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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA


CAMPUS PARAGOMINAS

HÉLLEN KRISLEN SOUZA LIMA SILVA

USO DE ESCAMOTEADORES EM SALAS DE MATERNIDADE EM


GRANJA DO ESTADO DO PARÁ

PARAGOMINAS
2019
HÉLLEN KRISLEN SOUZA LIMA SILVA

USO DE ESCAMOTEADORES EM SALAS DE MATERNIDADE EM


GRANJA DO ESTADO DO PARÁ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Universidade Federal Rural da Amazônia – Campus
Paragominas, como parte das exigências do Programa
de Graduação em Zootecnia, para obtenção de grau de
Bacharel em Zootecnia.
Área de Concentração: Ambiência e Bem estar Animal
Orientadora: Dra. Maria de Fátima Araújo Vieira

PARAGOMINAS
2019
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Federal Rural da Amazônia

Bibliotecário: Milton Fernandes – CRB-2 1325


Silva, Héllen Krislen Souza Lima

Conforto térmico, Comportamento animal, Desempenho de


leitões, Escamoteador / Héllen Krislen Souza Lima Silva –
Paragominas, PA, 2019.

f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em


Zootecnia) - Universidade Federal Rural da Amazônia, 2019.

Orientador: Profª. Drª. Maria de Fátima Araújo Vieira

1. Conforto térmico 2. Comportamento animal 3.


Desempenho de leitões I. Silva, Héllen Krislen Souza Lima II.
Vieira, Maria de Fátima Araújo (orient.) III. Título.

CDD – 631.2
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço à Deus, que me guiou e protegeu em toda a minha caminhada para que
eu pudesse chegar até aqui.
À minha família pela compreensão em todos os momentos, ajuda financeira e amor
incondicional, especialmente do meu esposo Carlos André.
À professora Dra. Maria de Fátima Araújo Vieira pela orientação, acolhimento, compreensão,
conselhos e amizade, sempre acreditando no meu potencial e no meu trabalho, as palavras a ela
são insuficientes para expressar minha gratidão, nunca esquecerei de tudo que fez por mim.
Aos professores Dr. César Augusto Pospissil Garbosa (obrigada por toda as oportunidades) e
MSc. Marcos Samuel Matias Ribeiro pelo auxílio na definição e execução das análises
estatísticas, assim como pelo esclarecimento de inúmeras dúvidas.
À professora Claudilene de Sousa Alves pela ajuda na parte de normalização.
Aos meus amigos Vitor, Rafael, Nátalia, Jaqueline, Ewerson, Pedro, Débora, Tássio, Michael,
Suellen e em especial aos meus amores André Luis e Juliana por toda ajuda na realização do
experimento, parceria e cuidados comigo durante todo esse tempo.
À granja por ter aberto suas portas para a realização desta pesquisa, muito obrigada ao Sr.
Vagner Oliveira, Girlison, Cezário, Raimundo e a todos os funcionários pela ajuda, caronas,
almoços e/ou jantas guardadas e pela experiência adquirida.
À Universidade Federal Rural da Amazônia, campus Paragominas, a coordenação do curso de
Zootecnia e a todo corpo docente pela oportunidade e conhecimento proporcionado.
À banca examinadora Dr. Núbia de Fátima Alves dos Santos, professora querida que me
acompanhou desde o começo do curso, agradeço por cada conselho. E a MSc. Vanessa Pereira
Pontes por estar participando desse momento em minha graduação.
A todos os funcionários (Tia Néia, Maria Luiza, Edinalva, Miltinho, Richard, Alan) que sempre
estiveram presentes no meu dia a dia, prontos para me ajudar com um sorriso enorme estampado
no rosto.
Às minhas fieis amigas Alaire, Ana Joyce, Maiara Karoline, Mayrla e Priscila (Caracus) pelo
incentivo, apoio e carinho durante todos esses anos, sempre as levarei em meu coração. E a toda
turma de Zootecnia 2014.

Enfim agradeço a todos que de forma direta ou indireta contribuíram para que eu chegasse
aonde estou. A vocês o meu muito obrigada!
RESUMO

Comparou-se o comportamento de matrizes e sua leitegada, assim como o desempenho de


leitões lactentes até o desmame em baias de maternidade com e sem a utilização de
escamoteadores. A pesquisa foi realizada em granja comercial de suínos de ciclo completo, no
município de Paragominas, entre os meses de outubro e novembro de 2018. Foram
estabelecidos dois tratamentos: Tratamento 1 (CE) – sala de maternidade com a instalação de
escamoteadores e Tratamento 2 (SE) – sem presença de escamoteadores. As análises realizadas
foram: comportamento (leitões e matrizes), parâmetros fisiológicos e desempenho dos leitões
e avaliação bioclimática das instalações. Utilizou-se delineamento inteiramente casualizado
(DIC), com dois tratamentos e 30 repetições. As avaliações comportamentais foram submetidas
ao teste de Kruskal-Wallis a 5% de significância, os parâmetros fisiológicos e o desempenho
dos leitões foram submetidos ao teste T-Student a 5% de significância. A análise bioclimática
das instalações evidenciou médias abaixo da temperatura considerada ideal (30°C) na primeira
semana de vida dos leitões, no entanto, a partir da segunda semana as médias aferidas foram
superiores as ideias tanto para leitões quanto matrizes, e durante a noite em todo o experimento
a temperatura manteve-se abaixo da zona de conforto térmico para os leitões. As matrizes CE
passaram mais tempo dormindo, bebendo, amamentando, deitadas inativas, em pé e sentadas
do que as do SE. Os animais lactentes SE mantiveram-se por mais tempo mamando, próximos
à mãe, aglomerados próximos ou longe da mãe, deitados uniformemente, encolhidos, esticados
e interagindo socialmente, comparados aos do CE. Foram encontradas diferenças significativas
(p<0,05) para frequência respiratória, temperatura retal, temperatura de nuca e paleta entre os
dois tratamentos. Também foram encontradas diferenças (p<0,05) para peso ao nascimento,
ganho de peso no período, ganho de peso médio diário e consumo médio diário de ração pelas
leitegadas. Houve maior viabilidade no CE e maior taxa de mortalidade por esmagamento no
SE. A utilização de escamoteadores em região de clima quente mostrou-se eficaz como abrigo
aquecido, em virtude da ocorrência de temperaturas abaixo da zona de conforto dos leitões,
principalmente durante a noite, evitando assim altas taxas de morte por esmagamento.

Palavra-chave: Conforto térmico, Comportamento animal, Desempenho de leitões,


Escamoteador.
ABSTRACT

It was compared the behavior of matrices and their litter, as well as the performance of suckling
piglets until weaning in maternity stalls with and without the use of creep. The research was
carried out in a commercial full-length pig farm, in the municipality of Paragominas, between
October and November, 2018. Two treatments were established: Treatment 1 (CE) - maternity
room with the installation of creep and Treatment 2 (SE) - without the presence of creep. The
analyzes performed were: behavior (piglets and matrices), physiological parameters and
performance of the piglets and bioclimatic evaluation of the facilities. A completely randomized
design (CRD) was used, with two treatments and 30 replicates. The behavioral evaluations were
submitted to the Kruskal-Wallis test at 5% significance, the physiological parameters and
performance of the piglets were submitted to the Student's T-test at 5% significance. The
bioclimatic analysis of the facilities showed averages below the ideal temperature (30 ° C) in
the first week of life of the piglets, however, from the second week the measured mean values
were higher for both piglets and matrices, and during the night in the whole experiment the
temperature remained below the thermal comfort zone for the piglets. The CE matrices spent
more time sleeping, drinking, breastfeeding, lying inactive, standing and sitting than those of
SE. SE-lactating animals were kept for longer, near the mother, clusters near or far from the
mother, lying uniformly, shrunk, stretched and interacting socially, compared to CE. Significant
differences (p <0.05) were found for respiratory rate, rectal temperature, neck and palate
temperature between the two treatments. Differences were also found (p <0.05) for birth weight,
weight gain in the period, average daily weight gain and average daily feed intake by litters.
There was greater viability in CE and higher mortality rate by crushing in SE. The use of creep
in a hot climate region proved to be effective as a warm shelter, due to the occurrence of
temperatures below the comfort zone of the piglets, mainly during the night, thus avoiding high
rates of death by crushing.

Keywords: Thermal comfort, Animal behavior, Piglet performance, Creep.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Representação esquemática das temperaturas críticas (superior e inferior) do


ambiente e as zonas abrangidas por elas....................................................................................16

Figura 2 – Vista interna da sala com escamoteador (Sala A) e da sala sem escamoteador (Sala
B) no galpão de maternidade.....................................................................................................21

Figura 3 – Avaliação do comportamento dos leitões no experimento.......................................25

Figura 4 – Coleta dos dados das temperaturas superficiais (A) e retal (B).................................26

Figura 5 – Pesagem dos leitões.................................................................................................27

Figura 6 – Médias diárias durante 24hs da temperatura ambiente (°C) e da umidade relativa
(%) nas salas A e B da maternidade...........................................................................................29

Figura 7 – Percentual da viabilidade, mortalidade e das causas mortis dos leitões durante a fase
de maternidade no tratamento com escamoteador (CE) e sem escamoteador (SE)....................42
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Valores referentes a temperatura crítica inferior (TCI), zona de conforto térmico
(ZCT), temperatura crítica superior (TCS), umidade relativa crítica inferior (URCI) e umidade
relativa crítica superior (URCS) de leitões em diferentes idades na fase de maternidade...........18

Tabela 2 – Etograma elaborado para avaliação comportamental de matrizes suínas.................22

Tabela 3 – Etograma elaborado para avaliação do comportamento de leitões...........................23

Tabela 4 – Resultados significativos do comportamento de matrizes em lactação com a


presença de escamoteador (CE) e sem a presença de escamoteador (SE) na maternidade
(frequência %)...........................................................................................................................31

Tabela 5 – Resultados significativos do comportamento dos leitões lactentes com a presença


de escamoteador (CE) e sem a presença de escamoteador (SE) na maternidade (frequência
%)..............................................................................................................................................33

Tabela 6 – Médias das frequências respiratórias (FR), temperatura retal (TR) e das temperaturas
superficiais (nuca, paleta e pernil) de leitões lactentes...............................................................38

Tabela 7 – Média do peso ao nascer (kg), peso ao desmame (kg), ganho de peso no período
(GPP) (kg) e ganho de peso médio diário (GPMD) (kg d -1) e consumo de ração diário (CRD)
(kg) das leitegadas no tratamento com escamoteador (CE) e sem escamoteador
(SE)...........................................................................................................................................40
LISTA DE SIGLAS

°C – Graus Celsius

ABPA – Associação Brasileira de Proteína Animal

CRD – Consumo de Ração Diário

DIC – Delineamento Inteiramente Casualizado

FR – Frequência Respiratória

GPMD – Ganho de Peso Médio Diário

GPP – Ganho de Peso no Período

Kg – Quilograma

Kg d-1 – Quilograma por dia

Mov/Min. – Movimento por minuto

CE – Tratamento com escamoteador

SE – Tratamento sem escamoteador

TCI – Temperatura Crítica Inferior

TCS – Temperatura Crítica Superior

TML – Taxa de Mortalidade da Leitegada

TR – Temperatura Retal

UR – Umidade Relativa do Ar

URCI – Umidade Relativa do Ar Crítica Inferior

URCS – Umidade Relativa do Ar Crítica Superior

ZCT – Zona de Conforto Térmico


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................13

2 OBJETIVOS.........................................................................................................................14

2.1 Objetivo geral....................................................................................................................14

