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AMBIENCIA E QUALIDADE NA PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE CAPRINOS E

OVINOS

Prof. Dr. Dermeval Araújo Furtado


Departamento de Engenharia Agrícola da UFCG. E:mail- dermeval@deag.ufcg.edu.br

Prof. Neyla Liadian Ribeiro


Zootecnista, M.Sc. em Engenharia Agrícola
Professora da FACIMP - Faculdade de Imperatriz. neylalr@yahoo.com.br

Luis Felipe de Almeida Lucena


Design, M.Sc. em Eng. Agrícola e Doutorando em Engenharia Agrícola/UFCG. E:mail.lufelpe@gmail.com

Introdução
Os paises situados em zonas tropicais e subtropicais, caracterizados por serem em
ampla maioria países em desenvolvimento, têm no setor primário da economia papel
destacado como grande gerador de renda e função social marcante. Nessas zonas os
maiores entraves ao incremento da produtividade animal são a baixa disponibilidade de
forragem de boa qualidade, a limitada disponibilidade de água, alta temperatura atmosférica
e altos níveis de radiação solar direta e indireta (Silanikove, 2000).
Os caprinos (Capra hircus) e ovinos (Ovis Ayres) estão entre os primeiros animais a
serem domesticadas, onde são explorados para produção de carne, leite e fibras,
fornecendo importante fonte de proteína animal nos trópicos (Hafez, 1995). A cabra foi
domesticada na Pérsia e Anatólia, por volta de 7.000 a.C e os carneiros nas Estepes da
Caucásia, por volta de 6.500 a.C, distribuindo-se rapidamente pela Ásia Central e Europa. A
caprinovinocultura é uma atividade que possui avançado acervo tecnológico no setor
agropecuário brasileiro, estando em constantes inovações nas áreas de genética, nutrição,
manejo e sanidade, consequentemente aumentando o rendimento no processo produtivo.
Apesar do reconhecido valor sócio - econômico dos caprinos e ovinos para o
nordeste brasileiro, a maior parte dos animais criados nessa região apresentam baixos
índices de desempenho produtivo, como no caso dos caprinos nativos, que apresenta peso
vivo aos 100 dias de 8 kg e peso médio da carcaça de machos com 1 ano de 10 kg e baixos
índices de desempenho reprodutivo, com fêmeas apresentando 80% de parição
(partos/matriz/ano) e prolificidade de 1,3 crias/parto (BNB, 1999).
Segundo Yousef et al. (1968) o tipo de animal ideal para os trópicos seria o seguinte:
possuir alta eficiência na utilização de alimentos; eficiência na perda de calor; habilidade
para conservar a produção de calor, permitindo que os processos produtivos ocorram num
nível normal, mesmo quando a temperatura do ar é alta; isolamento contra radiação solar;

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habilidade para suportar um alto grau de desidratação e elevação da temperatura corporal e
possuir um alto grau de resistência as doenças.

As regiões tropicais e a produtividade animal

As regiões tropicais, localizadas entre as latitudes 30o Norte e 30o Sul são regiões
quentes, com temperatura média ao nível do mar, no mês mais frio do ano, acima de 18 oC.
A população caprina e ovina mundial concentram-se principalmente em área
subdesenvolvidas. O Brasil possui segundo o IBGE (2007), um efetivo de 9.450.312 de
caprinos, onde 91,3% encontram-se na região nordeste, sendo composto principalmente por
animais do tipo nativo e sem raça definida (SRD), de notável rusticidade e baixa
produtividade (Silva et al, 1993), principalmente quando comparados com a produtividade
obtida nas regiões temperada. A baixa produção desses animais é o resultado de múltiplos
efeitos do ambiente tropical que inclui efeitos indiretos, tais como qualidade dos alimentos e
baixo potencial genético dos animais e o efeito direto do estresse ambiental, notadamente
os elementos climáticos, como temperatura do ar, umidade e radiação solar, os quais
freqüentemente se encontram acima do ideal para ótimo desempenho do rebanho (Viana,
1990).
Com relação ao efetivo do rebanho de ovinos, ainda de acordo com o IBGE (2007),
o Brasil possui 16.239.455 animais, sendo que o nordeste contribui com um quantitativo de
9.286.258 animais, representando 57,1% do rebanho nacional. Sobre o consumo da carne
de caprinos e ovinos, a CNA (Confederação Nacional de Alimentos) realizou estimativas no
ano de 2006, chegando aos seguintes dados: a) produção mundial de carne ovina de 8,4
milhões de toneladas e uma produção mundial de carne caprina de 4,6 milhões de
toneladas. No quesito consumo a FAO (2007) cita que nos países desenvolvidos a média de
consumo é de 2,3 kg/hab/ano e, nos países em desenvolvimento, o consumo é de
aproximadamente 2,1 kg/hab/ano. No Brasil o consumo de carne de caprinos e ovinos é de
0,7 kg/hab/ano.

Considerações sobre o conforto térmico

A bioclimatologia é o ramo da climatologia e da ecologia que trata dos efeitos do


ambiente físico sobre os organismos vivos. Segundo Pereira & Miranda (1979),
bioclimatologia animal é a ciência aplicada que estuda os efeitos diretos e indiretos do clima
sobre a produtividade animal. Baêta & Souza (1997) definem meio ambiente como o

