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ANATOMIA DO CORAÇÃO

➥O coração é um órgão oco fibromuscular


de um formato um pouco cônico ou
➥Tem aproximadamente 15 cm, dividido piramidal, com uma base, um ápice, uma
em 4 cavidades que são formadas pelas 4 série de faces e margens.
cavidades, 2 átrios e 2 ventrículos
➥Envolvido pelo pericárdio, ele ocupa o
→ Arterias: levam sangue do coração para o mediastino médio entre os pulmões e suas
corpo. coberturas pleurais. Encontra-se colocado
→ Veias: levam o sangue do do corpo ao obliquamente por trás do corpo do esterno e
coração. das cartilagens costais e costelas adjacentes.
Aproximadamente 2/3 da massa do coração
→Valvas: As valvas cardíacas são estruturas, encontra-se à esquerda da linha mediana.
relacionadas a orientação da direção do
fluxo sanguíneo durante o ciclo cardíaco. ➥O coração é descrito como tendo uma base
Possuímos 4 valvas sendo elas e um ápice, sendo suas faces designadas
como esternocostal (anterior), diafragmática
→Artriolas: pequenos ramos finais do (inferior) e pulmonar (direita e esquerda)
sistema arterial, capazes de controlar o
sangue que é liberado para os capilares
→Capilares: troca de líquidos, hormônios, ➥A parede do coração é constituída por três
eletrólitos, nutrientes e outras substâncias túnicas:
entre o sangue e o líquido intersticial
1. Endocárdio
2. Miocárdio
3. Pericárdio
1. Valva tricúspide: situada entre o átrio e
o ventrículo direitos ➥Endocárdio: É a túnica mais interna,
2. Valva pulmonar: entre o ventrículo Reveste o interior do miocárdio e limita as
direito e a circulação pulmonar cavidades cardíacas
3. Valva mitral: localizada entre o átrio
esquerdo e o ventrículo esquerdo →Composição: Epitélio simples pavimentoso
4. Valva aórtica: que fica entre o ventrículo (endotélio)
esquerdo e a circulação sistêmica
Camada subendotelial - Tecido conjuntivo
➥ A válvula possui tiras de tecido frouxo fibroelástico.
conjuntivo, são chamados de cordas Camada subendocardial - Tecido conjuntivo
tendinhas ou cordoalhas, ficam presas nas frouxo/ denso + fibras elásticas + fibras
paredes das válvulas que quando tracionadas colágenas + fibras musculares lisas - Vasos
elas puxam a valva para baixo sanguíneos e linfáticos - Nervos - Células de
Purkinje (citoplasma com mitocôndrias e
➥ Os músculos papilares são onde as cordas
glicogênio, transmissão por gap)
se prendem e são a projeção da parede do
ventrículo ➥Miocárdio: É o músculo cardíaco
propriamente dito
➥As cavidades (átrios e ventrículos) são
divididas lateralmente por um tecido denso →Composição: Células musculares estriadas
chamado septo atrioventricular cardíacas, dispostas em várias direções
(helicoidalmente), fibras atriais e fibras
➥Os átrios são separados pelo septo interatrial. ventriculares OBS.: muitas fibras cardíacas
➥Os ventrículos são separados pelo septo se inserem no esqueleto fibroso (tecido
interventricular conjuntivo denso não modelado)

➥Pericárdio: Saco fibroseroso constituído


por tecido conjuntivo, compondo a túnica
externa da parede cardíaca. Reveste o
coração e a base dos grandes vasos
→Composição ➥Fração de ejeção: é a fração de ejeção, que
1. Pericárdio fibroso: Tecido é basicamente o volume sistólico dividido
conjuntivo denso, responsável por pelo volume diastólico final.
proteção e sustentação
2. Pericárdio seroso: Lâmina parietal, ➥Débito cardíaco: É o fluxo total de sangue
Lâmina visceral (EPICÁRDIO) em um período de tempo, ou seja, é “ a
OBS.: a lâmina parietal do quantidade de sangue bombeado a cada
pericárdio fibroso NÃO é minuto” Seu valor é obtido pela
considerada uma camada histológica multiplicação do volume sistólico pela
do coração frequência cardíaca.
➥Propriedades do musculo cardíaco: todo ➥Lei de FRANK STARLING: É a
músculo tem inotropismo(contração),
“capacidade intrínseca do coração de se
cronotropismo (frequência ou quantidade de
adaptar a volumes crescentes de fluxo
vezes que bate por minuto),
dromotropismo(é a condução dos estímulos). sanguíneo”. O coração apresenta
mecanismos que são capazes de interferir na
sua automaticidade e ritmicidade, gerando
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA estímulos automáticos e rítmicos, com uma
FUNÇÃO CIRCULATÓRIA frequência regular em curto prazo, gerando
fluxo sanguíneo independente de
➥O fluxo sanguíneo é controlado segundo estimulação. Em resumo, o mecanismo de
as necessidades dos tecidos Frank-Starling é um reflexo cardíaco que
aumenta a força de contração do coração
➥O débito cardíaco é a soma de todos os quando há um aumento do retorno venoso,
fluxos locais dos tecido que é a pré-carga.
➥A regulação da pressão arterial é ➥Pré-Carga: É a pressão que o sangue faz
geralmente independente do fluxo sanguíneo no ventrículo quando está cheio antes da
local e o do débito cardíaco
contração, ou seja, antes da sístole. Quanto
➥Fluxo: quantidade de sangue que passa maior ou menor a tensão, maior ou menor é
por determinado ponto da circulação durante a pré-carga.
certo intervalo de tempo. Diretamente
proporcional à diferença de pressão, mas ➥ Pos-Carga: É a resistência enfrentada
inversamente proporcional à resistência durante a ejeção do ventrículo; o sangue
vascular. enfrenta dificuldades de seguir quando ele é
expelido para as respectivas artérias.
➥Fluxo laminar: Quando o sangue flui de
forma estável por vaso sanguíneo longo e
uniforme, ele se organiza em linhas de PEQUENA CIRCULAÇÃO
corrente, com camadas de sangue
equidistantes da parede do vaso ➥A pequena circulação ou circulação
➥Volume Sistólico: É o volume sistólico pulmonar consiste no caminho que o sangue
percorre do coração aos pulmões, e dos
ejetado (ml), ou seja, o volume total em 1
pulmões ao coração.
batimento. O volume diastólico final é o
➥Assim, o sangue venoso é bombeado do
volume no ventrículo que antecede a ejeção,
ventrículo direito para a artéria pulmonar,
isso significa que é o volume que sobrou
que se ramifica de maneira que uma segue
depois da diástole
para o pulmão direito e outra para o pulmão
esquerdo.
➥Já nos pulmões, o sangue presente nos passam pelas paredes atriais até um segundo
capilares dos alvéolos libera o gás carbônico nodo, o nodo atrioventricular (nodo AV),
e absorve o gás oxigênio. Por fim, o sangue também situado na parede do átrio direito,
arterial (oxigenado) é levado dos pulmões ao mas localizado na parte inferior da parede
coração, através das veias pulmonares, que posterior, próximo ao centro do coração.
se conectam no átrio esquerdo. Onde ocorre uma pausa fisiológica para o
enchimento dos ventrículos (período
refratário)
GRANDE CIRCULAÇÃO
➥Desse modo, um grande feixe de fibras de
➥A grande circulação ou circulação Purkinje, o feixe AV, passa imediatamente
sistêmica é o caminho do sangue, que sai do para os ventrículos, atingindo, primeiro, o
coração até as demais células do corpo e septo interventricular. Após seguir, por curta
vice-versa. distância, por este septo, o feixe AV se
divide em dois grandes ramos; um ramo
➥No coração, o sangue arterial vindo dos esquerdo, que se continua pela e ao longo da
pulmões, é bombeado do átrio esquerdo para superfície interna do ventrículo esquerdo, e
o ventrículo esquerdo. Do ventrículo passa um ramo direito, com trajeto por percurso
para a artéria aorta, que é responsável por semelhante, no ventrículo direito.
transportar esse sangue para os diversos
tecidos do corpo. ➥Nos ventrículos, esses dois ramos
produzem muitas ramificações, de diâmetro
➥Assim, quando esse sangue oxigenado bem menor, que, eventualmente, fazem
chega aos tecidos, os vasos capilares contato direto com o músculo cardíaco em
refazem as trocas dos gases: absorvem o gás todas as suas áreas. Portanto, um im pulso
oxigênio e liberam o gás carbônico, tornando que seja propagado pelas fibras de Purkinje é
o sangue venoso. conduzido com muita rapidez e diretamente
para o músculo cardíaco, distribuindo a
➥Por fim, o sangue venoso faz o caminho corrente elétrica, terminando as fibras no
de volta ao coração e chega ao átrio direito teto do ventrículo.
pelas veias cavas superiores e inferiores,
completando o sistema circulatório.

