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Pedro Lucas Cariri Moura – 3º Período

FMIT – Faculdade de Medicina de Itajubá, 2020/2


Semana 1 – 17/08/2020
Sistemas Orgânicos Integrados III – SOI III, APG.
Problema 1 – 17/08/2020 (A) 20/08/2020 (F)

Problema 1 – O “melhor” amigo do homem


Revisar a atuação do Sistema Nervoso Simpático no Sistema Cardíaco (Congelamento, Luta e Fuga)

Pensar qual a influência dessa regulação neuro-hormonal no controle da pressão arterial.

ESTRUTURA E FISIOLOGIA CARDÍACA


O sistema cardiovascular fornece nutrientes e re-
move metabólitos de todas as células do corpo.

Pericárdio

Envolve o coração
Parte inferior é aderente ao diafragma
Parte superior frouxamente ancorada à porção
superior do esterno.
Pericárdio visceral – camada de células epicár-
dicas, ou seja, mais externa do coração, insen-
sível à dor.
Pericárdio parietal – é o saco externo, inervado
pelo nervo frênico, que contém fibras dolorosas.

Líquido pericárdico – presente no saco pericárdico,


proporciona uma interface lubrificante para o co-
ração. Imagem 1. Vias de condução do coração. Fonte:
SWARTZ, M.H. Tratado de Semiologia Médica. 7ª ed.
Contração e Condução Saunders, 2014.

A contração sincrônica do coração resulta da con-


Inervação
dução de impulsos gerados pelo nodo sinoatrial
(NSA), que são propagados através do sistema de
Tanto os nodos, quanto o músculo atrial é inervado
condução.
por ambos os tipos de fibras.
O nodo SA está localizado na junção entre a veia
A musculatura ventricular é inervada predominante-
cava superior e o átrio direito, seu impulso se pro-
mente pelo sistema nervoso simpático.
paga concentricamente.
As fibras simpáticas fazem um trajeto ao longo do
Ao atingir o nodo atrioventricular (AV), no septo in-
vago, ou decido par craniano. Descem pela medula
teratrial, próximo à entrada do seio coronário, o im-
espinhal no nível da T1 até T5, onde emergem atra-
pulso é retardado.
vés das raízes ventrais para formar uma sinapse nos
Então, ele segue para o tecido de condução es- gânglios simpáticos torácicos e cervicais.
pecial, conhecido como feixes de ramo direito e es-
As fibras pós-ganglionares fazem um trajeto através
querdo, que conduzem os impulsos pelos ventrículos,
dos nervos cardíacos cervicais para se unir às fibras
as fibras de Purkinje.
parassimpáticas na formação do plexo cardíaco,
O impulso se propaga da superfície endocárdica que está localizado próximo ao arco aórtico e à
bifurcação traqueal.
até a epicárdica do coração.
A estimulação simpática pela norepinefrina produz Esses barorreceptores respondem ao decréscimo na
aumento marcante na frequência cardíaca e na pressão arterial pela redução nos seus impulsos ao
contratilidade. centro medular.

O estímulo parassimpático mediado pela acetilco- O centro percebe essa diminuição na atividade e
lina reduz a frequência cardíaca e a contratilidade. aumenta sua atividade eferente simpática e diminui
sua atividade eferente parassimpática.
Os receptores de estiramento no arco aórtico
O resultado puro é o aumento na frequência e na
A maioria dos órgãos viscerais é inervada tanto por contratilidade cardíacas.
fibras simpáticas quanto parassimpáticas.
O aumento da pressão arterial provoca aumento
As fibras pré-ganglionares do sistema nervoso sim- na atividade aferente ao centro, e ocorrem altera-
pático podem percorrer uma distância considerável ções opostas.
e passar por vários gânglios antes de fazer sinapse
com os neurônios pós-ganglionares, e seus terminais
entram em contato com muitas fibras pós-ganglio- Posicionamento cardíaco
nares.
Ventrículo direito – projeção anterior.
O sistema nervoso parassimpático tem seus neurô- Átrio direito – borda esteira, a partir da terceira
nios pós-ganglionares localizadas muito próximos até a quinta costela à direita do esterno.
ou no próprio órgão de inervação. Ventrículo esquerdo – normalmente, se encontra
no quinto espaço intercostal na linha hemiclavi-
cular (5º EIC-LHC).

