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IFC - INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE CAMPUS SANTA ROSA DO SUL

DISCIPLINA: Avicultura
ALUNA: Julia de Oliveira Corneo

ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL MELHORA DESEMPENHO, MORFOMETRIA,


RENDIMENTO E PESO DAS PARTES DE FRANGOS EM DIFERENTES IDADES?

ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL
O confinamento é a forma de criação mais utilizada na pecuária, na
atualidade (especialmente no caso das aves). Neste sistema, o produtor pode ter
controle total do processo, como monitoramento constante da produção. Ainda,
reduz as perdas energéticas, de espaço e mão de obra envolvida.
Consequentemente a produtividade é aumentada, porém também se aumentam os
estresses dos animais, e prejudica-se a qualidade de vida dos mesmos (RICCI et.
al., 2017). E no mercado, cada vez mais os consumidores exigem o bem estar
animal nos ambientes de criação, sendo uma nova tendência de mercado.
Observam-se também o comportamento dos frangos no seu habitat natural,
para que as práticas no confinamento possam ser aperfeiçoadas. A partir disso,
reduz-se as taxas de distúrbios comportamentais do estresse, intervenções clínicas,
mortalidade e ainda aumenta as taxas reprodutivas dos animais. Percebe-se os
benefícios que o enriquecimento ambiental pode trazer na criação de aves em
confinamento. Objetos como pedaços de madeira, pedras, escadas, pneus, frutas
ou legumes de diferentes formas (pendurados, cortados, etc) podem ser utilizados
(RICCI et. al., 2017).

INTRODUÇÃO
No trabalho avaliado, percebe-se que buscam-se sempre formas de tentar
amenizar a inatividade dos frangos de corte, pois eles passam cerca de 86% de
suas vidas sentados, podendo ser ocasionadas doenças como distúrbios
esqueléticos em suas pernas, dermatite podal, etc… A avicultura industrial vem
atingindo cada vez mais parâmetros zootécnicos altíssimos, o que leva a melhores
rentabilidades, porém as instalações são de baixa complexidade, apresentando
fatores que comprometem o bem estar das aves. Muitas vezes, pensamos na
produção em larga escala e quantidade, e acabamos deixando de lado este fator de
ambiente e bem estar, que está diretamente ligado a produtividade se bem
observado.
Quando colocados os enriquecedores, como poleiros e barreiras, os pintinhos
são instigados a movimentar-se mais, melhorando suas condições de partes (como
pernas) e um menor contato direto com a cama aviária. Avalia-se então, na parte de
aves, os seguintes parâmetros: desempenho zootécnico, morfometria, rendimento
de carcaça, peso corporal e peso das partes.
- O objetivo do artigo foi realizar a avaliação do uso de uma escada com
poleiro no topo com enriquecimento ambiental na criação de frangos de
corte.

MATERIAL E MÉTODOS
Foi realizado na cidade de Piracicaba, (na Universidade de São Paulo),
utilizando 112 pintos de corte no experimento (Cobb), sendo utilizados 128 para
reposição (todos sob as mesmas condições que os anteriores, como alimentação e
condições climáticas). As aves eram criadas por dois ciclos de produção (42 dias), e
as de reposição eram igualmente criadas. Foram usadas 56 aves em cada
tratamento, e a densidade era de 12 pintinhos por m², submetidos a dois
tratamentos: T1 com enriquecimento ambiental e T2 sem enriquecimento ambiental.
Ainda, haviam subparcelas que dividiam as aves por idade (1, 7, 14, 21, 28, 35 e 42
dias), sendo o abatimento ao quadragésimo segundo dia.
Os ensaios foram divididos em 4 caixas, de: 1,5 m comprimento, 1,0 m de
largura e 0,7 m de altura, com cama de palha de arroz, acesso a água e ração ad
libitum (à vontade, com fase inicial, de crescimento e final).