SISTEMA DE PURKING
➥Transmite impulsos com velocidade cerca
de cinco vezes maior queENDOCARDITE
a do músculo INFECCIOSA
cardíaco normal.

➥Ele tem origem no nodo sinoatrial, dele ➥Endocardite infecciosa (EI) é a inflamação
saem vários feixes muito delicados de fibras da camada interna das câmaras cardíacas e
de Purkinje – as vias internodais – que válvulas cardíacas (endocárdio). Causada
por uma infecção bacteriana ou, raramente, ➥As principais manifestações clínicas da EI,
por fungos. assim como suas complicações, são
decorrentes desses mecanismos:
1. Destruição valvar
2. Extensão paravalvar da infecção e
insuficiência cardíaca
3. Embolização micro e macrovascular
4. Infecção metastática em órgãos-alvo
(cérebro, rins, baço, pulmões)
5. Fenômenos imunológicos.

PREDISPOSIÇÃO

➥Doenças congênitas (defeito do septo


ventricular e valva aórtica)

➥Doenças valvares adquiridas (valvopatia


degenerativa)

➥Fatores intracardíacos
➥Endocardite infecciosa de valva nativa ➥Má saúde bucal
ou do endocárdio: é afecção incomum, com
incidência aproximada de 2-10 casos por ➥Uso de droga ilícita intravenosa
100 mil pessoas-ano. Apresenta elevada
mortalidade, estimada em até 30% nos ➥Hemodiálise
primeiros 30 dias.
➥Hepatopatia crônica
➥ Endocardite infecciosa associada a
cuidados de saúde: 25-30% dos casos nos ➥Neoplasias
dias de hoje. ➥Imunodeficiência

FISIOPATOLOGIA ETIOLOGIA
➥Injúria ao endotélio valvular ou ➥Streptococcus spp. (constituem a principal
endocárdio→Exposição do colágeno e outras etiologia de EI no Brasil);
moléculas da matriz extracelular →Adesão
de plaquetas e fibrina→Formação de ➥S. mitis, S. mutans, S. sanguis, S. oralis.
vegetação estéril, característica
microtrombótica→Colonização por bactérias ➥Staphylococcus aureus: Pode ter origem
circulantes da corrente em processos infecciosos de pele e partes
sanguínea→Replicação e estimulação a moles, assim como em usuários de drogas
ilícitas injetáveis, maior probabilidade de
levar a eventos embólicos, e está associado a
maior risco de óbito.

adesão adicional de plaquetas e ➥Os fungos habitualmente encontrados são:


fibrina→Formação da vegetação infectada Candida albicans, Candida de espécies não
albicans (C. parapsilosis, C. glabrata, C.
tropicalis), Aspegillus spp.
Apresentam-se como causa de ➥NÓDULO DE OSLER: Nódulos
aproximadamente 2% de todos os casos de subcutâneos eritematosos dolorosos nas
EI, com elevadas taxas de mortalidade (50- polpas digitais e regiões proximais dos
70%), maior risco de embolização e de dedos.
recidiva

CARACTERÍSTICAS
CLÍNICAS

➥As manifestações clínicas são muito


variadas - até portadores de destruição
valvar com insuficiência cardíaca e
instabilidade hemodinâmica

➥O intervalo de tempo entre a bacteremia e


o início dos sintomas é em geral menor que
2 semanas.

➥A maioria apresenta-se com sintomas


inespecíficos, como: febre baixa, mal-estar,
calafrios, fadiga, anorexia, perda de peso
e/ou dores articulares.

➥Sopro (75% dos pacientes)


➥MANCHAS DE ROTH: Hemorragia
retiniana, classicamente oval, com parte
central pálida
➥Febre (90% dos pacientes)

➥Embolias para o SNC (20-40% dos


pacientes).

➥Lesões de Janeway: lesões hemorrágicas


ou eritematosas, não dolorosas, nas palmas
das mãos e plantas dos pés, secundárias a
fenômenos embólicos.
DIAGNÓSTICO

➥Critérios laboratoriais: microrganismos


demonstrados por cultura ou histologia; ou
presença de vegetação ativa ou abscesso
intracardíaco confirmado por histologia
➥Critérios clínicos: dois critérios maiores
ou um critério maior e três menores ou cinco
critérios menores (Duke).

➥MAIORES

→Hemoculturas positivas para endocardite


infecciosa
→Evidência de envolvimento do endocárdio

➥MENORES

→Predisposição: doença cardíaca pré-


existente ou uso de drogas intravenosas
→Febre: temperatura > 38.0°C.
→Fenômenos vasculares: êmbolos sépticos,
aneurismas micóticos, infartos, hemorragias
intracranianas, conjuntivite de Roth, nódulos
de Janeway.
→Fenômenos imunológicos:
glomerulonefrite, nódulos de Osler, manchas
de Roth, fator reumatoide.
→Hemoculturas positivas que não atendem
aos critérios maiores ou evidência serológica
de infecção ativa com um organismo
consistente com endocardite.

TRATAMENTO

➥Medicações: Antibiótico (Vancomicina,


ceftriaxona)

➥ Antibiótico bactericida, geralmente em


combinação

➥Nos casos de insuficiência cardíaca


secundária a alterações estruturais
importantes da valva cardíaca, falha na
terapêutica clínica, embolizações VALVOPATIAS
recorrentes, endocardite em valva recém-
implantada e endocardite por fungos, o
tratamento cirúrgico deve ser associado ao
tratamento clínico, pois promove melhora na
sobrevida. ➥Doenças que afetam as valvas cardíacas,
impedindo a sua abertura e/ou o fechamento
adequados. Existem quatro (aórtica, mitral,
tricúspide e pulmonar) e todas elas podem
apresentar anomalias que se manifestam de
modo diferente.
➥As valvopatias são afecções frequentes e ➥Febre reumática: 95% dos casos em países
heterógenas incluem doença dos folhetos, em desenvolvimento. Processo auto-imune
das cúspides, do aparelho subvalvar, das inflamatório, na qual a comissura da válvula
cordoalhas tendíneas, dos músculos mitral inflama e não abre mais como
papilares ou do anel valvar. deveria, há retração/fusão comissural

➥Cordoalhas: sustentam as cúspides, como ➥Congênita: rara, nasce com defeito da


se fossem “dobradiças das portas”. válvula mitral
1. Valva tricúspide: situada entre o átrio e ➥Endocardite infecciosa
o ventrículo direitos
2. Valva pulmonar: entre o ventrículo ➥Calcificação do anel mitral
direito e a circulação pulmonar
3. Valva mitral: localizada entre o átrio ➥Prolapso Valvar
esquerdo e o ventrículo esquerdo
4. Valva aórtica: que fica entre o ventrículo
esquerdo e a circulação sistêmica
SINDROME DE MARFAN
TIPOS

