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O Ambiente Térmico e sua Influência na Agropecuária

A produção animal tem se tornado alvo de constante preocupação dos pecuaristas


e motivo de interesse de vários pesquisadores que procuram por meio de estudos
encontrar alternativas para melhorar o rendimento dos animais.
O clima age sobre os animais, através de seus agentes (distribuição do calor, luz,
água, umidade, pressão, os ventos e a topografia do terreno). Esses animais reagem a
essas ações e conforme sua intensidade a produção e a produtividade pode ser
modificada. Animais adaptados a certos ambientes, é perceptível um maior rendimento
na produtividade e disposição do animal, entretanto quando há alteração de temperatura
no ambiente os animais estimulam seu sistema termorregulatório para manter a
temperatura corporal dentro da sua zona de conforto térmico. Mesmo que seja um
processo natural de controle de temperatura corporal, a termo regulação implica em um
esforço adicional do animal, e por consequência disso, provocando alterações no
rendimento do mesmo.
Alguns estudos feitos por pesquisadores da USP sugerem que um dos efeitos da
mudança no clima será a redução da qualidade da pastagem, que se tornará menos
proteica, mais fibrosa e, portanto, de digestão mais demorada. Como consequência, o
gado precisará consumir mais alimento para alcançar o peso de abate e passará a
produzir mais metano, um potente gás causador do efeito estufa.
Segundo o relatório com Comitê de Brambell o bem-estar animal depende de
cinco pontos, definidos como “As Cinco Liberdades dos Animais”, são elas:
• Livres de fome e sede
• Livres de desconforto
• Livre de dor, de maus tratos e doenças
• Livre para expressar seu comportamento natural
• Livre de medo e tristeza

Uma das melhores formas de garantir o bem-estar aos animais, é se certificando


de que o animal esteja em sua zona de termoneutralidade. O desconforto fisiológico que
provoca nos animais mudanças de comportamento, são ocasionados muita das vezes
pelas variações climáticas.
Influência Climática na reprodução de Bovinos
As temperaturas ambientes superiores a 29ºC influência a produção e qualidade
do sêmen (McDOWELL). Em machos, o estresse térmico deriva queda da libido,
diminuição da ejaculação e número de espermatozoides, sêmen de qualidade inferior e
estudos tem mostrado que quanto maior a temperatura, maior o número de
espermatozoides anormais e mortos.
Já nas fêmeas os efeitos do estresse térmico resultam em diminuição da
fertilidade, maior taxa de retorno ao cio, diminuição da sobrevivência embrionária o
instinto sexual diminui, aumento de abortos precoces, e o nascimento de bezerros mais
leves, levando estes a serem mais suscetíveis e doenças, e mais tarde se caracterizam
por uma baixa fertilidade.
Climatização Por Meios Naturais
• Localização
O mais indicado é evitar terrenos de baixada.
• Localização das instalações
A orientação quanto as instalações devem ser no sentido Leste-Oeste para que no verão
tenha poucas incidências de radiação solar.
• Telhados
O melhor material para cobertura deve apresentar alta refletividade solar ligada a baixa
absorvidade.
Recomendado usar materiais isolantes de baixa condutividade térmica e uso de aspersão
de água sobre o telhado.
• Ventilação natural
Utilizada para renovar o ar dentro dos galpões, proporcionando controle da temperatura.
A localização e o tipo de abertura das instalações interferem na ventilação, podendo
favorecer ou não.
• Arborização e sombreamento
A arborização ajuda a controlar a radiação solar, temperatura do ar, umidade e
velocidade do vento.
Climatização Por Meios Artificiais
• Ventilação forçada
Deve ser usada quando a ventilação natural não proporciona a diminuição de
temperatura necessária.
Além de reduzir o estresse térmico, a ventilação é importante para reduzir os gases
tóxicos e a concentração de poeira produzidos dentro das instalações.
Na ventilação forçada se faz o uso isolado de ventiladores ou associados à exaustores.
• Sistema de resfriamento por nebulizadores
É um dos sistemas mais eficientes para promover o conforto térmico e consequentemente
melhorar o desempenho dos animais.

Em síntese, o estresse térmico é o resultado acometido em animais expostos a temperaturas


extremas, seja ela baixa ou alta, ou seja, esses efeitos resultam na ineficiência produtiva e
reprodutiva do rebanho. Portanto, o conhecimento das respostas fisiologias em função do
estresse térmico nos permite a tomada de medidas para o aumento do bem-estar animal
minimizando fatores estressantes, por meio do manejo correto das instalações e
equipamentos, visando diminuir a exaustão e esgotamento por temperaturas extremas.

REFERÊNCIAS

https://wp.ufpel.edu.br/bioclimatologiaanimal/files/2011/03/Apostila-de-Bioclimatologia-
Animal.pdf

https://www.milkpoint.com.br/artigos/producao-de-leite/influencia-do-ambiente-na-
producao-animal-38199n.aspx

https://jornal.usp.br/atualidades/producao-pecuaria-ja-e-afetada-por-mudancas-climaticas/

https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/66/o/CONFORTO_T%C3%89RMICO_APLICADO_AO_BE
M-ESTAR_ANIMAL.pdf

http://www.uel.br/pessoal/ambridi/Bioclimatologia_arquivos/InstalacoeseAmbienciaemProdu
caoAnimal.pdf

https://www.beefpoint.com.br/importancia-da-ambiencia-na-producao-de-bovinos-de-corte-
frente-as-mudancas-climaticas-54543/

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