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conjunto de todos os fatores que afetam diretamente ou indiretamente os animais.
Adaptação é um fenômeno complexo, podendo ser definido no conceito biológico, como o
efeito do conjunto de características morfológicas, anato-fisiológicas, bioquímicas e
comportamentais que promove o bem estar e favorece a sobrevivência de um organismo em
um ambiente específico.
Aclimatação é o termo utilizado para designar o ajustamento adaptativo fisiológico a
longo prazo, que resulta no aumento da tolerância à exposição contínua ou repetida a
complexos climáticos estressantes (Azevedo, 1994).
O controle do ambiente para a criação de animais tem papel relevante, uma vez que
pesquisas têm comprovado a importância dos fatores climáticos sobre a produção animal.
Para Baeta & Souza (1997) a zona de termoneutralidade dos animais está relacionada a um
ambiente térmico ideal, onde a amplitude, ou seja, a diferença entre as temperaturas
máximas e mínimas é bem estreita e, dentro da qual os animais encontram condições
perfeitas para expressar suas melhores características produtivas.
A produtividade ideal pode ser obtida quando o animal estiver submetido a uma
temperatura efetiva adequada, sem nenhum desperdício de energia, tanto para compensar
o frio como para acionar seu sistema de refrigeração, a fim de resistir ao calor ambiental.
Esta temperatura efetiva não se refere à temperatura ambiental, mas, sim, à combinação
dos efeitos da temperatura do bulbo seco, umidade relativa, radiação solar e velocidade do
vento.
O estresse de calor ou frio ocorre sempre que a temperatura ambiente ultrapassa o
limite superior e inferior da zona de conforto, respectivamente (Figura 1), sendo que para
manter o equilíbrio energético deverá ocorrer termólise (perda de calor) no primeiro caso e
termogênese (produção de calor) no estresse por frio.
As cabras, assim com outros mamíferos e aves são homeotérmicos, ou seja, são
animais que tem a capacidade de controlar, dentro de uma estreita margem, a temperatura
corporal num meio cuja temperatura pode variar amplamente (Hafez, 1973), ou seja, os
caprinos têm habilidade para manter constante a temperatura dos órgãos internos. O
mecanismo de homeostase, entretanto, é eficiente apenas quando a temperatura ambiente
está dentro de certos limites. Portanto, é importante que as instalações sejam mantidas a
temperaturas ambientais próximas às das condições de conforto, tanto para leite, corte ou
produção de peles.
O corpo dos animais produz calor continuamente e, portanto, está claro que para
manter constante a temperatura corporal ele deve perder calor para o meio ambiente,
preservando assim o equilíbrio térmico. Aumentos de 1 oC na temperatura corporal da

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maioria das espécies domésticas é suficiente para produzir variações detectáveis em
diversos processos fisiológicos e reduzir o rendimento do animal (McDowell, 1972).

Figura 1. Zona de conforto térmico para animais domésticos

Com temperatura ambiente abaixo das temperaturas limites de conforto, o


crescimento dos animais torna-se lento e a eficiência da conversão alimentar é reduzida.
Temperaturas muito altas, por outro lado, também causam uma redução no desempenho
produtivo. Para Silva (2000) o balanço adequado entre produção e eliminação do calor
corporal resulta na adaptação da máquina animal, tanto no sentido termorregulador como de
suas possibilidades pecuárias.
O maior desafio está em se achar um equilíbrio entre o custo operacional de um
sistema termorregular do ambiente do aprisco, ou de uma monitoração mais acurada desse
ambiente, de forma a poupar o sistema termorregulador dos animais dando-lhe maior
aproveitamento termodinâmico e, consequentemente, maximizando o potencial de sua
máquina térmica (Esmay, 1969 e Curtis, 1983). Quando o ambiente térmico do animal

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alojado está acima da zona de termoneutralidade, sua atividade física é diminuída para que
a produção de calor seja mínima.

Condições climáticas das instalações


As condições climáticas do meio ambiente, além de variarem ao longo das 24 horas
do dia e ao longo do ano, variam também com a latitude, altitude e outras características
locais que definem o clima da região. Segundo Hafez (1973) em regiões de clima tropical e
subtropical, o animal quase sempre está submetido à fadiga, pois a temperatura no interior
da instalação permanece durante um bom período do dia acima da zona de
termoneutralidade. Furtado et al. (2002) concluíram em suas pesquisas que nas diversas
mesorregiões do Estado da Paraíba, para os períodos diurnos, os caprinos e ovinos durante
os meses mais quentes do ano estavam em situação de desconforto térmico e havia a
necessidade do emprego de mecanismos de acondicionamento ambiental.
Ao conjunto de estratégias passíveis de serem usadas para remediar os problemas
existentes na relação animal-ambiente, constituindo-se de processos artificiais para atenuar
a ação dos elementos danosos ao ambiente natural sobre os animais, denomina-se
modificação térmica ambiental. Curtis (1983) distingue duas classes de modificações
ambientais: as primárias e as secundárias. Primárias são aquelas que permitem proteger o
animal durante períodos em que o clima se apresenta extremamente quente ou frio, como
coberturas para sombra, ventilação natural, dispositiva para fechamento das instalações,
paisagismo circundante etc., e as modificações secundárias correspondem ao manejo do
micro-ambiente interno das instalações, que envolvem alto nível de sofisticação e
compreendem processos artificiais de ventilação, aquecimento e refrigeração. Segundo
Baeta e & Souza (1997) a maximização do condicionamento natural pode ser alcançado
pela redução da insolação nas superfícies externas, eliminação da radiação solar direta e
controle da velocidade do vento.
Em geral, os parâmetros mais utilizados na determinação dos índices de conforto
térmico têm sido a temperatura do ar, a velocidade do vento e a umidade relativa do ar. No
entanto, sob condições de clima tropical e subtropical, um animal pode estar exposto a uma
carga térmica de radiação maior que sua produção de calor metabólico, resultando num
nível maior de desconforto (Silva, 2000). Os animais mesmo estando sob um abrigo coberto,
fora da radiação solar direta, recebe influência da radiação difusa do céu e da energia
refletida do solo e objetos próximos (Nãas, 1989).

