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• Diâmetro do vaso, grau de viscosidade do sangue (varia

por desidratação, anemia)


• PA = DC x RP
A pressão arterial é a força exercida pelo sangue contra a • Volume sistólico, frequência cardíaca, tudo isso
parede das grandes artérias influencia e precisa ser modificada para modelar a
→ Média da população: 120x80 mmHg pressão arterial
→ Há pessoas que conseguem chegar num patamar de
240x190 mmHg com hipertensão maligna
A pressão pode sofrer mudanças contínuas ao longo do tempo
dependendo da atividade exercida pelo indivíduo • Neurais (regula rapidamente a PA) – barorreflexo,
quimiorreflexo, reflexo cardiopulmonar (Bezold-Jarish),
reflexo de Bainbridge e reflexo de Cushing
• Humorais (regula mais lentamente a PA)
• Pressão mínima (diastólica): 80 mmHg • Os mecanismos locais fazem apenas ajuste local do
• Pressão máxima (sistólica): 120 mmHg fluxo sanguíneo

Mecanismos neurais:
Reflexo: para ter um reflexo a primeira coisa que precisa ter é
um estímulo, detectado por um receptor sensorial, levado por
aferências ao SNC. Por eferências, o SNC envia uma resposta
efetora
o estímulo para sua ativação é a
pressão arterial, detectada pelos barorreceptores que
levam informação por aferência ao bulbo e este, por
eferências simpática (nos vasos) e parassimpática (nas
células marcapasso), leva uma resposta efetora aos
vasos sanguíneos e coração. É um tipo de
PAM: pressão arterial média mecanoceptor
PAD: pressão arterial diastólica o Barorreceptores: localizados no arco da aorta
PAS: pressão arterial sistólica e na parede das artérias aorta e carótidas.
Acompanham o grau de estiramento desses
Claude bernard (1852): secção da medula cervical de coelhos, vasos. Canais de sódio mecanodependentes
observou-se que as orelhas do coelho ficavam vermelhas e abrem e entram sódio, despolarizando esses
quentes (vasodilatação das orelhas) neurotransmissores, disparando um potencial
Dittmar (1873): localizou estruturas do bulbo central no controle de ação até o bulbo. Quando a pressão arterial
cardiovascular em coelhos (não diferenciação de áreas tônicas e diminui, os barorreceptores estão inibidos. –
reflexogênicas) Quanto menor a PA, menor disparo de
Bayliss (1901): conceito bimodal do bulbo – centros potencial de ação dos barorreceptores.
vasoconstritores e vasodepressores que atuavam para governar o Simpático: quando o potencial de ação
o tônus vasomotor chega no núcleo do trato solitário (NTS), pode
Alexander (1946): estudos da porção dorsal do bulbo de gatos fazer sinapse excitatória liberando L-
• Pedro Guertzenstein (1970): fez experimento com glutamato tanto para o CVL (Região Caudo
gatos, abrindo o pescoço chegando na superfície Ventral Lateral do Bulbo), quanto para o NA
ventral do bulbo, colocando anéis ao redor do bulbo, (núcleo ambíguo). Após o CVL ser estimulado
aplicando drogas nessas regiões. Observou que quando pela liberação de L-glutamato, dispara
colocava numa parte rostral, a pressão arterial caia. potencial de ação até RVL (Rostro Ventro
Quando colocava numa parte ventral, a pressão arterial Lateral do Bulbo) onde ocorre sinapse
caia – percebeu que a porção ventral, rostral e lateral inibitória, liberando GABA nessa região, que
do bulbo era responsável pela manutenção do tônus faz sinapse na medula espinal com um
vasomotor (região RVL). A região caudal também tinha neurônio pré-ganglionar simpático, liberando
efeito cardiovascular Ach para o neurônio pós-sináptico que libera
NOR para os vasos sanguíneos (causando
vasoconstrição) e para o coração
(aumentando a FC e força contrátil). Essa Um indivíduo que possui hipertensão não consegue regular sozinho
excitação abre canais de cloreto e a sua pressão devido ao organismo entender que o normal dele é
hiperpolarizam os neurônios pós-ganglionares, uma pressão alta, com isso, há regulação dos barorreceptores
por isso, não consegue mais disparar potencial para manter a faixa de normalidade dessa pessoa (o que é
de ação até a medula espinal (para de liberar considerada alta) quando há diminuição ou aumento fora dessa
noradrenalina para os vasos do coração) faixa
→ Neurônios pré-motores simpáticos:
neurônios que saem do RVL e vão até
a medula. São inibidos pelo GABA e
são ativados pelo L-Glutamato.
Também é excitado pela angiotensina-
2 que vem do hipotálamo
o Parassimpático: o neurônio NTS é
projetado para a área de NA (Núcleo
Ambíguo), liberando L-glutamato, excitando
essa região, fazendo sinapse com o neurônio
da região parassimpática, liberando Ach no
coração (células marcapasso, diminuindo a FC),
não inerva vasos!
Como ocorre a regulação da pressão alta: toda vez que a
pressão arterial aumenta, há maior distensão da parede arterial,
aumentando o estímulo dos barorreceptores e a liberação de
glutamato pelo NTS. Duas vias são ativadas, uma estimula o CVL,
aumentando a liberação de GABA ao RVL, diminuindo a atividade ocorre por estímulo respiratório,
do simpático sobre vasos e coração. Outra via é a liberação de quando há variação da pressão parcial de O2 ou CO2
glutamato no NA, aumentando a estimulação do parassimpático identificados pelos quimiorreceptores. Essa diferença é
sobre o coração levada por aferências até o bulbo que por eferências
simpática e parassimpática gera uma resposta
o Quimiorreceptores: recebem informações de
pCO2, pO2 e pH. Se localizam nas células
glomus dos corpúsculos carotídeos e da aorta.
São irrigados por ramificação da carótida
externa, podendo assim determinar a
composição do sangue na artéria
→ Hipóxia (↓O2) e hipercapnia

