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TRABALHO FINAL DA DISCIPLINA POLUIÇÃO AMBIENTAL

PROFESSOR – GANDHI RADIS BAPTISTA

RELATÓRIO DA ANÁLISE DE RISCO DE PERCLOROETILENO


(TETRACLOROETILENO)

ALUNA- MARIA EDUARDA CAVALCANTE DE SOUSA (556602)

04/12

FORTALEZA- CE
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DEZEMBRO 2023

SUMÁRIO

Página

CAPÍTULO I ........................................................................................................................ 03

1. Objetivo ....................................................................................................................... 03
2. Introdução ................................................................................................................... 03

CAPÍTULO II ....................................................................................................................... 04

3. Processo da avaliação dos pesticidas .......................................................................... 04

3.1. Avaliação de risco tóxico ........................................................................................... 04

3.2. Avaliação da exposição .............................................................................................. 06

3.3. Avaliação da dose-resposta ........................................................................................ 06

3.4. Caracterização do risco .............................................................................................. 07

CAPÍTULO III ...................................................................................................................... 07

4. Avaliação de risco microbiológico ............................................................................... 08

4.1. Identificação do agente estressor (agente patogênico) .............................................. 08

4.2. Avaliação da exposição ............................................................................................. 08

4.3. Avaliação da dose-resposta ....................................................................................... 08

4.4. Caracterização do risco .............................................................................................. 08

CAPÍTULO IV....................................................................................................................... 09

5. Avaliação de risco ecológico ........................................................................................ 09

5.1. Formulação do problema e identificação do agente estressor ................................... 09

5.2. Avaliação dos efeitos (tóxicos) adversos sobre a biota ............................................. 09

5.3. Caracterização do risco .............................................................................................. 10


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CAPÍTULO V ........................................................................................................................ 10

6. Conclusão ...................................................................................................................... 10

7. Referência ..................................................................................................................... 10

CAPÍTULO I

1. Objetivo

O objetivo do estudo é identificar precocemente os problemas de intoxicação dos funcionários


que manuseiam o percloroetileno e a importância do uso de EPIs.

2. Introdução

Percloroetileno, nome comercialmente mais usual do tetracloroeteno Cl2C=CCl2 é


um composto químico fabricado que é largamente usado para a limpeza a seco de produtos
(frequentemente chamado “fluido de limpeza a seco”) e desengraxe de metais. É também
utilizado na produção de outros produtos químicos e alguns produtos de consumo,
especialmente para desengraxe e limpeza.

O julgamento analítico de dezenas ou centenas de aspectos dos riscos ecológicos e


toxicológicos do Percloroetileno para a saúde humana deve ser considerado, bem como a
comparação dos seus elevados riscos na análise.

A avaliação de risco utilizada leva em consideração as especificidades do contexto analisado.


Questões específicas como processos de lavagem a seco em lavanderias, atividades culturais,
comportamento climático e perigos para a flora e fauna locais. Englobando tais questões, é
imperioso ressaltar que podem comprometer e impactar diretamente na mudança climática
global.

Nesse relatório se foca em mostrar consequências do Percloroetileno, um líquido incolor e


volátil a temperatura ambiente, comumente utilizado como desengraxante de peças
metálicas, em lavagens a seco, indústria têxtil e produtos de limpeza. Uma equipe
internacional de pesquisadores revisou estudos e apresentou dados sugerindo que o
tricloroetileno está associado ao aumento de 500% do risco de doença de Parkinson. O
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médico e pesquisador responsável pelo estudo, Dr. Ray Dorsey, que é professor de neurologia
na University of Rochester nos Estados Unidos, descreveu que a doença de Parkinson é a
doença cerebral que mais cresce no mundo e que ela pode ser, em grande medida, evitável.
Já foi registrado inúmeras pessoas que morreram de câncer e de outras doenças ligadas ao
tricloroetileno, e a doença de Parkinson pode ser a mais recente.
Além disso, no âmbito de contaminação ambiental, os pesquisadores observam que o
tricloroetileno contamina até um terço da água potável dos EUA, polui os lençóis freáticos em
mais de 20 países diferentes nos cinco continentes e é encontrado em metade dos 1.300 locais
mais tóxicos com atuação do Superfund — um programa federal estadunidense de limpeza
ambiental de áreas contaminadas.

