Você está na página 1de 21

Índice

Lista de figuras ........................................................................................................................... 3

1. Introdução ............................................................................................................................... 4

1.1. Objetivos.............................................................................................................................. 4

1.1.1. Objetivo geral ................................................................................................................... 4

1.1.2. Objetivos específicos ........................................................................................................ 4

1.2. Metodologia ......................................................................................................................... 4

2. O GPS – Global Position System ........................................................................................... 5

2.1. Sistema GPS – funcionamento ............................................................................................ 6

2.1.1. Triangulação ..................................................................................................................... 6

2.1.1.1. Funcionamento da Triangulação ................................................................................... 7

2.1.2. Distância ........................................................................................................................... 7

2.1.2.1. Funcionamento da Distância: ........................................................................................ 8

2.1.3. Cálculo do tempo de propagação: .................................................................................... 8

2.1.4. Separação dos sinais pelos receptores: ............................................................................. 8

2.1.5. Erro de fase e precisão:..................................................................................................... 9

2.2. Relógio ................................................................................................................................ 9

2.2.1. Funcionamento do relógio-GPS ..................................................................................... 10

2.2.1.1. Sincronização: ............................................................................................................. 10

2.2.1.2. Localização dos Satélites: ............................................................................................ 10

2.3. Posicionamento.................................................................................................................. 10

2.4. Velocidade (dilatação do tempo) ....................................................................................... 11

2.5. Potencial gravitacional ...................................................................................................... 11

2.6. Segmentos do GPS ............................................................................................................ 13

2.6.1. Segmento espacial .......................................................................................................... 13

2.6.2. Segmento de controlo ..................................................................................................... 13

2.7. GPS diferencial .................................................................................................................. 14


2

2.8. Galileo ............................................................................................................................... 14

2.8.1. Galileo – constelação ...................................................................................................... 15

2.8.2. Escolha do tipo de informação ....................................................................................... 16

2.8.3. Escolha da configuração de satélites .............................................................................. 16

2.8.4. Galileo – Componente Global ........................................................................................ 16

2.8.4.1. Visão geral ................................................................................................................... 16

2.8.5. Galileo – Estrutura dos satélites ..................................................................................... 18

2.8.5.1. Sinais de navegação ..................................................................................................... 18

3. Conclusão ............................................................................................................................. 20

Referências bibliográficas ........................................................................................................ 21


3

Lista de figuras
Figura 1. Sistema GPS - triangulação ......................................................................................... 6
Figura 2. Distância entre um receptor gps e um satélite gps específico ..................................... 8
Figura 3. Sistema GPS - relógio ................................................................................................. 9
Figura 4. Posicionamento em latitude, longitude e altitude - GPS ........................................... 11
Figura 5. Segmento espacial e segmento de controlo ............................................................... 13
Figura 6. Gps diferencial .......................................................................................................... 14
Figura 7. Constelação do gps gallileo ....................................................................................... 15
Figura 8. Bandas de frequência para emissões públicas ........................................................... 16
Figura 9. Estrutura dos satélite galileo ..................................................................................... 18
4

1. Introdução
No presente trabalho, exploraremos uma das inovações tecnológicas mais impactantes do
século XXI: o Sistema de Posicionamento Global (GPS). Desde sua concepção nas décadas de
1970 e 1980 pelos Estados Unidos, o GPS revolucionou a forma como navegamos e
compreendemos nosso mundo. Originalmente desenvolvido para fins militares, o GPS consiste
em uma constelação de satélites que orbitam a Terra, emitindo sinais que são recebidos por
dispositivos receptores em terra, mar ou ar. O GPS permite determinar com precisão a
localização geográfica em qualquer lugar do planeta, fornecendo coordenadas precisas de
latitude, longitude e altitude. Além disso, sua aplicação se estende a uma variedade de setores,
incluindo navegação, transporte, agricultura, cartografia, geologia, meteorologia e até mesmo
em nossos dispositivos móveis. A capacidade do GPS de fornecer informações de localização
em tempo real não só otimizou operações logísticas e aumentou a segurança, mas também
transformou a maneira como interagimos com a tecnologia em nosso cotidiano. Desde obter
direções precisas até encontrar restaurantes próximos, o GPS se tornou uma ferramenta
indispensável em nossas vidas modernas.

