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FACULDADE DE CIÊNCIAS DO TOCANTINS

CAMPUS II LÚIS PIRES


CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL DA ESPÉCIE VEADO

ARAGUAÍNA -TO
2023
FACULDADE DE CIÊNCIAS DO TOCANTINS
CAMPUS II LÚIS PIRES
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL DA ESPÉCIE VEADO

Acadêmicos: Gabriela Gomes Carvalho da Silva, Glenda Souza Oliveira, Geovanna Taisnara
S. Alves, Hellem Cristina Silva de Souza, Hugo Fernando Alves Pereira, Myllena Cynthia
Brandão de Abreu, Raphaela Sousa Lima e Robson Bruno Sousa Lima.

Este trabalho tem o objetivo de


realizar o enriquecimento
ambiental da espécie Veado,
para obtenção de nota na N1 da
disciplina de Clínica e Manejo
de animais Silvestres,
ministrada pela professora
Adriana Genelhú Carreira, do
curso de Medicina Veterinária
na Faculdade de Ciências do
Tocantins – FACIT.

ARAGUAÍNA -TO
2023
RESUMO:

A Estância Vitória, localizada na cidade de Araguaína, Tocantins, é um espaço destinado à


criação de veados em cativeiro e outros animais. Nesse contexto o enriquecimento ambiental
para veados é uma prática que melhora visa a qualidade de vida desses animais em cativeiro,
fornecendo estímulos e desafios que simulam o ambiente natural em que vivem. Isso inclui a
oferta de uma variedade de alimentos, brinquedos, objetos e estruturas que permitem aos
vedados se engajar em comportamentos naturais, como pastar, explorar e se proteger. O
enriquecimento ambiental pode ajudar a reduzir o estresse e o comportamento anormal em
vetados em cativeiro, além de melhorar sua saúde e bem-estar. Os cuidadores devem levar em
consideração as necessidades e os indivíduos influenciados de cada animal ao implementar
programas de enriquecimento ambiental. Algumas práticas comuns incluem a introdução de
árvores, arbustos e grama em recintos de vedados, além de fornecer troncos e galhos para eles
mastigarem e resistirem seus chifres. Alimentos com diferentes texturas e consistências
também podem ser oferecidos, e brinquedos como bolas e objetos que podem ser
manipulados podem fornecer desafios cognitivos para os veados.

INTRODUÇÃO:

Enriquecimento ambiental (EA) é uma forma de buscar a melhor qualidade de vida para um
animal mantido em cativeiro, mantendo-o mais ativo e diminuindo suas estereotipias, ou seja,
algum comportamento que ele não teria se estivesse em seu habitat natural (Damasceno,
2018; Massari et al., 2018; Silva et al., 2015). Podendo ter configurações sociais ou físicas, o
EA não consiste em apenas colocar objetos no recinto, compreende também o tamanho do
mesmo, o tipo de forragem (revestimento do local onde o animal dorme) e contato social com
outros animais (Massari et al., 2018). Em cativeiro, esses animais precisam se exercitar com
estímulos semelhantes aos encontrados lá fora, pois, uma vez que foram retirados de seu
ambiente, foi retirada também a necessidade de lutar por sobrevivência e, portanto, ficam
inativos, perdendo grande parte de seus comportamentos instintivos devido à falta de
complexidade do recinto do zoológico (Damasceno, 2018; Silva et al., 2015). A existência de
estereotipias está diretamente relacionada ao baixo grau de bem-estar, desencadeadas pelo
estresse da privação de liberdade, comprometendo o crescimento, a capacidade imunológica e
reprodutiva, facilitando enfermidades e aumentando a mortalidade (Artigas & Fischer, 2019).
Ambientes enriquecidos contribuem para o BEA, melhora a saúde psicológica do animal,
reduzindo o estresse e prevenindo comportamentos anormais. Também facilita o manejo e
promove educação ambiental aos visitantes do zoológico. Os animais que são criados nestes
ambientes raramente apresentam distúrbios comportamentais; pelo contrário, agem de modo
semelhante à sua natureza, aumentando a taxa reprodutiva e são mais suscetíveis às
adaptações, contribuindo diretamente à reintrodução de alguns desses animais ao habitat
natural (Garcia & Bernal, 2015; Leira et al., 2017). É comprovado que o EA tem efeitos
significativos se tratando de emoção, cognição, comportamento, fisiologia, peso corporal,
reprodução, secreção hormonal, desenvolvimento da prole e ainda controle do estresse por
estar preso no mesmo local por muito tempo (Massari et al., 2018). Tem sido cada vez mais
reconhecido como uma maneira de melhorar o bem-estar desses animais, providenciando
estímulos que satisfazem as necessidades espécie-específica de cada um (Damy et al., 2010).