Imagem 3. Topografia superficial do coração. (5.


5ºEIC-LHC, quinto espaço intercostal na linha hemi-
clavicular). Fonte: SWARTZ, M.H. Tratado de Semio-
logia Médica. 7ª ed. Saunders, 2014.

CONTROLE NERVOSO DO CORAÇÃO


O sistema nervoso autonômico é o principal meio
pelo qual a frequência cardíaca é controlada.
Imagem 2. Vias autonômicas neurais do coração. Ambas as divisões do sistema nervoso autônomo in-
Fonte: SWARTZ, M.H. Tratado de Semiologia Médica. fluenciam de modo tônico o marca-passo cardíaco,
7ª ed. Saunders, 2014. que normalmente é o nodo sinoatrial (SA).

O sistema simpático intensifica o automatismo, en-


Receptores
quanto o parassimpático inibe.
Os receptores de estiramento no arco aórtico e no
seio carotídeo monitoram a pressão arterial
Variações da frequência cardíaca, em geral, envol- Grupos de neurônios espalhado no centro CV regu-
vem a ação recíproca dessas duas divisões do sis- lam a frequência cardíaca, a contratilidade (força
tema nervoso autônomo. de contração) dos ventrículos e o diâmetro dos va-
sos sanguíneos.
A frequência cardíaca, na maioria das vezes, au-
menta com a combinação da diminuição da ativi- Alguns neurônios estimulam o coração (centro car-
dade parassimpática e o aumento da atividade dioestimulatório); outros inibem o coração (centro
simpática. cardioinibitório).

O tônus parassimpático, em geral, predomina nos Outros, ainda, controlam o diâmetro dos vasos san-
indivíduos saudáveis em repouso. guíneos, causando constrição (centro vasoconstri-
tor) ou dilatação (centro vasodilatador); esses neu-
rônios são chamados coletivamente de centro va-
Controle por Centros Superiores
somotor.
A regulação do coração pelo sistema nervoso se
O centro cardiovascular recebe informações das
origina no centro cardiovascular localizado no
regiões superiores do encéfalo e dos receptores
bulbo.
sensitivos.
Esta região do tronco encefálico recebe informa-
Os impulsos nervosos descem do córtex cerebral, sis-
ções de vários receptores sensoriais e dos centros
tema límbico e hipotálamo para afetar o centro car-
cerebrais superiores, como o sistema límbico e o cór-
diovascular.
tex cerebral.
Os três tipos principais de receptores sensitivos que
O centro cardiovascular então direciona o débito
fornecem informações ao centro cardiovascular são
apropriado, aumentando ou diminuindo a frequên-
os proprioceptores, os barorreceptores e os quimior-
cia dos impulsos nervosos nas partes simpática e
receptores.
parassimpática do SNA.
Proprioceptores – monitoram os movimentos das
O sistema límbico envia impulsos nervosos para o
articulações e músculos e fornecem informações
centro cardiovascular no bulbo. Os propriocepto-
ao centro cardiovascular durante a atividade
res que estão monitorando a posição dos membros
física. Responsável pelo rápido aumento da fre-
e os músculos enviam impulsos nervosos ao centro
quência cardíaca no início do exercício.
cardiovascular para aumentar a frequência.
Barorreceptores – monitoram as alterações na
Os proprioceptores se relacionam com o rápido au- pressão e distendem as paredes dos vasos san-
mento da frequência cardíaca, que ocorre no início guíneos.
da atividade física. Quimiorreceptores – monitoram a concentração
de vários produtos químicos no sangue.
Outros receptores que fornecem informações ao
centro cardiovascular incluem os quimiorreceptores, Vias Parassimpáticas
que monitoram alterações químicas no sangue, e os
barorreceptores, que monitoram o estiramento das Esses impulsos chegam ao coração por meio dos
principais artérias e veias causado pela pressão do nervos vagos (NC X) direito e esquerdo.
sangue que flui neles.
Os axônios vagais terminam no nó AS, no nó AV e
Barorreceptores importantes localizados no arco no miocárdio atrial. Eles liberam acetilcolina, o que
da aorta e nas artérias carótidas detectam altera- reduz a frequência cardíaca, diminuindo a veloci-
ções na pressão arterial e fornecem informações so- dade de despolarização espontânea das fibras
bre essas mudanças ao centro cardiovascular. autorrítmicas.