MATERIAL E MÉTODOS - AVALIAÇÕES


O desempenho zootécnico (ganho de peso, conversão alimentar e consumo
de ração) foram medidos semanalmente.
As avaliações morfométricas (coxa+coxas e pés), peso das peças
(coxa+coxas, seios e pés), corpo, peso e rendimento das peças (coxa+coxa e peito)
foram feitos após eutanásia, com remoção das partes (tudo dentro das normas de
bem estar animal). Tudo foi medido e registrado das maneiras corretas.
O rendimento de carcaça e partes foi avaliado com base no estudo de
crescimento alométrico determinado para as partes, comparando ao peso corporal
vivo.
Os poleiros foram feitos de madeira (Pinus, de dimensões 90 cm
comprimento - 35 cm largura - 30 cm altura), por ser mais barato e de fácil acesso,
também sendo um bom isolante térmico e pouco condutivo, agregando condições
favoráveis a criação dos mesmos. Foram controladas as condições de umidade,
iluminação, isolamento térmico, temperatura, etc, de forma padronizada em todos os
tratamentos (incluindo um programa de luz que atendesse a necessidade dos
frangos em cada estádio de crescimento).
Foi utilizado o teste de Tukey a 5%, e um teste linear de análise de regressão
das idades dos frangos, para que se avaliasse a morfometria e peso das peças
(modelo linear de efeitos fixos).

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ganho de peso de frangos de corte, conversão alimentar e consumo
não apresentou diferença em relação aos tratamentos. Porém o resultado não
chocou os autores, pois com base em outras bibliografias, os parâmetros de
aumento não são influenciados pois aumenta-se o bem estar animal das aves.
Já a avaliação morfométrica mostrou diferença nas interações entre os
tratamentos e a idade dos frangos quando se trata de pés e coxas + coxas. As
mudanças foram observadas nas últimas semanas de criação, cerca de 35 a
42 dias (incremento dos mesmos).
O uso do enriquecimento ambiental aumentou e melhorou as
propriedades morfométricas, peso das peças e peso do corpo dos frangos de
corte pois os pintinhos/frangos praticavam mais atividades físicas (usando a
escada com poleiro) durante o ciclo de produção, aumentando os músculos e
ossos principais (melhora esqueleto e musculatura). E foram encontrados
resultados similares pelos autores, em outras bibliografias.
O efeito do enriquecimento ambiental foi evidente em todas as variáveis
avaliadas de morfometria, a partir do 35º dia de criação, exceto para o “peso de
peito”, que já apresentou incremento com 28 dias.
De maneira geral pode-se relatar que o uso de enriquecimento ambiental
para instalações de bainhas resultou no aumento dos níveis de exercício,
melhorando a formação óssea e muscular dos frangos.
Os resultados da pesquisa atual mostraram que o uso de enriquecimento
ambiental melhorou a qualidade das peças das aves por apresentarem os maiores:
comprimentos médios, diâmetros, peças e pesos do corpo.

CONCLUSÃO
De forma geral, concluiu-se no estudo que o enriquecimento ambiental não
teve influência estatística no desempenho zootécnico dos frangos de corte. Porém,
nos parâmetros de morfometria como peso das peças e peso corporal aumentaram
na fase final devido ao enriquecimento feito com poleiros. E foi benéfico também
para ganho de massa muscular e óssea nas partes comerciais mais
comercializadas, reduzindo o coeficiente dos peitos em frangos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

NAZARENO, A. C.; SILVA, I. J. O.; DELGADO, E. F.; MACHADO, M.; PRADELLA, L. O.


Does environmental enrichment improve performance, morphometry, yield and weight of
broiler parts at different ages? Brazilian Journal of Agricultural and Environmental
Engineering. Campina Grande, PB. v.26, n.4, p.292-298, 2022.

RICCI, G. D.; TITTO, C. G.; SOUZA, R. T. Enriquecimento Ambiental e Bem-estar na


Produção Animal. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v.16, n.3, p.324-331,
2017, ISSN 2238-1171.

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