1.1. Objetivos

1.1.1. Objetivo geral


 Estudar o GPS, incluindo seu funcionamento e impacto em diferentes áreas.

1.1.2. Objetivos específicos


 Explicar o funcionamento do GPS;
 Descrever o funcionamento da Triangulação;
 Identificar o Segmento espacial e de controlo;
 Expliar o conceito do GPS diferencial;
 Caracterizar o sistema de navegação por satélite – Galileo.

1.2. Metodologia
Para atingir nossos objetivos, optamos por uma abordagem metodológica abrangente e
detalhada. Inicialmente, realizamos uma revisão bibliográfica extensiva para entender
completamente o funcionamento do Sistema de Posicionamento Global (GPS), suas aplicações
em diferentes setores e os estudos existentes sobre seus impactos sociais, econômicos e
ambientais.
5

2. O GPS – Global Position System


Foi proposto e desenvolvido nos anos 70 pelo Departamento de Defesa Norte-americano
inicialmente para fins militares. Mais tarde, interesses civis e comerciais trouxeram-lhe um uso
mais alargado, tendo hoje um vasto conjunto de aplicações, entre as quais:

Navegação: O GPS é amplamente utilizado para navegação terrestre, marítima e aérea. Ele
fornece informações precisas sobre a posição atual de um usuário em relação a pontos de
referência geográfica, permitindo que eles planejem rotas e sigam direções de maneira eficaz.
Isso é especialmente útil em veículos, como carros, navios e aeronaves, para orientação durante
viagens (CUNHA, Telmo Reis, 2012).

Localização: A capacidade de localização do GPS permite determinar com precisão a posição


geográfica de um objeto, pessoa ou veículo em qualquer lugar do mundo. Isso é útil em uma
variedade de contextos, como rastreamento de frota, localização de pessoas perdidas ou
desaparecidas, monitoramento de equipamentos e geotagging de fotos (CUNHA, Telmo Reis,
2012).

Mapeamento: O GPS é essencial para a criação e atualização de mapas digitais. Os receptores


GPS são usados para coletar dados de localização que são então usados para criar mapas
precisos e detalhados. Esses mapas são usados em uma variedade de aplicativos, como sistemas
de navegação veicular, aplicativos de mapeamento online, planejamento urbano e gestão de
recursos naturais.

Emergências: O GPS desempenha um papel crucial em situações de emergência, permitindo


que os serviços de resposta ajam rapidamente e localizem com precisão pessoas ou veículos em
perigo. Por exemplo, em casos de acidentes de carro, naufrágios ou desastres naturais, o GPS
pode ser usado para localizar e resgatar vítimas.

Aviação: No setor da aviação, o GPS é fundamental para a navegação precisa de aeronaves.


Ele é usado para calcular rotas, auxiliar na navegação por instrumentos, realizar procedimentos
de pouso e decolagem precisos (como o RNP - Required Navigation Performance), e para
fornecer informações de tráfego e proximidade a outros aviões (através do ADS-B - Automatic
Dependent Surveillance-Broadcast). O GPS melhorou significativamente a segurança e
eficiência das operações aéreas (CUNHA, Telmo Reis, 2012). Este sistema utiliza, no total, 24
satélites para assegurar uma cobertura global. A sua principal finalidade seria a de proporcionar,
em termos genéricos, os meios necessários para rapidamente e de forma eficaz se determinar a
6

posição tridimensional de um qualquer ponto localizado no globo terrestre (ou perto dele) a
qualquer instante (CUNHA, Telmo Reis, 2012).

2.1. Sistema GPS – funcionamento


São consideradas os seguintes pontos:

 Triangulação;
 Distância;
 Relógio;
 Posicionamento;
 Coordenadas;
 Erros.

