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Patologia Geral

Sistema Cardiovascular

Introdução: - Sistema Nervoso Simpático:

(1) aumento da frequência cardíaca.


- O coração é um órgão muscular oco que funciona como
uma bomba contrátil propulsora. O líquido propelido pelo (2) aumento da força de contração.
coração é o sangue. (3) aumento do fluxo sanguíneo através dos vasos coronários
- É uma bomba de sucção e pressão. visando a suprir o aumento da nutrição do mm cardíaco.

- Localizado no mediastino com ápice voltado caudalmente e


base cranialmente.
Frequência Cardíaca:
- Composto por: 2 átrios, 2 ventrículos, vasos da base, vasos - Simpático: (neurotransmissores adrenérgicos: adrenalina e
para nutrição do coração. noradrenalina- taquicardia, aumento da pressão arterial,
taquipnéia) entrada de Ca.

Pericárdio: - Parassimpático: (colinérgicos: ACH- bradicardia, diminuição


da pressão arterial, relaxamento mm) – saída de Na.
É um saco fibro-seroso que envolve o coração, separando dos
órgãos do mediastino e limitando sua expansão durante a - Regulação intrínseca do coração (células marca-passo dos
diástole ventricular. nodos atrioventricular e sinusal).

Inervação: Coração/Parte elétrica:

Controle Nervoso do Coração


- Sistema Nervoso conectado ao coração por 2 nervos do
sistema nervoso autônomo: parassimpáticos e simpáticos.

- Sistema Nervoso Parassimpático:

(1) diminuição frequência cardíaca.

(2) diminuição da força de contração do mm atrial.

(3) diminui a velocidade de condução dos impulsos através


do nódulo AV (átrio ventricular), aumentando o período de Patologias Cardíacas:
retardo entre a contração atrial e a ventricular.
Coração normal. Patologias do pericárdio.
(4) diminuição do fluxo sanguíneo através dos vasos
coronários que mantêm a nutrição do próprio músculo Resposta à agressão. Patologias do endocárdio.
cardíaco. Fisiopatologia cardíaca. Patologias do miocárdio.
- Estimulação parassimpática diminui todas as atividades do Insuficiência cardíaca.
coração, a função cardíaca é reduzida pelo parassimpático
durante o período de repouso e ajuda preservar os recursos Anomalias congênitas.
do coração.
Insuficiência Cardíaca: 4 Componentes fundamentais para o funcionamento
- É o comprometimento da capacidade do coração em cardíaco:
suprir as necessidades do organismo e a incapacidade do
coração de gerar débito cardíaco adequado para atender 1. Frequência cardíaca: ritmo cardíaco.
às necessidades metabólicas dos tecidos. 2. Pré-carga: quantidade de volume sanguíneo no
ventrículo, no final da diástole.
Insuficiência Cardiovascular Reações adaptativas:
3. Pós-carga: resistência, impedância ou pressão que os
cardíacas e sistêmicas Mecanismo compensatório
ventrículos exercem para ejetar o volume sanguíneo.
transitório Déficit funcional ICC (processo lento). 4. Contratilidade: inotropismo inerente ao encurtamento
das fibras musculares cardíacas alternando com o
alargamento destas.
Coração não está capacitado a manter as necessidades
circulatórias do organismo.
Reações Cardíacas:
Pós-carga
Pode ser classificado de 2 formas: Resistência, impedância ou pressão que o ventrículo
exerce, para ejetar o volume sanguíneo, dificuldade
- Insuficiência cardíaca diastólica ou retrógrada: enfrentada pelo ventrículo durante o processo de ejeção, o
incapacidade do coração de recolher todo retorno venoso fator que mais interfere na pós-carga é a resistência
vascular periférica.
(cardiomiopatia hipertrófica).
- Insuficiência cardíaca sistólica ou anterógrada:
incapacidade do coração em ejetar quantidade necessária Pré-carga
de sangue (alteração da contratilidade do miocárdio- Força ou carga exercida no miocárdio no final da diástole
cardiomiopatia dilatada). (estiramento das fibras), quantidade de volume sanguíneo
no ventrículo, no final da diástole. Máximo de estresse da
- As 2 patologias: do volume sistólico final > parede do ventrículo, quando está cheio de sangue
hipoperfusão débito cardíaco. (pressão diastólica final).