Dado que apenas algumas fibras vagais inervam o


Papel do Centro Cardiovascular
músculo ventricular, as alterações na atividade pa-
Centro cardiovascular (CV) no bulbo ajuda a re- rassimpática pouco influenciam a contratilidade
gular a frequência cardíaca e o volume sistólico. dos ventrículos.

Controla sistemas de feedback negativo neu- Existe um equilíbrio que flutua continuamente entre
rais, h hormonais e locais que regulam a pressão a estimulação simpática e a estimulação parassim-
e fluxo sanguíneo a tecidos específicos. pática do coração.
Em repouso, a estimulação parassimpática predo- a frequência autorrítmica do nó AS (cerca de 100
mina. A frequência cardíaca de repouso – de apro- bpm).
ximadamente 75 bpm – geralmente é menor do que

Imagem 4. Localização e função do centro cardiovascular (CV) no bulbo. O centro CV recebe informações
dos centros superiores do encéfalo, de proprioceptores, de barorreceptores e de quimiorreceptores. Em seguida,
fornece estímulos às partes simpática e parassimpática da divisão autônoma do sistema nervoso (SNA). Fonte:
TORTORA, Gerard. J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2016.

O centro cardiovascular também envia continua-


mente impulsos para o músculo liso nas paredes dos Regulação neural da pressão san-
vasos sanguíneos por meio dos nervos vasomotores. guínea

Esses neurônios simpáticos emergem da medula es- O sistema nervoso regula a pressão sanguínea por
pinal em todos os nervos espinais torácicos e nos meio de alças de feedback nativo que ocorrem
primeiros um ou dois nervos espinais lombares e, em como dois tipos de reflexos: barorreceptores e qui-
seguida, passam para os gânglios do tronco sim- miorreceptores.
pático.
REFLEXOS BARORRECEPTORES
A partir disso, os impulsos se propagam ao longo
São receptores sensitivos sensíveis à pressão, estão
dos neurônios simpáticos que inervam os vasos san-
localizados na aorta, nas artérias carótidas internas
guíneos das vísceras e áreas periféricas.
(artérias do pescoço que fornecem sangue ao en-
A região vasomotora do CV envia continuamente céfalo) e outras grande artérias do pescoço e do
impulsos por estas vias às arteríolas de todo o tórax.
corpo, mas especial àquelas da pele e das vísceras
Eles enviam impulsos para o CV para ajudar a re-
abdominais.
gular a pressão sanguínea. Os dois reflexos baror-
O resultado é um estado moderado de contração receptores mais importantes são o reflexo do seio
tônica ou vasoconstrição, chamado tônus vasomo- carótico e o reflexo da aorta.
tor, que define o nível de repouso da resistência
O reflexo no seio carótico ajuda a regular a pres-
vascular sistêmica.
são sanguínea no encéfalo.
A estimulação simpática da maior parte das veias
Os seios caróticos iniciam o reflexo do seio carótico,
provoca vasoconstrição, que move o sangue para
que ajuda a regular a pressão sanguínea no encé-
fora dos reservatórios de sangue venoso e aumenta
falo.
a pressão arterial.
Seios caróticos – pequenas ampliações das ar-
térias carótidas internas direita e esquerda, um
pouco acima do ponto em que elas se ramificam
da artéria carótida comum.
A pressão arterial distende a parede do seio caró- Em resposta, o centro CV diminui a estimulação pa-
tico, o que estimula os barorreceptores. Os impulsos rassimpática do coração por meio dos axônios mo-
nervosos se propagam dos barorreceptores do seio tores do nervo vago e aumenta a estimulação sim-
carótico, o que estimula os barorreceptores. pática do coração via nervos aceleradores cardí-
acos.
Os impulsos nervosos se propagam dos barorrecep-
tores do seio carótico para os axônios sensitivos nos Outra consequência do aumento na estimulação
nervos glossofaríngeos (IX) para o CV no bulbo. simpática é o aumento na secreção de epinefrina e
norepinefrina pela medula da glândula suprarrenal.
Os barorreceptores da parede da parte ascen-
dente da aorta e arco da aorta iniciam o reflexo Conforme o coração bate mais rápido e com
da aorta, que regula a pressão arterial sistêmica. mais força, e a resistência vascular sistêmica au-
menta, o débito cardíaco e a resistência vas-
Os impulsos nervosos dos barorreceptores aórticos cular sistêmica aumentam, e a pressão arterial
chegam ao CV via axônios sensitivos do nervo aumenta até o nível normal.
vago (X).

