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 Engenharia da Produção – consultoria 

Wilson José Gonçalves


(organizador)

Engenharia Produção
– consultoria –

1ª ediçã o

Campo Grande – MS
Academia de Letras Jurídicas do Estado de Mato Grosso do Sul – ALJ-MS
2021

1
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Engenharia de Produção
– consultoria –

Editora
Academia de Letras Jurídicas do Estado de Mato Grosso do Sul

Conselho Editorial
Aires Gonçalves, ALJ-MS. ( in memoria )
André Puccinelli Júnior, Doutor/PUC-SP – UFMS / ALJ-MS.
Fadel Tajher Iunes, ALJ-MS. ( in memoria )
Helder Baruffi, Doutor/USP – UFGD / ALJ-MS.
Júlio Cesar Bebber, Doutor/USP – TRT 24ª Região / ALJ-MS.
Lúcio Flavio Joichi Sunakozawa, Mestre/UCDB – UEMS-MS.
Ruy Celso Barbosa Florence, Doutor/PUC-SP, ALJ-MS.
Sérgio Fernandes Martins, Mestre/UGF / ALJ-MS.
Tatiana Azambuja Ujacow, Mestre/UnB – UFMS / ALJ-MS.
Wilson José Gonçalves, Doutor/PUC-SP – UFMS / ALJ-MS.

Ficha Catalográ fica


GONÇALVES, Wilson José (org.).
Engenharia de Produção – consultoria. Campo Grande-MS: ALJ-MS, 2021.
117 p.
Inclui referê ncias
1. É tica. 2. Legislaçã o. 3. Profissã o.
CDD

Endereço:
Rua Joaquim Murtinho, 93 – Centro. Campo Grande-MS.
79.002-100
f. + 55 67 98419 1515
e-mail: academiadeletrasjuridicas@bol.com.br
Arte da Capa de Rayan Peixoto Fleming

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 Engenharia da Produção – consultoria 

Wilson José Gonçalves


(organizador)

Engenharia Produção
– consultoria –

Academia de Letras Jurídicas do Estado de Mato Grosso do Sul


2021

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Dedicatória
Aos Professores, Técnicos-Administrativos e Familiares.

A Coordenadora do Curso Professora Doutora Nadya Kalache

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 Engenharia da Produção – consultoria 

Sumário
Apresentação................................................................................................................. 7
Estrutura da Cadeira: preocupação no fator de produção......................................12
Wilson José Gonçalves ............................................................................................12
Engenharia do Produto: viabilidade do pigmento extraído da flor azul feijão borboleta
(Clitoria Ternatea L. ) para a finalidade de cosméticos...........................................77
Ana Paula Lima Araújo ............................................................................................77

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Apresentação

O ano de 2021, continua marcado pela Pandemia, triste, mas, sem


deixar a vida ficar em vão. O ensino remoto, com base na tecnologia e no
Google Meet e aplicativos, foram os meios de aproximar e continuar. Nunca
os versos de Fernando Pessoa foram tão presentes:
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
“Tudo vale a pena, Se a alma não é pequena ”, ainda que não seja o
ideal, mas, foi feito o possível e o impossível, para manter a chama do
ensino e da educação viva.
Os efeitos do distanciamento social e da rotima de notícias tristes por
quem nos deixa, são combustíveis para continuar a caminhar, a acreditar
na educação que o mundo por vir será melhor, que o novo normal será
diferente.
Neste espiríto, buscou levar o segundo semestre e deixar um pouco
deste legado.
Nas aulas da disciplina “ Legislação, Ética Profissional e Cidadania ”,
o foco era a legislação, em sua vertente normativa, no qual se enfatizou as
normas de conhecimento, normas técnicas, normas éticas, normas legais e
normas internacionais. Sem olvidar o conceito de direito, o ordenamento
jurídico, o sistema jurídico, a ética, a ética profissional, a legislação, com
destaque ao direito do trabalho, lei de licitação, os direitos humanos e as
concepções de cidadania.

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Em paralelo, desenvolvia-se a estrutura do pensamento, da crítica,


da vinculação e sistematização de conteúdos, bem como, da expressão
técnica da escrita como forma e exercício da prática profissional.
O saber escrever é antes de tudo, saber pensar, pesquisar, refletir,
criar e materializar soluções. Como a Engenharia foca na resolução de
problemas, ou seja, encontrar soluções, deve ter como habilidades e
competências a escrita, que nada mais é do que a extensão de projetos,
planejamentos, memoriais, contratos, avaliações, relatórios e outros tantos
documentos que o profissional de Engenharia tem que produzir em suas
atividades do cotidiano.
Qualidades que os autores desenvolveram com esta atividade, o qual
tenho muito orgulho de fazer parte. E para desenvolver está atividade
avaliativa, foram necessárias pesquisa, reflexões, orientações, escrita,
correções, revisões e mais revisões até que o livro estivesse pronto para
apresentá-los a comunidade em geral.
Ensinar a técnica de parágrafo e construção de textos técnicos, no
qual o objetivismo predomina, bem como, as exigências científicas se
impõem, permite o exercício da consciência da Legislação (toda atividade
da engenharia é permeada por comandos normativos), da Ética
Profissional, para com os eixos de obrigações do Código de Ética, como a
condenação do plágio em todos os sentidos. Promovendo com isto, a
cidadania, ao refletir sobre a profissão e sua atuação em prol da sociedade.
Para desenvolver a atividade, elegeu-se a técnica de parágrafo, que
em sua composição exige-se uma lógica e sequencialidade rigorosa em sua
forma e, principalmente, em seu conteúdo, como pode-se observar:
Título: subtítulo (objeto de estudo: solução)
Nome do Autor
e-mail:
Resumo: [cinco elementos: 1 Contexto; 2 Objetivo; 3 Método; 4 Resultado; 5
Conclusões].
Palavras-chave: 1 Uma. 2 Duas. 3 Três. 4 Quatro. 5 Cinco.
Sumário: 1 Introdução. 2 Objeto de Estudo. 3 Problema. 4 Solução. 5 Metodologia.
6 Resultado. 7 Discussão. 8 Conclusões. 9 Referência.
1 Introdução
§ - contextualização do tema de modo a situar o leitor;
§ - justificar ou explicar o título;
§ - estabelecer os limites ou a delimitação do texto;
§ - quais os objetivos;
§ - o problema;
§ - as hipóteses a serem trabalhadas;
§ - o método utilizado;
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§ - a fundamentação ou revisão bibliográfica;


§ - indicar os principais resultados;
§ - a provável solução;
§ - as principais partes do trabalho e como foram apresentadas;
§ - as razões de se ler o trabalho ou a sua contribuição.

2 Objeto de Estudo
§ - introdução [USAR AS PALAVRAS DO TÍTULO DO TÓPICO] = indicando o
conteúdo geral do tópico
§ - citação 1 (s) – no mínimo três autores citação direta
§ - comentário – aprende a dialogar com os autores
§ - citação 2 (s) – no mínimo três autores citação direta
§ - comentário – aprende a dialogar com os autores
§ - citação 3 (s) – no mínimo três autores citação direta
§ - comentário – aprende a dialogar com os autores
§ - análise – para compreensão do assunto
§ - conclusão = Assim, [USAR AS PALAVRAS DO TÍTULO DO TÓPICO]
§ - gancho para próximo tópico [INDICAR COM AS MESMAS PALAVRAS
EXISTENTES NO PRÓXIMO TÓPICO]

3 Problema
§ - introdução [USAR AS PALAVRAS DO TÍTULO DO TÓPICO] = indicando o
conteúdo geral do tópico
§ - descrever o problema = USAR O PROBLEMA (PERGUNTA?) DA
INTRODUÇÃO
§ - [...] se possível – citação para demonstrar o problema, sua origem ou demais
aspectos que despertam o interesse ao problema
§ - ao citar deve-se comentar
§ - reforçar o foco do problema na pergunta ou em seus detalhamentos
§ - conclusão = Assim, [USAR AS PALAVRAS DO TÍTULO DO TÓPICO]
§ - gancho para próximo tópico [INDICAR COM AS MESMAS PALAVRAS]

4 Solução
§ - introdução [USAR AS PALAVRAS DO TÍTULO DO TÓPICO] = indicando o
conteúdo geral do tópico.
§ - recuperar o problema de pesquisa.
§ - desenvolver as hipóteses indicada na INTRODUÇÃO e outras [...]
§ - primeira hipótese – indicar e demonstrar / refutar o porquê não é a resposta
mais adequada ao problema.
§ - refutar a hipótese.
§ - segunda hipótese – indicar e demonstrar / refutar o porquê não é a resposta
mais adequada ao problema.
§ - refutar a hipótese.
§ - terceira hipótese – indicar e demonstrar que é a resposta mais adequada ao
problema.
§ - a última hipótese é a solução mais adequada ao problema
§ - conclusão = Assim, [USAR AS PALAVRAS DO TÍTULO DO TÓPICO]
§ - gancho para próximo tópico [INDICAR COM AS MESMAS PALAVRAS]

5 Metodologia
§ - introdução [USAR AS PALAVRAS DO TÍTULO DO TÓPICO]
§ - descrever os bancos de dados e demais informações de COMO foi feita a
pesquisa
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§ - [...]
§ - conclusão = Assim, [USAR AS PALAVRAS DO TÍTULO DO TÓPICO]
§ - gancho para próximo tópico [INDICAR COM AS MESMAS PALAVRAS]

6 Resultados
§ - introdução [USAR AS PALAVRAS DO TÍTULO DO TÓPICO] – Balizar-se ou
ORIENTAR-SE pelo texto do RESUMO e da INTRODUÇÃO, de modo a manter a
coerência e coesão do texto agregando os dados reunidos no banco de dados ou
nas referências no qual se apoiou para realizar a pesquisa.
§ - descrever a síntese do banco de dados, ou seja, faça um apanhado de tudo
que pesquisou. Organizando de modo a demonstrar os textos de posição
contrária, se encontrou, bem como a posição favorável. Tanto do objeto de
estudo, do problema e da solução. Além da metodologia que pode ser incluída.
RECOMENDA-SE O USO DO TÍTULO E DO SUMÁRIO PARA COMPOR A
ORGANIZAÇÃO DO BANCO DE DADOS, SUA SINTÉSE E COMENTÁRIOS
§ - REPETIR ESSA ORIENTAÇÃO [PARÁGRAFO] PARA CADA REFERENCIA
CONSULTADA OU QUE JULGA IMPORTANTE PARA A CONSTRUÇÃO DO
TEXTO E DO ENTENDIMENTO DO TEMA [...] – comentar as principais
REFERENCIAS que consultou para elaborar o texto, indicando sua contribuição
§ - [...] – comentar as principais REFERENCIAS que consultou para elaborar o
texto, indicando sua contribuição
§ - REPETIR ESSA ORIENTAÇÃO [PARÁGRAFO] PARA CADA REFERENCIA
CONSULTADA OU QUE JULGA IMPORTANTE PARA A CONSTRUÇÃO DO
TEXTO E DO ENTENDIMENTO DO TEMA [...] – comentar as principais
REFERÊNCIAS que consultou para elaborar o texto, indicando sua contribuição
§ - fechar a ideia do que se encontrou, no banco de dados, com aquilo escrito no
resumo e na introdução
§ - conclusão = Assim, [USAR AS PALAVRAS DO TÍTULO DO TÓPICO]
§ - gancho para próximo tópico [INDICAR COM AS MESMAS PALAVRAS]

7 Discussão
§ - introdução [USAR AS PALAVRAS DO TÍTULO DO TÓPICO]
§ - compreende na seleção dos resultados que garante a construção do Tópico 2,
3, 4 e 5 = discussão dos resultados (tópico anterior)
§ - [...] § - conclusão = Assim, [USAR AS PALAVRAS DO TÍTULO DO TÓPICO]
§ - gancho para próximo tópico [INDICAR COM AS MESMAS PALAVRAS]

8 Conclusões
A conclusão deve conter os seguintes parágrafos:
§ - parágrafo de introdução com base no texto do resumo
§ - síntese do tópico 2 – objeto de estudo
§ - síntese do tópico 3 – problema
§ - síntese do tópico 4 – solução
§ - síntese do tópico 5 – metodologia de execução
§ - síntese do tópico 6 – resultados
§ - síntese do tópico 7 – discussão
§ - destacar o objetivo – [resumo, introdução] – indicando se alcançou ou não
§ - recuperar o problema a pergunta – [introdução]
§ - responder de forma clara a pergunta USANDO apenas elementos trabalho ou
visto no texto, NADA DE ELEMENTO NOVO.
§ - dizer por que essa solução é a melhor.

9 Referências
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De cinco a oito referências – conforme ABNT. Colocar em ordem alfabética por


sobrenome (use o classificar no Word)
Use como base a NBR 6023

Está estrutura pode ser vista, em sua aplicação, nos textos em que o
leitor tem em mãos, comprovando a viabilidade e executoriedade de um
texto técnico-científico, bem como o resultado do processo de ensino-
aprendizado. Reforçando a ideia que o conteúdo dos artigos, deve ou
deveria vincular sua temática com a ementa da disciplina, seja de forma
direta ou indireta. O que foi cumprindo.
O autor e autora deve sua dedicação e empenho na proposta de se
pensar a disciplina com base em uma questão prática e direta com a
proposta e a ementa da disciplina.
Com isto, finalizou-se a programação inicialmente feita e concluída
ao encerramento do semestre. Com isto, traz a alegria e felicidade da
missão cumprida.
O que demonstrar que o amor, a disciplina e a persistência
conduzem a perfeição e ao mesmo tempo um avanço, uma inovação no
campo das ideias que se projeta a mudança da realidade social.
Por fim, como professor e organizador da obra, gostaria de registrar
minha gratidão, pelo voto de confiança recebido, ao acreditar neste projeto.
Encerrando o semestre com chave de ouro, e demonstrando uma
viabilidade de uma ideia.
Muito obrigado, um grande e fraterno abraço a todos e todas.
Campo Grande-MS., Cidade Universitária, 21 de novembro de 2021.

Prof. Dr. Wilson José Gonçalves

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 Engenharia da Produção – consultoria 

Estrutura da Cadeira: preocupação no fator de produção

Wilson José Gonçalves


wilson.goncalves@ufms.br

Resumo: Trata-se do conhecimento da estrutura da cadeira


ou do designer estabelecido e atribuído a este mobiliário,
em tempos de Pandemia de Covid-19 levou parte
significativa da população ativa a se deslocar para o
trabalho home office , e por consequência passaram a
ocupar de maneira sistemática o mobiliário, o que ganhou
atenção do profissional da Engenharia de Produção, pois
despertou preocupação no fator de produção, com
indicadores de produção e reflexos corporais em
decorrência de postura inadequada ou imprópria que a estrutura da cadeira leva
ao colaborador a ter e refletir em seu bem-estar e no grau e fator de produção. O
objetivo é compreender o alcance e a influência da estrutura da cadeira, enquanto
mobiliário de uso de trabalho e os reflexos nos fatores de produção do
colaborador. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica e documental. Na
qual pautou nos bancos de dados oficiais, no Google Acadêmico e Bibliotecas
digitais. Na pesquisa documental se subsidiou das normativas. Os resultados
indicam que a estrutura da cadeira ou seu designer contribui ou afeta na produção,
pois, além da adequação na ergometria necessária a boa prática de produção, ao
bem-estar do colaborador e reflexos em estatísticas de atividades laborais. As
conclusões são que os profissionais da Engenharia de Produção, cujo esteio de
trabalho ou produção se permite ou exige dos colaboradores, que exerçam suas
atividades sentados em mobiliários adequados nas estruturas ou designer, em
especial, cadeiras apropriadas as atividades e aos locais ou movimentos que o
colaborar exerce a jornada de trabalho.

Palavras-chave: Produção; Mobiliário; Ergonomia; NR 17; Cadeira.

Sumário: 1 Introdução. 2 Estrutura da Cadeira. 3 Despreocupação no Fator de


Produção. 4 Preocupação no Fator de Produção. 5 Metodologia. 6 Resultados. 7
Discussão. 8 Conclusões. 9 Referências.
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1 Introdução
A cadeira, em um primeiro momento, representa apenas um mobiliário no
contexto do uso e ocupação de um espaço durante um tempo dentro de uma
organização, empresa ou atividade produtiva. No entanto, a percepção e a
inteligência passaram a observar que a cadeira, em sua estrutura ou em seu
designer, possui algo diferente e além da estética. Mas, sobretudo, uma
funcionalidade e um desempenho dentro do contexto de produção, de bem-estar
e qualidade de vida dos colaboradores que do mobiliário se serve ou utiliza.
Observa-se que pensar a estrutura da cadeira, enquanto mobiliário e seu
designer, na integração humana e produção, implica, de modo necessário, o
domínio normativo, seja das normas de conhecimento, normas técnicas, normas
éticas, normas legais, normas legais e outras normativas de acordo com a
extensão da cultura e das circunstâncias de produção. Como é o caso das
normas religiosas, na produção de alimentos, por exemplo. Veja que a estrutura
da cadeira, assume também as dimensões de Direitos Humanos, de Cidadania,
no contexto da saúdo do trabalhador, das normas trabalhistas, das licitações, da
ética profissional, ao indicar, recomendar ou validar um tipo de cadeira, a
compreensão do biótipo corporal etc.
Neste sentido, observar e ter o conhecimento da estrutura da cadeira,
bem como de seu designer e os reflexos destes atributos. A estrutura da cadeira,
em seu formato e funcionalidade, conforto e ergometria são pontos sensíveis que
se revela ou acentuaram em tempos de Pandemia de Covid-19, pois, parte
significativa da população ativa laboral, deve seu deslocamento para o trabalho
home office, o que passou a ocupar de maneira sistemática, a cadeira, como
mobiliário integrado ao trabalho. O que ganhou atenção especial do profissional
da Engenharia de Produção, vez que despertou preocupação no fator de
produção, com indicadores de produção e reflexos corporais em decorrência de
má postura ou postura inadequada e imprópria que a estrutura da cadeira leva ao
colaborador durante o desenvolvimento da atividade laboral, e por consequência
reflete no bem-estar, na saúde humana, na longevidade laboral e, sobretudo, no
grau e fator de produção.

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Com isto, compreende que a estrutura da cadeira, vista como forma,


desenho, designer, curvas, material, funcionalidade, medidas, adequação
ergonômica e outros elementos que interagem e contribuem para a produção,
vez que é neste espaço e movimento que o colaborador desenvolve suas
atividades e produção, seja em organizações de serviço (ex. call center etc.), na
indústria de confecções (ex. costureira etc.), conforto ao cliente durante o
consumo local (ex. restaurantes, bares etc.), atendimento ao público etc. O que
leva este mobiliário ao status de equipamento, o que garante e necessita de uma
despertar da preocupação no fator de produção, ou seja, a cadeira, ao integrar o
ambiente de trabalho e incorporar como equipamento ou ferramenta de trabalho,
tem parcela significativa no resultado e grau de fator de produção, pois, projeta
no bem-estar, na ergonomia, na saúde, que por sua vez reflete na produção.
Com isto justifica uma investigação e detalhamento de se conhecer a estrutura
da cadeira, como também, evidenciar a preocupação e adequação deste
mobiliário como fator de produção.
No processo de investigação e pela amplitude do objeto de estudo,
estabeleceu como limites investigativo a estrutura da cadeira, enquanto designer,
que integra a unidade com o colaborador no desenvolvimento de sua atividade
laboral. E por via, transversal compreender, tão somente, o alcance e a influência
que a escolha da estrutura da cadeira, enquanto equipamento, interfere ou não
nos fatores de produção dos colaboradores.
O objetivo da pesquisa é compreender o alcance e a influência que a
estrutura da cadeira ou seu designer, enquanto mobiliário, que se incorpora
como equipamento e ferramenta de uso de trabalha, pode ou não ter reflexos nos
fatores de produção do colaborador. Seja na mobilidade, conforto, adequação,
segurança e agilidade nos movimentos, ou não, que a atividade laboral exige.
A questão problema ou o problema de pesquisa se volta para seguinte
pergunta: quais as exigências e quesitos necessários para a compreensão,
alcance e influência da estrutura da cadeira, enquanto mobiliário ou equipamento
de trabalho, nos fatores de produção do colaborador ou de seus resultados finais
de produção?

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Para responder ao problema de pesquisa, estabeleceu de forma inicial


três hipóteses ou prováveis respostas que são:
a) Não há exigências e quesitos necessários para a compreensão,
alcance e influência da estrutura da cadeira, basta uma vistoria e a verificação de
seu conforto mínimo, pois, o resultado da produção depende do desempenho do
colaborador e a cadeira não interfere neste processo;
b) As exigências e quesitos são de ordem subjetivas e dependem da
atividade, podendo da empresa, os mobiliários padrões são os indicados e
preenchem todos os quesitos e exigências de satisfação, precisando apenas ser
resistentes e com durabilidade;
c) As exigências e os quesitos necessários para a compreensão, alcance
e influência da estrutura da cadeira, enquanto mobiliário ou equipamento de
trabalho, perpassa por normas de conhecimento ou perfil dos colaboradores, as
normas técnicas que estabelece e defini o tipo de equipamento para cada
atividade, bem como tem-se a exigência da observância da NR 17 – Ergonomia,
que estabelece parâmetros e condições de trabalho que respeita as
características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a assegurar o
conforto, segurança e desempenho eficiente. Pois, tais observâncias, não só
representa o cumprimento e recomendação normativa, mas, reflete nos fatores e
produção do colaborador e seus resultados a curto, médio e longo prazo.
Na metodologia da pesquisa foi utilizado a pesquisa bibliográfica e
documental. Sendo que a pesquisa bibliográfica se pautou na rede mundial de
computadores, nos bancos de dados oficiais, no Google Acadêmico, em
bibliotecas digitais e e-books. Na pesquisa documental buscou se subsidiar nas
normativas relativas a temática.
Para compor a fundamentação teórica da pesquisa pautou-se nos
seguintes autores e obras: Ana Flávia Oliveira, Ergonomia no trabalho: como ela
aumenta a produtividade; Carla Paoliello, Análise Biomecânica da Estrutura de
Cadeiras de Madeira; FNDE. Manual Descritivo para Aquisição de Mobiliário –
Implantação da Escola de Ensino Infantil Tipo B e Tipo C; Frederick M. C. Van
Amstel, Por que a cadeira é o objeto preferido dos designers? ; Funcional
Mobiliário Corporativo, Ergonomia: Qual a sua importância no mobiliário
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corporativo; Mariângela Gagliardi Caro Salve e Antonia Dalla Pria Bankoff.


Postura corporal: um problema que aflige os trabalhadores; Mirage Moveis.
Importância dos Móveis Corporativos na Produtividade e no Clima
Organizacional das Empresas; Roberto Carlos Barduco e Abílio Garcia dos
Santos Filho. Insatisfação e Desconforto: o caso da poltrona do motorista de
ônibus urbano.
Os principais resultados encontrados na pesquisa indicam que a cadeira
ou seu designer pode contribuir ou afetar na produção. Pois, a sincronia e
harmonia entre o corpo e uma adequação mobiliaria que contribui para os
movimentos, conforto, segurança e que possa garantir uma qualidade de vida e
de trabalho, resulta numa forma técnica e precisa voltada a ergometria
necessária, sobretudo, como boa prática de produção, do bem-estar do
colaborador, que se atingido um status de dignidade humana é capaz e tem seus
reflexos em estatísticas de atividades laborais, com eficiência, durabilidade,
longevidade e perfeição técnica.
Uma postura correta, permitido e auxiliado pelo mobiliário, no caso a
estrutura da cadeira, tem no conforto o aumento ou a permanência do ritmo de
produção. Na condição do bem-estar do corpo, tem-se, no mínimo, a garantia da
continuidade produtiva, e se houver um acerto preciso na ergonomia, ou seja,
havendo uma relação perfeita entre o ser humano e a máquina, seu atendimento
e demais atividades laborais, por meio de uma sustentação confortável e de
bem-estar propiciada pela estrutura da cadeira e os mecanismos de satisfação
plena das exigências do corpo, a probabilidade do aumento da produção ou a
garantia do ritmo de produção é um ganho significativo, sobretudo, para a
Engenharia de Produção.
Firmando com isto, que a preocupação no fator de produção decorre em
parcela significativa ao bem-estar do colaborador, e este bem-estar perpassa
pelas condições do mobiliário e do ambiente de trabalho.
O mobiliário, sobretudo, sua perfeita adequação ergonômica, cuja
preocupação na interação entre seres humanos e sua extensão ao posto de
trabalho, tem reflexo no desempenho do resultado, aos primeiros sintomas de
dor e desconforto. No entanto, havendo a preocupação, com o conforto e bem-
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estar do colaborador, por meio da estrutura da cadeira o qual passa seu período
produtivo, terá este revés como resultado da produção.
Para o registro do desenvolvimento da pesquisa, fixou-se a divisão em
nove tópicos que serão vistos da seguinte forma: i) uma introdução de natureza
geral e de apresentação de conteúdo, com a indicação do problema, das
hipóteses e do panorama das principais partes; ii) a conceituação e descrição do
que seja a estrutura da cadeira e seus detalhamentos ergonômicos; iii) a
descrição do problema que compreende na despreocupação no fator de
produção decorrente da não percepção da estrutura da cadeira; iv) no tópico 4,
reservou-se para descrever e apontar a solução ao problema, apresentando e
compreendendo as hipóteses, bem como, delimitando qual seria a hipótese mais
adequada; v) registrou-se o passo-a-passo da pesquisa com indicação da
metodologia utilizada; vi) no tópico dos resultados, buscou destacar os principais
pontos e textos encontrados ao longo da pesquisa que foram os mais
significativos para compreensão da temática da pesquisa; vii) no tópico da
discussão, procurou recuperar a síntese dos tópicos e fixar sua interligação de
modo a confirmar e consolidar a pesquisa; viii) apresentou as principais
conclusões de cada tópico e a resposta ao problema, bem como, se alcançou ou
não o objetivo proposto; e ix) por fim, reservou o tópico para o registro das
referências consultadas ao longo da pesquisa, servindo como fonte para novas
pesquisas.
Nas organizações ou nas empresas, um dos elementos essenciais de
produção, junto a matéria-prima, equipamentos, tecnologia, planejamento e
outros, destacam-se os colaboradores, a mão-de-obra. Por ser o elemento
essencial, a vinculação e integração com o ambiente e, com destaque, na
interação com o mobiliário ou adequação, por exemplo, do colaborador e a
plataforma ou estrutura da cadeira no qual desenvolve sua atividade laboral junto
a empresa. Precisa ter uma atenção especial, de forma diferenciada, com a
incidência ou aplicação da NR 17, que trata da ergonomia ou a busca pelas
condições ideias de trabalho e de eficiência produtiva. O que conduz a um ponto
específico que é a compreensão e preocupação com a estrutura da cadeira como
fator de produção.

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Destaca-se que as cadeiras, dentro das empresas que seus


colaboradores atuam sobre está peça-chave, no qual é preciso considerar o
biótipo físico, a atividade exercida, bem como o bem-estar, dos colaboradores,
durante a jornada de trabalho. O que garante um impacto positivo no fator de
produção. O que justifica a pesquisa e, também, coloca a temática dentro da
agenda dos profissionais de Engenharia de Produção, o que por si só, justifica,
mas, permite pensar a ergonomia em todas as dimensões do processo produtivo.

