analises validas e formule soluções que
responda a indagação, visando a sustentabilidade e química verde.
Esta solução proposta é viável, pois evidencia a necessidade de
avaliação dos danos ambientais envolvendo as indústrias petrolíferas. O
engenheiro químico deve criar projetos sustentáveis que respondem os
problemas de caráter ambiental e socioeconômico, a fim de diminui-los e/ou
soluciona-lo para a formação de um ambiente limpo e menos poluente.

9 Referências
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Sales Fontes. Biorremediação de solos contaminados por petróleo e seus
derivados . Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-
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BORGES, Dayane. Petróleo, o que é? Definição, origem, composição e


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%3DMANUAL_DE_METODOLOGIA.pdf&Expires=1624544838&Signature=V
Kj~sg9W4bdCF5TrI~6irltwYfmyzoGWxJGEDnSEFUSbTmQUeQdrgRnfqZioS
185
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

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2021.

Apresentação disponível em: https://www.youtube.com/watch?


v=c188mVkwQ4E

186
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Engenharia Química na Nanomedicina: viabilidade econômica e


sanitária do uso da nanomedicina no ser humano

Gabrielly de Sá Delgado
gabrielly.delgado@ufms.br

Maria Victória Souza Silva


victoria.silva@ufms.br
Resumo: A Nanomedicina se trata de uma subárea da
Nanotecnologia em que são desenvolvidas ferramentas,
medicamentos, métodos de diagnóstico e de tratamento a partir da
matéria em sua escala nanométrica. Associando a tecnologia à
saúde humana, faz-se importante conhecer a Engenharia Química na
Nanomedicina, sobretudo a viabilidade econômica e sanitária do uso
da Nanomedicina no ser humano. Entre os pontos a serem
observados para o uso adequado tem-se a toxicidade, a eficácia, a
garantia e o custo de produção. O objetivo é apresentar o tema de
acordo com fatos de válido embasamento científico ao pontuar, do
que se trata a Nanotecnologia introduzida à Medicina, a importância
do contínuo desenvolvimento dessas ciências em conjunto, o papel
da Engenharia Química na Nanomedicina, conceito de
Nanotoxicologia e a situação de investimento no setor industrial. A
metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica e documental com
base em documentos de bancos de dados oficiais. Os resultados
encontrados indicam que, apesar do significativo potencial, a
Nanomedicina pode, a longo ou curto prazo, trazer consequências
biológicas malignas aos organismos e que, no Brasil, há carência de
investimentos focados na Indústria da Nanotecnologia. As conclusões são que os
investimentos na área não são dirigidos à produtividade industrial, de modo a causar
ausência de aplicabilidade usual, lucro, e a contribuir com a inviabilidade do custo de
produção. Devido à limitada quantidade de informação, quanto à toxicidade dos materiais
nanométricos, é apontada a necessidade da criação de regulamentos e medidas de
segurança de consumo direcionados ao emprego desses em produtos comercializados.

Palavras-chave: Investimento. Saúde. Nanotoxicologia. Consequências. Pesquisa.

Sumário: 1 Introdução. 2 Engenharia Química na Nanomedicina. 3 Inviabilidade Econômica


e Sanitária do Uso da Nanomedicina no Ser Humano. 4 Viabilidade Econômica e Sanitária

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

do Uso da Nanomedicina no Ser Humano. 5 Metodologia. 6 Resultados. 7 Discussão. 8


Conclusões. 9 Referências.

1 Introdução
A Nanotecnologia se trata do controle da matéria em nanoescala
(escala atômica e molecular) e ela atua na criação de materiais e
componentes para diversas áreas como, por exemplo, a medicina. Essa
junção da medicina com a Nanotecnologia é o que se diz Nanomedicina,
que consiste em desenvolver ferramentas, medicamentos, métodos de
diagnóstico e de tratamento a partir da matéria em sua escala nanométrica.
Ao juntar tecnologia à saúde humana, faz-se importante a atuação da
Engenharia Química ao tratar do estudo da viabilidade econômica e
sanitária de seu uso no ser humano, já que, com sua visão holística, o
engenheiro observará pontos importantes como a toxicidade, a eficácia, a
garantia e o custo de produção para a fabricação rentável e adequada dos
nanocompósitos. Este é o foco que se busca ao desenvolver a " Engenharia
Química na Nanomedicina: viabilidade econômica e sanitária do uso da
Nanomedicina no ser humano."
A justificativa para a proposta de '' Engenharia Química na
Nanomedicina: viabilidade econômica e sanitária do uso da Nanomedicina
no ser humano" incide na Química Industrial, Nanomolecular e Medicinal,
as quais, quando em conjunto, tem-se a análise, a elaboração de sistemas
de produção e o desenvolvimento de métodos e compostos para tratamento
baseados na nanotecnologia e nos processos biológicos. O estudo da
viabilidade econômica e sanitária do uso da Nanomedicina no ser humano
indica a necessidade de entender as suas propriedades, as consequências
à saúde dos que a usufruem, a possibilidade de lucro e a aplicação do
teórico na prática e no mercado.
A proposta se restringe à viabilidade econômica e sanitária do uso da
Nanomedicina no ser humano, não sendo objeto de investigação a sua
utilização em demais seres vivos e, sobretudo, outras áreas da
Nanotecnologia. Também, não será estendido questões econômicas e
regulamentações sanitárias internacionais, restringindo-se aos padrões
internos brasileiros.
O objetivo é apresentar o tema de acordo com fatos de válido
embasamento científico, ao pontuar, do que se trata a Nanotecnologia
introduzida à Medicina em seu amplo sentido, a importância do contínuo
188
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

desenvolvimento dessas ciências em conjunto para a sociedade e o papel


da Engenharia Química na Nanomedicina, área essa que o Engenheiro
Químico tem ganhado espaço gradativo ao projetar tecnologias e métodos
com o intuito de facilitar e tornar possível o tratamento de doenças.
Também será abordado o conceito de Nanotoxicologia, importante método
de análise para certificar os riscos quanto à aplicação dos nanomateriais
em organismos vivos, e a situação de investimento Nanotecnológico no
setor industrial brasileiro em comparação aos demais países, o que vale de
extrema relevância para a construção e o descobrir da solução para o
problema, a inviabilidade econômica e sanitária do uso da Nanomedicina no
ser humano.
A questão investigada se volta para o seguinte questionamento : O
que é necessário para que a utilização da Nanomedicina no ser humano
seja uma alternativa efetiva a fim de ter ampla utilização na melhoria da
saúde e qualidade de vida brasileira?
Na busca por respostas quanto a inviabilidade econômica e sanitária
do seu uso, estabeleceu-se três prováveis hipóteses, que são:
a) a primeira hipótese aponta que é necessário apenas que o setor
industrial seja capaz de produzir os nanomedicinais em larga escala e
direcioná-los direto para o consumo arbitrário por parte daqueles que
desejam o produto.
b) a segunda hipótese direciona para a questão de uso e benefício
na saúde, que deve ser estabelecida. Pesquisas devem ser feitas para se
adquirir dados fecundos e operáveis quanto aos efeitos sanitários no
organismo.
c) a terceira hipótese sinaliza que para lidar com a Nanomedicina e
aplicá-la ao uso devem ser estabelecidas normas de regulamentação dos
ativos, embasadas nas questões sociais, éticas e de saúde, por órgãos
responsáveis dessa ação como Ministério da Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações (MCTIC), o programa governamental Iniciativa
Brasileira de Nanotecnologia (IBN) e a NanoReg. Análogo a isso deve estar
o setor de produção, em que os produtos ou ferramentas, uma vez dentro
desses regulamentos, consequência dos dados e resultados advindos das
pesquisas, são direcionados para a produção em larga escala criando a
ligação entre teoria e prática.

189
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

No decorrer da investigação a metodologia utilizada foi a pesquisa


bibliográfica e documental, sendo que tal pesquisa bibliográfica se pautou
em bancos de dados oficiais como a biblioteca científica online SciELO,
Periódicos Capes, o site do Google Acadêmico e bibliotecas digitais. A
pesquisa documental foi feita em documentos oficiais como
conselho.saude.gov.br, CNS, e Ministério da Saúde.
Para a pesquisa e a fundamentação teórica foi-se baseado no que é
apresentado nas seguintes obras e autores indicados, assim como os
demais citados no tópico 9: Gaziola de La Torre, Tiago Albertino Balbino, e
Caroline Casagrande Sipoli, Nanomedicina, uma subárea da
Nanotecnologia. Revista Brasileira de Engenharia Química, ABEQ
(Associação Brasileira de Engenharia Química); Juan Manuel Irache,
Nanomedicina: nanopartículas com aplicações médicas ; Maria Fernanda
Pescarini Filippi, Síntese de nanopartículas de poli (Beta-Amino Éster) Para
Entrega de DNA ; Robert James Sparrow, Widespread hypocrisy about
nanotechnology is a worrying sign; Maria Fernanda Marques Fernandes e
Carlos A. L. Filgueiras, Um panorama da nanotecnologia no Brasil (e seus
macro-desafios).
Os resultados obtidos mostram que, apesar do significativo potencial
ao se tratar da qualidade de vida da população com medicamentos e
tratamentos eficientes, a Nanomedicina pode se tornar um método
medicinal perigoso ao trazer, a longo ou curto prazo, consequências
biológicas malignas que sobrepassam os resultados positivos obtidos nos
organismos. Além disso, tem-se que o Brasil enfrenta uma carência no que
se diz respeito à Indústria da Nanotecnologia, inclusive na área médica, já
que os investimentos realizados não saem da área de pesquisas
acadêmicas, sem fins lucrativos.
Para a viabilidade do uso da Nanomedicina no ser humano, são
importantes o estudo e a análise científica da Nanotecnologia com ênfase
na teoria introduzida ao setor industrial ou de produção. Ou seja, deve-se
prestar utilidade e aplicabilidade usual do que se é adquirido nas pesquisas
científicas, de modo a entender as complicações toxicológicas definitivas da
Nanomedicina, a fim de criar a possibilidade de uma adesão positiva da
Nanotecnologia na área médica, de modo a incentivar o desenvolvimento
do mercado de produção e possibilitar a viabilidade econômica e sanitária
do uso no ser humano.