- Volume sistólico de ejeção: volume de sangue bombeado


pelo VE por batimento. Débito Cardíaco
Quantidade de sangue bombeado pelo coração por
*Insuficiência cardíaca leva a resposta local (cardíaca), do
minuto. Débito cardíaco: Frequência cardíaca x Volume
próprio coração- resposta adaptativa cardíaca: hipertrofias sistólico.

Segunda forma de classificar:


Fração de ejeção
Localização da congestão. % de sangue bombeada pelo coração em cada batimento.
Volume sistólico final (VSF): volume de sangue retido nos
-Insuficiência Cardíaca Congestiva Esquerda (ICCE): vasos após a sístole, volume diastólico final (VDF): volume
Congestão pulmonar e edema: causas mais comuns- perda de sangue presente nos vasos no final da diástole.
da contratilidade do miocárdio, disfunção das valvas
aórtica e mitral, doenças congênitas. Cardíaca:
- Insuficiência Cardíaca Congestiva Direita (ICCD): - Queda da frequência cardíaca: pequenas lesões
miocárdios/externas.
Relacionada a Congestão Hepática: em cães ocorre ascite e
em gatos hidrotórax. - Estímulo simpático e neuro: hormonal.

Causas: hipertensão pulmonar, miocardiopatia, lesões nas - Fator atrial natriurético (liberado pelas células do átrio
válvulas tricúspide e pulmonar. direito), faz a vasodilatação arteriolar e melhora a função
cardíaca (age diretamente no coração).

- Predomínio de neuro: hormônios com funções


constritoras que induz o aumento da resistência e uma
piora progressiva do coração.
Sistema Nervoso Simpático: Anomalias Congênitas:
-A ativação simpática tem como efeitos imediatos o
aumento: contratilidade miocárdica, frequência cardíaca, Cardiopatias Congênitas
resistência periférica.
São defeitos cardíacos tanto na estrutura quanto na função
- Melhora o débito cardíaco e redistribui melhor o fluxo cardiocirculatória, que se originam na vida fetal,
sanguíneo. modificando-se durante o desenvolvimento pós-natal.
- Mecanismo inicialmente benéfico: aumenta o gasto e da - Etiologia: resultam de uma interação multifatorial
fibra cardíaca e aumento a pós-carga, sobrecarregando complexa entre desordens genéticas e ambientais.
ainda mais o VE já comprometido.
Ambientais: uso de drogas na gravidez, alcoolismo,
- Consequências tardias: hipertrofia das fibras miocárdicas, infecções virais, parasitárias.
e isquemia (aumento do gasto E), o que favorece o
aparecimento de arritmias, piorando ainda mais as Genética: mutações gênicas, aberrações cromossômicas,
condições do coração. síndromes hereditárias (transmissão familiar.

Pode ser classificado em:

- Cardiopatias congênitas acianóticas.


Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona:
- Cardiopatias congênitas cianóticas.
- Diminuição do débito cardíaco: leva à maior liberação de
renina pelo aparelho justa glomerular (néfrons). Cardiopatia Congênita Acianótica:
- Age sobre o angiotensinogênio (Fígado): angiotensina I.
- Defeito cardíaco com sinais clínicos: dores no peito,
- Este peptídeo sofre a ação da enzima conversora da dificuldade para respirar, desmaios, pulso fraco e sopro
angiotensina (ECA), transformando-se em angiotensina II cardíaco.
(potente vasoconstritor nos pulmões). - Tratamento: cirúrgico.
- A angiotensina II também é produzida no coração,
pulmões e endotélio vascular age nos rins:  Principais doenças:
1 – Constrição das arteríolas renais diminuindo o fluxo
- Comunicação Inter-Ventricular: ausência de tecido septal,
sanguíneo no rim. Esse fluxo sanguíneo lento possibilita o
permitindo comunicação entre ventrículos.
aumento da reabsorção de líquidos pelos túbulos.
Fisiopatologia: ventrículo esquerdo ejeta sangue para
2 – Atua sobre células tubulares aumentando a reabsorção
artéria aorta, e shunt ventrículo direito e artéria pulmonar.
de sal e água, esses eventos podem reduzir até 80% do
débito urinário. É a mais frequente.