Quando a pressão cai, os barorreceptores são me-


nos distendidos e enviam impulsos nervosos em fre-
quência mais lenta ao centro cardiovascular.

Imagem 5. Inervação do coração pelo SNA e reflexos barorreceptores que ajudam a regular a pressão arterial.
Fonte: TORTORA, Gerard. J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2016.

Quando é detectado aumento na pressão, os ba- A vasodilatação resultante diminui a resistência


rorreceptores enviam impulsos em uma frequência vascular sistêmica. A diminuição do débito cardíaco
mais rápida. e a redução da resistência vascular sistêmica redu-
zem a pressão arterial sistêmica ao nível normal.
O CV responde aumentando a estimulação paras-
simpática e diminuindo a estimulação simpática. REFLEXOS QUIMIORRECEPTORES

As reduções resultantes da frequência cardíaca São receptores sensitivos que monitoram a com-
e força de contração diminuem o débito cardí- posição química do sangue, estão localizados
aco. perto dos barorreceptores do seio carótico e
do arco da aorta em pequenas estruturas cha-
O centro cardiovascular também diminui a frequên- madas glomos caróticos e glomos paraaórticos,
cia com que envia impulsos simpáticos aos neurô- respectivamente.
nios vasomotores que normalmente causam vaso-
constrição. Eles detectam mudanças nos níveis sanguíneos de
O2, CO2 e H+.
Hipóxia – é a baixa disponibilidade de O2; Em resposta, o centro CV aumenta a estimulação
Acidose – aumento na concentração de H+. simpática de arteríolas e veias, provocando vaso-
Hipercapnia - excesso de CO2. constrição e aumento da pressão sanguínea.

Esses fatores estimulas os quimiorreceptores a enviar Estes quimiorreceptores também fornecem informa-
impulsos ao centro cardiovascular. ções ao centro respiratório no tronco encefálico
para ajustar a frequência respiratória.

Imagem 6. Regulação for feedback negativo da pressão sanguínea via reflexos barorreceptores. Fonte: TOR-
TORA, Gerard. J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2016
Imagem . Controle do coração pelo sistema nervoso. O centro cardiovascular no bulbo controla tanto os
nervos simpático (azul) quanto parassimpático (vermelho) que inervam o coração. Fonte: TORTORA, Gerard. J.;
DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

Se originam no bulbo raquidiano (ou medula retarda o disparo do nodo SA e pode, mesmo, in-
oblonga), em células situadas no núcleo motor do terromper o disparo por vários segundos.
vago ou no núcleo ambíguo.
O nervo vago esquerdo inibe principalmente a con-
As fibras vagais centrífugas passam inferiormente dução do tecido do nodo AV, produzindo vários
pelo pescoço, próximo às artérias carótidas comuns graus de bloqueio AV.
e, então, pelo mediastino, para fazerem sinapses
com células pós-ganglionares vagais. Essas células Entretanto, pela distribuição sobreposta das fibras,
estão localizadas na superfície epicárdica ou nas as funções de ambas podem se inverter, ou seja, o
paredes do coração. vago esquerdo pode deprimir o no SA e o vago
direito pode impedir a condução AV.
A maioria das células dos gânglios vagais está lo-
calizada em depósitos de gordura no epicárdio, Pela breve latência e decaída rápida da resposta,
próximos aos nodos SA e átrio-ventricular (AV). o nervo vago exerce o controle batimento a bati-
mento das funções dos nodos AS e AV.
Os vagos direito e esquerdo são distribuídos para
estruturas cardíacas diferentes. Em geral, a influência parassimpática predomina so-
bre os efeitos simpáticos no nodo SA.
O nervo vago direito afeta predominantemente o
nodo SA, a estimulação desse nervo retarda o dis-
paro do nodo AS – a estimulação desse nervo

Imagem . Fatores que aumentam o débito cardíaco. Fonte: TORTORA, Gerard. J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios
de Anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

torácica e dos dois segmentos inferiores da medula


Vias Simpáticas cervical.