(↑CO2): estimulam os
Como ocorre a regulação da pressão baixa: menor estimulação quimiorreceptores que geram
dos barorreceptores também libera menos glutamato pelo NTS, potencial de ação e levam a
há menor estimulação do CVL e com isso, há menor liberação de informação ao NTS, onde ocorre
GABA, o que estimula o simpático. Também estimula menos o NA, sinapse mediada por L-glutamato, a
menos neurônios pós-ganglionares parassimpático são informação vai direto para o RVL,
estimulados, diminuindo a ação do parassimpático estimula o neurônio pré-motor
simpático provocando liberação de
NOR pelo neurônio pós-sináptico, que
gera vasoconstrição nos vasos,
aumentando a RP e a PA. Ao mesmo
tempo, os quimiorreceptores
estimulam o NTS e de lá a informação
também vai para o NA com liberação
de L-glutamato, que estimula o
neurônio pré-ganglionar
parassimpático que faz sinapse com
o pós-ganglionar, liberando o Ach que
age nos receptores muscarínicos do o Desencadeia aumento da pressão arterial
coração, diminuindo FC. intracraniana
A ação do simpático causa aumento da PA
e a ação do parassimpático causa Mecanismos humorais:
bradicardia
→ Hiperóxia (↑O2): induz queda
pode ser ativado em situações fisio-patológicas quando há queda
transitória da PA de pressão arterial por hipovolemia (hemorragia, desidratação
o Numa hipóxia curta normalmente o coração intensa)
tem bradicardia (poupa o trabalho cardíaco e
uso de ATP) e resposta pressora – estímulo o Entra em ação quando temos situações de hipovolemia
do parassimpático. Numa hipóxia prolongada ou diminuição de hiperfusão renal
há predomínio do simpático, podendo dar o Nos néfrons entre a arteríola aferente e a eferente
taquicardia – estímulo do simpático existe a mácula densa e, ao redor das arteríolas estão
as células justaglomerulares. O conjunto da mácula
densa com as células justaglomerulares é chamado de
chamado de Bezold- aparelho justaglomerular. Quando há diminuição da
Jarisch, descrito por von Bezold e Hirt (1867). pressão arterial, o fluxo sanguíneo diminui e isso é
Composto por receptores que detectam variação de percebido pelas células justaglomerulares devido à
volume (mecânica) na junção das veias cavas com o distensão da parede das arteríolas aferentes ser
átrio direito e por receptores que percebem estímulos menor, liberando renina
químicos nos ventrículos. o A secreção de renina (enzima), é dada através da ação
o É ativado pelo estímulo da distensão da junção do simpático que libera NOR, esta, se liga aos
das veias cavas e o átrio direito, onde estão receptores β das células justaglomerulares que induz
localizados os receptores cardiopulmonares também a liberação de renina. Produzida no rim, é
causado por grande elevação da volemia. A lançada para a circulação através da arteríola aferente.
informação chega no NTS, saindo pelo RVL, Age em um peptídeo chamado de angiotensinogênio
diminuindo a atividade do simpático, que causa (produzido no fígado), clivando-o em angiotensina I –
vasodilatação e hipotensão, e aumentando a esse encontro se dá na circulação!
atividade do parassimpático, provocando o A angiotensina I vai para a circulação pulmonar. Na
diminuição da FC. A resposta é a queda da PA circulação pulmonar existe uma enzima chamada de
(hipotensão, facilita a saída de sangue) e da ECA (enzima conversora de angiotensina) que quebra a
FC (bradicardia, aumentar o volume do DC) angiotensina I, transformando-a em angiotensina II – é
o Já no segundo caso, os receptores formanda na circulação pulmonar e depois é levada
cardiopulmonares dos ventrículos detectam para a circulação sistêmica
substâncias químicas liberadas na inflamação,
como prostaglandinas e bradicininas. Levam a Enalapril e captopril são fármacos inibidores da ECA, usados para
informação para o bulbo que ativa o pacientes com hipertensão arterial. Também inibem a enzina
parassimpático, causando bradicardia e inibe o Cininase II, aumentando a concentração de bradic inina que atua
simpático, causando hipotensão. Ocorre em nos vasos e aumenta a concentração de prostaglandinas e NO,
infartos, por exemplo que fazem vasodilatação
o O soro não pode ser distribuído de forma
rápida, pois pode ativar esse reflexo, o A angiotensina II ao chegar na circulação encontra
causando bradicardia e hipotensão receptores que pode se ligar (AT1* e AT2) –
principalmente na AT1 nas células musculares lisas dos
desencadeado quando tem vasos sanguíneos, agindo na vasoconstrição. Ela também
aumento da pressão intracraniana, começa aumentar a pode ir até a glândula adrenal, no córtex há receptores
pressão do líquor sobre as estruturas cerebrais. O RVL que sinalizam a secreção de aldosterona na circulação,
é estimulado mecanicamente por esse aumento de que age nas células do final dos túbulos contorcidos