2.1.1. Triangulação
Para determinar com precisão a posição de um receptor usando um sistema de posicionamento
global, como o GPS, são necessários sinais de pelo menos quatro satélites. Isso ocorre porque
cada satélite envia sinais contendo informações de sua própria posição e do tempo em que o
sinal foi transmitido (CUNHA, Telmo Reis, 2012).

Figura 1. Sistema GPS - triangulação

Fonte: https://www.sofisica.com.br/conteudosgps/curiosidades/gps.php

Com esses sinais, o receptor pode calcular sua própria posição. Aqui estão os quatro valores
necessários para identificar totalmente um receptor:

Três coordenadas espaciais: Para localizar um ponto específico na Terra, são necessárias três
coordenadas espaciais: latitude, longitude e altitude (ou altura). A latitude e a longitude são
medidas angulares que indicam a posição do receptor na superfície terrestre em relação ao
equador e ao meridiano de Greenwich, respectivamente. A altitude é a distância vertical do
receptor em relação ao nível do mar (CUNHA, Telmo Reis, 2012).
7

O tempo: Além das coordenadas espaciais, o tempo é um elemento crítico para o cálculo da
posição. Os sinais enviados pelos satélites incluem informações de tempo precisas. O receptor
precisa sincronizar esses sinais com seu próprio relógio para calcular a diferença de tempo entre
a transmissão do sinal e sua recepção. Essa diferença de tempo é essencial para calcular a
distância entre o receptor e cada satélite. Como os sinais viajam à velocidade da luz, até mesmo
pequenos atrasos de tempo podem resultar em imprecisões significativas na determinação da
posição.

2.1.1.1. Funcionamento da Triangulação


São necessários, no mínimo, um conjunto de 3 - 4 satélites.

• A distância calculada a um satélite permite calcular uma posição colocada numa esfera, cujo
raio é a distância calculada ao primeiro satélite.

• O recurso a um segundo satélite permite reduzir a incerteza a um círculo (intersecção de duas


esferas).

• O terceiro satélite utilizado intersecta o círculo anterior em dois pontos. Como normalmente
um destes pontos se encontra muito distante da Terra ( ou com velocidade muito elevada) a
posição fica automaticamente calculada por exclusão de partes.

• O quarto satélite é finalmente utilizado como auxiliar. Envia ao receptor um quarto sinal que
o auxilia a determinar o tempo preciso em que ocorrem as emissões evitando assim que o
receptor use um relógio atómico para determinação do tempo. Deste modo um sistema de
posicionamento global pode averiguar, de forma segura, a posição absoluta de um dado
utilizador.

2.1.2. Distância
A distância GPS se refere à medida da distância entre um receptor GPS e um satélite GPS
específico. No contexto do sistema de posicionamento global (GPS), a distância é calculada
com base no tempo que leva para os sinais viajarem entre o satélite e o receptor. Este cálculo é
realizado usando o tempo de transmissão do sinal (enviado pelo satélite) e o tempo de recepção
do sinal (registrado pelo receptor) (KARAMALI, 2014).

A velocidade da luz é uma constante bem conhecida, aproximadamente


299.792.458 metros por segundo299.792.458metros por segundo no vácuo. O tempo de
viagem do sinal é a diferença entre o tempo de transmissão e o tempo de recepção. Geralmente,
para determinar a posição precisa de um receptor GPS, são necessários os sinais de pelo menos
8

quatro satélites para calcular as distâncias e, assim, triangular sua posição exata (KARAMALI,
2014).

Figura 2. Distância entre um receptor gps e um satélite gps específico

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/gps-equacao-mru-uso.htm

2.1.2.1. Funcionamento da Distância:


 A distância entre um receptor GPS e um satélite é calculada pela fórmula
Distancia=Velocidade×Tempo.
 Com a velocidade de propagação dos sinais eletromagnéticos, o tempo de viagem do
sinal é aproximadamente 0.06 segundos.
 A precisão do tempo é de +/- 1 nanossegundo (1 ns), o que equivale a +/- 0.000,000,001
segundos.