2 Estrutura da Cadeira
A compreensão da estrutura da cadeira, perpassa de modo inicial, na
etimologia da palavra “estrutura” e da “cadeira”, bem como ao ressignificado da
expressão “estrutura da cadeira”, sobretudo, no contexto da Engenharia de
Produção, bem como, extensão do corpo humano em sua atividade laboral.
Sendo necessário, para a compreensão, resgatar os conceitos de “estrutura da
cadeira”, para depois, estabelecer sua finalidade e efeito dentro do processo
produtivo, sob a perspectiva da Engenharia de Produção, cujo foco se opera, na
eficiência dos movimentos, na potencialidade do alcance e na economicidade da
energia para o sentido de produção, ou seja, compreender a estrutura da
cadeira, enquanto mobiliário, integrado ao colaborador pode ou não ditar
resultados na produção e no bem-estar do colaborador.
De início, a compreensão etimológica da palavra, em especial, a palavra
“estrutura”, pode contribuir para este entendimento. Para tanto, traz as preleções
de Laís Castro, com fonte em El Castellano, traz na etimologia as seguintes
informações:
A palavra latina estrutura foi formada a partir do verbo struere (acomodar
em pilhas, empilhar) que, por sua vez, provém da raiz indo-europeia ster-
(implantar). Uma vez que os romanos deram ao verbo struere a
denotação acima indicada, formou-se não só estrutura mas também uma
grande família de palavras na qual se contam verbos e substantivos cujos
significados determinam-se mediante o uso de sufixos, tais como
construir, mediante o prefixo con-; reconstruir, mediante o prefixos re- (de
novo) e con-; destruir, mediante o prefixo des-; instruir (fornecer a alguém
elementos internos, como o conhecimento), mediante o prefixo in-;
obstruir, mediante o prefixo ob- (contra).
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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

De instruir derivou-se também instrumento. O prefixo in- tomava, às


vezes, em latim a forma indu, com o que construir deu lugar também a
indústria e seus derivados.
Antepondo o prefixo super- temos superestrutura, originalmente, (algo
que está construído em cima).
Nos primeiros anos do século XX, o linguista suíço Ferdinand de
Saussure tomou a palavra para explicar sua teoria da linguagem humana,
que concebia como uma estrutura binária. Este enfoque logo influenciou
sobre outras ciências e disciplinas, como a Antropologia e a Filosofia, nas
quais se desenvolveram correntes estruturalistas baseadas nas ideias de
Saussure.
Fonte: elcastellano.org
Fonte: Laís Castro. Etimologia das palavras – Estrutura . Disponível em:
https://patrialais.blogspot.com/2011/04/etimologia-das-palavras-estrutura.html#:~:text=A
%20palavra%20latina%20estrutura%20foi,europeia%20ster%2D%20(implantar).&text=O
%20prefixo%20in%2D%20tomava%2C%20%C3%A0s,a%20ind%C3%BAstria%20e
%20seus%20derivados. Acesso em: 9 set. 2021.

No contexto evolutivo-histórico, percebe-se que a palavra “estrutura”


advém de acomodar em pilhas, empilhar, que por sua vez, no uso romano,
projetou-se para construir, reconstruir, instruir até o sentido de indústria, ou pleno
fazer. O que autoriza o entendimento para acomodar camadas que se vão se
sobrepondo até sua máxima transformação, que é a própria transformação que
culmina na indústria.
Esta compreensão evolutiva-histórica permite inferir que a estrutura são
núcleos que são revestidos e que projetam uma forma para reconhecimento e
uso. No caso, de um edifício, as estruturas, são as fundações e as colunas,
sendo o revestimento as paredes, rebocos etc. O mesmo pode-se aplicar na
compreensão da estrutura da cadeira, no qual tem-se a fundação em seus “pés”,
e o aporte em sua sustentação, cujo designer faz acomodação do corpo humano,
enquanto destinação de uso. Com isto, pode-se aproximar a ideia de estrutura a
de designer. No qual se tem aparência (revestimento) e essência (fundação).
Por sua vez Frederick van Amstel, faz uma reflexão sobre o conceito do
que é uma cadeira, o qual se transcreve:
A cadeira em geral é uma abstração, logo, não me interessava. Eu queria
tratar de cadeiras específicas, que era onde via a possibilidade de
mudança prática no dia-a-dia. Porém, após ler Engeström e Lefebvre na
minha pesquisa de doutorado, estou convencido de que é preciso

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 Engenharia da Produção – consultoria 

também repensar os conceitos que dão origens às coisas para promover


mudanças sustentáveis.
Minha noção de conceito era individualista. Eu pensava que um conceito
era uma ideia que poderia diferir de uma pessoa para a outra. Mas não é
isso que conceito significa no materialismo dialético. Conceito é uma
coisa coletiva, compartilhada, construída socialmente ao longo da história
de uma sociedade. A reinterpretação e modificação do conceito por uma
pessoa individual existe mas enfrenta resistência no social. Essa
resistência é sintoma da materialidade do conceito, que apesar de não
ser físico é muito concreto.
Veja, por exemplo, os banquinhos expostos na galeria sobre design
brasileiro em Milão assinados como "design anônimo". Estes bancos não
estão questionando o conceito de cadeira, mas sim o conceito de design,
pelo contexto em que estão exibidos. Para muitos designers, o conceito
de design está muito ligado ao conceito de autoria por isso embora estes
bancos não tenham um autor que se proclama, chama-se o autor de
anônimo. Na verdade, os bancos não têm autor porque eles não foram
criados com base no conceito de autoria. A inclusão destes trabalhos em
tão privilegiado local contribui para liberar o conceito de design do
conceito de autoria, uma das propostas do design livre.
Então a chave para a resposta da minha pergunta inicial estaria no
conceito de cadeira? Sim, mas não nas suas características e sim na sua
origem. Para Engeström, a formação de um conceito parte de uma célula
germe, a abstração baseada na experiência sensorial, que é:
► Ubíqua, ou seja, está em toda parte e passa desapercebida
► Abre uma perspectiva para múltiplas aplicações
► A menor e mais simples parte de um todo complexo
► Carrega em si a contradição fundamental do todo complexo
A meu ver, a célula germe que dá origem ao conceito de cadeira em
nossa sociedade é o conforto. O conforto é uma relação positiva entre o
corpo humano e um objeto ou ambiente, porém, não se trata de um
encaixe. Já que o corpo humano está em constante mudança devido a
processos biológicos e sociais, o conforto é dinâmico. Uma posição
confortável dura pouco e logo é preciso se ajeitar de novo, ou seja, trata-
se de uma interação entre corpo e objeto.
O conforto se tornou ubíquo em nossa sociedade a partir do momento em
que nos tornamos sedentários e, ao mesmo tempo, hiperativos. Nosso
corpo está parado, mas nós não podemos nos satisfazer com isso,
precisamos agir: assistir televisão, conversar, trabalhar no computador,
checar o celular. O conforto é precisamente essa dinâmica de se ajeitar
aqui e acolá para fazer algo. No seu interior encontra-se a contradição
entre o sedentarismo e a inquietude da vida urbana, o todo complexo.

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

A cadeira é o objeto preferido porque está no limiar dessa contradição: a


pessoa sentada numa cadeira não está nem completamente relaxada,
nem completamente ativa. O conceito de cadeira permite que a célula
germe, o conforto, se desenvolva de formas muito variadas, daí a
diversidade de cadeiras encontradas em Milão.
A célula germe e o conceito não são absolutos e mudam conforme o
tempo, pois são coletivos. O objeto preferido dos designers pode ser o
telefone celular caso voltemos a viver como nômades, por exemplo. Na
verdade, o que é mais provável é que a célula germe que sucede o
conforto já esteja aí, carecendo de um conceito.
Fonte: Frederick M. C. Van Amstel. Por que a cadeira é o objeto preferido dos designers? .
Blog Usabilidoido, 2014. Disponível em:
http://www.usabilidoido.com.br/por_que_a_cadeira_o_objeto_preferido_dos_designers.html.
Acesso em: 9 set. 2021.

O autor traz uma análise, não só conceitual, mas, do próprio termo


“conceito”, no qual estabelece que o conceito deve ser “ uma coisa coletiva,
compartilhada, construída socialmente ao longo da história de uma sociedade ”. E
ao pensar o conceito de cadeira, este não parte das características, mas, sim de
sua origem. Circunstâncias que a “formação de um conceito parte de uma célula
germe”. Conduzindo o entendimento que a célula germe da cadeira, seja o
conforto.
Ao identificar a célula germe como o “conforto”, no conceito de conforto
como sendo uma relação positiva entre o corpo humano e um objeto ou
ambiente. O que é significativo para a compreensão e aos profissionais de
Engenharia de Produção.
Outro ponto significativo na preleção de Frederick M. C. Van Amstel, é o
reconhecimento que o corpo humano está em constante mudança, o que exige e
identifica no conforto é a sua dinâmica. Ou seja, “ uma posição confortável dura
pouco e logo é preciso se ajeitar de novo, ou seja, trata-se de uma interação
entre corpo e objeto”. Isto se opera em razão da dicotomia entre o sedentário e o
hiperativo. O sedentário é o parado, e o hiperativo é o trabalhando. E a cadeira,
como o autor se refere, “é o objeto preferido porque está no limiar dessa
contradição: a pessoa sentada numa cadeira não está nem completamente
relaxada, nem completamente ativa”. O que não se mostra diferente aos
profissionais da Engenharia de Produção, que tem que visualizar no objeto
“cadeira” algo que faz o colaborador parar e ao mesmo tempo produzir.
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 Engenharia da Produção – consultoria 

Carla Paoliello, em sua dissertação, “Análise Biomecânica da Estrutura de


Cadeiras de Madeira”, registra que:
No universo do mobiliário está registrada a história do cotidiano do
homem, sendo possível até dizer que o móvel é o elo material do
relacionamento entre o humano e sua habitação, entre corpo e
arquitetura. Entretanto, uma das maiores dificuldades no desenho destes
é proveniente do fato do ato de assentar ser, normalmente, visto como
uma atividade estática ao invés de dinâmica, resultante de frequentes
variações de postura que acontecem para aliviar as tensões dos
músculos dorsais. Tendo em vista essas considerações, foi desenvolvido
este estudo que visa conhecer melhor o comportamento da estrutura de
móveis de madeira de eucalipto com a finalidade de determinar as cargas
nos elementos estruturais utilizando para tanto carregamentos variáveis e
conceitos ergonômicos. Desta maneira, procurou-se definir alguns
procedimentos que visem garantir a otimização e uma maior segurança
no uso destes móveis, alcançando assim uma maior qualidade e
durabilidade dos móveis que se fábrica no Brasil.
Fonte: Carla Paoliello. Análise Biomecânica da Estrutura de Cadeiras de Madeira .
Dissertação apresentada à Escola de Engenharia, da Universidade Federal de Minas
Gerais. Disponível em: http://pos.dees.ufmg.br/defesas/102M.PDF. Acesso em: 9 set. 2021.

De uma forma restritiva pode-se compreender que ao tratar-se do


universo do mobiliário está se referindo a “cadeira”, no qual se afirma ser “ o
móvel é o elo material do relacionamento entre o humano e sua habitação, entre
corpo e arquitetura”. O que se pode inferir por extensão que a cadeira é o elo
material do relacionamento entre o ser humano e o meio de produção. Firmando-
se ainda, que a maior dificuldade provém do fato de que assentar é visto como
uma atividade estática, porém, registra-se que ao contrário exige-se uma
“dinâmica, resultante de frequentes variações de postura que acontecem para
aliviar as tensões dos músculos dorsais”.
Nota-se que a autora deve, em seu estudo, a preocupação em “ conhecer
melhor o comportamento da estrutura de móveis de madeira de eucalipto com a
finalidade de determinar as cargas nos elementos estruturais utilizando para
tanto carregamentos variáveis e conceitos ergonômicos”. Excluído a ideia do
móvel de madeira de eucalipto tem-se a concepção e a necessidade do
conhecimento das estruturas do móvel, no caso da cadeira, para obter da
“estática” e da “dinâmica” um resultado, não só do conforto, mas, sobretudo, da

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

produção, quando o móvel, cadeira, se incorpora na indústria, no comércio e


serviço em integração com o colaborador e a atividade produtiva.
Do percurso da pesquisa acima, pode-se aferir que a compreensão da
estrutura da cadeira, como mobiliário ou equipamento integrado e complementar
ao colaborador no desempenho de suas atividades produtivas, dentro da
organização ou da empresa, assume as seguintes concepções por uma análise
conceitual do objeto de estudo que são:
i) extensão do corpo humano em sua atividade laboral;
ii) projeta e contribui na eficiência dos movimentos, na potencialidade do
alcance e na economicidade da energia;
iii) indica fatores de resultados na produção;
iv) atinge o bem-estar do colaborador na hora da atividade produtiva,
como também, ao longo de sua vida laboral;
v) pontua-se, na etimologia, o acomodar-se em pilhas ou empilhar.
Colocando um sobre o outro. A Estrutura da cadeira permite a colocação no
espaço do objeto e do colaborador no desenvolvimento de uma atividade
produtiva;
vi) o conceito não pode ser algo de uma abstração, mas, “ uma coisa
coletiva, compartilhada, construída socialmente ao longo da história de uma
sociedade”;
vii) a formação do conceito parte de uma célula germe, com base na
experiência sensorial, que é: a) ubíqua – está em toda parte e passa
desapercebida (onipresente); b) múltiplas aplicações; c) compreende na menor e
mais simples parte de um todo complexo; d) carrega em si a contradição
fundamental do todo complexo. O que permite identificar a célula germe da
cadeira como sendo o conforto;
viii) a relação ou unidade entre o corpo e um objeto ou ambiente – cadeira
ocupada;

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 Engenharia da Produção – consultoria 

ix) o conforto adentra na relação entre corpo e objeto, com a contradição


entre o corpo dinâmico e o objeto estático. Porém, o conforto é dinâmico, sendo
que a posição sobre a cadeira dura pouco, exigindo-se um novo conforto ou
precisa se ajeitar de novo;
x) tensão existente na concepção da pessoa sentada na cadeira, no qual
não está de forma plena relaxada e nem de forma plena ativa. É a convivência da
diversidade;
xi) móvel é o elo material do relacionamento entre o humano e sua
habitação, entre corpo e arquitetura;
xii) uma das maiores dificuldades no desenho da cadeira é o fato do ato
de assentar ser, normalmente, visto como uma atividade estática ao invés de
dinâmica, resultante de frequentes variações de postura que acontecem para
aliviar as tensões dos músculos dorsais.
Com isto permite-se destacar os principais pontos coletados e analisados
sobre a estrutura da cadeira, sua funcionalidade, destinação, operacionalidade,
integração entre o ser humano e o objeto, bem como sua inserção ao meio e as
organizações ou empresas.
O que permite e autoriza uma visualização, dos dados, no seguinte
quadro:

Num primeiro momento, a Engenharia de Produção deve pensar o ser


humano e o objeto de modo que se busca o conforto, ou tenha condições
associadas para desenvolver um ambiente de produção, no reúne os meios

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

produtivos. Na integração da estrutura da cadeira e o ser humano, em sua


atividade sentada, não basta, o simples assentamento ou sobreposição, mas, de
forma fundamental a observância da ergometria, as medidas e as condições do
biótipo, pode-se obter uma posição e ajuste que traga o conforto de
produtividade almejada ao posto de trabalho e as funções ou atividades
exercidas. Com isto, alcança, no momento da produção, o cumprimento das
normas de conhecimento, das normas técnicas, no caso, a NR 17, bem como,
estabelecer no projeto ou no planejamento o sentido das normas éticas, das
normas legais e normas internacionais entre outras. De modo a garantir a
dignidade da pessoa humana, seus Direitos Humanos etc.
Chegando-se a um ponto ideal de produção, no qual o conforto, seja o
complemento da saúde e do bem-estar, o que se destaca os seguintes aspectos:

Assim, pode se inferir que a estrutura da cadeira, como unidade do


mobiliário disponível na empresa ou organização para o colaborador exercer sua
atividade laboral e produtiva, tem-se nesta unidade a cadeira como extensão do
corpo humano na atividade de produção. E pode-se afirmar que é na máxima
integração dos movimentos, entre a estrutura da cadeira e o ser humano sobre
ela, em estado constante de semi-movimentação, no qual se encontra entre a
circunstâncias de posição estática e ao mesmo tempo de forma dinâmica. A
anatomia da cadeira (foração) provoca movimento do corpo humano em uma
postura ereta e adequada, como o ser humano provoca movimento na cadeira
por rotação e devidas regulagem. Está interação de repouso (estática) e de
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 Engenharia da Produção – consultoria 

movimento provocado (dinâmica da cadeira ou do corpo humano), deve


encontrar um ponto de equilíbrio no processo de produção ao potencializar o
movimento, a sua continuidade ou seu repouso, de maneira a propiciar o conforto
adequado a duração e longevidade do processo produtivo.
Visto o objeto de estudo, que é a estrutura da cadeira, para a descrever o
problema que é a despreocupação no fator de produção, a seguir.

3 Despreocupação no Fator de Produção


As organizações ou as empresas, enquanto configurações de pessoas
jurídicas, possuem, dentro de sua funcionalidade, as características de um
organismo vivo, razão por qual os procedimentos de preservação, manutenção,
cuidado e preocupações devem se fazer parte da rotina diária. No entanto,
quando ocorre a despreocupação no fator de produção, sobretudo, no
envolvimento de colaboradores, equipamentos e mobiliários, os resultados
podem ser comprometidos, devido a descuidos, percepções, insensibilidade ou
mesmo ausência de empatia operacional, que decorre dos níveis tático ou
estratégico. Inferindo com isto que a despreocupação no fator ou nos fatores de
produção consiste em um problema para os profissionais da Engenharia de
Produção.
De uma forma técnica, objetiva e direta pode-se afirmar que a indagação:
quais as exigências e quesitos necessários para a compreensão, alcance e
influência da estrutura da cadeira, enquanto mobiliário ou equipamento de
trabalho, nos fatores de produção do colaborador ou de seus resultados finais de
produção? Compreende num problema de pesquisa a ser investigado e
respondido.
Nota-se que numa empresa ou organização todos os elos são essenciais
e fundamentais no resultado final da produção. Todavia, ao visualizar as
exigências e quesitos, em especial, decorrentes de normas técnicas
reconhecidas, como é o caso da NR 17, que trata da ergonomia, em particular no
que tange as mobílias e equipamentos dos postos de trabalho. E a estrutura da
cadeira, cujo equipamento suporta o corpo do colaborador, não pode ser um item

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

que seja negligenciado ou que não tenha uma preocupação devida, em razão
dos resultados finais de produção que se pode perder ou deixar de ganhar com o
conforto do colaborador, enquanto meio de produção.
Das normas técnicas, também desdobram as normas éticas, tanto do
usuário, como daqueles que disponibilizam o mobiliário e o meio ambiente do
trabalho, sobretudo, as normas éticas profissionais.
Enquanto as normativas legais, tem-se entre tantas, de acordo com a
organização, o tipo de negócio da empresa e seu sistema produtivo, pode-se
citar as normas legais estabelecida pela Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), como também, as normativas Constitucionais, expressa na Constituição
Federal e outras leis infraconstitucionais.
E as normativas internacionais, sejam tratados ou acordos, cuja
preocupação se tem na OIT – Organização Internacional do Trabalho, que é uma
agência multilateral da ONU – Organização das Nações Unidas, com foco
especializado nas questões do trabalho e no cumprimento das normativas
internacionais.
Observa-se que a despreocupação com as normativas leva a conduta do
profissional a violação normativa e as consequências de suas sanções. Isto se
percebe pela inobservância das exigências e quesitos necessários, que no caso,
a estrutura da cadeira, enquanto mobiliário ou equipamento de trabalho, cujas
dimensões e padrões estão estabelecidas na NR 17 que diz:
3. Mobiliário dos postos de trabalho
3.1 Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, deve
ser proporcionado ao trabalhador mobiliário que atenda ao disposto no
Capítulo 17.6 - Mobiliário dos postos de trabalho, da Norma
Regulamentadora nº 17 (NR 17), e que permita variações posturais, com
ajustes de fácil acionamento, de modo a prover espaço suficiente para
seu conforto, atendendo aos seguintes requisitos:
a) o monitor de vídeo e o teclado devem estar apoiados em superfícies
com mecanismos de regulagem independentes;
b) será aceita superfície regulável única para teclado e monitor quando
este for dotado de regulagem independente de, no mínimo, vinte e seis
centímetros no plano vertical;
c) a bancada sem material de consulta deve ter, no mínimo, profundidade
de setenta e cinco centímetros, medidos a partir de sua borda frontal, e
26
 Engenharia da Produção – consultoria 

largura de noventa centímetros que proporcionem zonas de alcance


manual de, no máximo, sessenta e cinco centímetros de raio em cada
lado, medidas centradas nos ombros do operador em posição de
trabalho;
d) a bancada com material de consulta deve ter, no mínimo, profundidade
de noventa centímetros a partir de sua borda frontal e largura de cem
centímetros que proporcionem zonas de alcance manual de, no máximo,
sessenta e cinco centímetros de raio em cada lado, medidas centradas
nos ombros do operador em posição de trabalho, para livre utilização e
acesso de documentos;
e) o plano de trabalho deve ter bordas arredondadas;
f) as superfícies de trabalho devem ser reguláveis em altura, em um
intervalo mínimo de treze centímetros, medidos de sua face superior,
permitindo o apoio das plantas dos pés no piso;
g) o dispositivo de apontamento na tela (mouse) deve estar apoiado na
mesma superfície do teclado, colocado em área de fácil alcance e com
espaço suficiente para sua livre utilização;
h) o espaço sob a superfície de trabalho deve ter profundidade livre,
mínima, de quarenta e cinco centímetros ao nível dos joelhos e de
setenta centímetros ao nível dos pés, medidos de sua borda frontal;
i) nos casos em que os pés do operador não alcancem o piso, mesmo
após a regulagem do assento, deve ser fornecido apoio para os pés que
se adapte ao comprimento das pernas do trabalhador, permitindo o apoio
das plantas dos pés, com inclinação ajustável e superfície revestida de
material antiderrapante; e
j) os assentos devem ser dotados de:
I - apoio em cinco pés, com rodízios cuja resistência evite deslocamentos
involuntários e que não comprometam a estabilidade do assento;
II - superfícies onde ocorre contato corporal estofadas e revestidas de
material que permita a perspiração;
III - base estofada com material de densidade entre quarenta a cinquenta
quilogramas por metro cúbico.
IV - altura da superfície superior ajustável, em relação ao piso, entre trinta
e sete centímetros e cinquenta centímetros, podendo ser adotados até
três tipos de cadeiras com alturas diferentes, de forma a atender as
necessidades de todos os operadores;
V - profundidade útil de trinta e oito centímetros a quarenta e seis
centímetros;
VI - borda frontal arredondada;
VII - características de pouca ou nenhuma conformação na base;
VIII - encosto ajustável em altura e em sentido anteroposterior, com forma
levemente adaptada ao corpo, para proteção da região lombar;

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

IX - largura de, no mínimo, quarenta centímetros e, com relação aos


encostos de, no mínimo, trinta vírgula cinquenta centímetros; e
X - apoio de braços regulável em altura de vinte centímetros a vinte e
cinco centímetros a partir do assento, sendo que seu comprimento não
deve interferir no movimento de aproximação da cadeira em relação à
mesa, nem nos movimentos inerentes à execução da tarefa.
Fonte: NR 17 – NR 17 - Norma Regulamentadora 17 – Ergonomia. Anexo II. Trabalho em
Teleatendimento/Telemarketing (Portaria MTP n.º 423, de 07 de outubro de 2021 08/10/21).
Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-
especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-
regulamentadora-no-17-nr-17. Acesso em: 4 nov. 2021.

A despreocupação com as normativas leva o fator de produção,


sobretudo, os resultados finais a uma queda de produtividade, além das sanções,
outras consequências como o absenteísmo (ausência no posto de trabalho).
Isto se agrava, com o surgimento de doenças laborais, como se registra
abaixo:
Previne doenças laborais
Uma série de doenças podem ser desenvolvidas no ambiente de trabalho.
Normalmente, essas condições surgem quando o funcionário realiza
movimentos repetitivos ou a partir de posturas inadequadas ao longo do
dia.
Com o passar do tempo, algumas complicações podem surgir, tais como
as dores crônicas na região lombar, enxaquecas, tendinites ou a LER
(Lesão por Esforço Repetitivo). Preocupante!
Para contornar o cenário, os empresários podem contar com a ajuda da
ergonomia no ambiente de trabalho. Seguindo essa prática, os
equipamentos, móveis e demais detalhes são todos ajustados, com a
finalidade de oferecer ao colaborador um espaço confortável e adequado,
evitando o desenvolvimento de tais patologias. Veja algumas maneiras de
colocar essa ideia em prática:
• invista em cadeiras que tenham o assento ajustável. É importante
lembrar que os pés do indivíduo precisam ficar completamente apoiados
no chão.
• instale mesas e balcões que fiquem posicionados na altura da cintura
dos profissionais;
• os computadores, monitores e outros aparelhos eletrônicos devem ser
posicionados na altura da cabeça do funcionário. Para facilitar o
processo, procure adquirir equipamentos ajustáveis;
• trabalhadores que exercem as suas funções em ambientes com grandes
níveis de ruídos devem trabalhar com abafadores de som. Em geral, esse
cuidado é tido em indústrias;
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 Engenharia da Produção – consultoria 

• o mesmo vale para colaboradores que trabalham manuseando produtos


químicos. Nesse caso, é indicado o uso de máscaras próprias de
proteção.
Fonte: Ana Flávia Oliveira. Ergonomia no trabalho: como ela aumenta a produtividade .
Disponível em: https://beecorp.com.br/ergonomia-no-trabalho/. Acesso em: 12 set. 2021.

O sistema de produção tem um apego e vínculo com a ergonomia, sendo


atribuição e preocupação do profissional de Engenharia de Produção, a ausência
ou despreocupação acarreta significativo prejuízo a médio e longo prazo.
Projetos e empreendimentos que contempla a necessidade de um
ambiente de trabalho, no qual o colaborador tenha que realizar movimentos
repetitivos ou estar com uma postura inadequada, sobretudo, identificado na
inobservância ou despreocupação com a execução, do projeto ou
empreendimento, no qual se compra o mobiliário sem que tenha pensado no
biótipo do colaborador contratado. Ou mesmo despreze o espaço, o conforto e as
condições mínimas da dignidade da pessoa humana do colaborador.
Negligenciar ou desconhecer as exigências e quesitos necessários para a
compreensão, alcance e influência da estrutura da cadeira, que pela ergonomia,
se não houver uma boa postura, uma postura adequada e equipamentos dentro
dos padrões e dimensões corporais dos colaboradores, não se alcança ou atinge
os resultados finais de produção desejados.
Veja que os projetos e empreendimentos no qual se tem o foco na
produtividade e em sua eficiência e eficácia é preciso observar e preocupar com
as exigências e quesitos, entre outros no ambiente de trabalho, com especial
atenção para a compreensão, alcance e influência da estrutura da cadeira,
enquanto mobiliário ou equipamento de trabalho. A despreocupação com este
fator, como, também, nos pressupostos da ergonomia, pode influenciar e
comprometer os fatores de produção do colaborador ou de seus resultados finais
de produção.
Assim, pode se inferir que a despreocupação no fator de produção, no
qual se negligência, ou desconhece as exigências e quesitos necessários para a
compreensão, alcance e influência da estrutura da cadeira, enquanto mobiliário
ou equipamento de trabalho que se integra na pessoa do colaborador e que por
sua vez tem reflexo nos fatores de produção do colaborador, seja por má

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

postura, postura inadequada equipamento fora do padrão e dimensão corporal,


atingindo os resultados finais de produção.
Da questão problema posta, passa a discutir a solução que se volta para a
preocupação no fator de produção com o conforto, medidas e padrão do
mobiliário disponibilizado no ambiente de trabalho, como será visto a seguir.