2.2 Objetivos específicos.........................................................................................................14

3 REVISÃO DE LITERATURA...........................................................................................15

3.1 Conforto térmico na maternidade...................................................................................15

3.1.1 Exigências térmicas de matrizes......................................................................................16

3.1.2 Exigências térmicas de leitões.........................................................................................17

3.2 Características comportamentais....................................................................................18

3.2.1 Matrizes............................................................................................................................18

3.2.2 Leitões lactentes...............................................................................................................19

3.3 Escamoteadores.................................................................................................................19

3.4 Causa de mortalidade nos leitões lactentes.....................................................................20

4 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................................21

4.1 Descrição geral..................................................................................................................21

4.2 Avaliação bioclimática da instalação...............................................................................22

4.3 Comportamento das matrizes..........................................................................................22

4.4 Comportamento dos leitões..............................................................................................23

4.5 Parâmetros fisiológicos dos leitões...................................................................................25

4.6 Desempenho da leitegada.................................................................................................26

4.7 Análise estatística..............................................................................................................28

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................................29

5.1 Avaliação bioclimática da instalação...............................................................................29


5.2 Comportamento das matrizes..........................................................................................31

5.3 Comportamento dos leitões..............................................................................................32

5.4 Parâmetros fisiológicos dos leitões...................................................................................37

5.5 Desempenho da leitegada.................................................................................................40

6 CONCLUSÃO......................................................................................................................43

REFERÊNCIAS......................................................................................................................44

APÊNDICES............................................................................................................................49
13

1 INTRODUÇÃO

O crescente consumo de alimentos de origem animal vem desencadeando, nos últimos


anos, a necessidade de se produzir cada vez mais, com menores custos e área, refletindo a
máxima eficiência produtiva da espécie animal. Nesse cenário a suinocultura ganha destaque
na demanda alimentícia por ser a segunda fonte de proteína animal mais consumida do mundo,
ficando atrás apenas dos pescados (Sulzbach, 2016; Guimarães et al., 2017).
Os países que mais produziram carne suína no ano de 2017, segundo a ABPA (2018),
foram respectivamente, China (53,40 mil toneladas), União Europeia (23,68 mil toneladas),
Estados Unidos (11,61 mil toneladas), Brasil, (3,76 mil toneladas), Rússia (2,96 mil toneladas).
Os demais países produziram, em conjunto, 15,56 mil toneladas, sendo a produção mundial de
110,96 mil toneladas (USDA, 2018).
Esses números só vêm sendo possíveis através de avanços tecnológicos nos setores de
criação, melhoramento genético, nutrição, ambiência e sanidade. Esses fatores aliados ao bem
estar animal contribuem ainda mais para o crescimento do mercado, valorizando tanto a
produção como a cadeia produtiva (Sulzbach, 2016).
Para que o produtor consiga perceber todos esses avanços é necessário que se utilize
recursos economicamente viáveis, com redução nas taxas de mortalidade e aumento no ganho
de peso por leitegada. Para alcançar a produtividade com excelência também deve-se atentar
para o ambiente em que o animal está inserido, permitindo que ele expresse suas características
produtivas (Possagnolo, 2017).
Segundo Campos (2008) as variáveis meteorológicas têm grande influência no
desempenho dos animais desde o nascimento até a fase adulta. Para o autor a temperatura,
umidade relativa e velocidade do ar têm efeitos diretos sobre o comportamento e desempenho
dos animais e esses efeitos se tornam mais sensíveis na fase da maternidade.
Na suinocultura a fase da maternidade é caracterizada como uma das mais críticas ,
pois nessa mesma instalação estão alojados, duas categorias distintas que necessitam de
temperaturas diferentes, sendo a faixa de conforto térmico para leitões neonatos entre 32 e 34ºC,
diminuindo para até 24ºC ao desmame, e para as fêmeas lactantes entre 16 e 22°C (Bortolozzo
et al., 2015). Essa diferença de temperatura se deve ao fato de os leitões nascerem com seu
sistema termorregulador imaturo, ou seja, incapaz de controlar de forma adequada sua
temperatura corporal (Sartor, 2015).
Uma das formas de suplementação de calor são as fontes de energia térmica artificial
como os escamoteadores, abrigos específicos para os leitões, que garantem o conforte térmico
14

dessa categoria (Possagnolo, 2017).


De acordo com Sabino et al. (2012) o uso dos escamoteadores não se restringe apenas
às regiões de clima frio, pois mesmo em locais onde as médias de temperaturas são elevadas,
podem apresentar momentos do dia, ou épocas do ano, temperaturas inferiores à zona conforto
térmico dos leitões.

2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral

Avaliar o comportamento e o desempenho de leitões lactentes até o desmame e o


comportamento das matrizes com a utilização de escamoteadores nas baias da maternidade, em
uma granja suinícola do município de Paragominas, Pará.

2.2 Objetivos específicos

• Comparar o comportamento de leitões lactentes em baias com e sem a utilização de


escamoteadores;
• Avaliar os parâmetros fisiológicos de leitões alojados em baias com e sem a presença
do escamoteador;
• Avaliar o desempenho desses leitões através dos índices zootécnicos (peso ao nascer,
ganho de peso diário, ganho de peso total e peso ao desmame);
• Analisar a viabilidade e taxa de mortalidade desses leitões;
• Comparar o comportamento das fêmeas lactantes com e sem a presença do
escamoteador.
15

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Conforto térmico na maternidade

Por muitos anos o desafio da suinocultura esteve relacionado com a exploração do


máximo potencial genético do animal, e para que o mesmo pudesse expressar esse potencial
buscava-se a eficiência na produção melhorando o atendimento no manejo, sanidade, genética
e nutrição dos suínos. No entanto, a obtenção de uma produção eficiente nestas áreas encontrou
um limite caracterizado pelos fatores ambientais, mais precisamente pelo ambiente ao qual o
animal está inserido (Bridi, 2008).
Os fatores ambientais exercem efeitos sobre os aspectos produtivos e reprodutivos dos
animais, podendo ocasionar redução da produtividade com consequente prejuízo econômico.
Neste sentido, o manejo para alcançar o conforto térmico de matrizes e leitões na fase de
maternidade é de suma importância, visto que animais criados em sua zona de conforto térmico
expressam melhor seu potencial produtivo e reprodutivo (Coutinho et al., 2014).
A faixa de temperatura considerada como de conforto térmico para suínos varia com a
idade, e eles possuem dificuldades em adaptar-se às flutuações térmicas, o que dificulta o
manejo na fase de maternidade (Sobestiansky et al., 1987). De acordo com Pandorfi (2005) essa
fase é uma das mais problemáticas na produção de leitões, uma vez que é necessário, em um
pequeno espaço físico, manter dois diferentes microambientes a fim de atender as exigências
térmicas das matrizes e dos leitões, e caso isso não ocorra o desempenho de ambos não será
satisfatório.
Zona de conforto térmico é definida como a faixa de temperatura ambiente ótima para
o animal, onde o esforço termoregulatório é mínimo e esse se desenvolve sem comprometer o
estado fisiológico. Essa faixa é limitada pela temperatura crítica inferior e temperatura crítica
superior, ultrapassando esses limites caracteriza estresse por frio ou por calor, respectivamente
como é mostrado na figura 1 (Bridi, 2008).
De acordo com Bridi (2010) quando o animal ultrapassa a zona crítica inferior estando
em estresse por frio, necessita gastar mais energia a fim de aumentar o calor interno para manter
sua homeotermia, e no caso onde a temperatura extrapola a faixa critica superior e o animal
entra em estado de estresse calórico, deverá perder calor para manter sua temperatura corporal
em equilíbrio.
16

Figura 1 – Representação esquemática das temperaturas críticas (superior e inferior) do


ambiente e as zonas abrangidas por elas

Fonte: Medeiros e Vieira (1997)

3.1.1 Exigências térmicas de matrizes

O suíno, por ser um animal homeotérmico, mantém a sua temperatura corpórea


relativamente constante, independente da temperatura do ambiente (Nunes et al., 2012). As
matrizes suínas mantêm-se em condições térmicas favoráveis em temperaturas entre 16° e
22°C. Temperaturas elevadas podem prolongar a duração do parto e por consequência resultar
em um aumento das taxas de natimortos, prejudicando o desempenho final da leitegada
(Sobestiansky et al., 1998). Matrizes alojadas em ambiente com temperaturas superiores a
25°C, durante o período de lactação, reduzem o consumo de ração, e consequentemente
diminuem a produção de leite (Sampaio et al., 2004).
Renaudeau e Noblet (2001) ao avaliarem matrizes submetidas a duas temperaturas
(20°C e 29°C) durante a lactação, observaram significativa diminuição na produção de leite, de
10,58 kg/dia aos 20ºC para 7,25 kg/dia aos 29ºC. Os autores justificam essa diminuição devido
as fêmeas submetidas a temperatura de 29°C diminuírem seu consumo de ração, refletindo na
mobilização das reservas corporais para mantença e não para produção de leite. Leite (2009)
ressalta que a alta perda de reservas corporais durante a lactação pode aumentar o intervalo
desmame - cio e, consequentemente, o intervalo entre partos, diminuindo a produtividade da
17

granja.
Em estudo realizado por Kiefer, Martins e Fantini (2012) com objetivo de avaliar a
influência do resfriamento sobre o desempenho de fêmeas lactantes, compararam dois
ambientes, sendo um com temperatura média de 29ºC e o segundo utilizando sistema de
resfriamento térmico afim de manter a temperatura a 18ºC e observaram significativa perda de
peso em fêmeas primíparas e secundíparas não submetidas ao uso de sistema de resfriamento
(19,17 kg) comparadas àquelas mantidas em ambiente térmico adequado de 18°C (2,28 kg). Já
em relação a leitegada, devido as fêmeas reduzirem o consumo de ração no tratamento sem
resfriamento, elas desmamaram leitões menos pesados (5,43 kg), comparados aos desmamados
das fêmeas submetidas ao resfriamento (6,10 kg).
Segundo Williams et al. (2014) e Bortozolo et al. (2015) a produtividade das matrizes
no período de lactação é principalmente afetada devido ao baixo consumo de ração para
minimizar a geração de calor em períodos que a temperatura é superior a faixa de conforto
térmico, por isso as matrizes que apresentam baixo consumo de alimento durante a lactação
terão menor produção de leite e, consequentemente, o peso da leitegada ao desmame será
menor.

3.1.2 Exigências térmicas de leitões

A temperatura corporal dos leitões durante a vida intrauterina é alta e constante, ao


nascer o leitão está neurologicamente bem desenvolvido, no entanto, ainda é fisiologicamente
imaturo, sendo assim sua capacidade de controlar, de forma eficiente, a temperatura corporal é
limitada até que mudanças fisiológicas ocorram nas primeiras semanas de vida, habilitando-o
para sobrevivência (Ferreira et al., 2007).
De acordo com Koller (2014) quando a temperatura do ambiente é muito baixa, o recém-
nascido perde calor facilmente e sua temperatura corporal cai. Isso porque o leitão apresenta
uma reserva dxe energia disponível limitada na forma de glicogênio, possuindo menos que 1%
de gordura no corpo, além de pouco isolamento corporal por pelos.
A faixa de temperatura para o conforto térmico de leitões ao nascimento é de 32 a 34°C
e logo após o nascimento a temperatura corporal pode cair de 1,7 a 6,7°C por hora (Pandorfi,
2002). Na tabela 1 é apresentado as temperaturas de conforto para leitões em diferentes
semanas.
A perda de calor logo após o nascimento pode acarretar piora na conversão alimentar
devido ao aumento da taxa metabólica, no qual, grande parte da produção de energia é utilizada
para termorregulação, ao invés de também ser direcionada para o crescimento, o que ocasiona
18

menor desenvolvimento de tecido adiposo subcutâneo, dificultando o isolamento térmico


corporal (Blair et al., 1976).