CAPÍTULO II

3. Processo de avaliação dos pesticidas

3.1. Avaliação de risco tóxico

Identificação do contaminante Percloroetileno (TETRACLOROETILENO)–

Classe toxicológica (CATEGORIA 3) – PRODUTO MODERADAMENTE TÓXICO

O Percloroetileno é um organoclorado inseticida de amplo espectro que, quando exporto aos


humanos, a rota principal é pela via respiratória. Sua contaminação pode causas inúmeras
interferências hormonais e até mesmo mentais. O percloroetileno, especialmente em locais
fechados, pode causar tontura e dores de cabeça, tais sintomas ocorrem principalmente em
locais de trabalho, além disso em exposições mais altas que o normal, mostram que o
percloroetileno pode causar danos no fígado e rins. Nas indústrias, foi observado que as
mulheres possuem maior incidência em abortos espontâneos e infertilidade.

Vias de exposição: As principais vias de exposição da população geral ao composto são pela
via inalatória e pela ingestão de água e alimentos contaminados. Indivíduos que residem
próximo a áreas contaminadas ou a estabelecimentos de limpeza a seco podem estar expostos
a concentrações mais elevadas.
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- Efeitos tóxicos em humanos

• Exposição cutânea: Em contato com a pele, pode causar irritação, com ardência e
vermelhidão, dermatite e queimadura.
• Exposição respiratória: A inalação em altas concentrações do composto pode causar
tontura, cefaleia, náusea, ausência de tato e inconsciência.
• Exposição ocular: A exposição em níveis elevados pode causar conjuntivite ou
queimadura oftalmológica.
• Exposição oral: A ingestão de grandes quantidades pode causar irritação do trato
gastrointestinal, com vômito, náuseas, dor abdominal e diarreia.
• Exposição crônica: A exposição crônica ao tetracloroetileno pode ser responsável por
déficit de memória, alterações renais, neuropatia periférica, distúrbios visuais,
distúrbios de sono.

3.2. Avaliação da exposição

As consequência à exposição do tetracloroetileno podem ser graves, como as citadas no capítulo


II em efeitos de toxidade. Além desses efeitos, a morte e o aumento do risco da doença de
Parkinson em trabalhadores está ligado ao tricloroetileno em decorrência da sua exposição e a
falta do uso de EPIs ou pela alta concentração do uso desse composto.

Dados do Jornal Americano de Medicina Industrial, salienta em um relatório emitido em 2001


que os trabalhadores de lavagem de roupa a seco tem excesso de mortalidade por vários tipos
de câncer.

3.3. Avaliação da dose-resposta

Referente aos estudos da bula do composto Percloroetileno são datados os efeitos agudos e
crônicos para animais de laboratório.

Percloroetileno (tetracloroetileno)

Efeitos agudos:
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Oral:

(DL50): 2.600 mg/kg p.c — Ratos.

Dérmica:

(DL50): 5.000 mg/kg — Coelhos.

Tetracloroetileno causa severa irritação da pele conforme testes realizados em coelhos, 24h
(OECD, 1996).

Inalação:

(CL50): 27.800 mg/m3 (6horas) — Ratos.

Estudos de toxidade aguda por inalação em ratos demonstraram uma irritação severa do trato
respiratório superior após exposição à substância e necrose nos rins. Irritação nasal, respiração
difícil, danos aos pulmões e convulsões foram observadas em roedores agudamente expostos a
altos níveis de Tetracloroetileno por inalação.

Efeitos Crônicos:

Lesões epiteliais nasais, irritação e inflamação das vias respiratórias foram observadas em ratos
e camundongos cronicamente expostos à substância pro inalação. A exposição ocupacional
crônica, em trabalhadores, não resultou em efeitos adversos graves, foram relatados alguns
casos de irritação do trato respiratório superior, tosse e/ou rouquidão (NITE, CERI, NEDO)
(2006).