190
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

No desenvolvimento da pesquisa e para fins de registro


estabeleceram-se nove tópicos que são: i) uma introdução de conteúdo
geral, com descrição dos principais pontos, como os problemas, as
justificativas, as hipóteses e a fundamentação teórica; ii) o conceito de
Nanomedicina e a atuação do Engenheiro Químico na área; iii) a descrição
e o detalhamento de cada problema da pesquisa; iv) o assinalamento da
solução do problema, ponderando cada uma das hipóteses manifestadas; v)
a exposição da metodologia da análise em seu passo a passo; vi) a
exposição dos resultados encontrados nos bancos de dados e nos
documentos; vii) a formulação do debate com o material encontrado e a
reflexão acerca da temática; viii) as conclusões centrais, a denotação do
alcance do objetivo da pesquisa e a proposta da solução ao problema
investigado; e ix) a escritura das referências consultadas no decorrer da
pesquisa.
Com isto, tem-se o entendimento do que é necessário para a
viabilidade econômica e sanitária do uso da Nanomedicina no ser humano.
O presente artigo trata a respeito do setor de produção em escala
nanométrica com intuito medicinal, da Nanotoxicologia e a quais âmbitos a
Nanomedicina está limitada, pois, apesar de a Nanotecnologia estar
avançada, ainda não se tem uma definição exata das consequências da
exposição prolongada às nanopartículas em organismos biológicos. Fatos
esses que o Engenheiro Químico deve ter conhecimento para poder
trabalhar com planejamento e evolução de produtos e processos médicos.

2 Engenharia Química na Nanomedicina


A Engenharia Química tem ganhado espaço na Nanomedicina devido
à relação do conhecimento da área química e biológica. Entre as
contribuições dos Engenheiros Químicos na medicina tem-se os
antibióticos, os quimioterápicos, os protótipos em plásticos como as
microcápsulas de remédios, as próteses e a produção de materiais que
contenham isótopos radioativos, de uso comum para diagnósticos. Da
mesma maneira, A Engenharia Química tem a contribuir na Nanomedicina
com a produção em larga escala, a análise dos processos e, em especial, a
elaboração de ferramentas nanotecnológicas e métodos para estudo de
quadro clínico ou tratamento.

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A Terapia Gênica, desenvolvida pela primeira vez por volta da


década de 70, trata-se de um exemplo de aplicação da Engenharia Química
baseada no uso dos ácidos nucleicos RNA e DNA), que são capazes de
codificar a proteína terapêutica necessária para a composição de enzimas,
hormônios e anticorpos. O ácido nucleico programado, uma vez inserido no
organismo vivo, percorre ao núcleo da célula e utiliza a própria célula para
síntese dessa proteína. No entanto, a molécula inserida, devido ao meio
extracelular e intracelular, é degradada antes de alcançar a célula, para
isso são criados meios de veiculação, materiais nanoestruturados capazes
de movimentar e isolar o material genético evitando a degradação.
Também há a atuação do Engenheiro Químico na produção das
Nanopartículas para uso medicinal através da Microfluídica, que se baseia
em empregar etapas de produção por meio de aparelhos de escala
reduzida e de modo contínuo, o que reduz quantidade de resíduos
descartados.
Lucimara Gaziola de La Torre, Tiago Albertini Balbino e Caroline
Casagrande Sipoli discorre no texto "Nanomedicina, uma subárea da
Nanotecnologia", artigo Nanomedicina e os Desafios da Engenharia
Química da Revista Brasileira de Engenharia Química (2017), sobre o
conceito básico de nanotecnologia, Nanomedicina e as aplicações dessa
ciência, cabíveis à Engenharia Química:
Nanotecnologia refere-se à engenharia e produção de materiais em escala
atômica e molecular. Estes nanomateriais podem ser naturais ou artificiais,
dos quais 50% ou mais das partículas (distribuição em número) possuem
ao menos uma das dimensões entre 1 e 100 nm. Apesar da definição
rigorosa, vários trabalhos relacionados à nanotecnologia utilizam ou
produzem materiais com várias centenas de nanômetros.
A Nanomedicina é a aplicação direta da nanotecnologia na área médica.
Dentre as diversas aplicações nesse campo de pesquisa, nanopartículas
podem ser projetadas para a liberação de fármacos. Exemplos de
aplicações envolvem terapia do câncer, vacinação e terapia gênica. Nesse
caso, nanopartículas podem ser projetadas com diferentes materiais,
propriedades de superfície ou ligantes específicos para carrear e direcionar
a liberação de moléculas terapêuticas. Essas nanopartículas podem vencer
diferentes barreiras corpóreas, permitindo, por exemplo, o aumento do
tempo de circulação dos fármacos no sistema sanguíneo e permitir a
liberação destas no interior de células específicas. As Nanopartículas
também podem ser desenvolvidas para permitir a co-liberação de dois ou
mais fármacos a fim de combinar terapias, além de viabilizar a entrega de
fármacos pouco solúveis em água.

192
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Fonte: Gaziola de La Torre, Tiago Albertini Balbino e Caroline Casagrande Sipoli.


Revista Brasileira de Engenharia Química, propriedade da ABEQ – Associação
Brasileira de Engenharia Química. Vol. 32 - nº 3 / 2017 /. Artigo Nanomedicina e os
Desafios da Engenharia Química. Nanomedicina, uma subárea da Nanotecnologia.
Disponível em: https://docplayer.com.br/58652773-Nanotecnologia-artigos-
nanomedicina-e-os-desafios-da-engenharia-quimica.html. Acesso em: 12 abr. 2021.

A conceituação de Nanotecnologia na medicina pelos autores remete


ao objeto de estudo dessa área- as nanopartículas-, a qual é importante
entender que, devido à propriedade escalar nanométrica, ou seja,
microscópica, a eficácia e a absorção no sistema biológico são elevadas. A
vantagem da elaboração de técnicas e mecanismos medicinais baseadas
nessa tecnologia está no fato de que a partícula inserida no corpo a ser
tratado é capaz de interagir em exclusivo com células doentes ou
invasoras, isso faz com que o remédio ou a forma de tratamento aplicada
não traga consequências negativas aos outros órgãos e células do corpo
saudáveis.
Juan Manuel Irache, doutor em Farmácia pela Universidade de
Navarra, disserta sobre “ Nanomedicina: nanopartículas com aplicações
médicas” e traz, no texto, a Nanomedicina aplicada ao ser humano, tal
como utilidades e vantagens do uso:
A Nanomedicina, considerada um dos campos da Nanobiotecnologia com
aplicações diretas na medicina, pode ser definida como a ciência e
tecnologia utilizadas no projeto e avaliação de sistemas complexos, em
escala nanométrica, compostos de pelo menos dois componentes, sendo
um deles o princípio ativo ou molécula biologicamente ativa e, a segunda, o
próprio sistema que permite uma função especial relacionada ao
diagnóstico, tratamento ou prevenção de uma doença. Essas
nanopartículas incluem componentes ativos ou objetos na faixa de um
nanômetro a várias centenas de nanômetros. Dentro da Nanomedicina, há
um grande número de compostos diferentes, incluindo nanopartículas de
transporte de drogas, onde nanopartículas poliméricas, lipossomas ou
micelas poliméricas diferem. Esses tipos de nanopartículas foram descritos
pela primeira vez por Speiser e colaboradores na década de 70 do século
20. Desde então, um trabalho considerável tem sido feito permitindo que
certos tipos de nanopartículas cheguem a ensaios clínicos ou mesmo, em
alguns casos, sejam aprovados para uso em humanos. Tudo isso foi
possível devido às grandes possibilidades oferecidas por esses sistemas
para melhorar a segurança e a eficácia de inúmeros medicamentos. Entre
as vantagens proporcionadas por essas nanopartículas estão: 1.
capacidade de proteger a molécula encapsulada contra sua eventual
degradação desde o momento da administração no paciente até atingir seu
local de ação ou absorção;2. capacidade de cruzar barreiras biológicas,
como a pele, mucosa gastrointestinal ou respiratória ou, também, a barreira

193
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

hematoencefálica; 3. capacidade de atingir o órgão, tecido ou grupo celular


alvo onde a molécula deve exercer sua ação; 4. capacidade de alcançar
compartimentos intracelulares;5. capacidade de controlar a liberação da
molécula ativa em seu local de ação ou absorção.
Fonte: Juan Manuel Irache. Nanomedicina: nanopartículas com aplicações médicas.
Universidade de Navarra . Disponível em: https://scielo.isciii.es/scielo.php?
pid=S1137-66272008000100001&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em: 4 abr.
2021. (Tradução livre).

A conceituação de Nanomedicina do autor traz a aplicação direta da


tecnologia na saúde humana e apresenta a composição básica dos
compostos nanométricos: o princípio ativo e o sistema com funções
especiais relacionadas ao diagnóstico, ao tratamento e à prevenção de
doenças.
Speiser e seus colaboradores, na década de 70, descreveram
compostos diferentes dentro da Nanomedicina, como nanopartículas de
transporte de drogas, com nanopartículas poliméricas, lipossomas ou
micelas poliméricas. A partir disso, estudos foram feitos para o uso, de fato,
em seres humanos.
Diversas vantagens das nanopartículas são apresentadas, sendo (1)
a proteção contra a degradação precoce da molécula encapsulada, (2) a
capacidade de cruzar barreiras biológicas e (3) alcançar mais áreas do
corpo humano e (4) compartimentos intracelulares, além de (5) conseguir
fazer a liberação gradativa do princípio ativo.
No texto abaixo, Maria Fernanda Pescarini, doutoranda em
Engenharia Química pela Unicamp e mestra e bacharel em Engenharia
Química também pela Unicamp, disserta sobre uma das utilizações da
Nanotecnologia na Medicina- Terapia Gênica-, em seu artigo “Síntese de
Nanopartículasde Poli (Beta-AminoÉster) para Entrega de DNA” :
A terapia gênica é uma técnica que apresenta a possibilidade de
tratamento e vacinação para diversas doenças (PACK et al., 2005; ZHOU
et al., 2016; DE LA TORRE et al., 2009). Essa técnica consiste na entrega
de genes a células-alvo visando à geração de uma resposta terapêutica
(NAYEROSSADAT et al., 2012). Para que a terapia gênica ocorra, é
necessário que a entrega do material genético seja feita de maneira
eficiente (LUO et al., 2003). Considerando que os ácidos nucleicos
possuem características aniônicas e que podem ser facilmente degradados
em ambiente extracelular, diversos vetores virais e não virais têm sido
desenvolvidos e estudados. Os vetores não virais apresentam algumas
vantagens, como grande capacidade de armazenamento de genes, baixa
imunogenicidade e síntese simples (YIN et al., 2014). Esses vetores são
formados normalmente por moléculas e polímeros de natureza catiônica.
194
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Eles interagem eletrostaticamente com o material genético, formando


nanopartículas. Diversos polímeros têm sido investigados e o Poli (β-amino
éster) / (PBAE) mostra-se como promissor (LYNN; LANGER, 2000). O
PBAE é uma classe de polímeros biodegradáveis que pode ser sintetizado
via adição de Michael. Diversos tipos de PBAEs estão sendo estudados
como vetores para a terapia gênica e vem apresentando bons resultados.
Uma possível via de produção de nanopartículas é a microfluídica, definida
como a tecnologia que manipula fluidos em microdispositivos, que possuem
canais em dimensões micrométricas (WHITESIDES, 2006). Através dela, é
possível sintetizar nanopartículas com propriedades reprodutíveis, como
tamanho e polidispersidade (JOANICOT; AJDARI, 2005).
Fonte: Maria Fernanda Pescarini Filippi. Síntese de nanopartículas de Poli (Beta-
Amino Éster) Para Entrega de DNA . Universidade Estadual de Campinas.
Disponível em:
http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/334009/1/Filippi_MariaFernandaPe
scarini_M.pdf. Acesso em: 5 maio 2021.