Tabela 1 – Valores referentes a temperatura crítica inferior (TCI), zona de conforto térmico
(ZCT), temperatura crítica superior (TCS), umidade relativa crítica inferior (URCI) e umidade
relativa crítica superior (URCS) de leitões em diferentes idades na fase de maternidade
Idade (Semana) TCI (°C) ZCT (°C) TCS (°C) URCI (%) URS (%)
Nascimento 20 32 a 34 36 60 80

0-2 15 28 a 32 35 60 80
3-4 13 22 a 28 34 60 80
>4 10 16 a 18 31 60 80
Fonte: Adaptado de Comberg (1966) e Mostaço (2014)

Resulta ainda no aumento da taxa de mortalidade nas primeiras horas de vida por
hipotermia, principalmente se os leitões permanecerem por um longo tempo úmidos após o
parto, por hipoglicemia devido a inanição por estresse gerado pelo frio e por esmagamento na
tentativa de se aquecerem perto da mãe (English, 1998). A perda do calor contribui também
para o aumento do cortisol no plasma, fazendo com que os leitões fiquem menos resistentes a
doenças infecciosas enterotoxigênicas (Kelly, 1982).

3.2 Características comportamentais

3.2.1 Matrizes

O comportamento materno das fêmeas suínas é caracterizado por um repertório de


interações sincronizadas, entre as matrizes e suas leitegadas (Martins et al., 2008). A avaliação
do comportamento dos animais em sistemas de produção permite determinar o grau de conforto
ou desconforto dos mesmos em relação ao ambiente em que estão inseridos (Sabino et al.,
2011). Em condição de estresse térmico, onde o animal não se encontra em sua zona de
termoneutralidade, a tentativa de manter a temperatura corporal induz as matrizes a realizarem
ajustes comportamentais (Quiniou et al., 2005).
Martins et al. (2008) relata que matrizes suínas lactantes mantidas em ambiente quente
são mais reativas em períodos do dia em que a temperatura ambiente encontra-se elevada, além
de reduzirem a frequência da postura em decúbito lateral e o número de amamentações
terminadas pelos leitões, tal ajuste comportamental pode ser observado em diferentes ordens de
parto.
Em ambientes onde observa-se oscilação diária da temperatura, as matrizes realizam
ajustes fisiológicos e comportamentais, reduzindo a ingestão de alimento nos períodos mais
19

quentes do dia e o concentrando no início da manhã, com o intuito de reduzir o incremento


calórico e o efeito da temperatura elevada (Renaudeau; Anais; Noblet, 2003).

3.2.2 Leitões lactentes

A avaliação dos indicadores fisiológicos, juntamente com observações de


comportamento auxilia a interpretação do estado do animal no ambiente (Broom; Moleto,
2004). Porém, poucos relatos na literatura destacam o comportamento e fisiologia de leitões
lactentes, sendo a maior parte dos estudos envolvendo comportamento realizada com suínos em
crescimento e terminação (Scott et al., 2000; Ferreira et al., 2007).
Os resultados obtidos no estudo comportamental realizado por Ferreira et al. (2007),
mostram que leitões nas primeiras horas de vida, passam 53,8% do tempo dormindo e 31,2%
mamando. Ao avaliarem os comportamentos de leitões do nascimento ao desmame Sabino et
al. (2011) notaram que os mesmos passavam 33,77% do tempo mamando, 0,35% interagindo,
0,06% comendo e 0,05% bebendo. León (2018) estudando o comportamento dos leitões,
observou que, nas primeiras cinco horas de vida os neonatos gastaram seu tempo dormindo
(31,67%), mamando (23,44%) e massageando o úbere (19,71%).
De acordo com Barros et al. (2010), para manter a termoneutralidade, os animais
utilizam diversos mecanismos comportamentais e fisiológicos, como abrigarem-se de correntes
de vento, se aglomerarem e aumentarem o nível de atividade física. Sartor (2015) analisando a
frequência comportamental de leitões lactentes atestou que eles passavam cerca de 68,20% do
seu tempo deitados uns sobre os outros e Possagnolo (2017) encontrou uma frequência de
71,76% da atividade de ficar aglomerados perto da mãe e 28,24% aglomerados longe da mãe.
Como se tem conhecimento os fatores climáticos exercem efeitos sobre o sistema
neuroendócrino, alterando ou não as taxas dos hormônios da tireoide (toroxina – T4 e
triiodotironina – T3), influenciando assim o comportamento animal. A relação inversa entre a
atividade tireoidiana (dentre outros fatores) e a temperatura ambiente afeta o processo de
adaptação dos suínos e consequentemente influencia a economia ou gasto de energia pelo
metabolismo animal, logo resultando em comportamentos distintos quando é submetido a um
ambiente considerado ideal ou não (Brumano, 2008).

3.3 Escamoteadores

Escamoteadores são instalações que devem garantir abrigo para os leitões. São
normalmente feitos de alvenaria, madeira ou algum outro material que garante resistência às
intemperes. São construídos na lateral superior das baias de parição, à frente da matriz e podem
20

ou não ser aquecidos com lâmpada incandescente ou infravermelha, ou ainda através de


resistência elétrica no piso (Campos, 2008).
Para manter a zona de conforto térmico dos leitões a temperatura interna dos
escamoteadores deve ser controlada, uma vez que a faixa termoneutra varia de acordo com a
idade. Porém o conforto não é restrito ao controle da temperatura apenas, mas também a
localização, acessibilidade, condições de luz e piso, pois esses fatores influenciam na frequência
da utilização dos animais (Mostaço, 2014; Possagnolo, 2017).
Pandorfi (2002) afirma que a utilização de escamoteadores como fonte suplementar de
calor aumenta, de forma considerável, o potencial de lucro na maternidade, se for excluído
acontecimentos extraordinários, uma vez que abrigos aquecidos de forma correta evitam que
leitões se aproximem da mãe na tentativa de aquecimento e por esse motivo aumentem a chance
de serem esmagados, ou gastem excessivamente energia para se aquecerem e morram por
hipoglicemia.

3.4 Causa de mortalidade nos leitões lactentes

A fase de lactação é o período em que há maior concentração de perdas, por morte, no


sistema intensivo de produção. No mundo, cerca de 10% dos animais nascidos morrem durante
o parto e as demais causas chegam a 30% das mortes antes do desmame (Abrahão et al., 2004).
Os primeiros cinco dias de vida são os mais críticos para a sobrevivência dos animais,
com maior concentração de morte, em consequência da baixa ingestão de colostro pelos mais
leves ou os que nasceram por último, nascimento de leitões de baixa viabilidade e refugados,
diarreia e leitões mortos por esmagamento (Pinheiro, 2014).
De acordo com Caramori et al. (2010) o esmagamento é a principal causa da mortalidade
de leitões nascidos vivos até os seis dias de idade. Os autores observaram que 43,28% foram
por esmagamento, 27,25% para outras causas não identificadas pela necropsia, 14,36% para
baixo peso, 10,76% para síndrome diarreica e 4,32% para defeitos genéticos. Devido à
dificuldade de manter a temperatura corporal, os leitões acabam ficando próximos a matriz,
sendo esse o principal motivo observado para as mortes por esmagamento (Aires et al., 2014;
Coelho, 2015).
21

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Descrição geral

A pesquisa foi realizada em granja comercial de suínos de ciclo completo, ou seja,


produz suínos do nascimento até a fase de terminação. A propriedade localiza-se no município
de Paragominas, região sudeste do estado do Pará. De acordo com a classificação de Köpen
(1936) o clima do município é do tipo Awi (clima tropical chuvoso), com temperatura máxima
anual de 32,7°C e mínima anual de 21,9°C (Bastos et al., 2006).
A pesquisa foi conduzida no galpão de maternidade, com animais de linhagens
comerciais AG 1020, AG 1010 e Camber 25. O galpão é subdividido em cinco salas com 60
baias em cada uma, com paredes de alvenaria nas faces leste e oeste e muretas de alvenarias de
50 cm sem cortinas nas laterais.
Foram avaliados dois tratamentos sendo eles; CE – sala de maternidade com a
instalação de escamoteadores e SE – sem presença de escamoteadores (Figura 2). Foi respeitado
o manejo da granja de uniformização das leitegadas apenas pela quantidade de leitões, logo
cada leitegada ao início do experimento possuía 11 leitões, totalizando assim 330 leitões em
cada tratamento.

Figura 2 – Vista interna da sala com escamoteador (Sala A) e da sala sem escamoteador (Sala
B) no galpão de maternidade

Fonte: Arquivo pessoal, 2018 Fonte: Arquivo pessoal, 2018

Cada baia de parição é constituída por uma gaiolas de ferro, com rebatedor protetor de
leitões e pisos plásticos, possui um comedouro de material plástico ligado ao sistema
automático de distribuição de ração na frente das baias e bebedouro do tipo bico de pato para
as matrizes, para os leitões utiliza-se em cada baia comedouros infantis com distribuição de
ração feita manualmente e bebedouros do tipo chupeta infantil.
Os escamoteadores são constituídos de chapa naval resinada e plastificada com
22

dimensão de 70 x 52 cm, aquecidos com lâmpada de luz mista de 220 volts e 160 watts. O
sistema de aquecimento era controlado manualmente, onde as lâmpadas eram ligadas às
19h00m e desligadas as 8h00m.
Após o nascimento e os primeiros manejos (corte e cura do umbigo e mamada parcelada)
foi realizada a uniformização das leitegadas, sendo os leitões reagrupados pelos critérios
utilizados pela granja que envolvem o número de animais por leitegada, respeitando a linhagem
e mantendo 11 leitões por matriz.
Os manejos diários realizados pela granja não foram alterados, sendo eles: aplicação de
ferro, corte da cauda, desgaste dos dentes, castração nos machos, fornecimento de ração as
matrizes, e aos leitões a partir do quinto dia de vida, marcação das leitoas de reposição e
aplicação de medicamentos, caso necessário, nos leitões e nas matrizes.

4.2 Avaliação bioclimática da instalação

Os dados foram coletados do primeiro ao último dia do experimento, totalizando 21 dias


com auxílio de um datalogger modelo klimalogg smart 3030-60, com capacidade de registro e
armazenamento de temperatura (-40°C a 70°C) e umidade relativa do ar (0 a 100%), instalado
entre as duas salas estudadas a uma altura de 1 m do piso das gaiolas. Posteriormente, procedeu-
se a organização e tabulação dos dados afim de gerar o gráfico das médias diárias de
temperatura (°C) e umidade relativa do ar (%) pelo programa EXCEL.

4.3 Comportamento das matrizes

A avaliação comportamental das matrizes ocorreu de forma simultânea à avalição do


comportamento dos leitões no 1°, 5°, 10°, 15° e 21° dia do experimento. Para isso foi elaborado
etograma (Tabela 2) adaptado de estudos realizados por O’Connell, Beattie e Moss (2003) e
Pandorfi (2005).