pressão, com efeito parecido ao gerado pela distais e início dos ductos coletores do néfron,
estimulação por L-glutamato. Estimulam a atividade do provocando reabsorção de sódio (isso faz com que
simpático gerando hipertensão arterial e também seja liberado vasopressina, o que aumenta a
vasoconstrição. Isso ocorre para manter a perfusão PA)
central a fim de manter a função cardiorrespiratória
intacta. Certas estruturas do SNC que se encontram
principalmente na superfície, podem ser lesadas
Losartana age bloqueando o receptor AT1 da angiotensina II, o o Angiotensina 1-7: produzido na circulação, considerada
que bloqueia a vasoconstrição e a liberação de aldosterona um antagonista fisiológico da angiotensina II, causa
(pacientes que não respondem bem ao inibidor de ECA – efeito fisiológico oposto desta – pode ser produzida
captopril, enalapril, ramipril e lisinopril) através da angiotensina I pela ação da enzima PEP ou
NEP ou pela angiotensina II pela ação da enzima
O órgão subfornical (SBO) que se encontra no terceiro ventrículo, PEP/PCP ou ECA2*
possuem receptores AT1. Quando a angiotensina II chega nessa
região, os neurônios sinalizam neurônios do hipotálamo (núcleos
paraventricular e supraóptico), região da produção de ADH-
– formado principalmente no
vasopressina. Na circulação atua nos receptores V1 dos vasos núcleo supraóptico e em menor escala no núcleo paraventricular
sanguíneos e causam vasoconstrição e nos receptores V2 nos do hipotálamo
rins aumentando a reabsorção de água. Também estimula a o É transportado pelo trato hipotálamo-hipofisário e
produção de aldosterona armazenado em grânulos na neurohipófise
o Provoca vasoconstrição por ativação de receptores V1
→ Célula da mácula densa (final do ramo e também aumenta a reabsorção de água no ducto
ascendente e início do túbulo contorcido distal) coletor por ativação de receptores V2
podem liberar renina, não pela perfusão renal, → V1 – existe nas células musculares lisa dos
mas sim pela absorção de sódio no vasos sanguíneos, metabotrópico, associado à
ultrafiltrado proteína Gq (ativa a fosfolipase C, formando
→ Células justaglomerulares (células musculares IP3 e DAG). IP3 ajuda a sair mais cálcio do
lisas modificadas), produzem renina, detectam retículo sarcoplasmático e DAG também age
distensão da parede da arteríola aferente e da mesma forma. Causa vasoconstrição a
diminuição da pressão de perfusão na partir da contração das células musculares
arteríola aferente, por meio do aumento da
perfusão renal ou por estímulo do simpático
(maior liberação de renina)
sintetizado
pelas células atriais do coração, age nas artérias renais e nas
glândulas adrenais
o Estímulo para liberação: estiramento do átrio por
expansão aguda de volume (aumento da volemia)
o É um peptídeo que faz perder sódio na urina, logo,
perde-se mais água também
o Existem outros peptídeos também – urodilatina, CNP e
BNP
o Nas artérias renais o ANP se liga a receptores que
geram vasodilatação renal
o Receptores: NPRA* (acoplada à guanilato ciclase,
aumentado o AMPc, ativando a cascata vasodilatadora),
NPRC
→ O AMPc ajuda na vasodilatação devido à sua
ação na miosina fosfatase que quebra a
ligação actina-miosina causando relaxamento
muscular e vasodilatação renal. Isso aumenta o
fluxo sanguíneo renal e a taxa de filtração
glomerular
→ O AMPc também pode fazer uma sinalização
na secreção de aldosterona, diminuindo sua
síntese. Chegando no córtex da adrenal e via
sinalização intracelular ativa adenilato ciclase,
estimulando uma proteína G inibindo canais de
cálcio, e com a falta de cálcio intracelular, não
há sinalização para a secreção de aldosterona
– perda de sódio e, consequentemente, perda
de água na urina, diminuição da volemia
→ Essa diminuição ocorre devido à viscosidade
das células sanguíneas, pelo atrito entre as
células do sangue com a parede do endotélio e
pela distância percorrida que também auxilia
Princípios físicos: fluxo sanguíneo no sistema cardiovascular, nessa diminuição da pressão
conceitos de fluxo (qtde/min) + pressão + resistência ao fluxo
sanguíneo + velocidade (distância/tempo)
• Sistema cardiovascular: é um sistema fechado e
unidirecional (devido à presença das valvas), o 1. Uma determinada pressão promove um determinado
movimento de sangue permite a perfusão dos tecidos fluxo sanguíneo
o O gradiente de pressão é diretamente
proporcional ao fluxo sanguíneo
o Se o coração tiver alguma alteração quanto
• O sangue flui devido à diferença de gradiente de ao débito cardíaco, há variação no fluxo
pressão (diferença de pressão entre dois pontos) – sanguíneo – ex: infarto, IC – diminui a força
maior no ventrículo esquerdo e nas artérias de contração cardíaca, diminui o gradiente de
pressão, diminui o fluxo da perfusão
→ Causa diminuição do fluxo sanguíneo nas
periferias (mãos e pés frios)