➥Estenose: redução da área/luz para


➥Síndrome de Marfan: A síndrome é
passagem do sangue, com o fluxo
causada por mutações no gene que
continuando na mesma direção e sentido. codifica uma proteína chamada fibrilina.
Consiste na incapacidade da valva se abrir Se o gene da fibrilina sofrer mutação,
completamente, que resulta em dificuldade algumas fibras e outras partes do tecido
da passagem do fluxo de sangue. conjuntivo passam por alterações que
Diminuição da luz valvar, causando acabam enfraquecendo o tecido. A
sobrecarga da câmara. Pode haver fraqueza afeta os ossos e as articulações,
diminuição da pós carga, causando uma bem como as estruturas internas, como o
vasoconstrição compensatória coração, os vasos sanguíneos, os olhos,
os pulmões e o sistema nervoso central
➥Insuficiência: incompetência valvar com (o cérebro e a medula espinhal). Os
consequente retorno de sangue/duplo tecidos debilitados se distendem,
sentido. Significa falta de fechamento distorcem e podem até se romper. Por
completo da valva, o que permite que parte exemplo, a aorta (a principal artéria do
corpo) pode enfraquecer, ficar saliente
ou rasgar.

➥Doença genética, com expressividade


variável intra e inter familial, sem predileção
por raça ou sexo, que mostra uma
prevalência de 1/10.000 indivíduos.

➥Aproximadamente 30% dos casos são


do sangue volte para câmara de onde saiu esporádicos e o restante familiar.
(regurgitação).
➥O gene da fibrilina sofrer mutação,
➥Dupla Lesão: é a associação da estenose e algumas fibras e outras partes do tecido
da insuficiência valvar. conjuntivo passam por alterações que
acabam enfraquecendo o tecido.
ETIOLOGIA
MANIFESTAÇÕES
CLINICAS
→Intervenções cirúrgicas

FEBRE REUMÁTICA
→Esquelético: caracterizado por estatura
elevada, escoliose, braços e mãos alongadas
e deformidade torácica; ➥É uma doença inflamatória sistêmica
aguda, autoimune, que se manifesta em
→Cardíaco: caracterizado por prolapso de indivíduos suscetíveis entre 1 e 5 semanas
válvula mitral e dilatação da aorta após infecção de orofaringe, aparente ou não
→Ocular: caracterizado por miopia e ➥Causadas por estreptococos B-
luxação do cristalino. hemolíticos do grupo A (EBGA)
→Pleiotropia: fenômeno em que um único ➥A incidência do primeiro surto é mais
gene afeta múltiplos traços ou características
elevada entre 5 e 15 anos de idade, apresenta
em um organismo
pico entre 8 e 9 anos e, gradualmente, reduz
com o avanço da idade
DIAGNÓSTICO
➥A frequência de recidivas é maior nos
primeiros 5 anos após o surto inicial,
→Ecocardiografia principalmente nos dois primeiros.
→Exames de imagem
➥O processo é desencadeado por resposta
→Estudos genéticos imunológica inadequada.

→Essencialmente clínico ➥Quatro fases distintas caracterizam a


doença:
1. Faringoamigdalite estreptocócica
2. Período de latência
3. Fase aguda (FRA)
4. Fase crônica, quando persistem as
sequelas valvares, caracterizando
a cardiopatia reumática crônica
(CRC).

I. Infecção estreptocóccica das vias aéreas


superiores;
II. Estimulação da produção de vários
anticorpos que interagem com o tecido
humano;
III. Inicia uma resposta inflamatória
sistêmica
TRATAMENTO IV. Após um período de latência de 1-4
semanas, o hospedeiro não tratado
→Sem cura definitiva desenvolve sinais e sintomas de Doença
Reumática.
→Tratamento deve ser feito de maneira
individualizada, de acordo com as ➥Fase aguda tem duração de 10 a 12
manifestações clínicas, e pode compreender semanas.
desde medicamentos para evitar a progressão
das alterações
➥A classificação em critérios maiores e
menores de Jones relaciona-se com a
especificidade das manifestações clínicas.

➥Critérios de Jones: pelo menos 2 sinais


maiores ou 1 sinal maior e 2 menores.

QUADRO CLINÍCO TRATAMENTO

➥Cardite (50-70%);
→Suprimir o processo inflamatório
➥Artrite (35-66%) →Minimizar as repercussões clínicas sobre o
➥Coreia (10-30%) coração, articulações e sistema nervoso
central (anti-inflamatórios)
➥Nódulos subcutâneos (0-10%) (em menor
→Erradicar o EBGA da orofaringe
frequência, grande especificidade);
(antibiótico bactericida)
➥Eritema marginado →Promover o alívio dos principais sintomas.
ESTENOSE MITRAL
➥A EM gera aumento das pressões no átrio,
com transmissão retrógrada ao leito vascular
➥A estenose mitral (EM) é a redução do pulmonar, causando aumento das pressões
orifício valvar mitral, reduzindo o fluxo capilares pulmonares e das pressões da
sanguíneo para o ventrículo esquerdo, artéria pulmonar.
devido à dificuldade de abertura de suas
cúspides, levando a restrição no ➥No átrio esquerdo, o aumento da pressão
esvaziamento atrial durante a diástole leva progressivamente ao aumento das
dimensões atriais, com alterações na
➥Trata-se da lesão valvar mais característica composição do miocárdio atrial e aumento
da febre reumática (FR), que ocorre de da chance de desenvolvimento de arritmias.
forma isolada em até 40% dos casos de
acometimento cardíaco reumático
MANIFESTAÇÕES
➥Condição em que, pela restrição à abertura CLÍNICAS
dos folhetos valvares, há uma redução da
área valvar mitral, levando à formação de
um gradiente de pressão diastólico entre o →Dispneia aos esforços
AE e o VE.
→Fadiga
➥A área valvar mitral (AVM) gira em torno →Ortopneia e dispneia paroxística noturna
de 4 a 6cm², começando a apresentar
repercussões hemodinâmicas quando a área →Dor torácica (HP), às vezes de caráter
se encontra < 2,5cm² anginoso, pela distensão do tronco da artéria
pulmonar
➥Quando a AVM encontra-se entre 2,5-4
cm², dizemos que há estenose mitral mínima. → Síndrome de Ortner (rouquidão e disfagia
Neste caso, não há gradiente pressórico AE- por aumento do AE e compressão do
VE significativo – ou seja, não há laríngeo recorrente). Em fases mais
repercussão hemodinâmica. avançadas, o aumento do volume atrial
esquerdo pode levar à compressão esofágica,
causando disfagia, ou à compressão do nervo
laríngeo recorrente, causando rouquidão
→Pode haver palpitação, angina, turgência
jugular, edema, ascite, insuficiência
tricúspide
→Tosse recorrente até episódios de
hemoptise (HP - hipertensão pulmonar
secundária à Emi)
→ Situações de estresse, como gravidez,
fibrilação atrial, atividade física, podem
gerar descompensação e piora dos
sintomas.

INSUFICIÊNCIA MITRAL

➥A insuficiência da válvula mitral é uma


doença que provoca um comprometimento
dos folhetos dessa válvula, fazendo com que volume regurgitante, mantendo o débito
ela não se feche corretamente. Com isso, cardíaco
parte do sangue que deveria ir para o
ventrículo esquerdo reflui para o átrio desse ➥O paciente habitualmente permanece
mesmo lado do coração assintomático por muitos anos.