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Temperatura do ar
É considerado pela maioria dos estudiosos como o elemento bioclimático
independente mais importante que influi sobre o ambiente físico do animal. A temperatura
do ar elevada reduz a ingestão de alimentos pelo animal e reflete negativamente nas suas
funções produtivas e reprodução, principalmente se estiver associada com alta umidade
relativa do ar. Esta associação é comum nos trópicos úmidos e concorre para reduzir as
perdas de calor sensível e latente no animal, dificultando sua homeotermia. A temperatura
do ar guarda uma relação direta com a latitude, intensidade de radiação solar e inversa com
a altitude do local ocorre uma queda de aproximadamente 0,65 oC para cada 100 metros de
elevação (McDowell, 1972). Nos trópicos, em geral, locais com maior altitude oferece
melhores condições de temperatura do ar para os animais. Além da temperatura do ar,
também é interessante conhecer as temperaturas máximas e mínimas, já que o tempo de
exposição assume uma importância particular.
Villares (1990) descreve que os ruminantes têm uma faixa de termoneutralidade
superior a dos monogástricos, em torno dos 20 0C, variando em função da idade e peso do
animal. McDowel (1972) preconizou como condições ideais para criação de animais
domésticos, temperatura ambiente entre 13 e 18 oC, umidade relativa do ar entre 60 e 70%,
ventos com velocidade de 5 a 8 km/h. Segundo Fukay (1981) a temperatura de conforto
para a maioria das espécies está em torno de 24 e 27 0C, sendo dependente do grau de
aclimatação, nível de produção, estado de prenhez, movimento do ar e umidade relativa. No
caso especifico dos caprinos, Hafez (1995) descreve que os caprinos conseguem manter
sua homeotermia entre 15 e 25 oC.
Para Nããs (1989) as temperaturas médias recomendadas para produção mínima de
cabras em lactação, com umidade relativa média de 75% e radiação solar de 60 cal.m-2.h,
variam de 4 a 30 oC. Baeta & Souza (1997) recomendam que a zona de conforto térmico
para caprinos deve situa-se entre 20 e 30 0C, sendo a temperatura efetiva critica inferior e
superior de -20 e 34 oC, respectivamente.
A temperatura critica é aquela que marca o limite da zona de conforto, e determinam
os pontos da temperatura ambiente, abaixo ou acima da qual os animais precisam ganhar
ou perder calor para manter sua temperatura corporal (Baeta & Souza, 1997). Esta
temperatura varia, entre outros fatores, com a raça, idade, nível de nutrição e produtividade
(Yousef, 1985).

Umidade relativa do ar (UR)

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Outro fator importante, o qual interage juntamente com a temperatura, é a umidade
relativa do ar. A umidade relativa do ar em ambientes torna-se limitante para a maioria dos
homeotermos adultos, quando a temperatura supera a marca dos 240C e mais
pronunciadamente quando ultrapassa o valor de 300C (Muller, 1982). Alta temperatura,
associada a umidade relativa do ar acima de 60%, reduz a eficiência da perda de calor por
evaporação para próximo a 1/3, em relação ao ambiente seco.
A umidade relativa do ar é um fator climático que auxilia na determinação do conforto
térmico do ambiente, sendo uma variável climática de grande importância para um animal
quando a temperatura do ar extrapola os limites da faixa de conforto, porque ela interfere na
eficiência do principal processo de perda de calor dos caprinos sob estresse, que é a
evaporação. Em uma região quente, a evaporação é rápida se a umidade do ar é baixa.
Entretanto se a umidade aumenta o equilíbrio térmico é alterado porque a evaporação
diminui. Umidade relativa do ar baixa (menor que 20%) pode se tornar um problema para o
animal e levá-lo a desidratação caso a velocidade do ar aumente em uma região com
temperatura muito elevada, já que ocorrera uma evaporação muito rápida (Azevedo, 1994).
Em ambientes com temperatura muito elevada, tanto o excesso como a carência de
umidade são prejudiciais. Se o ambiente é quente e muito seco a evaporação é rápida,
podendo causar irritação cutânea e desidratação geral; no caso do ambiente ser quente e
demasiadamente úmido, a evaporação torna-se muito lenta ou nula, reduzindo a termólise e
aumentando a carga de calor no animal, principalmente porque, em condições de alta
temperatura, a termólise por convecção é prejudicada (Starling et al., 2002).
A umidade relativa do ar passa a ter maior importância no conforto térmico dos
animais quando a temperatura ambiental atinge 25 oC. Altas taxas de umidade relativa do ar
associadas a altas temperaturas, fazem com que menos umidade seja removida das vias
aéreas, tornando a respiração cada vez mais ofegante. O animal pode não ter capacidade
suficiente para manter uma freqüência respiratória alta o bastante para remover o excesso
de calor interno, causando hipertermia, seguida de prostração e morte. Entretanto, acredita-
se que a uma temperatura de 32 oC e umidade relativa de 50 a 60%, os caprinos e ovinos
atinjam sua habilidade máxima de liberar calor por meios evaporativos (Baeta & Souza,
1997).

A ventilação
Uma instalação ideal em termos de conforto térmico proporcionado aos animais
prevê uma circulação de ar adequada, com a finalidade de remover o excesso de umidade e
calor concentrado no interior dos galpões (Nããs, 1989). Aumentando-se a movimentação do

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ar sobre a superfície corporal dos animais, é facilitada a perda de seu calor para o ambiente,
por processo convectivo (Silva, 2000). A ventilação nas instalações é importante para a
eliminação de gases (amônia e gás carbônico), a remoção do excesso de calor e umidade,
minimização da quantidade de poeira suspensa no ar e o abastecimento de oxigênio para a
respiração dos animais, sendo que a cada época do ano se priorizam determinadas
necessidades (Baêta & Souza, 1997). O emprego desses mecanismos de controle da
ventilação é eficiente para favorecer o ambiente animal, pois permite a remoção do calor, da
umidade e dos gases produzidos pelos animais, além de auxiliar na manutenção de
instalações mais saudáveis e livres de agentes que causam doenças.
Em condições de calor onde ocorrem altas temperaturas, a movimentação do ar é
fator indispensável à melhoria das condições ambientais, que se dá principalmente de dois
modos: no primeiro, ao aumentar a velocidade do ar, para temperatura ambiente abaixo da
corporal, a dissipação de calor por convecção é aumentada, enquanto para qualquer
temperatura ambiente a dissipação de calor na forma evaporativa é favorecida; no segundo,
a renovação do ar ao redor dos animais é promovida por outro ar mais frio e menos úmido,
favorecendo a dissipação de calor do animal para o ambiente e possibilitando a circulação
do ar ambiente com maior índice de oxigênio e menores índices de gás carbônico e amônia
(Baeta & Souza, 1997)
A movimentação do ar sobre a pele do animal influi sobremaneira na perda de calor
pela superfície corporal através da evaporação da umidade da pele do animal. A velocidade
do ar influi também indiretamente sobre a quantidade de calor radiante que recebe um
animal ao modificar a temperatura dos objetos que o rodeiam. Velocidade do ar de 5 a 8
km/h tem sido recomendadas para bovinos, búfalos, caprinos e ovinos. Nas regiões
quentes, segundo McDowell (1972), velocidades de até 30 km/h não são preocupantes,
sendo que acima disso, recomenda-se adotar métodos de proteção.