2. Outro fator que interfere é a resistência, ela se opõe


ao fluxo, sendo inversamente proporcional
o A resistência depende do calibre do vaso
sanguíneo, do comprimento do vaso sanguíneo
(que não se altera em condições normais) e da
viscosidade do
sangue
(determinada
pelo
• Devido à característica pulsátil e elasticidade dos vasos, hematócrito
ocorre a diferença de pressão nos diferentes vasos – fração de
• O gradiente de pressão garante a circulação sanguínea hemácias no
sangue)

o Viscosidade do sangue interfere na


• O coração é responsável por gerar essa diferença de resistência e no fluxo sanguíneo – tem uma
pressão, muda o gradiente de pressão nos diferentes
alta viscosidade, por isso, o fluxo é pequeno.
pontos
Quanto maior a viscosidade do fluido, maior a
• Quando o sangue chega nas arteríolas, começa a
resistência e menor o fluxo. A viscosidade do
abaixar a pressão. Quando volta ao coração, a pressão
sangue é cerca de 3 vezes a viscosidade da
está muito baixa
água
• O sangue sai com pressão de 120 mmHg e retorna com
Hematócrino normal: cerca de 45% em um indivíduo normal. Caso
pressão de 4 mmHg
aumente esse valor, há diminuição do fluxo sanguíneo
Alterações da viscosidade: desidratação intensa → redução da
água corporal→ aumento relativo do hematócrito → aumento da
viscosidade → aumenta a resistência → redução do fluxo
sanguíneo
→ Em patologias como anemia e
policitemia, há diminuição e aumento da
viscosidade, respectivamente. Com isso,
há aumento/diminuição do fluxo
sanguíneo
o A resistência depende também do calibre do
vaso sanguíneo. É o que mais afeta a
resistência. Se há aumento do calibre do vaso,
aumenta o fluxo sanguíneo, pois diminui a Fatores humorais:
resistência – pequenas alterações no calibre 3. A angiotensina II causa vasoconstrição. É produzida no
do vaso sanguíneo promovem grandes rim
alterações na resistência

• A velocidade é a divisão do fluxo pela área de secção do


vaso. Logo, quando a área aumenta, a velocidade diminui
e vice-versa
• A velocidade nos capilares é menor para que ocorra a
perfusão do sangue aos tecidos (troca de nutrientes) –
sua área de secção é muito maior quando somado todos
os capilares
o Na vasodilatação, o raio do vaso aumenta, • Quanto menor a área, maior será a velocidade
consequentemente a resistência diminui e o
fluxo aumenta. Na vasoconstrição o raio
diminui, a resistência aumenta e o fluxo diminui
o A variação do diâmetro do vaso sanguíneo
promove uma redistribuição do fluxo
sanguíneo em diferentes situações e em
diferentes necessidades metabólicas – ex:
atividade física

