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• Tratamento preliminar
• Tratamento primário
• Tratamento secundário
• Tratamento terciário
• Tratamento de lodos
• Tratamento físico-químico
LAGOAS
• Lagoas de estabilização são consideradas como uma das técnicas mais simples de tratamento de esgotos.
Dependendo da área disponível, topografia do terreno e grau de eficiência desejado, podem ser empregados os
seguintes tipos de sistemas de lagoas de estabilização:
o Lagoas facultativas
o Sistema de lagoas anaeróbias seguidas por lagoas facultativas (sistema australiano)
o Lagoas aeradas facultativas
o Sistemas de lagoas aeradas de mistura completa seguida por lagoas de decantação
o Lagoa de maturação
• As principais vantagens de um sistema de lagoas são a facilidade de construção, operação e manutenção e
respectivos custos reduzidos, além da sua satisfatória resistência a variações de carga. Uma grande desvantagem é a
necessidade de grandes áreas para a construção → grandes populações torna o projeto inviável.
➢ Lagoas facultativas: O processo de tratamento por lagoas facultativas é muito simples e constitui-se
unicamente por processos naturais. Estes podem ocorrer em três zonas da lagoa: zona anaeróbia, zona aeróbia
e zona facultativa. O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai pela outra. Durante este caminho, que
pode demorar vários dias, o esgoto sofre os processos que irão resultar em sua purificação. Após a entrada do
efluente na lagoa, a matéria orgânica em suspenção começa a sedimentar formando o lodo de fundo. Este sofre
tratamento anaeróbio na zona anaeróbia da lagoa. Já a matéria orgânica dissolvida e a em suspensão de
pequenas dimensões permanecem dispersas na massa líquida. Estas sofrerão tratamento aeróbio nas zonas
mais superficiais da lagoa (zona aeróbia). Nesta zona há necessidade da presença de oxigênio. Este é fornecido
por trocas gasosas da superfície líquida com a atmosfera e pela fotossíntese realizada pelas algas presentes,
fundamentais ao processo. Para isso há necessidade de suficiente iluminação solar, portanto, estas lagoas
devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiação solar. Na zona aeróbia há um
equilíbrio entre o consumo e a produção de oxigênio e gás carbônico. Enquanto as bactérias produzem gás
carbônico e consomem oxigênio através da respiração, as algas produzem oxigênio e consomem gás carbônico
na realização da fotossíntese.
A medida que afasta-se da superfície da lagoa a concentração de oxigênio diminui devido a menor ocorrência da
fotossíntese. Também durante a noite não há realização de fotossíntese, enquanto que a respiração continua
ocorrendo. Esta zona, onde pode ocorrer ausência ou presença de oxigênio é denominada zona facultativa.
Nela a estabilização de matéria orgânica ocorre por meio de bactérias facultativas, que podem sobreviver tanto
na ausência quanto na presença de oxigênio. As lagoas facultativas dependem da fotossíntese para a produção
de oxigênio, como já foi dito anteriormente. Desta forma, a eficiência desse tipo de sistema de tratamento
depende da disponibilidade de grandes áreas para que a exposição à luz solar seja adequada, podendo a chegar
a valores de 70 a 90 % de remoção de DBO. Como a atividade fundamental do processo consiste no
desenvolvimento das algas e estas da presença de luz, as profundidades das lagoas restringem-se a valores
variáveis entre 1,5 e 2,0 m, porém, com volumes elevados, de forma a permitir a manutenção de grandes
períodos de detenção, em geral de 15 a 20 dias.