- Paralelamente, a angiotensina II estimula a produção de - Ducto Arterioso Persistente: fisiológica ao nascimento, no


aldosterona pela adrenal, como consequência, retenção feto a artéria pulmonar se une a artéria aorta, liga artéria
maior de Na e H20, levando a aumento da volemia, pulmonar antes de sua bifurcação à aorta descendente.
aumentando o retorno venoso (pré-carga).
O fechamento ocorre 12h após o nascimento.
- Aldosterona causa um aumento intenso da reabsorção de
Fisiopatologia: ocorre shunt, VE-VD com sobrecarga da
NA nos túbulos renais, eleva quantidade de líquido
câmara esquerda, hiperfluxo e hipertensão pulmonar,
extracelular e consequentemente aumenta a pressão
favorecendo a ICC.
arterial a longo prazo.
- Comunicação Inter-Atrial: fisiológica ao nascimento é a
- Esse aumento da volemia leva a aumento do volume
comunicação entre os átrios na região da fossa oval.
ventricular, tendendo a aumentar o volume sistólico.
Sangue oxigenado que esta no átrio esquerdo – átrio
- A angiotensina II também causa hipertrofia da fibra
direito: mistura sangue rico em oxigênio e sangue pobre
miocárdica, apoptose, fibrose intersticial.
em oxigênio que irá para os pulmões.

Ocorre o aumento de sangue (hiperfluxo) para os pulmões.


Raças: bulldogue inglês, Poodle, Schnauzer, Pastor Alemão.
- Tipos de Comunicação Inter Atrial:
Não tem predisposição sexual.
1. Forame oval pérvio: presente nos recém-nascidos e
permanecem em aberto em 30% dos adultos. Reconhecida em gatos.

2. Defeito tipo óstium-secundum: mais comum situado no Sinais clínicos: depende do grau da lesão, pode ser
meio do septo atrial. incompatível com a vida, assintomático, ou levar a
hipoxemia, retardo de crescimento, intolerância ao
3. Tipo óstium-primum: localizado na margem inferior do exercício, fraqueza, dispnéia, ansiedade e síncopes.
septo, andorando a valva mitral.
Diagnóstico: por RX tórax, Ecocardiograma.
4. Tipo seio venoso: porção superior, junto a veia cava
superior.

Miocardiopatias:
Anormalidade primaria do miocárdio.
- Leva anormalidades na espessura da parede cardíaca, no
tamanho e disfunção mecânica e/ou elétrica.

- Estão associadas a mortalidade e morbidade


significativas.
- Animais com miocardiopatia estão sempre sofrendo o
risco de uma arritmia ou morte cardíaca súbita ou ambos.

 Classificação quanto a etiologia:

Cardiopatia Congênita Cianótica: - Miocardiopatias primárias: doenças restritas somente ao


coração.
Defeito no coração: baixo fluxo sanguíneo para os pulmões - Miocardiopatias secundárias: envolvimento miocárdico
ou entupimento das valvas do coração- falta de oxigênio. como componente de uma desordem sistêmica ou de
múltiplos órgãos.
Sinais clínicos: pele de cor cinza-violeta, nos dedos, lábios e
orelha.
 Classificação quanto a morfologia:
 Principais doenças:
- Cardiomiopatia Dilatada – CMD.
- Transposição das grandes artérias: saída anormal dos - Cardiomiopatia Hipertrófica – CMH.
grandes vasos- artéria pulmonar e aorta do ventrículo
direito. - Cardiomiopatia Restritiva ou Intermediária.

- Fisiopatologia: sangue venoso retorna ao átrio direito é - Cardiomiopatia hipertrófica excêntrica.


bombeado diretamente de volta para o corpo, sangue
- Cardiomiopatia hipertrófica concêntrica.
arterial proveniente dos pulmões para o átrio esquerdo
volta para os pulmões.
Miocardiopatia Dilatada ou Congestiva:
- Tetralogia de Fallot: 4 defeitos anatômicos- extraposição
da artéria aorta, estenose da via de saída de ventrículo - Termo aplicado a forma de dilatação cardíaca progressiva
direito (valva pulmonar), defeito septal ventricular (CIV ou e disfunção contrátil (sistólica), geralmente com hipertrofia
DSV), hipertrofia de ventrículo direito. concomitante. Acúmulo de sangue nos órgãos (processo
passivo).
*Síndrome de Down

1. Estenose da via de saída do ventrículo direito


(infunbibular) com hipoplasia.

2. CIV.
3. Dextraposição e aorta aumentando de calibre.

4. Hipertrofia do ventrículo direito.


 Fisiopatologia:  Epidemiologia:
Contratilidade diminuída é a principal alteração inicial, à - Geralmente machos (controversa), idade: 4 a 6 anos,
medida que a função sistólica e o débito cardíaco pioram e sendo descritos casos com 6 meses até 14,5 anos
os mecanismos compensatórios são ativados, desenvolve-se
a dilatação progressiva da câmara cardíaca, com - Raças grandes ou gigantes: Doberman, Irish Wolfhound,
consequente diminuição da espessura das paredes Dog Alemão, Boxer, São Bernardo, Afghan Hound e Old
ventriculares. English Sheepdog. Raças pequenas: Cocker Spanie.

