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ARBORIZAÇÃO E SUA INFLUÊNCIA SOBRE A AMBIÊNCIA E BEM-ESTAR

AO BOVINO DE LEITE

MOURA1, B. C.; SOUZA, B. K. R.; PIMENTEL, C. R. L.; PALMEIRA, C. H. S.;


LIRA, E. G. C. B.; SOUZA, G. R.; AZEVEDO, I. M.; SOUZA, J. V. G.; GOMES,
J. C.; SILVA, K. R.; CALDAS, L. R.; PEREIRA, I. Q.; SILVA2, M. A.; CAMPOS2,
L. B.; ALENCAR3, T. D.; SANTOS3, Y.

RESUMO
Sistemas de pastagem ao qual são arborizados com copas, galhos e porte de
árvores adequadas, proporcionam uma qualidade no clima, no ambiente. A
preocupação no bem-estar do animal inclui compreender a respeito da sua
adaptação ao meio em que se encontra, assim é possível fazer com que a
temperatura corpórea do bovino funcione de forma normal no processo de
respiração e transpiração. Com a presença de árvores certas a radiação solar
seja em parte fica bloqueada, gerando um espaço de sobra e gerando um
ambiente de clima agradável. Com esse sistema é possível fazer com que em
casos de vacas leiteiras a qualidade do leite fique em níveis de alta
produtividade e qualidade.

PALAVRAS-CHAVE: Ambiência. Sombreamento. Vacas leiteiras.

1 INTRODUÇÃO
Em países de clima tropical como o Brasil por exemplo, o clima tropical
contribui para temperaturas elevadas. Alguns bovinos entram em estresse
térmico e a perda de calor sensível que era para ocorrer de forma regular,
acaba ficando comprometida devido ao calor do ambiente estar bem próximo
ao calor do corpo do animal. (Rodrigues et al., 1993).
A consequência disso é uma transpiração e respiração ofegante. Com
pesquisas científicas e com literaturas que abordam a compreensão do bem-
estar animal e a influenciainfluência do ambiente na qualidade de vida do
bovino, bem como, em casos de vacas em processo de lactação, foi possível a
comprovação na qualidade da respiração. Não somente na parte do processo
de respiração, mas pelo fato dos gados serem homeotérmicos, a regulação da
temperatura corpórea não fica prejudica uma vez que, com o do incremento de
árvores com porte, folhagem, copa e os galhos adequados a sensação de calor
latente fica controlada a níveis considerados apropriados (Navarini et al., 2009;
Schütz et al., 2010; Karvatte Junior et al., 2016; Lopes et al., 2016)..
Uma vez que, cada espécie vegetal possui determinada eficiência em
termos de bloqueio solar. A copa deve permitir a passagem de radiação solar
em quantidade suficiente para o crescimento das plantas forrageiras e também
um bom sombreamento.
Como resultado, temos uma ambiência que evidenciará benéficos na
qualidade da produção do leite e na qualidade das propriedades do leite como
o caso do sódio. (Alves, Nicodemo & Porfírio-da-Silva, 2015).
As pesquisas aqui mostradas foram realizadas por médicos
veterinários, e doutores da área da medicina animal, com o intuito de
proporcionar um estudo que aborde de forma científica, formas, maneiras de
melhorar a alocação de animais e em especial vacas em lactantes à ambientes
agradáveis. Os resultados revelaram uma fisionomia animal mais disposta na
convivência com outros animais, uma produtividade acentuada e uma produção
de 20% a mais de leite com maior teor de sólidos não-gordurosos. Também foi
possível comprovar como resultado uma melhor redução da temperatura de
2ºC a 9ºC, ou seja, uma redução de até 30% de carga térmica de radiação.