➢ Lagoas aeradas facultativas: A principal diferença entre este tipo de sistema e uma lagoa facultativa
convencional é que o oxigênio, ao invés de ser produzido por fotossíntese realizada pelas algas, é fornecido por
aeradores mecânicos. Estes constituem-se de equipamentos providos de turbinas rotativas de eixo vertical que
causam um grande turbilhonamento na água através de rotação em grande velocidade. O turbilhonamento da
água facilita a penetração e dissolução do oxigênio. Tendo em vista a maior introdução de oxigênio na massa
líquida do que é possível numa lagoa facultativa convencional, há uma redução significativa no volume
necessário para esse tipo de sistema, sendo suficiente um tempo de detenção hidráulica variando entre 5 a 10
dias, e como consequência, o requisito de área é menor. O grau de energia introduzido na lagoa através dos
aeradores é suficiente apenas para a obtenção de oxigênio, porém não é suficiente para a manutenção dos
sólidos em suspensão e bactérias dispersos na massa líquida. Portanto ocorre sedimentação da matéria
orgânica formando o lodo de fundo que será estabilizado anaerobicamente como em uma lagoa facultativa
convencional. A lagoa aerada pode ser utilizada quando se deseja um sistema predominantemente aeróbio e a
disponibilidade de área é insuficiente para a instalação de uma lagoa facultativa convencional. Devido a
introdução de equipamentos eletro-mecânicos a complexidade e manutenção operacional do sistema é
aumentada, além da necessidade de consumo de energia elétrica. A lagoa aerada pode também ser uma
solução para lagoas facultativas que operam de forma saturada e não possuem área suficiente para sua
expansão.
➢ Infiltração lenta: A infiltração lenta (ou irrigação) envolve a aplicação de esgoto num solo vegetado, a fim de
realizar o tratamento e ao mesmo tempo suprir as necessidades hídricas e nutricionais das plantas. Parte da
água aplicada é perdida por evapotranspiração, e parte percola vertical ou horizontalmente através do solo.
Alguns fatores contribuíram para o reúso de águas para fins agrícolas, sendo esses: dificuldade de identificação
e exploração de fontes alternativas de água para a irrigação; custos elevados dos fertilizantes e dos sistemas
convencionais de tratamento; reconhecimento, pelos órgãos gestores de recursos hídricos, da potencialidade da
prática; riscos minimizados à saúde pública e ao ambiente, quando adequadamente administrados. Algumas
desvantagens importantes dessa prática: riscos à saúde dos irrigantes, da comunidade em contato com o esgoto
e dos consumidores dos vegetais irrigados; poluição das águas subterrâneas, principalmente por nitratos;
acúmulo de poluentes no solo, especialmente metais pesados; e criação de habitats para proliferação de
vetores, como mosquitos, em áreas peri-urbanas.
➢ Lodos ativados: O sistema de lodos ativados não exige grandes requisitos de áreas como por exemplo as lagoas.
No entanto há um alto grau de mecanização e um elevado consumo de energia elétrica. O tanque de aeração ou
reator, o tanque de decantação e a recirculação de lodo são partes integrantes deste sistema. O efluente passa
pelo reator, onde ocorre a remoção da matéria orgânica e depois pelo decantador, de onde sai clarificado após
a sedimentação dos sólidos (biomassa) que formam o lodo de fundo. Este é formado por bactérias ainda ávidas
por matéria orgânica que são enviadas novamente para o reator (através da recirculação de lodo). Com isso há
um aumento da concentração de bactérias em suspensão no tanque de aeração, para ser ter uma idéia, esta é
mais de 10 vezes maior que a de uma lagoa aerada de mistura completa sem recirculação. Porém uma taxa
equivalente ao crescimento das bactérias (lodo biológico excedente) deve ser retirada, pois se fosse permitido
que as bactérias se reproduzissem continuamente, alguns problemas poderiam ocorrer. A presença de
biomassa no efluente final devido a dificuldade de sedimentar em um decantador secundário sobrecarregado e
a dificuldade de transferência de oxigênio para todas as células no reator são exemplos destes. eficiência deste
sistema é em grande parte devido a recirculação de lodo. Esta permite que o tempo de detenção hidráulico seja
pequeno e consequentemente também o reator possua pequenas dimensões. A recirculação de sólidos
também ocasiona com que os sólidos permaneçam mais tempo no sistema que a massa líquida. Este tempo de
permanência da biomassa no sistema é chamado de Idade do Lodo. Além da matéria orgânica carbonácea o
sistema de lodos ativados pode remover também nitrogênio e fósforo, porém a remoção de coliformes é
geralmente baixa devido ao pequeno tempo de detenção hidráulico e normalmente insuficiente para o
lançamento no corpo receptor.
