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Mecanismos neurais:
Reflexo: para ter um reflexo a primeira coisa que precisa ter é
um estímulo, detectado por um receptor sensorial, levado por
aferências ao SNC. Por eferências, o SNC envia uma resposta
efetora
o estímulo para sua ativação é a
pressão arterial, detectada pelos barorreceptores que
levam informação por aferência ao bulbo e este, por
eferências simpática (nos vasos) e parassimpática (nas
células marcapasso), leva uma resposta efetora aos
vasos sanguíneos e coração. É um tipo de
PAM: pressão arterial média mecanoceptor
PAD: pressão arterial diastólica o Barorreceptores: localizados no arco da aorta
PAS: pressão arterial sistólica e na parede das artérias aorta e carótidas.
Acompanham o grau de estiramento desses
Claude bernard (1852): secção da medula cervical de coelhos, vasos. Canais de sódio mecanodependentes
observou-se que as orelhas do coelho ficavam vermelhas e abrem e entram sódio, despolarizando esses
quentes (vasodilatação das orelhas) neurotransmissores, disparando um potencial
Dittmar (1873): localizou estruturas do bulbo central no controle de ação até o bulbo. Quando a pressão arterial
cardiovascular em coelhos (não diferenciação de áreas tônicas e diminui, os barorreceptores estão inibidos. –
reflexogênicas) Quanto menor a PA, menor disparo de
Bayliss (1901): conceito bimodal do bulbo – centros potencial de ação dos barorreceptores.
vasoconstritores e vasodepressores que atuavam para governar o Simpático: quando o potencial de ação
o tônus vasomotor chega no núcleo do trato solitário (NTS), pode
Alexander (1946): estudos da porção dorsal do bulbo de gatos fazer sinapse excitatória liberando L-
• Pedro Guertzenstein (1970): fez experimento com glutamato tanto para o CVL (Região Caudo
gatos, abrindo o pescoço chegando na superfície Ventral Lateral do Bulbo), quanto para o NA
ventral do bulbo, colocando anéis ao redor do bulbo, (núcleo ambíguo). Após o CVL ser estimulado
aplicando drogas nessas regiões. Observou que quando pela liberação de L-glutamato, dispara
colocava numa parte rostral, a pressão arterial caia. potencial de ação até RVL (Rostro Ventro
Quando colocava numa parte ventral, a pressão arterial Lateral do Bulbo) onde ocorre sinapse
caia – percebeu que a porção ventral, rostral e lateral inibitória, liberando GABA nessa região, que
do bulbo era responsável pela manutenção do tônus faz sinapse na medula espinal com um
vasomotor (região RVL). A região caudal também tinha neurônio pré-ganglionar simpático, liberando
efeito cardiovascular Ach para o neurônio pós-sináptico que libera
NOR para os vasos sanguíneos (causando
vasoconstrição) e para o coração
(aumentando a FC e força contrátil). Essa Um indivíduo que possui hipertensão não consegue regular sozinho
excitação abre canais de cloreto e a sua pressão devido ao organismo entender que o normal dele é
hiperpolarizam os neurônios pós-ganglionares, uma pressão alta, com isso, há regulação dos barorreceptores
por isso, não consegue mais disparar potencial para manter a faixa de normalidade dessa pessoa (o que é
de ação até a medula espinal (para de liberar considerada alta) quando há diminuição ou aumento fora dessa
noradrenalina para os vasos do coração) faixa
→ Neurônios pré-motores simpáticos:
neurônios que saem do RVL e vão até
a medula. São inibidos pelo GABA e
são ativados pelo L-Glutamato.
Também é excitado pela angiotensina-
2 que vem do hipotálamo
o Parassimpático: o neurônio NTS é
projetado para a área de NA (Núcleo
Ambíguo), liberando L-glutamato, excitando
essa região, fazendo sinapse com o neurônio
da região parassimpática, liberando Ach no
coração (células marcapasso, diminuindo a FC),
não inerva vasos!
Como ocorre a regulação da pressão alta: toda vez que a
pressão arterial aumenta, há maior distensão da parede arterial,
aumentando o estímulo dos barorreceptores e a liberação de
glutamato pelo NTS. Duas vias são ativadas, uma estimula o CVL,
aumentando a liberação de GABA ao RVL, diminuindo a atividade ocorre por estímulo respiratório,
do simpático sobre vasos e coração. Outra via é a liberação de quando há variação da pressão parcial de O2 ou CO2
glutamato no NA, aumentando a estimulação do parassimpático identificados pelos quimiorreceptores. Essa diferença é
sobre o coração levada por aferências até o bulbo que por eferências
simpática e parassimpática gera uma resposta
o Quimiorreceptores: recebem informações de
pCO2, pO2 e pH. Se localizam nas células
glomus dos corpúsculos carotídeos e da aorta.