Tabela 2 – Etograma elaborado para avaliação comportamental de matrizes suínas


Comportamento Atividade Descrição
Animal totalmente deitado (ventral ou
Dormindo lateralmente) com os olhos fechados e sem
nenhuma atividade oral.
Interação Não
Animal em pé próximo ao comedouro
Social Comendo
verificando o ato de alimentar-se.
Animal manipulando o bebedouro
Bebendo
verificando-se consumo de água.
Continua
23

Conclusão

Animal totalmente deitado (ventral ou


Deitada inativa lateralmente) com os olhos abertos, sem
exercer nenhuma atividade.
Animal deitado possibilitando que os leitões
Deitada amamentando
mamem.
Postura
Animal apoiado sobre as quatro pernas (não
Em pé
caminhando).
Animal apoiado sobre os membros
Sentada dianteiros e sentado sobre os membros
traseiros.
Animal com aerofagia e mostrando a língua
Movimento com a língua
repetidas vezes.
Lamber Animal lambendo o piso.
Estereotipias Animal abrindo e fechando a boca
Abrir e fechar a boca mantendo a mandíbula estirada durante
alguns segundos.
Morder Animal mordendo as barras da baia.
Fonte: Adaptado de O’Connell, Beattie e Moss (2003) e Pandorfi (2005)

4.4 Comportamento dos leitões

A avaliação comportamental dos leitões foi baseada na frequência de animais realizando


atividades pré-determinadas (nos dias 1, 5, 10, 15 e 21 de vida dos leitões), com auxílio de
etograma (Tabela 3) elaborado e adaptado de estudos realizados por Mount (1968), Matendal
(2009), Texeira (2009) e Araújo et al. (2011).

Tabela 3 – Etograma elaborado para avaliação do comportamento de leitões

Comportamento Atividade Descrição


Leitão acordado em pé ou deitado no teto
Mamando da matriz, com movimentos de sucção ou
em disputa por teto.
Interação Não
Leitão em pé próximo ao comedouro
Social Comendo
mastigando.
Leitão em pé próximo ao bebedouro
Bebendo
ingerindo água.
Leitão deitado, acordado ou dormindo
próximo à matriz, de maneira que
Próximo à mãe
alguma parte do corpo esteja próxima
com ela.
Leitões deitados, acordados ou dormindo
Aglomerados próximos à aglomerados, de maneira que parte do
Mantença mãe corpo esteja em contato uns com os
outros e em contato com a matriz.
Leitões deitados, acordados ou dormindo
aglomerados, de maneira que parte do
Aglomerados longe da mãe
corpo esteja em contato uns com os
outros e sem contato com a matriz.
Continua
24

Conclusão
Leitão deitado em decúbito ventral,
sozinho, acordado ou dormindo, com os
Encolhido sozinho* quatro membros encolhidos próximo ao
corpo. De maneira que não tenha contato
com nenhum animal.
Leitão deitado em decúbito lateral,
sozinho, acordado ou dormindo. De
Esticado sozinho*
maneira que não tenha contato com
nenhum animal.
Dentro do escamoteador** Leitão dentro do escamoteador.
Dois ou mais leitões praticando agressão
Comportamento agonístico de qualquer natureza do tipo
perseguição, mordedura e cabeçada.
Um ou mais leitões praticando
brincadeiras do tipo correndo geralmente
Comportamento lúdico em movimentos circulares dentro da
baia, ou montado em outro com as duas
Interação Social
patas dianteiras.
Leitão utilizando o focinho para
pressionar o focinho, abdômen, patas
Praticando Belly nosing
traseiras ou dianteiras de outro animal,
estando deitado ou em pé.
Leitão mordendo a parte final do rabo ou
Praticando Biting
orelha de outro leitão ou da mãe.
Leitão que não apresenta as demais
Fuçando/Explorando atividades e está fuçando o ambiente da
baia.
* Essa atividade no tratamento com escamoteador será avaliada apenas aos animais que
estiverem fora do escamoteador.
** Essa atividade será ignorada na avaliação comportamental dos leitões no tratamento sem
escamoteador.
Fonte: Adaptado de Mount (1968), Matendal (2009), Texeira (2009) e Araújo et al. (2011)

Os registros foram realizados através do método de varredura, por um período de 24hs


divididas de 10 em 10 minutos, com o avaliador posicionado atrás da baia, de modo que não
interferisse no comportamento dos leitões, conforme demonstrado na Figura 3. Os avaliadores
eram previamente treinados para exclusão de erros na avaliação dos comportamentos tanto das
matrizes como dos leitões, bem como na coleta dos parâmetros fisiológicos dos leitões, ao todo
durante todo o experimento totalizou a participação de 10 avaliadores (ficha para anotação no
apêndice deste trabalho).
25

Figura 3 – Avaliação do comportamento dos leitões no experimento

Fonte: Arquivo pessoal, 2018

4.5 Parâmetros fisiológicos dos leitões

Para avaliação dos parâmetros fisiológicos dos leitões, foram registrados dados de
frequência respiratória, temperatura retal e temperaturas superficiais da nuca, paleta e pernil
(Figura 4). Dessa forma, foram selecionados aleatoriamente, quatro animais de cada baia no 1°,
6°, 11°, 16° e 20° dia de vida, pela manhã (6:00 e 9:00), a tarde (12:00 e 15:00), a noite (18:00
e 21:00) e pela madrugada (00:00 e 03:00). Os dias de coleta dos parâmetros foi intercalado ao
da avaliação (exceto no primeiro dia de vida dos leitões) a fim de não interferir na avaliação
comportamental, no entanto, era indispensável coletar os parâmetros fisiológicos no primeiro
dia, assim a coleta ocorreu de forma que a interferência não prejudicasse de maneira extrema
os resultados comportamentais.
Para obtenção da frequência respiratória foi monitorado o movimento de flanco de cada
leitão em 15 segundos e multiplicado por quatro, para a obtenção do número de movimentos
respiratórios por minuto, seguindo metodologia empregada por Ferreira et al. (2007).
A temperatura retal foi aferida por meio de um termômetro clínico digital do modelo
Termomed incoterm com faixa de medição de 32°C a 42°C possuindo alarme sonoro para
identificação da constância de temperatura. As temperaturas superficiais de nuca, paleta e pernil
26

foram obtidas por meio de termômetro infravermelho digital a laser modelo Infrared GM320,
e faixa de medição de -50 a 380ºC (ficha para anotação no apêndice deste trabalho).

Figura 4 – Coleta dos dados das temperaturas superficiais (A) e retal (B)

Fonte: Arquivo pessoal, 2018 Fonte: Arquivo pessoal, 2018

4.6 Desempenho da leitegada

Para análise do desempenho da leitegada foram avaliados ganho de peso ao nascimento


e ao desmame, ganho de peso no período (GPP), ganho de peso médio diário (GPMD) e
consumo de ração diário (CRD). Foi mensurado também a taxa de mortalidade na lactação
(TML).

• Ganho de peso no período (GPP): Foi mensurado mediante as pesagens dos animais ao
nascimento e ao desmame.
• Ganho de peso médio diário (GPMD): Foi calculado por meio do GPP e número de dias
do período experimental, conforme indicado na equação 1.
Equação 1
GPP
𝐺𝑃𝑀𝐷 =
N° de dias

Para a pesagem foi utilizada uma balança suspensa eletrônica digital do modelo tomate
com gancho embutido e capacidade de pesagem de 1kg a 50kg. Para facilitar a pesagem dos
27

animais foi utilizado um balde plástico, engatado no gancho e tarado a cada pesagem, o peso
do balde era de 0,470 kg (Figura 5).

Figura 5 – Pesagem dos leitões

Fonte: Arquivo pessoal, 2018

• Consumo de ração diário (CRD): Foi obtido através da pesagem diária da ração
fornecida em cada baia, de acordo com o manejo empregado pela granja. Para a pesagem
da ração fornecida, assim como das sobras foi utilizado um recipiente plástico tarado a
cada arraçoamento por baia, e balança digital eletrônica de precisão, modelo Sf-400 com
capacidade de até 10kg (ficha para anotação no apêndice deste trabalho).
• Taxa de mortalidade na lactação (TML): Foi registrado o número de leitões mortos e a
causa da morte durante o período experimental. Depois foi calculado a TML através da
equação 2.

Equação 2
N° de leitões mortos do nascimento ao desmame
𝑇𝑀𝐿 (%): x 100
N° de leitãos nascidos vivos

• Viabilidade: Foi obtido de acordo com o número de nascidos vivos e sobreviventes


(Equação 3).
28

Equação 3
Sobreviventes no desmame
Viabilidade (%) : x 100
Nascidos vivos

A taxa de mortalidade, viabilidade e as causas mortis foram calculadas e posteriormente


gerado gráfico a fim de apresentar os percentuais encontrados.

4.7 Análise estatística

Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado (DIC) com dois tratamentos e 30


repetições. Todos os dados coletados de comportamento, parâmetros fisiológicos e índices
zootécnicos foram previamente organizados e tabulados utilizando o programa EXCEL.
As avaliações comportamentais foram submetidas a teste de normalidade e, como não
foram consideradas normais, foi aplicado o teste de de Kruskal-Wallis com 5% de nível de
probabilidade, utilizando o Software SAS (9.4).
Os dados de parâmetros fisiológicos foram submetidos ao teste de normalidade, e como
não foram consideradas normais foi aplicado o teste não-paramétrico de Wilcoxon.
Os índices zootécnicos referentes ao peso ao nascer, peso ao desmame, ganho de peso
no período, ganho de peso diário e consumo de ração diário foram submetidos ao teste de
normalidade e em seguida ao teste T de Student para verificar diferença entre as duas condições
em análise, considerando-se um nível de significância de 5%, através do programa Software R.
29

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5. 1 Avaliação bioclimática das instalações

Verifica-se, na Figura 6, as médias diárias da temperatura ambiente (°C) e umidade


relativa do ar (UR%) nas duas salas onde o experimento foi conduzido, durante os 21 dias de
vida dos leitões.
Observa-se que as médias de temperatura permaneceram abaixo de 30ºC durante a
primeira semana e, considerando a zona do conforto térmico de leitões nessa fase (32 a 34°C),
pode-se afirmar que os mesmos não estavam em conforto. Segundo Sabino et al. (2012),
temperaturas abaixo da zona de conforto térmico dos animais podem influenciar no tempo em
que os leitões passam no interior do escamoteador, ou no tempo em que passam próximos à
mãe e aglomerados perto ou longe da mãe, quando não possuem acesso ao escamoteador.