2.1.3. Cálculo do tempo de propagação:


 Os satélites enviam um pseudo-código próprio.
 O receptor ajusta suas sequências de acordo com os sinais recebidos, adiantando ou
atrasando-os.
 O tempo de propagação é calculado com base no atraso ou adiantamento das sequências.

2.1.4. Separação dos sinais pelos receptores:


 Cada satélite emite uma sequência única baseada em uma fórmula enviada ao receptor.
 A distância até os satélites é calculada utilizando o tempo de propagação.
 Satélite e receptor geram pseudo-códigos simultaneamente.
 Sincronizando os códigos pseudo-aleatórios, o atraso na recepção pode ser calculado,
fornecendo assim a distância entre o receptor e o satélite.
9

2.1.5. Erro de fase e precisão:


 Mesmo com códigos sincronizados, um pequeno atraso de fase nos sinais pode resultar
em um erro de posição significativo.
 Um atraso de fase da ordem de 1 microssegundo corresponde a cerca de 300 metros de
erro de posição, devido à velocidade da luz.
 A tecnologia atual é capaz de minimizar o erro de fase, mas o erro de posição ainda
pode ser de aproximadamente seis metros.

2.2. Relógio
O relógio no sistema GPS serve para fornecer uma indicação precisa do tempo para os satélites
e receptores. É uma parte essencial do funcionamento do sistema, pois permite sincronizar os
sinais transmitidos pelos satélites e os recebidos pelos receptores (KARAMALI, 2014).
Explicação mais detalhada do papel do relógio no GPS:

Sincronização: O GPS depende da sincronização precisa dos relógios nos satélites e nos
receptores para calcular a distância entre eles com base no tempo de viagem dos sinais. Se os
relógios não estiverem sincronizados, os cálculos de posicionamento podem ser imprecisos.

Determinação do tempo de propagação: O tempo de propagação dos sinais entre os satélites


e os receptores é calculado com base na diferença entre o tempo de transmissão do sinal pelo
satélite e o tempo de recepção pelo receptor. Portanto, a precisão do relógio é fundamental para
calcular com precisão a distância entre o receptor e os satélites.

Precisão na determinação da posição: Um relógio impreciso pode levar a erros significativos


na determinação da posição pelo receptor. Mesmo pequenas discrepâncias no tempo podem
resultar em grandes erros na estimativa da distância entre o receptor e os satélites, afetando
assim a precisão do posicionamento.

Figura 3. Sistema GPS - relógio

Fonte: https://www.infoescola.com/cartografia/gps-sistema-de-posicionamento-global/
10

2.2.1. Funcionamento do relógio-GPS


O relógio GPS desempenha um papel crucial no funcionamento do sistema GPS, garantindo
uma temporização precisa para a sincronização dos sinais entre os satélites e os receptores
(KARAMALI, 2014).Aqui está uma explicação sobre seu funcionamento:

2.2.1.1. Sincronização:
 A temporização a bordo de cada satélite GPS é extremamente precisa devido ao uso de
relógios atômicos altamente precisos.
 Todos os satélites GPS estão sincronizados e enviam seus sinais de tempo em momentos
específicos e coordenados.
 As unidades receptoras na Terra sincronizam seus relógios com base nos sinais
recebidos dos satélites GPS. Isso garante que os receptores tenham a mesma referência
temporal que os satélites.
 O quarto satélite é necessário para reduzir o erro introduzido pelas medidas de tempo
dos três outros satélites. Com quatro satélites, o receptor pode resolver simultaneamente
as quatro equações necessárias para determinar sua posição tridimensional e o tempo,
proporcionando uma solução precisa.

2.2.1.2. Localização dos Satélites:


 Os satélites GPS são lançados em órbitas precisas ao redor da Terra.
 Os receptores de GPS usam um "almanaque" para calcular com precisão as posições
dos satélites em órbita. O almanaque é um conjunto de dados que contém informações
sobre as órbitas dos satélites e suas posições em relação à Terra.
 Este almanaque é transmitido pelos próprios satélites e é recebido pelos receptores GPS.
Ele fornece informações atualizadas sobre a localização dos satélites.
 A Força Aérea Norte-americana é responsável por atualizar o almanaque em terra. Após
a atualização, a informação é transmitida de volta para os satélites, garantindo que os
receptores tenham acesso às informações mais recentes sobre a localização dos satélites.