O sistema de lodos ativados possui algumas variantes e pode ser:
o Sistema de lodos ativados convencional (fluxo contínuo)
o Sistema de lodos ativados de aeração prolongada (fluxo contínuo)
o Sistema de lodos ativados de fluxo intermitente ou batelada
➢ Filtros biológicos: é constituído de um leito que pode ser de pedras, ripas ou material sintético. O efluente é
lançado sobre este por meio de braços rotativos e percola através das pedras (ou outro material) formando sobre
estas uma película de bactérias. O esgoto passa rapidamente pelo leito em direção ao dreno de fundo, porém a
película de bactérias absorve uma quantidade de matéria orgânica e faz sua digestão mais lentamente. É
considerado um processo aeróbio uma vez que o ar pode circular entre os vazios do material que constitui o leito
fornecendo oxigênio para as bactérias. Quando a película de bactérias fica muito espessa, os vazios diminuem de
dimensões e a velocidade com que o efluente passa aumenta, devido a isso surgem forças cisalhantes que fazem
com que a película se desgarre do material. Os filtros podem ser:
o Filtros biológicos de baixa carga
o Filtros biológicos de alta carga
GRADEAMENTO
• A forma mais comum das barras é a retangular e as dimensões são apresentadas na Tabela 2. A menor dimensão
representa a espessura da barra. A dimensão maior é função da estabilidade da estrutura metálica e não tem
influência significativa no desempenho da unidade.
• Limpeza da grade:
o As grades podem ser de limpeza manual ou mecanizadas com limpeza automática ou por comando
o NBR 12209/11: grades grossas devem ser mecanizadas quando: • Vazão máxima afluente final for igual
ou maior que 100 L/s • Volume a ser retido justificar • Dificuldades de operação (devido localização
e/ou profundidade do canal)
► Dimensionamento do gradeamento
o Seleção do tipo de grade
o Dimensionamento do canal da grade
o Avaliação de perda de carga local
o AS normas ABNT sugerem dimensionamento da grade de barras em função da vazão máxima afluente à
unidade
2. Área do canal
• Como no sistema de grades passam materiais sólidos longos, finos e fibras conseguem passar flutuando através da
grade, até mesmo nas grades finas, o sistema de grades tem sido cada vez mais complementado com peneiras ou até
substituídas por elas. São utilizadas para remoção de sólidos muito finos ou fibrosos (aberturas de 0,25 a 5 mm)
DESARENADOR
• A areia contida nos efluentes é constituída de material mineral, como: areia, pedrisco, escória, cascalho, etc.
• Finalidade de eliminar ou abrandar os efeitos adversos ao funcionamento das partes componentes das instalações
a jusante. Evitar abrasão nos equipamentos e tubulações. Reduzir a possibilidade de avarias ou obstrução de
unidades do sistema, tais como: canalizações, caixas de distribuição ou manobra, poços de elevatórias, tanques,
sifões, orifícios, etc. Facilitar o manuseio e transporte das fases líquida e sólida ao longo dos componentes da
estação de tratamento de efluentes.
• As caixas de areia são projetadas para estabelecer uma velocidade de escoamento de 0,30 m/s (a velocidade de
escoamento é conduzida a valores que permitam a deposição das partículas, o que se verifica em função das
velocidades de sedimentação) durante o percurso. Velocidades menores provocam a sedimentação de partículas
que poderão conferir gosto e odor a água captada. Velocidades maiores arrastam as partículas citadas e tornam a
caixa de areia ineficiente.
• Quanto à forma: prismática (seção retangular ou quadrada) ou cilíndrica (seção circular). Quanto à separação: por
gravidade (natural ou aerada) ou por centrifugação (vórtex ou centrífuga). Quanto à remoção: manual, ciclone
separador ou mecanizada. Quanto ao fundo: plano (prismática com poço), inclinado (prismática aerada) ou cônico
(vórtex).