➥Condição em que existe um refluxo de ➥O diâmetro e a função do VE são


sangue para o AE durante a sístole utilizados para definir em qual dos estágios o
ventricular, devido a uma incompetência do paciente com IM se encontra:
mecanismo de fechamento valvar mitral →Compensado é definido como aquele em
➥ Durante a sístole, a valva mitral “tem a que o paciente é assintomático e tem
diâmetro diastólico final do VE inferior a 60
obrigação” de evitar o refluxo de sangue
mm, diâmetro sistólico final inferior a 40
para o átrio esquerdo, direcionando todo o
mm e fração de ejeção superior a 60%.
fluxo para a aorta, através da valva aórtica
aberta. →Descompensada, as medidas dos
diâmetros diastólico e sistólico do VE
➥ Para se manter fechada, os folhetos
ultrapassam 70 e 45 mm, respectivamente, e
mitrais devem estar íntegros e o aparelho
a fração de ejeção cai abaixo de 55%.
subvalvar (cordoália tendínea e músculos
papilares) deve estar normofuncionante, de →Intermediária é aquela entre os dois
modo a manter os folhetos ancorados no VE estágios descritos anteriormente.

➥São estes os mecanismos de compensação


ETIOLOGIA da IM crônica:
I. Aumento da complacência atrial
esquerda
➥Causas Primárias: reumática, prolapso e II. Aumento da complacência ventricular
degeneração mixomatosa. esquerda
III. Redução da pós-carga ventricular
➥ Causas Secundárias: decorre de alteração IV. Aumento da pré-carga ventricular
do ventrículo ou átrio esquerdo, levando à
dilatação do anel valvar ou tração do
aparelho subvalvar. MANIFESTAÇÕES
CLÍNICAS
FISIOPATOLOGIA
➥Fase descompensada: aparecem os sinais
➥O grau de regurgitação varia de acordo e sintomas de insuficiência cardíaca
com: congestiva – dispneia, ortopneia e,
posteriormente, dispneia paroxística noturna.
→Orifício regurgitante
➥Os sintomas decorrem do aumento das
→Gradiente VE-AE pressões de enchimento ventricular e da
→Resistência vascular periférica pressão atrial, especialmente durante o
esforço físico. Isso leva a uma síndrome
congestiva pulmonar, cujo sintoma principal
é a dispneia e a ortopneia.
➥Em razão dos mecanismos adaptativos,
hipertrofia e dilatação do ventrículo e átrio ➥IM aguda grave: edema agudo de
esquerdos, o coração consegue acomodar o pulmão*, choque cardiogênico (mesmas da
ICC)
➥Fenômenos embólicos, tosse, hemoptise e
insuficiência cardíaca direita aparecem nas
fases mais avançadas da doença.
ESTENOSE AÓRTICA

➥A estenose valvar aórtica (EAo) é


valvopatia de grande relevância mundial em
decorrência do envelhecimento da
população.

➥Pode ser secundária a processo crônico


degenerativo de etiologia ateroesclerótica,
agressão reumática ou alterações congênitas.

➥Raramente, pode ocorrer em razão de


doenças reumatológicas ou de doenças
relacionadas a erros do metabolismo.

➥A EAo de etiologia ateroesclerótica ocorre FISIOPATOLOGIA


em cerca de 3 - 5 % da população > 75 anos
e em geral se associa com fatores de risco ➥O processo degenerativo da EAo
presentes em pacientes portadores de doença geralmente se faz de forma lenta, podendo
ateroesclerótica. levar décadas para sua observação
➥A valva aórtica posiciona-se entre o VE e (principalmente em estenose de etiologia
a Aorta ascendente (Ao), sendo categorizada, degenerativa ateroesclerótica)
juntamente com a valva pulmonar, como ➥Isso decorre de mecanismos de adaptação
uma valva ventrículo-arterial ou semilunar destinados à preservação da função contrátil
➥Na sístole, a valva se abre, permitindo o cardíaca relacionados à ocorrência do
esvaziamento do VE (ejeção ventricular), aumento da pós-carga do VE.
sem oferecer nenhuma resistência à (RESISTÊNCIA ENFRENTADA
passagem de sangue. Na diástole, a valva se DURANTE A EJEÇÃO DO
fecha, impedindo o refluxo de sangue da VENTRÍCULO)
aorta para o VE. ➥A EAo caracteriza-se pela ocorrência de
sobrecarga de pressão ao VE, levando
hipertrofia concêntrica do VE,
demonstrando-se de forma característica VE,
com aumento do índice de massa ventricular.

➥Fator etiológico → Obstrução progressiva


da via de fluxo (sopro sistólico ejetivo) →
Dilatação ventricular, Redução do DC e
Hipertrofia ventricular concêntrica (diâmetro
interno igual com parede espessada)

➥Estreitamento do orifício valvar →


Aumenta de pressão no VE (aumento de
pós-carga) → HVE concêntrica; Aumento de
pressão no AE → Dilatação do AE

➥Hipertrofia concêntrica do VE, que


aumenta tanto que a luz diminui, reduzindo
o débito cardíaco devido a diminuição do
volume ejetivo e começa com o mecanismo ➥Durante a diástole, a valva aórtica deve
de adaptação pelas leis de Frank-Starling evitar o refluxo de sangue da aorta para o
para tentar dilatar esse VE e melhora ventrículo esquerdo, evitando a queda
acentuada da PA diastólica, garantindo a
MANIFESTAÇÕES perfusão orgânica nesta fase do ciclo
cardíaco
CLÍNICAS
➥As causas mais comuns de IAo crônica
são: doença reumática, sequela de
➥Angina
endocardite infecciosa e degeneração
➥Dispneia e síncope (PERDA DE mixomatosa;
CONSCIÊNCIA) ➥As causas mais comuns de IAo agudas
➥Angina: causada por isquemia miocárdica; são: endocardite infecciosa e dissecção
geralmente, é desencadeada por esforço aguda da aorta.
físico. Em particular, este tipo de angina não
responde à terapia antianginosa clássica FISIOPATOLOGIA
(nitratos, betabloqueadores, antagonistas do
cálcio).
➥ Fechamento valvar incompleto →
➥Síncope: normalmente desencadeada pelo Regurgitação para VE na diástole → SVE →
esforço físico. O mecanismo da síncope Dilatação de VE por HVE em série →
relacionada à EA grave é a síndrome do Função do VE se deteriora → Início dos
débito fixo, ocasionando uma baixa perfusão sintomas
cerebral durante um esforço físico. Em
➥Pressão sistólica alta e diastólica baixa
alguns casos, pode ser devida a arritmias
cardíacas isquemia-induzidas. ➥Valva abre, mas não fecha → sangue volta
➥Insuficiência cardíaca (tanto direita como para o VE, na diástole → sobrecarga de
volume → hipertrofia excêntrica (aumento
esquerda). A dispneia é o sintoma inicial que
do diâmetro/cavidade interno/a)
marca o aparecimento da insuficiência
cardíaca congestiva. O seu mecanismo é a ➥O sangue volta e por isso cai a pressão, e
congestão pulmonar exacerbada pelo como o fechamento da aorta determina
exercício. pressão diastólica, ela cai.