2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O espaço físico e social no qual vive o animal é importante na medida
em que estes fatores influenciam no seu bem estar. Em caso de vacas leiteiras
melhorias na produção do leite (Mota et al., 1997; Klowoski et al., 2002).
Esta preocupação com o bem estar do animal levando em
consideração o espaço e a interação social com outros animais ou até mesmo
com o próprio homem, damos o nome de ambiência. Quando levado em
consideração, a ambiência terá como resultado um estímulo positivo para que
o animal possa expressar ao máximo a sua produtividade, uma vez que, seus
fatores genéticos serão facilmente estimulados através do bem estar. (Broom;
Molento, 2003; Silva, 2000; Silva, 2008; Silva; Vieira, 2010).

2.1 BEM-ESTAR ANIMAL -


O bem estar resulta em uma preocupação com o animal. É levado em
consideração um equilíbrio harmônico da adaptação do animal ao ambiente e a
natureza. Por ser uma adaptação do animal, por haver uma busca pela
harmonia, fica evidente que o bem estar não pode ser dado pelo homem pois
se trata de uma característica do animal. DUNCAN I.J.H., DAWKINS M.S.
(1983)
“o estado de um indivíduo em relação às suas tentativas de se adaptar
ao ambiente em que vive”.
Donald Maurice Broom 1986
Como consequência dessa adaptação será possível perceber um
estímulo na sua fisiologia pois, os hormônios, a parte neural, os mecanismos
de defesas imunológicas serão potencializados (BROOM, 1986).
2.2 CONDIÇÕES CLIMÁTICAS
- Os bovinos são homeotérmicos, ou seja, tentam manter a sua
temperatura em uma condição termo neutra, também conhecida como Zona de
Conforto térmico (ZTC). Então, existe uma troca de calor do ambiente com o
calor do animal, trabalhando assim, como um regulador da temperatura
corporal (Silanikove, 2000)..

Figura 1. Esquema de termorregulação em bovinos.

No Brasil por exemplo, o clima tropical contribui para temperaturas


elevadas. Alguns bovinos entram em estresse térmico e a perda de calor
sensível que era para ocorrer de forma regular, acaba ficando comprometida
devido ao calor do ambiente estar bem próximo ao calor do corpo do animal. A
consequência disso é uma transpiração e respiração ofegante (Silanikove,
2000; Sanker et al., 2013; Tripon et al., 2014; Kamal et al., 2014)..
Em regiões do Brasil que ficam abaixo do trópico de capricórnio as
temperaturas são mais baixas. A temperatura do ambiente as vezes ficam mais
baixas que a temperatura do corpo do animal, provocando uma hipotermia. Ou
seja, o corpo perde mais calor quando comparado com a perda de calor do
processo metabólico. Com a temperatura baixa para que os animais consigam
gerar calor, o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal é estimulado gerando a reação
de vasoconstrição periférica (aquecimento). Um dos comportamentos do
animal é a procura por uma parte do ambiente ao qual possa ter exposição ao
sol (ganho de calor por radiação) e caso não consiga encontrar essa
exposição, um dos sinais é a ocorrência de tremores e execução de
caminhadas. (Sossidou etal., 2014; Van Laer et al., 2015).
Uma medida que evita esse estresse térmico é a realização de
mudanças ao ambiente físico e utilizar amimais mais adaptáveis aos processos
de mudanças do ambiente.

2.3 SOMBREAMENTO DO AMBIENTE UTILIZANDO ÁRVORES


U – um ambiente com sombras naturais feitas através de árvores é
muito eficiente e também de baixo custo. É um recurso que protege os animais
da radiação solar em excesso ou até mesmo em períodos de chuva ou ventos
intensos. (Karvatte Junior et al., 2016; Lopes et al., 2016). A presença das
árvores contribui para uma sensação de bem estar e conforto térmico e não
somente no bloqueio físico da radiação. (KARVATTE JUNIOR ET AL., 2016;
LOPES ET AL., 2016).