CALHAS PARSHALL
• Processos atuantes
o Processos físicos: decantação dos sólidos em suspensão; flotação de óleos e graxas.
o Processos biológicos: estabilização anaeróbia da matéria orgânica
• Dimensionamento
De acordo com as disposições da norma ABNT NBR 7229/93, considera-se os seguintes elementos de projeto:
► Número total de pessoas ou unidades de contribuição (N)
► Contribuição de esgoto per capita diária (C)
o 80% do consumo de água
o Tabela 1
► Período de detenção (Td)
o Tabela 2, em dias e horas
► Contribuição de lodo fresco per capita diária (Lf)
o Esgoto doméstico: Tabela 1
o Esgoto não doméstico: medir
► Taxa de acumulação de lodo digerido (K)
o Tabela 3 – intervalo entre limpezas e temperatura ambiente → K
► Volume útil do tanque séptico (V)
• Profundidades
o Máximas e mínimas em função do volume útil – Tabela 4
Tabela 4
• Tanques prismáticos
o Minimizar a profundidade
Relação C/L (comprimento/largura) a ser adotada em projetos deve ser entre 2,0 a 4,0
Lmínimo = 0,80 m
• Tanques cilíndricos
o Minimizar área útil
1,10m <= D <= 2H
D – diâmetro do tanque
H – altura do tanque
Algumas recomendações:
• Deve-se prever uma tubulação vertical, com diâmetro mínimo de 0,15 m, e cuja extremidade inferior deverá se
situar a 0,20 m do fundo, o que facilita a introdução do mangote quando for efetuada a limpeza, a qual é
recomendada anualmente.
• A limpeza não deve ser completa, deixando no mínimo 25 litros de lodo como inoculo para facilitar a degradação da
matéria orgânica depositada posteriormente.
• Recomenda-se ainda que seja prevista uma tubulação, chamada de coluna de ventilação, que fará a comunicação da
câmara livre da fossa séptica com ar atmosférico, evitando o acúmulo de gases.
• Para execução, as distâncias mínimas devem ser respeitadas:
o 1,5 m: de construções, limites de terrenos, sumidouros, valas de infiltração, ramal predial de água
o 3,0 m: de árvores, de qualquer ponto de rede pública de abastecimento de água
o 15 m: de poços freáticos, corpos de água
• A localização do tanque deve facilitar a conexão do coletor predial ao futuro coletor público;
• Deve haver facilidade de acesso para viabilizar a limpeza do tanque séptico.
Tratamento complementar
• Filtro anaeróbio
É bastante utilizado para complementar a solução individualizada por tanques sépticos – a qual não pode ser utilizada
isoladamente.
A filtragem anaeróbia é classificada como um processo biológico de tratamento de águas residuais, aplicada a efluentes
domésticos. Esgoto é depurado por meio de microrganismo não aeróbios, dispersos no espaço vazio do reator e nas
superfícies do meio filtrante.
O filtro anaeróbio é um tanque contendo material de suporte que forma um leito fixo. Na superfície do material de
enchimento ocorre a fixação e o desenvolvimento de microorganismos na forma de biofilme ou flocos. Os compostos
orgânicos solúveis contidos no esgoto afluente entram em contato com o leito do filtro, difundindo-se através das
superfícies do biofilme ou do lodo granular, sofrendo a ação microbiana e sendo convertido em produtos intermediários e
finais, especificamente metano e gás carbônico
No Brasil tem-se utilizado como material suporte pedra britada, mas podem ser utilizados outros materiais, tais como:
anéis de plásticos, elementos cerâmicos, módulos de plásticos, elementos de madeiras, cilindros de plásticos perfurados,
esferas perfuradas, etc
A carga volumétrica de DBO usualmente aplicada é alta, de maneira a garantir as condições anaeróbias e consequente
redução de volume.