4 Preocupação no Fator de Produção


O profissional de Engenharia de Produção tem, em sua essencialidade
transversal, nas habilidades e competências focar em todos e quais quer pontos
que possam impactar a produção em sua quantidade e qualidade. Logo, a
preocupação no fator de produção consiste em um dos eixos centrais para a
Engenharia de Produção. E indiscutível o designer, as estruturas e as condições
de conforto que o mobiliário integrado aos colaboradores possam produzir,
maximizar e potencializar as condições de conforto, dignidade, ambiente de
trabalho, clima organizacional e bem-estar, quesitos fundamentais que os
colaboradores devem perceber e usufruir enquanto parte integrante do sistema
de produção e da cadeia produtiva. Neste sentido, é apropriado pensar a cadeira,
não só com mobiliário e adequação ergonômica, mas, como parte integrante e
extensiva do corpo humano e da totalidade que envolve a produção em uma
unidade produtiva.
Recuperar e entender o problema investigado, confrontar as hipóteses
estabelecidas, bem como buscar ou extrair uma solução adequada e apropriada
a questão problema.
O problema de pesquisa centraliza-se na busca de responder a seguinte
pergunta: quais as exigências e quesitos necessários para a compreensão,
alcance e influência da estrutura da cadeira, enquanto mobiliário ou equipamento
de trabalho, nos fatores de produção do colaborador ou de seus resultados finais
de produção?
A questão tem por base o alcance e a influência da estrutura da cadeira,
enquanto mobiliário ou equipamento de trabalho, observando as exigências e
quesitos necessários para a compreensão dos fatores de produção do

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 Engenharia da Produção – consultoria 

colaborador e dos seus resultados finais de produção, em decorrência da


preocupação com estes elementos estruturais.
Com isto, estabeleceu-se três hipóteses, como prováveis respostadas ao
problema de pesquisa, acima indicado, que se passa a discutir a seguir.
A primeira hipótese indica que “não há exigências e quesitos necessários
para a compreensão, alcance e influência da estrutura da cadeira, basta uma
vistoria e a verificação de seu conforto mínimo, pois, o resultado da produção
depende do desempenho do colaborador e a cadeira não interfere neste
processo”.
Ao iniciar por uma negativa, em particular, sobre as exigências e quesitos
para compreensão, em matérias que envolve atividades de Engenharia de
Produção, se equivoca, pois, não existe atividade de Engenharia sem
observância de, no mínimo, do cumprimento das exigências normativas de
conhecimento, de natureza técnica, de ordem ética, de comando de lei e de
normas internacional. Num segundo desdobramento da hipótese, se limita a
informar que “basta uma vistoria”, sendo a vistoria a constatação visual do fato
ou fenômeno ocorrido, sendo indicado o exame ou perícia detalhada que possa
confrontar a adequação do projeto a realidade de execução ou mesmo o seu
funcionamento, como é o caso da estrutura da cadeira, só pode ser feito uma
análise, com o real colaborador em atividade ou uma projeção de simulação para
constatar a efetiva produtividade e medir o resultado da produção feita. O que
leva a negativa ou refutação da hipótese apresentada.
Na segunda hipótese expressa que: As exigências e quesitos são de
ordem subjetivas e dependem da atividade, podendo da empresa, os mobiliários
padrões são os indicados e preenchem todos os quesitos e exigências de
satisfação, precisando apenas ser resistentes e com durabilidade.
A hipótese indica que as exigências e quesitos são de ordem subjetiva, o
que não coaduna com as atividades da Engenharia de Produção, pois, nas
Engenharias a ordem, sempre deve ser objetiva, expressa e de natureza exata.
Em cálculo, não há espaço de subjetividade. E mais, aceitar os mobiliários
padrões, sem que os mesmos tenham regulagem e ajustes ou adequação ao
usuário, implica em desconhecer as diferenças e o biótipo dos colaboradores.
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Sempre que se utilizar o padrão, haverá margem de erro para mais ou para
menos, vez que o padrão é a média, considerando o desvio padrão. No entanto,
para linha de produção, sobretudo, aos fatores de produção, o desvio padrão,
resulta na produção de forma imprecisa com prejuízo para mais, ou para menos.
E mais, o mobiliário em questão, a estrutura da cadeira, precisa ter resistência e
durabilidade, mas, não como exigência e quesito únicos, vez que também
impõem a exigência e o quesito do conforto, da adequação e da integração. O
que leva a refutação da hipótese.
Na terceira hipótese tem-se que: As exigências e os quesitos necessários
para a compreensão, alcance e influência da estrutura da cadeira, enquanto
mobiliário ou equipamento de trabalho, perpassa por normas de conhecimento
ou perfil dos colaboradores, as normas técnicas que estabelece e defini o tipo de
equipamento para cada atividade, bem como tem-se a exigência da observância
da NR 17 – Ergonomia, que estabelece parâmetros e condições de trabalho que
respeita as características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a
assegurar o conforto, segurança e desempenho eficiente. Pois, tais
observâncias, não só representa o cumprimento e recomendação normativa,
mas, reflete nos fatores e produção do colaborador e seus resultados a curto,
médio e longo prazo.
Esta hipótese contempla e indica as exigências e os quesitos para a
compreensão, alcance e influência da estrutura da cadeira, não só das normas
de conhecimento, mas, das normas técnicas, entre elas as exigências da NR 17
– Ergonomia, que impõem parâmetros e condições de trabalho, em especial,
com observância nas características psicofisiológicas dos trabalhadores, o que
sinaliza para o respeito as diferenças e contempla de modo a assegurar o
conforto, a segurança e o desempenho eficiente, quando ocorre a integração
entre o mobiliário e seu usuário.
Nota-se que a preocupação no fator de produção, pelos profissionais de
Engenharia de Produção, exige na integração corpo e objeto / ser humano e a
cadeira, uma preocupação com as funções motoras, de reflexos, de postura, de
equilíbrio, de coordenação motora e, especial, a execução dos movimentos. Com
isto, tem-se não só o conforto, a dignidade, a longevidade, mas, seu reflexo na

32
 Engenharia da Produção – consultoria 

produção seja a curto, médio ou longo prazo. É a hipótese que contempla como
solução ao problema de pesquisa.
Além disto, também se inclui programas de ginástica laboral, vez que em
atividade sobre cadeira, ainda que com toda preocupação da ergonomia, tem-se
a condição estática e dos movimentos, da circulação, da melhoria da postura, do
alongamento e da reativação da atenção e da concentração.
Ainda é importante, que o profissional de Engenharia de Produção, passe
a despertar sua atenção e preocupação em todos os fatores de produção.
Inserindo a cadeia produtiva, do insumo, sua transformação, embalagem ou
acondicionamento, armazenagem, transporte, gestão de pessoas, tecnológica,
contratos, matéria-prima, equipamentos, tecnologia, custos, cuidado com o meio
ambiente, metodologia de produção, sistema produtivo, responsabilidade,
comprometimentos e outros enganchamentos no processo de transformação,
conservação e consumo do produto disponibilizado no mercado consumidor. E o
foco, nesta macro-complexidade, exige uma forma de pensar, constatar e
verificar de maneira inversa, ou seja, é preciso compreender o alcance e a
influência de cada parte no todo, ou seja, verifica o todo, que é o resultado final,
mas focaliza cada parte do processo. Neste sentido, atividades produtivas que
envolve integração entre colaborador e mobiliário, no caso, estrutura da cadeira,
em uso do desenvolvimento do trabalho, precisa ser visto, como ponto ou
elemento de reflexo nos fatores de produção do colaborador, sobretudo, em
alcançar o conforto, bem-estar e condições de manter ou aumentar a produção.
Assim, é fundamental que o profissional de Engenharia de Produção
tenha, no exercício de suas atividades, seja de planejamento, execução,
manutenção, atualização e outras a preocupação no fator de produção, o que
recai ao longo da cadeia produtiva, em especial, no processo produtivo, que
envolve, não só insumo, matéria-prima, equipamentos, tecnologia, gestão de
pessoas e outros, mas, uma preocupação no fator de produção, com atenção
nos elementos de integração, no caso, a estrutura da cadeira e o colaborador de
tal modo, que possa exercer sua atividade produtiva com o devido conforto, bem-
estar, dignidade e respeito, fatores que promovem, por meio dos pressupostos
da ergonomia, o equilíbrio necessário entre a condição estática da estrutura da

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

cadeira e a necessidade dos movimentos, da dinâmica que o colaborador querer


me sua condição humana.
Da solução proposta, no qual tem-se a preocupação no fator de produção
como ponto central, passa a discorrer sobre a metodologia da pesquisa.

5 Metodologia
A metodologia compreende em uma ferramenta que permite o controle e o
andamento do trabalho de pesquisa em seu caráter científico. Ou seja, só com a
consciência metodológica pode-se controlar e ter a perspectiva do passo a passo
do trabalho de pesquisa científica.
Neste sentido, tem-se que:
A metodologia vai organizar a pesquisa, estabelecendo os caminhos a
serem seguidos a fim de que se alcancem os objetivos. Ao escolhermos a
metodologia, definimos o tipo de pesquisa a ser desenvolvida e como
esse trabalho seguirá até sua conclusão: os passos a serem dados, os
instrumentos utilizados e a forma como os dados de estudo serão
coletados.
Fonte: Denise Martins Bloise. A importância da metodologia científica na construção da
ciência. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 5, ed. 6, Vol. 6, pp.
105-122. Junho de 2020. ISSN: 2448-0959. Disponível em:
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/metodologia-cientifica. DOI:
10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/metodologia-cientifica. Acesso em: 27
set. 2021.

É por meio da metodologia que organiza a pesquisa, indica os caminhos,


antecipa as ações e corrige distorções se for o caso. Controla o que fazer e como
fazer. É o passo a passo com segurança e certeza do que se faz.
E para desenvolver a pesquisa utilizou-se da metodologia que orienta a
pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental.
Sendo que a pesquisa bibliográfica é:
A Pesquisa Bibliográfica compreende o levantamento de toda a
bibliografia já publicada em forma de livros, periódicos (revistas), teses,
anais de congressos, indexados em bases de dados em formato on-line
ou cd-rom. Sua finalidade é proporcionar ao aluno ou ao pesquisador o
acesso à literatura produzida sobre determinado assunto, servindo de

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 Engenharia da Produção – consultoria 

apoio para o desenvolvimento de trabalhos científicos e análise das


pesquisas.
Para a elaboração de uma pesquisa bibliográfica é necessário seguir os
seguintes passos:
1) Escolha do assunto;
2) Identificação;
3) Localização;
4) Compilação;
5) Leitura.
Sugerimos um roteiro para a elaboração de uma Pesquisa Bibliográfica:
a) Determinar, precisamente, o assunto ou tema a ser estudado;
b) Traduzir o assunto para a linguagem de indexação: palavras-chaves,
unitermos ou descritores, cujo objetivo é formular a estratégia de busca
para o levantamento bibliográfico. Em geral, as bibliotecas possuem listas
de termos pré-definidos para a utilização das bases de dados
(vocabulários controlados, catálogos de assuntos e outros).
c) Conhecer os recursos disponíveis na (s) biblioteca (s) onde se efetuará
a pesquisa;
d) Delimitar o período que a pesquisa deverá abranger;
e) Selecionar, a partir do levantamento bibliográfico, o material a ser
pesquisado.
f) Consultar bibliografia apresentada em cada documento pesquisado,
artigos de periódicos científicos, teses, capítulos de livros, etc.
g) Evitar restringir o conteúdo das pesquisas aos resumos apresentados
pelas obras de referência ou artigos científicos. Sempre que possível,
chegar ao trabalho original;
h) Utilizar, para solicitar documentos em bibliotecas de outros estados ou
países, o serviço de comutação bibliográfica online COMUT, disponível
nas bibliotecas de Instituições de pesquisa locais. Essa prática pode
agilizar o recebimento do material solicitado e proporcionar um menor
custo para o aluno/pesquisador;
i) Reunir todo o material consultado subdividindo-o por assuntos
específicos e dentro de cada assunto, ordenar cronologicamente. Isso vai
facilitar o trabalho de revisão da literatura, encadeando melhor a
sequência expositiva.
Fonte: Universidade Estadual de Goiás. O que é Pesquisa Bibliográfica. Disponível em:
http://www.ueg.br/noticia/36347_o_que_e_pesquisa_bibliografica. Acesso em: 27 set. 2021.

Na realização da pesquisa bibliográfica seguiu-se o passo a passo. Porém


no regime de Pandemia da Covid-19, a base da pesquisa pautou-se na rede
mundial de computadores, nos bancos de dados oficiais, no Google Acadêmico e
nas Bibliotecas Digitas.

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Utilizou-se como palavras-chave as palavras, termos e expressões do


título, subtítulo e do problema. Com a meta de formar um banco de dados
específico, para num segundo momento, proceder a leitura objetivada, a seleção,
o fichamento e a utilização dos dados coletados.
Na pesquisa documental tem-se o seguinte entendimento:
A pesquisa documental recorre a fontes mais diversificadas e dispersas,
sem tratamento analítico, tais como: tabelas estatísticas, jornais, revistas,
relatórios, documentos oficiais, cartas, filmes, fotografias, pinturas,
tapeçarias, relatórios de empresas, vídeos de programas de televisão,
etc. (FONSECA, 2002, p. 32).
A pesquisa documental é um tipo de pesquisa que utiliza fontes primárias,
isto é, dados e informações que ainda não foram tratados científica ou
analiticamente.
A pesquisa documental tem objetivos específicos e pode ser um rico
complemento à pesquisa bibliográfica.
Os documentos analisados podem ser atuais ou antigos, e podem ser
usados para contextualização histórica, cultural, social e econômica de
um lugar ou grupo de pessoas, em determinado momento da história. Por
essa razão, é um tipo de pesquisa bastante utilizado nas ciências sociais
e humanas.
Além disso, permite fazer análises qualitativas sobre determinado
fenômeno, mas também é possível fazer análises quantitativas, quando
se analisam bancos de dados com informações numéricas, por exemplo.
Diferença entre pesquisa documental e bibliográfica
A pesquisa documental trilha os mesmos caminhos da pesquisa
bibliográfica, não sendo fácil por vezes distingui-las.
A pesquisa bibliográfica utiliza fontes constituídas por material já
elaborado, constituído basicamente por livros e artigos científicos
localizados em bibliotecas.
Enquanto a pesquisa documental utiliza fontes primárias, ou seja, dados e
informações que ainda não foram tratados científica ou analiticamente.
Fonte: Biblioteca Prof. Lydio Bandeira de Mello. Faculdade de Direito da UFMG. Disponível
em: https://biblio.direito.ufmg.br/?p=5114. Acesso em: 27 set. 2021.

Nota-se que o processo legislativo tem as discussões, as atas, as


exposições de motivos, o anteprojeto, os pareceres e outros tantos documentos
produzidos até a efetivação das normativas. Este aparado é documento e se
atribui como fonte primária de pesquisa.

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 Engenharia da Produção – consultoria 

A técnica da leitura objetiva é o caminho para se alcançar uma gama


significativa de informações, localizando e promovendo um fichamento de
citações e trechos ou assertivas conceituais que permitiu o domínio de conteúdo
e a formação de diálogo com os autores pesquisados e dos documentos
consultados.
Nota-se que, o banco de dados, sua formação, seleção e domínio é o
caminho para obter o conhecimento, a reflexão crítica e
O que resultou em um quantitativo que indicou ser viável a proposta de
pesquisa no que tange a pesquisa bibliográfica ou material bibliográfico. Pela
ideia da expressão “estrutura de cadeira”, no Google Acadêmico, resultou
144.000 ocorrências, o que por si só garante a viabilidade da pesquisa
bibliográfica, como pode-se verificar pela imagem captada abaixo:

No que diz respeito a pesquisa documental, a base foi subsidiada pelas


normativas legais e documentos do processo legislativo.
O banco de dados formalizado, passou pelo reconhecimento dos
materiais, com auxílio da leitura objetivada, conforme dito, o que permitiu o
balizamento do pensamento e da produção de texto.

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Na produção de texto, utilizou-se da técnica construtiva por parágrafo, que


auxiliou, não só na reflexão, mas, pensar o conteúdo em uma forma ampla e
sistemática.
A noção conceitual permitiu entender a estrutura da cadeira como seu
designer, considerando também, a possibilidade de braços, pernas, encosto e
estrutura de armação.
No conceito, pode-se refletir a inserção de “conforto”, “bem-estar”,
“segurança”, “descanso”, “poder”, “mobilidade”, “produção”, “layout”,
“equipamento de extensão” etc. Além do campo normativo, sobretudo, com a NR
17 – Ergonomia, e demais normativas correlatas, tais como Avaliações
Ergonômicas do Trabalho (AET), avaliação econômica em segurança e saúde do
trabalho e promoção da saúde.
Com isto, possibilitou a aplicação da técnica de parágrafo que permite um
desenvolvimento redacional, dentro de uma concepção que autoriza o passo a
passo de cada conteúdo apresentado. O que confere uma sequencialidade lógica
dentro da metodologia.
Assim, a metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica e documental,
pautando-se na técnica de parágrafo e no desenvolvimento lógico do texto. Isto
foi possível em decorrência da montagem de um banco de dados coletados da
rede mundial de computadores, em que pode selecionar, por meio de leitura
objetiva, o fichamento do material, o domínio de conteúdo e a formação de
diálogo com os autores pesquisados e dos documentos consultados.
Da metodologia, passa a discorrer sobre os resultados obtidos na
formação do banco de dados e dos materiais selecionados.

6 Resultados
Os resultados que se destacam de modo significativos sobre a estrutura
da cadeira ou de seu designer no qual pode ou não contribuir ou afetar no
desempenho da produção, foram vistos, com especial atenção além da
adequação na ergometria necessária a boa prática de produção, ao bem-estar do

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 Engenharia da Produção – consultoria 

colaborador e reflexos em estatísticas de atividades laborais, as normativas que


asseguram os valores e princípios da dignidade da pessoa humano, das
atividades laborais e econômicas, também focando, na sincronia e harmonia
entre o corpo e uma adequação mobiliaria que possa de forma efetiva contribuir
para os movimentos, conforto, segurança, qualidade de vida e de trabalho,
sobretudo, a saúde do trabalhador pela postura com eficiência, durabilidade,
longevidade e perfeição técnica de avaliação pelo profissional de Engenharia de
Produção. Liberdade nos movimentos e conforto ao próprio corpo, como
integração do colaborador, seu posto de trabalho e o mobiliário disponibilizado.
Na seleção e busca dos resultados indicou-se que a postura correta, em
integração entre colaborador e o mobiliário, não só propicia o conforto, mas, tem
o aumento e a permanência do ritmo de produção, reflexo do conforto na
continuidade do processo produtivo.
O bem-estar, as condições mínimas do ambiente e o conforto propiciado
por um mobiliário adequado a atividade que se desempenha, indicada pelas
condições do bem-estar do corpo, com o acerto e precisão na ergonomia, pois,
havendo uma relação perfeita e exata entre o ser humano e a máquina, no caso
a estrutura da cadeira, terá em seu atendimento e demais atividades laborais,
uma relação de ganho produtiva em decorrência ao meio ambiente do trabalho,
de acordo e na sustentação confortável com o bem-estar propiciado, no caso,
pela estrutura da cadeira e os mecanismos de satisfação plena das exigências
do corpo humano. O que garante um ritmo de produção, com ganho significativo
com o acompanhamento da Engenharia de Produção.
Ainda é preciso destacar que a ideia do tópico de resultados significa que:
Escrevendo os Resultados
Nessa seção, os resultados devem ser descritos de maneira objetiva, sem
interpretação, obedecendo uma sequência lógica usando texto, figuras e
tabelas. Ela deve ser organizada de tal forma que se destaque as
evidencias necessárias para responder cada questão de pesquisa ou
hipótese que você investigou. Deve ser escrita de forma concisa e
objetiva.
Os resultados podem ser provenientes de dois tipos de pesquisa, a
quantitativa e a qualitativa. Vamos mostrar um exemplo de cada uma
delas.

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

• Na pesquisa quantitativa o autor apresenta por meio de gráficos e


tabelas, os resultados de estatística descritiva ou inferencial de suas
análises.
• Como exemplo utilizamos um estudo que analisou o número de
desempregados em uma determinada cidade.
• “As faixas etárias da população que se encontra desempregada nos
últimos 8 meses foram: de 18 a 28 anos (18%, média: 12, desvio padrão:
10), 28 a 38 anos (43%, média: 3, desvio padrão: 12), 38 a 48 anos (33%,
média: 4, desvio padrão: 7) e 48 a 58 anos (8%, média: 9, desvio padrão:
2) para mais detalhes veja a tabela 1.”
Na pesquisa qualitativa o autor vai mostrar gráficos, números e
porcentagens. Além disso o autor vai mostrar tópicos recorrentes
encontrados nos resultados.
Exemplo: “Entre as pessoas entrevistadas 10 tinham curso superior
completo, 20 curso superior incompleto, 50 ensino médio completo e 5
ensino médio incompleto. Isso indica que apesar de uma boa
escolaridade as pessoas estão tendo dificuldade em conseguir emprego.”
Dicas para a escrita dos Resultados
• Quando você estabelece uma hipótese ou questão de pesquisa, os
dados do estudo são observados, coletados e analisadas de forma que
responda as questões. Caso você esteja utilizando uma abordagem mais
simples, essa análise é feita visualizando figuras e tabelas, fazendo
cálculos de média, desvio padrão, etc. Utilizando uma análise mais
rebuscada, você pode interpretar uma variedade de testes estatísticos
com diferentes técnicas.
• Escreva os resultados para mostrar o maior número possível de
informações para o leitor em relação aqueles aspectos analisados e aos
seus possíveis relacionamentos.
• Organize os resultados com base na sequência de figuras e tabelas.
Olhe para a tabela e figura e identifique três palavras-chave, isso vai
ajudar quando você começar a escrever sobre aquela tabela ou figura.
• A seção de resultados é feita com base no texto criado para descrever
os achados identificados, referenciando as figuras e tabelas sempre que
possível. Você deve conduzir o leitor de forma que fique claro os achados
do seu estudo. Esses achados vão depender do tipo de questão de
pesquisa. Eles podem incluir tendências, diferenças, similaridades,
correlações, mínimos, máximos, etc.
• Resultados de testes estatísticos são sempre escritos entre parênteses
seguidos por seus achados. Você deve incluir entre os parênteses o teste
estatístico utilizado e o nível de significância. Ex.: o número de vendas no
período natalino foi 56% maior na cidade X quando comparado com as
vendas na cidade Y (t-test, t=5.78, 33d.f., p<0.001).

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 Engenharia da Produção – consultoria 

• Caso você não ache o resultado que esperava, isso pode ser algum erro
na definição da hipótese ou precisa ser reformulada ou talvez tenha
tropeçado em algo inesperado que precisa ser melhor investigado. Em
qualquer um desses casos, os resultados são importantes mesmo que
eles não dêem suporte a sua hipótese. Não ache que resultados
diferentes do que você esperava são resultados ruins. Se você fez o
estudo com qualidade, mesmo resultados ruins podem gerar importantes
descobertas na área. Desta forma, escreva seus resultados
honestamente!!!
Fonte: FASTFORMAT. Escrevendo os Resultado e Discussão do TCC . Disponível em:
https://blog.fastformat.co/resultado-e-discussao/. Acesso em: 4 out. 2021.

Os resultados, como visto, devem ser descritos de maneira objetiva, sem


interpretação, obedecendo uma sequência lógica. No caso da investigação
bibliográfica a pesquisa tem seu viés qualitativo. Sendo observado a técnica de
escrita, na composição da organização, da sequencialidade e dos principais
pontos obtidos nos bancos de dados ou das referências pertinente à temática.
Nesta orientação, passa a compor e organizar os resultados a partir da
sequencialidade do título e subtítulo, bem como, nas diretrizes feita no sumário,
estabelecendo o objeto de estudo, a problemática, a solução e a metodologia.
Destacando-se desta forma os principais resultados obtidos que foram:
i) Estrutura da Cadeira – objeto de estudo
Ao indicar a “estrutura da cadeira” é preciso compreender que se trata de
mobiliário corporativo, empresarial, industrial, de serviços, locação ou outros. E
passa a compor a integralidade entre o colaborador ou usuário e o mobiliário
disponibilizado para realizar a atividade produtiva ou econômica. Sendo que a
estrutura não se limita a composição de materiais ou de seu reforço, mas, da
noção de designer.
A Fiocruz, com preocupação com seus colaboradores que atuam com o
manuseio de computadores, elaborou um “Guia de Ergonomia - Orientações
para compra de mobiliário”, cujas palavras iniciais são:
Este guia visa dar resposta à crescente demanda de diferentes unidades
da Fundação Oswaldo Cruz por orientações técnicas voltadas a aquisição
de mobiliários adequados. Ele é parte do Projeto de Padronização de
Mobiliário para Posto de trabalho com Computador, proposto pela equipe
de Ergonomia/Nust/CST/Direh ao programa institucional Fiocruz

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Saudável. O programa Fiocruz Saudável fundamenta-se em reflexões


acerca dos pressupostos de qualidade de vida e conforto ambiental que
hoje integram o conceito de saúde.
Um dos objetivos estratégicos do Fiocruz Saudável é promover, alcançar
e manter as condições de instituição saudável e ambientalmente
sustentável, por meio de ações integradas de saúde do trabalhador,
biossegurança e gestão ambiental. Neste sentido, busca-se desenvolver
iniciativas que promovam a qualidade de vida no trabalho e o conforto
ambiental.
Este guia destina-se aos profissionais envolvidos diretamente no
processo de especificação e preparação de pedidos de compras ligadas à
administração das unidades da Fiocruz responsável pela
abertura/elaboração do processo de licitação para aquisição de mobílias.
Neste volume encontram-se as orientações gerais e os requisitos
mínimos necessários aos quais as mobílias devem atender, propiciando
aos profissionais envolvidos no processo de especificação e aquisição de
uma orientação rápida.
Fonte: Aline Azambuja; Carolina Olyntho; Renata Mendes; Renata Neto; Simone Ricart;
Suzana Lugão. Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz. Guia de Ergonomia - Orientações para
compra de mobiliário. Volume 1. Posto de Trabalho com Computador. Ergonomia
Nust/CST/Direh. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/43382. Acesso em: 4
out. 2021.

Veja que a ideia de estrutura se pauta na projeção nos pressupostos de: i)


qualidade de vida; ii) conforto ambiental; e iii) conceito de saúde. Tripé que se
fundamenta nos objetivos de promover, alcançar e manter as condições de
instituição saudável e ambientalmente sustentável, por meio de ações integradas
de saúde do trabalhador, biossegurança e gestão ambiental. Resultando
qualidade de vida no trabalho e o conforto ambiental, o que se projeta na esfera
da Engenharia de Produção, a manutenção e continuidade produtiva do
colaborador com saúde, ambiente de trabalho, conforto, adequação, por meio da
integração com as mobílias que se adequa as especificações e moldadas de
acordo com a atividade produtiva que exerce.
Por sua vez, o FNDE, com igual preocupação da Fiocruz, estabeleceu seu
“Manual Descritivo para Aquisição de Mobiliário – Implantação da Escola de
Ensino Infantil Tipo B e Tipo C”, registra que:
O dimensionamento do mobiliário infantil pode ser uma variável
considerada importante para a segurança, saúde e bem-estar da criança,
bem como do usuário e/ou manipulador. Durante o manuseio das
crianças, o usuário assume várias posturas e realiza movimentos de
42
 Engenharia da Produção – consultoria 

deslocamento de peso que podem prejudicar sua integridade física. O


papel da Ergonomia é verificar a usabilidade de produtos e sua relação
com o usuário, a fim de proporcionar um maior bem-estar ao mesmo.
Segundo estatística internacional é no ambiente doméstico que a maior
parte dos acidentes acontecem, pois, muitas tarefas são executadas em
posturas inadequadas com curvatura dorsal podendo provocar dores
lombares e trabalho estático por longos períodos. Além disso, os móveis
infantis não fogem a esta regra e podem apresentar componentes de
risco, como quinas vivas, gavetas dispostas em escadas, puxadores
pontiagudos e mobiliários com base instável, sujeitos a despencar sobre a
criança. Buscando corrigir eventuais falhas na elaboração de projetos
torna-se necessário planejar o produto proporcionando principalmente ao
usuário atendimento das suas necessidades e consequentemente,
equipamentos mais confortáveis, que propiciarão menor gasto físico e
mental durante o trabalho.
Fonte: FNDE. Manual Descritivo para Aquisição de Mobiliário – Implantação da Escola de
Ensino Infantil Tipo B e Tipo C. Disponível em: https://www.fnde.gov.br/index.php/centrais-
de-conteudos/publicacoes/category/130-proinfancia?download=4027:proinfancia-b-
especificacoes-mobiliario-equipamento. Acesso em: 4 out. 2021.