Informações Ecológicas:

Ecotoxidade:

Peixes:
CL50 (96h): 4 mg/L (Jordanella floridae Flagfish).
CL50 (96h): 13 mg/L (Lepomis macrochirus).

Crustáceos:
CE50 (48h): 8,5 mg/L (Daphnia magna).
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Plantas aquáticas:
CE50 (72h): 0,2 mg/L (Heterosigma akashiwo Algae).
A partir dos estudos sobre a sua persistência e degradabilidade realizados com o
Tetracloroetileno em águas, relatam que o produto não é rapidamente degradado (11%) e
persistente 28 dias até a evaporação.

3.4. Caracterização do risco

- Sintomas e sinais clínicos do Percloroetileno (Tetracloroetileno)

SINTOMAS DE ALARME: Irritação do trato gastrointestinal (náusea, vômito e dor abdominal),


alteração do estado mental, tremores, tontura, dores de cabeça, agitação e convulsões.

A exposição aguda ao Percloroetileno pode causar efeitos no sistema nervoso central. Sintomas
neurológicos foram confirmados em casos de intoxicação em humanos após a inalação ou
ingestão da substância. Em casos de intoxicação grave gera tontura, cefaleia, sonolência em
excesso, náuseas, inconsciência e dificuldade de fala.

CAPÍTULO III

4. Avaliação de risco microbiológico

4.14 Identificação do agente estressor

Como já foi abordado a saude humana, a fauna e a flora são amplamente afetadas pelo
organoclorado percloroetileno, na qual dispõe de um alto impacto no ambiente. De acordo com
a FISPQ (Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico), quando o derramamento do
percloroetileno entra em contato com a água ele afeta na vida aquática, pois o produto não é
rapidamente degradado e demora muitos dias para ter sua evaporação concluída.

Ademais, os riscos à saúde humana através da inalação ingestão ou toque podem ser fatais e
estão ligados a muitos problemas associados ao sistema central, perda de memória, Parkinson,
problemas hormonais ligados principalmente as mulheres, dentre outros.
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4.2. Avaliação da exposição;

- Percloroetileno (Tetracloroetileno)

O Tetracloroetileno é amplamente distribuído no ambiente e é encontrado em quantidades-traço


na água, organismos aquáticos, alimentos, ar e tecido humano. É liberado por processos
industriais e produtos de consumo. A meia-vida na atmosfera varia de 70 a 251 dias e depende
da latitude, da estação do ano e da concentração de radicais hidroxila. A concentração do
composto no ar atmosférico geralmente é menor que 1 g/m°, mas pode mais elevado no ar de
ambientes internos, especialmente em áreas em que há lavanderias a seco. O composto pode
ser convertido a cloreto de vinila, sob condições anaeróbias, e contaminar o solo e a água
subterrânea. Pequenas quantidades do tetracloroetileno podem ser formadas durante a cloração
da água.

4.3. Avaliação da dose-resposta;

Levando em consideração a população de toxidade para organismos aquáticos com efeitos


duradouros com relação as espécies de peixes, invertebrados aquáticos e algas. Em um tempo
de exposição de 96h para peixes em um parâmetro de perigo LC5, obteve um valor de 5mg/L
Para um tempo de 48h de exposição para os invertebrados aquáticos com seu parâmetro de
perigo sendo EC50, foi obtido um valor de 8,5 mg/L e, por fim, em uma exposição de 72h para
algas, foi encontrado um parâmetro de perigo ErC50 com o valor de 3,64 mg/L.

4.4. Caracterização do risco;

Esse composto representa um risco para os administradores de maquinários que necessitam dele
para seu funcionamento como lavadeiras a seco, indústria têxtil e principalmente para a
indústria automobilística para a lubrificação de peças.