Radiação solar
A radiação solar pode ser definida como a energia radiante originada do sol e
recebida na terra. Segundo Hafez (1973) a intensidade da radiação solar está relacionada
com a temperatura do ambiente onde o animal vive e influencia os tecidos que revestem seu
corpo. Um caprino em pasto aberto está exposto a radiação solar direta, a refletida pelas
nuvens e outras partículas da atmosfera e a radiação solar refletida pelo solo e outros
objetos que rodeiam o animal e pelo horizonte. A radiação solar direta, nas faixas do
ultravioleta, luz visível e infravermelho, é, em parte refletida de acordo com a cor e outras

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propriedades do pelame do animal, sendo a parte restante absorvida sob a forma de calor,
elevando sua temperatura.
Em grande parte das regiões tropicais a radiação direta e refletida é tal que durante 5
a 10 horas diárias o animal pode receber quantidades significativas de calor. A carga de
calor radiante é máxima após o meio dia, quando a radiação, o solo e a temperatura do ar
são elevados. (McDowell, 1972). O procedimento mais econômico para auxiliar um animal a
manter seu equilíbrio térmico em climas quentes é reduzir a carga de calor radiante
fornecendo sombras que eliminam a maior parte da energia solar direta e reduzem a
radiação refletida.
A capa externa dos animais, constituída pelo pelame ou velo nos mamíferos e penas
e penugem nas aves, assume papel fundamental para as trocas térmicas entre o organismo
e o ambiente. Nas regiões tropicais, a capa externa possui funções mais relacionadas à
proteção contra a radiação solar (Silva, 2000)

Índice de temperatura e umidade (ITU)


Vários índices do ambiente térmico têm sido propostos e usados para predizer o
conforto ou desconforto animal, em relação às condições ambientais, sendo que um dos
mais utilizados é o Índice de Temperatura e Umidade (ITU), originalmente desenvolvido por
Thom (1958) e utilizado por órgãos oficiais de climatologia dos Estados Unidos para
determinar o índice de conforto higrotérmico ambiente. Segundo este órgão os valores do
ITGU até 74, definem situação de conforto; de 74 a 78, situação de alerta; de 79 a 84,
situação perigosa e acima de 84 emergência. O ITU não reflete a carga de radiação térmica
em virtude da troca de calor que normalmente ocorre entre o animal e o ambiente na forma
radiante, sendo considerado um índice ineficiente para previsão das condições de conforto
dos animais em climas quentes (Esmay, 1969).

Índice de Temperatura de Globo Negro e Umidade (ITGU)


Buffington et al. (1977) propuseram o índice de temperatura do globo negro (ITGU)
por ser mais preciso para avaliar o conforto térmico que o ITU, já que incorpora os efeitos da
umidade, do escoamento do ar, da temperatura do ar e da irradiação em um único valor,
sendo considerado por vários autores como melhor indicador de conforto térmico que o ITU.
A diferença entre a temperatura do globo negro e a do ar, reflete o efeito da radiação solar
sobre o animal. Segundo Souza et al. (2002) existem limites de ITGU definidos para
diversas espécies de animais, como a de bovinos, pelo National Weather Service – USA,
estando em analise os índices de ITGU para outras espécies de interesse zootécnico. De

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acordo com a citação de vários autores (Souza, 2005, Cesar et al., 2004, Oliveira et al.,
2005, Santos et al., 2006 e Andrade et al., 2007), em trabalhos com caprinos e ovinos na
região semi-árida nordestina, valores de ITGU acima de 78 foram considerados como fora
da zona de conforto térmico para ovinos, apesar de ainda não ter uma classificação
definitiva, principalmente com animais nativos da região.

Considerações sobre os índices fisiológicos dos animais


Temperatura retal
De acordo com Dukes & Swenson (1996) a temperatura retal (TR) normal em
caprinos varia de 38,5 a 39,7 °C e Cunningham (2004) cita que a TR normal em ovinos varia
de 38,5 a 39,9 oC e vários fatores são capazes de causar variações nessa temperatura,
entre os quais: idade, sexo, estação do ano, período do dia, exercício, ingestão e digestão
de alimentos, sendo que a gestação e a lactação também são processos que contribuem
para elevar a temperatura corporal dos animais.
Segundo Souza et al. (2005) e Oliveira et al. (2005) a temperatura retal dos caprinos
e ovinos, respectivamente, são afetadas ao longo do dia, sendo que os animais mostram
temperatura retal menor no período da manhã, quando comparados com o período da tarde.
Esses dados têm implicações práticas relevantes, pois indicam que no final da tarde e a
noite, as condições de manutenção da homeotérmia são mais favoráveis. No decorrer do
dia, com o aumento da temperatura ambiente, os animais entram em processo de
hipertérmia, com redução do apetite e, consequentemente, redução na ingestão de
alimentos.
Cezar et al. (2004), que estudando os parâmetros fisiológicos de ovinos Dorper,
Santa Inês e seus mestiços perante condições climáticas do trópico semi – árido nordestino
encontraram uma TR no período da manhã de 39,5 °C, menor que o do turno da tarde, que
foi de 40,0 °C. Morais et al. (2004) estudando o efeito da época do ano sobre características
termorreguladoras de ovinos em região semi – árida, obtiveram uma TR no período chuvoso
às 9 h de 39,1 °C, e no horário das 15 h uma TR de 39,5 °C.
Ribeiro et al. (2008) analisando a TR dos quatro grupos genéticos de ovinos (Cariri,
Barriga Negra e Cara Curta) observaram que o Morada Nova diferiu (p<0,05) dos demais
grupos, apresentando uma TR (38,6 oC) inferior aos demais grupos, fato justificado pelo
menor porte dos animais e pela sua pelagem mais clara e refletiva, o que facilita a reflexão
dos raios solares e concluíram que mesmo os animais estando em ambiente com altos
valores de temperatura ambiente, índice de temperatura de globo negro e umidade e carga

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térmica de radiação, principalmente no período das 11:00 a 15:00 h, todos os grupos
genéticos conseguiram manter a TR dentro da normalidade para a espécie.