A Nanomedicina permite a prática da Terapia Gênica, uma técnica


que pode ser usada no ser humano para o tratamento e vacinação de
diversas doenças. A Terapia Gênica utiliza nanopartículas, se beneficiando
das suas vantagens para a não degradação precoce dos ácidos nucleicos.
São apresentados alguns vetores para o carreamento dos princípios
ativos utilizados nos tratamentos, são esses os virais e não virais, tendo os
não virais vantagens por interagirem de maneira eletrostática com o
material genético e formarem nanopartículas.
De fato, não se pode negar a eficácia da nanotecnologia como
ferramenta médica, devido a esse potencial futurístico e os diversos meios
e modos de a aplicar. É importante também saber a definição de alguns
tipos de partículas que são usadas:
i) Poliméricas: os polímeros em si são formados a partir da junção de
partes, moléculas ou monômeros (unidades de moléculas) que realizam
ligações que acarretam nos polímeros. Em formatos de nanoesferas e
nanocápsulas, as técnicas de produção e fabricação desses polímeros são
diversas e vale citar como principais polímeros utilizados os
biodegradáveis.
ii) Lipossomas: são vesículas ou esferas artificiais produzidas com
fosfolipídios, em que esses fosfolipídios são organizados de maneira que
formam uma bicamada lipídica em que a parte hidrofílica está em contato
com o meio interno e externo e a parte hidrofóbica no entremeio.

195
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

iii) Micelas poliméricas: são produzidas a partir de polímeros


sintéticos e sua estrutura é semelhante aos lipossomas, com uma parte
hidrofóbica, voltada para o meio interno e a outra hidrofílica voltada para o
meio externo, a diferença é que as micelas são formadas por apenas uma
camada dessas moléculas anfipáticas.
Nota-se então a importância de o Engenheiro Químico entender as
partes e processos biológicos do corpo para construir e elaborar essas
partículas.
Assim, a atuação do Engenheiro Químico na Nanomedicina é
essencial e, nessa área, o Engenheiro Químico, em conjunto com
biomédicos, por exemplo, tem espaço para desenvolver projetos, métodos e
ferramentas de extrema relevância medicinal. Isso se deve ao fato de que o
profissional formado em Engenharia Química tem propriedade para
trabalhar com corpos em variadas escalas, desde a manométrica
(molecular) até a quilométrica, e não somente a projeção, mas também a
produção em larga escala nas indústrias, de acordo com as certificações de
uso e consumo.
Em vista da definição do conceito de Nanomedicina e qual a
participação do engenheiro químico nessa ciência, passa-se a manifestar o
problema da inviabilidade econômica e sanitária do uso da Nanomedicina
no ser humano.

3 Inviabilidade Econômica e Sanitária do Uso da Nanomedicina no Ser


Humano
Em se tratando da Nanomedicina e o uso no ser humano, destaca-se
o Engenheiro Químico como o profissional responsável por alinhar os
fatores econômicos e sanitários para a produção controlada e eficaz dos
nanocompostos, acompanhando desde a fabricação do produto até a
utilização pelo consumidor. O controle do profissional da Engenharia
Química pelo percurso da matéria-prima até o produto final garante o
padrão de qualidade e rendimento na produção, já que a Nanomedicina
pode, a longo ou curto prazo, trazer consequências biológicas malignas aos
organismos e que, no Brasil, há carência de investimentos focados nas
indústrias da área. Para tanto, a inviabilidade econômica e sanitária do uso
da Nanomedicina no ser humano leva à incapacidade de uma produção
eficaz e segura.
196
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

A questão da inviabilidade econômica e sanitária do uso da


Nanomedicina no ser humano conduz à problemática da pesquisa que foi
estabelecida a partir do seguinte questionamento: O que é necessário para
que a utilização da Nanomedicina no ser humano seja uma alternativa
efetiva a fim de ter ampla utilização na melhoria da saúde e qualidade de
vida brasileira?
A questão investigada se volta para o profissional da Engenharia
Química no que se trata à utilização ampla e eficaz da Nanomedicina, já
que o engenheiro, ao analisar questões como toxicidade, a eficácia, a
garantia e o custo, eleva o produto da escala laboratorial até a industrial,
com a produção ampla e com garantia de qualidade e rendimento.
Vários fatores são predominantes para a toxicidade dos nanomateriais,
como as propriedades físico-químicas, tamanho total e carga da superfície,
a toxicidade de nanomateriais é fortemente dependente de diversos fatores
como tamanho, forma, concentração e propriedades da superfície. O
controle destes parâmetros e a caracterização detalhada destes materiais
são de fundamental importância para a determinação de suas propriedades
no meio biológico. A citotoxicidade deve ser avaliada com base nas
características físico-químicas de cada material (MARAGONI,2012).
Segundo Gomes (2013) os riscos de toxicidade que surgem associados às
nanopartículas concentram-se em aspectos como um maior risco de
agregação durante o armazenamento e o transporte, e um maior risco de
dispersão face ao seu reduzido tamanho. Considerando a toxicidade das
nanopartículas é importante referir-se à ausência de regulamentação
específica aplicada aos medicamentos e cosméticos com base nas
nanopartículas.
Fonte: Aline Jung Welter. UFFS. Estudo sobre a Nanomedicina e suas aplicações .
Disponível em: https://rd.uffs.edu.br/bitstream/prefix/2244/1/WELTER.pdf. Acesso
em: 11 maio 2021.

O texto remete à possível toxicidade dos nanomateriais e os fatores


que devem ser estudados para a utilização segura destes que não afete o
meio biológico. A inviabilidade sanitária se encontra presente a partir do
momento em que questões como tamanho, forma, concentração e
propriedades, aspectos estudados pelo engenheiro químico, são apontadas
fora dos parâmetros estabelecidos. Além disso, é importante que haja a
capacidade financeira de arcar com os custos das pesquisas laboratoriais
para a certificação de tais parâmetros a fim de se ter um produto de
utilização segura e eficiente.
Reafirmando que inviabilidade econômica e sanitária da
Nanomedicina acarreta no impedimento do seu uso no ser humano, é papel
do profissional da Engenharia Química a análise de critérios para que a
197
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

tecnologia associada à saúde seja uma alternativa efetiva a fim de ter


ampla utilização na melhoria da saúde e qualidade de vida brasileira.
Assim, a inviabilidade econômica e sanitária da Nanomedicina no ser
humano acarreta o impedimento da utilização eficaz da tecnologia em
questão e a consequente inutilização da mesma. O Engenheiro Químico
atuará na garantia das etapas da produção para que o uso da
Nanomedicina seja viável de forma econômica e sanitária, a fim de
melhorar a saúde e a qualidade de vida humana.
Conforme o problema discutido, tem-se a hipótese para solução na
viabilidade econômica e sanitária do uso da Nanomedicina no ser humano,
a qual deve ser trabalhada e estudada para de fato poder ser concretizada.

4 Viabilidade Econômica e Sanitária do Uso da Nanomedicina no Ser


Humano
O potencial de risco dos nanomateriais, o que vale à viabilidade
sanitária, é objeto de preocupação geral. As possíveis consequências em
torno da viabilidade econômica do seu uso no ser humano transformam
diversas noções de conhecimento, como a economia, o direito e a ética,
pois o que os tornam especiais e promissores, também faz desses
imprevisíveis. No entanto, não se pode ignorar o argumento de que o
objetivo dessa tecnociência, nesse sentido, seria perfeiçoar a saúde
humana.
Para isso é de suma importância que o aspecto de risco seja levado
em consideração, mas sem a ignorância decorrente ao temor do que essa
ciência acarretará no futuro. Acredita-se que o ser humano é capaz de
evoluir e desenvolver com capacidade de saber lidar e usar de forma sábia
o conhecimento que tem de posse e, portanto, produzir o bem.
Para tal, observa-se que a questão investigada se volta para o
seguinte questionamento : O que é necessário para que a utilização da
Nanomedicina no ser humano seja uma alternativa efetiva a fim de ter
ampla utilização na melhoria da saúde e qualidade de vida brasileira?
Designando no questionamento de o que é necessário para que a
utilização da Nanomedicina no ser humano seja uma alternativa efetiva, o
trabalho do Engenheiro Químico é de suma importância, já que este é um
agente importante na produção e projeção dos materiais e/ou ferramentas
198
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