Ainda que se trata de mobiliário infantil, é preciso visualizar que a escola é


uma organização e que tanto os usuários, sejam eles alunos, professores ou
assistentes e auxiliares, todos estão em contato com o mobiliário e precisam
destacar a importância para a segurança, saúde e bem-estar. Os movimentos e
posturas podem prejudicar a integridade física dos colaboradores e usuários. E a
necessidade de elaboração de projetos, planejamento do produto que atenda às
necessidades de modo a ter equipamentos confortáveis e propiciando um menor
gasto físico e mental durante o trabalho, terá como resultado uma produtividade
com qualidade.
A revelação da estrutura da cadeira, como mobiliário corporativo, tem sua
evidenciação com os estudos de ergonomia. Buscando com isto, destacar:
Ergonomia: Qual a sua importância no mobiliário corporativo
Design, Ergonomia by Funcional
A ergonomia tem como base estudos científicos das relações entre o
homem, as máquinas e o ambiente. É um conjunto de regras e normas
que estuda a segurança e a eficiência nesta interação, com a otimização
das condições de trabalho e por meio de métodos de tecnologia e do
desenho industrial.

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

A ergonomia desenvolve e aplica técnicas de adaptação de elementos do


ambiente de trabalho em favor do ser humano, a fim de gerar-se bem-
estar e produtividade.
O conceito de Ergonomia se aplica à qualidade de adaptação de uma
máquina ao seu operador e não vice-versa, proporcionando um eficaz
manuseio e minimizando esforços ou desconfortos desnecessários da
pessoa na execução do trabalho.
A importância da ergonomia fica facilmente evidenciada no uso de móveis
para escritório. Um projeto e a escolha de produtos e equipamentos
adequados são de suma importância às pessoas que passam horas em
um posto de trabalho, seja na empresa ou mesmo em homeoffice. Um
mobiliário inadequado pode acarretar problemas de saúde que, com o
passar do tempo, podem levar à incapacitação na realização de tarefas e
outras atividades do dia-a-dia.
Os problemas de saúde normalmente se manifestam com dores
musculares, de cabeça, dores nas costas, lordose lombar, rigidez de
pescoço e ombros, dores e tensão nas mãos e dedos, tendinites nos
pulsos, pernas cansadas, problemas oculares, ansiedade, irritabilidade,
depressão e estresse ou ainda, o desenvolvimento de DORT (distúrbios
osteomusculares relacionados ao trabalho) ou LER (lesões por esforços
repetitivos).
Consequentemente tais mazelas podem gerar desmotivação e
insatisfação no trabalho, erros operacionais frequentes, afastamentos e
absenteísmo, além de aumento do passivo trabalhista.
Desta forma, é fundamental considerar os preceitos ergonômicos na hora
de planejar ambientes de trabalho: boa postura, cadeiras e mesas
reguláveis, disposição correta do monitor e do teclado, diferentes biotipos
e características de cada ocupação, itens que demandam especificações
próprias e individualizadas.
Um bom começo para atender os requisitos de ergonomia em prol dos
colaboradores dentro dos ambientes de trabalho, são as cadeiras de
escritório. Elas devem dispor de características como:
• Apoio para os braços: eles auxiliam na função de sustentação com
objetivo de aliviar a tensão dos ombros e coluna cervical, principalmente
em postos de trabalho onde o tampo da mesa não permita o apoio dos
braços do usuário;
• Regulagem de altura: é importante para que os pés estejam apoiados no
chão e o assento não esteja numa altura que comprima as coxas e
prejudique a circulação sanguínea. Caso isso não seja possível, deve-se
utilizar o apoio para os pés;

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 Engenharia da Produção – consultoria 

• O encosto com apoio da curvatura da coluna vertebral, com


possibilidade de regulagem de altura do apoio lombar, proporcionando
liberdade de movimentos e adequando-se a postura de cada usuário.
• Profundidade máxima do assento e borda frontal arredondada que não
pressione a área posterior dos joelhos. Uma cadeira de porte maior que
será compartilhada por usuários de estaturas diferentes deve ter
dispositivo de regulagem dessa profundidade de assento.
• Para uso contínuo no computador: regulagens independentes de
inclinação do encosto e do assento.
• Assento que faça a devida distribuição do peso do corpo, sem ser
excessivamente profundo e macio e nem mesmo duro e plano.
• As espumas do estofamento devem ter alta resiliência, ou seja, com
pouca ou nenhuma deformação no seu uso.
Os móveis e cadeiras da Funcional Mobiliário Corporativo são criados por
uma equipe própria de design e engenharia, seguindo regras de
ergonomia. A empresa investe em estudos que maximizam conforto e
produtividade dos usuários e minimizam os problemas de saúde oriundos
da inadequação do mobiliário. Para a segurança dos clientes, as cadeiras
operacionais da Funcional passam por avaliações ergonômicas,
realizadas por empresa especializada em ergonomia, que certificam o
atendimento das exigências dimensionais da norma específica da ABNT e
das normas do Ministério do Trabalho – NR-17. Os produtos também são
concebidos para atender aos programas de prevenção de riscos laborais.
Fonte: Funcional Mobiliário Corporativo. Ergonomia: Qual a sua importância no mobiliário
corporativo. Disponível em: https://funcional.com.br/ergonomia-qual-a-sua-importancia-no-
mobiliario-corporativo/. Acesso em: 4 out. 2021.

São as diretrizes da ergonomia que indicam a estrutura da cadeira,


enquanto mobiliário que se deve moldar ao biotipo dos colaboradores. Razão por
qual se afirma que a ergonomia trabalha em favor do ser humano, a fim de gerar
bem-estar, conforto, segurança, saúde e produtividade.
Esta preocupação, da ergonomia, se potencializa com o advento da
Pandemia da Covid-19, que levou parcela significativa da força de trabalho para
o home office, que é o trabalho remoto, trabalho à distância ou teletrabalho, que
passaram a exercer suas atividades laborais de modo sentado ou integrado
colaborador, mobiliário e meio ambiente trabalho/família. Pautando-se na
exigência das normativas técnicas, entre elas as da ABNT e do Ministério do
Trabalho – NR 17.

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Resultados que permite inferir que a estrutura da cadeira, enquanto


mobiliário corporativo, das empresas ou organizações, assume uma integração e
extensão entre colaborador e mobiliário na unidade de produção, devendo
buscar a máxima adequação por regras e ergonomia, de avaliação produtiva, da
concepção anatômica da cadeira e corpo, de modo a potencializar tanto o ponto
estático, como o de movimento a ser executado.
ii) Despreocupação no Fator de Produção – problema
No tópico da problemática, encontrou-se como resultado, a negação, a
despreocupação com as questões da estrutura da cadeira, cujo reflexo se opera
no fator de produção, seja pela mantença do ritmo, ou pelo de atenção e
concentração do colaborador em seu posto de serviço.
A despreocupação com a postura, a questão da estrutura da cadeira e os
movimentos praticado pelo colaborador na realização da atividade laboral pode
levar a consequências graves e até o afastamento por motivo de saúde.
Mariângela Gagliardi Caro Salve e Antonia Dalla Pria Bankoff, ao discorrer sobre
“Postura corporal: um problema que aflige os trabalhadores”, indica que:
Segundo ANDERSON et al. (1974), a postura sentada provoca retificação
da coluna lombar e aumento da pressão intradiscal.
NACHEMSON (1975) mencionou que a permanência na posição sentada,
causa mais problemas à coluna que a posição em pé. O autor analisou as
diversas posições do tronco, e observou que a pressão intradiscal é
diminuída quando o indivíduo senta, sem o apoio do tronco e mantém as
costas retas, diminuindo ainda mais, quando os braços são apoiados nas
coxas; mencionou também que a pressão é diminuída quando aumenta a
inclinação do encosto; verificou que, quando se utiliza o apoio da região
torácica, ocorre um aumento da pressão, mas na região lombar, ocorre
uma diminuição. Concluiu que ao sentar com apoio das costas, ocorrem
menos lesões, pois há menos pressão.
Outro problema da permanência na posição sentada é a dificuldade de
retorno venoso nos membros inferiores (GRANDJEAN; HUNTING, 1977).
JENSEN (1979) considerou que as posturas estáticas ou de descanso,
por longo período, levam os músculos abdominais a se tornarem
alongados e fracos. O trabalho sentado causa problemas (NACHEMSON,
1982).
As atividades que exigem que o indivíduo assuma, frequentemente, as
mesmas posições corporais, ou seja, o mesmo modo de sentar, de apoiar
os membros ou esforços significativos da estrutura locomotora, criam
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 Engenharia da Produção – consultoria 

hábitos posturais que podem acarretar alterações posturais permanentes


(ADRIANS, 1991; MOOREE; WELLS; RANNEY, 1993).
Fonte: Mariângela Gagliardi Caro Salve e Antonia Dalla Pria Bankoff. Postura corporal: um
problema que aflige os trabalhadores . Rev. bras. saúde ocup. 28 (105-106) • 2003. SciELO.
Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0303-76572003000100010. Acesso em: 4 out.
2021.

A despreocupação com a o modo de sentar, ou as consequências que


uma má postura leva, sobretudo, a problemas de saúde, afastamento do
trabalho, e por consequência a redução de produção ou aumento de custo em
decorrência de novas contratações temporárias, ou mesmo substituições
eventuais.
Por sua vez, Roberto Carlos Barduco e Abílio Garcia dos Santos Filho, em
pesquisa sobre “Insatisfação e Desconforto: o caso da poltrona do motorista de
ônibus urbano”, registra que:
O desconforto é um indicador de risco usado para detectar possíveis
problemas no corpo. Suas possíveis causas, resultando da tensão
músculo-esquelética, são o tensionamento dos músculos, nervos, vasos
sanguíneos, ligamentos e membranas das articulações, a compressão de
alguns tecidos do corpo, fadiga muscular, déficit de circulação sanguínea
e “parcialisquemia”, desobstrução dos nervos ocasionando pressão e
inflamações secundárias. As atividades diárias dos motoristas de ônibus
urbano incluem: muitas paradas (número excessivo de movimentos
repetitivos); necessidade de deslocar o banco no sentido horizontal para
colocar-se e sair do assento, devido ao espaço reduzido da cabina;
revestimento do assento de material sintético ocasionando desconforto
devido à transpiração; disfunções humanas (problemas posturais entre
outros fatores relacionados ao posto de trabalho do condutor).
Fonte: Roberto Carlos Barduco e Abílio Garcia dos Santos Filho. Insatisfação e Desconforto:
o caso da poltrona do motorista de ônibus urbano . In. PASCHOARELLI, LC., and
MENEZES, MS., orgs. Design e ergonomia: aspectos tecnológicos [online]. São Paulo:
Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. 279 p. ISBN 978-85-7983-001-3.
Available from SciELO Books. Disponível em: http://books.scielo.org. Acesso em: 5 out.
2021.

Os autores destacam que o desconforto ou a falta do conforto conduz ao


surgimento de problemas com o corpo. E os problemas com o corpo dos
colaboradores afetam a produção. Logo, a despreocupação no fator de
produção, com o conforto derivado de boas estruturas de cadeiras, para as
atividades laborais, representa um ponto significativo e de atenção aos

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

profissionais de Engenharia de Produção. É o que sinaliza um dos resultados


obtidos na pesquisa.
iii) Preocupação no Fator de Produção – solução
Por sua vez, a atenção ou preocupação no fator de produção, tem como
origem o cuidado com os aspectos da ergonomia, do conforto, segurança e
adequação dos mobiliários, nos quais integram a atividade laboral e produtiva.
Desta forma, a preocupação no fator de produção deve ser algo que consta na
Agenda dos profissionais de Engenharia de Produção.
Como resultado da preocupação no fator de produção, pode-se destacar a
importância e os benefícios da ergonomia no trabalho, como evidencia no texto
de Raphael Pires:
Ergonomia no trabalho: importância e benefícios para a produtividade
A ergonomia no trabalho é um campo de estudo que visa trazer maior
conforto e condições adequadas de atuação para um profissional em seu
ambiente laboral. Para isso, práticas, conceitos, ferramentas e acessórios
são propostos a fim de gerar satisfação e maior produtividade.
Passar horas seguidas desempenhando um trabalho — seja ele mais
intenso, seja em um ambiente de escritório, em home office usando um
computador — gera consequências físicas ao trabalhador. Elas podem
ser das mais simples, como um cansaço, às mais graves, como as
Lesões de Esforços Repetitivos (LER). Para evitar os casos mais
prejudiciais, a ergonomia no trabalho é uma prática fundamental.
Empresas que se preocupam com o bem-estar de seus colaboradores e
de que maneira isso afeta os resultados estão cada vez mais atentas às
formas de oferecer boas condições de trabalho. Mesas niveladas,
cadeiras que contribuam para uma postura adequada e uma série de
outros itens e acessórios são fundamentais. Além deles, instruções e o
acompanhamento fazem toda diferença!
A ergonomia no trabalho é realmente importante e ajuda os dois lados
envolvidos nessa relação: o empregador e o colaborador.
Fonte: Raphael Pires. Ergonomia no trabalho: importância e benefícios para a produtividade.
Disponível em: https://rockcontent.com/br/blog/ergonomia-no-trabalho/. Acesso em: 5 out.
2021.

No que tange a compreensão da estrutura da cadeira, enquanto mobiliário


corporativo, é preciso estabelecer parâmetros advindo da ergonomia no trabalho,
de modo a aferir conforto e condições adequadas na realização da atividade
laboral. Requisitos para produtividade, vez que o desempenho do trabalho
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 Engenharia da Produção – consultoria 

intenso em escritório, home office, ou de atendimento a público ou linha de


produção impõem esforço que pode resultar em LER ou outras lesões. O que
implica que a empresa deve se preocupar com o bem-estar de seus
colaboradores, com evidencia os autores, de modo que a ergonomia no ambiente
de trabalho contribui para todos, sobretudo, empregadores e colaboradores. Sem
contar satisfação do cliente, dos familiares etc.
Em publicidade da RS Design Corporativo, tem-se uma visão ou
perspectiva do vendedor para explicitar e descrever uma cadeira ergonômica,
que como resultado de pesquisa, considerou-se significativa esta visão na
composição da reflexão temática, ou seja:
O que é uma cadeira ergonômica?
Cadeiras ergonômicas são aquelas que atendem os requisitos mínimos
da Norma Regulamentadora NR17 (NR-17.3.3), que são:
Possuir um encosto cuja forma e curvatura se adaptem ao corpo,
protegendo a região lombar.
A altura do assento deve ser regulável, principalmente para que essa
cadeira possa ser utilizada por mais de um usuário.
Assento plano e sem formato, cuja borda frontal seja arredondada.
Essas especificações se tornam importantes principalmente no momento
de escolher cadeiras para o ambiente corporativo. Isso porque as
cadeiras provavelmente serão utilizadas por várias pessoas e não
compradas individualmente para um, o que é inviável. Por isso, é tão
importante a consultoria de uma empresa especializada em mobiliário
corporativo, que auxiliará na definição do melhor modelo de cadeira para
cada tipo de atividade.
Encontrando a cadeira perfeita
As pessoas passam boa parte de seu tempo sentadas: Sentam enquanto
fazem refeições, no trabalho, durante seus caminhos (transporte público e
automóvel), nas escolas e faculdades, em reuniões e até mesmo em
casa, quando tiram um momento para relaxar em frente à televisão. Pode
parecer que sentar seja uma atividade que dispõe de menos esforço
físico que as outras, mas a verdade é que essa posição pode representar
grande estresse na região lombar. Efeitos combinados de uma vida
sedentária fazem com que essa situação se agrave rapidamente.
Na escolha da cadeira mais adequada para a equipe, um Consultor da
RS Design, por exemplo, irá se informar sobre as atividades exercidas no
local, o tipo de movimentação e fluxo de trabalho, o tipo físico da maioria
das pessoas entre outros fatores para a indicação da melhor opção para
aquela empresa, sempre atendendo os requisitos ergonômicos.

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

As cadeiras da RS Design são produzidas com alto conceito de


tecnologia para a saúde e o bem-estar do usuário, com base em estudos
que abrangem:
» Antropometria: Estudo das dimensões e medidas do corpo humano;
» Biomecânica: Estudo das forças mecânicas que agem sobre o corpo;
» Fisiologia: Estudo das múltiplas funções mecânicas, físicas e
bioquímicas humanas.
Para que você encontre a cadeira perfeita, a RS Design elaborou
algumas perguntas que podem te ajudar nessa busca:
1. Qual a atividade da pessoa que irá utilizar a cadeira?
Se o usuário precisa ficar muitas horas sentado, na frente do computador,
a indicação é uma cadeira com apoia-braços e diversos sistemas de
ajustes e até mesmo ajustes inteligentes que se adaptam ao próprio
corpo da pessoa.
Os modelos com rodízios são indicados para atividades que requerem
mobilidade e dinamismo.
Se a cadeira for utilizada em uma sala de reunião, por exemplo, não há
necessidade de rodízios e muitos ajustes, pois, o tempo de uso não é
constante.
Existem ainda modelos com espaldar mais alto, para melhor conforto na
região superior da coluna, assentos mais largos e estruturas mais
resistentes para atender os diversos tipos físicos.
2. É necessário ter uma cadeira que atenda a NR17 na empresa?
É fundamental para fornecer um equipamento de trabalho adequado, que
não prejudicará a saúde dos usuários, evitando uma série de problemas
trabalhistas.
É importante também a empresa fornecer um treinamento sobre o ajuste
adequado e a postura adequada ao se sentar para trabalhar, pois estes
dois pontos são essenciais para evitar qualquer tipo de dores por mau
uso. Os consultores da RS Design estão preparados para fornecer este
treinamento a uma pessoa da empresa que deverá multiplicar as
informações.
3. Pessoas diferentes utilizarão essa cadeira?
Em caso positivo, é essencial a aquisição de uma cadeira com diversos
sistemas de ajustes. Atualmente, os fabricantes estão envolvendo muita
tecnologia nas regulagens das cadeiras, justamente para atender os mais
diferentes biótipos.
Se for apenas uma pessoa, um diretor por exemplo, é ideal que seja feito
o “test-drive” no qual a própria pessoa irá sentar-se na cadeira e analisar
o grau de conforto.
Comprar uma cadeira ergonômica é o primeiro passo para promover a
segurança e a saúde de seus funcionários no ambiente do escritório, mas

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 Engenharia da Produção – consultoria 

também é necessário que eles façam bom uso dela e adotem posturas
corretas. Isso diminuirá a incidência de funcionários que são afastados
por problemas de coluna.
A postura correta compreende braços apoiados, coluna reta, peso todo
transferido para o assento e pés no chão, assim a carga de pressão é
redistribuída ao corpo todo.
A cadeira correta proporcionará maior descanso, menos dores no corpo e
funcionários sem fadiga, aumentando a produtividade do ambiente.
Fonte: RS Design. O que é uma cadeira ergonômica? Disponível em:
https://www.rsdesign.com.br/o-que-e-uma-cadeira-ergonomica/. Acesso em: 5 out. 2021.

Destacando-se que peça publicitária não tem caráter científico, mas,


contribui com o caráter informativo. E neste sentido, as informações podem
receber um tratamento científico, bem como, uma análise da percepção de quem
produz, material, no caso, cadeira corporativa, como também ao usuário final. E,
sobretudo, ao profissional de Engenharia de Produção que estejam envolvidos
em projetos que visão produtividade do ambiente de trabalho e a integração
entre colaboradores e mobiliários na integração de resultados de produção.
Na mesma linha, tem-se o artigo de Mirage Moveis, sobre “ Importância
dos Móveis Corporativos na Produtividade e no Clima Organizacional das
Empresas”, que destaca:
E os móveis corporativos neste caso podem contribuir muito e as
empresas estão começando a perceber isso. É importante investir no
conforto e esses móveis devem ser bem escolhidos e posicionados no
ambiente, sempre respeitando a individualidade da sua equipe para
garantirem o ganho de produção. Eles, em sua maioria, devem ser
ergonômicos, ou seja, possuir propriedades e obedecerem às normas que
protegem a saúde de cada funcionário.
Alguns exemplos de móveis corporativos podem ser compartilhados:
cadeiras ergonômicas com mecanismos que geram ainda mais conforto,
mesas com disposição de altura, apoio para os pés e dispositivo para
elevação de computadores para deixar a estação de trabalho mais
confortável e evitar lesões.
Outro fator importante é a posição dos móveis. Além de oferecer um
reequilíbrio emocional dos colaboradores, estimula a criatividade. Eles
devem ser montados com todo cuidado e atenção, pois devem estar em
completa harmonia. A mobília deve ser planejada levando em
consideração a funcionalidade, a praticidade e o bom gosto.
Móveis bem projetados se encaixam melhor no ambiente. Isso valoriza o
espaço, diminuindo o risco de uma área cheia demais ou muito vazia. O

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

uso de móveis ergonômicos também é muito importante. Eles prezam


pelo bem-estar de sua equipe, o que consequentemente aumenta sua
produtividade.
Fonte: Mirage Moveis. Importância dos Móveis Corporativos na Produtividade e no Clima
Organizacional das Empresas. Disponível em:
https://miragemoveis.com.br/2021/01/12/importancia-dos-moveis-corporativos-na-
produtividade-e-no-clima-organizacional-das-empresas/. Acesso em: 5 out. 2021.

Os resultados sinalizam para a preocupação do mobiliário corporativo


como fator de produção, de conforto, bem-estar, saúde e como consequência a
produtividade.
Ainda, destaca-se que a expressão “fator de produção” recebe uma
conceituação técnica, em especial, do ponto de vista econômico, mas, que
também pode ser categoria de análise na Engenharia de Produção. Entendendo-
se como “fator de produção” como sendo:
O que são os fatores de produção?
São chamados de fatores de produção o conjunto de elementos
considerados indispensáveis para a produção dos produtos e serviços. É
a partir da reunião de todos os fatores que se cria o que conhecemos
como cadeia produtiva, visto que sem eles é impossível se entregar
qualquer bem.
Os fatores de produção são compostos, segundo o conceito inicial, por
três itens: o capital, a terra e o trabalho. Cada um deles possui as suas
características particulares, mas entende-se que compartilhem entre si
três atributos principais: a adaptabilidade, a complementaridade e a
substituibilidade.
Cada uma delas coopera para que os fatores de produção figurem como
um elemento central dentro da teoria econômica. Isso porque são
considerados o centro das próprias relações de consumo.
E conforme elas avançam, surgem defensores da extensão do termo
fatores de produção para contemplar elementos como a própria
tecnologia da qual já dispomos no século XXI.
Fonte: Mais Retorno. Glossário: Fatores de Produção. Disponível em:
https://maisretorno.com/portal/termos/f/fatores-de-producao. Acesso em: 12 out. 2021.

Nota-se que o conceito de “fatores de produção”, não se limita a capital,


terra e trabalho. Inclui três atributos que são a adaptabilidade, a
complementaridade e a substituibilidade. E ainda se abre a concepção
tecnológica. E outros fatores combinativos, entre eles pode-se citar o ambiente
de negócio, a segurança jurídica, a estabilidade política, as políticas públicas etc.

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 Engenharia da Produção – consultoria 

iv) Metodologia
Na metodologia, entendida como sendo:
Metodologia é uma palavra derivada de “método”, do Latim “methodus”
cujo significado é “caminho ou a via para a realização de algo”. Método é
o processo para se atingir um determinado fim ou para se chegar ao
conhecimento. Metodologia é o campo em que se estuda os melhores
métodos praticados em determinada área para a produção do
conhecimento.
Fonte: Significados. O que é metodologia. Disponível em:
https://www.significados.com.br/metodologia/. Acesso em: 5 out. 2021.

Como o texto informa, metodologia é o caminho ou a via para a realização


de algo, no caso, “algo” significando o caminho para realizar uma pesquisa
científica.
Da compreensão da metodologia, também obteve, nos resultados, o
sentido de pesquisa bibliográfica, que se explicita como sendo:
A pesquisa científica está presente em todo campo da ciência, no campo
da educação encontramos várias publicadas ou em andamento. Ela é um
processo de investigação para solucionar, responder ou aprofundar sobre
uma indagação no estudo de um fenômeno. Bastos e Keller (1995, p. 53)
definem: “A pesquisa científica é uma investigação metódica acerca de
um determinado assunto com o objetivo de esclarecer aspectos em
estudo”. Para Gil (2002, p. 17) “A pesquisa é requerida quando não se
dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou então
quando a informação disponível se encontra em tal estado de desordem
que não pode ser adequadamente relacionada ao problema”.
A pesquisa científica apresenta várias modalidades, sendo uma delas a
pesquisa bibliográfica que será abordada no presente artigo, expondo
todas as etapas que devem ser seguidas na sua realização. Esse tipo de
pesquisa é concebida por diversos autores, dentre eles Marconi e Lakatos
(2003) e Gil (2002).
A pesquisa bibliográfica está inserida principalmente no meio acadêmico
e tem a finalidade de aprimoramento e atualização do conhecimento,
através de uma investigação científica de obras já publicadas.
Para Andrade (2010, p. 25):
A pesquisa bibliográfica é habilidade fundamental nos cursos de
graduação, uma vez que constitui o primeiro passo para todas as
atividades acadêmicas. Uma pesquisa de laboratório ou de campo
implica, necessariamente, a pesquisa bibliográfica preliminar. Seminários,
painéis, debates, resumos críticos, monográficas não dispensam a

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

pesquisa bibliográfica. Ela é obrigatória nas pesquisas exploratórias, na


delimitação do tema de um trabalho ou pesquisa, no desenvolvimento do
assunto, nas citações, na apresentação das conclusões. Portanto, se é
verdade que nem todos os alunos realizarão pesquisas de laboratório ou
de campo, não é menos verdadeiro que todos, sem exceção, para
elaborar os diversos trabalhos solicitados, deverão empreender pesquisas
bibliográficas (ANDRADE, 2010, p. 25).
Fonte: Angélica Silva de Sousa; Guilherme Saramago de Oliveira; e Laís Hilário Alves. A
Pesquisa Bibliográfica: princípios e fundamentos. Cadernos da Fucamp, v.20, n.43, p.64-
83/2021. Disponível em:
https://www.fucamp.edu.br/editora/index.php/cadernos/article/download/
2336/1441#:~:text=A%20pesquisa%20bibliogr%C3%A1fica%20%C3%A9%20o,publicados
%2C%20para%20apoiar%20o%20trabalho. Acesso em: 5 out. 2021.