Frequencia respiratória
Apesar dos caprinos e ovinos serem considerados animais rústicos, a associação
entre elevadas temperaturas e alta umidade relativa do ar e radiação, podem acarretar
alterações comportamentais e fisiológicas, como aumento da temperatura da pele, elevação
da temperatura retal, aumento da freqüência respiratória. McDowel (1972) relata que o
impacto do calor sobre as variáveis fisiológicas resulta em um aumento percentual de 3,3 %
na temperatura retal e de 194 % na freqüência respiratória, com alterações,
respectivamente, de 38,6 para 39,9 0C e de 32 para 94 mov/min.
Segundo Reece (1996) a freqüência respiratória em ovinos e caprinos varia entre 20
a 34 mov/min e é um excelente indicador do estado de saúde ou de conforto térmico dos
animais, mas deve ser adequadamente interpretada, porque pode ser influenciada pela
espécie, idade, exercícios, excitação e fatores ambientais. Assim, se ocorrer uma freqüência
respiratória alta e o animal for eficiente em eliminar o calor, poderá não ocorrer o estresse
calórico (Berbegier, 1989). Segundo McDowel (1989) a freqüência respiratória alta pode ser
uma maneira eficiente de perder calor por curtos períodos, mas caso mantido por várias
horas poderá resultar em sérios problemas para os animais.
Arruda et al. (1984) em trabalhos com ovinos Santa Inês, expostos ao sol e a
sombra, demonstraram que o sombreamento não influenciou a temperatura retal dos
animais, mas constaram que os animais expostos ao sol elevaram a freqüência respiratória.
Em geral, esses resultados indicam que ou confirmam que a radiação solar direta sobre os
animais, resulta na elevação de alguns graus de estresse ao calor, mas somente uma
modesta elevação na temperatura retal.
Gayão et al. (1991) realizando trabalhos com cabras mestiças Saanen X SRD,
submetidas a estresse térmico de 14 dias em câmara climática a temperatura de 36,8 oC e
63% de umidade relativa, com radiação solar simulada das 10 às 16 horas, mostrou
aumentos significativos na freqüência respiratória de 27 para 59 mov/min às 9 horas e de 39
para 186 mov/min às 15 horas.
Ribeiro et al. (2008) estudando diferentes grupos genéticos de ovinos, observou que
os animais Cariri e Barriga Negra apresentaram os maiores valores para a FR, que foram de
48,0 e 47,2 mov/min, respectivamente, e isto pode ser atribuído ao fato dos animais
apresentarem uma pelagem mais escura, favorecendo a absorção do calor. A menor FR

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(43,5 mov/min) foi observada no Morada Nova, o que pode estar relacionado ao fato de que
esta raça apresenta pelagem clara, característica que favorece a dissipação de calor.

Freqüência cardíaca
A freqüência cardíaca (FC) dos animais domésticos apresenta grande variação sob
diferentes testes de tolerância térmica e entre diferentes grupos genéticos (Singh &
Bhattacharyya, 1990), provavelmente porque, segundo Johnson et al. (1991) e Elvinger et
al. (1992), o estresse térmico pode causar diluição ou concentração o volume do plasma
sanguíneo. Uma FC reduzida é mais típica em animais sob estresse térmico e está
associada com uma taxa reduzida de produção de calor em resposta a temperaturas
ambientais elevadas (Kadzere et al. 2002). A FC normal para espécie ovina é de 70 a 80
bat./min. (Reece, 1996), sabendo-se, porém que existe variação em relação à raça avaliada.
Santos et al. (2005) estudando caprinos exóticos e naturalizados sob ás condições
de clima semi-árido, observaram que a raça Moxotó apresentou maior freqüência cardíaca
(95,4 bat./min.). Santos et al. (2006) estudando avaliação da adaptabilidade de ovinos da
raça Santa Inês, Morada Nova e mestiços de Dorper no semi-árido observaram que não
houve efeito significativo entre os genótipos, entretanto verificou significância entre os
turnos, para todos os genótipos, exceto o Santa Inês.
Medeiros et al. (2001) estudando caprinos de diferentes idades e raças encontraram
uma FC com valor médio de 108,7 bat./min. Cezar et al. (2004) estudando os parâmetros
fisiológicos de ovinos Dorper, Santa Inês e seus mestiços, no semi-árido, relataram
diferenças significativa da FC para os turnos, sendo que o turno da manhã apresentou valor
menor (105,7 bat./min.), que o turno da tarde (115,3 bat./min.). Costa et al. (2004)
observaram que a FC no período chuvoso, apresentou – se menor para o Bôer (75,1
bat./min.) e Anglo – Nubiana (82,5 bat./min.) do que no período seco (79,3 e 89,3 bat./min.,
respectivamente).
Arruda et al. (1984) e Medeiros et al. (1998) trabalhando com caprinos, encontraram
diferenças entre raças para a variável FC. Silveira (1999) também verificou, em trabalho
realizado com caprinos da raça Bôer e Anglonubiana, no semi-árido paraibano, que no
período da tarde a FC foi significativamente mais elevada do que no período da manhã,
sendo a diferença na atividade cardiovascular atribuída, possivelmente, às diferenças na
temperatura ambiente.