- Cria-se uma disfunção ventricular sistólica, com diminuição  Sinais Clínicos:


do débito cardíaco e ativação de mecanismos
- Variam de acordo com o grau de comprometimento
compensatórios que levam, à retenção de água e sódio a
cardíaco, C.M.D moderada a grave e com baixo débito
nível renal (RS Sistêmica).
cardíaco, há um aumento do tónus simpático e
- Traduz-se no aumento do volume de sangue e vasoconstrição periférica.
consequente aumento do volume intra-cardíaco, com
- Mucosas pálidas e TRC aumentado. Pode ocorrer
retenção de sangue no ventrículo esquerdo (CONGESTÃO).
fraqueza, síncopes, choque cardiogênico e o óbito.
- Desenvolve-se Insuficiência Cardíaca Congestiva =
- I.C.C.D ou E, ou ambas, taquipnéia, aumento de ruídos
Repercussão Hemodinâmica.
respiratórios, crepitações pulmonares, distensão ou
- Posteriormente, ativados os mecanismos compensatórios pulsação venosa jugular, derrame pleural, ascite e
simpático, hormonal e renal = aumento da frequência caquexia, hepatomegalia ou esplenomegalia. Sons
cardíaca, com isso teremos maior resistência vascular cardíacos podem estar hipofonéticos devido ao derrame
periférica e na retenção de volume. pleural ou à baixa contratilidade cardíaca.

- Em fase mais avançada da doença, pode surgir fibrilação  Diagnóstico:


atrial (FA): Átrios contraem fora do ritmo.
- Alterações evidentes (cardiomegalia generalizada mais
 Características: comum), com predomínio do aumento das câmaras
esquerdas.
M.A.: 4 câmaras podem estar aumentadas, coração
aumentado de tamanho, e diminuição da espessura das - Opacidade pulmonar intersticial/alveolar, em regiões
paredes em relação ao aumento no tamanho das câmaras. dorso-caudal do tórax, na ICCE - edema pulmonar.
M.I.: fibras aumentadas e com depósito de gordura. Derrame pleural, distensão da veia cava caudal,
hepatomegalia e ascite acompanham ICCD.
- Evolução benigna, com longo período sem sinal clínico.
 Tratamento:
- Características ecocardiográficas: diminuição da fração de
encurtamento da fibra miocárdica e diminuição da fração de - Pimobendan aumenta a contratilidade miocárdica/efeito
ejeção. Quaisquer câmaras podem estar aumentadas com vasodilatador.
insuficiência das valvas átrio/ventriculares: geralmente
- Furosemida: menor dose oral efetiva em intervalos de
resulta na ICC.
tempo ctes a longo prazo, espironolactona utilizada em
 Pode ser primária ou secundária: doentes crónicos, tem também uma ação antagonista da
aldosterona.
- Causas primárias: idiopática caracterizada pela
contratilidade miocárdica inadequada, com ou sem - IECA’s devem ser utilizados, a dilatação ventricular
arritmias. progressiva e a regurgitação mitral secundária.

- Fator genético associado? Miocardite? - Infarto do


miocárdio?

- Causas secundárias: redução na concentração de


adenosina trifosfato (ATP) do miocárdio: Dobermanns,
deficiências nutricionais, processos inflamatórios, toxinas,
trauma e mecanismos imunológicos, deficiência em AA
carnitina e taurina, em Cocker Spaniels, doxorrubicina induz
cardiotoxicidade aguda ou crónica.
 Sinais clínicos:
Cardiomiopatia Hipertrófica:
- Podem surgir manifestações clínicas de I.C.C (E ou D),
- Introdução: hipertrofia cardíaca fisiológica ocorre episódios de fraqueza e síncopes. Em alguns casos, morte
durante o crescimento natural do animal, gestação ou em súbita sem manifestação clínica precedente.
RS ao exercício físico. Na hipertrofia fisiológica, a
frequência cardíaca está normal, SEM associação ao  Diagnóstico:
desenvolvimento de IC. - A ecocardiografia é o melhor meio de diagnóstico para a
- A hipertrofia cardíaca patológica resulta de estímulos CMH, uma vez que permite visualizar alterações muito
biomecânicos e neuro-humorais. características da doença. Na radiografia torácica pode
observar-se o aumento do AE e VE, com ou sem congestão
- Alterações estruturais, funcionais e metabólicas do ou edema pulmonar.
coração, incluem aumento no volume dos miócitos
cardíacos, aumento do interstício e fibrose.  Tratamento:

