Este documento discute o metabolismo energético e termorregulação nos animais. Explica como os animais produzem e perdem calor para manter a temperatura corporal constante através de mecanismos como a sudoração, vasoconstrição e respiração. Também descreve como fatores ambientais como temperatura e umidade afetam o metabolismo e produção dos animais.
Este documento discute o metabolismo energético e termorregulação nos animais. Explica como os animais produzem e perdem calor para manter a temperatura corporal constante através de mecanismos como a sudoração, vasoconstrição e respiração. Também descreve como fatores ambientais como temperatura e umidade afetam o metabolismo e produção dos animais.
Este documento discute o metabolismo energético e termorregulação nos animais. Explica como os animais produzem e perdem calor para manter a temperatura corporal constante através de mecanismos como a sudoração, vasoconstrição e respiração. Também descreve como fatores ambientais como temperatura e umidade afetam o metabolismo e produção dos animais.
METABOLISMO ENERGÉTICO Num período de 10 horas uma cobaia é capaz de produzir a mesma quantidade de calor que o que se desprende queimando 3,3 g de carbono e o dióxido de carbono produzido nesse período é igual também ao que produzem os 3,3 g de carbono ao queimar-se. Pode se demonstrar que existe a mesma relação entre consumo de oxigénio e produção de calor, independentemente se o carbono queima-se no interior ou fora do organismo. Calorimetria Directa O calor produzido por um animal pode se medir num calorímetro de gelo, que consiste numa câmara onde introduz-se o animal, rodeada de outra cheia de gelo. A quantidade de calor produzido pelo animal vem determinada pela medida da quantidade de gelo fundido durante um dado período de tempo e multiplicando o volume de água pelo calor latente do gelo, que é de 79 cal/g. Calorimetria Indirecta O metabolismo 1 g de gordura produz 9,3 cal e 1 g de hidratos de carbono produz 4,1 calorias. Como quer que seja, estes dois princípios são completamente oxidados a dióxido de carbono e água, deveriam obter-se os mesmos valores ao queimar 1 g de gordura ou 1 g de hidratos de carbono fora do organismo. Calorimetria Indirecta As proteínas produzem 5,3 calorias quando se queimam fora do organismo, mas só 4,1 quando são metabolizados. Esta diferença na produção de calor deve-se à excreção de nitrogénio como produto indesejável no metabolismo protéico. A diferença praticamente desaparece quando o equivalente calórico da urina e fezes adicionam-se à cifra metabólica da proteína. Calorimetria Indirecta A produção de calor por litro de oxigénio consumido depende dos compostos metabolizados. Portanto, a determinação desta produção requer conhecer as quantidades de proteína, gordura e hidratos de carbono metabolizados durante o período experimental. Esta determinação baseia-se na excreção de nitrogénio na urina e a quantidade de oxigénio consumido e dióxido de carbono excretado. A relação dióxido de carbono espirado dividido por oxigénio inspirado CO2/O2 conhece-se como quociente respiratório. Calorimetria Indirecta O quociente respiratório dos hidratos de carbono é 1,0 já que uma molécula de oxigénio utilizado produz uma molécula de dióxido de carbono. As gorduras contêm relativamente menos quantidade de oxigénio que os hidratos de carbono, pelo que precisam-se mais moléculas de oxigénio que de dióxido de carbono produzido. Parte do oxigénio consumido utiliza-se para oxidar uma porção de hidrogénio à água e isto dá um quociente respiratório de 0,7. As proteínas têm um quociente respiratório de 0,8. Tabela 1. Produc. de calor, consumo de O 2 e produc. de CO2 resultante do metabol.