OBJETIVO:
Este trabalho foi realizado num contexto de estudo e aprendizado na fazenda Estância Vitória
e pretendia, primariamente, diminuir ou eliminar qualquer comportamento anormal
apresentado pelos animais, através da implementação de técnicas de enriquecimento
ambiental. Foi também objetivo aumentar o reportório comportamental. Nas técnicas de
enriquecimento ambiental alimentar (EAA) procura-se introduzir alterações nos períodos de
alimentação, através do fornecimento de novos alimentos e/ou alterando a forma como o
alimento é disponibilizado. Em cativeiro, o tempo despendido pelos animais em atividades de
alimentação tende a ser menor do que seria no meio natural, uma vez que o alimento é
normalmente fornecido pronto a ingerir. O facto existir uma rotina de alimentação vincada
também pode levar ao aumento da frequência de comportamentos estereotipados, com
consequências no bem-estar animal. A alteração da forma como o alimento é fornecido pode
conduzir à diminuição da frequência de comportamentos anormais e aumentar a ocorrência
de comportamentos normais. A previsibilidade no período de alimentação também promove a
ocorrência de comportamentos mais naturais em animais de cativeiro.

MATERIAIS E MÉTODOS:
Para o enriquecimento ambiental podem ser utilizados diversos objetos, como por
exemplo, tubos de PVC, boomerball (bolas de plástico duras), bambu, ratos de brinquedo,
frutas congeladas, gravetos, capim e folhas secas, cordas, garrafas pet, sangue, urina e fezes.
Há outras possibilidades de técnicas baratas e relativamente fáceis de serem aplicadas, para
isto, basta ser criativo e atender a alguns critérios de segurança, como: os itens artificiais
devem ser atóxicos; os itens usados não devem facilitar a fuga ou causar ferimentos nos
animais (por isso, não podem espetar ou prender) e não podem ser arremessados pelos
animais, ferindo dessa forma os visitantes. Também devem ser adequados para cada recinto,
não podem permanecer por muito tempo nele, pois assim perderia o caráter de novidade, para
isso deve se alterar o tipo de enriquecimento e sua frequência (DOMINGUEZ, 2008). É
importante ressaltar que os animais devem ter oportunidade de escolha, isto é, eles não são
obrigados a interagir com os itens oferecidos.

ANIMAIS QUE IRÃO PARTICIPAR DO TRABALHO:


Participarão do estudo 3 veados, sendo 2 deles por entrega voluntária e o outro vítima
de atropelamento. Um possui fratura na pelve e não consegue ser reabilitado para vida livre,
outro possui fratura na mandíbula e também não consegue ser reabilitado para vida livre. O
outro veado nasceu na Estância e seria liberado para vida livre, o Naturatins iria pegar o
animal pra fazer a soltura, mas pelo fato dele ter distúrbio de comportamento e as vezes ter
comportamentos agressivos com os outros, e ate mesmo bater nos outros animais, acharam
melhor manter o animal na Estância. O animal com distúrbio de comportamento foi o veado
que recebeu o enriquecimento ambiental e futuramente ele será castrado, terá seus chifres
serradas e continuará vivendo na Estância.

ANTES DO ENRIQUECIMENTO
Recinto onde os animais ficam alojados, medindo aproximadamente 15 metros de
largura (L), por 18 metros de comprimento (C).
Figura 1: Recinto onde os animais ficavam alojados (gansos e veados), antes do enriquecimento. Fonte: arquivo pessoal.

Figura 2: Recinto onde os animais ficavam alojados, principalmente os veados, antes do enriquecimento. Fonte: arquivo
pessoal.
Figura 3: Recinto de vista panorâmica onde os animais ficavam alojados (gansos e veados) antes do enriquecimento. Fonte:
arquivo pessoal.

DEPOIS DO ENRIQUECIMENTO
Nos veados foram aplicados quatro diferentes enriquecimentos ambiental (EA), dois
do tipo alimentar e um do tipo sensorial, que consequentemente serviam para os gansos
também (excluindo o estendal):

1. Introdução de novos alimentos – nestes dias, além do alimento já disponível,


eram dadas diferentes plantas aos animais, que variavam consoante a
disponibilidade, espalhando o alimento – plantas e vegetais eram colocados
em locais aleatórios no recinto, procurando repetir-se o menos possível esses
locais (Figura 4 e 5).

Figura 4: Vegetações (fonte de alimento) inseridos em locais aleatórios no recinto. Fonte: arquivo pessoal.
Figura 5: Vegetações (fonte de alimento) inseridos em locais aleatórios no recinto. Fonte: arquivo pessoal.

2. “Estendal” com alimento – colocou-se o alimento pendurado numa corda presa


entre duas estacas (que servem também como coçadores).

Figura 6;7: Estendal com frutas e verduras no recinto. Fonte: arquivo pessoal.
3. Introdução de fonte de coçadores e interações para os animais.

Figura 7: Veado interagindo com a guirlanda de bambu inserida pelos alunos no recinto. Fonte: arquivo pessoal.

CONCLUSÃO
RAFAELA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
MOREZZI, Beatriz Bezerra et al. Enriquecimento ambiental em zoológicos. PubVet, v. 15,
p. 188, 2020.

BROOM, D. M. MOLENTO, C.F.M. Bem estar animal: Conceito e questões relacionadas –


Revisão. Archives of Veterinary Science v. 9, n. 2, p. 1-11, 2004

VELOSO, Ana Catarina Gonçalves. Enriquecimento ambiental em animais de cativeiro.


2018. Tese de Doutorado. Universidade do Porto (Portugal).

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