com fins de ampla utilização para a melhoria da saúde e qualidade de vida


de todos os cidadãos. O profissional da Engenharia Química irá trabalhar
em parceria com os órgãos regulamentadores e levar em conta os aspectos
gerais, como econômico e sanitário, para que haja a possibilidade de
desenvoltura dessa tecnologia no país.
Na solução do problema foram estabelecidas três hipóteses que
agora são discutidas.
Como primeira hipótese tem-se que ''apenas o setor industrial ser
capaz de produzir os nanomedicinais em larga escala e direcioná-los direto
para o consumo arbitrário por parte daqueles que desejam o produto'' .
De certa forma, o setor industrial deve ser capaz de produzir os
nanomateriais em larga escala. No entanto, em primeiro momento, os
produtos devem estar de acordo com as regulamentações estabelecidas
pelos órgãos responsáveis dessa ação, o qual leva em consideração o
quesito da nanotoxicologia. Com isso, os produtos direcionados à
população serão filtrados.
Como segunda hipótese, tem-se que "a questão de uso e benefício
na saúde que deve ser estabelecida. Pesquisas devem ser feitas para se
adquirir dados fecundos e operáveis quanto aos efeitos sanitários no
organismo" .
A fonte científica é extrema relevância para o início da produção. No
entanto, essa premissa se encontra incompleta ao mencionar somente o
fator pesquisa, indiferente ao fator produção. É importante frisar que, de
início, a complementação de ambos deve ser feita através de políticas de
incentivo à indústria nacional, pois o país, apesar de deter rica fonte de
matéria e um número expressivo de dados de pesquisa, ainda depende da
indústria internacional. Decorrente ao fato de que, mesmo havendo o
avanço em pesquisa, esses dados recolhidos não são direcionados para a
produtividade industrial, cria-se o descompasso entre teoria e prática e,
dessa maneira, não se tem usabilidade para a produção científica,
permanecendo apenas em laboratório.
Como terceira hipótese tem-se que "para lidar com a Nanomedicina
e aplicá-la ao uso devem ser estabelecidas normas de regulamentação dos
ativos, embasadas nas questões sociais, éticas e de saúde, por órgãos
responsáveis dessa ação como Ministério da Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações (MCTIC), o programa governamental Iniciativa
199
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Brasileira de Nanotecnologia (IBN) e a NanoReg. Análogo a isso deve estar


o setor de produção, em que os produtos ou ferramentas, uma vez dentro
desses regulamentos, consequência dos dados e resultados advindos das
pesquisas, são direcionados para a produção em larga escala" .
Nessa hipótese, tem-se o que é necessário para que o uso da
Nanomedicina seja positivo, tanto em saneamento quanto em economia,
nos pontos:
a) criação de uma legislação que segue os princípios da moral
b) conhecimento das normativas
c) produção dentro das normas e cumprimento dos parâmetros
exigidos na legislação
d) prestar utilidade para o que é produzido em laboratório
Com isto, cria-se uma relação entre teoria e prática. Esta hipótese
responde ao problema em questão de forma completa para, com isso, haver
a melhoria da saúde e qualidade de vida brasileira pelo usufruir do que a
Nanomedicina tem para oferecer.
Assim, para a viabilidade econômica e sanitária do uso da
Nanomedicina no ser humano, é preciso que a parte legislativa, com
relação à Nanotecnologia em geral, seja projetada por órgãos como
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o
programa governamental Iniciativa Brasileira de Nanotecnologia (IBN) e a
NanoReg, para que haja produção e consumo dessa tecnologia de forma
segura, e por conseguinte, faz-se coerente a contínua aplicação de
recursos monetários e desenvoltura dos nanomedicinais.
Da viabilidade econômica e sanitária do uso da Nanomedicina no ser
humano, a seguir passa a discorrer a metodologia aplicada para a
pesquisa.

5 Metodologia
A metodologia diz respeito ao instrumento ou à ferramenta que
viabiliza e qualifica um trabalho como ciência, dando embasamento e
distinguindo de texto livre. A metodologia encaminha e norteia com o passo
a passo para se resolver um problema de forma consciente e controlada.

200
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

William Costa Rodrigues traz o conceito de Metodologia Científica:


É um conjunto de abordagens, técnicas e processos utilizados pela ciência
para formular e resolver problemas de aquisição objetiva do conhecimento,
de uma maneira sistemática.
Fonte: William Costa Rodrigues. Metodologia Científica . FAETEC/IST. Paracambi.
2007. Disponível em:
http://pesquisaemeducacaoufrgs.pbworks.com/w/file/fetch/64878127/Willian
%20Costa%20Rodrigues_metodologia_cientifica.pdf. Acesso em: 15 maio 2021.

Nota-se que a metodologia consiste em métodos utilizados pela


ciência para formular e resolver problemas, tornando a pesquisa objetiva e
embasada ao trazer o conhecimento de maneira organizada e sistemática.
A pesquisa bibliográfica potencializa o conhecimento e serve de base para
pesquisas. Nesse sentido, a metodologia utilizada foi a pesquisa
bibliográfica e documental com base em documentos de bancos de dados
oficiais.
Na pesquisa documental tem-se a seguinte conceituação:
A pesquisa documental consiste num intenso e amplo exame de diversos
materiais que não foram utilizados para nenhum trabalho de análise, ou
que podem ser reexaminados, buscando-se outras interpretações ou
informações complementares, chamados de documentos (Guba & Lincoln,
1981).
Fonte: Rosana Maria Luvezute Kripka. Morgana Scheller. Danusa de Lara Bonotto.
UNAD. Pesquisa documental na pesquisa qualitativa: conceitos e caracterização.
Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/322589335.pdf. Acesso em: 25 maio
2021.

A pesquisa documental tem como objetivo obter dados e informações


de fontes primárias que não receberam tratamento científico ou analítico a
partir do exame de diversos materiais.
Para pesquisa bibliográfica, tem-se:
Conceito restrito: é a busca de informações bibliográficas, seleção de
documentos que se relacionam com o problema de pesquisa (livros,
verbetes de enciclopédia, artigos de revistas, trabalhos de congressos,
teses etc.) e o respectivo fichamento das referências para que sejam
posteriormente utilizadas (na identificação do material referenciado ou na
bibliografia final).
Trata-se do primeiro passo em qualquer tipo de pesquisa científica, com o
fim de revisar a literatura existente e não redundar o tema de estudo ou
experimentação.
Fonte: Neusa Dias de Macedo. Iniciação à Pesquisa Bibliográfica. Disponível em:
https://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=2z0A3cc6oUEC&oi=fnd&pg=PA7&dq=pesquisa+bibliogr
%C3%A1fica&ots=SD-

201
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

k2kyyKE&sig=Ce0jVZc9wSlbOQAf7UWxdXCewnw#v=onepage&q=conceito&f=false .
Acesso em: 25 maio 2021.

Mostra-se que a pesquisa bibliográfica consiste numa pesquisa


minuciosa do que existe sobre um assunto, é o planejamento global-inicial
de uma pesquisa que segue procedimentos metodológicos que evitam o
redundar do tema de estudo.
Assim, a pesquisa seguiu os pressupostos da pesquisa bibliográfica
e documental, sendo construída de forma gradual.
O primeiro passo na investigação foi a definição de uma temática
compositiva do objeto de estudo. Neste segmento, a temática escolhida foi
a Nanotecnologia.
A Nanotecnologia é uma área científica abrangente e vaga, o que
tornou necessária a imposição de uma subárea: a “Nanomedicina”. Com
isso, a ideia ainda se encontrava aberta, sem uma área de estudo, então foi
incluída a “Engenharia Química”, o que determinou o campo de saber e pré-
definiu o objeto de estudo.
Em seguida, foram estabelecidos o problema e a solução, no
contexto do subtítulo.
A problemática se voltou para a inviabilidade econômica e sanitária
do uso da Nanomedicina no ser humano. A solução, pela estratégia do “ter
ou não-ter”, indicava a viabilidade econômica e sanitária do uso da
Nanomedicina no ser humano.
Com a proposta elaborada, deu-se início à etapa da exequibilidade
da pesquisa, ou seja, dar início à formação de banco de dados, a fim de
alcançar um mínimo de referências para o pleno desempenho da pesquisa
e a obtenção de uma solução pertinente à problematização.
Na análise bibliográfica, optou-se, de início, pelos seguintes sites e
bancos de dados oficiais: SciELO Artigos, SciELO Livros, Google
Acadêmico e bibliotecas digitais.
Ao acessar o Google Acadêmico e utilizando-se das palavras-chave
contidas na proposta, foram mostrados resultados aproximados de 8.540
em 0,05 s. Como se observa na figura abaixo:

202
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

No SciELO Livros não foram encontrados resultados significativos. Já


a partir do material do SciELO Artigos, os mais significativos foram
captados do Google Acadêmico.
As bibliotecas digitais também foram consultadas e apresentaram
resultados positivos.
No tocante a pesquisa documental, o site de legislação e do
Ministério da Saúde encontrou-se material suficiente para a viabilidade da
pesquisa. Ao buscar “nanomedicina” no site do ministério responsável, foi
direcionado ao “gov.br” e resultou em 76 ocorrências, como mostra a
imagem seguinte:

203
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

A pesquisa documental permitiu conhecer as normativas e os


procedimentos de registro junto ao Ministério da Saúde, além de
estabelecer a viabilidade econômica e sanitária do uso da Nanomedicina no
ser humano.
Confirmada a praticabilidade da pesquisa em quantidade de material
de apoio, iniciou-se a formação de um banco de dados específico, no qual
foi estabelecida uma meta e houve a triagem dos materiais encontrados,
definindo pela leitura do título e da ementa. Desses materiais, um rol de
vinte textos, que passaram por uma leitura objetivada e fichamento, foi
selecionado para a futura utilização no decorrer da análise.
Em seguida, passou-se para seguinte etapa: a compreensão, a
organização e a escrita do trabalho científico a partir da construção de texto
por parágrafos.
O início foi efetuado pelo título e subtítulo. No título o objeto de
estudo foi descrito. No subtítulo, foi imposta a solução do problema.
Após ratificar o título e o subtítulo por meio da pesquisa, o resumo foi
elaborado conforme dita a ABNT NBR 6028, que evidencia cinco
informações: i) contexto – que indica o título e subtítulo; ii) objetivo – com
verbo no infinitivo; iii) metodologia – que descreveu a elaboração do banco
de dados; iv) os resultados – que foram encontrados no banco de dados; e
v) as conclusões – que se referem aos resultados obtidos.
Em seguida, houve a elaboração da introdução com cumprimento e
critério em doze parágrafos, avançando de igual modo no decorrer dos
204
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

tópicos até o final da pesquisa, conduzindo-se pelas orientações e pelo


balizamento estabelecido na etapa anterior.
Assim, a metodologia do estudo foi a pesquisa bibliográfica e
documental, que afiançou a formação de um banco de dados, o que assistiu
a compreensão dos conceitos e a dinâmica pela busca da conclusão do
problema proposto. A pesquisa bibliográfica permitiu a solidificação os
conceitos fundamentais para o estudo, já a pesquisa documental permitiu o
conhecimento das normativas e procedimentos de registro para a
viabilidade econômica e sanitária do uso da Nanomedicina no ser humano ,
junto ao Ministério da Saúde.
Da visão da metodologia passa a discorrer sobre os principais
resultados encontrados nos bancos de dados.