Parâmetros hematológicos

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De acordo com Paes (2000) os parâmetros sangüíneos têm sido utilizados para
avaliar o estado de saúde dos animais e também como indicadores de estresse calórico.
Entretanto, outros fatores podem influenciar os valores de referência para a interpretação
dos referidos parâmetros, tais como: espécie, sexo, raça, idade, estado fisiológico e hora do
dia. Archer (1967) cita como valores normais em caprinos a hemoglobina 11 (8 – 14) g/100
ml; volume globular 34 (29-38) % e leucócitos 9 000 (5 – 13 000) mm. Holman & Dew (1963)
estudando o hemograma de caprinos confinados com 2 e 3 anos de idade, encontraram os
seguintes resultados: hemácias (106/mm3) 12,73, volume globular (%) 28,66 e hemoglobina
(g%) 11,09.
A Tabela 1 mostra os valores médios de hemoglobina, número de hematócrito,
volume globular médio; hemoglobina globular média e concentração de hemoglobina
globular média encontrados por Souza (2005), em trabalhos com diferentes grupos
genéticos de caprinos, onde concluiu que os animais dos diferentes grupos genéticos não
apresentaram influência sobre os valores hematólogicos, e que os valores observados do
hematócrito variou entre os diferentes grupos genéticos, e também semelhantes aos
encontrados por Paes et al. (2000).

Tabela 1. Valores médios do número de hemeglobinas (Hd), hematócritos (Ht), volume


globular médio ( VGM), hemoglobina globular média (HGM), e da concentração de
hemoglobina globular média (CHGM).

Grupo genético Hb (g/dl) HT 9%) VGM (μ3) HGM (μμg) CHGM (%)
BO 8,22 21,17 18,05 7,18 40,40
AS 8,25 23,17 18,36 6,54 35,69
KA 8,25 23,17 20,91 7,44 35,63
NA 8,16 22,67 20,84 7,46 36,16
MO 9,88 28,17 21,99 7,72 35,11
BO (½ Boer + ½ SRD), AS (½ Savana + ½ SRD), KA (½ Kalarari + ½ SRD), NA (½ Anglo –Nubiano + ½ SRD) e
MO (½ Moxoto + ½ SRD).

Temperatura superficial
A pele protege o organismo do calor e do frio e sua temperatura depende,
principalmente, das condições ambientais, como temperatura, umidade, vento e das
condições fisiológicas, como a vascularização e a evaporação do suor. Em temperaturas
mais amenas, os animais dissipam calor sensível para o ambiente através da pele, por
radiação, condução e convecção. Quando os animais estão sob estresse pelo calor, as
perdas sensíveis são diminuídas e o principal processo de perda de calor é o latente, ou
seja, pela evaporação e respiração (Silva, 2000).

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Os animais também utilizam outros processos para manter a homeotérmia, como a
vasodilatação periférica, que aumenta o fluxo sanguíneo para a superfície corporal,
aumentado a temperatura da superfície animal (Chimineau, 1993). Segundo Habeeb et al.
(1992) esta vasodilatação facilita a troca de calor do animal com o meio ambiente, por
processos não evaporativos (condução, convecção e radiação), mas que este processo,
para se tornar eficaz, depende do gradiente térmico entre o corpo do animal e a temperatura
ambiente.
Silva et al. (2004) e Ribeiro et al. (2008) analisando diferentes grupos genéticos de
ovinos, observaram que não houve diferenças significativas na temperatura superficial (TS)
dos animais, que ficaram em média 5 a 6oC, abaixo da temperatura retal e acima da
temperatura ambiente, respectivamente. No estudo de Ribeiro et al. (2008) o gradiente
térmico entre TR–TS foi mais elevado no grupo genético Cariri, o que pode ser justificado
pela sua pelagem escura e ter um maior porte. O gradiente térmico entre TS-TA também foi
mais elevado Cariri. Segundo Habeeb et al. (1992) o redirecionamento do fluxo sanguíneo e
a vasodilatação facilitam a dissipação do calor por mecanismos não evaporativos, entretanto
a eficácia desses mecanismos depende do gradiente térmico entre o corpo do animal e o
ambiente.

Taxa de sudorese
De acordo com Arruda et al. (1984) um importante mecanismo, de algumas espécies,
utilizado para manter a homeotermia é a sudorese, sendo que os caprinos e ovinos são
menos dotados de glândulas sudoríparas que os bovinos, neste sentido, utilizando mais o
processo respiratório para manter a temperatura corporal. A tolerância ao calor em caprinos,
tem sido atribuída a diferenças genotípicas (Gall, 1980), o que tem sido observado também
em outras espécies como ovinos. Os animais mantêm a homeotermia por meio de trocas de
calor com o meio ambiente, lançando mão de mecanismos fisiológicos, metabólicos e
comportamental.
O calor perdido por evaporação é chamado de calor latente ou insensível, sendo
responsável pela maior parcela de calor perdido pelo animal, em condições de temperatura
ambiente muito elevada. A eficiência da perda de calor na forma sensível está condicionada
à temperatura do ambiente. Quando esta se torna igual à temperatura do corpo, não se
verifica mais a perda sensível de calor; e quando a temperatura ambiente ultrapassa a
temperatura do corpo, a tendência é o aquecimento do animal por absorção de calor externo
e nestas circunstâncias, entram em ação outros meios de eliminação de calor.