Figura 6 – Médias diárias durante 24hs da temperatura ambiente (°C) e da umidade relativa
(%) nas salas A e B da maternidade
100 31,0
95 30,0
Umidade Relativa (%)

29,0

Temperatura (ºC)
90
85 28,0
80 27,0
75 26,0
25,0
70 24,0
65 23,0
60 22,0
55 21,0
50 20,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Umidade Relativa% Dia Temperatura °C
Fonte: Arquivo pessoal, 2019

Leitões neonatos possuem pouca reserva glicogênica, baixa porcentagem de gordura


subcutânea, escassa quantidade de pelo comparado à área de superfície exposta, e alta
dissipação de calor do centro do corpo para as extremidades. Esses fatores contribuem para a
ineficiência da conservação do calor por esses animais, tornando-os, portanto, sensíveis ao frio.
Dessa forma, temperaturas abaixo da zona de conforto térmico agravam ainda mais a captação
e conservação do calor por essa categoria (Bridi, 2008; Campos; Souza; Pereira, 2008).
A temperatura mais alta foi registrada no 14º dia do experimento (Figura 6), enquanto
no 19º dia observou-se a mais baixa, de 27 °C. Na terceira semana de vida dos leitões as
temperaturas registradas não foram inferiores a 27°C, caracterizando ainda temperaturas acima
da zona de conforto térmico nesse período.
De acordo com Pecoraro, Mostaço e Silva-Miranda (2014), em trabalhos realizados com
30

o objetivo de determinar o índice de conforto térmico para leitões e matrizes em granjas


localizadas em Piracicaba, a zona de termoneutralidade de leitões lactentes na segunda semana
de vida encontra-se entre 24 a 28ºC, a segunda semana envolve o 14º dia de vida dos leitões,
no qual a média da temperatura encontrada no presente trabalho (30°C) superou a considerada
ideal pelos autores supracitados.
Apesar dos leitões ao nascimento e durante a primeira semana de vida necessitarem de
temperaturas próximas de 30°C para manter-se em seu conforto térmico, essa demanda por
temperaturas elevadas decresce a partir da segunda semana de vida. Temperaturas mais altas
que a faixa de conforto térmico podem acarretar nos leitões uma piora no desempenho, devido
possível redução no consumo de alimentos, além do gasto energético para se termorregular
ocasionar um comprometimento do sistema imunológico deixando-os susceptíveis a doenças
(Mostaço, 2014).
Durante a noite a temperatura ambiente não alcançou valores superiores a 27°C, o que
nos permite inferir que os leitões estavam sob estresse por frio, nesse período, justificando assim
a importância do uso de escamoteadores.
Apesar de as temperaturas não atingirem a zona de conforto térmico para os leitões na
primeira semana de vida (32 a 34°C), elas se mantiveram, durante toda a fase de maternidade,
acima da zona de conforto térmico da matriz (16 a 22°C). De acordo com Sampaio et al. (2004)
e Bortozolo et al. (2015), matrizes em lactação expostas a temperaturas superiores a 25°C
reduzem o consumo de ração com a finalidade de minimizar o incremento calórico e,
consequentemente, diminuem a produção de leite. A redução no consumo de alimento pela
matriz afeta o peso da leitegada ao desmame, uma vez que grande parte da energia fornecida
pela dieta, durante a fase de lactação, é utilizada para a produção de leite e assim desempenho
dos leitões.
Em relação à umidade relativa do ar (UR) foi observado (Figura 6) que os dias 19 e 21
apresentaram as médias mais altas (UR de 88%), ultrapassando a faixa considerada por
Possagnolo (2017) como crítica de para leitões lactentes (UR - 80%). A partir do 17° dia as
médias registradas foram superiores a 80% de umidade relativa, enquanto que as médias dos
demais dias ficaram entorno de 70% a 80%.
De acordo com Campos et al. (2009) a umidade relativa do ar está ligada diretamente
ao bem estar e, consequentemente, ao desempenho do animal. E quando uma alta UR está
associada a altas temperaturas faz com que haja uma redução na perda de calor por processos
evaporativos, através da respiração, sendo esse o principal mecanismo de dissipação de calor
31

dos suínos. Segundo Bortolozzo et al. (2011) e Ferreira (2011) pode haver redução na perda de
calor em até 8% quando a umidade está em 90%.

5.2 Comportamento das matrizes

Para melhor discussão dos dados obtidos as tabelas 4 e 5 exibem apenas os


comportamentos que apresentaram diferenças significativas entre si. Os demais resultados estão
disponíveis para a observação no apêndice deste trabalho.

Tabela 4 – Resultados significativos do comportamento de matrizes em lactação com a


presença de escamoteador (CE) e sem a presença de escamoteador (SE) na maternidade
(frequência %)
Tratamento (%)
Comportamento CV % EPM Valor de P
CE SE
Comportamento dia 1
Dormindo 69,93 60,74 23,45 1,978 0,019
Deitada inativa 7,13 15,46 108,30 1,579 0,007
Em pé 2,82 6,81 118,19 0,735 0,006
Comportamento dia 5
Dormindo 68,19 74,14 13,02 1,196 0,012
Amamentando 9,75 6,39 78,94 0,822 0,040
Em pé 3,13 1,81 99,05 0,315 0,035
Sentada 1,92 0,97 101,79 0,190 0,011
Comportamento dia 21
Dormindo 65,86 70,00 11,41 1,001 0,037
Bebendo 4,28 2,89 54,09 0,251 0,005
Fonte: Elaboração própria, 2019
*Significância a 5% de probabilidade pelo teste de Kruskal-Wallis

A expressão da atividade dormindo nos tratamentos avaliados (CE e SE) diferiu nos dias
1, 5 e 21 do experimento. No 1° dia as matrizes passaram 69,93% dormindo no tratamento CE,
enquanto que no SE foi de 60,74%, no 5° dia de observação houve uma frequência de 74,14%
do tempo das matrizes no SE e 68,19% no CE, para o mesmo comportamento. No 21° dia as
fêmeas permaneceram 70% do tempo dormindo no SE, enquanto que no CE ficaram 65,86%.
Tal fato pode ser explicado pela menor procura dos leitões pela mãe do CE, no primeiro dia, já
que foi observada menor frequência de leitões mamando para aqueles alojados em baias com
escamoteador.
No primeiro dia do experimento a atividade deitada inativa obteve diferença estatística
(p<0,05) nos dois tratamentos, as matrizes suínas do SE passaram cerca de 8,33% mais tempos
na posição deitada e acordada sem permitir a mamada dos leitões, comparadas as matrizes do
32

CE (7,13%), essa diferença provavelmente devido o motivo das matrizes SE passarem menos
tempo dormindo (60,74%) que as CE (69,93%).
As fêmeas suínas permaneceram no primeiro dia do experimento 6,81% em pé no SE,
enquanto as fêmeas do CE ficaram 2,8% do seu tempo em pé. No 5° dia do experimento, as
fêmeas do tratamento SE permaneceram 1,81% do seu tempo nessa posição, já as do CE ficaram
mais tempo com uma frequência de 3,13% do seu tempo na mesma posição.
Para Andersen et al. (2008) a variação do comportamento de deitada e em pé pode
caracterizar mecanismos de ajustes para que ocorra perda ou ganho de calor, logo o
comportamento postural pode ser um indicativo do estado térmico suíno. O que corrobora
com os resultados encontrados nesse trabalho, onde as médias de temperatura estiveram,
durante todo o período de lactação acima da temperatura de conforto para matrizes em lactação.
O quinto dia do experimento apresentou diferença estatística (p<0,05) entre os
tratamentos para a atividade amamentando, as matrizes suínas do tratamento com escamoteador
permaneceram 9,75% do seu tempo amamentando, enquanto as matrizes do tratamento sem
escamoteador ficaram 6,39% do seu tempo amamento ao menos um leitão. Essa diferença deve-
se pelo motivo de ter sido registrado com maior frequência pelo menos um leitão mamando nas
matrizes CE.
A atividade sentada apresentou diferença estatística (p<0,05) entre os tratamentos no
dia cinco da avaliação do comportamento, as matrizes CE permaneceram 1,92% do tempo
sentadas, enquanto as SE ficaram 0,97% do tempo sentadas. Devido ao fato das fêmeas no CE
passarem mais tempo em pé (3,13%) no 5° dia, consequentemente a postura de transição
sentada alcançaria maior frequência de ação.
No dia 21 do experimento foi observado uma diferença estatística na atividade bebendo
das matrizes (p<0,05), no qual aquelas do tratamento com escamoteador ficaram cerca de 4,28%
bebendo, enquanto as do tratamento sem escamoteador passaram 2,89% do seu tempo
realizando essa ação. Mesmo com essa diferença entre os tratamentos, pode-se afirmar que a
frequência na qual as fêmeas bebiam água deve-se mais por suas necessidades hídricas, uma
vez que em nenhum dos tratamentos foi verificado frequências compulsivas de incursões aos
bebedouros.

5.3 Comportamento dos leitões

Na tabela 5 encontra-se os resultados de comportamento dos leitões nos tratamentos


com escamoteador (CE) e sem escamoteador (SE), no 1°, 5°, 10°, 15° e 21° dia de vida dos
leitões.
33

Tabela 5 – Resultados significativos do comportamento dos leitões lactentes com a presença


de escamoteador (CE) e sem a presença de escamoteador (SE) na maternidade (frequência %)
Tratamento (%)
Comportamento CV % EPM Valor de P
CE SE
Comportamento dia 1
Mamando 31,11 37,25 27,63 1,219 0,011
Próximo à mãe 7,30 18,09 72,49 1,188 <0,0001
Aglomerados próximo à mãe 4,20 9,28 95,58 0,831 0,002
Aglomerados longe da mãe 3,97 8,48 83,67 0,673 0,001
Encolhido sozinho 0,87 2,50 118,60 0,258 0,001
Escamoteador 25,32 0,00 106,71 1,744 <0,0001
Praticando Belly nosing 0,17 0,03 191,25 0,025 0,004
Comportamento dia 5
Bebendo 0,00 0,45 194,37 0,057 <0,0001
Aglomerados próximo à mãe 4,28 7,33 69,77 0,523 0,003
Aglomerados longe da mãe 4,06 14,38 78,22 0,931 <0,0001
Deitados uniformemente 17,86 22,56 39,12 1,021 0,020
Encolhido sozinho 0,92 3,45 90,41 0,255 <0,0001
Esticado sozinho 0,31 4,24 148,41 0,437 <0,0001
Escamoteador 25,24 0,00 106,11 1,729 <0,0001
Comportamento agonístico 0,01 0,12 187,55 0,017 0,0004
Comportamento lúdico 0,06 0,17 177,15 0,027 0,037
Biting 0,01 0,13 184,11 0,016 0,0001
Comportamento dia 10
Mamando 29,96 35,14 15,93 0,669 <0,0001
Bebendo 0,02 0,24 257,17 0,043 0,012
Próximo à mãe 7,44 13,98 57,33 0,793 <0,0001
Deitados uniformemente 17,83 24,93 37,63 1,039 0,0004
Esticado sozinho 0,32 1,77 202,73 0,274 0,007
Escamoteador 25,37 0,00 105,96 1,735 <0,0001
Fuçando/Explorando 8,69 10,99 36,38 0,462 0,012
Comportamento dia 15
Mamando 29,98 34,70 16,55 0,691 0,0004
Próximo à mãe 7,24 14,41 59,65 0,834 <0,0001
Deitado uniformemente 17,21 24,79 37,86 1,026 <0,0001
Esticado sozinho 0,37 1,76 198,67 0,273 0,009
Escamoteador 25,48 0,00 105,73 1,739 <0,0001
Fuçando/Explorando 8,91 11,08 36,03 0,465 0,018
Comportamento dia 21
Mamando 30,12 35,09 15,45 0,650 <0,0001
Próximo à mãe 7,10 14,12 58,13 0,796 <0,0001
Deitado uniformemente 17,41 24,80 37,44 1,020 0,0001
Esticado sozinho 0,32 1,96 186,68 0,274 0,002
Escamoteador 25,67 0,00 106,27 1,761 <0,0001
Comportamento lúdico 0,33 0,11 168,75 0,048 0,020
Fuçando/Explorando 8,26 10,75 37,38 0,458 0,006
Fonte: Elaboração própria, 2019
*Significância a 5% de probabilidade pelo teste de Kruskal-Wallis
34