São irrigados por ramificação da carótida
externa, podendo assim determinar a
composição do sangue na artéria
→ Hipóxia (↓O2) e hipercapnia
(↑CO2): estimulam os
Como ocorre a regulação da pressão baixa: menor estimulação quimiorreceptores que geram
dos barorreceptores também libera menos glutamato pelo NTS, potencial de ação e levam a
há menor estimulação do CVL e com isso, há menor liberação de informação ao NTS, onde ocorre
GABA, o que estimula o simpático. Também estimula menos o NA, sinapse mediada por L-glutamato, a
menos neurônios pós-ganglionares parassimpático são informação vai direto para o RVL,
estimulados, diminuindo a ação do parassimpático estimula o neurônio pré-motor
simpático provocando liberação de
NOR pelo neurônio pós-sináptico, que
gera vasoconstrição nos vasos,
aumentando a RP e a PA. Ao mesmo
tempo, os quimiorreceptores
estimulam o NTS e de lá a informação
também vai para o NA com liberação
de L-glutamato, que estimula o
neurônio pré-ganglionar
parassimpático que faz sinapse com
o pós-ganglionar, liberando o Ach que
age nos receptores muscarínicos do o Desencadeia aumento da pressão arterial
coração, diminuindo FC. intracraniana
A ação do simpático causa aumento da PA
e a ação do parassimpático causa Mecanismos humorais:
bradicardia
→ Hiperóxia (↑O2): induz queda
pode ser ativado em situações fisio-patológicas quando há queda
transitória da PA de pressão arterial por hipovolemia (hemorragia, desidratação
o Numa hipóxia curta normalmente o coração intensa)
tem bradicardia (poupa o trabalho cardíaco e
uso de ATP) e resposta pressora – estímulo o Entra em ação quando temos situações de hipovolemia
do parassimpático. Numa hipóxia prolongada ou diminuição de hiperfusão renal
há predomínio do simpático, podendo dar o Nos néfrons entre a arteríola aferente e a eferente
taquicardia – estímulo do simpático existe a mácula densa e, ao redor das arteríolas estão
as células justaglomerulares. O conjunto da mácula
densa com as células justaglomerulares é chamado de
chamado de Bezold- aparelho justaglomerular. Quando há diminuição da
Jarisch, descrito por von Bezold e Hirt (1867). pressão arterial, o fluxo sanguíneo diminui e isso é
Composto por receptores que detectam variação de percebido pelas células justaglomerulares devido à
volume (mecânica) na junção das veias cavas com o distensão da parede das arteríolas aferentes ser
átrio direito e por receptores que percebem estímulos menor, liberando renina
químicos nos ventrículos. o A secreção de renina (enzima), é dada através da ação
o É ativado pelo estímulo da distensão da junção do simpático que libera NOR, esta, se liga aos
das veias cavas e o átrio direito, onde estão receptores β das células justaglomerulares que induz
localizados os receptores cardiopulmonares também a liberação de renina. Produzida no rim, é
causado por grande elevação da volemia. A lançada para a circulação através da arteríola aferente.
informação chega no NTS, saindo pelo RVL, Age em um peptídeo chamado de angiotensinogênio
diminuindo a atividade do simpático, que causa (produzido no fígado), clivando-o em angiotensina I –
vasodilatação e hipotensão, e aumentando a esse encontro se dá na circulação!
