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Componentes do Sistema Cardiovascular

Os principais componentes do sistema circulatório são: coração, vasos sangüíneos,


sangue, vasos linfáticos e linfa.

CORAÇÃO

O coração é um órgão muscular oco que se localiza no meio do peito,


sob o osso esterno, ligeiramente deslocado para a esquerda. Em uma pessoa
adulta, tem o tamanho aproximado de um punho fechado e pesa cerca de
400 gramas.
O coração humano, como o dos demais mamíferos, apresenta quatro cavidades: duas
superiores, denominadas átrios (ou aurículas) e duas inferiores, denominadas ventrículos. O
átrio direito comunica-se com o ventrículo direito através da válvula tricúspide. O átrio
esquerdo, por sua vez, comunica-se com o ventrículo esquerdo através da válvula bicúspide
ou mitral.A função das válvulas cardíacas é garantir que o sangue siga uma única direção,
sempre dos átrios para os ventrículos.
1 - Coronária Direita
2 - Coronária Descendente Anterior
Esquerda
3 - Coronária Circunflexa Esquerda
4 - Veia Cava Superior
5 - Veia Cava Inferior
6 - Aorta
7 - Artéria Pulmonar
8 - Veias Pulmonares
  9   - Átrio Direito
10 - Ventrículo Direito
11 - Átrio Esquerdo
12 - Ventrículo Esquerdo
13 - Músculos Papilares
14 - Cordoalhas Tendíneas
    15 - Válvula Tricúspide
16 - Válvula Mitral
17 - Válvula Pulmonar
Imagem: ATLAS INTERATIVO DE ANATOMIA HUMANA. Artmed Editora.

 As câmaras cardíacas contraem-se e dilatam-se alternadamente 70 vezes por


minuto, em média. O processo de contração de cada câmara do miocárdio (músculo
cardíaco) denomina-se sístole. O relaxamento, que acontece entre uma sístole e a
seguinte, é a diástole.
a- A atividade elétrica do coração
Nódulo sinoatrial (SA) ou
marcapasso ou nó sino-atrial: região
especial do coração, que controla a
freqüência cardíaca. Localiza-se perto 
da junção entre o átrio direito e a veia
cava superior e é constituído por um
aglomerado de células musculares
especializadas. A freqüência rítmica
dessa fibras musculares é de
aproximadamente 72 contrações por
minuto, enquanto o músculo atrial se
contrai cerca de 60 vezes por minuto e
o músculo ventricular, cerca de 20
vezes por minuto. Devido ao fato do
nódulo sinoatrial possuir uma
freqüência rítmica mais rápida em
relação às outras partes do coração, os
impulsos originados do nódulo SA
espalham-se para os átrios e
ventrículos, estimulando essas áreas
Imagem: AVANCINI & FAVARETTO. Biologia – Uma tão rapidamente, de modo que o ritmo
abordagem evolutiva e ecológica. Vol. 2. São Paulo, Ed.
Moderna, 1997. do nódulo SA  torna-se o ritmo de todo
o coração; por isso é chamado
marcapasso.
Sistema De Purkinje ou fascículo átrio-ventricular: embora o impulso cardíaco
possa percorrer perfeitamente todas as fibras musculares cardíacas, o coração possui um
sistema especial de condução denominado sistema de Purkinje ou fascículo átrio-ventricular,
composto de fibras musculares cardíacas especializadas, ou fibras de Purkinje (Feixe de
Hiss ou miócitos átrio-ventriculares), que transmitem os impulsos com uma velocidade
aproximadamente 6 vezes maior do que o músculo cardíaco normal, cerca de 2 m por
segundo, em contraste com 0,3 m por segundo no músculo cardíaco.