Leitões pertencentes ao tratamento SE passaram mais tempo mamando, cerca de


37,25%, 35,14%, 34,70 e 35,09% respectivamente para o 1°, 10°, 15° e 21° dias, quando
comparados aos CE 31,11%, 29,96%, 29,98% e 30,12% nos dias 1°, 10°, 15° e 21° dias
respectivamente. Os resultados obtidos no SE assemelham-se aos encontrados em trabalhos
realizados por Sabino et al. (2011), onde os leitões passavam 33,77% do seu tempo mamando.
Isso deve-se, provavelmente, ao fato de os leitões pertencentes ao tratamento com escamoteador
dividirem seu tempo em estar dentro do escamoteador e mamando, enquanto os animais sem
acesso ao escamoteador, ao invés de ficarem mais tempo em ócio gastam esse tempo mamando
na tentativa de ingerirem mais leite e de ficarem mais próximos a mãe.
No primeiro dia de vida dos leitões é observado maior consumo de leite, devido ao fato
de o sistema termorregulador desses animais não estar totalmente desenvolvido, necessitando
de aumentar suas reservas de glicogênio para que não entrem em hipoglicemia devido o gasto
energético na tentativa de se aquecerem, já que a temperatura ambiente normalmente é menor
que aquela à qual estavam habituados dentro do útero materno. Desta forma o leite é a primeira
fonte de incremento calórico através do alimento que está acessível aos leitões (Campos; Souza;
Pereira, 2008).
Nos dias 5 e 10 verificou-se diferença estatística (p<0,05) na atividade bebendo, na qual
os leitões do SE passaram mais tempo ingerindo água, cerca de 0,45% no dia 5 e 0,24% no dia
10, do que os do CE (0,00% e 0,02% para os dias 5 e 10, respectivamente). O maior tempo de
consumo de água pelos animais alojados nas baias sem escamoteadores não significa que os
leitões que possuem acesso aos escamoteadores não ingeriam água, no entanto, foi possível
observar que aqueles alojados nas baias sem escamoteador brincam mais com o bebedouro e
acabam ingerindo água com maior frequência, ao contrário daqueles que tem acesso ao
escamoteador, e que passam mais tempo dentro dos mesmos.
O comportamento dos leitões de estarem próximos à mãe apresentou diferença
significativa (p<0,05) entre os tratamentos, em todos os dias de avalição, exceto para o dia 5.
No primeiro dia foi verificado maior tempo de permanência (18,09%), seguidos pelos dias 15,
21 e 10, com 14,41%, 14,12% e 13,98%, dos animais alojados nas baias sem escamoteadores,
comparados àqueles com acesso aos escamoteadores permaneceram 7,30%, 7,24%, 7,10% e
7,44% do tempo próximos à mãe, nos dias 1, 15, 21 e 10, respectivamente.
Hötzel et al. (2011) ao avaliarem o desenvolvimento do comportamento ingestivo e
social de leitões lactentes atestou que a partir do 10° dia de vida animais criados em granjas
comerciais mantiveram-se próximos a mãe com maior frequência, devido ao fato de mamarem
mais e após a mamada permanecerem próximos a mãe. Resultados esses que corroboram com
35

o observado no experimento, onde os leitões permaneciam próximos à mãe após mamarem.


Quando analisamos apenas o tratamento sem escamoteador essa é a terceira atividade que os
leitões mais praticam.
Ao exercerem as atividades de se manterem aglomerados próximos ou distantes da mãe,
os resultados diferiram-se entre os tratamentos (p<0,05). Os leitões do SE apresentaram a
frequência de 9,28% aglomerados próximo a mãe e 8,48% longe da mãe no primeiro dia de
avaliação, enquanto no quinto dia eles se mantiveram cerca de 7,33% do tempo aglomerados
próximos a mãe e 14,38% do tempo aglomerados longe da mãe. Em contrapartida, os animais
do CE mantiveram-se aglomerados no primeiro e quinto dia cerca de 4,20% e 4,28%,
respectivamente, enquanto que foi observado para comportamento de aglomerados longe da
mãe no primeiro dia uma frequência de 3,97% e no quinto dia de 4,06%.
O horário de maior observação dos leitões aglomerados perto ou longe da mãe era pelo
período noturno. Pode-se inferir que em razão desse período apresentar, em alguns dias,
temperatura ambiente abaixo da zona de conforto térmico, os leitões deitavam-se uns sobre os
outros para evitarem as perdas de calor e manterem-se aquecidos por não terem uma fonte de
calor alternativa. De acordo com Pandorfi (2002) o ato dos animais se aglomerarem não
demostra conforto e bem estar.
Sartor et al. (2015) ao realizarem trabalhos com objetivo de avaliar o comportamento e
desempenho de leitões em escamoteadores revestidos com isolante térmico e sem isolamento
térmico, encontraram maior frequência de comportamento do tipo aglomerados fora do
escamoteador, cerca de 41,9% para o tratamento sem isolamento térmico, contrapondo-se ao
observado no tratamento qual tinha isolante térmico (29,0%). Sabino et al. (2011) também
encontrou resultados semelhantes para frequência comportamental de deitado aglomerado,
principalmente na primeira semana de vida dos leitões, com percentual médio de 23,31% do
tempo aglomerados quando os leitões não tinham uma fonte de aquecimento alternativa.
A frequência do comportamento deitados na posição uniformemente também
apresentou diferença significativa (p<0,05) entre os tratamentos. Os leitões apresentaram mais
episódios desse comportamento no tratamento SE a partir do 5° dia de vida com
respectivamente 22,56%, 24,93%, 24,79% e 24,80% para os dias 5, 10, 15 e 21 do experimento.
Enquanto que para o CE foram obtidas frequências para o dia 5, 10, 15 e 21 de 17,86%, 17,83%,
17,21% e 17,41%.
Silva et al. (2004), ao avaliarem o bem estar de leitões lactentes com o uso de visão
computacional, ressaltaram que os animais quando deitados uniformemente, ou seja, lado a
lado, expressam maior conforto térmico e bem estar, evitando o incremento de calor e mantendo
36

assim uma melhor condição da temperatura corporal.


Os animais do SE expressaram por mais tempo (p<0,05) os comportamentos deitados
esticados sozinhos e encolhidos. No primeiro dia de vida os leitões do SE permaneceram cerca
de 2,50% do seu tempo na posição encolhido, enquanto que os leitões do CE passaram 0,87%
do tempo na mesma posição, no 5° dia obtiveram cerca de 3,45% de frequência do seu tempo
encolhidos no SE, e cerca de 0,92% no CE. A menor frequência encontrada no CE deve-se
possivelmente ao fato dos leitões terem acesso ao escamoteador e, dessa forma, a uma outra
fonte de aquecimento.
A partir do 5° dia de avaliação o comportamento esticado sozinho apresentou diferenças
significativas (p<0,05) entre os tratamentos. Os leitões apresentaram a frequência de 4,24%,
1,77%, 1,76% e 1,96% respectivamente para dos dias 5, 10, 15 e 21 dias no tratamento sem
escamoteador, enquanto que aqueles alojados nas baias com escamoteador permaneceram na
posição esticado sozinhos nos dias 5, 10, 15 e 21 respectivamente 0,31%, 0,32%, 0,37% e
0,32% do seu tempo. Segundo Sobestiansky (1998), os leitões permanecem deitados de forma
esticado sozinhos quando o microclima é adequado ao conforto térmico, contrapondo os
resultados encontrados nesse trabalho.
Os animais que tinham acesso ao escamoteador passaram cerca de 25,32 % do tempo
no interior do mesmo, no primeiro dia de avaliação. Já nos dias posteriores seguiram a
frequência de 25,24%, 25,37%, 25,48% e 25,67% dentro do escamoteador sendo esse o segundo
comportamento mais frequente dos leitões no CE.
Em experimentos realizados por Sabino et al. (2011) os leitões com acesso a
escamoteadores ficaram dentro dos mesmos por 52,51% do seu tempo, cerca de 27,09% mais
tempo em média do que os encontrados no presente trabalho. No entanto, Pandorfi (2002)
observou que os leitões permaneciam cerca de 25,28% dentro do escamoteador, resultados esses
que se assemelham aos encontrados neste trabalho.
O tempo de permanência dos leitões no escamoteador depende do microclima das
instalações. No experimento os horários que se observavam maior frequência dos leitões dentro
dos escamoteadores eram durante a madrugada, provavelmente devido as temperaturas nesse
horário, em média não ultrapassarem 27°C, o que para os leitões está abaixo do conforto
térmico.
Em relação às atividades que demonstram interação social, no primeiro dia houve
diferença estatística (p<0,05) entre os tratamentos para o comportamento belly nosing, onde os
animais do CE passaram cerca de 0,17% do tempo utilizando o focinho para pressionar o
focinho, abdômen, patas traseiras ou dianteiras de outro animal, estando deitado ou em pé, e os
37

animais do SE tiveram frequência dessa ação cerca de 0,03%. Ferreira (2007) justifica essa ação
de animais jovens devido ao fato de estarem procurando o teto da mãe.
Os comportamentos agonísticos e biting diferiram-se entre si (p<0,05) apenas na quinta
avaliação, onde os leitões do SE, apresentaram comportamento agonístico em 0,12% do seu
tempo e biting em 0,13% do seu tempo, enquanto os animais do CE tiveram episódios do
comportamento agonístico em 0,01% do seu tempo e os leitões praticaram biting em 0,01% do
seu tempo. O comportamento lúdico diferiu-se (p<0,05) entre os tratamentos nos dias 5 e 21 do
experimento, onde no quinto dia os leitões do tratamento CE permaneceram 0,0,06% do tempo
realizando atividade, e no dia 21 cerca de 0,33%, enquanto que no SE respectivamente para os
dias 5 e 21 os leitões permaneceram na ação 0,17% e 0,011%.
Isso se deve provavelmente pelo fato de os animais sem acesso aos escamoteadores
passarem mais tempos acordados interagindo uns com os outros. Segundo Broom (2010) é
comportamento natural de suínos interagirem uns com outros através de movimentos com a
cabeça, empurros com movimentos de focinhos, paletas e mordidas na orelha, rabo ou patas,
pois eles demonstram intenso comportamento de contato.
A partir do décimo dia de observação os leitões alojados nas baias sem escamoteador
(SE) passaram mais tempo fuçando ou explorando a baia, comparados àqueles que tiveram
acesso aos escamoteadores. No dia 10 os leitões do tratamento sem escamoteador passaram
10,99% do tempo fuçando ou explorando, com 15 dias ficaram na ação por cerca de 11,08% e
com 21 dias permaneceram 10,75% do tempo na atividade, enquanto que os leitões que tinham
acesso ao escamoteador nos dias 10, 15 e 21 respectivamente permaneceram cerca de 8,69%,
8,91% e 8,26% do seu tempo na ação. De acordo Weary, Jasper e Hötzel (2008) e Maia et al.
(2013) leitões a partir do décimo dia de vida começam a ser mais independentes, e passam uma
certa parte do tempo fuçando ou explorando o ambiente em qual estão inseridos.

5.4 Parâmetros fisiológicos dos leitões

Na tabela 6 são apresentados os resultados médios dos parâmetros fisiológicos


(frequência respiratória, temperatura retal e temperaturas superficiais da nuca, paleta e pernil)
no tratamento com escamoteador (CE) e no tratamento sem escamoteador (SE).
A frequência respiratória (FR) diferiu estatisticamente (p<0,05) apenas no 16° dia de
vida dos leitões, onde o tratamento SE obteve média de 85,96 (mov/min), enquanto o tratamento
CE alcançou uma frequência respiratória de 75,18 (mov/min).
No entanto, se observamos os resultados encontrados nos demais dias percebemos que
38

as médias de frequência respiratória para ambos os tratamentos apresentaram-se acima do


considerado ideal por Radostits et al. (2002), que é de 50 a 30 (mov/min) durante a lactação, o
que pode indicar que o animal encontra-se em um ambiente estressante, justificado pelas
temperaturas encontradas no experimento que estiveram de forma geral acima da zona de
conforto, principalmente durante o dia.