➥O surgimento de refluxo aórtico


significativo induz ao aparecimento de
INSUFICIÊNCIA AÓRTICA alterações hemodinâmicas importantes,
como o aumento do volume do VE, o
aumento do volume sistólico ejetado por
➥A insuficiência aórtica (IAo) caracteriza-
batimento e a redução da pressão da aorta.
se por refluxo de sangue da aorta para o
ventrículo esquerdo (VE) através da valva
aórtica durante a diástole

➥A forma de apresentação clínica mais


comum é a crônica, que só causa
repercussão se muito importante e após
longo tempo de evolução e, em geral, é bem
tolerada pelo paciente por vários anos.
ESTENOSE TRICÚSPIDE

➥A estenose tricúspide (ET) é caracterizada


por redução da abertura da valva tricúspide
durante a diástole

➥A repercussão clínica em geral só aparece


em quadros mais avançados, sendo as lesões
moderadas bem toleradas.
➥Importantes mecanismos
compensatórios: ➥Para que haja estenose tricúspide, a área
valvar tricúspide (AVT) deve ser inferior a
I. Aumento da complacência ventricular 2,0-2,5 cm².
esquerda
II. Aumento da pré-carga ➥A Estenose Tricúspide (ET) é uma
III. Hipertrofia do VE excêntrica valvopatia rara, tendo como principal
etiologia a doença reumática
➥A fase descompensada é marcada por
sintomas de insuficiência cardíaca ➥Na maioria dos casos, a apresentação
congestiva e isquemia miocárdica ocorre na forma de dupla lesão, com graus
variados de insuficiência.
MANIFESTAÇÕES
FISIOPATOLOGIA
CLÍNICAS
➥Um gradiente de pressão AD-VD
➥Dispneia aos esforços diastólico ≥ 5 mmHg já é suficiente para
➥Dispneia em repouso ou de decúbito levar à síndrome de congestão sistêmica,
pelo aumento da pressão venosa central.
➥Fadiga e sensação dos batimentos
➥O paciente evolui com turgência jugular
cardíacos
patológica, hepatomegalia congestiva, ascite
➥Angina (pode ocorrer nas fases mais e anasarca cardiogênica.
avançadas)
➥A ET de grau importante pode levar a
➥Quando aparecem os sintomas, geralmente quadros de congestão venosa sistêmica,
há disfunção ventricular importante (fase podendo apresentar-se como anasarca,
descompensada) embora isso seja raro.

➥São decorrentes do baixo débito cardíaco ➥A função sistólica do ventrículo direito


efetivo (fadiga, tonteira) e da síndrome está preservada, e o acometimento é
congestiva pulmonar (dispneia aos esforços, exclusivo do átrio direito, usualmente com
ortopneia), pelo aumento das pressões de intensa dilatação.
enchimento ventricular. Outro sintoma
comum é a angina noturna bradicardia-
dependente.
com excesso de volume, levando a
MANIFESTAÇÕES sobrecarga
CLÍNICAS
➥Encontram-se aumento atrial direito e
hipertrofia ventricular excêntrica.
➥Desconforto cervical, devido à intensa ➥A insuficiência tricúspide não leva a
distensão de veias jugulares surgimento de hipertensão arterial pulmonar,
mas quadros de hipertensão arterial
➥Fibrilação atrial é complicação comum
pulmonar de grau elevado podem levar a
desses casos
insuficiência valvar.
➥ Sintomas de baixo débito (fadiga*,
➥Refluxo fisiológico/funcional - 85% dos
cansaço aos esforços)
indivíduos
➥Associada a dor e edema de membros
inferiores MANIFESTAÇÕES
➥Ausência de dispneia CLÍNICAS
➥Pode estar associada a palpitações, ascite,
sinais de disfunção hepática ➥Pacientes podem evoluir com
caquexia(PERDA DE PESO) e quadros de
icterícia, por disfunção hepática secundária à
INSUFICIÊNCIA TRICÚSPIDE congestão venosa.

➥A dispneia não é frequente, estando mais


direcionada a valvopatias do lado esquerdo.
➥Denominamos insuficiência tricúspide
(IT), ou regurgitação tricúspide, a condição ➥Fadiga-Associada a dor e edema de
na qual existe um refluxo de sangue do VD membros inferiores, mais comum na
para o AD durante a sístole ventricular, insuficiência cardíaca direita
devido a uma incompetência do mecanismo
de fechamento tricúspide TRATAMENTO
➥Ocorre por regurgitação de sangue para o
VALVOPATIAS
interior do átrio direito durante a sístole, por ➥Clínico: Os diuréticos e a restrição de
falha de funcionamento valvar. sódio são medidos importantes

→Primária: A disfunção ocorre por lesão ➥A cirurgia (plastia ou troca valvar). Opção
direta do tecido valvar, acometendo as em caso de impossibilidade de valvoplastia
cúspides ou as cordas tendíneas (febre por balão.
reumática, endocardite, traumática,
congênita)
→Secundária: disfunção valvar ocorre
secundariamente a um acometimento do
ventrículo direito

FISIOPATOLOGIA

➥Em decorrência da insuficiência valvar, as


cavidades direitas do coração passam a lidar
MIOCARDIOPATIAS

➥É um grupo heterogêneo de entidades, chance de miocardite e confere pior


afetando o miocárdio primariamente e não prognóstico para esses pacientes.
associados às causas principais de doença
➥As infecções virais são as mais comuns
cardíaca, ou seja, Doença cardíaca
entre as doenças infecciosas que causam
isquêmica, HAS, Doença pericárdica,
miocardite. Os vírus cardiotróficos mais
Doença valvar ou defeitos congênitos. É
prevalentes são adenovírus, enterovirus,
uma afecção que acomete primariamente o
parvovirus-B19, herpes simples, vírus da
miocárdio e com disfunções elétricas.
hepatite C, citomegalovírus, e EpsteinBarr.
➥CLASSIFICAÇÃO Em infecção por HIV/ SIDA (vírus da
imunodeficiência humana), existe a presença
I. Dilatadas de miocardite em mais de 50% dos
II. Hipertróficas pacientes. A miocardite não é causada
III. Restritivas apenas por vírus, mas também por bactérias
IV. Arrítmicas como Clostridium e Corynebacterium
diphtheria, Meningococcus, Streptococcus,
ETIOLOGIA Listeria e Borrelia burgdorferi.

➥Idiopática
MI DILATADAS
➥Genética
➥Como o próprio nome está dizendo, é uma
➥Doenças infiltrativas como a amiloidose, dilatação dos camarás cardíacos,
sarcoidose, hemocromatose, que consequentemente, com uma disfunção
inicialmente promovem cardiopatia restritiva sistólica associada. (Fração de ejeção é
que pode evoluir para dilatada. menor que 50%). Acontece um aumento na
espessura da parede muscular, resultando no
➥Chagásica: prevalente em nossa região, mau funcionamento sistólico.
principalmente, no sul do estado. Já foi mais
prevalente, porém devido à melhora nas ➥Doenças que afetam o miocárdio de um ou
condições de habitação da população, houve dos dois ventrículos
uma redução da prevalência e incidência da
➥Produz dilatação progressiva
mesma. Coração dilatado, sem nenhuma
acompanhada de hipocontratilidade (IAM,
explicação aparente.
doença valvar, hipertensão não controlada) -
➥A miocardite é uma patologia que grande queda da sua função sistólica
predomina no sexo masculino,
➥A miocardiopatia dilatada corresponde a
principalmente no adulto jovem. Evidências
25% das causas de insuficiência cardíaca.
recentes de alta prevalência de genomas
virais em adultos com disfunção ventricular ➥É a mais comum. Decorre da dilatação do
esquerda sugerem que a miocardite é uma ventrículo, associa-se a disfunção sistólica.
das principais determinantes do
desenvolvimento da cardiomiopatia dilatada ➥Causas: miocardites virais
idiopática principalmente, Chagas, clamídia,
miocardiopatia periparto, predisposição
➥Entre as causas de miocardite temos em genética.
destaque amiloidose, cardiomiopatia
hipertrofia, além do infarto que aumenta a →Aproximadamente 25 a 35% dos pacientes
afetados apresentam uma forma hereditária
de herança autossômica dominante
(mutações nos genes da distrofina e desmina,
que codificam proteínas do citoesqueleto)
➥Doenças virais(vírus coxsaquie ou
→Já uma parcela significativa de 15% pode arbovírus.)
evidenciar uma sequela tardia de miocardite
aguda →Uma possível explicação patogenética
parece ser a de que os vírus induzem
→Entre as causas apresentadas no Brasil, anormalidades na resposta imunitária,
uma comum de miocardiopatia dilatada resultando na formação de anticorpos e/ou
secundária é a doença de Chagas citotoxidade contra células cardíacas.
➥Ela geralmente ocorre em adultos de 20 a ➥Processos auto-imunes
60 anos de idade. Homens têm maior
probabilidade de desenvolver cardiomiopatia ➥Toxidade pelo álcool ou outras drogas:
dilatada do que mulheres
→Inúmeras drogas cardiotóxicas
(cloroquina, antraclinas, ciclofosfamida) e
MANIFESTAÇÕES ingestão de álcool ou cobalto em grandes
CLÍNICAS quantidades podem causar descompensação
➥As manifestações irão depender da cardíaca por lesão direta dos miocardiócitos.
severidade Quando a associação entre consumo de
álcool e cardiopatia é bem evidente, a
→Assintomático
cardiopatia é denominada miocardiopatia
→ICC, Dispneia - polipneia, Taquicardia, alcoólica
Sopro, Galope, Creptos (edema pulmonar),
Hepatomegalia, Pulso débil, Compromisso ➥Transtornos associados à gravidez
talla (evolução prolongada), Compromisso →MIocardiopatia Periparto: é o nome dado a
neurológico o tonus muscular (errores do Miocardiopatia Dilatada diagnosticada
metabolismo o miopatias. dentro do mês anterior ou posterior ao parto.
→Coração Aumentado de volume Sua patogênese é desconhecida, porém sabe-
se que a gravidez altera o estado nutricional
→Dilatação das 4 câmaras, sobretudo do e imunológico da gestante, podendo
ventrículo esquerdo, e quase sempre favorecer o agravamento de uma miocardite
acompanhada de certo grau de hipertrofia
(hipertrofia excêntrica). ➥Anormalidades genéticas