Apesar de ser um composto altamente e amplamente utilizado, ele pode ser tóxico se não tomar
os devidos cuidados. Logo, podemos destacar que os trabalhadores que estão em contato direito
e por muitas horas por semana pelo percloroetileno, dispõem de mais chances de contrair os
efeitos citados nos tópicos acima.
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CAPÍTULO IV

4. Avaliação de risco ecológico


4.1. Formulação do problema e identificação do agente estressor (de perigo)

Estudando-se os fatores de influência de concentrações de percloroetileno em residências


localizadas sobre estabelecimentos de lavagem a seco, verificou concentrações do solvente
no ar e no chão significativamente maiores do que nas residências de controle. Estas
concentrações permaneceram elevadas, mesmo em dias que os estabelecimentos estavam
fechados.
Na Baixada Santista – SP, toneladas de resíduos industriais foram descartados
irregularmente, após anos a Cetesb ainda encontrou até 4500 ug/kg de percloroetileno
agregado a outros resíduos.

5.2. Avaliação dos efeitos (tóxicos) adversos sobre a biota

O percloroetileno possui inúmeras finalidades, porém, ele é altamente utilizado como solvente
desengraxante de metais na indústria, especialmente automobilística e autopeças. No entanto,
como dito anteriormente, ele também é largamente utilizado na lavagem a seco, onde seu uso
teve um grande crescimento no Brasil. Segundo uma pesquisa realizada em 1966, por Jorge
Macedo, foi noticiado que é consumido, aproximadamente, 12.000 toneladas de percloroetileno
por ano no Brasil. Em 1985, a produção mundial deste composto químico atingiu,
aproximadamente, 1 milhão de toneladas.

Vale ressaltar que esse produto é altamente prejudicial ao meio-ambiente. Se é tóxico ao meio-
ambiente, certamente também é para os seres humanos. Por isso, é muito importante manuseá-
lo seguindo as normas de segurança.

Com o descarte indevidos dos insumos indústrias, eventualmente, contaminará o ambiente


aquático contribuindo, posteriormente, para a nossa própria contaminação, pois muitas vezes
a água que são disponibilizadas podem ser entregues sem o devido tratamento. Logo, isso
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acarretaria em uma contaminação por ingestão, podendo causar inúmeros problemas à saúde
humana.

5.3. Caracterização do risco

O uso deste organoclorado altamente tóxicos torna toda essa situação extremamente
preocupante, pois pela característica de ter grande solubilidade em sangue e ser bioacumulativo
no tecido adiposo (IARC, 1979), o percloroetileno se revela um importante contaminante
ambiental, pois o mesmo pode atingir os seres vivos quando vaporizando, ou poderá ser
ingerido devido sua facilidade de lixiviar até o lençol freático, onde terminam alcançando os
poços de água potável.

5. Conclusão

E, por fim, considerando que o percloroetileno é precursor de graves impactos ambientais


produzindo doenças nos trabalhadores e potencialmente à população em geral, inclusive o
câncer. Considerando que uma única grama de percloroetileno é capaz de contaminar 200.000
litros de água e que uma só máquina de lavar roupas a base de percloroetileno e capaz de emitir
para atmosfera 450 mil gramas por ano, é imprescindível que medidas sejam adotadas para a
diminuição da liberação do percloroetileno em corpos d’água, principalmente com a
implantação de leis e fiscalizações mais severas.

Tais medidas auxiliariam para a diminuição do impacto das ações humanas no ambiente
aquático e em resultados no âmbito da saúde humanas com a minimização de doenças como
Alzheimer, Parkinson, perda de memória, problemas hormonais e até mesmo morte de
inúmeros trabalhadores.

6. Referências

1 BRANCO, Jeffer. Manifestação contra a Poluição Ambiental causada pelo


percloroetileno. São Paulo: Secretaria do Meio ambiente, 2002. Disponível em:
http://www.acpo.org.br/inf_atualizadas/2002/pag_e_pdf/consema__percloroetileno.htm

2 FISPQ, Quimesp Química. Ficha de informações de segurança do Percloroetileno


(Tetracloroetileno). São Paulo: FISPQ, 2021. Disponível em:
https://www.quimesp.com.br/pdf/percloroetileno-tetracloroetileno.pdf
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3 MOURA, Laila. Intoxicação por Percloroetileno (PERC) pelos funcionários de


lavanderias com lavagem a seco. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2014. Disponível
em: https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/46761

4 YASGUR, Batya. Revisão aponta aumento de 500% do risco de doenças associado a


produto químico comum. Site on-line: Medscape, 2023.
https://portugues.medscape.com/verartigo/6509367

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