• Dimensionamento
A altura do leito filtrante, incluindo a altura do fundo falso, deve ser menor ou igual a 1,20 m. E o fundo
falso não deve ter altura superior a 0,60 m, levando em consideração a altura da laje.
► Definição da perda de carga hidráulica entre o tanque séptico e o filtro anaeróbio
A distribuição do esgoto pode ser realizada tanto por tubos verticais com bocais perpendiculares ao fundo
quanto através de tubos perfurados no caso de filtros sem fundo falso. Quando utilizam-se os tubos verticais,
esses devem ter uma distância do fundo do filtro de 0,30 m.
► Sistema de drenagem
A fim de que se possa limpar os filtros, é essencial que se haja dispositivo que permita a drenagem pelo fluxo no
sentido descendente. Nos casos de filtros com fundo falso, um tubo-guia, em PVC DN 150 mm, para cada 3 m²
do fundo.
No fundo falso, o diâmetro dos furos deve ser de 2,5 cm. Nos tubos perfurados, os furos devem ter diâmetro de
1,0 cm, com variação admissível de mais ou menos 5%, espaçados a cada 20 cm. Em caso de se utilizar material
plástico como meio filtrante, o fundo falso pode ser dispensado, substituindo-o por telas em aço inoxidável ou
por próprio material já estruturado.
• Filtro aeróbio
O tratamento aeróbio é feito com a presença de oxigênio, considerando que os microrganismos degradam a
matéria que são decompostas de acordo com o processo oxidativo. Nesse processo são utilizados organismos
aeróbios, ou seja, dependem do oxigênio para obter energia. Para que ele ocorra é necessário submeter a
matéria a uma temperatura ideal, pH e oxigênio dissolvido (OD) controlados, além de obedecer a relação da
massa com os nutrientes de Demanda Biológica de Oxigênio (DBO) que variam em cada Estação de Tratamento
de Esgoto (ETE).
• Filtro de areia
Filtração de efluentes através da camada de areia
O filtro de areia para tratamento de esgoto é aplicado como uma etapa de refinamento. Ele tem por objetivo
retirar sedimentos muito pequenos que, eventualmente, tenham ficado no efluente. Dessa forma, o filtro de areia
garante maior qualidade para o efluente tratado, ao minimizar o risco de que elementos patogênicos ainda
estejam presentes. Esse tratamento é obrigatório, inclusive em esgotos domésticos. O filtro de areia oferece
vantagens como:
• filtração para altas vazões (volume de esgoto);
• cumprimento das especificações técnicas e normas regulamentadoras;
• economia de energia, visto que funciona por gravidade;
• maior qualidade para o efluente descartado ou de reúso.
• Vala de infiltração
Se diferencia do filtro de areia, por não possuir área superficial exposta ao tempo, sendo construído no próprio
solo, podendo ter suas paredes impermeáveis.
As valas de infiltração são indicadas para locais com maior disponibilidade de área e com remota possibilidade
presente ou futura de contaminação do aquífero, não sendo recomendado o uso de valas de infiltração onde o
solo é saturado de água.
• Dimensionamento
R- raio
H- altura útil
Q-vazão afluente do sumidouro
TAS- taxa de absorção do solo
TRATAMENTO PRIMÁRIO
Níveis de tratamento:
• Tratamento Primário
➢ Remoção de sólidos sedimentáveis das águas residuárias aplicando os princípios da sedimentação ou
flotação
➢ Esta operação de separação sólido-líquido ocorre em unidades (tanques) projetadas para este fim
➢ Normalmente, há um pré-tratamento da água, no qual pode ser empregado o sistema de gradeamento. No
sistema de gradeamento, a água passa por uma espécie de grade de metal, de modo que são barrados os
elementos mais sólidos existentes. Depois disso, os sedimentos sólidos captados pelo gradeamento, são
removidos. A partir de então, pode-se dar início aos processos de tratamento, propriamente ditos.
No tratamento primário de efluentes, as etapas consistem em agregar processos químicos e físicos para a
correta e completa absorção dos elementos poluentes.
➢ O tratamento primário de efluentes faz com que os sólidos sejam removidos através da suspensão.