atividade do parassimpático, provocando o A angiotensina I vai para a circulação pulmonar. Na
diminuição da FC. A resposta é a queda da PA circulação pulmonar existe uma enzima chamada de
(hipotensão, facilita a saída de sangue) e da ECA (enzima conversora de angiotensina) que quebra a
FC (bradicardia, aumentar o volume do DC) angiotensina I, transformando-a em angiotensina II – é
o Já no segundo caso, os receptores formanda na circulação pulmonar e depois é levada
cardiopulmonares dos ventrículos detectam para a circulação sistêmica
substâncias químicas liberadas na inflamação,
como prostaglandinas e bradicininas. Levam a Enalapril e captopril são fármacos inibidores da ECA, usados para
informação para o bulbo que ativa o pacientes com hipertensão arterial. Também inibem a enzina
parassimpático, causando bradicardia e inibe o Cininase II, aumentando a concentração de bradic inina que atua
simpático, causando hipotensão. Ocorre em nos vasos e aumenta a concentração de prostaglandinas e NO,
infartos, por exemplo que fazem vasodilatação
o O soro não pode ser distribuído de forma
rápida, pois pode ativar esse reflexo, o A angiotensina II ao chegar na circulação encontra
causando bradicardia e hipotensão receptores que pode se ligar (AT1* e AT2) –
principalmente na AT1 nas células musculares lisas dos
desencadeado quando tem vasos sanguíneos, agindo na vasoconstrição. Ela também
aumento da pressão intracraniana, começa aumentar a pode ir até a glândula adrenal, no córtex há receptores
pressão do líquor sobre as estruturas cerebrais. O RVL que sinalizam a secreção de aldosterona na circulação,
é estimulado mecanicamente por esse aumento de que age nas células do final dos túbulos contorcidos
pressão, com efeito parecido ao gerado pela distais e início dos ductos coletores do néfron,
estimulação por L-glutamato. Estimulam a atividade do provocando reabsorção de sódio (isso faz com que
simpático gerando hipertensão arterial e também seja liberado vasopressina, o que aumenta a
vasoconstrição. Isso ocorre para manter a perfusão PA)
central a fim de manter a função cardiorrespiratória
intacta. Certas estruturas do SNC que se encontram
principalmente na superfície, podem ser lesadas
Losartana age bloqueando o receptor AT1 da angiotensina II, o o Angiotensina 1-7: produzido na circulação, considerada
que bloqueia a vasoconstrição e a liberação de aldosterona um antagonista fisiológico da angiotensina II, causa
(pacientes que não respondem bem ao inibidor de ECA – efeito fisiológico oposto desta – pode ser produzida
captopril, enalapril, ramipril e lisinopril) através da angiotensina I pela ação da enzima PEP ou
NEP ou pela angiotensina II pela ação da enzima
O órgão subfornical (SBO) que se encontra no terceiro ventrículo, PEP/PCP ou ECA2*
possuem receptores AT1. Quando a angiotensina II chega nessa
região, os neurônios sinalizam neurônios do hipotálamo (núcleos
paraventricular e supraóptico), região da produção de ADH-
– formado principalmente no
vasopressina. Na circulação atua nos receptores V1 dos vasos núcleo supraóptico e em menor escala no núcleo paraventricular
sanguíneos e causam vasoconstrição e nos receptores V2 nos do hipotálamo
rins aumentando a reabsorção de água. Também estimula a o É transportado pelo trato hipotálamo-hipofisário e
produção de aldosterona armazenado em grânulos na neurohipófise
o Provoca vasoconstrição por ativação de receptores V1
→ Célula da mácula densa (final do ramo e também aumenta a reabsorção de água no ducto
ascendente e início do túbulo contorcido distal) coletor por ativação de receptores V2
podem liberar renina, não pela perfusão renal, → V1 – existe nas células musculares lisa dos
mas sim pela absorção de sódio no vasos sanguíneos, metabotrópico, associado à
ultrafiltrado proteína Gq (ativa a fosfolipase C, formando
→ Células justaglomerulares (células musculares IP3 e DAG). IP3 ajuda a sair mais cálcio do
lisas modificadas), produzem renina, detectam retículo sarcoplasmático e DAG também age
distensão da parede da arteríola aferente e da mesma forma. Causa vasoconstrição a
diminuição da pressão de perfusão na partir da contração das células musculares
arteríola aferente, por meio do aumento da
perfusão renal ou por estímulo do simpático
(maior liberação de renina)
sintetizado
pelas células atriais do coração, age nas artérias renais e nas
glândulas adrenais
o Estímulo para liberação: estiramento do átrio por
expansão aguda de volume (aumento da volemia)