2.3. Posicionamento
O posicionamento em latitude, longitude e altitude é essencial para localizar pontos na Terra
usando o sistema GPS. No entanto, fatores como a velocidade da Terra e dos satélites afetam
essas medições. A Teoria da Relatividade de Einstein mostra que a velocidade e a gravidade
influenciam o tempo, causando dilatação do tempo nos satélites GPS em movimento rápido.
Além disso, a força gravitacional da Terra causa um desvio para o vermelho nos sinais dos
11

satélites. O arrasto orbital, devido à resistência atmosférica, também pode alterar as órbitas dos
satélites ao longo do tempo. Para compensar esses efeitos, os receptores GPS aplicam correções
nos cálculos de tempo e posição. Essas correções garantem um posicionamento preciso, mesmo
com os efeitos da velocidade da Terra e dos satélites. (KARAMALI, 2014).
Figura 4. Posicionamento em latitude, longitude e altitude - GPS

Fonte: https://www.todamateria.com.br/latitude-e-longitude/

Ao efeito Doppler acrescentam-se erros de medição devidos a efeitos relativistas que afectam
a precisão do tempo. Os três aspectos principais são:

2.4. Velocidade (dilatação do tempo)


 Faz com que o relógio transportado se atrase em relação a um outro na Terra;
 Apenas função da velocidade.

2.5. Potencial gravitacional


 Faz com que o relógio transportado se adiante em relação a um outro na Terra;
 Apenas função da altitude.

Efeito Sagnac

 Faz com que o relógio transportado se adiante ou se atrase em relação a um outro na


Terra;
 Depende da trajectória e direcção escolhidas.

Dados obtidos:

Efeito gravitacional:

 Altitude orbital de 20,183 km;


 O relógio adianta-se 45.7 µs por dia.

Dilatação do tempo:
12

 Velocidade do satélite de 3.874 km/s;


 O relógio atrasa-se 7.1 µs por dia.

Efeito Sagnac:

 ±133ns para um receptor na Terra

Tabela 1. Erro tipo em satélites(metros)

Erro tipo em satélites(metros):


GPS standard GPS diferencial
Relógios de satélite 1,5 0
Erros de órbita 2,5 0
Ionosfera 5 0,4
Troposfera 0,5 0,2
Ruído no receptor 0,3 0,3
Multicaminhos 0,6 0,6
Satélites visíveis 30 0
Exactidão típica
Horizontal 50 1,3
Vertical 78 22,8
3-D 93

Relógio de satélite: o tempo não é preciso a bordo dos satélites. No entanto, dado que não é
possível integrar um relógio atómico no receptor, o relógio deste é responsável pela introdução
de uma imprecisão bastante superior à do satélite.

Erros de órbita: conhecidos como erros de “ephemeris”, representam imprecisões na


localização divulgada pelo satélite.

Atrasos na Troposfera e Ionosfera: erros devido ao atraso do sinal ao atravessar as camadas


da atmosfera terrestre.

Multipercursos: erros devido à recepção de mais que um sinal proveniente da mesma fonte.
Não pode ser facilmente quantificado, pois depende da zona onde se efectua a recepção (se em
campo aberto se em área urbana).
13

2.6. Segmentos do GPS

2.6.1. Segmento espacial


O segmento espacial do sistema GPS consiste em 24 satélites em órbita alta, localizados a
aproximadamente 19000 km de altitude acima da Terra. Esses satélites viajam a uma velocidade
de cerca de 11200 km/h, completando uma órbita completa a cada 12 horas. Cada satélite é
equipado com sistemas de comunicação que emitem sinais de navegação para os receptores na
superfície da Terra. As potências de emissão desses sinais variam entre 20W e 50W, garantindo
uma cobertura confiável em várias condições atmosféricas e geográficas. Esses satélites são
distribuídos de forma a garantir uma cobertura global e uma visibilidade adequada em
diferentes regiões do planeta, permitindo que os receptores GPS recebam sinais de vários
satélites simultaneamente para determinar sua posição com precisão (FERNADÉZ, 2013).