6 Resultados
Os resultados foram adquiridos de acordo com o material obtido no
banco de dados supracitado e condizentes com o objetivo do estudo.
Selecionados os materiais no que diz respeito à Nanomedicina introduzida
na Engenharia Química.
O primeiro resultado que se pôde encontrar segundo os dados de
pesquisas laboratoriais apurados até agora é que a nanotecnologia tem
significativo potencial ao tratar da qualidade de vida da população com
medicamentos e tratamentos eficientes e, também, que a mesma pode se
tornar um método medicinal perigoso ao trazer, a longo ou curto prazo,
consequências biológicas malignas que sobrepassam os resultados
positivos obtidos nos organismos. Em decorrência disso, a parte legislativa
da Nanotecnologia em geral ainda se encontra indefinida, o que dificulta
tratar desse tema de forma concreta, já que é a consequência de resultados
de pesquisa insuficientes.
O segundo resultado diz respeito à Indústria da Nanotecnologia. Ao
iniciar a pesquisa conclui-se que o principal motivo para a nanotecnologia
não ser bem desenvolvida no Brasil deve-se ao fato de que são produtos e
meios de produção caros. Porém, ao aprofundar a pesquisa, notou-se que o
principal problema de inviabilidade econômica não seria o custo, mas sim
os investimentos realizados, que não saem da área de pesquisas
acadêmicas, sem fins lucrativos.
205
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

i) Engenharia Química na Nanomedicina


Entender a contribuição da Engenharia Química a partir da análise
de suas competências. A UNICAMP, em sua descrição do curso de
Engenharia Química, diz:
O Engenheiro Químico tem por função elaborar, executar e controlar
projetos de instalação e expansão de indústrias químicas. Cabe-lhe
também organizar, dirigir e fiscalizar a produção de materiais para a
fabricação de produtos químicos, bem como pesquisar a transformação
físico-química das substâncias reduzindo-as a escalas comerciais – por
exemplo, a fabricação de produtos químicos derivados de petróleo, metais,
minérios, produtos alimentares e sintéticos.
Fonte: UNICAMP. Engenharia Química. Disponível em:
https://www.feq.unicamp.br/index.php/graduacao. Acesso em: 1 jun. 2021.

O texto indica que o Engenheiro Químico é o profissional capaz de


elaborar, executar e controlar projetos de indústrias químicas, além de
dirigir e fiscalizar a produção e realizar pesquisas em escala comercial.
No âmbito da Nanomedicina, a Revista Brasileira de Engenharia
Química (Vol. 32 - no 3 / 2017) fala a respeito de Nanopartículas de
Quitosana e o papel do engenheiro químico na sua produção:
Nanopartículas de polímeros catiônicos vêm sendo extensivamente
estudadas para vacinação e terapia gênica. A partir da interação
eletrostática com os ácidos nucleicos há a neutralização de cargas e
formação de complexos compactos, os quais são denominados poliplexos.
Os polímeros catiônicos que vêm sendo muito explorados nesta área são a
polilisina (PLL), a polietilenoamina (PEI), polietilenoglicol (PEG) e como
destaque, a quitosana (QUI). A quitosana é um biopolímero obtido a partir
da reação de desacetilação da quitina, que é o principal componente
estrutural do exoesqueleto de crustáceos. Algumas características
biológicas da quitosana atraem muitos pesquisadores na área médica e
farmacêutica, como biodegradabilidade, baixa toxicidade,
mucoadesividade, biocompatibilidade e também a propriedade de abrir
espaço entre as células epiteliais. Diversos métodos são propostos na
literatura para a produção de nano partículas de quitosana, no entanto, o
princípio mais utilizado baseia-se na reticulação iônica dos grupamentos
amina protonados da quitosana com polieletrólitos de íons opostos. Sendo
assim, ácidos nucleicos podem ser associados diretamente à quitosana
através de simples mistura, porém os poliplexos gerados apresentam uma
estabilidade muito grande, limitando sua liberação no interior das células.
Uma alternativa para a complexação direta entre quitosana e os ácidos
nucleicos é formação de nanopartículas de a reticulação da quitosana em
etapa anterior à incorporação do DNA na sua estrutura, sendo que o
tripolifosfato de sódio (TPP) é um poliânion muito utilizado. No âmbito da
utilização da quitosana para aplicação da terapia e vacinação gênica dois

206
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

grandes desafios devem ser especialmente destacados. O primeiro é a sua


insolubilidade em pH’s próximos da neutralidade, e que pode ser superado
a partir de modificações químicas na estrutura da quitosana de modo a
melhorar o desempenho das formulações para terapia/vacinação gênica. O
outro desafio está relacionado ao desenvolvimento de processos de
produção de nanopartículas de quitosana que sejam factíveis de serem
implantados na indústria, sendo que este desafio é papel do engenheiro
químico.
Fonte: Revista Brasileira de Engenharia Química. Especial Nanotecnologia.
Disponível em: https://docplayer.com.br/58652773-Nanotecnologia-artigos-
nanomedicina-e-os-desafios-da-engenharia-quimica.html. Acesso em: 1 jun. 2021.

Nanopartículas de quitosana são biopolímeros obtidos a partir da


quitina com potencial positivo nas áreas da medicina e farmácia. Para seu
uso na terapia e vacinação gênica, um dos desafios encontrados é a
produção industrial desses nanomateriais, que é onde o Engenheiro
Químico atuará.
O autor do artigo disserta sobre nanopartículas de quitosana e
apresenta o papel do Engenheiro Químico na fabricação industrial. Porém,
outras questões, como a econômica e a sanitária, devem ser consideradas
antes da efetivação da produção em massa e distribuição para uso, já que
apresentam características negativas. Dessa forma, exige-se a resolução
para o problema.
ii) Inviabilidade econômica e sanitária do uso da Nanomedicina no
ser humano
A inviabilidade econômica e sanitária do uso da Nanomedicina no ser
humano aborda o problema, mas, questionada a sua toxicidade, atribui-se o
desfecho da Nanotoxicologia.
Segundo o Doutor Robert James Sparrow, que em seu artigo aborda
a seguir a preocupação quanto à toxicidade dos nanotecnológicos:
Having heard that the toxicology of nanoparticles is largely unknown, that
the data which does exist suggests that they may well be much more toxic
than bulk materials of the same substance, that they may bio-accumulate,
that some nanoparticles seem to be able to pass through the skin while
others seem to move directly to the brain, and finally, that cosmetics
containing engineered nanoparticles are already on the market, I naively
expect to hear expressions of outrage that the public is being exposed to
these potentially toxic materials. It seems simple common sense to me that
until it can be established that these materials pose no threat, products
containing engineered nanoparticles should not be released on to the
market or into the environment. Instead, it becomes abundantly clear that

207
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

many toxicologists, industry figures, and regulators feel that there is nothing
untoward in the public being exposed to such risks.
Fonte: Robert James Sparrow. “Widespread hypocrisy about nanotechnology is a
worrying sign”. Disponível em: http://emergingtech.foe.org.au/resources/widespread-
hypocrisy-about-nanotechnology-is-a-worrying-sign/. Acesso em: 31 maio 2021.

Tendo ouvido que a toxicologia das nanopartículas é amplamente


desconhecida, que os dados existentes sugerem que elas podem muito
bem ser muito mais tóxicas do que materiais a granel da mesma
substância, que podem se bioacumular, algumas nanopartículas parecem
ser capazes de passar através da pele enquanto outros parecem se mover
diretamente para o cérebro e, finalmente, os cosméticos contendo
nanopartículas projetadas já estão no mercado, eu ingenuamente espero
ouvir expressões de indignação pelo público estar sendo exposto a esses
materiais potencialmente tóxicos. Parece-me de simples senso que, até
que se possa estabelecer que esses materiais não representam uma
ameaça, os produtos que contêm nanopartículas projetadas não devem ser
lançados no mercado ou no meio ambiente. Em vez disso, torna-se
bastante claro que muitos toxicologistas, figuras da indústria e reguladores
acham que não há nada de desagradável no público exposto a tais riscos.
Fonte: Robert James Sparrow. “Widespread hypocrisy about nanotechnology is a
worrying sign”. Disponível em: http://emergingtech.foe.org.au/resources/widespread-
hypocrisy-about-nanotechnology-is-a-worrying-sign/. Acesso em: 31 maio 2021.
(Tradução livre).

O autor atribui caráter desconhecido a respeito da toxicidade de


nanocompósitos, que se comportam de forma imprevisível no corpo
humano, podendo bioacumular, atravessar órgãos e atingir a região
cerebral. Além disso, é questionada a utilização e venda das nanopartículas
em, por exemplo, cosméticos, devido à sua atuação pouco conhecida.
Diferente do que havia sido dito nos tópicos anteriores, resultado que
não era esperado, mas que buscava entender essa ciência, o uso da
nanotecnologia no ser humano não é imune a falhas e pode ter
consequências negativas desencadeando novos problemas. Por isso, viu-se
a necessidade da área “nanotoxicologia”, que realiza testes de análise de
toxicidade de alguns processos e produtos com base nanotecnológica, o
que mostra a necessidade e emergência de regulamentação desse produto,
pois oportuniza a indústria a agir de forma antiética e danosa e lucrar com
isso.
Monique Pyrrho, Doutorada em Bioética na Universidade de Brasília
(UnB), discorre sobre a nanotoxicidade:
Já no conteúdo citoplasmático, as partículas podem interagir e, até mesmo,
hibridizar com estruturas subcelulares, como microtúbulos e DNA.
Ademais, há indícios de uma intensificação das respostas fisiológicas e
208
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

patológicas à presença das nanopartículas, quando estas são comparadas


a partículas que não sofreram o mesmo processo de síntese e
estruturação. Por exemplo, foram relatados efeitos como aumento da
resposta inflamatória, fibrose, respostas alérgicas, genotoxicidade,
carcinogenicidade e, em estudos preliminares em animais, foram afetadas
as funções cardiovascular e linfática.
Fonte: Monique Pyrrho. “A moralidade da nanotecnologia”. Disponível em:
https://www.scielosp.org/article/csp/2012.v28n11/2023-2033/. Acesso em: 1 jun.
2021.

Além disso, Maria Fernanda Marques Fernandes e Carlos A. L.