• Fatores hormonais, locais e neurais regulam o calibre do


vaso, causando vasodilatação ou vasoconstrição
• O fluxo é o mesmo através de regiões conectadas em
Fator local: série. Cada nível da circulação o fluxo total é SEMPRE O
1. As arteríolas liberam substâncias que regulam seu MESMO
próprio fluxo sanguíneo. Quando a arteríola percebe o
aumento do fluxo sanguíneo, há uma resposta
intrínseca da musculatura lisa, há liberação de
endotelina, aumenta a quantidade de cálcio, levando a
uma resposta de vasoconstrição
o NO, histamina e adenosina causam
vasodilatação
o Endotelinas causam vasoconstrição

Fatores neurais:
2. Existem inervações do simpático, a liberação do
simpático causa vasodilatação muscular (β2) ou
vasoconstrição periférica (α1)
• O fluxo sanguíneo não é linear, é laminar devido ao
atrito que tem com o endotélio. Logo, a velocidade é
• É gerada pelas Forças de Starling – são as pressões
diferente dependendo do vaso sanguíneo
geradas na microcirculação que determinam a filtração
o Velocidade laminar: a velocidade é máxima no
ou reabsorção
centro do vaso e mínima junto à parede
1. PC (pressão capilar): pressão exercida pelo
vascular
sangue na parede do vaso. Força a saída do
• Na patologia, quando se tem um fluxo turbulento
fluido
(turbilhonamento), está presente em bifurcações,
2. Pressão coloidosmótica do plasma (=pressão
estreitamentos, dilatações e irregularidades endoteliais
oncótica): força gerada pelas proteínas
dos vasos, favorecendo o contato das células e das
plasmáticas promovendo a entrada do fluido pro
plaquetas com o endotélio – há maior chance de
interior do vaso
ocorrer trombose ou formação de placas de ateroma
3. Pressão do líquido intersticial: força exercida do
(aterosclerose)
líquido intersticial contra a parede do capilar e
• O fluxo turbulento pode ser medida através da medicina
promove a entrada do líquido no capilar
de Reynold – maior o valor que 2000, maior a
4. Pressão coloidosmótica do líquido intersticial: em
probabilidade de turbulência (e de ocorrer as patologias)
condições fisiológicas é zero!

• Permite a passagem das substâncias do sangue para os


tecidos através dos capilares

• Podem passar por difusão simples (diferença do


gradiente de concentração do capilar e do tecido) –
• A somatória das pressões no leito arterial do capilar
gases (oxigênio e gás carbônico) e substâncias
leva a filtração. A filtração é a pressão de saída do
lipossolúveis
fluido em direção ao interstício – pressão de 26 mmHg
• Ocorre também por poros presentes entre as células
de entrada e 37 mmHg de saída
do endotélio – água, íons, moléculas com baixo peso
• No leito venular, a somatória das pressões resulta no
molecular (glicose, aminoácidos)
processo de reabsorção. Reabsorção é a saída do fluido
• Transcitose: formação de vesículas que transportam
do interstício em direção aos capilares – pressão de 17
proteínas do sangue para os tecidos
mmHg de saída e de 26 mmHg de entrada

