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MECANISMOS TERMORREGULATÓRIOS
(ESTE MATERIAL FOI PREPARADO A PARTIR DE TESES E ARTIGOS
DESSES AUTORES: Marcelo Bastos Cordeiro, Angélica Signor Mendes,
Rony Antônio Ferreira)
Introdução
Os membros do reino animal podem ser divididos em dois grupos:
endotérmicos (homeotérmicos, de sangue quente) e ectotérmicos
(pecilotérmicos, de sangue frio).
Os endotérmicos produzem calor endógeno devido a sua alta taxa
metabólica (7 a 10 vezes maior do que a dos pecilotérmicos), com isso
sua temperatura corporal independe da temperatura externa dentro de
certa variação. Já a temperatura corporal dos pecilotérmicos fica próxima
da temperatura ambiente devido à baixa taxa metabólica.
Fontes de calor metabólico
O metabolismo da energia ingerida no alimento ou da energia armazenada
na forma de glicogênio produzem energia química na forma de trifosfato
de adenosina (ATP) ou fosfato de creatinina.
A oxidação de uma molécula de 1 grama de glicose produz 39 moles de
ATP, cada mole de ATP produz 9 kcal de energia que pode ser usada
pelos sistemas biológicos. Ou seja, 1 grama de glicose produzirá 351 kcal
de energia útil.
A equação para a oxidação de uma molécula de 1 grama de glicose é:
C6H12O6 + 6CO2 = 6C02 + 6H20 + 686 kcal
Portanto, 1 grama de glicose produzirá 686 kcal de energia, sendo que
351 kcal será utilizada pelo organismo, e o restante da energia ( 335 kcal)
como calor.
O suíno por ser homeotérmico mantém sua temperatura interna dentro
dos limites estreitos de variações significativas de temperatura ambiente
(Cossin & Bowler, 1987). Esta manutenção da temperatura corporal mais
ou menos constante é permitida pela termorregulação a qual assegura o
equilíbrio dinâmico entre o calor produzido pelo organismo (produção de
calor ou termogênese), e cedido ao meio ambiente (perdas de calor ou
termólise).
O suíno pode ser considerado como um sistema termodinâmico, que
continuamente troca energia com o ambiente. Segundo Baeta & Souza
(1997), os fatores externos do ambiente tendem a produzir variações
internas no animal, influindo na quantidade de energia trocada entre
ambos, havendo, então, a necessidade de ajustes fisiológicos para a
ocorrência do balanço de calor.
Nos suínos, a temperatura interna deve manter-se dentro de uma faixa
relativamente estreita, entre 38°C e 40°C (MULLER, 1989; ESMAY, 1969).
Fluxos de calor sensível de calor latente
A quantidade de calor gerada pelo suíno depende principalmente do seu
tamanho, da energia metabolizável ingerida e da eficiência de utilização
da energia contida nos alimentos (BRUCE & CLARK, 1979). Este calor tem
que ser dissipado através de mecanismos de trocas térmicas entre o
animal e o ambiente, envolvendo transferência de calor que, segundo
CURTIS (1983), pode ser por meio sensível (condução, convecção e
radiação) e por via latente (evaporação da água a partir da pele e do
aparelho respiratório).
No fluxo de calor sensível, segundo INCROPERA & DEWITT (1990), pode-
se definir a condução como a transferência de calor por difusão referente
ao transporte de energia num meio provocado por um gradiente de
temperatura. A convecção é a transferência de energia pelo movimento de
líquido ou gás em contato com a pele, seja ar ou água. A troca de calor
por meio de radiação envolve a transferência de calor por ondas
eletromagnéticas.
A troca de energia por convecção por animal é proporcional à sua área, à
diferença de temperatura entre a superfície do animal e o ar sobre a
camada limite e o coeficiente de convecção. Segundo Mount (1979), a
condução é a forma sensível de transferência de calor que contribui
menos no total de calor dissipado do animal para o ambiente.
Os suínos em geral possuem a habilidade de dissipar o calor interno por
condução através da pele. Animais em confinamento se beneficiam desta
via de transferência de calor na presença de pisos molhados em torno do
bebedouro. A transferência de calor por condução é diretamente
relacionada com a temperatura da superfície do piso (NAAS, 1998).
Bruce & Clark (1979), encontraram que em condições de
termoneutralidade as perdas por radiação e por convecção são mais
importantes. Quando a temperatura sobe acima da temperatura crítica
superior, as perdas de calor latente aumentam com o incremento da
temperatura ambiente, podendo, para valores baixos de temperatura
ambiente, tornarem-se constantes.
No fluxo de calor latente, as formas conhecidas de troca são a
condensação e a evaporação, cujos fluxos são causados por gradientes
de pressão de vapor.
Quando o suíno está em um ambiente coma temperatura elevada, as
formas latentes de troca de calor são acionadas. Essas formas são de
fundamental importância, uma vez que as formas sensíveis deixam de ser
efetivadas no balanço homeotérmico à medida que a temperatura
ambiente se aproxima da corporal.
Segundo ROSENBERG et al. (1983), as formas latentes de troca de calor
constituem o principal mecanimso de dissipação de energia em
ambientes quentes, sendo este processo muito importante para os
homeotermos na prevenção da hipertermia.
Nos suínos, o principal meio de perda de calor latente é via evaporaçãoda
água, através do aparelho respiratório, pois a perda de calor através da
vaporização do suor na pele é insignificante.
As perdas de calor sensível dependem fundamentalmente do gradiente de
temperatura entre a superfície do animal e o ambiente, a medida que
estas temperaturas se aproximam por aumento da temperatura ambiente,
o fluxo de calor sensível vai diminuindo. O animal no intuito de aumentar
as suas perdas de calor, para manter sua temperatura corporal constante,
passa a utilizar as vias evaporativas de perda de calor.