Observa-se que nos resultados, a indicação da pesquisa bibliográfica, se


apresenta como a pesquisa científica de incidência em todas as áreas. E como
tal, se habilita ao primeiro passo na investigação científica, permitindo o domínio
e conhecimento já publicado, o que faz desta pesquisa o primeiro aporte para os
demais tipos de pesquisa.
Pela metodologia elegida, como pesquisa bibliográfica, pode obter como
resultado um número significativo de referências, e a seleção pela leitura
objetivada, permitiu a reflexão que a cadeira corporativa ou seu designer como
estrutura, pode oferecer.
Destacando ainda os pontos relativos a ergometria, os valores, a busca
pela produtividade e a percepção da Engenharia de Produção.
Assim, os resultados sobre a estrutura da cadeira ou de seu designer,
destacaram a adequação na ergometria para a boa prática de produção, ao bem-
estar, as normativas, aos valores e princípios da dignidade da pessoa humana,
as atividades laborais e econômicas, a sincronia e harmonia entre corpo e
mobiliário corporativo. Equilíbrio que o profissional de Engenharia Elétrica precisa
equacionar ou se preocupar para garantir movimentos, conforto ao corpo do
colaborador para manter a produção. É o que se infere dos resultados obtidos.
Sobretudo, na análise da estrutura da cadeira, da visão ou despreocupação com
os fatores de produção. E o sentido ou percepção da Engenharia de Produção.
Dos resultados passam para o tópico da discussão a seguir.

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 Engenharia da Produção – consultoria 

7 Discussão
A discussão se caracteriza pela troca de pensamento, ponto de vista e
conceitos adotados, de modo a alcançar ou obter um consenso parcial ou total
de um assunto ou tema apresentado. Com isto, o tópico da discussão
compreende no momento em que o pesquisador pode e deve estabelecer um
diálogo entre os autores pesquisados e as inferências que alcançou diante do
banco de dados e informações obtidas sejam elas confirmatórias, discrepantes
ou contraditórias.
Com a discussão tem-se, não só o local apropriado, mas, também o
momento de se proceder em análise, interpretação e a própria crítica, sempre
com uma inferência do pesquisador.
Sendo no caso, o foco de compreender o alcance e a influência da
estrutura da cadeira, como mobiliário corporativo e que integra a
complementariedade entre a atividade do colaborador e o mobiliário em seu
posto de trabalho. Fator que se não compreendido pode refletir na produção do
colaborador. Razão da questão problema em responder: quais as exigências e
quesitos necessários para a compreensão, alcance e influência da estrutura da
cadeira, enquanto mobiliário ou equipamento de trabalho, nos fatores de
produção do colaborador ou de seus resultados finais de produção?
Reafirmando que a “discussão”, conforme explica Paulo Saldiva:
Discussão
A discussão é a parte do artigo que se depara com o desafio de manter o
equilíbrio entre erudição e concisão. É importante apresentar ao leitor as
implicações dos resultados obtidos, e, ao mesmo tempo, não desviar
significativamente dos achados objetivos. Em outras palavras, algum nível
de especulação sobre o potencial dos achados é esperado, sem, no
entanto, permitir que as asas da imaginação conduzam o texto para o
etéreo domínio do devaneio, sem fundamento em dados obtidos no
estudo em discussão. Tendo em mente as dificuldades acima expostas,
serão feitas algumas sugestões orientadoras sobre como escrever uma
discussão.
Inicialmente, seria oportuno logo no começo do texto colocar, de maneira
objetiva e sucinta, um resumo dos resultados. Por exemplo, " Os dados
obtidos no presente estudo demonstram que o tratamento X mostrou ser
positivo para o tratamento da doença Y. Os efeitos positivos observados
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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

foram consistentes e se mantiveram inalterados frente a diferentes


procedimentos de controle, tais como X, Y e Z.". Logo após essa pequena
revisão da seção de resultados, é importante apontar as potenciais
implicações do estudo, como "o conjunto de achados indicam que, nas
circunstâncias e limitações definidas no presente estudo, o tratamento X
tem o potencial de beneficiar os pacientes portadores da doença Y, sem
apresentar alguns dos efeitos adversos (ou menor custo, ou em menor
tempo, etc.) dos tratamentos convencionais".
Em seguida, seria oportuno comparar os resultados obtidos com a
literatura e expor, ao mesmo tempo, os estudos concordantes e
discordantes. Caso existam estudos que divirjam dos resultados obtidos,
seria oportuna a apresentação das possíveis razões da divergência, tais
como, diferentes protocolos, regimes de tratamento, métodos de
avaliação, entre outros. Não é justo nem mesmo eticamente justificável
ignorar deliberadamente os estudos divergentes. Não se deve deixar de
tornar evidente ao leitor em que medida os resultados do estudo
contribuem para o tema. Em outras palavras, os autores estão em uma
posição privilegiada para dizer o que há de novo no estudo e não devem
se furtar a apontá-los.
Após comparar os resultados obtidos em relação aos já existentes, seria
interessante fornecer as bases biológicas que conferem plausibilidade
aos dados obtidos. Nesse ponto, é importante incluir as medidas feitas no
próprio estudo, realizadas com o intuito de determinar as bases
mecanísticas dos efeitos observados e, também, referenciar a literatura
existente que comprovam os mecanismos apontados como responsáveis
pelos efeitos observados. Essa parte da discussão poderia soar como " os
efeitos observados são compatíveis com um aumento da condutância do
canal de sódio, mediada pelo aumento da expressão da proteína Z. As
medidas de expressão gênica do gene que controla a expressão da
proteína Z (Figura XX) corroboram esta hipótese. Em estudo realizado
em roedores, Fulano et al. (referência) demonstraram efeitos similares".
Essa parte da discussão - a explicação dos mecanismos responsáveis
pelos efeitos observados - é uma das mais suscetíveis a declarações
hiperbólicas, ou seja, argumentos que, embora plausíveis, não encontram
suporte nos resultados obtidos. Portanto, caro leitor, cuidado nessa parte!
É também importante na discussão expressar de maneira clara as
limitações do estudo. Por exemplo, não se pode furtar da discussão os
pontos fracos do estudo, tais como tamanho da amostra, falta de medidas
complementares que ajudariam a comprovar as hipóteses testadas,
inconsistências com estudos anteriores, e outros pontos que mereçam
comentários. Um reconhecimento objetivo dos pontos fracos não
prejudica a aceitação do estudo e, pelo contrário, demonstra o

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 Engenharia da Produção – consultoria 

conhecimento que o grupo executante tem do assunto e sua seriedade.


Portanto, nada de tentar ignorar as fragilidades. Os revisores do estudo
são, via de regra, especialistas no tema e irão apontar as deficiências do
trabalho sob seu julgamento.
Finalmente, uma maneira elegante de finalizar a discussão é apresentar
de modo resumido as conclusões que se possibilita fazer em face dos
resultados obtidos, como "Em resumo, os resultados obtidos suportam o
conceito de que o tratamento X tem efeitos positivos sobre a doença Y,
indicando ser esta abordagem uma alternativa adicional para o manejo
dos pacientes. Caso sejam confirmados, o tratamento empregado neste
estudo abre novas perspectivas terapêuticas para o controle de uma
condição de extrema importância em termos de saúde pública".
Fonte: Paulo Saldiva. Discussão. Editorial • Rev. Assoc. Med. Bras. 58 (5) • Out 2012 •
Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-42302012000500001. Acesso em: 11 out.
2021.

A discussão, como visto, é o necessário equilíbrio entre erudição e


concisão, porém, com enfrentamento objetivo dos resultados, dentro de uma
concepção técnica e precisa. Evitando-se o devaneio e pautando-se na análise e
na fundamentação.
Como se recomenda, inicia-se a discussão, com a recuperação do objeto
de estudo, o problema, a solução e a metodologia.
i) objeto de estudo – Estrutura da Cadeira
A expressão “estrutura da cadeira”, dentro do contexto da Engenharia de
Produção, recebe o sentido de extensão do corpo humano em sua atividade
laboral unificando colaborador e mobiliário corporativo. Nesta perspectiva, de
unidade no posto de trabalho, tem-se a percepção que a estrutura da cadeira
ajuda a promover, com eficiência, os movimentos, a potencialidade do alcance e
permanência de ritmo, a economicidade da energia para a produção, visto nos
resultados da própria produção e seu ritmo, do bem-estar, da segurança, do
conforto do colaborador.
A confirmação da ideia de estrutura da cadeira como unidade com o
colaborador, advém do contexto evolutivo-histórico, no qual a ideia de estrutura
compreende a sobreposição ou acomodação em pilhas ou empilhar, sentar ou
colocar sobre. Porém, a peculiaridade advém na unidade, discutida no designer,
que é a busca pelo conforto. Que tem sua complementariedade na percepção de

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

ser o elo material do relacionamento entre o humano e sua habitação ou posto


de trabalho. Neste ponto, tem-se o equilíbrio entre a estática – situação de
repouso, e a dinâmica – situação de movimento na produção. É o ponto
determinante para a Engenharia de Produção que deve pensar o humano e a
cadeira de modo a alcançar o conforto ideia para potencializar a produção.
Pensar o humano e o mobiliário corporativo é concretizar os pressupostos
da ergonomia, ou das normas técnicas, no caso, a NR-17. Ao observar as
normativas técnicas está se respeitando os Direitos Humanos, a dignidade, a
saúde, o bem-estar etc.
Com isto, a estrutura da cadeira é a unidade sobreposta do colaborador e
o mobiliário corporativo atuando no ambiente de trabalho de modo a garantir
conforto, bem-estar, segurança, saúde, dignidade e demais direitos na realização
de suas atividades laborais, pensada e propiciada para a efetividade dos fatores
de produção.
ii) problema – Despreocupação no Fator de Produção
Ao negligenciar a estrutura da cadeira, como fator de produção, em
especial, a Engenharia de Produção, demonstra uma despreocupação em um
ponto sensível que é o conforto e bem-estar do colaborador.
E por consequência, está despreocupação no fator de produção reflete
em duas circunstancias ou relações bem definidas que são:
a) Relação imediata entre colaborador – estrutura da cadeira. E tem como
consequências, entre outras: o absenteísmo, que é a falta constante; a
descontinuidade e frequência oscilante de produção, que cai ao longo do
expediente; a aquisição de doenças ocupacionais e de postura corporal, por
mobiliário ou ambiente inadequado; e a redução da vida profissional do
colaborador, levando a aposentadoria por invalidez ou incapacidade.
b) Relação direta entre colaborador – estrutura da cadeira e a
produtividade – tem-se, pela despreocupação com os fatores de produção, entre
outros, os seguintes reflexos: no quantitativo do resultado, ou seja, tem-se a
baixa produtividade; perde a qualidade do resultado esperado, isto é, uma baixa
qualidade em decorrência dos efeitos na mão de obra; o comprometimento da
58
 Engenharia da Produção – consultoria 

produtividade na imagem da organização; e a insatisfação do cliente, seja no


atendimento, recepção, produto e pós-venda.
Pontos que são ilustrados abaixo:

Situação que faz refletir no seguinte problema de investigação: quais as


exigências e quesitos necessários para a compreensão, alcance e influência da
estrutura da cadeira, enquanto mobiliário ou equipamento de trabalho, nos
fatores de produção do colaborador ou de seus resultados finais de produção?
O questionamento indica que a despreocupação no fator de produção, em
foco, as atividades produtivas que o colaborador executa ou atua de forma
acoplado com a estrutura de cadeira ou extensão de mobiliário corporativo, tem
reflexos e influencias, nos resultados finais de produção.
O que desprende que nas organizações todos os elos e pontos são
essenciais e fundamentais na aferição do resultado final da produção. E no caso,
a observância ou a preocupação com a ergonomia, com o cumprimento
adequado e integral, em especial atenção a NR 17. Como também, a incidência
prática na verificação da adequação do mobiliário nos postos de trabalho.
iii) solução – Preocupação no Fator de Produção

59
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Por outro lado, a solução segue no sentido que, os profissionais de


Engenharia de Produção, deva se preocupar com todos os fatores que
influenciam o sistema de produção, sobretudo, no tocante ao designer, as
unidades operacionais, as cadeias produtivas, os arranjos, os sistemas, os
complexos e o próprio mercado, nas exigências econômicas, logísticas,
ambientais, produtivas, sustentáveis e responsáveis.
Pensar na unidade de produção, no qual se visualiza o colaborador e o
mobiliário corporativo, no caso, a cadeira, em específico a estrutura da cadeira,
no qual engloba os movimentos e a condição estática necessária. Este conjunto
ou unidade de produção envolve circunstâncias peculiar a ser observada, como o
conforto, o bem-estar, a segurança, a integridade física, emocional, psicológica,
liberdade etc.
A estrutura da cadeira permite visualizar a unidade produtiva com a
integração do humana e o mobiliário na realização de uma atividade laboral. A
existência desta preocupação, no contexto das organizações, e sob uma análise
de profissionais da Engenharia de Produção, permite e projeta condições do
colaborador a produzir, maximizar e potencializar sua atividade laboral em
decorrência do conforto, da dignidade, da satisfação, do ambiente de trabalho, do
clima organizacional e do bem-estar que se observar a partir da estrutura da
cadeira, apropriar e pensar a cadeira, dentro da adequação ergonômica.
Neste percurso estabeleceu três hipóteses, sendo que a terceira, se
apresentou com um grau de acerto. Ou seja, “ as exigências e os quesitos
necessários para a compreensão, alcance e influência da estrutura da cadeira,
enquanto mobiliário ou equipamento de trabalho, perpassa por normas de
conhecimento ou perfil dos colaboradores, as normas técnicas que estabelece e
defini o tipo de equipamento para cada atividade, bem como tem-se a exigência
da observância da NR 17 – Ergonomia, que estabelece parâmetros e condições
de trabalho que respeita as características psicofisiológicas dos trabalhadores,
de modo a assegurar o conforto, segurança e desempenho eficiente. Pois, tais
observâncias, não só representa o cumprimento e recomendação normativa,
mas, reflete nos fatores e produção do colaborador e seus resultados a curto,

60
 Engenharia da Produção – consultoria 

médio e longo prazo. O que se encontra uma adequação técnica ao grau de


pesquisa e compreensão sobre a matéria.
Veja que a preocupação com o fator de produção, aqui identificado como
estrutura da cadeira que reflete no conforto, segurança, bem-estar etc. Afasta,
num primeiro momento do clássico conceito de “fator de produção”, vinculado a
economia, como sendo: a terra, o trabalho e o capital. Porém, é preciso ampliar e
aprofundar os elementos e a preocupação com fator de produção. Ainda que se
tenha a visão econômica é preciso se apropriar da visão da Engenharia de
Produção. No caso, a estrutura da cadeira adentra no fator de produção tem-se a
vinculação de dois fatores, a “terra” enquanto matéria compositiva do mobiliário,
a observância das normativas, sobretudo, normas técnicas, no caso de
ergonomia etc.
Veja que na relação econômica tem-se:
– pela Terra paga-se aluguel;
– pelo Trabalho paga-se salário;
– pelo Capital paga-se juro;
– pela Tecnologia paga-se royalties;
No entanto, em se tratando de fatores produtivos que derivam de
combinação de unidade produtiva, como é o caso da estrutura da cadeira, que se
tem bens mobiliário ou ativo mobilizado, adentra como patrimônio que por sua
vez se configura como capital e terra.
Isto é importante a compreensão, pois, reflete na produção e nos demais
elementos e fatores de produção, uma cadeira inadequada, além de não
contribuir para o processo de produção, lesiona o colaborador que gera uma
doença ocupacional, seu afastamento e a queda de produção. O que reforça o
sentido da preocupação com o fator de produção.
iv) metodologia

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Na metodologia pautou-se na pesquisa bibliográfica e nos rigores e


técnicas que ela oferece. Seleção de banco de dados, referências, periódicos,
rede mundial de computadores, foram os encaminhamentos investigativos.
Observando a técnica da pesquisa, em especial, a técnica de leitura
objetivada, de fichamento, de parágrafo e da percepção crítica. Também, buscou
a pesquisa documental,
Na trajetória metodologia pode-se constatar e verificar a existência de
material que justifica e viabiliza a pesquisa, do ponto de vista quantitativo e
qualitativo.
No que tange aos resultados, este representa a soma de todos os dados
coletados de forma significativa sobre a estrutura da cadeira ou de seu designer.
Pontuando que está estrutura da cadeira, dentro da concepção de
mobiliário corporativo, e na perspectiva da avaliação de profissionais de
Engenharia de Produção, com fundamentos na ergometria, nas boas práticas de
produção, na busca do bem-estar dos colaboradores e observâncias das
normativas, asseguram, pelo conforto, segurança, qualidade de vida uma
eficiência, longevidade e perfeição técnica pela condições e adequação existente
e que o mobiliário propicia ao corpo e a atividade laboral.
Na discussão, reafirma que a indicação da “estrutura da cadeira” é
compreendida como mobiliário corporativo, empresarial, industrial, de serviços,
locação e outros. Neste sentido a estrutura não se limita a composição de
materiais ou de seu reforço, mas, a noção de designer com a integração
harmoniosa com o colaborador e desempenho de sua atividade laboral. Incluindo
na avaliação de desempenho os elementos e dados de ergonomia, que por sua
vez opera em favor do ser humano e no desdobramento na produtividade.
No entanto, na ocorrência ou negligência com fatore de produção,
sobretudo, com a despreocupação com a estrutura da cadeira e seus reflexos na
produção, ocasiona desdobramentos negativos seja de insegurança, mal-estar,
afastamento, desconforto, baixa produtividade, afastamento precoce ou doenças
ocupacionais, dores lombares etc. O que implica que o desconforto do
colaborador reflete no resultado de sua produtividade.

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 Engenharia da Produção – consultoria 

Exigindo, por parte dos profissionais de Engenharia de Produção, uma


preocupação no fator de produção ligado a questão da estrutura da cadeira, em
especial, a inserção dos mobiliários corporativos, dentro das regras e exigências
da ergonomia no trabalho, no ambiente de trabalho e na produtividade. Evitando
danos aos colaboradores e, no sentido, oposto, propiciando um conforto e bem-
estar aos mesmos.
Reforça o sentido a estrutura da cadeira, enquanto unidade de produção
que integra humano e mobiliário para desenvolver atividade laboral, precisa ter
seu designer com a devida preocupação com a ergometria para a boa prática de
produção, do conforto, do bem-estar, dos valores e princípios da dignidade da
pessoa humana, da sincronia e harmonia entre o corpo – atividade laboral –
mobiliário corporativo. A preocupação com este ponto, no sistema de produção,
indica uma percepção de designer que gera conforto, bem-estar e
potencialização dos movimentos dos colaboradores, do mobiliário e de auxílio na
produção. A redução do movimento, o encurtamento das distancias e o poupar a
energia do colaborador, tem-se um efeito positivo e necessário a continuidade do
processo de produção. Razão desta preocupação, análise e cuidado na projeção
ou nos projetos que envolve a estrutura da cadeira, como mobiliário corporativo.
No momento que há o despertar da preocupação no fator de produção,
com observação e cuidado na estrutura da cadeira, como mobiliário corporativo e
unidade de produção, que integra o colaborador e a adequação de seu posto de
trabalho. Tem-se a consciência e um avanço significativo, pela evidenciação dos
critérios de conforto, bem-estar, segurança etc. junto a concepção que todos os
elementos são potenciais na busca da diferença e na eficácia produtiva.
Estabelecido que o conceito de estrutura da cadeira se projeta na noção
de designer cuja preocupação se opera no conforto, bem-estar, segurança etc.,
como afirmado. E ainda, na concepção agrega, como mobiliário corporativo, a
unidade produtiva que integra o colaborador, a essencialidade nos movimentos
necessários ao desempenho laboral, a ergonomia adequada e o mobiliário.
Gerenciando uma preocupação na harmonia entre a unidade produtiva e o
máximo no desempenho.

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Em sentido contrário, a despreocupação indica para a seguinte questão


problema: quais as exigências e quesitos necessários para a compreensão,
alcance e influência da estrutura da cadeira, enquanto mobiliário ou equipamento
de trabalho, nos fatores de produção do colaborador ou de seus resultados finais
de produção?
Como solução, indica-se que as preocupações com as exigências e os
quesitos para a compreensão, alcance e influência que a estrutura da cadeira,
com a combinação dos movimentos dos colaboradores, possa permitir e propiciar
um conforto, bem-estar, segurança etc. Também, deve cumprir e observar as
exigências da NR-17 – Ergonomia.
Destacando-se que tais preocupações e exigências tem como reflexo e
ganho, tanto na produção, como na legalidade, no qual a empresa ou corporação
evita multas, conflitos, suspensões, cumprimento de diligências sem o
planejamento, o custo da imagem da empresa na mídia e outros fatores de
marca de reincidente de conduta inadequada, por falta de planejamento.
A preocupação com as condições de trabalho, bem como o respeito as
regras, em particular com as características psicofisiológicas dos colaboradores
no qual se permite um ambiente de conforto, bem-esta, segurança etc., propicia,
como dito, ganhos de curto, médio e longo prazo.
O ponto central estabelecido como objetivo de compreender o alcance e a
influência da estrutura da cadeira, enquanto mobiliário corporativo, de uso de
trabalho e os reflexos nos fatores de produção do colaborador, foram observados
nos seguintes itens:
i) estabelecer o conceito da estrutura da cadeira no designer do conforto,
bem-estar, segurança etc. do colaborador e a unidade integrada de produção,
deve ser vista, pela Engenharia de Produção, como engrenagem sincronizada e
harmônica de mínimos movimentos com a máxima de eficiência no resultado de
produção;
ii) fixar a estrutura da cadeira – fatores de produção entre colaborador –
ambiente de trabalho – mobiliário deve propiciar o descanso necessário (estático)

64
 Engenharia da Produção – consultoria 

e potencializar os movimentos necessários (dinâmica), o que é a combinação


perfeita;
iii) observar as exigências ergonômicas de cada unidade de produção de
forma individualizada;
iv) cumprir as exigências de outras normativas técnicas, legais e
internacionais;
v) revisar e atualizar as unidades de produção, dentro de um plano ou
projeto de manutenção periódica, observando que tanto o mobiliário sofre
desgaste, como o colaborador tem alterações físicas com o passar dos tempos; e
vi) com isto, compreender o alcance e a influência da estrutura da cadeira,
enquanto mobiliário de uso de trabalho e os reflexos nos fatores de produção do
colaborador.
O objetivo de compreender o alcance e a influência da estrutura da
cadeira de certa forma foi traçado em linhas gerais, o que sinaliza para o seu
alcance, sobretudo, ao responder o problema de investigação.
Com isto, firma-se a compreensão que a estrutura da cadeira, se
apresenta como designer, tem seu ponto central em valores, como conforto,
bem-estar, segurança, adequação etc.
Também se inferiu que a estrutura da cadeira, para unidade de produção
cuja combinação humano e mobiliário são necessários ao desenvolvimento da
atividade laboral e produtiva, deve comportar e ser ponto de preocupação por
partes dos profissionais que são responsáveis pela produção que se busca
eficiência e resultados dentro de padrões econômico, sustentáveis e inteligentes.
Pode-se inferir que da discussão, sobre a estrutura da cadeira, na
perspectiva da preocupação no fator de produção, no qual os profissionais de
produção, em especial, a Engenharia de Produção, precisa compreender a
unidade produtiva no qual se tem duas realidades distintas, de um lado o
humano-colaborador e de outro lado a cadeira mobiliário-corporativo que atuam
em dimensões opostos, um busca a dinâmica, o movimento e a liberdade,
enquanto o outro se apresenta como estática, parado e sem liberdade. Todavia,

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

devem-se ser postos em uma integração no qual se redefine e troca parcelas das
dimensões e realidade, o que permite a força do colaborador a dinâmica para a
cadeira, e a estática da cadeira o repouso para o colaborador. Neste equilíbrio,
tem-se a otimização da produção, pois, na estrutura da cadeira o colaborador
tem o descanso necessário, enquanto que a cadeira recebe a energia para os
movimentos acertados e voltados a produção. Formando uma unidade produtiva
eficiente para o sistema de produção.
No sentido inverso, a despreocupação com o fator de produção leva a
uma estrutura da cadeira de forma simplificada com dois elementos básicos que
são o humano-colaborador e a cadeira mobiliária-corporativa, sem outras
preocupações. Partindo do que se denomina o que é possível ofertar. A estrutura
da cadeira, nesta perspectiva da despreocupação se apresenta de forma
verticalizada, de cima para baixo, como se ilustra na figura:

No entanto, numa estrutura da cadeira, na perspectiva da preocupação no


fator de produção, a configuração deve ser outra, de modo a contemplar não só
os elementos básicos que são o humano-colaborador e a cadeira mobiliário-
corporativo, mas, incluir a integração, adequação e equilíbrio com a busca dos
valores de conforto, bem-estar, segurança etc., de modo a alcançar um ajuste
necessário para que a unidade produtiva seja eficiente, constante e permanente.
Para tanto, as condições físicas e corporais dos colaboradores devem passar por
uma avaliação de ergonomia, adequando o mobiliário de modo que a força
dinâmica do colaborador seja o movimento para a cadeira. E ao mesmo tempo, a
estática e repouso necessário que a cadeira oferece, também ajuste a posição
do colaborador em situação ou dinâmica de repouso ou descanso. Combinação

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 Engenharia da Produção – consultoria 

entre as oposições de dinâmica e estática para atingir ou alcançar o equilíbrio no


conforto, no bem-estar, na segurança e demais condições do ambiente e local de
trabalho. Configuração que pode ser vista na seguinte figura:

O que direciona que dentro da organização o cuidado e zelo com a


escolha e planejamento do mobiliário corporativo e a pessoa do colaborador
formam, como unidade de produção, uma estrutura única ou estrutura de
cadeira, que em sua harmonia e adequação permite obter resultados e
produtividade com constância, regularidade e qualidade.
E na soma do conjunto da unidade produtiva eficiente vem acompanhada
do respeito, da dignidade, do cumprimento dos Direitos Humanos, da Cidadania
e do cumprimento das normativas. Trabalhar e se preocupar com estes fatores
de produção, tem-se não só o ganho interno com a longevidade dos
colaboradores, mas, com a imagem da própria organização junto aos
consumidores.
Assim, pode-se inferir que da discussão, sobre a estrutura da cadeira, na
perspectiva da preocupação no fator de produção, no qual os profissionais de
produção, em especial, a Engenharia de Produção, precisa compreender a
unidade produtiva no qual se tem duas realidades distintas, de um lado o
humano-colaborador e de outro lado a cadeira mobiliário-corporativo. Observa-se
que, as realidades distintas atuam em dimensões opostos. Um busca dimensão
que é a dinâmica, o movimento e a liberdade. Enquanto a outra dimensão, se
apresenta como estática, parado e sem liberdade. Todavia, devem-se ser postos
em uma integração no qual se redefine e troca parcelas das dimensões e

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

realidade, o que permite a força do colaborador a dinâmica para a cadeira, e a


estática da cadeira o repouso para o colaborador. Neste equilíbrio, tem-se a
otimização da produção, pois, na estrutura da cadeira o colaborador tem o
descanso necessário, enquanto que a cadeira recebe a energia para os
movimentos acertados e voltados a produção. Formando uma unidade produtiva
eficiente para o sistema de produção. O que se alcança quando houver a
preocupação para o fator de produção, que se tenha agregado no conjunto
humano + mobiliário corporativo a noção de conforto, bem-estar, segurança,
saúde, ambiente etc. Com isto, tem-se a preocupação no fator de produção
Da discussão passa a apresentar as principais conclusões da pesquisa.