b- Controle Nervoso do Coração


Embora o coração possua seus próprios sistemas intrínsecos de controle e possa
continuar a operar, sem quaisquer influências nervosas, a eficácia da ação cardíaca pode ser
muito modificada pelos impulsos reguladores do sistema nervoso central. O sistema nervoso
é conectado com o coração através de dois grupos diferentes de nervos, os sistemas
parassimpático e simpático. A estimulação dos nervos parassimpáticos causa os seguintes
efeitos sobre o coração: (1) diminuição da freqüência dos batimentos cardíacos; (2)
diminuição da força de contração do músculo atrial; (3) diminuição na velocidade de
condução dos impulsos através do nódulo AV (átrio-ventricular) , aumentando o período de
retardo entre a contração atrial e a ventricular; e (4) diminuição do fluxo sangüíneo através
dos vasos coronários que mantêm a nutrição do próprio músculo cardíaco.
Todos esses efeitos podem ser resumidos, dizendo-se que a estimulação
parassimpática diminui todas as atividades do coração. Usualmente, a função cardíaca é
reduzida pelo parassimpático durante o período de repouso, juntamente com o restante do
corpo. Isso talvez ajude a preservar os recursos do coração; pois, durante os períodos de
repouso, indubitavelmente há um menor desgaste do órgão.
A estimulação dos nervos simpáticos apresenta efeitos exatamente opostos sobre o
coração: (1) aumento da freqüência cardíaca, (2) aumento da força de contração, e (3)
aumento do fluxo sangüíneo através dos vasos coronários visando a suprir o aumento da
nutrição do músculo cardíaco. Esses efeitos podem ser resumidos, dizendo-se que a
estimulação simpática aumenta a atividade cardíaca como bomba, algumas vezes
aumentando a capacidade de bombear sangue em até 100 por cento. Esse efeito é necessário
quando um indivíduo é submetido a situações de estresse, tais como exercício, doença, calor
excessivo, ou outras condições que exigem um rápido fluxo sangüíneo através do sistema
circulatório. Por conseguinte, os efeitos simpáticos sobre o coração constituem o mecanismo
de auxílio utilizado numa emergência, tornando mais forte o batimento cardíaco quando
necessário.
Os neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático secretam principalmente
noradrenalina, razão pela qual são denominados neurônios adrenérgicos.  A estimulação
simpática do cérebro também promove a secreção de adrenalina pelas glândulas adrenais ou
supra-renais. A adrenalina é responsável pela taquicardia (batimento cardíaco acelerado),
aumento da pressão arterial e da freqüência respiratória, aumento da secreção do suor, da
glicose sangüínea e da atividade mental, além da constrição dos vasos sangüíneos da pele.
O neurotransmissor secretado pelos neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso
parassimpático é a acetilcolina, razão pela qual são denominados colinérgicos, geralmente
com efeitos antagônicos aos neurônios adrenérgicos. Dessa forma, a estimulação
parassimpática do cérebro promove bradicardia (redução dos batimentos cardíacos),
diminuição da pressão arterial e da freqüência respiratória, relaxamento muscular e outros
efeitos antagônicos aos da adrenalina.
Em geral, a estimulação do hipotálamo posterior  aumenta a pressão arterial e a
freqüência cardíaca, enquanto que a estimulação da área pré-óptica, na porção anterior do
hipotálamo, acarreta efeitos opostos, determinando notável diminuição da freqüência
cardíaca e da pressão arterial. Esses efeitos são transmitidos através dos centros de controle
cardiovascular da porção inferior do tronco cerebral, e daí passam a ser transmitidos através
do sistema nervoso autônomo.
 
Fatores que aumentam a freqüência Fatores que diminuem a freqüência
cardíaca cardíaca
Queda da pressão arterial
inspiração
excitação
raiva
dor Aumento da pressão arterial
 hipóxia (redução da disponibilidade de expiração
oxigênio para as células do organismo)
exercício
adrenalina
febre

Sistema nervoso autônomo


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Sistema nervoso autônomo

Sistema nervoso autônomo é a parte do sistema nervoso que está relacionada ao


controle da vida vegetativa, ou seja, controla funções como a respiração, circulação do
sangue, controle de temperatura e digestão.

No entanto, ele não se restringe a isso. É também o principal responsável pelo controle
automático do corpo frente às modificações do ambiente. Por exemplo, quando o
indivíduo entra em uma sala com um ar-condicionado que lhe dá frio, o sistema nervoso
autônomo começa a agir, tentando impedir uma queda de temperatura corporal. Dessa
maneira, seus pelos se arrepiam (devido a contração do músculo pilo-eretor) e ele
começa a tremer para gerar calor. Ao mesmo tempo ocorre vasoconstrição nas
extremidades para impedir a dissipação do calor para o meio. Essas medidas, aliadas à
sensação desagradável de frio, foram as principais responsáveis pela sobrevivência de
espécies em condições que deveriam impedir o funcionamento de um organismo. Dessa
maneira, pode-se perceber que o organismo possui um mecanismo que permite ajustes
corporais, mantendo assim o equilíbrio do corpo: a homeostasia.
Índice
[esconder]