Chamadas de Forças de Starling


• Depende do fluxo sanguíneo capilar, permeabilidade e
diferença de pressões – qualquer alteração na • As proteínas plasmáticas retêm o líquido para dentro
diferença de pressão pode gerar a formação de do capilar
edema • Há saída de 20L de fluidos para fora na direção do
• Características da permeabilidade vascular: depende do interstício – devido à pressão positiva de 11 mmHg das
tipo de capilar de cada órgão forças de Starling
→ Capilares contínuos: pele, músculos,
• Há entrada de 17L de fluidos para dentro do capilar –
pulmões, SNC devido à pressão negativa de 9 mmHg
→ Capilares fenestrados: possuem poros → O restante fica nos vasos linfáticos (recolhe o
que permitem a passagem de mais excedente dos fluidos)
substâncias – rins, intestino delgado,
glândulas
→ Sinusoides: mais permeável – fígado, • O equilíbrio seria de 20L saindo, 17L entrando e 3L
baço, adeno-hipófise para os vasos linfáticos
• Fora do equilíbrio, ocorre problema na
reabsorção/filtração, ocasionando um caso de edema
• Pode ocorrer em doenças hepáticas, desnutrição e Pode ser causada por alterações estruturais ou funcionais
queimaduras – há redução da concentração de cardíacas, caracterizando-se por sinais e sintomas típicos,
proteínas plasmáticas (albumina), reduz a pressão resultantes de baixo DC e/ou elevadas pressões de enchimento
coloidosmótica sanguínea e assim, há falha de no repouso ou no esforço
reabsorção, formando o edema → Respiração curta, tosse crônica ou sibilo, edema, fadiga
• Quando há falha no sistema linfático devido às ou tontura, náusea ou falta de apetite, confusão mental
microfilárias (elefantíase), há formação do edema e FC alta
• Pode ocorrer através da falha na filtração – ex:
insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e insuficiência
renal (IR)– em que ocorre um aumento da pressão
capilar, que leva ao aumento da pressão venosa e • Constitui a mais devastante doença cardiovascular em
retenção de sódio e água termos de morbidade, mortalidade, qualidade de vida e
→ Lesão renal: queda da TFG, leva a uma custo ao serviço de saúde
redução da excreção de água e sal, elevação • Afeta 26 milhões de pessoas no mundo em 2017 e
da Ph do leito capilar, aumentando a volemia e está aumentando em prevalência
a pressão hidrostática capilar, o que ocasiona • Nos EUA, 5,7mi de pacientes com IC em 2017
na formação do edema • Expectativa para 2030: 8mi de pacientes com IC
→ Insuficiência cardíaca esquerda: a lesão no • Genético + ambiente + hábitos influenciam essa doença
lado esquerdo, ocorre congestão
principalmente nos pulmões em decorrência
da regurgitação de sangue para dentro da • Cerca de 50% dos pacientes morrem após 5 anos
veia e capilares pulmonares – falta de ar, diagnosticados
dispneia, ortopneia, edema pulmonar, tosse • A sintomática aumenta substancialmente com a idade
seca não produtiva, com mais frequência a • Possui maior prevalência em indivíduos com mais de 65
noite anos de idade (6 a 10%)
→ Insuficiência cardíaca direita: sinais e sintomas • Taxa de sobrevida de 1 ano é de cerca de 50%
de pressões elevadas bem como congestão
nas veias e capilares sistêmicos. Edema de
tornozelos, ganho de peso inexplicável, • Envolve interação da incapacidade de o coração manter
congestão hepática, veias cervicais o DC suficiente para sustentar as funções corporais e
distendidas, líquido anormal das cavidades o recrutamento de mecanismos compensatórios visando
corporais (pleura, abdome) a manutenção da reversa cardíaca
→ Tanto na IC direita, quanto na IC esquerda,
ocorre a diminuição do bombeamento
sanguíneo pelo coração, o que gera acúmulo –
de sangue em alguns leitos, aumentando a
pressão hidrostática capilar (aumento da
• Patologias miocárdicas:
pressão venosa)
✓ Cardiomiopatias (degeneração miocárdica)
• O edema também pode ser gerado por substâncias
✓ Miocardite
(histamina, prostaglandinas) que aumentam a
✓ Insuficiência coronariana
permeabilidade capilar, promovendo extravasamento de
✓ Infarto do miocárdio*
proteínas, o que ocorre na inflamação
• Valvopatias cardíacas:
✓ Valvopatia por estenose (calcificação) – há um
ligeiro refluxo e parte do sangue tem grande
chance de voltar pro VE, aumentando volume
e pressão, dificultando ejeção durante a
sístole
✓ Valvopatia por regurgitação
• Defeitos cardíacos congênitos
• Pericardite constritiva

É uma síndrome clínica complexa em que ocorre a incapacidade


de o coração bombear sangue de forma a atender as
necessidades teciduais
→ Falta de ar
→ Tosse crônica ou sibilo
→ Edema
→ Fadiga ou tontura
→ Náuseas ou falta de apetite (devido ao excesso de
excitação simpática)
→ Confusão mental (devido ao baixo DC e dificuldade de
perfusão no SNC)
→ FC alta

• Direita ou esquerda (esquerda é mais comum)


• Aguda ou crônica
• Sistólica ou diastólica
Quando o indivíduo tem estenosa da válvula, o ventrículo esquerdo • Insuficiência cardíaca com fração de ejeção do
tem que fazer uma pressão muito superior para conseguir ventrículo esquerdo preservada (ICFEp > ou igual a
ejetar o sangue, se aproximando de 240 mmHg 50%), intermediária (ICFEi, 40-49%) ou reduzida (ICFEr,
<40%)