➢ Basicamente, esta técnica envolve a etapa de suspensão, floculação, remoção das partículas sólidas,
equalização da água e neutralização. Na neutralização, este processo é encerrado, equilibrando o PH da
água e conferindo a ela uma maior taxa de normalidade.
➢ Também existem as lagoas anaeróbias/reatores anaeróbios, que utilizam das bactérias para a
decomposição da matéria orgânica presente no esgoto.
➢ Unidades de tratamento: decantadores primários; flotadores; decanto-digestores – fossa séptica.
➢ Tipos de sedimentação:
A atual tendência é substituir os tratamentos primários (em ETE) pelos reatores anaeróbios – UASB,
principalmente nos novos projetos. Isto representará um aumento na remoção de matéria orgânica, que no
tratamento primário varia de 25 a 35%, para em torno de 70%, resultando: na redução do volume da unidade
de tratamento posterior; redução nos custos com energia; além de reduzir e estabilizar o lodo no próprio
reator.
o As taxas de escoamento supercicial (Vo) são determinadas para os vários tempos (t1, t2, ...,
tn), onde as curvas interceptam o eixo de X. Por exemplo, para a curva Rc:
Vo = H / t5
o Nessa expressão, H a altura do sedimentador e t5 o valor de t na intersecção de Rc com o eixo
X.
o A fração de sólidos removidos para os tempos t1, t2, ...., tn, pode ser então calculada. Por
exemplo, para o tempo t5, a fração Rt removida seria:
Rt = Rc + (Rd – Rc) + (Re – Rd)
o H2 representa a altura que as partículas de tamanho correspondente a (Rd – Rc) sedimentam
na unidade no tempo t5
o Usando os vários valores de t, as diferentes taxas de escoamento superficiais correspondentes
e calculando-se os vários valores de Rt pode-se construir o gráfico de Rt em função de Vo.
o Pode-se também construir o gráfico das frações removidas em função de Vo ou das frações
removidas em função do tempo de detenção.
o Para se projetar o decantador, pode-se adotar 0,65 como fator de escala para Vo e 1,75 como
fator de escala para t.
- Calcular os tempos de detenção, em cada altura, que correspondem aos percentuais de sólidos suspensos removidos
(interpolação!!!!).
A velocidade de sedimentação efetiva de uma
partícula é definida pelo tempo gasto pela
partícula para atingir a zona de lodo (1,80 m no
teste)
o Tendo sido formado um complexo estável, a força resultante provocará seu movimento
ascensional.
o A velocidade do movimento é estabelecia quando as forças de empuxo e de arrasto se
igualam.
o Quanto maior a quantidade de bolhas aderidas, maior será a velocidade de ascensão.
o Esta condição está expressa pela relação Ar/Sólido (A/S), que é o parâmetro mais
importante da flotação
o A determinação da relação A/S pode ser feita experimentalmente (laboratório) em unidade
de alimentação contínua ou em ensaios de batelada
▪ Dimensionamento
o Razão ar/sólidos: A eficiência de um flotador por ar dissolvido depende principalmente da
razão entre a massa de ar em relação à massa de partículas em suspensão, fornecendo a
fórmula
o Formas:
▪ Circular
▪ Retangular → comprimento de 2 a 3x a largura
o Área superficial:
▪ Sem recirculação:
▪ Com recirculação:
• Lagoas de estabilização são consideradas como uma das técnicas mais simples de tratamento de esgotos.
Dependendo da área disponível, topografia do terreno e grau de eficiência desejado, podem ser empregados os
seguintes tipos de sistemas de lagoas de estabilização:
o Lagoas facultativas
o Sistema de lagoas anaeróbias seguidas por lagoas facultativas (sistema australiano)
o Lagoas aeradas facultativas
o Sistemas de lagoas aeradas de mistura completa seguida por lagoas de decantação
o Lagoa de maturação
► Dimensionadas para receber carga orgânica elevada (carga mais elevada que das lagoas facultativas)
► Menor área de implantação
► Eficiência de remoção (de DBO???): 50 a 60%
► Lagoas anaeróbias convencionais tem seus valores determinados a partir de: observações
experimentais, tipo de efluente a ser tratado e condições ambientais locais.