 1 Generalidades
 2 Anatomia
 3 Características funcionais
 4 Principais diferenças entre o Sistema Nervoso Simpático e Sistema Nervoso
Parassimpático
 5 Avaliações do sistema nervoso autônomo
 6 Referências
 7 Bibliografia

[editar] Generalidades
O sistema nervoso autônomo (SNA) ajuda muito nesse controle porque é o responsável,
entre outras funções, pelas respostas reflexas (de natureza automática), controla a
musculatura lisa (a musculatura cardíaca e as glândulas exócrinas) e permite o aumento
da pressão arterial, o aumento da freqüência respiratória, os movimentos peristálticos, a
excreção de determinadas substâncias.

Apesar de se chamar sistema nervoso autônomo, ele não é independente do restante do


sistema nervoso. Na verdade, ele é interligado com o hipotálamo, que coordena a
resposta comportamental para garantir a homeostasia.

Sabe-se que o SNA é constituído por um conjunto de neurônios que se encontram na


medula e no tronco encefálico. Estes, através de gânglios periféricos, coordenam a
atividade da musculatura lisa, da musculatura cardíaca e de inúmeras glândulas
exócrinas. Mas como o SNA percebe que deve aumentar a pressão arterial, por
exemplo?

Na verdade, não existe um consenso em relação a isso. Muitos acreditam que existem
componentes específicos do sistema nervoso autônomo, responsáveis apenas pela
percepção de parâmetros físico-químicos, como pressão, pH, tensão, temperatura, etc.
Outro grupo acredita que os sistemas sensoriais, principalmente o somestésico, são os
responsáveis pela percepção dessas condições no organismo, e que, posteriormente,
através do sistema nervoso central, essa informação é repassada ao sistema nervoso
autônomo, que irá agir para o controle do equilíbrio corporal.

[editar] Anatomia
A organização estrutural do ramo eferente do SNA difere daquela do sistema nervoso
somático, visto que as fibras eferente somáticas se originam dos corpos celulares
localizados no sistema nervoso central (SNC) e inervam o músculo estriado sem
sinapses interpostas. Em contraste, o SNA consiste num afluxo constituído de dois
neurônios, em que os axônios pré-ganglionares que surgem dos corpos celulares no eixo
cerebroespinhal fazem sinapses com fibras pós-ganglionares que se originam nos
gânglios autônomos, fora do SNC. O SNA é dividido em duas partes:

 Sistema nervoso simpático (toracolombar) e o


 Sistema nervoso parassimpático (craniossacral)

Trata-se de uma divisão baseada nas características anatômicas de cada divisão e nas
funções que cada uma delas desempenha.

[editar] Características funcionais


Alguns órgãos são duplamente inervados pelos sistemas nervosos simpáticos e
parassimpáticos - a exemplo das glândulas salivares, do coração, dos pulmões (músculo
brônquico), das vísceras abdominais e pélvicas - enquanto outros órgãos só recebem
inervação de um sistema. As glândulas sudoríparas, a medula suprarrenal, os músculos
piloeretores e a maioria dos vasos sangüíneos são inervados apenas pelo sistema
nervoso simpático. Por outro lado, o parênquima das glândulas paróditas, lacrimais e
nasofaríngeas é inervado apenas por fibras parassimpáticas.[1]

Para compreender ou prever os efeitos de drogas autônomas sobre um órgão específico,


é necessário conhecer não apenas como cada divisão do SNA afeta este órgão, mas
também se o órgão possui inervação única ou dupla e, quando dupla, qual dos dois
sistemas é predominante nesse órgão. Em certas circunstâncias, um deles pode exercer
influência; entretanto, é preciso assinalar que nenhum deles tem efeito dominante na
atividade da inervação intrínseca dos vários tecidos. [carece  de fontes?]

[editar] Principais diferenças entre o Sistema Nervoso


Simpático e Sistema Nervoso Parassimpático
As características anatômicas e funcionais das duas divisões devem tornar clara a
existência de notáveis diferenças entre os sistemas nervosos simpáticos e
parassimpático.

