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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE ESTUDOS DO TRÓPICO ÚMIDO - POLO SÃO FÉLIX DO XINGU


FORMA PARÁ
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

RELATÓRIO DE DIA DE CAMPO E AULA TEÓRICA DE


BIOCLIMATOLOGIA ANIMAL

CLAUDETE SILVA SANTOS OLIVEIRA

SÃO FÉLIX DO XINGU- PA


2024
RELATÓRIO DE DIA DE CAMPO E AULA TEÓRICA DE
BIOCLIMATOLOGIA ANIMAL

CLAUDETE SILVA SANTOS OLIVEIRA

Relatório de dia de Campo e aula teórica -


Bioclimatologia, apresentada a Profa. Dra.
Daiane Grieser na disciplina de Zootecnia
Geral da Universidade Federal do Sul e
Sudeste do Pará, como requisito de
atribuição de nota.

SÃO FÉLIX DO XINGU - PA


2024
BIOCLIMATOLOGIA DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS

A bioclimatologia dos animais domésticos é o estudo do efeito do clima sobre os


animais de interesse zootécnico, objetivando entender as relações entre os elementos
climáticos e a fisiologia animal. Ela abrange a adaptação dos animais ao meio ambiente,
formas de ganho e dissipação de calor pelos animais, instrumentação para monitoramento
climatológico, zona de conforto térmico e limites críticos, índices bioclimáticos, efeito do
ambiente sobre a produção e reprodução animal, modificações ambientais primárias e
secundárias.

O conforto térmico para animais endotérmicos ou homeotérmicos, é quando o animal


se encontra em um ambiente de equilíbrio, ou seja, situação em que o animal não necessita
mobilizar os recursos de termorregulação para se ajustar às condições ambientais. Os
animais endotérmicos são os mamíferos, mas há outra classificação dos ectodérmicos, que
são animais que variam a temperatura de acordo com o ambiente, como os peixes, os anfíbios
e os répteis.

Se houver uma mudança brusca de temperatura corpórea, por exemplo acima de 2°C,
o animal morre por hipertemia, que é a morte por excesso de calor. Ou se houver variação
de temperatura negativa muito significativa, o animal morre por excesso de frio, a
hiportemia.

Para o animal endotérmico fazer o ajuste térmico, ele utiliza os recursos dos nutrientes
metabólicos, ou para aquecer o corpo numa situação de frio excessivo, ou para resfria-lo
numa situação de calor extremo. No hipotálamo há três mecanismos para a regulação da
temperatura: o comportamental, o fisiológico e o adaptativo. No lado posterior há a
produção de calor, sendo assim é acionado quando o animal está com frio. E o lado anterior
para dissipar o calor, em situação de frio.

No mecanismo comportamental, é quando o animal muda de ambiente para se proteger,


tanto do calor quanto do frio. Por isso que deve haver uma organização nos sistemas de
produção, em todo o planejamento das estruturas físicas, seguindo um rigoroso sistema de
medidas. De acordo com a criação, varia a organização das instalações, por exemplo numa
baia de cavalos, há as medidas corretas, pensando na dissipação das radiações e na proteção
contra correntes frias.
Em criações em aviários há um rigoroso sistema de controle de luz, de vento, de
umidade, de temperatura, tudo para amenizar essa variação de temperatura que vai resultar
no desgaste metabólico do animal, alterando o nível de produção de ovos, ou perda de
gordura e proteínas, no caso do frango de corte. Numa situação de muito frio o animal come
mais, para aumentar o metabolismo e queimar para aumentar o calor e combater o frio. Se
não tiver alimento suficiente, ele queima a própria gordura corporal para produzir calor, isso
faz com que ele emagreça e compromete assim a qualidade da carne.

O mecanismo adaptativo acontece em médio e longo prazo, como exemplo temos o


gado nelore, uma raça de animal que possui pelo branco e pele preta. O pelo branco reflete
90% da radiação, e o pelo preto protege contra queimadura solar. Ele foi adaptado para essa
região quente, isso se justifica por causa do contexto histórico do animal, que sofreu
modificações por meio de cruzamentos entre espécies e migração por vários tipos de
ambientes, climas, terrenos e alimentos.