8 Conclusões
Nas conclusões pode-se observar que os profissionais da Engenharia de
Produção, ao visualizar ou mesmo projetar ambiente de trabalho, em que os
colaboradores se utilizam em seus postos de trabalho mobiliário ou que incorpora
cadeira e similares, permitindo ou exigindo dos colaboradores que exerçam suas
atividades em uma postura sentada, tem que haver, nestes casos, uma
preocupação com este mobiliário de forma adequada, em especial, suas
estruturas ou designer, para garantir e propiciar tanto o momento estático, como
o momento dinâmico, ou seja, estabelecer um conforto para o momento de
repouso e de exigência no movimento, de forma a facilitar e contribuir com a
produção e a jornada de trabalho.
Reforçando a ideia que a estrutura da cadeira, vista como unidade do
mobiliário disponível e necessário na empresa ou organização, de modo que o
colaborador possa exercer sua atividade de forma integrada e com a devida
adequação, firmando na unidade da cadeira a extensão do corpo humano e o
resultado na atividade de produção.
É na percepção integrativa dos movimentos, entre a estrutura da cadeira e
o ser humano sobre ela, no qual se tem um estado constante de semi-
movimentação, e o encontro de oposições, ora a busca da posição estática ou
repouso, total ou parcial, e ao mesmo tempo, uma posição de exigência

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 Engenharia da Produção – consultoria 

produtiva na forma dinâmica ou de movimento. Esta dualidade, de repouso e


movimento é observada na anatomia da cadeira (forração) que exige e impõem,
conforme o designer da cadeira, provoca ou não, movimento do corpo humano
em direção a uma postura ereta e adequado, sendo o inverso, por exemplo, uma
cadeira com estrutura alta, provoca uma curvatura na coluna ou na postura. E ao
mesmo tempo o ser humano, colaborador provoca movimento na cadeira, seja
por rotação ou outro movimento, exigindo-se uma constante troca entre a
estática e a dinâmica.
No entanto, deve haver um ponto de equilíbrio no qual a preocupação no
fator de produção se opera, isto é, quando a ocorrência da estrutura da cadeira
em perfeita harmonia com o colaborador, estabelecendo condições de conforto,
bem-estar, segurança e outras condições de ambiente que permite executar no
ponto de equilíbrio o processo de produção, potencializando o movimento,
garantindo a continuidade da atividade laboral de forma continua. Com a ideia de
repouso e movimento, mais a concepção do conforto adequado a duração e
longevidade do processo produtivo.
Com isto, firma-se que o objeto de estudo compreende na estrutura da
cadeira, a configuração do biotipo e das condições de ergonomia do colaborador
e a resultante desta união que é o terceiro elemento da unidade de produção e
dos fatores produtivos.
No que tange ao problema este é visto pela despreocupação no fator de
produção. Sobretudo, pela negligência ou mesmo, pelo desconhecimento das
exigências e quesitos necessários para uma compreensão, alcance e influência
da estrutura da cadeira, enquanto mobiliário corporativo ou equipamento de
trabalho, cuja unidade formadora entre a pessoa do colaborador e a estrutura da
cadeira. Sem uma atenção ou uma despreocupação, em especial, por parte do
profissional de Engenharia de Produção, nestas unidades, haverá um reflexo nos
fatores de produção do colaborador, podendo ser pela má postura, uma postura
inadequada, equipamento fora do padrão e da dimensão corporal ou do próprio
biotipo do colaborador e outras circunstâncias correlacionadas, atingirão os
resultados finais de produção.

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Para equacionar o problema da despreocupação no fator de produção


decorrente da estrutura da cadeira com relação ao colaborador em sua unidade
de trabalho é fundamental que o profissional de Engenharia de Produção tenha
em sua agenda de exercício de atividade, seja de planejamento, execução,
manutenção, atualização e outras preocupação no fator de produção, não pode
descuidar dos detalhes e, sobretudo, preocupar-se com a unidade produtiva,
bem como, com toda a cadeia produtiva, o que inclui o processo produtivo, o
insumo, a matéria-prima, equipamentos, tecnologia, gestão de pessoas,
mobiliário, ambiente, entorno, energia, logística etc. Neste sentido, inclui em
particular, os elementos de integração, que no caso, por exemplo, da estrutura
da cadeira e o colaborador, na execução de suas atividades produtivas, é preciso
verificar este elemento integrativo que corresponde ao conforto, bem-estar,
dignidade, respeito, segurança, pressupostos e quesitos da ergonomia e outros
fatores que levam ou propiciam um equilíbrio entre as condições estáticas da
estrutura da cadeira que leva ao repouso, e a necessidade dos movimentos e da
dinâmica do colaborador requer em sua condição humana, que é o repouso e o
movimento de forma simultânea a uma posição de conforto e bem-estar.
Confirmando que para se pensar a estrutura da cadeira, colaborador e
sua integração de maneira a potencializar a produção ou visualizar na unidade
produtiva tem que ter a preocupação com o fator de produção, que se opera no
conforto, bem-estar, segurança, dignidade etc. Inferindo-se com isto, que não se
pode pensar, planejar e executar os elementos da estrutura da cadeira, como
mobiliário corporativo, de forma isolada do colaborador, ou mesmo de forma
estanque separados. Estes dois elementos devem somar com o elemento
conforto, bem-estar, segurança etc., de modo a gerar uma unidade produtiva
eficiente, ou seja, soma-se o humano colaborador, a estrutura da cadeira, o
conforto para resultar em uma unidade produtiva eficiente, como se verifica na
ilustração abaixo:

70
 Engenharia da Produção – consultoria 

Inicia-se a preocupação com o ser humano colaborador, vez que é único


em seu biotipo, depois se pensa na estrutura da cadeira com mobiliário
corporativo, desta soma deve-se incluir a questão do conforto, bem-estar,
segurança, dignidade etc. Para atingir e formar uma unidade produtiva eficiente.
Esta compreensão de unidade produtiva eficiente, com base em três
elementos, foi possível a partir da metodologia que foi a pesquisa bibliográfica e
documental, bem como, também se pautou-se na técnica de parágrafo e no
desenvolvimento lógico do texto. As fontes e referências foram extraídas de
bancos de dados coletados na rede mundial de computadores. E a partir deste
banco de dados estabeleceu-se o diálogo com os autores e documentos para
formular a compreensão da temática, do problema e da solução.
Dos bancos de dados obteve-se os seguintes resultados, em relação a
estrutura da cadeira, ao colaborador, sua adequação na ergometria, de modo a
garantir a boa prática de produção, indicando e exigindo as condições do bem-
estar, a observância das normativas, tanto de conhecimento, de normas técnicas
e normas legais. Ainda, inclui-se os valores e princípios da dignidade da pessoa
humana, as atividades laborais e econômicas. Como também a sincronia e
harmonia entre o corpo (colaborador) e o mobiliário corporativo, ponto de
preocupação como resultados a serem inferidos na pesquisa. É o equilíbrio que o
profissional de Engenharia Elétrica necessita equacionar para garantir os
movimentos e o repouso, que se opera no conforto ao corpo do colaborador para
se manter a produção em um ritmo de constância.
Na discussão, os pontos essências e de preocupação no fator de
produção são a estrutura da cadeira, sua compreensão como unidade produtiva,
que apresenta duas realidades que se projetam e precisam convergir para um

71
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

foco de eficiência, eficácia, efetividade que se traduz pelo conforto, segurança,


bem-estar, dignidade etc.
Na primeira realidade tem-se a cadeira mobiliário-corporativo, que propicia
o repouso. No entanto, sua aquisição ou incorporação precisa da anuência ou
verificação com o biotipo do colaborador, que por sua vez necessita ou se pauta
pela realidade da dinâmica ou do movimento.
Observa-se que a estrutura da cadeira e o colaborador tem realidades
oposta, um oferece o repouso ou outro oferece o movimento, sendo ideal o ponto
de equilíbrio ou de integração, que é visto num terceiro momento ou realidade,
que é o conforto, o bem-estar, a segurança, a dignidade etc.
No ponto de equilíbrio encontra-se a otimização da produção, vez que o
conforto, o bem-estar, a segurança, a dignidade e outros valores e condições,
propiciam a troca e o movimento acertado, que se aproveita na produção.
Estas três realidades permite a formação de uma unidade produtiva
eficiente para o sistema de produção. Ou seja, a preocupação no fator de
produção tem-se como agregado o conjunto colaborador / humano + mobiliário
corporativo + a noção de conforto, bem-estar, segurança, saúde, ambiente etc.
Com isto, o objetivo proposto de compreender o alcance e a influência
que a estrutura da cadeira ou de seu designer, enquanto mobiliário corporativo,
permite incorporar uma unidade produtiva, que se apropria como equipamento e
ferramenta de uso de trabalho, que se preocupa com a mobilidade, o conforto, a
adequação, a segurança e agilidade de movimentos para produção. Objetivo
este, de compreender, foi alcançado nos limites da unidade dos três elementos
que são: a estrutura da cadeira + o biotipo do colaborador + o conforto.
Permitindo retomar o problema que é: quais as exigências e quesitos
necessários para a compreensão, alcance e influência da estrutura da cadeira,
enquanto mobiliário ou equipamento de trabalho, nos fatores de produção do
colaborador ou de seus resultados finais de produção?
O que se pode responder que as exigências e quesitos necessários para
a compreensão, alcance e influência da estrutura da cadeira está na
harmonização, no equilíbrio que se alcança no equilíbrio ou na modelagem para
72
 Engenharia da Produção – consultoria 

atingir o conforto, a segurança, o bem-estar, a dignidade etc. E por


consequência, ter uma preocupação nos fatores de produção que envolve o
colaborador e seus resultados finais de produção.
Ter uma atenção especial ou uma preocupação com o colaborador e o
mobiliário corporativo de modo a garantir um conforto, bem-estar, segurança etc.
permite a formação ou obtenção de uma unidade produtiva perfeita, no qual tem-
se ritmo e constância na produção, o que por si só gera um ganho de
estabilidade e previsibilidade na produção desejada. O que indica ser a melhor
alternativa no equilíbrio de resultados, em decorrência da preocupação com os
fatores de produção, ofertado na integração da estrutura da cadeira, como
mobiliário corporativo e o colaborador em um ambiente ou condições de conforto
em seus movimentos e repouso.

9 Referências
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 Engenharia da Produção – consultoria 

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

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 Engenharia da Produção – consultoria 

Engenharia do Produto: viabilidade do pigmento extraído da flor azul


feijão borboleta ( Clitoria Ternatea L. ) para a finalidade de cosméticos

Ana Paula Lima Araújo


paula_lima@ufms.br

Resumo: Trata-se da viabilidade do pigmento extraído da flor feijão


azul borboleta (Clitoria Ternatea L.) para a finalidade de
cosméticos. O setor de produtos de beleza vem se destacando e
apesar de atender a vários públicos não possui tantos avanços,
quanto aos produtos naturais, frequente utilizar-se como matéria-
prima pigmentos de metais pesados, cobre, ferro, arsênio, dentre
outros, embora os produtos legalizados sejam aprovados por uma
agência de vigilância sanitária a exposição desses produtos por um longo período podem
causar efeitos adversos à saúde. Com base nessas informações o assunto despertou o
interesse do profissional de Engenharia de Produção, pois refere-se à melhoria de um
produto, sendo essa a área de Engenharia do Produto. Objetivo é verificar a viabilidade
de um pigmento natural, com uma espécie do cerrado do pantanal, que seja de boa
aplicação, substituindo pigmentos/corantes sintéticos. A metodologia utilizada é a
pesquisa bibliográfica encontrada no site do Google Acadêmico e Bibliotecas Digitais. Os
resultados indicam que a espécie possui capacidade de indicadora ácido e base, além de
já ter sido submetida a um processo de liofilização, que retirada a água através de uma
pressão reduzida e temperatura abaixo de zero, obtendo deste modo um pó indicador,
sem afetar de modo significativo a sua coloração e não perdendo as características
nutricionais que a compõem. As conclusões são que a espécie possui qualidades
esperadas para a elaboração do pigmento natural, florar o ano inteiro e não ser um
alimento comestível. Ademais existem estudos relacionados ao uso farmacêutico,
viabilizando possíveis benefícios à saúde.

Palavras-Chave: Pigmento. Indicador. Liofilização. Cosméticos. Ácido e base.

Sumário: 1 Introdução. 2 Engenharia do Produto. 3 Inviabilidade do Pigmento Extraído da


Flor Azul Feijão Borboleta ( Clitoria Ternatea L). 4 Viabilidade do Pigmento Extraído da

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Flor Azul Feijão Borboleta ( Clitoria Ternatea L.). 5 Metodologia. 6 Resultados. 7


Discussão. 8 Conclusões. 9 Referências.

1 Introdução
Os cosméticos são produtos conhecidos por evitar odores, melhorar ou
proteger a aparência do corpo humano, porém há alguns séculos atrás o objetivo
principal era ocultar alguns defeitos físicos, cheiros desagradáveis ou sujeira.
Com a evolução dos hábitos de higiene proporcionou a esse segmento de
mercado uma expansão, com diferentes públicos, sendo ele um produto
essencial.
O uso desses produtos de beleza existe desde antes de Cristo quando os
egípcios pintavam os olhos com sais antimônio para proteger a pele do sol e do
clima seco da região. Na bíblia também é possível notar algumas passagens que
evidenciam o uso de carvão, óleos e perfumes, como a pintura dos cílios de
Jezebel e o banho dos pés de Jesus pela irmã de Lázaro, os gregos e romanos
também se destacaram por ser os primeiros a produzir sabão à base de vegetais
do Mediterrâneo.
No entanto um fator de preocupação que existe a um longo período é a
intoxicação ou alergia gerada pelo óxido de metais pesados de sua composição,
os atores romanos eram intoxicados ou mortos pelos pigmentos minerais que
possuíam chumbo ou mercúrio, usados para pintar os seus corpos como uma
forma de representar personagens. Na atualidade ainda é usado esse tipo de
pigmento, porém em uma quantidade menor, mas outro problema é que além
dos efeitos adversos à saúde, a sua extração gera poluição da água e do solo e
contribui para o esgotamento de recursos naturais.
Os pigmentos sintéticos podem ser substituídos por pigmentos naturais,
encontrados em flores, frutos, caule, raízes e folhas, devido a presença de
antocianinas, responsáveis pela maioria das tonalidades azuis, vermelhas e
roxas. As antocianinas apesar de apresentar uma instabilidade em temperaturas
elevadas, possui algumas vantagens a serem consideradas, quanto a sua
eficácia por apresentar características anticancerígena, antiviral e antioxidante.
Com base nessas informações, isto justifica uma investigação e detalhamento

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 Engenharia da Produção – consultoria 

para verificar se é viável um pigmento extraído de uma planta do cerrado ser


usado para a finalidade de cosméticos, como também, evidenciar à melhoria de
um produto, sendo essa uma das áreas de atuação do profissional de
Engenharia de Produção.
No processo de pesquisa e pela abrangência do objeto de estudo,
estabeleceu como limites investigativos engenharia do produto, enquanto ao
pigmento extraído da flor azul feijão borboleta para a finalidade de cosméticos,
por apresentar possíveis benefícios a saúde, ser fácil de encontrar, além de não
desperdiçar alimentos, tendo desse modo qualidades esperadas para a produção
de um pigmento natural.
Portanto, o objetivo da pesquisa é verificar a viabilidade de um pigmento
natural, com uma espécie do cerrado do pantanal, flor azul feijão borboleta
(Clitoria Ternatea L), substituindo pigmentos sintéticos. Apesar de alguns autores
utilizar pigmentos encontrado em alimentos como amora, repolho roxo, acerola,
jabuticaba entre outros, são alimentos e não devem ser usados para outros fins
além da alimentação, e por esse motivo é utilizado uma planta do cerrado para
verificar a sua viabilidade como pigmento natural.
A questão problema ou o problema de pesquisa se volta para seguinte
pergunta: quais as exigências e quesitos necessários para a produção de um
pigmento natural, sem desperdiçar alimentos, de boa tonalidade e durabilidade?
Para responder ao problema de pesquisa, estabeleceu de forma inicial
três hipóteses ou prováveis respostas que são:
a) Não há exigências e quesitos necessários para a produção de um
pigmento natural, pode-se utilizar flores, caules, folhas ou alimentos.
b) As exigências e quesitos para que o pigmento natural seja aplicável
para o uso de cosméticos é refletida apenas pela sua capacidade indicadora
ácido-base, quanto mais viva a sua coloração se apresente dependendo do pH,
melhor será o resultado obtido.
c) não seja de consumo humano e deve possuir boa capacidade
indicadora, além de resolver o problema do curto período de vida útil, como
ocorre uma degradação dos extratos, devido a oxidação que está relacionada a
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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

temperatura, umidade, luminosidade, dentre outros, utiliza-se o processo de


liofilização que consiste na retirada de água através de uma pressão reduzida e
temperaturas que variam de -45C° a -55C°, pelo processo de sublimação, ou
seja, ela passa do estado sólido para o gasoso, obtendo um pigmento em pó.
Mesmo após ao processo de liofilização o pigmento ainda se degrada, uma
opção para melhorar a sua conservação será adicionar pequenas quantidades de
benzoato de sódio, ácido cítrico e ácido ascórbico, para em seguida embalar a
vácuo e proteger de temperaturas elevadas, evitando que ele se degrade e
apresente uma coloração diferente da esperada.
Na metodologia da pesquisa foi utilizado a pesquisa bibliográfica. Sendo
que a pesquisa bibliográfica se relacionou a trabalhos de conclusão de curso,
artigos e livros do Google Acadêmico e Bibliotecas Digitais.
Para compor a fundamentação teórica da pesquisa pautou-se nos
seguintes autores e obras: Ana Paula Lima Araújo. Produção de Pó Indicador
Ácido Base a Partir da Flor Azul Feijão Borboleta (Clitoria ternatea l.) . José
Arnaldo de Alencar; Agenor Guss. Efeito da frequência de Corte sobre a
Produção de Matéria Seca e Proteína Bruta da Cunhã (Clitoria Ternatea) e da
Leucena (Leucena leucocepha). Layonel Alves de Souza et al. Extração e
Purificação de Betalaínas de Beta Vulgaris L. e Aplicação Cosmetológica. Leila
D. Falcão; Denise M. Barros; Cony Gauche; Marilde T. Bordignon Luiz.
Copigmentação Intra e Intermolecular de Antocianinas: Uma Revisão. Vera Lúcia
Arroxelas G. de Lima; Enayde de Almeida Mélo; Daisyvângela E. da Silva Lima.
Efeito da Luz e da Temperatura de Congelamento sobre a Estabilidade das
Antocianinas da Pitanga Roxa.
Os resultados encontrados na pesquisa indicam que a planta Clitoria
Ternatea possui uma coloração adequada para substituir um pigmento sintético,
além de possuir capacidade indicadora ácido e base, seu extrato já foi submetido
ao processo de liofilização, e devido a esse processo foi possível ter um
pigmento capaz de apresentar as mesmas características que seu extrato
original.
O pó proporcionado pelo liofilizador, está sendo usado como pó indicador
ácido e base, ele possui uma durabilidade superior à de doze meses, quando
80
 Engenharia da Produção – consultoria 

conservado no congelador. A fim de melhorar a sua durabilidade e como


realizado em pesquisas semelhantes, nesse pó podemos adicionar pequenas
quantidades de conservantes alimentícios e embalar a vácuo, prolongando deste
modo sua validade.
Com base nestes resultados obtidos através de uma pesquisa de
iniciação científica desenvolvida no Instituto Federal de Educação, Ciências e
Tecnologia de Mato Grosso do Sul - IFMS, Campus Coxim, foi possível identificar
o potencial de aplicação do extrato da flor azul feijão borboleta para aplicação em
cosméticos. Sendo essa uma alternativa de baixo custo para elaboração da
pesquisa, e não prejudicial ao meio ambiente.
O desenvolvimento da pesquisa, dividiu-se em nove tópicos , sendo
apresentados da seguinte maneira: i) uma introdução geral e exposição do
conteúdo, indicando problemas das hipóteses e uma visão das principais partes;
ii) a conceituação e descrição do que seja a Engenharia do Produto; iii) a
descrição do problema, a qual compreende a inviabilidade do extrato da flor azul
feijão borboleta ; iv) no tópico 4, reservou-se para descrever e indicar a solução
ao problema, apontando e entendendo algumas hipóteses v) registrou-se o
procedimento da pesquisa de modo detalhado com indicação da metodologia
utilizada; vi) no tópico dos resultados, atentou evidenciar os principais pontos e
textos identificados durante a pesquisa, os quais foram relevantes para
compreensão do assunto de pesquisa; vii) no tópico da discussão, procurou
relembrar a síntese dos tópicos e consolidar sua relação de modo a comprovar e
fundamentar a pesquisa; viii) apresentou as principais conclusões de cada tópico
e a resposta ao problema, e se alcançou ou não o objetivo indicado; e ix) e por
último, o registro das referências consultadas durante a pesquisa, servindo como
base bibliográfica para futuros estudos.
Em suma, os pigmentos naturais sempre estiveram presentes, porém não
é comum ser utilizado para produtos de beleza como os pigmentos obtidos de
minerais, por apresentar uma instabilidade na mudança de pH superior a 2,0, em
meio aquoso, apesar desse problema os pigmentos naturais, tem como
responsável pela sua coloração as antocianinas. Existem estudos que
comprovaram que as antocianinas são benéficas a saúde, com características

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

antioxidantes, anticancerígenas e antivirais, como havia sido citado, e devido a


esse problema encontrado na sua utilização acaba tornando inviável como
pigmento natural, por vezes a cor se tornar marrom após um determinado
período de exposição ao ambiente.
Levando em consideração essas informações, descreve-se um estudo
para da viabilidade de uma espécie de planta, conhecida pela ciência como
Clitoria Ternatea L., predominante no cerrado do pantanal, identificando sua
viabilidade enquanto pigmento natural, realizando e sugerindo algumas análises
para resolver o problema da durabilidade desse pigmento, e favorecendo
possíveis métodos para se tornar aplicável, substituindo pigmentos/corantes
sintéticos de cosméticos.

2 Engenharia do Produto
A atividade de Engenharia do Produto existe a décadas, um objeto
qualquer desenvolvido pelo ser humano é considerado um produto, um parafuso,
um avião, fita, alimento, dentre outros são produtos que foram elaborados para
atender certas necessidades, as quais são perceptíveis no dia-a-dia com grau
diferente de problemas. Essa compreensão é de suma importância para o
profissional de Engenharia de Produção, segundo os anais de ENEGEP esse
setor é uma subárea para a Gestão de Produto, essa gestão está ligada na
inovação, sendo a principal forma das empresas se sobressaírem entre a
concorrência.
Menegon e Andrade reafirma essa importância no desenvolvimento de
empresas, e descreve que:
A atividade de desenvolvimento do produto e o projeto do produto tem se
configurado como um dos elementos chave no estabelecimento da
competitividade industrial. É no lançamento de novos produtos que as
empresas expõem sua real capacidade competitiva. Desenvolvimento de
produto e projeto do produto são tratados ou como sinônimos ou como se
o segundo constituísse um subconjunto do primeiro. A primeira
denominação é mais abrangente e mais adequada no contexto da
Engenharia de Produção uma vez que se refere ao processo que vai
desde a identificação de necessidades ao lançamento do produto,

82
 Engenharia da Produção – consultoria 

evidentemente passando pelas etapas de projeto do produto e da


produção.
Fonte: Nilton Luiz Menegon; Ronaldo Soares de Andrade. Projeto do Produto em
Engenharia de Produção. Disponível em:
http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep1998_art392.pdf. Acesso em: 17 set. 2021.

Uma maneira de compor a capacidade competitiva das empresas é


desenvolvendo novos produtos, para isso o empresário pode optar por comprar a
patente de um produto já existente, onde o desenvolvedor não possui capital
suficiente para lançar ou ele pode obter de uma marca que já lançou o produto
no mercado, outra opção também é a formulação de novos produtos através de
uma equipe especializada, nela será desenvolvido um projeto de estudo, visando
desenvolver ou melhorar um determinado produto.
Em um documento publicado por Anastácio, Aguiar, Gomes e Olivo,
registra que:
No contexto atual, o mercado exige cada vez mais produtos inovadores e
disponíveis em um rápido espaço de tempo. Além disso este mesmo
mercado, devido às próprias evoluções tecnológicas e inovações sofre
com inúmeras ondas de mudança, fazendo com que esses produtos
sejam cada vez mais adaptáveis a essas mudanças, estejam onde
estiverem no processo do seu desenvolvimento. Somado às mudanças
tecnológicas e inovações, existe também o não menos importante desejo
popular, que também é passível de mudança rapidamente, o que também
demanda de uma flexibilização instantânea no sistema de produção
desses produtos, oportunidade essa que pode gerar valor a esses tipos
de consumidores.
Fonte: Everton Michels; Marcelo Gitirana Gomes Ferreira. Gerenciamento Ágil no Processo
de Desenvolvimento de Produtos Inovadores: uma análise bibliográfica sistemática. Revista
de Gestão e Projetos, [S.L.], v. 4, n. 1, p. 52-76, 1 mar. 2013. University Nove de Julho.

Nesse trecho o autor ressalta que para ter sucesso no mercado é


necessário inovar, mas também é preciso ter agilidade para acompanhar as
necessidades dos clientes, considerando o avanço da tecnologia do século XXI
os produtos acabaram se adaptando rapidamente, independentemente da fase
de desenvolvimento. Produtos inovadores não necessariamente é um produto ou
serviço que ainda não foi desenvolvido, ele pode-se um aprimoramento de um
produto que já existente, minimizando custos, produção em menor tempo, ser
sustentável dentre outras alternativas.

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Considerando essa inovação, e a tecnologia, o seu consumo está


influenciável também ao “desejo popular”, no setor de cosméticos por exemplo, o
Instagram é um dos principais meios de propagar esse desejo, através das
influenciadoras digitais, que se destacam por frequentemente estarem
maquiados e cuidando da pele, através de tutoriais e fotos postadas.
Em uma pesquisa realizada por Reckziegel e Zamberlan na UNIJUÍ -
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, foi afirmar
que além da influência popular existem outros pontos que contribuíram para o
crescimento desses produtos, a qual discorre que:
A Indústria Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos
destacou um crescimento médio deflacionado composto associado a
11,4% a nos últimos 20 anos, tendo passado de um faturamento "Ex-
Factory", líquido de imposto sobre vendas, de R$ 4,9 bilhões em 1996
para R$ 42,6 bilhões em 2015. Vários fatores tem contribuído para este
excelente crescimento do setor, como o acesso das classes D e E aos
produtos do setor, devido a ampliação de renda; novos integrantes da
classe C também passaram a consumir os produtos com maior valor
agregado; a participação crescente da mulher brasileira no mercado de
trabalho; a utilização de tecnologia de ponta e a consequente ampliação
da produtividade, beneficiando os preços praticados pelo setor;
lançamentos constantes de produtos atendendo cada vez mais às
necessidades dos consumidores; aumento da expectativa de vida, e
consequentemente conservando-se uma impressão de juventude, entre
outros.
Fonte: Beatris Schorr Reckziegel; Luciano Zamberlan. Diagnóstico do Mercado de
Cosméticos: uma análise do comportamento das consumidoras por meio da venda direta.
2017. 163 f. TCC (Graduação) - Curso de Administração, Departamento de Ciências
Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação, Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Santa Rosa, 2017. Disponível em:
http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/handle/123456789/4544. Acesso em: 23 set. 2021.