14
Processo de dissipação de calor corporal nos animais

Segundo Starling et al. (2002) em um ambiente tropical, o mecanismo físico da


termólise mais eficaz é o evaporativo, por não depender do diferencial de temperatura entre
o organismo e a atmosfera. Nesses ambientes, a temperatura do ar tende a ser próxima ou
maior que a corporal, tornando ineficazes as termólises por condução e convecção (Silva,
2000). A evaporação no trato respiratório ou na superfície da pele é um mecanismo
essencial para a regulação térmica em homeotérmicos (Cena & Monteith, 1975)
A perda de calor por evaporação se realiza a partir da energia térmica que o
organismo deve ceder para que a água passe do estado líquido para o vapor. Segundo
McDowell, (1972) este é o processo mais eficiente para eliminar calor do organismo, já que
1,0 grama de água evaporada a 20,0 oC, libera 0,6 (kcal de energia calorífica). Além de
ocorrer na pele à evaporação é observada também nas vias respiratórias dos animais,
através da freqüência das vias respiratórias. Neste caso, o ar espirado passa pelas fontes
úmidas da via respiratória, evaporando a água e transportando calor. A eficiência do
processo de evaporação depende muito da umidade do ar.
Os mecanismos de conservação de calor estão sob a ação dos centros
termorreguladores e são desencadeados quando a temperatura ambiente cai abaixo da
temperatura crítica (estresse por frio). Além daqueles já citados, observamos também a
procura de abrigos, locais ensolarados, bem como o tremor muscular (calafrios) e a ereção
dos pelos, que são muito comuns em caprinos submetidos a temperatura ambiente abaixo
da temperatura crítica mínima.
A ereção dos pêlos está na dependência de músculos pilomotores sob o comando
dos centros termorreguladores. Quando os músculos contraem, a conseqüente ereção
pilosa provoca a formação de uma camada de ar quente isolante entre as fibras que reduz
as perdas de calor por evaporação e convecção.
As relativas contribuições da evaporação cutâneas e respiratórias variam de acordo
com a espécie, sendo que a sudorese e a freqüência se completam no sentido de que
animais com pouca capacidade para perder calor pelas vias respiratórias (Chiquiloff, 1968 e
Hafez, 1973). Em geral, caprinos eliminam pequenas quantidades de suor e a perda de
umidade cutânea representa apenas uma pequena proporção do total da evaporação.
Azevedo et al. (1989) observaram diferenças entre raças na taxa de sudorese de caprinos
no Nordeste do Brasil, sendo que a raça Mambrina x Anglonubiana foi a apresentou a maior
sudorese (88 gr/m2/hr) seguida da Mambrina x SRD (87 gr/m2/hr) e a que apresentou menor
sudorese foi a raça Toggemburg (45 gr/m2/hr).

15
Os caprinos também podem utilizar outros mecanismos de perda e conservação de
calor, sendo que estes mecanismos podem aumentar a sobrecarga de calor advinda da
simultaneidade da produção interna de calor com a absorção de calor do ambiente.

Consumo de alimento e água


A queda no consumo alimentar é o mais prejudicial para a manifestação das aptidões
zootécnicas e tem se revelado um dos maiores problemas na criação de animais nos
trópicos. A redução na ingestão de alimentos é um mecanismo de verdadeira “prudência
fisiológica”, e tem como objetivo reduzir o incremento calórico no corpo do animal sob
estresse de calor. Verifica-se ainda um a aumento na ingestão de água, procura de locais
sombreados e redução nas atividades como locomoção e ruminação.
A intensidade do estresse térmico pode limitar a ingestão de alimentos e aumentar o
consumo de água pelos animais. Baccari Júnior et al. (1996) também mostraram que cabras
mestiças Saanen-Nativas, submetidas à temperatura de 38,4ºC em câmara climática
reduziram o consumo de matéria seca e aumentaram o consumo de água. De acordo com
Lu (1989) tais respostas ao calor ambiente podem ser consideradas como mecanismo
protetor a uma hipotermia ou comportamento adaptativo ante um estresse térmico. Brasil
(2000) analisando o efeito do estresse térmico em cabras da raça alpina, observaram que
houve uma redução no consumo de alimentos e uma duplicação no consumo de água em
relação aos animais na zona de conforto térmico.
Arruda et al. (1984) demonstraram que os ovinos expostos consumiram em média
mais água que aqueles à sombra, que foram de 2,95 litros/dia quando comparados a 2,24
litros/dia em valor absoluto a sombra. Como no trabalho houve uma ligeira elevação da
temperatura retal e da freqüência respiratória, isto é esperado, tendo em vista que os
animais reduzem a temperatura corporal através da evaporação da umidade do trato
respiratório. Neste trabalho, o nível de alimentação (abaixo da mantença, mantença e acima
da mantença) não influenciou o consumo de água.

Produção de leite
Os principais efeitos do estresse na lactação é o fato de que as reações alteram o
complexo endócrino responsável pela lactação. Tanto o início da secreção do leite quanto
sua manutenção, e até mesmo o desenvolvimento da glândula mamaria, são governados
pelo sinergismo de um complexo de hormônios da hipófise anterior e de outros órgãos
estimulados por aqueles hormônios. A redução no metabolismo dos animais sob estresse de
calor através dos mecanismos endócrinos, leva a uma redução na ingestão de alimentos

16
com a conseqüente redução na produção de leite. A queda no consumo alimentar é um dos
maiores problemas na criação de raças especializadas nos trópicos.
Cabras leiteiras respondem com diminuição no consumo de alimentos a aumentos
na temperatura ambiente (Lu, 1990) submeteu cabras mestiças Parda Alemã a quatro
temperaturas em câmara climática e observou redução na produção de leite e percentagem
de gordura do leite.
Trabalhos conduzidos na câmara climática da UNESP- Botucatu com cabras Saanen
x SRD submetidas ao estresse pelo calor de 38,4 oC, em média, com radiação solar
simulada durante o dia e temperatura de 25,8 oC a noite, mostraram que os animais
mantiveram a produção de leite, quando comparadas com o grupo controle sob conforto
térmico (24 oC de dia e 23 oC de noite), entretanto os animais reduziram o consumo
alimentar e perderam peso (Baccari Júnior. 1988).
Esmail (1986) observou redução de 36,6% na produção leiteira de um rebanho de
cabras Saanen importado e introduzido numa região tropical. Brown et al. (1988) verificaram
diminuição na produção diária de leite de cabras Alpina diminuiu, de 3,1 kg a 20oC, para
3,49 à 34 o C. Brasil et al. (2000) em trabalhos com cabras da raça alpina, encontraram uma
redução na produção de leite de 5,4% nas cabras sob estresse térmico e relatam que
quando há duas ordenhas a produção de leite do período da manhã é superior ao da tarde e
nas cabras estressadas, o armazenamento do calor da manhã para a tarde, devido ao
aumento da temperatura ambiente efetiva, levou a hipertermia, resultando em menor
produção de leite à tarde. O excesso do calor armazenado durante o dia, em parte é
dissipado à noite. De manhã com a temperatura mais amena e perda de calor pelos
animais, permite que estes mantenham a temperatura corporal dentro dos limites normais,
ocorrendo um aumento na produção de leite.