Filgueiras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em seu
artigo, com citação de Marcelo Knobel, Reitor da Unicamp, dizem a respeito
do viés econômico:
Para o físico Marcelo Knobel, da Unicamp, as empresas não investem
como deveriam: "Avanços na área de filmes finos, nanotubos de carbono e
semicondutores nanoscópicos são impressionantes. [...] O Brasil, apesar
das enormes dificuldades de financiamento, tem realizado excelentes
pesquisas na área básica de investigação, pois tem uma infraestrutura
razoável já estabelecida e uma boa quantidade de pesquisadores.
Entretanto, na área de nanotecnologia, assim como na tecnologia em geral,
o Brasil vai muito mal, pois as empresas não investem em pesquisa
aplicada. Temos potencial para avançar muito, mas seria necessária uma
mudança de atitude radical para mudar o cenário, pois senão ficaremos
mais uma vez defasados nessa área tão importante."
Fonte: Maria Fernanda Marques Fernandes e Carlos A. L. Filgueiras, Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Um panorama da nanotecnologia no Brasil (e
seus macro-desafios)”. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/qn/a/7CTjGcTGJww4rrbHND3LzBg/?lang=pt. Acesso em 31
maio 2021.

O físico Marcelo Knobel expõe em sua fala a falta de investimento na


área da tecnologia brasileira, frisando a nanotecnologia, já que não é dada
devida atenção à pesquisa aplicada por parte das empresas.
Dizer que o custo de produção é o obstáculo que impede o Brasil de
desenvolver o setor nanotecnológico é errôneo, apesar de essa ser a
primeira conclusão que se chega ao início da pesquisa como havia sido
dito. O país tem estrutura e capacidade de financiar essa prática, o
problema então passa a ser de planejamento malfeito, já que o dinheiro
investido nas pesquisas não traz retorno de lucro ao mercado, resultado
esse que, quando levado em consideração, se faz relacionado ao problema
de forma direta.
iii) Viabilidade econômica e sanitária do uso da Nanomedicina no ser
humano
209
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Na viabilidade econômica e sanitária do uso da Nanomedicina no ser


humano, é necessária a criação de leis para que os produtos sejam
designados ao consumidor de forma segura, conforme dito em artigo por
Darlan Alves dos Santos, Thaise de Abreu Brasileiro, Ankilma do
Nascimento Andrade e Renata Lívia Fonseca Moreira de Medeiro, no
seguinte trecho:
Os nanomedicamentos são produtos de uma nova tecnologia e não há
definições governamentais e normatizações científicas específicas para a
pesquisa e a comercialização desses materiais. Diante do exposto, vale
destacar a necessidade de as políticas governamentais fornecerem
regulação eficiente para garantir a eficácia e a segurança dos
nanomedicamentos antes de conceder os seus registros (OLIVEIRA, 2016).
Fonte: Darlan Alves dos Santos, Thaise de Abreu Brasileiro, Ankilma do Nascimento
Andrade e Renata Lívia Fonseca Moreira de Medeiro. “Realidade e desafios atuais
da nanomedicina na saúde pública brasileira: revisão de literatura”. Disponível em:
http://interdisciplinaremsaude.com.br/Volume_17/Trabalho_05.pdf. Acesso em: 1
jun. 2021.

Com isso, pode-se observar que, para a viabilidade econômica, em


primeiro, deve existir a viabilidade sanitária e, para isso, mais testes de
análise de reação e comportamento dos nanomateriais no organismo
biológico precisam ser feitos para a apuração dos dados recolhidos e a
elaboração do legislativo, quesitos básicos de padrão dos produtos. Após
tal feito a viabilidade econômica será possível e será de acordo com os
métodos de mercado empregado pelas empresas que detêm a tecnologia
necessária para a produção.
iv) Metodologia
De acordo com o que Luciana Pizzani citou segundo Boccato, V. R.
C (2006, p. 266) em seu artigo na Revista Digital de Biblioteconomia e
Ciência da Informação, quanto à metodologia na busca do conteúdo de
embasamento do artigo, pode-se definir:
A pesquisa bibliográfica busca a resolução de um problema (hipótese) por
meio de referenciais teóricos publicados, analisando e discutindo as várias
contribuições científicas. Esse tipo de pesquisa trará subsídios para o
conhecimento sobre o que foi pesquisado, como e sob que enfoque e/ou
perspectivas foi tratado o assunto apresentado na literatura científica. Para
tanto, é de suma importância que o pesquisador realize um planejamento
sistemático do processo de pesquisa, compreendendo desde a definição
temática, passando pela construção lógica do trabalho até a decisão da
sua forma de comunicação e divulgação.
Fonte: Boccato apud Luciana Pizzani et al. A Arte da Pesquisa Bibliográfica na
busca do Conhecimento . In. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da
Informação. Disponível em:

210
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

https://www.researchgate.net/publication/267367863_A_arte_da_pesquisa_bibliogra
fica_na_busca_do_conhecimentoThe_art_of_literature_in_search_of_knowledge.
Acesso em: 24 jun. 2021.

A metodologia utilizada na pesquisa bibliográfica condiz então com o


objetivo de buscar a solução para o problema de inviabilidade econômica e
sanitária do uso da Nanomedicina no ser humano de maneira a procurar um
formato sequencial ou lógico.
Dessa forma, seguindo e compreendendo o conceito de pesquisa e
elaboração do banco de dados, é possível a descrição e reflexão do objeto
de estudo e do papel que cabe ao Engenheiro Químico na Nanomedicina.
Trata-se de um método coerente, pois se encontra de acordo com
teorias verídicas, alguma vez testadas em laboratório, retiradas de revistas
profissionais, livros e artigos científicos em especial.
Dessa forma, os resultados obtidos através do banco de dados, que
moldam a pesquisa, darão suporte necessário para a discussão e a
resolução do problema de pesquisa.
Assim, os resultados encontrados após pesquisas em bancos de
dados oficiais acerca da temática e da problemática trabalhada, indicam
que, apesar do significativo potencial da Nanomedicina, como visto no caso
das Nanopartículas de Quitosana, essa tecnologia pode ainda, a longo ou
curto prazo, trazer consequências biológicas malignas ao organismo, já que
apresenta comportamento e resultados imprevisíveis dentro do corpo
humano. Além disso, no Brasil há carência de investimentos em pesquisas
tecnológicas focadas na esfera industrial, o que apenas fomenta o
comportamento imprevisível susodito.
Após a apresentação dos principais resultados adquiridos a partir do
banco de dados, abre-se a discussão do tema.

7 Discussão
O tópico da discussão compreende no momento em que o
pesquisador interage com a pesquisa, com os dados e com os seus
resultados e com isso formula o entendimento geral da pesquisa ao
evidenciar os elementos encontrados e promover a argumentação crítica
baseada em fundamentos teóricos.
211
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Tem-se discussão como:


A discussão é o local do artigo que abriga os comentários sobre o
significado dos resultados, a comparação com outros achados de
pesquisas e a posição do autor sobre o assunto. Uma discussão sem
estrutura coerente desagrada, daí a conveniência de organizar os temas
em tópicos. Estrutura passível de ser utilizada consta do quadro. Cada um
dos tópicos informa sobre uma faceta da discussão e seu conjunto fornece
os subsídios para se julgar a adequação dos argumentos, da conclusão e
de todo o texto. Maneira conveniente de iniciar a Discussão consiste em
realçar, com poucas palavras, os achados mais importantes ou os
conhecimentos novos desvendados pela pesquisa. Essa síntese, útil em
relatos complexos, é omitida nos textos curtos.
Fonte: Mauricio Gomes Pereira. A Seção de Discussão de um Artigo Científico.
Disponível em: http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?pid=S1679-
49742013000300020&script=sci_arttext. Acesso em: 10 jun. 2021.

O autor Mauricio Gomes Pereira expõe a discussão como o local do


artigo com os comentários acerca dos resultados e outros achados da
pesquisa em tópicos. A Discussão de um artigo realça os achados mais
importantes encontrados da pesquisa em síntese.
No tópico da discussão, então, o pesquisador interage com a
pesquisa ao sintetizar todas as informações valiosas e formula o
entendimento geral da pesquisa.
Passa-se a recuperar, então, os pontos abaixo:
i) Engenharia Química na Nanomedicina
O Engenheiro Químico é o profissional capaz de elaborar, executar e
controlar projetos de indústrias químicas, além de dirigir e fiscalizar a
produção e realizar pesquisas em escala comercial, visando sempre a
qualidade do produto e a eficiência dos processos, com um menor custo e
dentro das normas ambientais impostas pela legislação. Assim sendo, a
Indústria da Nanomedicina necessita dos profissionais da área da
Engenharia Química para lidar com aspectos científicos, econômicos e
sociais.
No âmbito da Nanomedicina, tem-se que ela é uma área da
Nanotecnologia, um campo da ciência com o objetivo de controlar átomos e
moléculas para criar estruturas em nanômetros (1nm = 0,000000001m = 10-
9 m) capazes de sintetizar a matéria de maneira adequada à utilização
esperada. No caso da Nanomedicina, a matéria nanométrica é aplicada à

212
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

área da saúde, relacionada ao desenvolvimento, à caracterização e à


aplicação de sistemas terapêuticos em escala nanométrica.
A Engenharia Química tem ganhado espaço na Nanomedicina,
devido à relação do conhecimento da área química e biológica. Entre as
contribuições dos Engenheiros Químicos na medicina tem-se os
antibióticos, os quimioterápicos, os protótipos em plásticos, como as
microcápsulas de remédios, as próteses e a produção de materiais que
contenham isótopos radioativos, de uso comum para diagnósticos. Da
mesma maneira, tem a contribuir a Engenharia Química na Nanomedicina
sendo responsável pela produção em larga escala, pela análise dos
processos e, em especial, pela elaboração de ferramentas
nanotecnológicas e métodos para estudo de quadro clínico ou tratamento.
Com isso, a Nanomedicina pode, com o trabalho do Engenheiro
Químico, ampliar-se no setor industrial de maneira segura e eficiente.
ii) Inviabilidade Econômica e Sanitária do Uso da Nanomedicina no
Ser Humano
Contudo, a inviabilidade econômica e sanitária é uma questão a se
levantar no estudo da utilização da Nanomedicina no Ser Humano. A
questão conduz à problemática da pesquisa que foi estabelecida a partir do
seguinte questionamento: O que é necessário para que a utilização da
Nanomedicina no ser humano seja uma alternativa efetiva a fim de ter
ampla utilização na melhoria da saúde e qualidade de vida brasileira?
Percebe-se, então, que o Engenheiro Químico tem relevância da
Indústria da Nanomedicina. Nesse sentido, o profissional da Engenharia
Química analisa questões como toxicidade, eficácia, garantia e custo,
elevando, assim, o produto da escala laboratorial até a industrial, com a
produção ampla e com garantia de qualidade e rendimento.
A inviabilidade sanitária se encontra presente a partir do momento
em que questões como tamanho, forma, concentração e propriedades são
encontradas fora dos parâmetros estabelecidos. Além disso, as
nanopartículas apresentam caráter desconhecido a respeito da toxicidade,
já que se comportam de forma imprevisível no corpo humano, podendo
bioacumular, atravessar órgãos e atingir a região cerebral.
É importante também que haja a capacidade financeira de arcar com
os custos das pesquisas para a certificação de parâmetros. Nesse âmbito,
213
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

