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OBS: ele pediu para não se iludir, já que é impossível aprender choque com essa aula. Falou que vai
cobrar coisas mais gerais na prova.
DEFINIÇÕES DE CHOQUE
FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR
A PA é o produto do DC (volume de sangue que o coração lança na circulação sistêmica por
minuto) pela resistência vascular sistêmica ou periférica (é o grau de resistência que os vasos
periféricos oferecem à passagem do sangue, diretamente relacionada à vasoconstricção e
vasodilatação das arteríolas), de tal forma que se elevar o débito ou a resistência, eleva-se a
PA, essas três constantes são diretamente proporcionais. PA= DC x RVS
O DC é o produto da FC pelo volume sistólico (volume ejetado pelo ventrículo a cada
contração), este último depende da pré-carga (é o retorno venoso, o volume que chega no
átrio direito) e depende também, da contratilidade miocárdica (força de contração do
miocárdio), e depende da pós carga também. DC= FC x VS.
FISIOPATOLOGIA DO CHOQUE
Quando se tem oferta inadequada de o 2 aos tecidos, sempre teremos uma resposta
compensatória.
TIPOS DE CHOQUE
O choque se divide em 4 tipos:
2. Cardiogênico: ocorre por falência da bomba cardíaca por uma causa intrínseca ao
próprio coração levando a uma queda do DC. Se dividindo em 3 grupos de causas:
A) Lesão cardíaca direta: as principais causas são IAM, síndromes coronarianas agudas,
contusão miocárdica do trauma, miocardite, IC agudizada, drogas como os bloqueadores dos
canais de cálcio (intoxicação).
B) Causas mecânicas: comunicação interventricular (a comunicação interatrial geralmente
não da choque cardiogênico) e as valvulopatias (estenótica ou por insf das válvulas).
C)Arritmias: taquiarritmia ou bradiarritmia.
4. Distributivo: É o diferentão porque não ocorre por queda do DC, ocorrendo inclusive
um aumento do DC. Acontece devido a vasodilatação periférica excessiva, o que
prejudica a microcirculação.
Por que o DC pode aumentar? Porque a vasodilatação abre a periferia, o esforço que o
coração tem para bombear o sangue diminui porque diminuiu a pós-carga/resistência do
fluxo sanguíneo
Quando vasodilata diminui bastante a resistência vascular sistêmica, de tal forma que o
volume fica retido, não volta para o átrio. Sendo assim, começa a ocorrer desvio de sangue
para órgãos “menos importantes”, e por consequência leva a uma queda da PA sistêmica.
DC = débito cardíaco.
RVS = resistência vascular sistêmica.
LETICIA BEZERRA E SÍLVIA HELENA
PCP = pressão de oclusão da artéria pulmonar. ENTENDA COMO pressão do átrio esquerdo.
Consegue traduzir se a bomba cardíaca está funcionando de forma adequada, tem boa
relação com a função cardíaca. Aumenta quando o coração não funciona de forma
adequada, o sangue chega, mas o coração não tem força de lançar a diante.
PVC = pressão venosa central, pressão dos grandes vasos que chegam ao átrio direito, pode
imaginar que é a pressão do átrio direito, em resumo, É A PRESSÃO DE RETORNO DOS
GRANDES VASOS DO ÀTRIO DIREITO. Por meio dela, consegue-se estimar a pré-carga e
consequentemente o estado volêmico do paciente, além de ter boa relação com o retorno
venoso. Quanto menor a PVC, mais provável que o paciente esteja hipovolêmico.
A PVC aumenta no choque cardiogênico (porque o sangue chega no átrio, mas o coração é
incapaz de ejetar todo o sangue, acaba retendo e aumentando a PVC) e obstrutivo (o sangue
chega no coração, mas como tem algum fator que impede o fluxo normal do sangue, a PVC
aumenta), e diminui no hipovolêmico (porque perdeu volume, diminuiu retorno venoso,
consequentemente diminui a pré carga, diminuindo a PVC) e distributivo (porque tem
retenção de volume na periferia, de tal forma que reduz a pré carga, o retorno venoso).
A PCP vai estar aumentada no choque cardiogênico (coração não tem força para lançar o
sangue adiante) e obstrutivo (porque tem algum fator que impede a circulação normal do
sangue).
EXCEÇÕES:
1. Do choque cardiogênico: a PCP vai estar baixa em infarto do ventrículo direito, o qual
não consegue mandar sangue para circulação pulmonar, ou seja, não retorna sangue
para o átrio esquerdo porque o átrio direito não consegue ejetar o sangue.
EM TODAS AS OUTRAS SITUAÇÕES, EM CHOQUE CARDIOGÊNICO, o PCP é alto.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
I. Cardinais: são comuns a todo e qualquer tipo de choque. O mais importante desse
tópico!!!
LETICIA BEZERRA E SÍLVIA HELENA
Quando pensa no sistema cardiovascular, o que se espera é que tenha hipotensão, resposta
compensatória, acidose metabólica, aumento do lactato, pele fria e pegajosa (pela
sudorese).
II. Choque séptico: febre e evidência do foco infeccioso, sendo o mais comum o foco
infeccioso pulmonar (tosse, expectoração purulenta, taquidispneia, dor pleurítica), e
foco infeccioso renal (disúria, ardência ao urinar ou dor abdominal, geralmente com
abdome agudo)
III. Choque anafilático: história de exposição a algum alérgeno. Manifestações cutâneo-
mucosas (urticária).