Cannon foi o primeiro a reconhecer que o sistema nervoso simpático é capaz de


produzir o tipo de resposta maciça e disseminada que permite a um organismo, quando
confrontado com determinado estresse (como dor, asfixia ou emoções fortes), responder
adequadamente (i.e., com "medo, luta ou fuga")[2].

O SNA divide-se em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático, que


são constituídos basicamente por uma via motora com dois neurônios, sendo um pré-
ganglionar (cujo corpo se encontra no sistema nervoso central) e outro pós-ganglionar
(cujo corpo se encontra em gânglios autônomos).

No sistema simpático, logo depois que o nervo espinhal deixa o canal espinal, as fibras
pré-ganglionares abandonam o nervo e passam para um dos gânglios da cadeia
simpática, onde farão sinapse com um neurônio pós-ganglionar.
No sistema parassimpático, as fibras pré-ganglionares normalmente seguem, sem
interrupção, até o órgão que será controlado, fazendo então sinapse com os neurônios
pós-ganglionares. Dessa maneira percebe-se que os neurônios pré-ganglionares do
simpático são curtos e os pós-ganglionares são longos; no parassimpático ocorre o
inverso. Já o sistema nervoso entérico apresenta seus corpos celulares na parede do trato
gastrointestinal.

Os neurônios pré-ganglionares do sistema simpático emergem dos segmentos tóraco-


lombares (da região do peito e logo abaixo), ao passo que os do sistema parassimpático
emergem dos segmentos céfalo-sacrais (da região da cabeça e logo acima dos glúteos).

Uma importante característica da inervação dos músculos pelo sistema nervoso


autônomo é que - ao contrário da inervação somática, que apresenta regiões pré e pós
sinápticas especializadas - suas terminações nervosas apresentam varicosidades onde o
neurotransmissor vai se acumulando através de vesículas. Dessa maneira, a transmissão
de sinais ocorre em vários pontos, através de terminais axoniais, e posteriormente se
difunde no tecido. Essa "estratégia" é bem diferente da empregada no sistema
autônomo, que se baseia na relação ponto-a-ponto. Isso garante que um número menor
de fibras nervosas seja capaz de regular de maneira eficiente órgãos e glândulas.

Normalmente as fibras nervosas dos sistemas simpáticos e parassimpáticos secretam


dois neurotransmissores principais:

 noradrenalina e
 acetilcolina.

As fibras que secretam noradrenalina ativam receptores adrenérgicos e as que secretam


acetilcolina ativam receptores colinérgicos.

Ao contrário do que se pode imaginar, não existe uma regra muito precisa de qual das
duas substâncias cada sistema emprega; no entanto, pode-se fazer algumas
generalizações para melhor compreensão. Podemos assim afirmar que todos os
neurônios pré-ganglionares, sejam eles simpáticos ou parassimpáticos, são colinérgicos.
Consequentemente, ao se aplicar acetilcolina nos gânglios, os neurônios pós-
ganglionares de ambos os sistemas serão ativados.

Em relação aos neurônios pós-ganglionares do sistema simpático, estes, em sua maioria,


liberam noradrenalina, a qual excita algumas células mas inibe outras. No entanto,
alguns neurônios pós-ganglionares simpáticos, são colinérgicos, como por exemplo, os
que enervam a maioria das células sudoríparas. Outro exemplo são os que enervam
alguns vasos que irrigam tecido muscular.

[editar] Avaliações do sistema nervoso autônomo


A avaliação do Sistema Nervoso Autônomo (SNA) pode ser realizada de forma direta e
indireta. O registro direto das propriedades elétricas de nervos autonômicos, como a
velocidade de condução e a amplitude dos picos de atividade elétrica neural, requer a
dissecção de fibras nervosas autonômicas superficiais, tornando impraticável a sua
utilização clínica rotineira. A forma indireta baseia-se na aplicação de um estímulo
quantificável e a observação da resposta fisiológica do órgão alvo de um reflexo
autonômico conhecido, ou utilizando-se drogas que interfiram direta ou indiretamente
sobre a atividade do SNA.

A literatura apresenta vários testes utilizados para avaliar a função autonômica em


diferentes órgãos. No sistema cardiovascular podemos observar o comportamento da
pressão arterial (PA) e da frequência cardíaca (FC) a diferentes estímulos como a
respiração, o exercício físico e as mudanças posturais. Em relação aos demais sistemas,
temos exemplos de testes descritos para a quantificação do lacrimejamento, da salivação
e da resposta da musculatura brônquica à inalação de drogas anticolinérgicas, da
variação do diâmetro pupilar decorrente à estimulação luminosa ou à instalação de
drogas que interferem no SNA, da liberação de polipeptídeo pancreático e de gastrina.