Aumento da espessura das paredes (HVE →Fatores genéticos tem sido implicado
concêntrica) devido a relatos de comprometimento de
vários membros de uma mesma família.
Aumento do tamanho da cavidade (HVE
excêntrica)
→Ocasionalmente há: finas traves
esbranquiçadas no miocárdio (fibrose), DIAGNÓSTICO E
trombos murais (sobretudo ápice de
ventrículos).
TRATAMENTO
→Insuficiência das válvulas mitral e/ou
tricúspide. Com espessamento discreto das
cúspides sem haver fusão. ➥O diagnóstico da cardiomiopatia dilatada
idiopática é feito pela exclusão de causas
determináveis da dilatação cardíaca em um

ETIOLOGIA
paciente com sinais clínicos de insuficiência
cardíaca.

➥Ecocardiograma

➥Raio-X

➥Tratamento: Reside exclusivamente no


tratamento da insuficiência cardíaca e do
controle de arritmias, uma vez que não há
tratamento específico diante da indefinição
de etiologia da doença.

MI HIPERTRÓFICA

➥A Cardiomiopatia Hipertrófica (CMH) é


uma doença primária do coração, de causa
genética, autossômica dominante, definida
pela presença de hipertrofia do ventrículo
esquerdo sem dilatação ventricular

➥A cardiomiopatia hipertrófica pode afetar


pessoas de todas as idades.

➥A cardiomiopatia Hipertrófica pode ser:

1. Simétrica (atinge todo miocárdio) ETIOLOGIA


2. Assimétrica (atinge
primordialmente o septo ventricular)
➥Alteração de 4 genes são apontados como
3. Hipertrofia Septal Assimétrica e
responsáveis pela Cardiomiopatia
Miocardiopatia Hipertrófica
Hipertrófica
obstrutiva.
1. Cromossomo 14 (miosina)
2. Cromossomo 1 (troponina)
3. Cromossomo 15 (tropomiosina)
4. Cromossomo 11 (função não bem
esclarecida)

➥Outras condições que podem provocar


MANIFESTAÇÕES
Miocardioapatia Hipertrófica são: Filhos
de mães Diabéticas, Coração de Atleta.
CLÍNICAS

➥No tipo assimétrico: o septo


interventricular é mais espesso que a parede
ventricular livre
➥Cavidades Ventriculares muitas vezes
reduzidas.

➥Espessamento da valva mitral e do


endocárdio na via de saída do VE

➥Átrios costumam ser dilatados.

➥Desarranjo espacial dos miocardiócitos ou


feixes de fibras cardíacas entre si, com graus
variados de fibrose intersticial e
espessamento das pequenas artérias.

MI RESTRITIVA

➥ A cardiomiopatia restritiva é caracterizada


por uma rigidez nos ventrículos do coração,
que não conseguem se contrair e expandir
devidamente para bombear o sangue

➥Redução do enchimento do VE devido a


fibrose, resultando em baixo volume ventricular
diastólico, redução do débito cardíacos e as vezes
obliteração da cavidade ventricular por trombos.
➥Há predominantemente a redução da
complacência ventricular e do enchimento ➥Pode ser consequência de tratamentos com
diastólico, que resulta na contração e radiação, infecções, cicatrização depois de
relaxamento anormais. cirurgia, causando um acúmulo na região cardíaca
e causando a obstrução.
➥Pode-se encontrar: arritmias, podendo
levar a morte súbita, e pela alteração do ➥É a mais rara das miocardiopatias.
ventrículo esquerdo pode-se se instalar a
➥Formas de cardiomiopatias restritivas:
insuficiência cardíaca progressiva.
1. Endomiocardio fibrose
2. Endocardite de Leoffler
3. Cardiomiopatia Restritiva Primária
DIAGNÓSTICO E 4. Fibroelastose do Endocárdio
TRATAMENTO
➥ENDOMIOCARDIO FIBROSE
➥Ecocardiograma
→É uma doença comum na África e rara na
➥Elétrocardiograma Europa e América do Norte
➥Exame Físico →A doença pode acometer um ou dois
ventrículos, sendo mais comum biventricular
➥Tratamento: Evitar exercícios físicos
vigorosos, B-bloqueadores, cardiomiectomia →Coração aumentado de tamanho-volume.
→Livre no saco pericárdico
→Átrio direito encontra-se bastante
aumentado e ventrículo direito mostra
externamente abaulamento na face anterior e ➥CARDIOMIOPATIA RESTRITIVA
contém uma chanfradura no seu ápice. PRIMÁRIA
Internamente há espessamento fibroso
esbranquiçado na via de entrada e ponta do →É uma doença onde só o miocárdio
VD, poupando a via de saída. (hipertrofia com cardiomegalia) é
responsável pela redução da complascência
→Válvulas AV comprometidas por fibrose ventricular
endocárdicas, englobando cordas tendíneas e
músculos papilares principalmente →É mais comum em regiões de clima
posteriormente, resultando em insuficiência temperado
valvar. →Há casos familiares e de associação com
→Trombos murais podem estar doenças dos músculos esqueléticos e
presentes(trombo aderido à parede aórtica na bloqueio átrio-ventricular
ausência de doença aterosclerótica e/ou →Espessamento difuso do endocárdio,
aneurismática ou de fonte cardíaca de preferencialmente do VE, podendo
êmbolo). comprometer também o VD ou átrios
→Costuma ser mais pronunciada em jovens,
sobretudo em recém-nascidos e crianças
→A fibroelastose pode aparecer como
reação inespecífica do endocárdio à pressão
aumentada no interior das câmaras
cardíacas, quer por dilatação ou restrição
→As características da Fibroeslatose são
espessamento difuso, opaco do endocárdio,
mais frequente no VE e que muitas vezes
leva a restrição da cavidade.
➥ENDOCARDITE DE LOEFFLER