2.6.2. Segmento de controlo


O segmento de controle do sistema GPS consiste em cinco estações terrestres de controle
distribuídas globalmente. Essas estações têm a responsabilidade de enviar correções de tempo
e órbita para os satélites em órbita. Essas correções garantem que os relógios dos satélites
permaneçam sincronizados e suas órbitas sejam precisas, permitindo uma determinação precisa
da posição pelos receptores GPS. Além disso, as estações de controle enviam modelos da
ionosfera para os satélites. A ionosfera é uma camada da atmosfera terrestre que pode causar
distorções nos sinais de GPS à medida que passam por ela. Os modelos da ionosfera permitem
que os satélites corrijam eventuais erros de recepção causados por essas distorções, garantindo
uma precisão ainda maior na determinação da posição pelo receptor GPS (FERNADÉZ, 2013).

Figura 5. Segmento espacial e segmento de controlo

Fonte: http://50.31.74.31/conteudo/562-TECNOLOGIA-GPS-SEGMENTO-ESPACIAL-SEGMENTO-DE-
CONTROLE-SEGMENTO-DO-USUaRIO
14

O sistema GPS recorre a 24 satélites para assegurar uma cobertura global com uma
disponibilidade de cerca de 95%. Tem ainda aproximadamente 20m de precisão horizontal
(16m para aplicações militares). Entre as suas utilizações encontram-se algumas civis apesar de
ser um sistema de origem militar. As versões futuras do sistema prevêem já algumas aplicações
de utilização gratuita (FERNADÉZ, 2013).

2.7. GPS diferencial


O GPS diferencial baseia-se no envio de duas medidas ao receptor. A primeira destas medidas
é aquela directamente recebida do satélite. A segunda medida é enviada por uma estação
terrestre (não muito longe do receptor) que recebe o sinal proveniente do satélite afectado
sensivelmente pelo mesmo erro (dado que receptor e estação se encontram relativamente
próximas). A estação terrestre processa o sinal e, dado que a sua posição é conhecida, envia a
correcção ao receptor que, de forma diferencial, procede à correcção da informação
anteriormente recebida (FERNADÉZ, 2013).

Figura 6. Gps diferencial

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/GPS_diferencial

2.8. Galileo

Galileo é o sistema de navegação por satélite da União Europeia. Concebido desde o início
como um projecto civil, em oposição ao GPS americano, ao GLONASS russo e ao Compass
(BeiDou) chinês que são de origem militar, tendo várias vantagens: maior precisão, maior
segurança (possibilidade de transmitir e confirmar pedidos de ajuda em caso emergência) e
menos sujeito a problemas (o sistema tem a capacidade de testar a sua integridade
automaticamente). Além disso, o sistema é interoperável com os outros dois sistemas já
15

existentes, permitindo uma maior cobertura de satélites. O programa Galileo amplia a


geodecisão em milhares de organizações que passarão a privilegiar o sistema de navegação e
incluir nos seus modelos de negócio (FERNADÉZ, 2013).
Galileo – características principais

Tipo de receptores Frequência simples ou dupla


Computação de integridade no receptor Não
Freq. Simples: H-15m V – 35m
Precisão da posição (95%) Freq. Dupla: H – 4m V- 8m
Precisão temporal 50 nsec para frequência dupla
Disponibilidade 99% - 99.9%
Integridade Obrigatória em serviços relacionados com
segurança

Como se pode inferir da análise do quadro anterior, o sistema Galileo possui características
standard de funcionamento bastante melhoradas relativamente aos seus congéneres,
nomeadamente o GPS. Note-se que é possível obter precisões de cerca de 4 metros, sem recorrer
a sistemas diferenciais (SALEMA, 2011).

2.8.1. Galileo – constelação


A constelação MEO tem três planos, cada um com uma inclinação de 56º com satélites
operacionais igualmente espaçados a uma altitude de 23666 km. O tempo orbital é de cerca de
14 horas.