Abaixo são apresentados alguns dos testes autonômicos cardiovasculares de maior


utilização na literatura das ciências de saúde:

 Manobra de Valsalva
 Ortostatismo
 Arritmia sinusal respiratória
 Análise espectral
 Exercício estático (“handgrip”)
 Teste de imersão facial (reflexo do mergulho)
 Teste de exposição ao frio (“cold pressor”)
 Reflexo da tosse
 Teste de estresse mental
 Sensibilidade do barorreflexo
 Teste de decúbito (“Iying down”)
 Outras formas de análise de variabilidade da FC:
 - Desvio-padrão da duração dos intervalos R-R
 - Resultante circular média da duração dos intervalos R-R
 - Base do histograma de freqüência da duração dos intervalos R-R

Sistema Nervoso
O sistema nervoso é responsável pelo ajustamento do organismo ao ambiente.
Sua função é perceber e identificar as condições ambientais externas, bem
como as condições reinantes dentro do próprio corpo e elaborar respostas que
adaptem a essas condições. A unidade básica do sistema nervoso é a célula
nervosa, denominada neurônio, que é uma célula extremamente estimulável; é
capaz de perceber as mínimas variações que ocorrem em torno de si,
reagindo com uma alteração elétrica que percorre sua membrana. Essa
alteração elétrica é o impulso nervoso. As células nervosas estabelecem
conexões entre si de tal maneira que um neurônio pode transmitir a outros os
estímulos recebidos do ambiente, gerando uma reação em cadeia.
⇒ Neurônio: Um neurônio típico apresenta três partes distintas: corpo
celular, dentritos e axônio. No corpo celular, se localiza o núcleo e a
maioria das estruturas citoplasmáticas; Os dentritos são prolongamentos
finos geralmente ramificados que conduzem os estímulos captados do
ambiente ou de outras células em direção ao corpo celular; O axônio é
um prolongamento fino, geralmente mais longo que os dentritos, cuja
função é transmitir para outras células os impulsos nervosos
provenientes do corpo celular. Os corpos celulares dos neurônios estão
concentrados no sistema nervoso central e também em pequenas
estruturas globosas espalhadas pelo corpo, os gânglios nervosos. Os
dentritos e o axônio, genericamente chamados fibras nervosas,
estendem-se por todo o corpo, conectando os corpos celulares dos
neurônios entre si e às células sensoriais, musculares e glandulares.
⇒ Células Glia: Além dos neurônios, o sistema nervoso apresenta-se
constituído pelas células glia, ou células gliais, cuja função é dar
sustentação aos neurônios e auxiliar seu funcionamento. Essas células
constituem cerca de metade do volume do nosso encéfalo.
⇒ Impulso Nervoso: A despolarização e a repolarização de um neurônio
ocorrem devido modificações na permeabilidade da membrana
plasmática. Inicialmente, começa a passagem de Na+, permitindo
entrada de grande quantidade desses íons na célula, aumentando a
quantidade relativa de carga positiva na região interna na membrana,
provocando sua despolarização. Em seguida tem-se início a passagem
de K+, com saída de grande quantidade desses íons. Com isso, o interior
da membrana volta a ficar com excesso de cargas negativas
(repolarização). Assim, o estímulo provoca uma onda de despolarizações
e repolarizações que se propagam ao longo da membrana plasmática do
neurônio, caracterizando o impulso nervoso, que se propaga em um
único sentido na fibra nervosa. Dentritos sempre conduzem o impulso em
direção ao corpo celular, enquanto o axônio conduz o impulso em
direção às suas extremidades, para longe do corpo celular.
⇒ Sinapses: Um impulso é transmitido de uma célula a outra através das
sinapses. A sinapse é uma região de contato muito próxima entre a
extremidade do axônio de um neurônio e a superfície de outras células.
Estas células podem ser tanto outros neurônios como células sensoriais,
musculares ou glandulares. As terminações de um axônio podem
estabelecer muitas sinapses simultâneas. Na maioria das sinapses
nervosas, as membranas das células que fazem sinapses estão muito
próximas, mas não se tocam. Há um pequeno espaço entre as
membranas celulares (o espaço sináptico). Quando os impulsos
nervosos atingem as extremidades do axônio da célula pré-sináptica,