→Também conhecida como Endocardite


Fibroblástica Parietal, é rara e possui
semelhanças com a Endomiocardiofibrose,
sendo considerado por muitos como fases
diferentes de um mesmo processo patológico
→Alguns autores acreditam que os
eosinófilos são os responsáveis pela necrose
miocárdica, a qual posteriormente é
substituída por fibrose e se associa a
trombos.
➥MIOCARDIOPATIA
ARRITMOGÊNICA DO VENTRÍCULO
DIREITO
→Também denominada Displasia do VD,
sendo a Miocardiotia Arritmogênica sendo
reconhecida pela OMS como distinta das
demais Cardiomiopatias.
→Na Cardiomiopatia Arritmogênica o das contrações. Alguns dispositivos ainda
miocárdio do VD é substituído por tecido possuem um desfibrilador implantável.
adiposo e quantidade variável de fibrose
➥Transplante cardíaco - é a única forma de
→Sua característica fundamental é a tratamento definitivo e indicada em casos
existência de arritmia do VD, sendo o VE de insuficiência cardíaca com mau
poupado
prognóstico.
→As arritmias vão desde de taquicardias a
morte súbita
→Se as Lesões são intensa surge a ICC.
→É clinicamente caracterizada pela
associação com arritmia ventricular e morte
súbita em jovens, particularmente em atletas
e durante a atividade física
→O diagnóstico é difícil pelo pouco
acometimento da função ventricular e pela
presença de alterações eletrocardiográficas
muito sutis, que, com frequência, não são
percebidas.
→Clínica mais frequentemente encontrada é:
paciente jovem(<40 ANOS), síncope,
taquicardia ventricular ou morte súbita
recuperada.

TRATAMENTO
MIOCARDIOPATIAS

➥O tratamento para cardiomiopatias


depende do tipo, causa e gravidade da
doença, assim como histórico clínico do
paciente.

➥Não há cura para cardiomiopatia, mas


algumas formas de tratamento para controlar
ou atrasar a progressão da doença.

➥Uso de medicamentos - podem ser


CIRCULAÇÃO
necessários para retroceder ou atenuar a FETAL
causa principal da cardiomiopatia ou para
tratar a insuficiência cardíaca provocada
pela doença ➥FUNÇÃO

➥Dispositivos marca-passo - podem ser  Tomar oxigênio da circulação materna


usados em pessoas com ritmo cardíaco na placenta.
anormal e risco de morte súbita. São marca-  Desviar maior parte do sangue
passos que estimulam as câmaras do oxigenado para a cabeça e pescoço.
coração e ajudam a restabelecer o padrão
 Desviar sangue venoso do corpo do feto Seguindo, o primeiro órgão encontrado para
para a placenta descarregar oxigênio e nutrientes é o
fígado(sofre o primeiro desvio-ducto
➥Sistema cardiovascular 1 a se desenvolver
venoso)
 Embrião precisa de oxigênio para fazer
divisões celulares e ocorrer o Passa pela veia cava inferior e chega no átrio
desenvolvimento necessário. direito. Já no átrio o sangue possui dois
 O primórdio do coração é observado d caminhos: ir para o átrio esquerdo(através
18 dia de desenvolvimento na área do forame oval) ou para o ventrículo
cardiogênica. direito(seguindo para nutrição do pulmão). O
sangue presente no tronco pulmonar utiliza
➥Pulmões na vida intrauterina não realizam
o canal arterial para se conectar a artéria
trocas gasosas
aorta para levar sangue para o bebe.
 Os pulmoẽs são prenchidos por um
liquído que vai ser substituído por ar Sendo assim o sangue não é oxigenado no
com as primeiras respirações. pulmão, apenas segue os desvios.
 A mãe realiza por meio da placenta a
➥Ao nascimento:
realização das trocas gasosas.
 Clampeamento do cordão umbilical: vai
diminuir a quantidade de oxigênio e
➥Circulação fetal aumentar a quantidade de CO2 e com
isso o RN vai precisar começar a respirar.
 3 desvios(servem para que o sangue
oxigenado vindo da placenta chegue  Primeiras respirações: líquido pulmonar
mais rápido a todos os órgãos e vai ser substituído por ar.
tecidos do feto sem precisar passar  Forame oval vai se fechar, o canal arterial
pelo pulmão que não estão e ducto venoso se contraem(pode levar
realizando trocas gasosas. mais tempo do que o forame oval)
 Ducto venoso: conecta a veia
umbilical e a veia cava inferior
 Forame oval: conecta átrio direito
e átrio esquerdo.
 Canal arterial: conecta tronco da
artéria pulmonara artéria aorta.

 Cordão umbilicar conecta a


placenta e feto, é composta por
três vasos
Cardiopatias congênitas

➥Frequência de 0,65% dos nascimento, 6% dos


1. Veia umbilical: sangue oxigenado. óbitos de crianças de até um ano de idade
2. Duas artérias umbilicais: sangue
pouco oxigenado de volta a placenta. ➥Muitas doenças congênitas apresentam uma
base familiar, porém possuem mecanismo
➥ Sangue sai da placenta oxigenado por desconhecido
meio da veia umbilical. E chega no bebe
➥Herança multifatorial parece ser o responsável
pela grande maioria dos defeitos cardíacos(cerca
de 90%), enquanto fatores genético primários
explicam o restante dos 10%.

➥Predisposição multifatorial

➥Agentes ambientais: drogas(álcool,


anfetaminas) presentes durante o período de
vulnerabilidade da formação cardíaca

➥Infecções: vírus da rubéola, causando


anomalias como estenose pulmonar, canal arterial
persistente e defeitos septais.
Seio venoso: localizada na porção alta do
➥CLASSIFICAÇÃO septo interatrial(próximo a desembocadura
 Acianogênicas: shuts E-D das veias cavas superiores e inferiores)
 Cianogênicas: shut D-E, cianose complexas Ostium secundum: localizada na fossa oval. É
e mais um defeito.
a forma mais comum 80% da CIA.
 Shunt: é uma comunicação anormal entre os
compartimentos ou vasos sanguíneos. Os Ostium primium: localizada na porção
canais anormais permitem p fluxo de sangue inferior do septo interatrial. É uma forma de
da esquerda para a direita ou ao contrário
defeito no septo antroventricular.
dependendo das relações de pressões.

➥Acianogênicas
➥OSTIUM SECUNDUM
 Desvio de fluxo esquerda-direita
 Ocorre uma comunicação que permite a
passagem de sangue das câmaras
 Deficiência do crescimento septum
esquerdas para as câmaras direitas.
secundum.
1. Comunicação interatrial (CIA)
 80% da CIA
2. Comunicação interventricular (CIV)
 Permeabilidade do forame oval
3. Persistência do ducto arterial (PCA)
 Formação a partir da 7 ª semana de vida
intra-uterina.

1. Comunicação interatrial (CIA)

Ocorre por meio de uma abertura anormal


no septo interatrial. Aproximadamente 1 a
cada 10.000 nascidos vivos são predominante
do sexo feminino.
➥ Os eventos já citados levam a uma
insuficiência cardíaca a direita, justamente
pela resistência encontrada no pulmão,
dificultando assim que o sangue chegue a
ele.

MANIFESTAÇÕES
CLÍNICAS

 Sopro cardíaco
➥SEIO VENOSO  Baixo Peso e atraso do
desenvolvimento (crianças)
 10% da CIA
 Arritmia
 Junção da veia cava  Infecções respiratórias frequentes;
 Associação com junção análoga das veias  Hipertensão Pulmonar (tardia só
➥OSTIUM PRIMUN acontecendo na idade adulta);
 ICC a direita.
 20% da CIA
➥Ecocardiograma: identifica o local do
 Septo atrio-ventricular
defeito, aumento do área cardíaca (D),
 Formação a 4° semana de vida intra-
tronco pulmonar dilatado.
uterina
➥Eletrocardiograma: identifica arritmias,
fibrilação atrial.
➥SEIO CORONARIO

 Falsa CIA
 Associada a cardiopatias complexas
 Deficiência ou ausência do teto do seio
2. Comunicação interventricular
coronário
Ela é caracterizada por um ou mais orifícios
no septo interventricular em qualquer das
➥ATRIO ÚNICO OU COMUM: ausência do suas porções Abertura anormal no septo
ventricular que permite a livre comunicação
septo interatrial.
entre os ventrículos D e E.