Figura 7. Constelação do gps gallileo

Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-A-constelacao-Galileo-e-o-satelite-desenho-artistico-
fonte-Simon-2005_fig1_237819912
16

2.8.2. Escolha do tipo de informação


Os resultados de disponibilidade mostram claramente que a configuração “só MEO” tem maior
relevância. Em adição, o facto de que falhas de serviço em satélites GEO se mantêm sobre a
mesma região (enquanto que em MEO a falha não permanece na mesma localização) levou à
escolha desta configuração (SALEMA, 2011).

2.8.3. Escolha da configuração de satélites


 Elevado tempo para substituição de satélites lançados a partir da Terra (cerca de 5
meses).
 Substituição de satélite por um outro já em órbita apenas pode ser efectuado se se
encontrarem na mesma órbita ou, em caso contrário, com gasto enorme de
combustível.

2.8.4. Galileo – Componente Global


O projecto Galileo compreende a transmissão de 10 sinais:

 6 abertos aos serviços de segurança (embora parte possa também ser usada para
serviços comerciais);
 2 para serviços comerciais;
 2 para serviços regulados publicamente.

Figura 8. Bandas de frequência para emissões públicas

Fonte: https://propagacaoaberta.com.br/plano-para-uso-da-banda-vhf-2-metros-144mhz-conforme-resolucao-
452/

2.8.4.1. Visão geral


O sistema Galileo pode ser decomposto em três componentes distintas: a Global, a Regional e
a Local.

A componente espacial do sistema Galileo é constituída pela constelação de 30 satélites, em


órbita média, em três planos inclinados 56º do equador, a 23666 km de altitude. Cada plano
17

conterá 10 satélites, sendo 1 de substituição. Este último terá a capacidade de substituir um


qualquer outro satélite do mesmo plano em cerca de 6 horas. O tempo de órbita rondará as 14
horas. O projecto Galileo compreende a transmissão de 10 sinais: 6 abertos aos serviços de
segurança (embora parte possa também ser usada para serviços comerciais), 2 para serviços
comerciais e 2 para serviços regulados publicamente (BENEDICTO,J., 2016).

Os sinais que são usados no sistema Galileo tem como características:

• Utilização de um piloto para sinalização:

 Melhora a recepção com baixas potências;


 Reduz o tempo médio de perda de ligação;
 Reduz os multipercursos em ambientes dinâmicos – por exemplo aterragem de
aviões.

• Débitos binários entre 250 e 1500 bit/s

 Débitos baixos reduzem distúrbios nos sinais de navegação;


 Débitos mais elevados permitem aumentar a capacidade de inúmeras aplicações :
Mensagens auxiliares em serviços Mensagens auxiliares para uso
relacionados com a segurança comercial
Mensagens de integridade: Mensagens de busca Actualização de mapas:
e salvamento: Mudanças temporárias de mapas:
 •Coordenação  Desvios;
 Socorro  Engarrafamentos.
Alertas meteorológicas: Informação extra:
 Aviso de tempestades;  Estações de combustível;
 Aviso de cheias.  Restaurantes;
Avisos de acidentes.  Hotéis…

Os satélites foram projectados para transmitir até quatro portadoras nas bandas mencionadas.
Taxas mais baixas causam um menor distúrbio no sinal de navegação, enquanto que taxas mais
elevadas maximizam o potencial para serviços de valor acrescentado tais como: alertas do
tempo, avisos de acidente, informação do tráfego e actualizações de mapas. A capacidade de
transmissão dos dados nos sinais de navegação será maximizada sem comprometer a sua
18

exactidão. São fornecidos componentes piloto (códigos sem mensagens de dados) melhorando
a robustez e a aquisição do sinal sob circunstâncias de recepção adversas.

O uso da banda C foi também considerada, tendo-se concluído que serviços nesta banda devem
ser implementados numa segunda geração de satélites Galileo. Entretanto, o teste de técnicas
relativas à banda C faz já parte do programa de desenvolvimento actual do Galileo
(BENEDICTO,J., 2016).