ocorre liberação, nos espaços sinápticos, de substâncias químicas
denominadas neurotransmissores ou mediadores químicos, que tem a
capacidade de se combinar com receptores presentes na membrana das
célula pós-sinápticas, desencadeando o impulso nervoso. Esse tipo de
sinapse, por envolver a participação de mediadores químicos, é chamada
de sinapse química. Os cientistas já identificaram mais de dez
substâncias que atuam como neurotransmissores, como a acetilcolina, a
adrenalina, a noradrenalina, a dopamina e a serotonina.
Sistema Nervoso Central
O encéfalo se aloja no interior do crânio, e a medula espinhal no interior de um
canal existente na coluna vertebral. Ambos são formados por células da glia,
por corpos celulares de neurônios e por feixes de dentritos e axônios.
Funções do encéfalo: As informações vindas das diversas partes do corpo,
chegam até partes específicas do encéfalo, os centros nervosos, onde são
integradas para gerar ordens de ação na forma de impulsos nervosos que são
emitidos às partes do corpo através das fibras motoras presentes nos nervos
cranianos e espinhais. A camada mais externa do encéfalo tem cor cinzenta e
é formada principalmente por corpos celulares de neurônios. Já a região
interna é branca e é constituída principalmente por fibras nervosas (dentritos e
axônios). Essa cor se deve a bainha de mielina que reveste as fibras. A região
superficial do cérebro (substância cinzenta), constitui o córtex cerebral, que se
encontra dividido em mais de quarenta áreas funcionalmente distintas, cada
uma controlando uma atividade específica.
⇒ Tálamo e Hipotálamo: Todas as mensagens sensoriais, com exceção
das provenientes dos receptores do olfato, passam pelo tálamo antes de
atingir o córtex cerebral. O tálamo atua como estação retransmissora de
impulsos nervosos para o córtex cerebral. Ele é responsável pela
condução dos impulsos às regiões apropriadas do cérebro onde eles
devem ser processados. O hipotálamo é o principal centro integrador das
atividades dos órgãos viscerais, sendo um dos principais responsáveis
pela homeostase corporal. Ele faz ligação entre o sistema nervoso e o
endócrino, atuando na ativação de diversas glândulas endócrinas. É o
hipotálamo que controla a temperatura corporal, regula o apetite, o
balanço de água no corpo e está envolvido no comportamento sexual.
⇒ Tronco Encefálico: Formado pelo mesencéfalo, pela ponte e pela
medula oblonga (ou bulbo raquidiano), o tronco encefálico conecta o
cérebro à medula espinhal. Além de coordenar e integrar as informações
que chegam ao encéfalo, ele controla a atividade de diversas partes do
corpo. O mesencéfalo é responsável por certos reflexos. A ponte é
constituída principalmente por fibras nervosas mielinizadas que ligam o
córtex cerebral ao cerebelo. O bulbo raquidiano participa na coordenação
dos movimentos corporais e possui importantes centros nervosos.
⇒ Cerebelo: É o responsável pela manutenção do equilíbrio corporal, é
graças a ele que podemos realizar ações complexas, como andar de
bicicleta e tocar violão, por exemplo. O cérebro recebe as informações de
diversas partes do encéfalo sobre a posição das articulações e o grau de
estiramento dos músculos, bem como informações auditivas e visuais.
Funções da medula espinhal: A medula espinhal elabora respostas simples
para certos estímulos. Essas respostas medulares, denominadas atos
reflexos, permitem ao organismo reagir rapidamente em situações de
emergência. A medula funciona também como uma estação retransmissora
para o encéfalo. Informações colhidas nas diversas partes do corpo chegam à
medula, de onde são retransmitidas ao encéfalo para serem analisadas. Por
outro lado, grande parte das ordens elaboradas no encéfalo passa pela
medula antes de chegar aos seus destinos. A parte externa da medula, de cor
branca, é constituída por feixes de fibras nervosas mielinizadas, denominados
tratos nervosos, que são responsáveis pela condução de impulsos das
diversas regiões da medula para o encéfalo e vice-versa.
Sistema Nervoso Periférico