Se originam nas colunas intermediolaterias dos Os neurônios simpáticos se estendem do bulbo à


cinco ou seis segmentos superiores da medula medula espinal. Da região torácica da medula
espinhal, os nervos simpáticos aceleradores cardía- Elas, então, penetram no miocárdio, geralmente
cos estendem-se para o nó SA, para o nó AV e para acompanhando os vasos coronarianos.
a maior parte das porções do miocárdio.
Os efeitos da estimulação simpática decaem gra-
Os impulsos nos nervos cardíacos aceleradores de- dualmente após o termina da estimulação.
sencadeiam a liberação de norepinefrina, que se
liga aos receptores beta-1 (B1) das fibras muscula- REGULAÇÃO HORMONAL DA PRES-
res cardíacas.
SÃO SANGUÍNEA
Essa interação tem dois efeitos distintos:
Vários hormônios ajudam a regular a pressão arte-
Nas fibras do nó AS (e AV), a norepinefrina ace- rial e o fluxo sanguíneo por meio da alteração no
lera a taxa de despolarização espontânea, de débito cardíaco, alteração da resistência vascular
modo que estes marca-passos disparam impul- sistêmica ou ajuste do volume total de sangue.
sos mais rapidamente e aumentam a frequência
SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDORES-
cardíaca.
TONA (RAA)
Nas fibras contráteis dos átrios e ventrículos, a
norepinefrina aumenta a entrada de Ca2+ atra- Quando o volume de sangue cai ou o fluxo sanguí-
vés dos canais lentos de CA2+ acionados por neo para os rins diminui, as células justaglomerulares
voltagem, aumentando assim a contratilidade. dos rins secretam renina na corrente sanguínea.

Como resultado, um maior volume de sangue é eje- Na sequência a renina e a enzima conversora de
tado durante a sístole. Em caso de aumento mode- angiotensina (ECA) atual sobre seus substratos
rado da frequência cardíaca, o volume sistólico para produzir o hormônio ativo angiotensina II, que
não diminui, porque o aumento da contratilidade aumenta a pressão arterial de duas maneiras.
compensa a redução da pré-carga.
Em primeiro lugar, a angiotensina II é um potente
Com a estimulação simpática máxima, no entanto, a vasoconstritor; isso aumenta a pressão arterial
frequência cardíaca pode chegar a 200 bpm em ao aumentar a resistência vascular sistêmica.
uma pessoa de 20 anos de idade. Em uma frequên- Em segundo lugar, estimula a secreção de al-
cia cardíaca assim alta, o volume sistólico é menor dosterona, a qual aumenta a reabsorção dos
do que em repouso, por causa do tempo de enchi- íons sódio (Na+) e água pelos rins.
mento muito curto.
A reabsorção de água aumenta o volume sanguí-
A frequência cardíaca máxima diminui com a idade; neo total, o que eleva a pressão arterial.
como regra, subtrair sua idade de 220 fornece uma
boa estimativa de sua frequência cardíaca máxima EPINEFRINA E NOREPINEFRINA
em batimentos por minuto. Em resposta à estimulação simpática, a medula da
glândula suprarrenal libera epinefrina e norepine-
Essas fibras emergem da coluna espinal pelos ramos
frina. Esses hormônios aumentam o débito cardíaco
comunicantes brancos e entram nas cadeias para-
ao elevarem a velocidade e força das contrações
vertebrais dos gânglios.
cardíacas.
As fibras dos neurônios pré-ganglionares e pós-
Também causam constrição das arteríolas e veias
ganglionares fazem sinapse principalmente nos
na pele e órgãos abdominais e dilatação das ar-
gânglios estrelado ou cervical médio.
teríolas no músculo cardíaco e esquelético, o que
No mediastino, as fibras pós-ganglionares e pré- ajuda a aumentar o fluxo sanguíneo para o músculo
ganglionares parassimpáticas se juntam para formar durante o exercício.
um plexo complicado de nervos eferentes mistos
HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO (HAD)
para o coração.
O hormônio antidiurético (HAD) é produzido pelo hi-
As fibras simpáticas pós-ganglionares, nesse plexo, potálamo e liberado pela neuro-hipófise em res-
chegam à base do coração, ao longo da superfície posta à desidratação ou à diminuição no volume
adventícia dos grandes vasos. sanguíneo.