constitui a insuficiência do coração direito em
• Aumento do trabalho de pressão bombear sangue adiante até a circulação pulmonar. O sangue
✓ Hipertensão arterial sistêmica* – quanto
acumula-se na circulação sistêmica, a pressão hidrostática
maior a pressão, maior o esforço cardíaco aumenta nos capilares e há extravasamento de água e proteínas,
para manter a ejeção, por isso, pode ser um causando edema periférico e congestão nos órgãos abdominais
o Se o sangue não consegue ser ejetado,
agravo para ter IC
✓ Hipertensão pulmonar* – possui insuficiência
observa-se repercussão no átrio direito,
direita, porque o VD terá dificuldade de fazer acumulando sangue, aumentando a pressão
a circulação pulmonar dentro do ventrículo, depois nas cavas, jugular
o Primeiro órgão afetado é o fígado
✓ Coartação da aorta – pode ser torácica ou
abdominal, há estreitamento na aorta, Características:
normalmente de origem congênita → Ocorre aumento da pressão atrial direita, da
• Aumento de trabalho de perfusão pressão diastólica atrial e pressão venosa
✓ Tireotoxicose (hipertireoidismo ou por ingestão sistêmica
excessiva de hormônios tireoidianos) – → Edema periférico que ocasiona aumento de
pacientes com hiper ou hipotireoidismo, afeta peso
o cronotropismo e a musculatura cardíaca → Edema em membros inferiores com paciente
✓ Anemia – causa alterações na viscosidade e em posição ereta ou na região do sacro
RPV quando deitada
→ Congestão visceral
– → Distensão venosa com sangue acumulando nas
veias hepáticas, causando hepatomegalia e
• Grupos de pequenos RNAs não codificadores de
dores no quadrante superior direito
proteína
→ Ascite e ingurgitamento do baço
• Evidências sugerem que a expressão dessas moléculas
→ Congestão gastrintestinal pode interferir na
se modifica em diversas condições patológicas, como a
digestão e absorção de nutrientes, causando
hipertrofia miocárdica, a isquemia miocárdica e a
anorexia e desconforto abdominal
insuficiência cardíaca e, quando ocorre melhora clínica,
→ As IC direita graves afetam as veias jugulares
elas parecem se normalizar
externas, distendem-se e ficam visíveis com
• Já foram identificados marcadores que poderão ser
paciente sentado ou em pé
úteis na avaliação diagnóstica e prognóstica da
insuficiência cardíaca, como o miR-423-5p
constitui a insuficiência do coração esquerdo
em mover o sangue da circulação pulmonar para a circulação
sistêmica. O sangue fica represado no ventrículo esquerdo,
causando aumento da pressão hidrostática dos capilares,
dificultando as trocas gasosas (paciente dispneico). O sangue • Lembrando que DC=FCxVS
acumula-se na circulação pulmonar • FC: depende da modulação simpática e parassimpática
Características: • VS: depende da pré-carga, da pós-carga e da
contratilidade cardíaca
→ Ocorre diminuição do DC
→ Pode levar a uma hipertrofia concêntrica do
VE Alteração da pré-carga e desenvolvimento da
→ Aumento da pressão sistólica atrial e insuficiência cardíaca:
ventricular esquerda o Ventrículos podem se distender em demasia devido ao
→ Congestão da circulação pulmonar enchimento excessivo (aumento da pré-carga) que
→ Quando a pressão hidrostática capilar ocorre, por exemplo, no infarto, valvopatias,
pulmonar fica maior que a pressão oncótica, insuficiência renal
ocorre edema o A pressão intraventricular se eleva e o volume sistólico
→ Edema pulmonar ocorre frequentemente à pode diminuir
noite
→ Dispneia paroxística noturna (ataque súbito de Alteração da pós-carga e desenvolvimento da
dispneia durante o sono, paciente acorda com
insuficiência cardíaca:
sensação de sufocamento) – durante o sono
há maior ativação parassimpático, ocorrendo o A pós-carga é a força que o coração em contração
broncoconstrição tem de vencer para ejetar o sangue do coração
→ Dispneia de esforço o Componentes principais da pós-carga: tensão da parede
→ Ortopneia (falta de ar quando em decúbito) ventricular + resistência vascular periférica
→ Tosse seca e não produtiva crônica o Pós-carga excessiva (que ocorre na estenosa aórtica e
(broncoespasmo devido à congestão da hipertensão grave) pode dificultar a ejeção ventricular
mucosa brônquica pode causar roncos, sibilos se os ventrículos não conseguirem gerar pressão
e dificuldade de respirar) suficiente
→ Respiração de Cheyne-Stokes (hiperventilação,
intercalado com apneia)
→ Cianose • A ejeção de sangue pelo coração durante a sístole
→ Causas mais comuns: infarto agudo do depende da contratilidade cardíaca
miocárdio e cardiomiopatias, insuficiência • Perda de tecido muscular cardíaco funcional (ex: no
aórtica e mitral infarto do miocárdio ou nas miocardiopatias), diminuem a
contratilidade cardíaca