A componente do utilizador é constituída pelos receptores dos sinais provindos dos satélites
Galileo. Existirão receptores apenas com capacidade de descodificação de mensagens emitidas
pelos satélites e receptores com capacidade de descodificar adicionalmente informação
proveniente de estações locais podendo, em ambos os casos, receber sinais do sistema GPS e
GLONASS.

2.8.5. Galileo – Estrutura dos satélites


A fuselagem do satélite rodará em torno se si mesma (em torno do eixo que aponta para o centro
da Terra), garantindo que os seus painéis solares apontem sempre para o Sol.

Os elementos internos do satélite são colocados numa estrutura que agrupa os elementos da
plataforma e de carga (payload) em painéis diferentes. Os relógios são colocados ao abrigo de
quaisquer distúrbios assim como de elementos móveis (discos de momento).

Figura 9. Estrutura dos satélite galileo

Fonte: https://mundogeo.com/2014/08/27/atualizacao-sobre-a-falha-na-orbita-dos-satelites-galileo/

2.8.5.1. Sinais de navegação


Os sinais de navegação do Galileo compreendem códigos e mensagens de dados. Os códigos
são gerados por relógios altamente estáveis, autónomos, a bordo de cada satélite. As mensagens
de dados são enviadas aos satélites a partir da Terra, armazenadas e transmitidas continuamente
usando uma estrutura de dados por pacotes, que permita que mensagens urgentes sejam
19

transmitidas sem atrasos. As mensagens de dados incluem não somente informação do


“almanac” de órbita e parâmetros relativos ao estado da constelação, mas também um sinal
extremamente preciso que dá aos utilizadores uma predição do tempo excelente. Permite que
os receptores avaliem as medidas de cada satélite e melhorem a sua exactidão de navegação
(BENEDICTO,J., 2016).
20

3. Conclusão
Em síntese, nosso estudo sobre o Sistema de Posicionamento Global (GPS) destacou sua
relevância como uma tecnologia amplamente adotada em diversos setores. O GPS não apenas
simplificou a localização e a navegação, mas também impulsionou a eficiência em operações
logísticas, agricultura, transporte e gestão de emergências.

Embora tenhamos identificado desafios, como preocupações com privacidade e segurança


cibernética, bem como a necessidade de atualizações técnicas contínuas, fica claro que o GPS
continua a desempenhar um papel crucial em nosso cotidiano. Ademais, reconhecemos o
impacto social, econômico e ambiental do GPS, desde a otimização de rotas de transporte até a
melhoria da produtividade agrícola. Contudo, é importante manter uma abordagem equilibrada,
priorizando a segurança e a sustentabilidade enquanto buscamos inovações futuras. À medida
que avançamos, devemos continuar monitorando e aprimorando o GPS para atender às
necessidades em constante evolução da sociedade, garantindo sua relevância e utilidade
contínuas.
21

Referências bibliográficas
CUNHA, Telmo Reis – High Precision Navigation Integrating Satellite Information – GPS –
and Inertial System Data. Porto: Edições FEUP, 2012.

SALEMA, Carlos – Feixes Hertezianos – Lisboa: IST, 2011.

KARAMALI, Apostolia – Galileo The European Programme for Global Navigation Services –
The Netherlands: ESA Publications Division, 2014. Disponível em
http://ravel.esrin.esa.it/docs/GalileoBrochure.pdf.

BENEDICTO,J., S.E.Dinwiddy, G. Gatti, R. Lucas, M. Lugert - GALILEO : Satellite System


Design and Technology Developments : : ESA Publications Division, November 2000.
Disponível em http://ravel.esrin.esa.it/docs/galileo_world_paper_Dec_2016.pdf

Fisher, James, Steve Simpson, Thomas Welsh - An Urban Canyon Multipath Model for Galileo
- European Navigation Conference, Copenhagen 2002.

FERNADÉZ, António, José Díez - Galileo Receiver Simulator (GARSIM) – Genève, Junho
2013.

Você também pode gostar