3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
Cada espécie de árvores possui suas características e nem todas são
adequadas para esse bloqueio da radiação solar. É preciso levar em
consideração o porte e a sua folhagem, copa e os galhos. Uma vez que, cada
espécie vegetal possui determinada eficiência em termos de bloqueio solar. A
copa deve permitir a passagem de radiação solar em quantidade suficiente
para o crescimento das plantas forrageiras e também um bom sombreamento.
Karvatte Junior et al., (2016), por exemplo, observou uma melhor
interceptação da radiação solar em árvores com a copas maiores e mais
densas. Isso teve como resultado uma melhor redução da temperatura de 2ºC
a 9ºC, ou seja uma redução de até 30% de carga térmica de radiação.

4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
A combinação intencional de árvores adequadas, pastagens e animais
em uma mesma área e ao mesmo tempo trará como resultado observado,
melhorias e proteção tanto à produção forrageira, quanto à animal, e favorecer
a produtividade e a sustentabilidade da área. Vacas em lactação, e que
passaram pela experiência do sistema de arborização (sombra), produziram
20% a mais de leite com maior teor de sólidos não-gordurosos. Dessa forma,
quanto menos adaptados os animais ao calor, mais afetados estes são pela
ausência de sombra.
Lopes et al. (2016), avaliando o comportamento de novilhas leiteiras
com diferentes estratégias de sombra, observaram que os animais que
permaneceram expostos ao sol apresentaram maior porcentagem do tempo
caminhando (3,2 %) e pastejando (10,8 %), em comparação aos animais
inseridos em sistema com área arborizada (caminhando 1,3 %; pastejando 6,5
%). Os autores sugerem que o aumento de deslocamento é uma tentativa
dosde os animais encontrarem locais que facilitem as trocas térmicas com o
meio.

5 - Conclusões ou cCONSIDERAÇÕES FINAIS


O tratamento adequado das instalações dos bovinos, acarreta em uma
qualidade de vida e da produção. Uma vez que o clima tropical proporciona
temperaturas elevadas e regiões subtropicais altas humidades, acarretando
problemas na redução da eficiência da respiração e transpiração bovina e em
alguns casos, levando até à morte.
A presença de árvores de porte arbóreo, com folhagens e copas
adequadas contribuíram para mudanças comportamentais e fisiológicas de
vacas de leite durante a estação quente em região subtropical, obtiveram maior
produção de leite individual nos animais com acesso à sombra.

6 AGRADECIMENTOS
Ao professor Mateus de Andrade da Silva, por ter sido um orientador
responsável na delimitação do tema e ter desempenhado tal função com
dedicação e amizade.

7 REFERÊNCIAS

PORFÍRIO-DA-SILVA, V. Arborização de pastagens como prática de manejo ambiental e


estratégia para o desenvolvimento sustentável no Paraná. In: CARVALHO, M.M.; ALVIM. M. J.;
CARNEIRO, J. da C. (org.) Sistemas agroflorestais pecuários: opções de sustentabilidade para
áreas tropicais e subtropicais. Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite; Brasília, DF: FAO, 2001.
p. 235-255.
ALVES, F. V.; NICODEMO, M. L. F.; PORFÍRIO-DA-SILVA, V. Bem-estar animal em sistemas
em integração lavourapecuária-floresta. In: Luiz Adriano Maia Cordeiro; Lourival Vilela; João
Kluthcouski; Robélio Leandro Marchão. (Org.). Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. 1ª ed.
Brasília, DF: Embrapa, v.1, p. 274-289, 2015.

Broom DM, Johnson KG. Stress and Animal Welfare, Dordrecht (The Netherlands),

Kluwer Academic Publisher, 2000. 211p

CARVALHO, Nelcy Madruga de; OLIVO, Clair Jorge and BURIOL, Galileo Adeli. Efeitos da
disponibilidade de sombra durante o verão sobre a produção de leite de vacas da raça
holandês. Cienc. Rural [online]. 1993, vol.23, n.1 [cited 2019-09-01], pp.73-79. Available from:
<http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S010384781993000100014&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0103-8478.
http://dx.doi.org/10.1590/ S0103-84781993000100014.

HUGHES B.O., 1976. Behaviour as an index of welfare. Proc. V European Poultry Conference,
Malta, 1005-1018.

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