No mecanismo fisiológico, existe quatro formas de troca calor para o ambiente:

• Radiação (-273°C) - Perda/ganho de calor. Se o ambiente estiver mais quente ele vai
ganhar, se estiver mais frio ele vai perder.
• Convexão – perda/ ganho de calor por meio de fluídos: vento, correnteza de água,
brisa;
Exemplos: (búfalos) - perde calor ao entrar na água.

(O búfalo tem glândula sudorípara atrofiada, por isso regulam a temperatura corporal
entrando na água).

• Condução – perda/ganho de calor pela aproximação com o lugar;


Exemplos: (suínos) – perde calor ao deitar no piso frio. (glândula sudoríparas
atrofiadas).
• Evaporação – é só para perda de calor. É acionado, quando o animal está pedindo
socorro, acontece quando a temperatura corpórea está muito elevada.
Exemplos: (cães) abrem a boca e colocam a língua para fora para perder o calor por
meio da respiração.

Os mecanismos naturais para produzir calor rapidamente são: tremor, piloereção,


gordura marrom – energia para despertar hibernação. A temperatura dos ambientes,
interferem no mecanismo de termorregulação dos animais domésticos na maioria das vezes
os animais morrem. Muita das vezes acontece por causa da escassez de água, das instalações
inapropriadas e de clima brusco.

Por isso, em regiões frias aconselha-se a utilização de equipamentos como:


nebulizadores, ventiladores, telhado de barro, área externa com gramas, sombreamentos,
jatos de aspersão, telhado alto, em regiões quentes. Nas regiões frias devem haver o
isolamento térmico, o controle de luz e umidade, e até a utilização de aquecedores.

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA

Aula de campo com prática realizada dia 20 de janeiro do ano de 2024, no município de
São Félix do Xingu -Pará.

A turma de Medicina Veterinária do programa Forma Pará, esteve na fazenda de


dona Sandra, o Rancho Triunfo. Lá obtivemos momentos riquíssimos de aprendizados
teóricos e práticos, abordados pela Dr. Daiane Grieser, professora de Zootecnia Geral.
Nossa aula começou às 8:00 horas da manhã. O assunto abordado foi o de
Bioclimatologia animal. Lá fizemos a aferição de temperatura dos animais domésticos:
bezerro, vaca, galinha, burro e também das temperaturas das instalações/ radiação e
umidade relativa com os equipamentos apropriados. Foi um dia de muita aprendizagem
e interação com os animais, com os colegas e os professores Dr. Pedro Quevedo e Dra.
Daiane Grieser que se empenharam para que tudo viesse acontecer com excelência.

Segue abaixo os dados coletados:

Aula prática - Início as 9:19 horas/mn

• Equipamento - Termômetro infravermelho:


Animal: bezerro de cor branca

Idade: 8 meses

Pelo: branco

Cabeça frontal 36.1°C

Casco anterior D: 31.2°C


Casco inferior D: 31.3°C

Anca: 37.0°C

Virilha 35.7°C

• Equipamento- Termômetro retal de mercúrio/ infravermelho


Animal: Vaca de pelo branco/marrom

Retal: 38°C

Costela: 38.5°C

Pescoço: 37.5°C

Anca: 39.2°C

Cabeça: 37°C

Virilha: 35°C

Casco posterior esquerdo: 38°C

• Equipamento – Termômetro infravermelho


Animal: muar/ burro de cor marrom
Casco anterior D: 32°C
Anca: 37,5°C
Cabeça frontal: 38,5°C
Pescoço:36°C
Virilha: 35,6°C

• Equipamento – Termômetro Retal:


Animal: galinha de cor amarelada

Temperatura retal: 41.8°C

(Galinha tem a temperatura média de 41°C - aceitável 42.5°C)

Observação: 44°C graus está muito acima muito grave e chega a morte por excesso
de calor
• Equipamento - Termômetro Globo Negro
Instalação: 26.7

Umidade relativa do ar: 58.9

Temperatura 31.3°C

• Equipamento - Termoingrômetro
Umidade: 56.7

Temperatura 38.7°C

• Equipamento -Termômetro infravermelho:

Temperatura da instalação

Chão do curral interno:31.0°C

Teto interno: 38.2°C

Teto interno superior: 55.0°C

Área externa solo: 38.0°C

Área externa grama: 37.3°C


REGISTROS

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