Litros de O2 Litros de CO2 Quociente
Produção de calor consumidos por g produzidos por g respiratório
Total kcal/g No organismo kcal/g
Hidratos de 4,2 4,2 0,83 0,83 1,00
carbono
Gordura 9,5 9,5 2,02 1,43 0,71
Proteínas 5,7 4,5 0,97 0,78 0,81
Metabolismo Basal O metabolismo basal refere-se a quantidade de calor produzido por um animal em repouso absoluto, durante 12-24 horas depois de comer, e pode ser referido como o mais baixo índice de produção calórica. A libertação de energia é o resultado do catabolismo dos tecidos próprios do animal. O metabolismo basal depende da área de superfície do corpo e do peso do animal. Valores aproximados de metabolismo basal para 24 horas são: Bovino (500 Kg; 6,7 m2), 6.600 Kcal; Suino (100 Kg; 2,2 m2), 2.000 Kcal; Ovelha (40 Kg; 1,2 m2), 1.000 Kcal. TERMORREGULAÇÃO Baseiando-se nas relações entre sua temperatura corporal e o meio que os rodeia, os animais podem- se dividir em dois grandes grupos: animais de sangue frio ou poiquilotermos e de sangue quente ou homeotermos. Os animais de sangue frio mudam sua temperatura corporal segundo a do meio que os rodeia, enquanto que os de sangue quente são capazes de regular sua produção e perdas de calor, de tal forma que a temperatura corporal se mantenha constante, independentemente das mudanças que aconteçam no meio que os rodeia. Tabela 2. Temperatura corporal dos animais domésticos
Temperatura rectal Animal
Cavalo 37,5 – 38,0
Potro 38,0 – 39,0
Vaca 38,0 – 39,0
Ovelha 39,0 – 40,0
Cabra 39,0 – 40,0
Porca 38,5 – 39,5
TERMORREGULAÇÃO A temperatura corporal, medida no recto, varia entre as distintas espécies; como norma geral, a temperatura dos jovens é mais alta que no animal adulto. O incremento da temperatura corporal conhece-se com o nome de febre. Esta condição a iniciam os pirógenos, compostos que se podem isolar das bactérias e podem também libertar-se a partir dos granulocitos. Os pirógenos actuam directamente sobre o hipotálamo. A febre inicia-se por uma supressão da perda de calor e talvéz por um aumento da produção calórica. Uma vez alcançada a nova condição, os mecanismos de regulação operam como antes, mas ao novo nível. Quando a temperatura volta ao nível normal, libertam-se grandes quantidades de calor. Equilíbrio Calórico A manutenção duma temperatura corporal constante requer que o animal esteja em equilíbrio térmico, o que significa que a produção seja igual à perda. Para mantêr o equilíbrio térmico, o animal deve alterar o mecanismo de produção de calor, mudando o ritmo metabólico, e da perda de calor, ao mudar o ritmo de perda pela superfície do corpo ou pelo aparelho respiratório. A perda de calor depende em grande parte da temperatura da pele. Por meio das anastomoses arterio-venosas o sangue é conduzido ou retirado dos capilares superficiais, de acordo com a demanda para perder ou conservar calor do corpo. Equilíbrio Calórico O intercâmbio de calor entre o organismo e o meio que o rodeia ocorre por métodos de condução, convenção, radiação e evaporação. A condução é o intercâmbio de calor entre dois meios em contacto íntimo. Um animal pode perder calor desta forma quando se enconta sobre o solo. A convenção é o intercâmbio de calor movendo água ou ar. A radiação é o intercâmbio de calor de um corpo ao outro sem que mude a temperatura do ar. A radiação só depende da diferença de temperatura entre os dois objectos, não da temperatura do ar; um exemplo deste tipo de intercâmbio calórico é a radiação solar. A evaporação da água liberta 0,58 Kcal por grama. A quantidade de calor perdido desta forma depende da humidade relativa do ar. Se esta cifra se aproxima a 100%, não existe evaporação. A perda de calor por evaporação pode aumentar-se por sudoração. Mecanismos de Controlo As respostas termorreguladoras reflexas e semirreflexas incluem mudanças autonómicas, somáticas, endócrinas e comportamentais. Um grupo de respostas aumenta a perda de calor e diminui a produção do mesmo; o outro atua no sentido inverso. Se si expõe um animal ao frio intentará incrementar sua produção de calor aumentando a actividade voluntária e involuntária, aumentando a ingestão de alimentos e incrementando a produção de adrenalina. Mecanismos de Controlo Uma exposição prolongada ao frio causa aumento da produção de hormona tiroidea e portanto um aumento do metabolismo basal. O animal exposto ao frio intenta, contudo, diminuir a perda de calor mediante vasoconstrição cutânea e erecção do pêlo. Quando a temperatura ambiente diminue a um certo nível, o animal não pode compensá-lo e diminue sua temperatura corporal. Um animal exposto ao calor aumenta a perda de suor por vasodilatação cutânea, sudoração e aumento da respiração; posteriormente diminuirá a produção de calor ao restringir a ingestão de alimentos e chegará a um estado de letargia. Quando a temperatura ambiente alcança um nível determinado, o animal será incapaz de compensá-lo e se elevará sua própria temperatura. INFLUÊNCIA DO AMBIENTE NA PRODUÇÃO ANIMAL O intervalo entre as temperaturas mais baixa e mais alta, facilmente toleradas, conhecido como zona termoneutra, difere nas diversas espécies e raças. A sudoração é muito importante no gado bovino, cujas glândulas sudoríparas entram em actividade ao elevar-se a temperatura externa ou por acção directa dos raios solares. Temperaturas superiores aos 25o C incrementam o ritmo respiratório, o apetite diminue e por consequência também a produção de leite.