IV. Choque cardiogênico: dor torácica, dor precordial súbita e intensa com irradiação
para o MSE (para pensar em IAM), com fatores de risco como DM ou dislipidemia,
traquiobradiarritmia, estertor pulmonar basal (indício de falência cardíaca).
V. Choque hipovolêmico: trauma ou perda de fluidos.
VI. Choque obstrutivo: Dor torácica súbita com relato de malignidade (TEP), dissecção
aórtica( dor torácica com irradiação para o dorso e descendo, migrando crânio-
caudal), tamponamento (hipotensão, turgência jugular).
Dissecção aórtica: pode ter diferença do pulso/PA entre os membros, porque se pegou a a.
subclávia esquerda, vai comprometer a vascularização do MSE, é típico da dissecção aórtica.
Ao fazer ECG e troponina e vai estar tudo normal e você pode cometer o erro de dar alta.
PENSE EM FAZER RX DE TÓRAX pra ver se tem alargamento do mediastino
Tamponamento cardíaco: achatamento do QRS, que fica com amplitude menor, mais estreito.
AVALIAÇÃO COMPLEMENTAR:
1. Laboratorial: devemos solicitar:
A) Lactato: é um marcador de prognóstico. Quanto maior, pior o prognóstico. Além de ser
um marcador de acompanhamento, então deve-se dosar em seriado. Se ele estiver em
queda, indica conduta adequada.
B) Hemograma.
Choque séptico: leucocitose ou leucopenia.
F) Provas de coagulação.
G) Gasometria arterial: geralmente terá acidose metabólica com hiperlactatemia.
H) Urina: caso suspeite de sepse de foco urinário.
MONITORIZAÇAO HEMODINÂMICA
1. Não invasiva:
A) PA média {(2x a diastólica + a sistólica)/3}, FC, FR, diurese(ESSENCIAL para entender se a
reposição volêmica está adequada ou não), oximetria, ECG.
OBS: quando o paciente está grave, a PA média não invasiva não é fidedigna.
2. Invasiva:
A) PAM invasiva (disseca a artéria radial e coloca um cateter que fará a leitura de forma direta,
por meio desse cateter também, pode estimar o DC), pressão venosa central, pressão capilar
pulmonar, débito e índice cardíaco (a diferença para o débito é porque leva em consideração
a superfícies corporal, ou seja, é L x min x m2), saturação venosa central.
De forma geral, precisamos saber que quanto maior o volume que fizer, é melhor para
qualquer tipo de choque. Mas existe uma linha tênue, no qual o paciente não vai mais
responder ao volume administrado, vai ficar congesto, agravando a síndrome do desconforto
respiratório agudo (SDRA).
Como devemos reavaliar esse paciente? por meio do débito urinário (0,5ml por kg h),
objetivar PAM >=65mmHg, lactato em queda e Hb=7-9.
Geralmente começa com uma dose de 0,01mcg x kg x minuto. Podendo chegar até 3mcg x
kg x minuto.
Qual objetivo? Manter PAM >=65mmHg, chegou nesse parâmetro, para de usar a nora,
sempre use a menor quantidade possível.
Chegou na dose máxima e não atingiu o objetivo? Associa a um segundo vasoconstrictor.
Pode ser adrenalina, vasopressina ou dopamina.
Dopamina não é de escolha porque seu efeito depende da dose (dose-dependente), de 1 a
3mcg por kg por min tem efeito dopaminérgico; de 3 a 10 tem efeito inotrópico; e acima de
10 tem efeito vasoconstrictor. Muito difícil de manusear, além de causar uma importante
taquiarritmia pela ação nos receptores beta. Só faz se o paciente estiver bradicárdico ou sem
taquiarritmias.
TRATAMENTOS ESPECÍFICOS
CHOQUE ANAFILÁTICO
Como dá o diagnóstico de spse ATUALMENTE? infecção + escore sofa >=2ou Q. SOFA >= 2
-O diagnóstico é feito com foco infeccioso confirmado ou presumido (não precisa ter uma
cultura comprovando) + SOFA>=2(escore de disfunção orgânica).
LETICIA BEZERRA E SÍLVIA HELENA
QUANDO INICIAR TRATAMENTO PARA SEPSE SEM EXAME COMPLEMENTAR (a beira do leito):
QUICK SOFA: necessário avaliar glasgow (<15), PAS(<100), FR(>22), caso tenha 2 parâmetros
positivos + foco infeccioso diagnosticado ou presumido, inicia o tratamento. Quick SOFA
não formaliza o diagnóstico de sepse, mas é preditor de pior prognóstico. TEM QUE SABER
OS PARÂMETROS.
Quem formaliza diagnóstico de sepse é o SOFA, mas é necessário exames laboratoriais.
Como paciente séptico é um paciente grave, sendo necessário iniciar o tratamento
imediatamente, pode iniciar o tratamento com o QUICK até os exames chegarem.
Existe uma nomeação para conduta inicial de primeira hora: RESSUCITAÇÃO INCIAL PACOTE
DE PRIMEIRA HORA:
1. Minuto 0: momento que o paciente passou da triagem.
Mnemônico para memorização:
A. F - fluido: soro RL 30ml por kg em bolus, infundido em até 3h. Infunde mais de acordo
com a responsividade ou não do paciente.
LETICIA BEZERRA E SÍLVIA HELENA
Somente em paciente refratário a droga vasoativa. Indicado a hidrocortisona 50mg a cada 6h.
BICARBONATO DE SÓDIO:
Só faz de paciente tiver pH <7,15 (acidose metabólica).