Os principais pontos que contribuíram para o consumo de cosméticos no


Brasil entre 1996 a 2015 de acordo com o autor foi:
● A integrantes das classes D e E que passaram a ter uma renda mais
elevada, e começaram a consumir com maior frequência os produtos de
cuidado pessoal;
● Novos integrantes da classe C também passaram a consumir os
produtos com maior valor agregado;
● A inserção da mulher no mercado de trabalho;
● A utilização de tecnologia de qualidade, ampliando a produtividade e
agregando vantagem nos preços do setor;
84
 Engenharia da Produção – consultoria 

● Lançamentos frequentes de produtos acatando às necessidades dos


clientes;
● Aumento da expectativa de vida, e uma impressão mais jovem;
● Entre outros.
Fatores fundamentais que alavancaram esse segmento de mercado,
gerando empregos, tanto na indústria, quanto fora dela, com fornecedores,
distribuidoras, prestadoras de serviços, etc. Em 2014 houve-se um crescimento
elevado do consumo em comparação aos outros setores, mas em 2015 devido a
problemas como desemprego e crise econômica foi constatado uma queda de
quase 8% nas vendas desde 1995.
Em síntese, a compreensão de Engenharia do Produto e a sua aplicação
valida o desenvolvimento das empresas, seja de um serviço ou produto que
atenda o consumidor, assumindo as seguintes concepções atribuída através de
uma análise conceitual do objeto de estudo que são:
● Contribui para processo de produção e as estratégias;
● Diferencial competitivo;
● Em seu estudo de mercado é possível identificar quais são as
influências externas para os clientes de um determinado segmento
consumir produtos específicos;
● Ajuda na redução de recursos que não agrega valores significativos;
● Agregar a capacidade competitiva da empresa, e por consequência
gera lucro.
Com isso foi possível destacar as suas principais contribuições. Além
dessas informações é importante que o profissional de Engenharia de Produção
compreenda sobre o funcionamento com um todo dos quatro estágios do produto
ao longo de sua vida, introdução, crescimento, maturidade e declínio.
Na introdução existem despesas com os preços altos e promoções, para
que o mercado conheça o produto e seu diferencial inovador. Em seu
crescimento é definido por ser o estágio onde o produto está começando a ser
conhecido, observado pelas estatísticas de vendas, nessa etapa o projeto do
produto tenta melhorar ainda mais, com outras funções e melhor qualidade. Após
essas duas fases o produto chega na sua maturidade, nela o custo de produção
será menor e taxa de crescimento estará estabilizada, a sua principal nessa
atividade ponto é simplificar o processo de produção para tentar reduzir valor do

85
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

produto final. E por último o produto chega no declínio onde a taxa de


crescimento de vendas começa a cair, e os modelos do produto passa a ter
menos opções, a equipe responsável então efetiva o processo de reciclagem, na
tecnologia de coleta e logística dos produtos que chegaram ao fim de sua vida
útil.
A Engenharia de Produção e Gestão de Produtos estão correlacionadas,
pois ambas trabalham no mercado visando a qualidade do produto, custo, tempo
e as necessidades dos clientes. A engenharia, no entanto, é abrangente porque
ela não se relaciona apenas com a Gestão do Produto, mas sim, com áreas por
exemplo Gestão da Produção, Gestão da Qualidade, Gestão Organizacional,
Gestão Econômica, etc., com esses conhecimentos reunidos é possível agregar
conhecimentos úteis na área da Gestão do Produto.
Assim, a Engenharia do Produto é responsável pela estruturação do
projeto do produto, englobando áreas, como Gestão do Produto, Gestão da
Qualidade, Gestão Organizacional, Gestão Econômica, dentre outras, com essa
estruturação é possível expandir o lucro das empresas, através da
competitividade, produtos inovadores e redução gastos desnecessários em
serviços ou processos.

3 Inviabilidade do Pigmento Extraído da Flor Azul Feijão Borboleta (Clitoria


Ternatea L)
Indicadores ácidos e bases são substâncias que podem muda de cor de
acordo com o meio que se encontram, como pH, adsorção em sólidos, potencial
elétrico e complexação de íons metálicos, tendo potencial ácido ou básico, esses
indicadores podem ser encontrados em pigmentos das classes dos flavonóides,
responsáveis pelas colorações vermelho, rosa, azul, violeta de flores e frutos,
nesses vegetais um principal responsável pela sua coloração são as
antocianinas que permite dependo do potencial hidrogeniônico a mudança de
tonalidade, tornando-os indicadores naturais. Porém um fator determinante para
a vida útil desses indicadores está relacionado à degradação, um ponto
importante que leva a discussão sobre a inviabilidade do pigmento extraído da
flor azul feijão borboleta.
86
 Engenharia da Produção – consultoria 

Portanto, de maneira objetiva e direta pode-se afirmar que a indagação:


quais as exigências e quesitos necessários para a produção de um pigmento
natural, sem desperdiçar alimentos, de boa tonalidade e durabilidade?
Compreende um problema de pesquisa a ser estudado e respondido.
Existe uma série de estudos sobre a aplicação de pigmentos naturais
utilizando alimentos, como cenoura, acerola, repolho roxo, dentre outros, mas
deve-se analisar a utilização desses alimentos de maneira cautelosa, pois
segundo dados das Nações Unidas em 2017 a população mundial era de 7,6
bilhões de habitantes, e a cada ano ele tende a aumentar cerca de 83 milhões de
pessoas, mesmo com o declínio da natalidade em comparação a anos atrás, a
previsão em 2050 é que em tenhamos cerca 9,4 e 10,2 bilhões de pessoas no
mundo, para Mutéia a produção de alimentos desde de 2012 a 2052 tem que
aumentar 70% para conseguir atender a todos. Com base nesses dados fica
evidente que a utilização de alimentos não é viável, por não ser sustentável e
acarretar problemas econômico e sociais.
Extratos produzidos não resistem à ação do tempo. Eles se degradam por
exposição à luz e a temperatura ambiente. Isso acontece, devido à presença da
antocianina, substância responsável pela mudança de cor dos extratos aquosos
quando em presença de íons H + ou OH-, onde sofre degradação por oxidação
quando em solução aquosa. Oxidação é o nome que se chama para reações
ativadas pela luz. Um possível principal agente responsável pela degradação, é o
oxigênio mesmo na ausência de luz, nesse caso ocorre a ruptura das ligações
covalentes, podendo ela ser uma oxidação indireta ou direta.
Falcão et al, 2003 em uma pesquisa sobre a Copigmentação Intra e
Intermolecular de Antocianinas afirma que:
A utilização de antocianinas nas indústrias de alimentos e de cosméticos
ainda é restrita devido à sua baixa estabilidade em meios aquosos e pH
acima de 2,0. Essa desvantagem e a percepção do consumidor de que
pigmentos naturais são mais saudáveis geraram vários estudos.
Fonte: Leila D. Falcão; Denise M. Barros; Cony Gauche; Marilde T. Bordignon Luiz,
Copigmentação Intra e Intermolecular de Antocianinas: uma revisão. Boletim Centro de
Pesquisa de Processamento de Alimentos, Curitiba, v. 21, n. 2, p. 351-366, Jun/Dez. 2003.
Disponível em: https://revistas.ufpr.br/alimentos/article/view/1170/971. Acesso em: 24 set.
2021.

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Conforme foi descrito as antocianinas possui “delimitação devido à sua


baixa estabilidade em meios aquosos e pH acima de 2,0 ”, mas apesar
desse problema o autor ressalta que existem estudiosos buscando
alternativas em suas pesquisas para estabilizar as antocianinas, na
tentativa de substituir corantes/pigmentos sintéticos que afetam a saúde,
por serem feitos à base de metais pesados.
O indicador natural obtido pela flor azul feijão borboleta que está
sendo estudado apesar de não desperdiçar alimentos de consumo
humano, deve-se observar e nos preocupar com as exigências e quesitos,
para se tornar viável na aplicação de cosméticos, não é suficiente apenas
desenvolver um pigmento natural, ele tem que ter vida útil, e não alterar a
sua coloração após um curto período.
Assim, a utilização da espécie Clitoria para aplicação de cosméticos sofre
de problemas que contribuem para degradação e a mudança na sua aparência,
afetando sua viabilidade. Suponhamos a seguinte hipótese, um produto é
lançado no mercado e após alguns dias começar a mudar a tonalidade, qual será
a primeira impressão no ponto de vista do cliente? Ele vai pressupor que o
produto estragou, e não irá comprar de novo, portanto é necessário não
negligenciar essa questão, já que pode trazer prejuízos futuros.
Da questão problema apresentada, passa-se a discutir possíveis soluções
que se volta para a viabilidade do pigmento extraído da flor azul feijão
borboleta (Clitoria Ternatea L), como será visto a seguir.

4 Viabilidade do pigmento extraído da flor azul feijão borboleta ( Clitoria


Ternatea L.) para a finalidade de cosméticos
A planta Clitoria Ternatea pertencente à família Fabaceae do gênero
Clitoria Linn, é de origem Asiática, mas com o passar dos anos chegou à países
da África e América do Sul, conhecida popularmente por feijão azul borboleta ou
cunhã, essa espécie pode ser encontrada em diferentes regiões no Brasil e
ocupa uma extensão considerável de nosso território, como o semiárido do
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 Engenharia da Produção – consultoria 

Nordeste e o Mato Grosso do Sul. Além do mais segundo AL-SNAFI em um


trabalho sobre o uso medicinal dessa espécie ele destacou algumas de
características farmacêuticas, dentre elas está antimicrobiano, antioxidante,
anticâncer, hiperlipidêmico, cardiovascular e etc., o que ressalta a sua viabilidade
para a finalidade de cosméticos, Figura 1.

Figura 1: Flor Clitoria ternatea linn.

O problema de pesquisa centraliza-se na busca de responder a seguinte


questão: quais as exigências e quesitos necessários para a produção de um
pigmento natural, sem desperdiçar alimentos, de boa tonalidade e durabilidade?
A pergunta tem por base a substituição de pigmentos/corantes sintéticos,
observando as exigências e quesitos necessários para a sua aplicação em
cosméticos que proporcione um avanço para o ramo de produtos naturais, além
de segurança e bem-estar para os consumidores.
Com isto, estabeleceu-se três hipóteses, como possíveis respostas ao
problema de pesquisa, indicado acima, que se passa a discutir a seguir.
A primeira hipótese indica que “Não há exigências e quesitos necessários
para a produção de um pigmento natural, pode-se utilizar flores, caules, folhas
ou alimentos”.
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Ao iniciar por uma negativa, sobre as exigências e quesitos para a


produção de pigmento natural, a afirmação se torna confusa, pois o profissional
de Engenharia de Produção em suas atividades atenta-se a cumprimento das
exigências normativas de conhecimento, de natureza técnica, ética, respeitando
a legislação e demais normas que possam ser atribuídas. A hipótese contínua
“pode-se utilizar flores, caules, folhas ou alimentos” é possível obter pigmentos
desta maneira, porém utilizar alimentos para essa finalidade, caracteriza como
um desperdício desnecessário, alimentos devem ser usados para alimentar. O
que nos leva à refutação dessa hipótese.
Na segunda hipótese expressa que: “As exigências e quesitos para que o
pigmento natural seja aplicável para o uso de cosméticos é refletida apenas pela
sua capacidade indicadora ácido-base, quanto mais viva a sua coloração se
apresente dependendo do pH, melhor será o resultado obtido”.
Nesta hipótese é indicado que para a produção de pigmento natural para
a finalidade de cosméticos é refletida apenas pela capacidade de indicadora
ácido base, no entanto apesar de ser um ponto importante para definir qual será
o pigmento mais adequado, ainda é necessário realizar métodos para prolongar
a validade, por se degradar de maneira rápida, devido a exposição à luz e a
temperatura ambiente. Logo a hipótese é refutada.
Na terceira hipótese tem-se que: “As exigências e quesitos para que o
pigmento natural seja aplicável para o uso de cosméticos é não seja de consumo
humano e deve possuir boa capacidade indicadora, além de resolver o problema
do curto período de vida útil, como ocorre uma degradação dos extratos, devido
a oxidação que está relacionada a temperatura, umidade, luminosidade, dentre
outros, utiliza-se o processo de liofilização que consiste na retirada de água
através de uma pressão reduzida e temperaturas que variam de -45C° a -55C°,
pelo processo de sublimação, ou seja, ela passa do estado sólido para o gasoso,
obtendo um pigmento em pó. Mesmo após ao processo de liofilização o
pigmento ainda se degrada, uma opção para melhorar a sua conservação será
adicionar pequenas quantidades de benzoato de sódio, ácido cítrico e ácido
ascórbico, para em seguida embalar a vácuo e proteger de temperaturas

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 Engenharia da Produção – consultoria 

elevadas, evitando que ele se degrade e apresente uma coloração diferente da


esperada”.
Essa hipótese é a mais adequada para a produção de um pigmento
natural, pois contempla e indica as exigências e os quesitos necessários, com
base nos dados de uma pesquisa de campo realizada no Instituto Federal de
Educação, Ciências e Tecnologia de Mato Grosso do Sul – IFMS, campus
Coxim. Atentando-se a não usar alimentos de consumo humano para o
desenvolvimento da pesquisa, investigou-se algumas espécies vegetais,
predominante no cerrado do Pantanal, onde se destacou a flor Clitoria Ternatea,
devido a sua tonalidade como indicadora ácido e base.
Pensando em uma maneira de preservar por mais tempo a sua
capacidade indicadora, o extrato foi submetido ao processo de liofilização, que
utiliza de temperaturas abaixo de zero para preservar os nutrientes da matéria-
prima, após esse procedimento o pó resultante fora colocado no eppendorf, e
embrulhados com papel alumínio, e posteriormente armazenados no congelador.
Realizou-se também analise do seu extrato natural e extrato liofilizado em
soluções ácidas e básicas, cor instrumental e ponto de viragem, a fim de
comparar, onde obteve o resultado um satisfatório.
O pigmento natural foi testado por mais de doze meses e não perdeu sua
característica indicadora, quando conservado em temperaturas entre -1 e -4° C.
Porém para a aplicação de cosméticos é necessário que o mesmo consiga se
manter em temperatura ambiente.
Em uma pesquisa desenvolvida pelo IFSC, sobre a “Extração e
Purificação de Betalaínas de Beta Vulgaris L. e Aplicação Cosmetológica”
utilizou-se para melhorar a conservação do corante “pequenas quantidades de
benzoato de sodio, ácido cítrico e ácido ascórbico” sendo benzoato de sódio e
ácido cítrico conservantes alimentícios, enquanto ácido ascórbico vitamina C. O
corante produzido nesta pesquisa foi testado em creme base, formulado em
farmácia, mesmo após a exposição em temperatura ambiente e luz não houve
uma brusca mudança na coloração, viabilizando sua aplicação no pigmento da
flor azul feijão borboleta, o pó indicador produzido é possível que consiga ser
armazenado em embalagens a vácuo, dispensado o uso de temperaturas
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negativas, pois um dos possíveis principais responsáveis pela sua degradação é


oxigênio.
Assim, o pigmento natural da flor azul feijão borboleta é viável para a
aplicação cosmetológica, com base nos métodos experimentais utilizados na
dissertação do IFSC e TCC do IFMS. A Clitoria não é usada na alimentação
humana. Podendo ser encontrado em quase todo o território brasileiro e o custo
de produção para fundamentar o estudo é baixo, além de possuir benefícios à
saúde. Enquanto que seu rendimento adequado para eventuais testes, a fim de
comparar com pigmentos/corantes sintéticos.
Da solução indicada, no qual tem-se a viabilidade do pigmento extraído da
flor azul feijão borboleta para a finalidade de cosméticos como ponto central,
passa a discorrer sobre a metodologia da pesquisa.

5 Metodologia
A metodologia é uma ferramenta que permite fundamentar através de
uma base lógica o conhecimento científico, designando desta maneira
informações essenciais para um problema a qual o pesquisador está
intencionado a resolver.
Neste sentido tem se que:
Toda investigação nasce da observação cuidadosa de fatos que
necessitam de uma maior explicação. Essa é imaginada através da
hipótese. Em seguida, procura-se verificar a veracidade da solução
sugerida. Nas ciências experimentais, isso é feito por meio de ensaios e
experiências; nas ciências humanas, é feito através de demonstrações
racionais e lógicas por meio da argumentação. Descoberta a explicação
do fato, achada a relação da causalidade entre os fenômenos ou sua
coexistência, ou, ainda, sua finalidade, forma-se a lei.
Fonte: Núcleo de Pós-Graduação e Extensão – Faveni. Apostila Metodologia Científica
Espírito Santo. Disponível em: http://ava.institutoalfa.com.br/tcc/apostila-de-metodologia-
cient%C3%ADfica.pdf. Espírito Santo, sd. Acesso em: 20 out. 2021.

É pelas técnicas de observação, processo de lei, hipótese, teoria,


demonstrações experimentais ou racionais que irão consistir no
desenvolvimento do método científico, e de forma síncrona a esses
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 Engenharia da Produção – consultoria 

processos associados ao pesquisador técnica de análises, dedução e


sínteses que auxiliará nas etapas do trabalho, organizando de forma
coerente.
Para desenvolver a pesquisa recorreu-se a metodologia de pesquisa
bibliográfica, como mostra a figura 2.

Figura 2: Fases da revisão bibliográfica.

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Na realização da pesquisa bibliográfica seguiu-se as etapas. Porém no


regime de Pandemia da Covid-19, a base da pesquisa pautou-se no Google
Acadêmico e Bibliotecas Digitais, com artigos, apostilas, livros e dissertações.
As palavras-chave foram usadas em termos e expressões do título,
subtítulo e do problema. Com intuito de formar um banco de dados próprio para o
assunto, e deste modo proceder com a leitura objetivada, seleção, fichamento e
aplicação dos dados reunidos.
Por meio da leitura objetivada foi possível coletar informações através de
fichamentos, citações, base conceitual e trechos, possibilitando a assimilação do
conteúdo e domínio para a discussão entre os autores.
A seleção do banco de dados se tornou viável para obter conhecimento e
análise crítica. Pela ideia da expressão “Indicadores naturais para a finalidade de
cosméticos”, no Google Acadêmico, resultou 18.200 ocorrências, o que por si só
fomenta a viabilidade da pesquisa bibliográfica, como pode-se verificar pela
imagem seguir:
Figura 3: Demonstração da buscar por “Indicadores naturais para a finalidade
de cosméticos” no Google Acadêmico.

Com o banco de dados formalizado, foi possível realizar o


balizamento do pensamento e da produção de texto. Para a produção de

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 Engenharia da Produção – consultoria 

texto, utilizou-se da técnica construtiva por parágrafo, que permitiu uma


reflexão do conteúdo de maneira ampla e ordenada.
A noção conceitual permitiu entender os pigmentos naturais e sua
degradação, os problemas enquanto ao uso de pigmentos sintéticos,
Engenharia do Produto e a espécie feijão azul borboleta.
Diante disso, possibilitou utilizar a técnica de parágrafo que permite
transcrever em caráter de redação, dentro de uma ideia que permita
desenvolver as etapas de cada conteúdo apresentado, de modo
organizado e lógico dentro da metodologia.
Assim, a metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, que se
baseou na técnica de parágrafo e no desenvolvimento lógico do texto. A
qual só foi possível por meio de um banco de dados encontrados no
Google Acadêmico e Bibliotecas Digitais, em que pode ser filtrado, pela
leitura objetiva, o domínio de conteúdo, reflexão crítica com os autores
pesquisados e o fichamento dos materiais.
Da metodologia, passa a discussão sobre os resultados obtidos na
formação do banco de dados e dos materiais escolhidos.

6 Resultados
Quando se refere a pigmentos/indicadores naturais, podemos encontrar
uma gama de trabalhos discorrendo sobre e citando exemplos de extratos
vegetais que podem ser usados como tal. Porém esses extratos indicadores
possuem um curto tempo de conservação impossibilitando que ele seja utilizado
dias depois ou até em algumas horas.
Os resultados que se destacam nos testes realizados com o extrato da flor
azul feijão borboleta em solução de ácido e base apresentam uma boa variação
na sua coloração, confirmando sua capacidade indicadora e a presença da
antocianina. Em solução neutra o extrato apresenta coloração azul devido a cor

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

de suas pétalas. Em meio ácido o extrato apresenta coloração rosa e em meio


básico apresenta coloração verde.
Indicou-se que o pigmento resultante da liofilização desses extratos
apresentou eficiência para indicar soluções ácidas e básicas, assim como seu
extrato natural, além disso, o tempo de durabilidade desse indicador é superior a
12 meses, quando conservado no congelador, o que significa que pode ser
utilizado até seu fim.
Levando em consideração esses dados, e a fim de melhorar sua
durabilidade em temperatura ambiente para ser aplicável em cosméticos, o
pigmento pode receber pequenas quantidades de conservantes alimentícios,
como realizado em uma pesquisa desenvolvida pelo IFSC, que demonstrou
resultados relevantes em relação a vida útil do corante natural quando aplicado
em um creme base. Enquanto ao seu armazenado uma possibilidade é a
embalagem a vácuo para evitar degradação, devido a exposição ao ambiente,
com o intuito de facilitar a estocagem e transporte da matéria.
A partir do banco de dados e da seguinte sequência do título e subtítulo,
como também, nas indicações feita no sumário, estabelecendo o objeto de
estudo, a problemática, a solução e a metodologia. Destaca-se desta forma os
principais resultados obtidos que foram:
i) Engenharia do Produto – objeto de estudo
1ª Etapa – Geração do conceito: (1.1) Geração de idéias; (1.2)
Especificação de oportunidades. 2ª Etapa – Projeto preliminar. 3ª Etapa –
Projeto detalhado e protótipo. 4ª Etapa - Definição do custo e processo de
produção: (4.1) Composição do custo do produto/serviço; (4.2) Descrição
do processo de produção (layout); (4.3) Fluxo do
processo/equipamento/mão-de-obra.
Fonte: Adriana Ferreira Faria, de et al. Processo de Desenvolvimento de Novos Produtos:
uma Experiência Didática. XXVIII Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Disponível
em: enegep2008_tn_stp_073_521_12155. Acesso em: 20 out. 2021.

Com base na autora Adriana foi possível fomentar o conhecimento no


nível operacional e estratégico para desenvolver um produto, de forma clara e
objetiva, desenvolvido em estudo didático por um grupo de alunos do curso de
Engenharia de Produção.

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 Engenharia da Produção – consultoria 

O desenvolvimento do projeto do produto foi referenciado pelo autor em


quatro etapas, na primeira etapa “1ª Etapa – Geração do conceito: (1.1) Geração
de idéias; (1.2) Especificação de oportunidades” tem como objetivo de
desenvolver ideias que solucione problemas e determinar quais as vantagens e
limitações para a elaboração do produto ou serviço.
“2ª Etapa – Projeto preliminar” é no projeto preliminar que se põem o
levantados hipóteses e métodos com base na geração de conceitos da etapa 1,
porém são necessários cuidados, se houver um equívoco na tomada de decisão
pode gerar gastos desnecessários.
“3ª Etapa – Projeto detalhado e protótipo” após a conclusão da segunda
etapa prossegue-se para a elaboração do modelo de produto e o detalhamento
do produto ou serviço, realizando reavaliação e alterações de execução do
projeto, quando necessário, dando sequência ao planejamento dos processos de
fabricação, montagem e embalagem.
“4ª Etapa - Definição do custo e processo de produção: (4.1) Composição
do custo do produto/serviço; (4.2) Descrição do processo de produção (layout);
(4.3) Fluxo do processo/equipamento/mão-de-obra” No projeto de um produto no
âmbito da empresa, questão de mercado, marketing, tecnologia utilizada,
diferencial competitivo e o processo de produção são pontos a serem
considerados. Para realizar a avaliação e verificar a viabilidade econômica e
técnica de um novo produto é preciso planejar o seu processo de produção. Mas
só com o layout do processo produtivo é possível determinar em média de forma
coerente o custo final do produto para os consumidores.
ii) Inviabilidade do pigmento extraído da flor azul feijão borboleta (Clitoria
Ternatea L.) para a finalidade de cosméticos – problema
Os resultados do IGF mostram que a fome está em níveis alarmantes em
3 países - Chade, Timor-Leste e Madagáscar. Outros 8 países - Burundi,
República Centro-Africana, Comores, República Democrática do Congo,
Somália, Sul do Sudão, Síria e Iémen - são provisoriamente considerados
como tendo níveis alarmantes de fome. A fome atinge níveis graves em
31 países e é provisoriamente classificada como grave noutros 10 países.
Em muitos países, a situação está a progredir de forma demasiado lenta
ou mesmo a piorar. As últimas projeções mostram que 37 países não

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conseguirão atingir um nível baixo de fome até 2030, ficando aquém de


atingir o patamar da Fome Zero.
Fonte: Klaus Von Gebmer et al. Índice Global da Fome. Dublin: Concern Worldwire, 2020.
79 p. Disponível em: https://www.globalhungerindex.org/pdf/pt/2020.pdf. Acesso em: 20 out.
2021.

Segundo o autor a fome atinge cerca de 41 países estão classificados


como problemas graves, sendo que 10 são provisórios, afirmar que segundo
projeções em 2030 cerca de 37 países não vão conseguir atingir um patamar
baixo de fome. Levando em consideração esse problema e o fator de ser comum
utilizar alimentos na produção desses extratos indicadores, como: repolho roxo,
beterraba, cenoura, feijão entre outro, para esse fim, isso se caracteriza como
um desperdício desnecessário e inviabiliza a utilização de alimentos de consumo
humano para a finalidade de cosméticos.
Além dos problemas relacionados a utilização de alimentos de consumo
humano, existe a degradação das antocianinas, que são possíveis responsáveis
pelos pigmentos naturais, Vera Lúcia ressalta que:
Destacam-se as antocianinas, compostos fenólicos derivados do cátion
favilium, pertencentes ao grupo dos flavonóides, largamente distribuídas
na natureza, que conferem a muitos vegetais as várias nuanças de cores
entre laranja, vermelho e azul. O interesse por estes pigmentos decorre
também de evidências relacionadas ao seu potencial benéfico à saúde
em virtude de sua ação antioxidante. O uso de extratos antociânicos
como corantes naturais é limitado em decorrência da grande instabilidade
desses compostos a vários fatores, dentre os quais destacam-se a luz e a
temperatura de congelamento
Fonte: Vera Lúcia Arroxelas G. de Lima; Enayde de Almeida Mélo; Daisyvângela E. da Silva
Lima. Efeito da Luz e da Temperatura de Congelamento sobre a Estabilidade das
Antocianinas da Pitanga Roxa. Ciências e Tecnologia de Alimentos, [s. l], v. 25, n. 1, p. 92-
94, mar. 2005. Disponível em: Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/s0101-
20612005000100015. Acesso em: 20 out. 2021.

Como citado pelo autor as antocianinas são obtidas por vegetais


pertencente ao grupo dos flavonóides, sendo ela a responsável pela mudança de
cor dos extratos aquosos quando em presença de íons H + ou OH-, uma das
suas principais características que impede de ser utilizada nos setores de
cosméticos, nutracêutica, cosmecêutica e farmacêutica é devido a sua rápida
degradação por exposição à luz e a temperatura ambiente, no entanto, apesar
dessa desvantagem estudiosos buscam métodos para estabilizá-la por ser um
recurso natural e apresentar características medicinais.
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 Engenharia da Produção – consultoria 

iii) Viabilidade do pigmento extraído da flor azul feijão borboleta ( Clitoria


Ternatea L.) para a finalidade de cosméticos – solução
A Clitoria ternatea é uma leguminosa e pode ser utilizada na alimentação
animal, por ser agradável ao paladar bovino, apresentar alto valor nutricional,
além de sua resistência ao tempo de estiagem, características que ajudam a
compor a falta de nutrientes nos pastos. Essa planta pertence à família Fabaceae
e apresenta coloração azul, podendo ser encontrada fora e dentro do Brasil, de
rápido crescimento e adaptabilidade.
A utilização de leguminosas na alimentação de ruminantes justificase pelo
alto valor proteico de sua forragem. Elas suplementam as exigências de
proteína dos animais, sobretudo na época seca, quando se acentua a
deficiência deste nutriente nas pastagens, melhorando o aproveitamento
da forragem consumida e, por consequência, o desempenho produtivo
dos animais.
Fonte: José Arnaldo de Alencar; Agenor Guss. Efeito da frequência de Corte sobre a
Produção de Matéria Seca e Proteína Bruta da Cunhã (Clitoria Ternatea) e da Leucena
(Leucena leucocepha). Comunicado Técnico, EMCAPA, n.65. 1991. Disponível em:
https://biblioteca.incaper.es.gov.br/digital/bitstream/item/1364/1/BRT-comunicadotecnico-
n65-Emcapa.pdf. Acesso em: 22 out. 2021.