o É um peptídeo que faz perder sódio na urina, logo,
perde-se mais água também
o Existem outros peptídeos também – urodilatina, CNP e
BNP
o Nas artérias renais o ANP se liga a receptores que
geram vasodilatação renal
o Receptores: NPRA* (acoplada à guanilato ciclase,
aumentado o AMPc, ativando a cascata vasodilatadora),
NPRC
→ O AMPc ajuda na vasodilatação devido à sua
ação na miosina fosfatase que quebra a
ligação actina-miosina causando relaxamento
muscular e vasodilatação renal. Isso aumenta o
fluxo sanguíneo renal e a taxa de filtração
glomerular
→ O AMPc também pode fazer uma sinalização
na secreção de aldosterona, diminuindo sua
síntese. Chegando no córtex da adrenal e via
sinalização intracelular ativa adenilato ciclase,
estimulando uma proteína G inibindo canais de
cálcio, e com a falta de cálcio intracelular, não
há sinalização para a secreção de aldosterona
– perda de sódio e, consequentemente, perda
de água na urina, diminuição da volemia
→ Essa diminuição ocorre devido à viscosidade
das células sanguíneas, pelo atrito entre as
células do sangue com a parede do endotélio e
pela distância percorrida que também auxilia
Princípios físicos: fluxo sanguíneo no sistema cardiovascular, nessa diminuição da pressão
conceitos de fluxo (qtde/min) + pressão + resistência ao fluxo
sanguíneo + velocidade (distância/tempo)
• Sistema cardiovascular: é um sistema fechado e
unidirecional (devido à presença das valvas), o 1. Uma determinada pressão promove um determinado
movimento de sangue permite a perfusão dos tecidos fluxo sanguíneo
o O gradiente de pressão é diretamente
proporcional ao fluxo sanguíneo
o Se o coração tiver alguma alteração quanto
• O sangue flui devido à diferença de gradiente de ao débito cardíaco, há variação no fluxo
pressão (diferença de pressão entre dois pontos) – sanguíneo – ex: infarto, IC – diminui a força
maior no ventrículo esquerdo e nas artérias de contração cardíaca, diminui o gradiente de
pressão, diminui o fluxo da perfusão
→ Causa diminuição do fluxo sanguíneo nas
periferias (mãos e pés frios)
Fatores neurais:
2. Existem inervações do simpático, a liberação do
simpático causa vasodilatação muscular (β2) ou
vasoconstrição periférica (α1)
• O fluxo sanguíneo não é linear, é laminar devido ao
atrito que tem com o endotélio. Logo, a velocidade é
• É gerada pelas Forças de Starling – são as pressões
diferente dependendo do vaso sanguíneo
geradas na microcirculação que determinam a filtração
o Velocidade laminar: a velocidade é máxima no
ou reabsorção
centro do vaso e mínima junto à parede
1. PC (pressão capilar): pressão exercida pelo
vascular
sangue na parede do vaso. Força a saída do
• Na patologia, quando se tem um fluxo turbulento
fluido
(turbilhonamento), está presente em bifurcações,
2. Pressão coloidosmótica do plasma (=pressão
estreitamentos, dilatações e irregularidades endoteliais
oncótica): força gerada pelas proteínas
dos vasos, favorecendo o contato das células e das
plasmáticas promovendo a entrada do fluido pro
plaquetas com o endotélio – há maior chance de
interior do vaso
ocorrer trombose ou formação de placas de ateroma
3. Pressão do líquido intersticial: força exercida do
(aterosclerose)
líquido intersticial contra a parede do capilar e
• O fluxo turbulento pode ser medida através da medicina
promove a entrada do líquido no capilar
de Reynold – maior o valor que 2000, maior a
4. Pressão coloidosmótica do líquido intersticial: em
probabilidade de turbulência (e de ocorrer as patologias)
condições fisiológicas é zero!
Mecanismos compensatórios:
→ Mecanismo de Frank-Starling
→ Aumento da atividade nervosa simpática
→ Sistema renina-angiotensina-aldosterona
→ Peptídeo natriurético atrial (ANP)
→ Endotelina
→ Hipertrofia miocárdica (concêntrica) – adição de
sarcômeros em paralelo
Na IC, o mecanismo
ajuda a manter o DC que pode ser normal em repouso em
pessoas com a patologia
o O mecanismo torna-se ineficaz se o coração
se enche demais e as fibras musculares se
distendem excessivamente
o Pacientes com IC possuem menor aumento de
DC com aumento da pressão diastólica final
de aldosterona, o que leva a um quadro de
hipertensão
o Quanto maior a reabsorção de sódio, maior a
estimulação da angiotensina II, estimulando o
SNC a secretar vasopressina, que tem ação
vasoconstritora em receptores V1 dos vasos
e também aumenta a reabsorção de água,
levando a um aumento da volemia – tudo isso
causa mais aumento da hipertensão, levando a
um quadro deletério para o paciente