• O tempo de detenção deverá ser de 3 a 6 dias. Tempos inferiores a 3 dias, poderá ocorrer que a saída das bactérias
metanogênicas com o efluente da lagoa seja superior a sua própria taxa de reprodução, que é lenta. Valores
superiores a 6 dias podem promover o surgimento de uma zona aeróbia na lagoa. Tal condição seria fatal as bactérias
anaeróbias.
• Taxa de aplicação volumétrica: determinada em função da temperatura média. Quanto maior a temperatura, maior
poderá ser a taxa aplicada, reduzindo-se o volume total da lagoa.
• Estimativa de remoção de DBO na lagoa anaeróbia: eficiência máxima de 50% de remoção de DBO para temperaturas
até 20ºC e eficiência máxima de 60% de remoção de DBO para temperaturas acima de 20ºC. Dessa forma:
• Acúmulo de lodo (taxa de acumulação de lodo – K): Pode ser estimado adotando-se o valor da taxa de acúmulo de
lodo (K) da ordem de 0,03 a 0,04 m³/hab.ano. A lagoa deverá ser limpa quando a camada de lodo atingir
aproximadamente a metade da profundidade útil
V – volume da lagoa – m³
K – taxa de acumulação de lodo (m³/hab.ano)
Pop – número de habitantes
► Dimensionamento
o O estabelecimento da profundidade está relacionado a:
▪ Evitar crescimento da vegetação na lagoa: > 60 cm
▪ Odor: h > 1,5 m favorece condição anaeróbia no fundo da lagoa
▪ Dados climáticos: evaporação, temperatura, insolação
▪ Tipo da lagoa → aeróbia: 0,9 a 1,0 m
→ facultativas: 1,0 a 1,5 m; 1,5 a 2,0 m
→ anaeróbia: 3,0 a 5,0 m; 4,0 a 5,0 m
▪ Cálculo do volume
V = Q * TDH
▪ Cálculo das dimensões (L)
Importância da velocidade ascensional: Por ser processo biológico, os organismos anaeróbios precisam de
um tempo mínimo para degradar a matéria orgânica; Velocidades excessivas resultam na perda de
biomassa do sistema reduzindo a estabilidade do processo.
▪ Carga orgânica volumétrica (COV)
▪ Altura do reator
Altura do compartimento de decantação: 1,5 a 2,0 m
Altura do compartimento de digestão: 2,5 a 3,5 m
▪ Descarte do lodo
• A retirada deve ocorrer quando a capacidade de retenção do reator estiver na capacidade prevista.
• Devem ser previstos pelo menos dois pontos de descarte, um junto ao fundo e outro a aproximadamente
1,0 a 1,5 metro acima, dependendo da altura do compartimento de digestão, de forma a propiciar maior
flexibilidade operacional.
• Recomenda-se tubos ou mangotes de 100 mm de diâmetro para escoamento do lodo de descarte. As
alturas dos reatores de manta de lodo são função precípua do tipo de lodo, das cargas orgânicas aplicadas,
e por conseguinte das velocidades superficiais impostas ao sistema.
O escoamento superficial protege o solo contra a erosão e cria uma camada para estabelecimento de
microrganismos. Vegetação + cobertura do solo atuam como filtro
➢ Reatores UASB e filtro percolador
Vantagens:
Simplicidade construtiva
Baixo custo operacional
Lodo aeróbico excedente (retirado do
decantador secundário) é enviado ao
reator UASB
Cuidados:
► Problemas de entupimento e colmatação – escolher com cuidado o material do meio suporte (pedra
brita)
► Possibilidade de proliferação excessiva de moscas, quando o FBP é operado de maneira intermitente
ou com baixas taxas de aplicação hidráulica superficial
► Sistema de distribuição deve ser construído com material adequado para evitar corrosão