Segundo pesquisas da Empresa Capixaba de Pesquisas Agropecuárias-


EMBRAPA, a utilização desta leguminosa quando de boa qualidade, triturada e
misturada a alimentação bovina, substitui cerca de 40% do seu valor nutricional.
Portanto, essa pesquisa identifica a espécie como planta rasteira e elimina a
hipótese de sua utilização para consumo humano, viabilizando sua utilização
como pigmento natural, sem desperdiçar alimentos.
Já para solucionar o outro problema da instabilidade das antocianinas foi
utilizado como referência um projeto de pesquisa desenvolvido pela autora entre
os anos de 2017 e 2019, onde teve como objetivo produzir um pó indicador de
baixo custo a partir de plantas não comestíveis, para usar em aulas
contextualizadas de química. Foi utilizada a flor feijão azul borboleta e realizados
teste de seu extrato em substâncias ácidas e básicas, após isso liofiliza-se o
extrato, e submeteu os pigmentos a análises de titulação, colorimetria,
rendimento e em soluções ácidas e básicas (Figuras 4 a 7). Testado por um
período superior a 12 meses, demonstrou boa capacidade de indicação e

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

aumento na durabilidade dos pigmentos, quando comparado ao seu extrato não


liofilizado.
Figura 4: Liofilização das amostras do extrato da flor azul feijão borboleta.

Figura 5: Extrato desidratado das flores após o processo de liofilização.

Figura 6: Extrato da flor azul feijão borboleta (Ex), em solução ácida (Ac) e
básica (Ba).

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 Engenharia da Produção – consultoria 

Figura 7: Titulação e Ponto final da titulação em base (A) e em ácido (B) – 1


Extrato natural, 2 Extrato liofilizado.

Apesar do avanço da pesquisa o pó indicador não apresentou


estabilidade quando exposto ao ambiente por muito tempo, e deste modo foi
necessária uma busca na literatura para solucionar esse problema, em uma
pesquisa desenvolvido pelo IFSC demonstrou os seguintes resultados:
Com a aplicação do corante no creme base, pode-se observar uma
grande eficácia, pois o corante fixou muito bem, com o passar do tempo
perdeu muito pouco a cor, mesmo em temperatura ambiente e exposto à
luz. Para uma menor degradação, pode-se deixar refrigerado e não expor
a luz. O rendimento do produto foi extremamente bom, pois com a adição
de uma gota do corante colore aproximadamente 10 mL do creme base.
Fonte: Layonel Alves de Souza et al. Extração e Purificação de Betalaínas de Beta Vulgaris
L. e Aplicação Cosmetológica. Disponível em:
http://docente.ifsc.edu.br/michael.nunes/MaterialDidatico/Analises%20Quim
cas/TCC%20II/TCC%202016%202/Lea-Layonel.pdf. Acesso em: 22 out. 2021.

Nessa pesquisa em uma das amostras os pesquisadores utilizaram


pequenas quantidades de conservantes alimentícios para prolongar a validade
do corante, nos seus resultados todas as amostras tiveram um resultado
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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

satisfatório, mesmo quando exposto à temperatura ambiente, conforme a


imagem abaixo, uma alternativa válida que possibilita ser aplicada na flor azul
feijão borboleta.
Figura 8: Adição do corante no creme base.

vi) Metodologia
A metodologia é formada por diferentes conhecimentos, refere-se ao
conhecimento na seguinte afirmação:
O conhecimento como forma de solução problemática, mais ou menos
complexa, ocorre em torno do fluxo e refluxo em que se dá a base da
idealização, pensamento, memorização, reflexão e criação, os quais
acontecem com maior ou menor intensidade, acompanhando parâmetros
cronológicos e de consciência do refletido e do irrefletido.
Fonte: Tatiana Engel Gerhardt; Densise Tolfo Silveira. Métodos de Pesquisa. Porto Alegre:
UFRGS, 2009. 120 p. apud T. J. A. Tartuce. Métodos de pesquisa. Fortaleza: UNICE –
Ensino Superior, 2006. Apostila.

Como o texto informa, o conhecimento na forma de solução de uma


problemática é o caminho que consiste na formação “base da idealização,
pensamento, memorização, reflexão e criação” que possibilita a partir
disso utilizar de métodos para realizar uma pesquisa no campo científico,
diferentes metodologias podem ser utilizadas como método indutivo,
método dedutivo, método hipotético-dedutivo dentre outros.
Estabelecida a compreensão da metodologia, também obteve, nos
resultados, o logicidade de pesquisa bibliográfica, que se define como
sendo:
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 Engenharia da Produção – consultoria 

A pesquisa bibliográfica é importante desde o início de uma pesquisa


cientifica, pois é através dela que começamos a agir para conhecer o
assunto a ser pesquisado, ou seja, desde o início, o pesquisador deve
fazer uma pesquisa de obras já publicadas sobre o assunto pesquisado,
investigando as conclusões e se ainda é interessante desenvolver a
pesquisa sobre esse determinado assunto. Em toda pesquisa cientifica é
importante apresentar o embasamento teórico ou a revisão bibliográfica
que é elaborada na investigação de obras científicas já publicadas, para
que o pesquisador adquira o conhecimento teórico. Através da pesquisa
bibliográfica o pesquisador faz o levantamento de informações que sejam
relevantes na construção da pesquisa científica. Dessa forma, em uma
pesquisa científica, a pesquisa bibliográfica é importante no levantamento
de informações relevantes que contribuam no desenvolvimento da
pesquisa, na elaboração do tema e na revisão bibliográfica ou quadro
teórico.
Os benefícios de utilizar a pesquisa bibliográfica são: o baixo custo, o
pesquisador quase não precisa se deslocar para encontrar pesquisas
científicas públicas, pois com a internet encontram-se inúmeras pesquisas
já realizadas. O pesquisador tem a possibilidade de investigar uma vasta
amplitude de obras publicadas para entender e conhecer melhor o
fenômeno em estudo. Os pontos negativos são: se o pesquisador que
não analisar as fontes bibliográficas de modo correto acarretará uma
pesquisa sem qualidade, pois baseou em dados infundados, ou se a
escolha do tema que cerca a pesquisa tiver poucas obras publicadas
pode comprometer a qualidade da pesquisa.
Fonte: Angélica Silva de Sousa; Guilherme Saramago de Oliveira; Laís Hilário Alves. A
Pesquisa Bibliográfica: Princípios e Fundamentos . Cadernos da Fucamp, Uberlândia, v. 20,
n. 43, p. 64-83.

Nos resultados, a pesquisa bibliográfica, se apresenta como uma


alternativa viável para a presente pesquisa científica, considerando a crise
gerada pela pandemia da Covid-19, além de abranger todas as áreas, ela
se demonstra eficiente por ser de baixo custo, pode-se encontrar diversas
obras tanto fora e dentro do país, não necessitar de um deslocamento
para realizar a pesquisa investigação, além das contribuições por ser a
primeira base para fundamentar demais trabalhos da área científica.
Pela metodologia escolhida, como pesquisa bibliográfica, pode
obter como resultado um número significativo de referências, e a seleção

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 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

pela leitura objetivada, permitiu discutir sobre a viabilidade da flor azul


feijão borboleta como pigmento natural, para a aplicação em cosméticos, e
demais contribuições ao estudo de pigmentos naturais.
Destacando ainda os pontos relativos métodos, hipóteses, a busca
pela produtividade e a percepção a partir da Engenharia de Produção.
Assim, os resultados sobre a viabilidade do pigmento extraído da
flor azul feijão borboleta para a finalidade de cosméticos, destacaram a
adequação na da espécie para a boa prática de produção, ao bem-estar
que pode ser proporcionado aos clientes, a metodologia experimental
desenvolvida em outras pesquisas e ao avanço no estudo de pigmentos
naturais. Equilíbrio que o profissional de Engenharia Produção precisa
equacionar ou se preocupar para a formulação do pigmento. É o que se
infere dos resultados obtidos. Sobretudo, na análise da Engenharia do
Produto, da visão ou inviabilidade da espécie da flor citada com os fatores
de produção. E o sentido ou percepção da Engenharia de Produção.
Dos resultados apresentados passam para o tópico da discussão a
seguir.

7 Discussões
A discussão dos resultados tem a finalidade de entender e esclarecer o
problema de pesquisa com base nos autores citados ao longo do texto.
Pautando-se em argumentos teóricos, indagações ou resultados encontrados a
partir do banco de dados. Com essa análise determina-se a perspectiva do autor,
juntamente com os resultados encontrados, ressaltando sua crítica e se
necessário discordando de referências bibliográficas.
Nesta pesquisa, o foco é compreender a viabilidade da flor azul feijão
borboleta para a finalidade de cosméticos, substituindo pigmentos/corantes
sintéticos, pois a longo prazo causam danos à saúde dos consumidores e
contribui para a degradação do meio ambiente. Razão da questão problema em

104
 Engenharia da Produção – consultoria 

responder: quais as exigências e quesitos necessários para a produção de um


pigmento natural, sem desperdiçar alimentos, de boa tonalidade e durabilidade?
Reafirmando que a “discussão”, conforme explica Maxwell:
Nesta etapa, ocorre a interpretação e discussão dos dados levantados
pela pesquisa. O pesquisador deve elaborar a sua análise a partir dos
resultados alcançados e com base na revisão bibliográfica. Deve-se
chamar a atenção para aspectos novos e interessantes que apareceram.
Discutir resultados significa analisá-los, confrontando-os com pesquisas
anteriores.
Todos os resultados descritos devem ser analisados, discutidos à luz da
literatura revisada. Isso significa que vocês interpretarão os resultados,
discutirão sua importância, as convergências e divergências entre os
autores, tendo como base o que leram (Fundamentação Teórica). Todos
os autores citados deverão ser referenciados.
Fonte: Maxwell Ferreira de Oliveira. METODOLOGIA CIENTÍFICA: um manual para a
realização de pesquisas em administração. Goiás: Catalão UFG, 2011. 73 p. Disponível em:
https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/567/o/Manual_de_metodologia_cientifica_-
_Prof_Maxwell.pdf. Acesso em: 2 nov. 2021.

A discussão, como já abordado, é preciso ressaltar os principais pontos


da pesquisa, demonstrando as convergências e divergências entre autores,
sempre de modo objetivo, com base em dados e clareza para facilitar a
compreensão do assunto.
Inicia-se a discussão, com a recuperação do objeto de estudo, o
problema, a solução e a metodologia.
i) objeto de estudo – Engenharia do Produto
A Engenharia do Produto é uma área ampla que engloba conhecimentos
de Gestão da Qualidade, Gestão do Produto, Gestão da Produção, Gestão
Organizacional, Gestão Econômica, dentre outras gestões. Nela está a chave
para a competitividade, desenvolvendo e aprimorando produtos e serviços,
através de estratégias que diferenciam a empresa das demais concorrentes.
Uma forma de ganhar destaque no mercado é através de inovações,
quando se refere a produto inovador é comum se associar a algo que ainda não
foi desenvolvido, pelo contrário esses produtos ou serviços podem se definir por
ser sustável, produção em menor tempo, custos menos elevados, reformulação
de produtos já existentes, mesmo ainda estando em fase de desenvolvimento.
105
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Com o avanço da tecnologia foi possível intensificar essas inovações, a


necessidade de consumir aumentou em comparação a alguns séculos atrás. No
setor de cosméticos isso ficou evidente por diversos fatores, como a inclusão da
mulher no mercado de trabalho, aumento da renda das classes D e E,
participação da classe C, redes sociais como meio de influência ao consumidor e
etc.
A inovação faz parte dos quatros estágios da vida do produto e é
importante que o profissional de Engenharia de Produção compreenda todas as
etapas desse processo, introdução, crescimento, maturidade e declínio, porque
qualquer tomada de decisão equivocada pode causar prejuízos desnecessários à
empresa envolvida.
ii) problema
Os pigmentos/corantes podem ser extraídos de vegetais, uma das
principais substâncias indicadoras presentes em alguns vegetais é a antocianina,
que pode ser encontrada principalmente em vegetais que apresentam coloração
roxa, azul e vermelha.
É comum utilizar alimentos como beterraba, cenoura, repolho roxo,
morango, entre outros, para a obtenção desses pigmentos naturais, existem
diferentes estudos sobre a utilização desses pigmentos para a aplicação no ramo
de cosméticos, porém um ponto relevante nessas pesquisa, a qual foi
desconsiderado é a utilização de alimentos para essas finalidades, atualmente
grande parte da população mundial passa fome, sendo em que alguns países o
estado é crítico e não há expectativas para a queda deste índice, o que se torna
inviável quando produzido em larga escala.
Além da questão do uso de alimentos, outro problema que impossibilita a
sua utilização no setor industrial é devido a sua rápida degradação quando
exposto ao ambiente, devido a temperatura, oxigênio e a luz, o que compromete
o produto como um todo, devido à instabilidade na coloração, inviabilizando sua
utilização.
iii) solução

106
 Engenharia da Produção – consultoria 

Por outro lado, a solução segue no sentido que, os profissionais de


Engenharia de Produção, devem se preocupar com todos os fatores que
interferem no produto, buscando alternativas para sanar o problema.
Ao se produzir um pigmento natural, apresenta-se como alternativa uma
espécie rasteira do cerrado do pantanal. Essa espécie conhecida cientificamente
como Clitoria Ternatea L. é predominante em algumas regiões do Brasil, como
Mato Grosso do Sul e o semiárido do Nordeste, em alguns estudos realizados foi
evidenciado características medicinais, antioxidante, anticancerígena, anti-
inflamatória, dentre outras características, que agrega valor para a sua aplicação
em cosméticos.
Para solucionar o problema estabeleceu três hipóteses, sendo que a
terceira, se apresentou a mais adequada. Ou seja, “ As exigências e quesitos
para que o pigmento natural seja aplicável para o uso de cosméticos é que não
seja de consumo humano e deve possuir boa capacidade indicadora, além de
resolver o problema do curto período de vida útil, como ocorre uma degradação
dos extratos, devido a oxidação que está relacionada a temperatura, umidade,
luminosidade, dentre outros, utiliza-se o processo de liofilização que consiste na
retirada de água através de uma pressão reduzida e temperaturas que variam de
-45C° a -55C°, pelo processo de sublimação, ou seja, ela passa do estado sólido
para o gasoso, obtendo um pigmento em pó. Mesmo após ao processo de
liofilização o pigmento ainda se degrada, uma opção para melhorar a sua
conservação será adicionar pequenas quantidades de benzoato de sódio, ácido
cítrico e ácido ascórbico, para em seguida embalar a vácuo e proteger de
temperaturas elevadas, evitando que ele se degrade e apresente uma coloração
diferente da esperada.”. O que se encontra é uma adequação técnica ao grau de
pesquisa e compreensão sobre a matéria.
Atentando-se aos problemas de degradação e conservação, foram
estabelecidas metodologias experimentais, conforme a terceira hipótese já
citada, para sanar o problema, através de uma pesquisa na literatura, qual
tomou-se como destaque a pesquisa do IFMS, desenvolvida através de um
projeto de pesquisa e a do IFSC. A partir disso foi possível comprovar a

107
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

viabilidade da espécie da flor azul feijão borboleta como pigmento natural para a
finalidade de cosméticos.
iv) Metodologia
A metodologia se baseou na pesquisa bibliográfica, seleção de banco de
dados, referências, periódicos, Google Acadêmico e Bibliotecas Digitais, sendo
esses o caminho investigativo. Respeitando a técnica da pesquisa,
preferencialmente, a técnica de leitura objetivada, de fichamento, de parágrafo e
da análise crítica.
No que se refere aos resultados, este representa a reunião de todos os
dados coletados de forma significativa sobre a Engenharia do Produto e a
viabilidade da espécie Clitoria como pigmento para aplicação de cosméticos.
Pontuando que a Engenharia do Produto, dentro da concepção
desenvolvimento de produtos de beleza, e na perspectiva da avaliação de
profissionais de Engenharia de Produção, nas boas práticas de produção, na
busca do bem-estar, aspecto mais jovial, saúde, asseguram, pelo conforto,
segurança, qualidade de vida e longevidade, ofertados ao consumidor quando
procura-se elaborar um produto, preocupando-se com as suas respectivas
necessidades.
Na discussão, reafirma que a indicação da “Engenharia do Produto” é
compreendida como a chave da competitividade entre as empresas, buscando
sempre um diferencial. Neste sentido ela não se limita apenas em desenvolver
um produto, mas sim atender as necessidades do mercado, com inovações e
avanço, para o setor de cosméticos, uma área que ainda não há avanços
consideráveis é o setor de produtos naturais, pelo custo elevado para o
desenvolvimento em larga escala, e pela instabilidade da matéria-prima, como é
o caso dos pigmentos naturais que sofre de rápida degradação quando exposto
ao ambiente.
No entanto, há estudos que buscam reverter essa situação, devido a
benefícios que estão à saúde agregados aos produtos naturais, e a partir dessa
problemática é subsidia-se essa pesquisa. Apresentando uma metodologia

108
 Engenharia da Produção – consultoria 

experimental relevante, a partir de estudos encontrados na literatura e em uma


pesquisa de campo.
A preocupação com este ponto, no sistema de produção, indica uma
percepção de diferencial que gera conforto, bem-estar e potencializa a saúde dos
consumidores, enquanto ao setor de cosméticos. A redução do uso de pigmentos
sintéticos, o uso de produtos naturais e menor risco à saúde, tem um efeito
positivo, inovador e necessário para a produção. Razão desta preocupação,
análise e cuidado no consumo de produtos para pele à base de chumbo, arsênio,
ferro e etc., e os danos proporcionados ao meio ambiente pela extração desses
minerais.
No momento que há viabilidade do extrato da flor azul feijão borboleta
para a aplicação de cosméticos, com observação e cuidado respeitando as
etapas da área de Engenharia do Produto, a fim de substituir pigmentos/corantes
sintéticos. Tem-se a consciência de um avanço significativo na área de produtos
naturais, pela evidenciação dos critérios de, bem-estar, segurança, e benefícios à
saúde a longo prazo etc., o que torna a sua utilização um diferencial inovador
para a produção de produtos de beleza.
Estabelecido que a área de Engenharia do Produto se projeta como base
de apoio para a estruturação desde a introdução do produto até o seu declínio,
englobando diferentes gestão, com a finalidade de aprimorar ou desenvolver
novos produtos, além de atender as necessidades do mercado. Agregando
competitividade entre os concorrentes, com produtos inovadores e flexíveis,
mesmo ainda estando em fase de desenvolvimento, sem negligenciar a
preocupação social, econômica e sustentável em sua produção.
Em sentido contrário, a despreocupação indica para a seguinte questão
problema: quais as exigências e quesitos necessários para a produção de um
pigmento natural, sem desperdiçar alimentos, de boa tonalidade e durabilidade?
Como solução, indica-se as seguintes hipóteses, liofilização para
obtenção do pigmento em pó da espécie do cerrado, não usada na alimentação
humana, através de pressão reduzida e temperaturas que variam de -45°C a -
55° C, para a conservação das qualidades nutricionais da flor, sem relevantes
perdas. Seguido da adição de pequenas quantidades de conservantes
109
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

alimentícios, a fim de estabilizar em temperatura ambiente a sua coloração.


Armazenamento conservar em embalagem a vácuo, fora da exposição a luz,
para o melhor facilitar o transporte e estocagem da matéria-prima, reduzindo
custos posteriores para a produção.
O ponto central estabelecido como objetivo de compreender a viabilidade
de um pigmento natural, a partir de uma espécie do pantanal, de boa aplicação,
com a propósito de substituir pigmentos/corantes sintéticos, foram observados
nos seguintes itens:
i) estabelecer o conceito da área de Engenharia do Produto,
compreendendo a sua funcionalidade, e as gestões envolvidas que a engloba
pela Engenharia de Produção, como ferramenta de apoio para o
desenvolvimento de produtos;
ii) fixar a Engenharia do Produto– fatores de produção – produtos
inovadores – proporcionar competitividade, influências externas para a compra
de produtos de beleza e as etapas da vida útil do produto;
iii) observar as exigências e quesitos para a produção de pigmentos
natural sem desperdiçar alimentos;
iv) cumprir as exigências na solução do problema, destacando hipóteses
que diminua a degradação do pigmento e possibilite a sua utilização;
v) destacar estudos que reafirme a viabilidade do pigmento estudado,
destacando os seus principais métodos;
vi) com isto, compreender a viabilidade do pigmento extraído da flor azul
feijão borboleta, e sua aplicação para a substituição de pigmentos/corantes
sintéticos no ramo de cosméticos, apresentando um possível avanço no estudo
de produtos naturais.
O objetivo de verificar a viabilidade da flor azul feijão borboleta para a
finalidade de cosméticos de certa forma foi traçado através da reunião de
metodologias experimentais já realizadas, ao responder o problema de
investigação.

110
 Engenharia da Produção – consultoria 

Com isto, firma-se a viabilidade do pigmento extraído da flor azul feijão


borboleta, se apresentando como uma alternativa para a utilização na produção
de cosméticos, tendo seu ponto central substituição de pigmentos/corantes
sintéticos por pigmentos naturais, que proporcione bem-estar, segurança e
beneficie a saúde do consumidor.
Também se infere que a Engenharia do Produto, para unidade de
produção é necessária para a competitividade das empresas e o
desenvolvimento do produto desde de sua introdução até seu declínio, realizado
de forma cautelosa, se preocupando com as questões sustentáveis, econômicas
e sociais.
Pode-se inferir que da discussão, sobre a Engenharia do Produto, para a
elaboração de pigmentos naturais substituindo sintéticos, no qual os profissionais
de produção, em especial, a Engenharia de Produção, precisa compreender e
dominar todo o processo investigativo da pesquisa para a elaboração do produto,
se atentado aos problemas que o torna inviável. A problemática desta pesquisa
se baseou nas informações que os pigmentos naturais se degradam facilmente
quando exposto ao ambiente, mudando a sua coloração e impossibilitando a
utilização no setor industrial.
No sentido contrário, apesar deste problema estabeleceu-se uma
metodologia experimenta dedutiva para conservação do pigmento extraído da
espécie Clitoria e ressaltando sua viabilidade para a finalidade de cosméticos,
com base na literatura e em pesquisa de campo, conforme mostra o fluxograma
a seguir:

111
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

O que direciona para a substituição de pigmentos sintéticos, atentando-se


aos problemas de utilização de alimento, degradação e armazenamento.
Assim, pode-se inferir que da discussão, sobre a Engenharia do Produto,
para a elaboração de pigmentos naturais substituindo sintéticos, no qual os
profissionais de produção, em especial, a Engenharia de Produção, precisa
compreender e dominar todo o processo investigativo da pesquisa para a
elaboração do produto, se atentado aos problemas que o torna inviável. A
problemática desta pesquisa se baseou nas informações que os pigmentos
naturais se degradam facilmente quando exposto ao ambiente, mudando a sua
coloração e impossibilitando a utilização no setor industrial. Apesar deste
problema estabeleceu-se uma metodologia experimental dedutiva para
conservação do pigmento extraído da espécie Clitoria ressaltando sua viabilidade
para a finalidade de cosméticos, através da literatura e pesquisa de campo.

112
 Engenharia da Produção – consultoria 

Da discussão passa a apresentar as principais conclusões da pesquisa.

8 Conclusões
As conclusões são de que a espécie Clitoria ternatea linn além de
apresentar benefícios medicinais, se adequa como matéria-prima para a
produção de pigmentos naturais, sendo ela uma espécie predominante nas
regiões do Nordeste e do Mato Grosso do Sul, a qual só é utilizada para
complementar a alimentação animal na época de seca, descartando o seu uso
na alimentação humana.
Reforçando a ideia que a Engenharia do Produto se fixa a base para a
estruturação do projeto do produto, no desenvolvimento da metodologia
experimental dos pigmentos natura, englobando as gestões do Produto, Gestão
da Qualidade, Gestão Organizacional, Gestão Econômica, dentre outras, com o
intuito de destacar um avanço na área dos produtos naturais e minimizar o
consumo de pigmentos sintéticos na produção de cosméticos que gere danos à
saúde e ao meio ambiente.
No processo investigativo do processo do produto o trabalho se atentou
às limitações para a elaboração do pigmento para aplicação na indústria de
cosméticos. Estes pigmentos se degradam por exposição à luz e a temperatura
ambiente. Devido à presença da antocianina, substância responsável pela
mudança de cor dos extratos aquosos quando em presença de íons H + ou OH-,
aonde sofre degradação por oxidação quando em solução aquosa, o que leva a
um desgaste na coloração prejudicando o produto final e inviabilizando sua
produção.
Afim de solucionar essa problemática a pesquisa se subsidiou no
estudos sobre a produção de pigmentos naturais, sua conservação e aplicação
em cosméticos, na qual ganhou destaque para o desenvolvimento de uma
metodologia experimental, com a intenção de prolongar a vida útil dos pigmentos,
a pesquisa de campo desenvolvida pela autora entre os anos de 2017-2019 no
IFMS, sobre Produção de Pó Indicador Ácido Base a Partir da Flor Azul Feijão
Borboleta (Clitoria Ternatea L.), e um trabalho desenvolvido pelo IFSC sobre
113
 ### Wilson José Gonçalves (org.) ### 

Extração e Purificação de Betalaínas de Beta Vulgaris L. e Aplicação


Cosmetológica.
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, fundamentada pela
técnica de parágrafo e desenvolvimento lógico do texto, a partir do banco de
dados encontrado no Google Acadêmico.
Os resultados sobre a viabilidade do pigmento extraído da flor azul feijão
borboleta para o uso em cosméticos, destacou sua adequação para a produção,
porém é necessário que o profissional de Engenharia de Produção seja
cauteloso na formulação do pigmento, devido a sua instabilidade dependendo do
pH, e causar prejuízos em uma produção em larga escala.
Portanto, o profissional deve compreender a Engenharia do Produto e
dominar todo o processo investigativo da pesquisa, atentando-se às
problemáticas. No caso dos pigmentos naturais eles sofrem de rápida
degradação, o que altera sua coloração e torna inviável para a utilização no setor
industrial, mas apesar dessa problemática foi estabelecido uma metodologia
experimental dedutiva, com base na literatura, para prolongar a sua conservação
viabilizando assim a utilização da espécie Clitoria para a finalidade de
cosméticos.
Com isso, foi possível alcançar o objetivo do trabalho, verificando a
espécie Clitoria Ternatea L, como um pigmento natural de boa aplicação para
substituir pigmentos/corantes sintéticos na produção de produtos para beleza.
Permitindo retomar o problema que é: quais as exigências e quesitos
necessários para a produção de um pigmento natural, sem desperdiçar
alimentos, de boa tonalidade e durabilidade?
O que se pode responder que as exigências e quesitos necessários para
a produção de um pigmento natural é a utilização de plantas do cerrado, não
utilizadas na alimentação humano, neste trabalho discorreu-se sobre a flor azul
feijão borboleta, que apresenta características medicinais, além de ser uma boa
indicadora ácido – base, para a elaboração do pigmento fora pontuados quatro
procedimentos, obtenção do extrato da flor, liofilização dos mesmos, adição de
corante alimentícios nos pigmentos e armazenamento em embalagem,

114
 Engenharia da Produção – consultoria 

prolongando dessa forma a sua vida útil e viabilização para a aplicação em


cosméticos
Os pigmentos naturais são uma opção para substituir pigmentos
sintéticos, por não causarem intoxicação ou alergia, poluir a água e o solo. A
utilização de uma espécie do cerrado destacou-se por não desperdiçar alimentos
e contribuiu para verificar a sua viabilidade, com os métodos experimentais
pontuados ao longo do texto, é possível prolongar a conservação e estabilidade,
e deste modo usar na indústria de cosméticos sem modificar a sua coloração
com o passar do tempo.

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Apresentação disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=mlpmg27xH34

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