Da base do coração, essas fibras são distribuídas Em outras ações, o HAD causa vasoconstrição, o
para as várias câmaras como extenso plexo epicár- que aumenta a pressão arterial. Por isso, o HAD é
dio. também chamado de vasopressina.
O HAD também promove o deslocamento de água força quando é distendido e relaxa quando a dis-
do lúmen dos túbulos renais para a corrente san- tensão diminui.
guínea. Isso resulta em aumento no volume sanguí-
neo e diminuição na produção de urina. Se o fluxo sanguíneo por uma arteríola diminui,
a distensão das paredes da arteríola é redu-
PEPTÍDIO NATRIURÉITO ATRIAL (PNA) zida. Como resultado, o músculo liso relaxa e
produz vasodilatação, o que aumenta o fluxo
Liberado pelas células do átrio do coração, o PNA
sanguíneo.
reduz a pressão arterial ao causar vasodilatação
e promover a perda de sal e água na urina, o que PRODUTOS QUÍMICOS VASODILATADORES E
reduz o volume sanguíneo. VASOCONSTRITORES
Vários de células – incluindo leucócitos, plaquetas,
AUTORREGULAÇÃO DO FLUXO SAN-
fibras de músculo liso, macrófagos e células endo-
GUÍNEO teliais – liberam uma grande variedade de substân-
Em cada leito capilar, alterações locais podem re- cias químicas que alteram o diâmetro do vaso san-
gular a vasomotricidade. Quando vasodilatadores guíneo.
produzem dilatação local das arteríolas e relaxa-
As substâncias químicas vasodilatadores liberadas
mento dos esfíncteres pré-capilares, o fluxo sanguí-
pelas células teciduais metabolicamente ativas in-
neo nas redes capilares aumenta, o que eleva o
cluem o K+, H+, ácido lático (lactato) e adenosina
nível de O2. Os vasoconstritores têm o efeito oposto.
(do ATP).
A capacidade de um tecido de ajustar auto-
Outro importante vasodilatador liberado pelas cé-
maticamente o fluxo sanguíneo para atender às
lulas endoteliais é o óxido nítrico (NO).
suas demandas metabólicas é chamada autor-
regulação. O trauma tecidual ou inflamação provoca a libe-
ração de cininas vasodilatadoras e histamina. Os
Em tecidos como o coração e o músculo esquelé-
vasoconstritores incluem o tromboxano A2, os radi-
tico, em que a demanda por O2 e nutrientes e pela
cais superóxidos, a serotonina (das plaquetas) e as
remoção de escórias metabólicas pode aumentar
endotelinas (das células endoteliais).
em até dez vezes durante a atividade física, a au-
torregulação é um contribuinte importante para o As paredes dos vasos sanguíneos na circulação
aumento no fluxo sanguíneo no tecido. sistêmica dilatam-se em resposta ao baixo nível
de O2. Com a vasodilatação, a entrega de
A autorregulação também controla o fluxo sanguí-
O2aumenta, o que restabelece o nível de O2
neo regional no encéfalo; a distribuição de sangue
normal.
para várias partes do encéfalo muda drasticamente
As paredes dos vasos sanguíneos da circula-
durante diferentes atividades físicas e mentais.
ção pulmonar contraem-se em resposta a baixo
ALTERAÇÕES FÍSICA níveis de 02.

O aquecimento provoca vasodilatação e o resfria- Esta última resposta garante que o sangue desvie
mento causa vasoconstrição. dos alvéolos nos pulmões, que são mal ventilado
pelo ar fresco. Assim, a maior parte do sangue flui
Além disso, o músculo liso das paredes das arteríolas para áreas mais bem ventiladas do pulmão.
exibe uma resposta miogênica – se contrai com mais
REFERÊNCIAS
1. Tratado de Semiologia Médica. 7ª ed. Saunders, 2014.

2. Porth CM, Matfin G. Fisiopatologia. 9ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2015.

3. TORTORA, Gerard. J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guana-
bara Koogan, 2016.

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