O Sistema Nervoso Periférico é constituído pelos nervos e gânglios nervosos e
sua função é conectar o sistema nervoso central às diversas partes do corpo
humano. Nervos são feixes de fibras nervosas envoltas por uma capa de
tecido conjuntivo. Nos nervos há vasos sanguíneos, responsáveis pela
nutrição das fibras nervosas. As fibras presentes nos nervos podem ser tanto
dentritos como axônios que conduzem, respectivamente, impulsos nervosos
das diversas regiões do corpo ao sistema nervoso central e vice-versa.
Gânglios nervosos são aglomerados de corpos celulares de neurônios
localizados fora do sistema nervoso central.
SNP Voluntário: Tem por função reagir a estímulos provenientes do ambiente
externo. Ele é constituído por fibras motoras que conduzem impulsos do
sistema nervoso central aos músculos esqueléticos.
SNP Autônomo: Tem por função regular o ambiente interno do corpo,
controlando a atividade dos sistemas digestivos, cardiovascular, excretor e
endócrino. Ele contém fibras nervosas que conduzem impulsos do sistema
nervoso central aos músculos lisos das vísceras e à musculatura do coração.
SNP Autônomo Simpático e SNP Autônomo Parassimpático
O SNP autônomo (SNPA) é dividido em dois ramos: simpático e
parassimpático, que se distinguem tanto pela estrutura quanto pela função.
Enquanto os gânglios da via simpática localizam-se ao lado da medula
espinhal, distantes do órgão efetuador, os gânglios das vias parassimpáticas
estão longe do sistema nervoso central e próximos ou até dentro do órgão
efetuador. As fibras nervosas simpáticas e parassimpáticas inervam os
mesmos órgãos, mas trabalham em oposição. Enquanto um dos ramos
estimula determinado órgão, o outro o inibe, mantendo o funcionamento
equilibrado dos órgãos internos.
O SNPA simpático, de modo geral, estimula ações que mobilizam energia,
permitindo ao organismo responder a situações de estresse. Por exemplo, é
responsável pela aceleração dos batimentos cardíacos, pelo aumento da
pressão sanguínea, aumento da concentração de açúcar no sangue e pela
ativação do metabolismo geral do corpo. Já o SNPA parassimpático estimula
principalmente atividades relaxantes, como a redução do ritmo cardíaco e da
pressão sanguínea, entre outras.
Exercícios
1) (UFF 2002) Na doença miastenia grave, o corpo humano produz anticorpos
contra suas próprias moléculas de receptores de acetilcolina. Esses anticorpos
ligam-se e bloqueiam os receptores de acetilcolina da membrana plasmática
das células musculares. À medida que a doença progride, a maioria dos
músculos enfraquece, e o doente pode apresentar dificuldades para engolir e
respirar. Esses anticorpos:
a) atuam como a acetilcolina, provocando permanente contração, fadiga e
fraqueza muscular;
b) impedem que a contração muscular seja estimulada pela acetilcolina;
c) promovem a destruição dos receptores da sinapse elétrica, bloqueando a
via aferente;
d) ligam-se aos receptores de acetilcolina, inibindo a enzima
acetilcolinesterase e, conseqüentemente, a transmissão dos impulsos
nervosos;
e) ligam-se aos receptores de acetilcolina, bloqueando a ação do sistema
nervoso simpático.
2) (UERJ 1998) Podemos analisar a organização morfofuncional do sistema
nervoso dos vertebrados quando observamos a reação do indivíduo ao tocar
com a mão um objeto muito quente: a musculatura do esqueleto é estimulada
e ele retrai a mão da fonte de calor.
Esse fenômeno pode ser explicado pela atuação dos componentes da
seguinte estrutura:
a) arco reflexo
b) cordão nervoso ventral
c) eixo hipotálamo-hipófise
d) rede nervosa epidérmica
3) (UERJ 2004) As aves precisam ter, para voar, uma eficiente coordenação
motora. Considerando a proporção relativa dos componentes do encéfalo, as
aves possuem, em relação a outros vertebrados, um maior desenvolvimento
da seguinte estrutura encefálica:
a) bulbo c) hipotálamo
b) cerebelo d) lobo frontal
4) (USP 2004) O esquema representa dois neurônios contíguos (I e II), no
corpo de um animal, e sua posição em relação a duas estruturas corporais
identificadas por X e Y.
a) Tomando-se as estruturas X e Y como referência, em que sentido se