- Desordem cardíaca mais comum em gatos, caracterizada - Visa promover o relaxamento miocárdico, controlar o
por disfunção diastólica e insuficiência cardíaca congestiva. edema pulmonar e suprimir as arritmias. Assim, este é
efetuado com beta-bloqueadores e bloqueadores dos
- Pode levar a hipertrofia do ventrículo esquerdo canais de cálcio. Pode usar furosemida ou inibidores de
concêntrica. ECA.
- CMD: fibras aumentam, mas esticam – sístole.

- CMH: fibras aumentam, “gordas” – diástole.


Miocardiopatia restritiva:
- Frequente em gatos e humanos, gatos machos de meia - Disfunção ventricular diastólica, caracterizada por
idade, pouca frequência em cães, gatos desenvolvem I.C.C. restrição ao preenchimento ventricular e do volume
diastólico dos ventrículos. Dilatação atrial e geralmente
*gatos: paresia posterior devido tromboembolismo da com índices de função sistólica e espessura de parede
aorta abdominal caudal. ventricular inalterados. Associado à fibrose miocárdica ou
subendocárdica, ou por doenças infiltrativas.
 Etiologia:
- Pouco frequente.
Idiopática- causas secundárias: hipertensão sistêmica,
hipertireoidismo, obesidade, hiperadrenocorticismo. - Encontrada em gatos com lesões endocárdicas que
resultam em dificuldade no preenchimento ventricular.
 Fisiopatologia:
- Endocárdio do VE com fibrose difusa.
Aumentam a rigidez da parede ventricular

- Rigidez ventricular: LEVA ao enchimento diastólico Hipertrofia Ventricular Excêntrica:


anormal compromete o enchimento do VE e aumenta a
pressão diastólica. Aumento da cavidade ventricular, associada a maior
espessura do miocárdio. Sobrecargas volumétricas
- MA: Hipertrofia maciça do miocárdio, sem dilatação (diastólicas) crônicas: regurgitações valvares.
ventricular: - aumento do septo- cavidade ventricular
semelhante a banana. - Causas: insuficiências valvulares (tricúspide, mitral). Más-
formações congênitas.
- MI: hipertrofia dos miócitos e desarranjo aleatório dos
feixes. - Consequências: cardiomegalia. Aumento da capacidade
diastólica. Progressiva diminuição da contratilidade.
- Gatos e cães: coração aumentados de volume.
- Tem início com RS adaptativa à sobrecarga de vol.
- Hipertrofia de ventrículo esquerdo e do septo ventricular. sanguíneo (hipertrofia das células).
- VE diminuído.

- M.I.: desorganização dos miócitos.  Patogenia do HCE:


- Fibrose intersticial; - Aumento do miocárdio ventricular + dilatação - Aumento
de volume diastólico final - Dilatação (situação
desfavorável) - Volume sistólico < - ICC.
 Tipos de Hipertrofia:  Alterações Circulatórias:
Hipertrofia Ventricular Concêntrica: - Hemorragias: petéquias, equimóticas ou difusas
(epicárdico, miocárdio ou endocárdio).
- Diminuição da cavidade ventricular, associada a aumento
da espessura miocárdica. Sobrecargas pressóricas - Causas: diáteses hemorrágicas, frequentes em
(sistólicas). Ex: estenose aórtica e hipertensão arterial septicemias e endotoxemias: clostridioses,
sistêmica. salmoneloses.

Hipertrofia Cardíaca Concêntrica: - Vasculites: hipóxia (asfixia, infartos).

- Aumento do miocárdio sem o aumento simultâneo do


 Miocardite (Processo Inflamatório):
volume diastólico final (sem dilatação). Patogenia: resposta
adaptativa a uma sobrecarga funcional crônica. - Grupo diverso de entidades patológicas nas quais
- Causas: estenoses valvulares (pulmonar, aórtica) ou microrganismos infecciosos e/ou um processo
insuficiência valvulares crônicas, más-formações inflamatório provocam lesão do miocárdio, pode ser
congênitas. infeccioso ou não.