Tabela 6 – Médias das frequências respiratórias (FR), temperatura retal (TR) e das temperaturas
superficiais (nuca, paleta e pernil) de leitões lactentes
CE SE
Variável Valor - p
Média SD Média SD
Parâmetros dia 1
FR (mov/min) 76,64 25,44 81,85 28,48 0,0905
TR (°C) 38,12 0,62 37,97 1,15 0,0806
Nuca (°C) 37,27 1,38 37,49 1,39 0,0121*
Paleta (°C) 37,22 1,14 37,40 1,24 0,0176*
Pernil (°C) 36,81 1,19 36,99 1,21 0,0696
Parâmetro dia 6
FR (mov/min) 89,69 33,03 86,57 28,93 0,6113
TR (°C) 38,38 0,99 38,20 0,98 0,0013*
Nuca (°C) 37,67 5,64 38,39 9,66 0,9737
Paleta (°C) 37,88 7,84 37,14 1,01 0,5955
Pernil (°C) 36,96 1,06 36,89 1,09 0,3636
Parâmetro dia 11
FR (mov/min) 81,11 27,67 80,39 28,29 0,6750
TR (°C) 39,03 7,92 39,09 7,91 0,1757
Nuca (°C) 37,53 5,48 37,55 5,48 0,6587
Paleta (°C) 37,98 9,53 38,38 11,08 0,5136
Pernil (°C) 36,85 0,98 36,94 0,95 0,2044
Parâmetro dia 16
FR (mov/min) 75,18 25,46 85,96 28,72 0,0000*
TR (°C) 38,02 1,27 38,29 0,53 0,0467*
Nuca (°C) 37,24 1,09 37,26 0,91 Conclusão
0,8950
Paleta (°C) 37,48 5,67 37,91 7,81 0,7431
Continua
Pernil (°C) 36,87 0,99 36,94 0,88 0,7693
Parâmetro dia 20
FR (mov/min) 79,42 23,49 84,83 30,11 0,1687
TR (°C) 38,30 1,02 38,23 1,08 0,1779
Nuca (°C) 37,20 0,77 37,69 5,63 0,0445*
Paleta (°C) 37,01 1,27 37,19 0,94 0,1377
Pernil (°C) 36,91 0,98 36,91 1,09 0,7433
Fonte: Elaboração própria, 2019
*Significância a 5% de probabilidade pelo teste de Wilcoxon
39

Em trabalhos realizados por Renaudeau et al. (2008) com o objetivo de testar os efeitos
do nível de temperatura na aclimatação térmica de suínos em diferentes idades da raça Large
White, verificaram que houve um aumento na FR dos animais quando eram expostos a
temperaturas de 28 a 36°C a partir da segunda semana de vida. O aumento da frequência
respiratória pode ser justificar pela tentativa do organismo de não agregar calor, assim por meio
de processos evaporativos o animal tenta alcançar o equilíbrio térmico corporal dissipando o
calor (Rodrigues; Zangeronimo; Fialho, 2010).
Foram encontradas diferenças estatísticas para a temperatura retal (TR) no dia 6
(p<0,05), com maior média de TR para CE de 38,38°C, enquanto o tratamento sem
escamoteador obteve média de 38,20°C. No dia 16 também foram encontradas diferenças
estatísticas (p<0,05) entre os tratamentos, com maior média para SE (38,29°C), enquanto que
o tratamento CE alcançou média de 38,02%.
As médias encontradas para a TR ficaram de acordo com a faixa considerada ideal por
Ferreira (2007) para leitões na fase de maternidade que é de 38°C a 39,3°C. Essas respostas
indicam que mudanças comportamentais, assim como fisiológicas são utilizadas para
manutenção da temperatura corporal de suínos e, nesse caso, observa-se que os leitões
conseguiram manter sua temperatura corporal por meio do aumento da frequência respiratória.
A temperatura retal é usada como índice de adaptação fisiológica ao ambiente, segundo afirma
Ferreira (2002) um aumento em seu valor significa que o animal está estocando calor e
possivelmente há um estresse calórico em seu organismo.
As temperaturas superficiais da nuca diferiram-se entre os tratamentos (p<0,05) no
primeiro dia de vida e no desmame dos leitões. No 1° dia o tratamento SE obteve maior
temperatura de nuca com média de 37,49°C, enquanto no CE a média foi de 37,27°C, e no
desmame a temperatura foi de 37,69°C no SE e no CE de 37,20°C.
Com relação a temperatura de paleta foi encontrado diferença estatística (p<0,05) entre
os tratamentos, com maior média de temperatura para SE (37,40°C) e 37,22ºC para CE no
primeiro.
O fato de o tratamento sem escamoteador alcançar temperaturas médias de nuca e paleta
mais elevadas que o tratamento com escamoteador, deve-se provavelmente pelo fato de os
leitões passarem mais tempo próximos à mãe e/ou aglomerados encostando alguma parte de
seu corpo na matriz ou em outros leitões, fazendo com que houvesse um maior incremento
calórico por condução. As temperaturas da superfície corporal não são homogêneas e estão
sujeitas às influências do ambiente externo, das condições fisiológicas e da forma da troca de
calor (Rodrigues; Zangeronimo; Fialho, 2010).
40

A temperatura superficial do pernil não foi influenciada pelos tratamentos (p>0,05) nos
diferentes dias de observação, divergindo dos resultados da temperatura superficial na nuca e
paleta. Ferreira et al. (2007) e Loureiro, Lima e Cella (2018) em seus experimentos avaliando
os parâmetros fisiológicos de leitões durante a fase de lactação também não encontraram
diferença estatística da temperatura superficial do pernil.

5.5 Desempenho da leitegada

Na tabela 7 são apresentadas as médias das variáveis: peso ao nascer (kg), peso ao
desmame (kg), ganho de peso no período (GPP) (kg), ganho de peso diário (GPD) (kg) e
consumo de ração diário (CRD), das leitegadas para o tratamento com escamoteador (CE) e
sem escamoteador (SE):

Tabela 7 – Média do peso ao nascer (kg), peso ao desmame (kg), ganho de peso no período
(GPP) (kg) e ganho de peso médio diário (GPMD) (kg d -1) e consumo de ração diário (CRD
(kg) das leitegadas no tratamento com escamoteador (CE) e sem escamoteador (SE)
CE SE
Variável Valor - p
Média SD Média SD
Peso ao nascer (kg) 16,69 2,95 14,99 2,55 0,0198*
Peso ao desmame (kg) 54,35 13,23 53,16 14,28 0,7390
GPP (kg) 37,66 13,64 51,37 14,34 0,0004*
GPMD (kg d-1) 1,79 0,65 2,45 0,68 0,0004*
CRD (kg) 0,68 0,05 0,69 0,04 0,0018*
Fonte: Elaboração própria, 2019
*Significância a 5% pelo teste de T-Student

O peso inicial da leitegada foi obtido após a redistribuição de leitões em cada baia, para
cada sala avaliada, e teve efeito significativo entre os tratamentos (p<0,05), no qual os leitões
nascidos na sala com escamoteador apresentaram maior média de peso (16,69 kg), enquanto
as leitegadas do tratamento sem escamoteador nasceram mais leves com 14,99 kg. Apesar do
peso ao nascimento ter diferido estatisticamente, não foram encontradas diferenças estatísticas
para o peso médio ao desmame das leitegadas nos dois tratamentos (p>0,05).
Segundo Morales et al. (2013) os índices de desempenho produtivo de qualquer criação
animal estão ligados diretamente ao bem estar, uma vez que animais que apresentam melhor
performance no desenvolvimento são aqueles em qual o bem estar é assegurado e isso inclui o
conforto térmico.
Com relação ao GPP das leitegadas foi encontrada diferenças estatísticas entre os
tratamentos (p<0,05), com maior ganho de peso no período para o tratamento sem escamoteador
com média de 51,37 kg, enquanto as leitegadas do tratamento com escamoteador ganharam no
período em média cerca de 37,66 kg.
41

Consequentemente também foram encontradas diferenças estatísticas para o GPMD das


leitegadas (p<0,05), onde os leitões do tratamento SE obtiveram maior ganho de peso diário
com 2,45 kg d-1, enquanto as leitegadas do tratamento CE obtiveram um GPMD de 1,79 kg d-
1
. Esses resultados podem ser explicados pelo fato dos leitões do tratamento sem escamoteador
terem passado mais tempo mamando no período, com uma frequência de 37,25%, 35,14%,
34,70% e 35,09% para os dias 1, 10, 15 e 21 respectivamente, enquanto os leitões do CE
permaneceram para os mesmos dias de observação respectivamente 31,11%, 29,96%, 29,98%
e 30,12%.
Em relação ao consumo de ração diário das leitegadas foi verificado efeito (p<0,05)
entre os tratamentos, no qual as leitegadas do tratamento sem escamoteador consumiram mais
ração (0,69 kg d-1) do que as leitegadas do tratamento com escamoteador (0,68 kg d -1).
Provavelmente pelo fato dos animais SE terem permanecido com maior frequência fuçando ou
explorando a baia, ficaram mais tempo acessando o comedouro e consumindo a ração, por
necessidade ou curiosidade, comparados àqueles que tiveram acesso aos escamoteadores (CE).
Apesar da diferença entre os tratamentos, a presença de escamoteador não modificou
exageradamente o comportamento alimentar dos leitões do CE. De acordo com Possagnolo
(2017) leitões em crescimento quando inseridos em condições ambientais ótimas na fase de
maternidade (24°C a 28°C) tendem a apresentar melhor consumo de ração ad libitum, abaixo
ou acima dessa faixa de conforto o consumo pode diminuir em torno de 0,044 kg d-1/°C.
Os percentuais de viabilidade, mortalidade e das causas mortis dos leitões durante a fase
de maternidade no tratamento com escamoteador (CE) e sem escamoteador (SE) são
demonstrados na figura 7. Ao todo houveram 24 mortes no tratamento com escamoteador e 41
no tratamento sem escamoteador.
Observa-se que a viabilidade do tratamento com escamoteador foi maior, apresentando
92,73% de viabilidade, enquanto que o SE exibiu viabilidade 87,58% ao desmame, ou seja, a
sala que tinha escamoteadores desmamou cerca de 5% a mais de leitões que a sala que não tinha
escamoteador.
A taxa de mortalidade para o tratamento sem escamoteador foi superior (12,42%), a do
tratamento com escamoteador (7,27%). Sartor (2015) ao avaliar a mortalidade de leitões que
tinham isolamento térmico em seus escamoteadores e os que não tinham, observou que aqueles
pertencentes ao tratamento sem isolamento térmico obtiveram maior mortalidade dos leitões
com 9,5%, enquanto o tratamento que tinha isolamento térmico alcançou uma taxa de
mortalidade de 8,1%.
42

Figura 7 – Percentual da viabilidade, mortalidade e das causas mortis dos leitões durante a fase
de maternidade no tratamento com escamoteador (CE) e sem escamoteador (SE)
100% 92,73%
87,58%
90%
80,49%
80%
70% 66,67%

60%
50%
40% 33,32%
30%
19,52%
20% 12,42%
7,27%
10%
0%
Viabilidade Taxa de mortalidade Esmagamento Outras causas