há falta de investimento na área da tecnologia brasileira, em especial na


área da Nanotecnologia, não tendo devida atenção a área de pesquisa
aplicada.
iii) Viabilidade Econômica e Sanitária do Uso da Nanomedicina no
Ser Humano
Por sua vez, numa visão crítica e com a contribuição da Engenharia
Química, toda problemática tem sua solução. Nesse contexto, o setor
industrial deve ser capaz de produzir os nanomateriais em larga escala. No
entanto, os produtos devem estar de acordo com as regulamentações
estabelecidas.
Para a viabilidade do uso da Nanomedicina no ser humano, deve-se
haver a criação de uma legislação que segue os princípios da moral, o
conhecimento das normativas, a produção dos compostos nanométricos
dentro das normas, o cumprimento dos parâmetros exigidos na legislação e
o incentivo laboratorial para, enfim, criar-se uma relação entre teoria e
prática que torne viável a utilização médica da Nanotecnologia para a
melhoria da saúde e qualidade de vida brasileira. Todos esses parâmetros
são analisados pelo profissional da Engenharia Química, o que torna seu
trabalho imprescindível dentro da Nanomedicina.
Apontando quesitos para a viabilidade sanitária, a viabilidade
econômica estará presente e será de acordo com os métodos de mercado
empregado pelas empresas que detêm a tecnologia necessária para a
produção.
iv) Metodologia
A escolha para a metodologia foi a pesquisa bibliográfica e
documental de forma seletiva e filtrada, a seguir uma direção, com dados
consolidados e confiáveis decorrentes de pesquisas científicas, para
possibilitar a construção de um resultado de pesquisa do objeto de estudo
inicial e assim, concluir o objetivo de solucionar a problemática com uma
solução alternativa.
Assim o método de elaboração textual por parágrafos consecutivos
demonstrou-se efetivo por concluir em uma linha de raciocínio coerente e
lógica.
Os resultados da pesquisa foram adquiridos de acordo com o
material obtido no banco de dados e condizente com o objetivo do estudo, a
214
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

viabilidade econômica e sanitária do uso da Nanomedicina no ser humano,


sendo selecionados os materiais no que diz respeito ao tema.
Nesse âmbito, o primeiro resultado que se pôde encontrar, segundo
os dados de pesquisas laboratoriais até agora apurados, é que a
Nanotecnologia, por sua capacidade de criar materiais mais fortes que os
convencionais, mais finos e mais duráveis, tem significativo potencial ao
tratar da qualidade de vida da população com medicamentos eficientes no
tratamento de doentes e a melhora de seus prognósticos através de, por
exemplo, biossensores. Contudo, a Nanotecnologia também pode se tornar
um método medicinal perigoso por possivelmente trazer, a longo ou curto
prazo, consequências biológicas malignas que sobrepassam os resultados
positivos obtidos nos organismos -Nanotoxicologia-. Em decorrência desses
efeitos adversos, a Nanotecnologia ainda se encontra indefinida na parte
legislativa, o que acaba por dificultar o tratamento desse tema de forma
concreta, consequência de resultados de pesquisas insuficientes.
O segundo resultado encontrado diz respeito à Indústria da
Nanotecnologia. Ao se iniciar a pesquisa a respeito da Nanomedicina,
conclui-se que o principal motivo para que a nanotecnologia não seja bem
desenvolvida no Brasil deve-se ao fato de que os produtos dessa tecnologia
são caros, assim como seus meios de produção. Porém, ao se aprofundar a
pesquisa, notou-se também que o custo não seria o principal problema da
inviabilidade econômica, e sim a falta de investimentos realizados, já que
os esforços não saem da área de pesquisas acadêmicas para adentrar ao
ramo industrial e são, em geral, sem fins lucrativos, de forma que o que é
investido na área não traz frutos diretos para a economia e saúde do país.
Para se entender a contribuição da Engenharia Química a partir da
análise de suas competências, a UNICAMP diz, em sua descrição do curso
de Engenharia Química, que o Engenheiro Químico é o profissional capaz
de elaborar, executar e controlar projetos de indústrias químicas, além de
dirigir e fiscalizar a produção e realizar pesquisas em escala comercial,
devido a sua formação com ampla área de conhecimento.
Quando se trata do âmbito da Nanomedicina, o Engenheiro Químico
contribui, por exemplo, com conhecimento das normativas, para a produção
dos compostos nanométricos dentro das normas e cumprimento dos
parâmetros exigidos na legislação, com a criação de novos materiais como
antibióticos e quimioterápicos, protótipos em plásticos como as
microcápsulas de remédios, próteses e produção de materiais que
215
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

contenham isótopos radioativos. Da mesma maneira o profissional da


Engenharia Química na Nanomedicina tem a contribuir sendo responsável
pela produção em larga escala, pela análise dos processos e, em especial,
pela elaboração de ferramentas nanotecnológicas e métodos para estudo
de quadro clínico ou tratamento.
A Revista Brasileira de Engenharia Química (Vol. 32 – nº 3 / 2017)
traz um exemplo da atuação do Engenheiro Químico da Nanomedicina ao
falar a respeito da produção de Nanopartículas de Quitosana. As
Nanopartículas de Quitosana são biopolímeros obtidos a partir da quitina
com potencial positivo nas áreas da medicina e da farmácia. Contudo,
alguns desafios são encontrados para seu uso efetivo na terapia e
vacinação gênica, como a produção desses nanomateriais em escala
industrial, que só é possível com a atuação com um profissional capacitado
da área da Engenharia Química.
Em síntese, o autor do artigo na Revista Brasileira de Engenharia
Química disserta sobre as nanopartículas de quitosana e apresenta, em
seguida, o papel do engenheiro químico na fabricação industrial.
Porém, outras questões devem que ser consideradas e analisadas
antes da efetivação da produção e distribuição em massa dos compostos
nanométricos para o uso no ser humano, já que devem-se considerar suas
possíveis características negativas, se apresentadas fora dos parâmetros
requeridos. Dessa forma, exige-se uma resolução para a questão da
problemática econômica e sanitária.
Nesse quesito, a inviabilidade econômica e sanitária do uso da
Nanomedicina no ser humano aborda o problema, mas quando questionada
a sua toxicidade, atribui-se o desfecho da Nanotoxicologia que segundo o
Doutor Robert James Sparrow, em seu artigo que aborda a toxicidade dos
nanotecnológicos, possui caráter desconhecido, além de discorrer sobre o
comportamento imprevisível dos nanotecnológicos no corpo humano, que
podem bioacumular, atravessar órgãos e atingir a região cerebral. O Doutor
também questiona a atual utilização e venda das nanopartículas em
cosméticos devido à sua atuação pouco conhecida.
Logo, sabe-se que o uso da nanotecnologia no ser humano não é
imune a falhas e pode ter consequências negativas e desencadear novos
problemas se produzida fora de parâmetros e/ou utilizada de maneira
inadequada. Por isso, houve a necessidade da maior atenção à área da
216
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Nanotoxicologia, que realiza testes de análise de toxicidade de alguns


projetos e produtos de base nanotecnológica. Mostra-se, então, a
emergência da regulamentação dos produtos nanométricos já que, sem
uma regulamentação adequada, indústrias e empresas têm a oportunidade
de agir de forma antiética e danosa, visando apenas o lucro, sem
preocupações éticas e sanitárias.
Nesse sentido, Monique Pyrrho, Doutorada em Bioética na
Universidade de Brasília (UnB), diz em seu artigo que foram encontrados
indícios de uma intensificação das respostas fisiológicas e patológicas à
presença das nanopartículas em conteúdos citoplasmáticos, quando estas
são comparadas a partículas que não sofreram o mesmo processo de
síntese e estruturação. Estas observações negativas explicitam a
capacidade que nanomateriais têm de serem tóxicos aos organismos
celulares.
Além disso, Maria Fernanda Marques Fernandes e Carlos A. L.
Filgueiras, da UFRJ, em seu artigo, com citação de Marcelo Knobel da
UNICAMP, dizem, a respeito do viés econômico, a falta de investimento na
área da tecnologia brasileira, frisando a nanotecnologia, já que não é dada
devida atenção à pesquisa aplicada por parte das empresas.
Com isso, dizer que o custo de produção elevado é o obstáculo que
impede o Brasil de desenvolver o setor nanotecnológico é errôneo, apesar
de ser a primeira conclusão que se chega ao início da pesquisa, já que o
país tem estrutura e capacidade de financiar essa prática, porém há o
planejamento malfeito, pois, o dinheiro investido nas pesquisas não traz
retorno de lucro ao mercado e à economia brasileira. Esse resultado,
quando levado em consideração, se faz relacionado ao problema de forma
direta.
Quando se trata da viabilidade econômica e sanitária do uso da
nanomedicina no ser humano, é necessária a criação de leis que visem à
designação de forma segura dos produtos ao consumo conforme dito em
artigo por Darlan Alves dos Santos, Thaise de Abreu Brasileiro, Ankilma do
Nascimento Andrade e Renata Lívia Fonseca Moreira de Medeiro, no seu
artigo “Realidade e desafios atuais da Nanomedicina na saúde pública
brasileira: revisão de literatura”
Com isso, é possível observar que para que haja a viabilidade
econômica, deve-se, em primeiro, existir a viabilidade sanitária. Para isso,
217
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

devem ser efetuados testes de análise de reação e comportamento dos


nanomateriais no organismo biológico para a apuração de dados e a
elaboração do legislativo, já que são quesitos básicos de padrão dos
produtos, porém, pela falta de estudos na área, encontra-se deficiente.
Após essa etapa, a viabilidade econômica será possível, de acordo com os
métodos empregados pelas empresas que detêm a tecnologia necessária
para a produção.
Quanto à metodologia na busca do conteúdo de embasamento da
pesquisa, Luciana Pizzani diz, ao citar Boccato, V. R. C (2006, p.266) em
seu artigo “A arte da pesquisa bibliográfica na busca do conhecimento”, que
a metodologia condiz com o objetivo de buscar a solução para o problema
de inviabilidade econômica e sanitária do uso da Nanomedicina no ser
humano de maneira a buscar um formato sequencial ou lógico.
Dessa forma, é possível que haja a descrição e a reflexão do objeto
de estudo, que se diz ao papel do Engenheiro Químico na Nanomedicina,
seguindo e compreendendo o conceito de pesquisa e elaboração do banco
de dados. Tem-se, então, que a elaboração de um banco de dados é um
método coerente que molda a pesquisa e dá o suporte necessário para a
discussão e a resolução do problema pois se encontra de acordo com
teorias verídicas embasadas em estudos, testes laboratoriais de fontes
oficiais e confiáveis retirados de revistas profissionais, livros e artigos
científicos, em especial.
Assim, os resultados encontrados após pesquisas em bancos de
dados oficiais acerca da temática e da problemática trabalhada indicam
que, apesar do significativo potencial da Nanomedicina, como visto no caso
das Nanopartículas de Quitosana, essa tecnologia pode, a longo ou curto
prazo, trazer consequências biológicas malignas aos organismos, já que
apresentam resultados imprevisíveis dentro do corpo humano. Além disso,
no Brasil há carência no âmbito de investimentos para pesquisas
tecnológicas focadas na esfera industrial, afetando também a
Nanotecnologia, o que apenas contribui com os resultados imprevisíveis
mencionados.
Porém, com planejamento e trabalho de profissionais capacitados,
entre eles os engenheiros químicos, as consequências malignas podem
cessar e a Nanomedicina trará com plenitude o aumento da qualidade de
vida e da saúde do brasileiro.