Mecanismos compensatórios:
→ Mecanismo de Frank-Starling
→ Aumento da atividade nervosa simpática
→ Sistema renina-angiotensina-aldosterona
→ Peptídeo natriurético atrial (ANP)
→ Endotelina
→ Hipertrofia miocárdica (concêntrica) – adição de
sarcômeros em paralelo

Na IC, o mecanismo
ajuda a manter o DC que pode ser normal em repouso em
pessoas com a patologia
o O mecanismo torna-se ineficaz se o coração
se enche demais e as fibras musculares se
distendem excessivamente
o Pacientes com IC possuem menor aumento de
DC com aumento da pressão diastólica final
de aldosterona, o que leva a um quadro de
hipertensão
o Quanto maior a reabsorção de sódio, maior a
estimulação da angiotensina II, estimulando o
SNC a secretar vasopressina, que tem ação
vasoconstritora em receptores V1 dos vasos
e também aumenta a reabsorção de água,
levando a um aumento da volemia – tudo isso
causa mais aumento da hipertensão, levando a
um quadro deletério para o paciente

estimulação simpática ocorre em


resposta compensatória à diminuição do DC
o Tem função importante na patogenia da IC
(porque começa a criar outros dificultadores,
como a vasoconstrição)
o A queda momentânea de PA ativa os
barorreceptores, aumentando as ativações do
RVL
o No coração, o simpático libera nodrenalina,
ativa receptores beta1-adrenérgicos,
aumentando a contratilidade do miocárdio
o Nos vasos sanguíneos, o simpático ativa
receptores alfa1-adrenérgicos, causando liberado em resposta à distensão atrial (ANP) e aumento da
vasoconstrição pressão/volume ventricular (BNP)
o Efeitos do aumento da atividade simpática:
o ANP e BNP: induz natriurese rápida, diurese e
aumento da resistência vascular periférica perda rápida de potássio, inibem a bomba de
(vasoconstrição) com o intuito de aumentar o sódio-potássio e canais de sódio epiteliais nos
fluxo sanguíneo para o coração e SNC, porém, néfrons
no final acaba dificultando ainda mais a ejeção o Inibe a liberação de renina e aldosterona, atua
cardíaca; também aumenta o tônus simpático como antagonista de angiotensina II
cardíaco nos estágios mais avançados da IC o Níveis elevados de BNP são encontrados em
(aumento da FC e da contratilidade miocárdica) pacientes com IC
o Tem ação conjunta com a endotelina

na IC, a redução do DC leva à a ET-1 é


redução do fluxo sanguíneo renal e, consequentemente, à encontrada em níveis elevados em pacientes com IC
redução da TFG com retenção de sódio e água o Liberada pelas células endoteliais arteriais e
o Em condições normais, os rins recebem cerca venosas
de 25% do DC o Potente vasoconstritor
o Pacientes com IC recebem de 8 a 10% do DC o Induz proliferação das células musculares lisas
o O hipofluxo renal leva a um aumento da vasculares e hipertrofia dos miócitos
liberação de renina o Níveis plasmáticos de ET-1 tem correlação
o A angiotensina II é um fator de crescimento direta com a resistência vascular pulmonar.
tanto para as células miocárdicas, quanto para Pode contribuir para a hipertensão pulmonar
os fibroblastos, o que contribui para a em pacientes com IC
hipertrofia miocárdica na IC
o Os fatores complicadores da ativação desse
sistema é a vasoconstrição causada pela
liberação de angiotensina II e o aumento da caracteriza-se pelo aumento do número de unidade
retenção de sódio pelo aumento da liberação contrateis chamadas sarcômeros
o A angiotensina II, ANP e ET-1 parecem dirigir o
desenvolvimento da hipertrofia em pacientes
com IC
o A hipertrofia cardíaca aumenta a função
sistólica, mas pode ocasionar disfunção
diastólica e isquemia do miocárdio
o Algumas formas de hipertrofia podem
acarretar remodelagem anormal da câmara
ventricular com redução do tamanho da
câmara e do enchimento diastólico
o Lei de Laplace: pressão=tensão/raio
o Hipertrofia concêntrica: quando o estímulo
primário é a sobrecarga de pressão, o
aumento da pressão sobre a parede provoca
a replicação em paralelo das miofibrilas e
espessamento dos miócitos individuais
o Hipertrofia excêntrica: quando o estímulo
principal é a sobrecarga de volume
ventricular, o maior estresse às paredes
acarreta replicação em série (longitudinal) das
miofibrilas, alongamento das células
miocárdicas e dilatação ventricular

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