propagam os impulsos nervosos através dos neurônios I e II?
b) Considerando-se que, na sinapse mostrada, não há contato físico entre os
dois neurônios, o que permite a transmissão do impulso nervoso entre eles?
c) Explique o mecanismo que garante a transmissão unidirecional do impulso
nervoso na sinapse.
5) (UNICAMP 2004) O locutor, ao narrar uma partida de futebol, faz com que o
torcedor se alegre ou se desaponte com as informações que recebe sobre os
gols feitos ou perdidos na partida. As reações que o torcedor apresenta ao
ouvir as jogadas são geradas pela integração dos sistemas nervoso e
endócrino.
a) A vibração do torcedor ao ouvir um gol é resultado da chegada dessa
informação no cérebro através da interação entre os neurônios. Como se
transmite a informação através de dois neurônios?
b) A raiva do torcedor, quando o time adversário marca um gol, muitas vezes é
acompanhada por uma alteração do sistema cardiovascular resultante de
respostas endócrinas e nervosas. Qual é a alteração cardiovascular mais
comum nesse caso? Que fator endócrino é o responsável por essa alteração?
6) (UFRRJ 2002) Na figura abaixo estão representadas duas células, que no
tecido nervoso estão associadas aos neurônios e desempenham funções
importantes.
Em relação à figura, responda:
a) Como são denominadas essas células?
b) Cite duas funções desses tipos celulares.
7) (UFRRJ 2004) Um biólogo, ao estudar um determinado tecido de animais
vertebrados, fez algumas descrições de suas observações: “É formado por
células dotadas de extensos prolongamentos, os quais liberam substâncias
químicas que permitem a comunicação entre as células do tecido”.
Identifique esse tecido e o tipo de célula à qual se referiu o biólogo, justificando
como você chegou a essa conclusão.
8) (UFRRJ 2004) Para a propagação do impulso nervoso, é necessário um
estímulo que gera uma resposta. O esquema a seguir representa um arco-
reflexo, no qual o calor da chama de uma vela provoca a retração do.braço e o
afastamento da mão da fonte de calor.
a) Qual a conseqüência da secção da raiz dorsal do nervo representada como
corte A?
b) Qual a conseqüência da secção da raiz ventral do nervo representada como
corte B?
9) (UFPA 2003) Algumas pessoas, quando realizam provas nos Vestibulares,
tendem a sofrer conseqüências fisiológicas da ação dos sistemas endócrino e
nervoso. O componente simpático do sistema nervoso autônomo é estimulado,
e as glândulas supra-renais liberam adrenalina na tentativa de "enfrentar" a
tensão instalada no dia da prova.
a) Explique o que ocorre nas seguintes atividades orgânicas: batimento
cardíaco, peristaltismo intestinal e pressão arterial, a partir do citado estímulo
nervoso.
b) O mencionado hormônio atua de que maneira sobre o glicogênio e com qual
finalidade?
I II
LINHARES, S.; GEWANDSZNAJDER, F. Biologia Hoje.
GABARITO
1)B
2)A
3)B
4 ) a) Os impulsos nervosos propagam-se no sentido de II para I.
b) A transmissão do impulso na sinapse é feita por neurotransmissores.
c) Os neurotransmissores são secretados pelas terminações do axônio.
5 ) a) A informação é transmitida, de um neurônio a outro, por meio de
neurotransmissores secretados pelo axônio na sinapse.
b) A alteração mais comum é a taquicardia (batimento acelerado do coração).
O fator endócrino responsável por essa alteração é o hormônio adrenalina.
6 ) a) neuroglia ou células da glia.
b) proteção, sustentação, facilitar a difusão de metabólitos entre o sangue e os
neurônios, fagocitar resíduos, e isolar eletricamente o neurônio.
7 ) Tecido Nervoso – Neurônio, pois esses tem prolongamentos chamados
axônios onde são secretados os mediadores químicos nas sinapses, que
permitem a comunicação entre as células.
8 ) a) A pessoa não sente a queimadura e não afasta a mão da fonte de calor.
b) A pessoa sente a queimadura, mas não afasta a mão da fonte de calor.
9 ) a) A adrenalina aumenta o batimento cardíaco e a pressão arterial
enquanto inibe o peristaltismo intestinal.
b) Em uma situação de stress, o glicogênio é convertido em glicose, a fim de

aumentar a produção de energia.

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