Efeitos sobre o crescimento


Os ruminantes, entre eles os aprinos e ovinos produtores de carne são mais
tolerantes ao estresse climático que outros ruminantes (Villares, 1990). Ames & Brinks
(1977) mostraram o efeito adverso de alta temperatura ambiente sobre o crescimento de
cordeiros e sua eficiência alimentar. Os animais submetidos a temperatura de 10 oC
ganharam 192 g/dia, contra 41 g/dia daqueles sob temperatura de 35 oC. Brito (1981) em
experimento com caprinos mestiços Toggemburg X SRD e Parda Alemã x SRD, ao sol e à
sombra, nas condições de outono em Viçosa, Minas Gerais, encontraram maior perda de
peso nos animais à sombra, durante o período experimental. O autor atribui este resultado à

17
grande amplitude térmica ocorrida neste período (17,3 oC) o que, provavelmente tenha
levado os animais a despenderem mais energia na manutenção da temperatura corporal.
Furtado et al. (2008) analisando a produção de carne de caprinos Moxotó e Canindé
na região semiárida paraibana, no período seco do ano, observaram que o rendimento de
carcaça quente e fria para os animais Moxotó e Canindé foram de 46,42 e 44,59% e de
47,62% e 46,51%, respectivamente. Como a espécie apresenta rendimento de carcaça
quente de 39 a 54%, carcaça fria de 38 a 51% e rendimento verdadeiro ou biológico de 51 a
57% (Sen et al., 2004), observa-se que o rendimento encontrado esteve dentro da
normalidade. Essas variações são influenciadas, em geral, por fatores como raça, idade,
peso ao abate, sexo e sistema de criação. Para o rendimento biológico o resultado
encontrado para a raça Moxotó foi de 55,25% e 55,95 para o Canindé.

Efeitos sobre a reprodução


As cabras são poliéstricas estacionais, onde os filhotes nascem durante á época
mais favorável do ano, a primavera, e a duração da estação sexual varia com o
comprimento do dia, raça e nutrição (Hafez, 1995). Nas zonas tropicais, onde há menor
variação da luz diária, as cabras tendem a se reproduzir durante o ano todo. A temperatura
ambiente elevada e a falta de alimentos podem restringir a atividade sexual durante alguns
meses do ano nos trópicos, porém logo após o inicio da estação chuvosa, a atividade sexual
aumenta, provavelmente devido a uma modificação na disponibilidade de alimentos (Hafez,
1995). Os efeitos da temperatura efetiva se fazem sentir sobre os machos e fêmeas.
Temperaturas ambiente elevadas estão, em geral, associadas com redução no volume do
sêmen, concentração de espermatozóides e aumento no número de formas anormais.
Os bodes têm a temperatura do testículo mais baixa que a do corpo e esta diferença
é vital para a espermatogênese. O animal possui o plexo pampiniforme, que é uma malha
sinuosa de artérias e veias testiculares e que permite a troca térmica entre o sistema arterial
e venoso, impedindo que o sangue da artéria testicular atinja o testículo, quando estiver com
a temperatura mais elevada e o músculo cremáster, onde através da dilatação ou contração
ele distancia ou aproxima os testículos do corpo, quando a temperatura do ar é superior ou
inferior a corporal, evitando o aquecimento e o resfriamento. Quando a temperatura
ambiente se eleva e estes mecanismos falham, a temperatura dos testículos aumenta
alterando a espermatogênese.
Muller (1982) cita redução na motilidade dos espermatozóides e aumento na
percentagem de formas anormais no sêmen de animais em estado de hipertermia. No
Brasil, Nunes et al. (1983) encontraram uma melhor qualidade espemática nos machos com

18
escroto bipartido em relação aos não bipartidos. Os autores atribuíram a diferença ao
estresse de calor que recebem nos testículos na bolsa escrotal, no semi-árido do Nordeste,
uma vez que o saco escrotal bipartido receberia uma melhor geração propiciando ao
testículo e epidídimo um maior controle às altas temperaturas.
Segundo Hafez, (1995) o genótipo influi na estação sexual das cabras, sendo que
raças leiteiras como a Southdown, Shropshire, Toggemburg, Saanen e Alpina Francesa
exibem restrita estação sexual entre agosto e fevereiro na maioria das regiões da América
do Norte. Segundo Shelton & Figueiredo (1990) o estresse de calor nas fêmeas pode reduzir
a eficiência reprodutiva através das falhas no ciclo estral; perda de embriões nos primeiros
oito dias à concepção e baixo desenvolvimento fetal devido ao estresse de calor durante a
gestação.
Pinheiro et al (2000) analisou o manejo sanitário empregado e os problemas
sanitários existentes nas várias regiões criadoras de caprinos de raças leiteiras, nativas ou
sem raça definida no Estado do Ceará e encontrou uma percentagem média de mortalidade
de animais de 22,8% e 4,6% em jovens e adultos, respectivamente. A grande maioria dos
criadores de caprinos no Estado do Ceará adota uma criação de subsistência e explora
basicamente carne/pele. O manejo sanitário dos caprinos nesses criatórios é precário,
independente do tipo de exploração ou regime de criação. A mortalidade de animais,
principalmente de jovens é alta o que compromete seriamente o desenvolvimento da
atividade. Mesmo em criatórios mais tecnificados com exploração leiteira, não existe
preocupação rigorosa com higiene e qualidade do leite.

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