T1 T2

Fonte: Arquivo pessoal, 2019

Nota-se através do comportamento dos animais maior frequência de leitões próximos à


mãe no tratamento sem escamoteador (SE), com média de 15,15% de frequência do tempo,
comparados aos do tratamento com escamoteador (CE), com média de episódios próximos à
mãe de 7,27%. Por sua vez o tratamento SE apresentou taxa de mortalidade, com cerca de
80,49% das causas de morte por esmagamento, enquanto que no tratamento CE a causa de
morte por esmagamento foi de 66,67%, outras causas mortis no CE foi de 33% e no SE de 20%.
Possagnolo (2017) ao avaliar a mortalidade por esmagamento de leitões lactentes que
eram submetidos a diferentes tipos de piso para aquecimento nos escamoteadores atestou que
nos tratamentos onde os pisos eram aquecidos a mortalidade dos leitões por esmagamento foi
cerca de 6,3% menor do que aqueles que não tinham aquecimento. A maior taxa de mortalidade
por esmagamento dos leitões que não tinham piso aquecido no escamoteador devia-se ao fato
de os leitões tentarem se aquecer perto da mãe e assim acabarem esmagados com algum
movimento da matriz.
Esses achados apoiam a hipótese de que quando leitões não possuem um abrigo para se
aquecerem, ou quando esse abrigo não é capaz de aquecer eficientemente eles recorrem a matriz
nessa tentativa de aquecimento e quando a mãe muda de posição pode esmagar algum leitão.
43

6 CONCLUSÃO

O uso de escamoteadores em região de clima quente mostrou-se eficaz como abrigo


aquecido, em virtude da ocorrência de temperaturas abaixo da zona de conforto dos leitões,
principalmente nos primeiros dias de vida, evitando assim altas taxas de morte por
esmagamento.
44

REFERÊNCIAS

ABPA – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PROTEÍNA ANIMAL. Carne Suína. Relatório


Anual 2018.
ABRAHÃO, A. A. F.; VIANNA, W. L.; CARVALHO, L. F. O. S.; MORETTI, A. S. Causas
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49

APÊNDICES

Apêndice A – Tabela dos resultados encontrados para o comportamento das matrizes suínas
em lactação com a presença de escamoteador (CE) e sem escamoteador (SE)
Tratamento
Comportamento CV, % EPM Valor de P
CE SE
Comportamento dia 1
Dormindo 69,93 60,74 23,45 1,978 0,019
Comendo 5,69 5,21 54,29 0,382 0,529
Bebendo 2,96 2,87 93,38 0,352 0,897
Deitada inativa 7,13 15,46 108,30 1,579 0,007
Amamentando 9,49 7,25 81,06 0,876 0,202
Em pé 2,82 6,81 118,19 0,735 0,006
Sentada 1,83 1,67 128,29 0,289 0,782
Movimento com a língua 0,02 0,00 774,60 0,012 0,322
Lamber 0,00 0,00 - - -
Abrir e fechar 0,09 0,00 467,59 0,028 0,098
Morder 0,02 0,00 774,60 0,012 0,322
Comportamento dia 5
Dormindo 68,19 74,14 13,02 1,196 0,012
Comendo 5,56 4,44 61,37 0,396 0,163
Bebendo 3,57 3,15 47,63 0,206 0,317
Deitada inativa 7,73 8,82 48,91 0,523 0,302
Amamentando 9,75 6,39 78,94 0,822 0,040
Em pé 3,13 1,81 99,05 0,315 0,035
Sentada 1,92 0,97 101,79 0,190 0,011
Movimento com a língua 0,02 0,07 377,32 0,022 0,309
Lamber 0,02 0,05 573,99 0,026 0,654
Abrir e fechar 0,09 0,14 274,71 0,041 0,578
Morder 0,02 0,02 543,06 0,016 1,000
Comportamento dia 10
Dormindo 68,84 70,07 9,80 0,879 0,490
Comendo 5,56 5,12 38,90 0,268 0,416
Bebendo 3,33 2,80 54,10 0,214 0,217
Deitada inativa 7,48 8,01 63,74 0,637 0,680
Amamentando 9,49 9,42 48,48 0,592 0,954
Em pé 3,10 2,78 97,22 0,369 0,664
Sentada 2,04 1,67 92,33 0,221 0,406
Movimento com a língua 0,02 0,02 543,06 0,016 1,000
Lamber 0,00 0,00 - - -
Abrir e fechar 0,12 0,09 296,65 0,040 0,775
Morder 0,02 0,02 543,06 0,016 1,000
Comportamento dia 15
Dormindo 69,05 70,07 9,78 0,879 0,567
Comendo 5,49 5,12 39,11 0,268 0,492
Bebendo 3,50 2,80 52,42 0,213 0,104
Deitada inativa 7,25 8,01 63,87 0,629 0,548
Amamentando 9,35 9,42 49,17 0,596 0,954

Continua
50

Conclusão
Em pé 3,26 2,78 94,57 0,369 0,515
Sentada 1,97 1,67 95,01 0,223 0,504
Movimento com a língua 0,02 0,02 543,06 0,016 1,000
Lamber 0,00 0,00 - - -
Abrir e fechar 0,09 0,09 292,19 0,035 0,996
Morder 0,02 0,02 543,06 0,016 1,000
Comportamento dia 21
Dormindo 65,86 70,00 11,41 1,001 0,037
Comendo 5,63 5,21 37,61 0,263 0,432
Bebendo 4,28 2,89 54,09 0,251 0,005
Deitada inativa 8,61 7,73 60,31 0,636 0,494
Amamentando 10,07 9,51 49,13 0,621 0,659
Em pé 3,13 2,71 96,46 0,363 0,570
Sentada 2,27 1,78 92,46 0,242 0,320
Movimento com a língua 0,02 0,07 377,32 0,022 0,309
Lamber 0,00 0,00 - - -
Abrir e fechar 0,12 0,09 296,65 0,040 0,775
Morder 0,02 0,00 774,60 0,012 0,322
Fonte: Elaboração própria, 2019
*Significância a 5% pelo teste de Kruskal-Wallis

Apêndice B – Tabela dos resultados encontrados para o comportamento dos leitões lactentes
com a presença de escamoteador (CE) e sem escamoteador (SE)
Tratamento
Comportamento CV, % EPM Valor de P
CE SE
Comportamento dia 1
Mamando 31,11 37,25 27,63 1,219 0,011
Comendo 0,02 0,15 419,43 0,046 0,166
Bebendo 0,00 0,42 536,50 0,145 0,150
Próximo à mãe 7,30 18,09 72,49 1,188 <0.0001
Aglomerados próximo à mãe 4,20 9,28 95,58 0,831 0,002
Aglomerados longe da mãe 3,97 8,48 83,67 0,673 0,001
Deitados uniformemente 18,07 14,65 62,64 1,323 0,200
Encolhido sozinho 0,87 2,50 118,60 0,258 0,001
Esticado sozinho 0,30 0,27 139,90 0,052 0,796
Escamoteador 25,32 0,00 106,71 1,744 <0.0001
Comportamento agonístico 0,01 0,00 554,18 0,004 0,164
Comportamento Lúdico 0,06 0,00 459,47 0,018 0,092
Belly nosing 0,17 0,03 191,25 0,025 0,004
Biting 0,01 0,01 356,10 0,003 0,759
Fuçando ou Explorando 8,60 8,87 38,11 0,430 0,755
Comportamento dia 5
Mamando 30,48 31,49 15,65 0,626 0,424
Comendo 0,50 0,83 123,44 0,106 0,128
Bebendo 0,00 0,45 194,37 0,057 <0.0001
Próximo à mãe 7,30 5,82 62,18 0,526 0,162
Aglomerados próximo à mãe 4,28 7,33 69,77 0,523 0,003
Aglomerados longe da mãe 4,06 14,38 78,22 0,931 <0.0001
Deitados uniformemente 17,86 22,56 39,12 1,021 0,020
Encolhido sozinho 0,92 3,45 90,41 0,255 <0.0001
Continua
51

Esticado sozinho 0,31 4,24 148,41 0,437 <0.0001


Escamoteador 25,24 0,00 106,11 1,729 <0.0001
Comportamento agonístico 0,01 0,12 187,55 0,017 0,0004
Comportamento Lúdico 0,06 0,17 177,15 0,027 0,037
Belly nosing 0,18 0,30 115,22 0,036 0,079
Biting 0,01 0,13 184,11 0,016 0,0001
Fuçando ou Explorando 8,78 8,72 32,25 0,364 0,933
Comportamento dia 10
Mamando 29,96 35,14 15,93 0,669 <0.0001
Comendo 0,73 0,83 112,07 0,112 0,668
Bebendo 0,02 0,24 257,17 0,043 0,012
Próximo à mãe 7,44 13,98 57,33 0,793 <0.0001
Aglomerados próximo à mãe 4,29 5,72 68,75 0,444 0,108
Aglomerados longe da mãe 4,08 4,80 69,12 0,396 0,366
Deitados uniformemente 17,83 24,93 37,63 1,039 0,0004
Encolhido sozinho 0,92 1,21 76,32 0,105 0,169
Esticado sozinho 0,32 1,77 202,73 0,274 0,007
Escamoteador 25,37 0,00 105,96 1,735 <0.0001
Comportamento agonístico 0,01 0,03 305,99 0,008 0,388
Comportamento Lúdico 0,13 0,11 197,92 0,031 0,739
Belly nosing 0,20 0,23 141,70 0,040 0,683
Biting 0,02 0,02 231,19 0,005 0,811
Fuçando ou Explorando 8,69 10,99 36,38 0,462 0,012
Comportamento dia 15
Mamando 29,98 34,70 16,55 0,691 0,0004
Comendo 1,03 0,65 101,10 0,110 0,084
Bebendo 0,16 0,23 181,82 0,045 0,422
Próximo à mãe 7,24 14,41 59,65 0,834 <0.0001
Aglomerados próximo à mãe 4,19 5,85 69,02 0,447 0,063
Aglomerados longe da mãe 4,06 4,89 69,01 0,399 0,299
Deitados uniformemente 17,21 24,79 37,86 1,026 <0.0001
Encolhido sozinho 0,95 1,24 76,70 0,108 0,173
Esticado sozinho 0,37 1,76 198,67 0,273 0,009
Escamoteador 25,48 0,00 105,73 1,739 <0.0001
Comportamento agonístico 0,02 0,02 283,61 0,008 0,953
Comportamento Lúdico 0,18 0,11 179,46 0,034 0,363
Belly nosing 0,22 0,24 136,82 0,040 0,822
Biting 0,02 0,02 219,19 0,005 0,948
Fuçando ou Explorando 8,91 11,08 36,03 0,465 0,018
Comportamento dia 21
Mamando 30,12 35,09 15,45 0,650 <0.0001
Comendo 1,42 1,03 77,58 0,122 0,108
Bebendo 0,40 0,34 125,01 0,059 0,592
Próximo à mãe 7,10 14,12 58,13 0,796 <0.0001
Aglomerados próximo à mãe 3,95 5,51 72,50 0,443 0,077
Aglomerados longe da mãe 3,74 4,76 72,20 0,396 0,204
Deitados uniformemente 17,41 24,80 37,44 1,020 0,0001
Encolhido sozinho 0,96 1,27 81,20 0,117 0,187
Esticado sozinho 0,32 1,96 186,68 0,274 0,002
Escamoteador 25,67 0,00 106,27 1,761 <0.0001
Continua
52

Conclusão
Comportamento agonístico 0,04 0,02 231,00 0,009 0,340
Comportamento Lúdico 0,33 0,11 168,75 0,048 0,020
Belly nosing 0,25 0,24 122,15 0,038 0,907
Biting 0,04 0,03 186,28 0,007 0,426
Fuçando ou Explorando 8,26 10,75 37,38 0,458 0,006
Fonte: Elaboração própria, 2019
*Significância a 5% pelo teste T-Student

Apêndice C – Etograma aplicado nas observações de comportamento

Fonte: Elaboração própria, 2018


53

Apêndice D – Parâmetros coletados

Fonte: Elaboração própria, 2018

Apêndice E – Consumo e sobras de ração diariamente

Fonte: Elaboração própria, 2018

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