Aproximadamente 20% dos pacientes nos


registros de cardiopatias congênitas são
FISIOPATOLOGIA portadores de CIV como uma lesão solitária

Constituem o defeito cardíaco mais


➥ O aumento do fluxo pulmonar, acarreta frequente.
um aumento da pressão pulmonar.
Pode ser isolada (20% de todas as
➥O aumento da pressão pulmonar, causa cardiopatias congênitas) ou associada a
um aumento da resistência arteriolar outros defeitos congênitos.
pulmonar, ocasionando uma maior Em alguns casos, a CIV pode ser
dificuldade e alteração do fluxo sanguíneo. assintomática, mas quando o defeito é
grande, a criança apresenta sinais clássicos
de hiperfluxo pulmonar por espessamento
da membrana alveolocapilar com
extravasamento de plasma.

Se o fechamento fisiológico não ocorrer,


caracteriza-se a PCA, que permite um
fluxo contínuo de sangue da artéria
aorta para a artéria pulmonar.
Ocorre em: ○ 40% dos neonatos com
MANIFESTAÇÕES peso de nascimento inferior a 2000g ○
80% dos neonatos com peso de
CLÍNICAS nascimento inferior a 1200g
Cardiopatia congênita causada pelo não
 Cansaço às mamadas fechamento do canal arterial após o
 Tosse irritativa nascimento.
 Infecções pulmonares de repetição Caracterizando passagem de sangue da
 Depende do tamanho do defeito aorta para a artéria pulmonar.
 Assintomático no período neonatal Dificilmente encontrada em adultos pois
 ICC nos primeiros meses de vida morrem antes de atingir a maturidade.
(dispneia, inchaço de MMII
hepatomegalia(aumento do fígado)
MANIFESTAÇÕES
menor desenvolvimento) CLÍNICAS
 Arritmias
 Hemoptises(tosse com sangue)
 Canal pequeno: assintomático,
mínimas alterações hemodinâmicas,
3. PERSISTENCIA DO CANAL ARTERIAL risco de endocardite.
Situado entre a bifurcação da artéria  Canal moderado: sinais de IC
pulmonar e o início da aorta (taquicardia, sudorese, taquipnéia),
descendente, o canal arterial tem um dificuldade respiratória, febre, atraso
papel fundamental durante a vida no desenvolvimento.
intrauterina  Canal grande : shunt E-D, IC – E
grave, insuf. respiratória, edema
pulmonar, insuf. renal, hepática,
pneumonia, óbito.
 Cefaléias, AVC (devido a Policitemia)

➥Cianogênicas Policitemia: é uma doença crônica que afeta


o sangue. Consiste em um aumento de
todas as células sanguíneas, especialmente
1. Tetralogia de fallot dos glóbulos vermelhos

Entre as cardiopatias congênitas que


permitem a sobrevivência ao primeiro ano
de vida, a T4F é a mais frequente. Ela se 2. Atresia tricúspide
caracteriza, anatomicamente, por quatro AT é descrita como a ausência de conexão
defeitos fundamentais: direta entre o átrio e o ventrículo direito. A
 Dextroposição da aorta(mistura de valva tricúspide é ausente ou imperfurada,
sangue oxigenado e não oxigenado) não havendo orifício atrioventricular direito.
 Obstrução da via de saída do ventrículo Quando ocorre esta lesão cardíaca
direito; congênita, em geral 50% dos pacientes
 CIV (grande, na parte superior do morrem antes dos seis meses de vida e 70%
septo); não atingem um ano de idade.
 Hipertrofia do ventrículo direito

A AT exige tratamento imediato, pois há o


risco do paciente evoluir com grave
insuficiência cardíaca, mesmo após a
correção.

Logo após o nascimento, o bebê deve ser


encaminhado à cirurgia

É uma malformação caracterizada pela


oclusão congênita da válvula que separa o
átrio direito do ventrículo direito (válvula
MANIFESTAÇÕES tricúspide).
CLÍNICAS Em consequência não há passagem de
sangue venoso para o ventrículo direito
 Cianose em boca, lábios, ponta dos
dedos e nariz, orelhas
 Crianças mais velhas: dispneia, cianose
após esforço físico.
 Baqueteamento digital
 Hipodesenvolvimento físico
familiares e, em muitos casos, pela
necessidade de hospitalização precoce e
prolongada que pode ocorrer desde o seu
nascimento. A inativida-de repercute na
condição física, emocional e social, e acarreta
baixa autoesti-ma, sedentarismo e piora da
qualidade de vida. Por isso, na medida do
possí-vel, a criança deve ser estimulada a
assumir um modo ativo de vida e, quando
liberada pelo cardiopediatra, ser estimulada à
prática de atividades físicas sob orientação
de profissionais que reconhecem os
benefícios físicos e psicosso-ciais que essas
atividades proporcionam, bem como os
riscos relacionados. A fisioterapia realizada
no período pós-operatório imediato visa a
aten-der às necessidades do paciente e está
sobretudo ligada às complicações res-
piratórias decorrentes do procedimento
cirúrgico. O paciente é recebido na unidade
de terapia intensiva ainda entubado, sob
efeito anestésico e, por isso, necessita de
suporte ventilatório mecânico. O trabalho de
fisioterapia respiratória representa uma peça-
Paciente apresenta CIANOSE PRECOCE,
chave na
pela constante mistura de sangue.
evolução pós-operatória, a fim de minimizar
1. A circulação sanguínea pelo fato da as seguintes complicações: infecções
oclusão se faz entre o átrio direito e o pulmonares, atelectasias, edema de glote
átrio esquerdo através de uma CIA. após extubação e broncoes-pasmo. Essas
2. E deste para o ventrículo esquerdo. complicações podem provocar quadro de
3. Então o sangue vai para a aorta. insuficiência respira-tória e requerem
4. E uma parte do sangue antes de entrar atenção por parte do fisioterapeuta. A
na aorta é desviado do ventrículo utilização de ventila-ção não invasiva,
esquerdo para o direito também através
juntamente com medidas que amenizem o
da CIV.
desconforto respiratório, tem por objetivo a
➥Reabilitação cardíaca fase hospitalar mobilização de secreções pulmonares, man-
ter a perviabilidade das vias aéreas, melhorar
o fluxo expiratório e por fim melhorar as
A criança com cardiopatia congênita trocas gasosas. As mudanças de decúbito, de
geralmente tem diminuição da forma periódica e criteriosa, otimizam a
capacidade funcional e, habitualmente, é relação V/Q, melhoram a oxigenação e
mais hipoativa do que a criança sadia em evitam complicações pulmonares já
razão da própria doença, a restrição das abordadas anteriormente, além de evitar
atividades físicas e da vida diária pelos úlcera de pressão e a prevenir as alterações
posturais. O posicionamento adequado com congênitas consiste na realização de sessões
o uso de coxins garante maior efetividade da diárias de alongamentos, exercícios que
mecânica respiratória, podendo-se posicionar utilizam grandes grupos mus-culares e
a criança em decúbito dorsal, caminhadas, como descrito na Figura 6.20.
posicionamento de ninho (crianças até 1 ano) Esse protocolo de exercí-cios segue os
e decúbito lateral . mesmos critérios de progressão dos passos
que o de adulto, dife-rindo quanto à duração
das atividades e ao número de repetições
(menor). Participam desse protocolo crianças
com idade acima de 4 anos, com capacida-de
de compreensão e cooperação e estabilidade
hemodinâmica. Os critérios de exclusão são
sinais de desconforto respiratório, ICC
descompensada e arritmias.

O protocolo proposto para recuperação


cardiovascular de crianças em pós--
operatório de correção de cardiopatias

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