218
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Com isso, é possível confirmar que a Engenharia Química na


Nanomedicina, no que diz respeito ao seu papel na área, é capaz de ser
importante agente e contribuir para a viabilidade econômica e sanitária do
uso dessa ciência no ser humano.
Afirma-se a colaboração da Engenharia Química na Nanomedicina,
com a possibilidade econômica e sanitária do uso dessa tecnologia no
homem como forma de tratamento de enfermidades ou, ainda, a construção
de ferramentas com o mesmo fim.
Pertencendo ao problema pesquisado a seguinte pergunta: O que é
necessário para que a utilização da Nanomedicina no ser humano seja uma
alternativa efetiva a fim de ter ampla utilização na melhoria da saúde e
qualidade de vida brasileira?
A hipótese trabalhada como resposta para o problema, é de que o
Engenheiro Químico como um profissional capaz de trabalhar com a
nanotecnologia em geral, entende que para aplicá-la ao uso devem ser
estabelecidas normas de regulamentação dos ativos, embasadas nas
questões sociais, éticas e de saúde, por órgãos responsáveis dessa ação
como Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
(MCTIC), o programa governamental Iniciativa Brasileira de Nanotecnologia
(IBN) e a NanoReg. Análogo a isso deve estar o setor de produção, em que
os produtos ou ferramentas uma vez dentro desses regulamentos,
consequência dos dados e resultados advindos das pesquisas, são
direcionados para a produção em larga escala criando a ligação entre teoria
e prática.
Estas normas regulamentadoras são o ponto principal e de extrema
necessidade pois, assim que estabelecidas, significam que as pesquisas
quanto à segurança do uso da Nanomedicina no ser humano foram
concluídas e mostraram resultados positivo, seguindo, assim, valores éticos
corretos. Por seguinte, será possível a produção em massa desses
materiais e os mesmos serão dirigidos ao mercado, o qual precisa desses
serviços e recursos, incentivando, com isso, a indústria nanotenológica por
seu poder lucrativo.
O objetivo estabelecido de apresentar o tema de acordo com fatos de
válido embasamento e, com isso, compreender o papel da Engenharia
Química na Nanomedicina, o conceito de Nanotoxicologia e a situação de
investimento no setor industrial, foi alcançado e os resultados encontrados
219
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

respondem ao problema de inviabilidade econômica e sanitária do uso da


Nanomedicina no ser humano.
A viabilidade econômica e sanitária do uso nanomedicinal em
sistemas biológicos é notada apenas a partir de experimentos em
laboratórios que se demonstrem favoráveis para o Engenheiro Químico, e o
mesmo tem a ação de elaborar engenharias capazes de auxiliar os
profissionais da saúde, através do seu conhecimento profundo da escala
nanométrica e a química das partículas.
Dessa forma, as possibilidades e o trabalho feito pelo Engenheiro
Químico na viabilidade econômica e sanitária do uso da Nanomedicina no
ser humano será possível. Haverá a desmistificação com relação aos
efeitos da nanotecnologia, o receio dessa medicina será sanado e o
mercado evoluirá a partir do momento em que as pesquisas efetuadas
apresentarem um propósito de utilidade e não apenas de análise.
Assim, quanto à viabilidade econômica e sanitária proposta pelo
Engenheiro Químico que participa da apuração de dados na Nanomedicina
e quanto a pesquisa realizada de acordo com o material bibliográfico,
aponta-se que o Engenheiro Químico, devido ao seu conhecimento da
química, do sentido de engenharia, obtém a noção de planejamento
econômico e valores legais dentro da ética e colabora para a formulação da
Nanomedicina como uma ciência segura e revolucionadora para a
qualidade de vida do ser humano.
A partir das discussões e pesquisas passa-se a apontar as
conclusões.

8 Conclusões
Em qualquer área de produtividade existe, dentro da lei, a exigência
de seguir as normativas e apresentar o certificado do controle de qualidade
do que se tem produzido. Da mesma forma deve funcionar os produtos
relacionados ao que se denomina Nanotecnologia na área médica e no que
tange à indústria, as ferramentas, medicamentos, métodos de análise e
moléculas portadoras são de importante utilidade na saúde.
O Engenheiro Químico tem, nesse momento, a função de
desenvolver projetos, métodos e ferramentas de extrema relevância
medicinal, assim como operar na síntese do legislativo por ter a
220
 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

propriedade para trabalhar com corpos em variadas escalas, desde a


manométrica (molecular) até a quilométrica e não apenas a projeção, mas
também a produção em larga escala nas indústrias.
Todavia, o problema apontado se estabelece no impedimento da
utilização eficaz da tecnologia em questão, a consequente inutilização da
mesma e a inviabilidade sanitária de certos nanomateriais. O Engenheiro
Químico atuará na garantia das etapas da produção para que o uso seja
viável, a fim de melhorar a saúde e a qualidade de vida humana.
Para isso, é preciso que a parte legislativa, com relação à
Nanotecnologia em geral, seja projetada por órgãos como Ministério da
Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o programa
governamental Iniciativa Brasileira de Nanotecnologia (IBN) e a NanoReg,
para que haja produção e o consumo, o que torna coerente a contínua
aplicação de recursos e desenvoltura dos nanomedicinais.
Conclusão essa que adveio do método de pesquisa bibliográfica e
documental, que afiançou a formação de um banco de dados, o que assistiu
a compreensão dos conceitos e a dinâmica pela busca da conclusão do
problema proposto e a solução do mesmo junto ao Ministério da Saúde.
Como resultado do banco de dados, encontrou-se que, apesar do
significativo potencial da Nanomedicina, essa tecnologia pode, a longo ou
curto prazo, trazer consequências biológicas malignas aos organismos, já
que apresentam resultados imprevisíveis dentro do corpo humano. Além
disso, no Brasil há carência no âmbito de investimentos para pesquisas
tecnológicas focadas na esfera da indústria o que contribui, também, com
os resultados imprevisíveis.
No entanto, encontrou-se também que tal risco não desfaz a validez
dessa ciência como medicina avançada pois é um problema que pode ser
resolvido com pesquisas e dados acorridos que asseguram o uso e a
concentração dos nanotecnológicos em fármacos por exemplo, ou seja,
com consciência do que se propõe e apesar dos seus riscos, a
Nanomedicina pode ser viável.
O que se tem da discussão é que, quando se trata da viabilidade
econômica e sanitária, com pesquisas realizadas de acordo com o material
bibliográfico, o Engenheiro Químico, por ter conhecimentos da química e da
engenharia, é dotado de noção de planejamento econômico e valores legais
no âmbito da ética, colaborando, assim, para a formulação da
221
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Nanomedicina como uma ciência de prática segura e revolucionária para a


assistência da qualidade de vida humana.
Nesse sentido, a pesquisa teve como objetivo alcançado a
apresentação do tema de acordo com argumentos de válido embasamento
científico com o apontamento, do que se trata a Nanotecnologia introduzida
à Medicina, da importância do desenvolvimento dessas ciências em
conjunto e o papel da Engenharia Química e seu profissional nesse âmbito.
Também é apresentado o conceito de Nanotoxicologia e a importância do
cumprimento de parâmetros, além da situação atual do investimento
brasileiro no setor industrial da Nanomedicina.
O que leva à problemática da pesquisa: O que é necessário para que
a utilização da Nanomedicina no ser humano seja uma alternativa efetiva a
fim de ter ampla utilização na melhoria da saúde e qualidade de vida
brasileira?
Reafirma que, para que a utilização da Nanomedicina no ser humano
seja uma alternativa efetiva, é necessário que um profissional da
Engenharia Química esteja presente no processo de produção para que ele,
com seus conhecimentos da engenharia e da química, analise parâmetros
indispensáveis para a segurança do consumidor da tecnologia, como
tamanho, biocompatibilidade, toxicidade, além do cumprimento da
legislação e das normas técnicas. É importante também a presença do
Engenheiro Químico no que tange ao viés econômico da produção
industrial, já que este é responsável pelo balanço entre qualidade e custo
de produção.
A partir dos quesitos elencados, o cumprimento das normativas e a
aplicabilidade sanitária e econômica da Nanomedicina no ser humano serão
conquistados através do trabalho do Engenheiro Químico. Com isso,
importunos como a toxicidade não serão problemáticas e haverá a
garantida de uma tecnologia medicinal com lucratividade e que aumentará a
qualidade de vida humana.

9 Referências
BOCATTO apud PIZZANI, Luciana et al. A Arte da Pesquisa Bibliográfica
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Nanomedicina, uma subárea da Nanotecnologia. Disponível em:
https://docplayer.com.br/58652773-Nanotecnologia-artigos-nanomedicina-e-
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WELTER, Aline Jung. UFFS. Estudo sobre a Nanomedicina e suas
aplicações . Disponível em:
https://rd.uffs.edu.br/bitstream/prefix/2244/1/WELTER.pdf. Acesso em: 11
maio 2021.

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 Engenharia Química – compromisso com a sustentabilidade 

Apresentação disponível em: https://www.youtube.com/watch?


v=PO_m2NRFXww

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

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