- Endocrinopatias (hipertireoidismo: gato). - Origem: lesão secundária a outros processos


patológicos, infecção hematógena.
- Hipertensão pulmonar (Cor pulmonares – diminuição da
atividade dos VD, relacionado a doença pulmonar) ou - M. Supurativa (bactérias piogênicas no miocárdio), M.
sistêmica. Necrosante (toxoplasmose), M. Hemorrágica
(carbúnculo sintomático), M. Linfocitária (infecções
- Consequências: cardiomegalia com aumento do virais, parvovírus – cães), M. Eosinofílica (infecções
miocárdio ventricular, diminuição do diâmetro da câmara, parasitárias).
diminuição progressiva do volume sistólico final.
- Não infecciosos: antibióticos, diuréticos, anti-
 Patogenia do HCC: hipertensivos, doenças autoimunes.
- Hipertrofia das células do miocárdio, hipertrofia do - Evolução e consequências: resolução completa (cura),
coração, aumento de sarcômeros (permite a contração), regeneração, morte súbita, cicatrização (substituição por
mitocôndrias, síntese de proteínas contrácteis, diminuição tecido conjuntivo- colágeno), septicemia ou choque
da capacidade contrátil. cardiogênico, lesão miocárdica progressiva ICC.

Outras Patologias do Miocárdio:


Valvulopatias:
 Distúrbios Circulatórios (Necrose do
Uma válvula, com defeito, prejudica a circulação.
Miocárdio): - 4 Válvulas cardíacas: mitral, tricúspide (A-V), semilunar
- Causas: deficiências nutricionais, isquemia, substâncias aórtica, semilunar pulmonar (V).
cardiotóxicas e miocardites. Defeito nas valvas, pode levar a 2 processos:
- MA: áreas pálidas, irregulares de aspecto seco, - Insuficiência valvar: vazamento anormal do sangue:
distribuição focal, multifocal ou difusa; possibilidade de fluxo retrógrado de sangue.
hemorragias e calcificação.
- Estenose valvar: não apresenta uma abertura
- Consequências: IC Aguda: morte súbita ou adequada - estreitamento.
assintomáticos, arritmias cardíacas (sistema de condução),
descompensação cardíaca ICC, infarto do Miocárdio Podem apresentar graus variados de gravidade: leve
(menos comum em animais do que nos homens). sem insuficiência ou repercussão hemodinâmica,
moderada, severa interferindo na capacidade de
- Animais geralmente estão relacionados: Aterosclerose, bombeamento do sangue pelo coração.
arteriosclerose ou periarterite, trombose ou embolia das
artérias. - Válvula pode apresentar ambos os DEFEITOS e
anormalidades de forma simultânea. - Ex: insuficiência
mitral + estenose mitral: dupla lesão valvular mitral.
1. Válvula mitral- Insuficiência mitral: Doenças Endocárdio:
Insuficiência mitral ou regurgitação mitral- fluxo
retrógrado do sangue (“para trás, ao invés de ir para  Degenerações:
frente”). Sangue vai em direção ao A.E., cada vez que o
V.E. se contrai (sístole). - Mineralização Endocárdica: intoxicações por vitamina D,
plantas calcinogênicas (Solanum torvum, etc), placas
- Resulta no acúmulo de líquido (edema) no interior dos
grandes, brancas, rugosas e firmes ocorrem no
pulmões (hipertensão venocapilar pulmonar). Hiperemia
endocárdio.
(Ativo) e Congestão (Passiva) - acúmulo de sangue nos
órgãos. - Fibrose Endocárdica: ocorrem em corações
cronicamente dilatados.
2. Válvula Mitral- Estenose mitral:
- Endocardiose valvular: cardiopatia relacionada a idade,
- Estreitamento da abertura da válvula- aumenta a
causa mais comum de IC em cães velhos, + frequente
resistência ao fluxo sanguíneo do A.E. para o V.E.
válvulas mitral e tricúspide, válvulas pulmonar e aórtica
3. Válvula Semilunar- insuficiência aórtica: (raro), válvulas afetadas estão encurtadas e espessas,
resultam em Insuficiência valvar com dilatação atrial.
- Refluxo de sangue através da válvula aórtica, toda vez
que o V.E. Relaxa (diástole). Fim da sístole e início diástole.
 Processos Inflamatórios:
Válvula Semilunar Aórtica- estenose aórtica:
- Endocardite valvular: infecção que atinge parte das
- Estreitamento da abertura da válvula: resistência ao
membranas que recobrem as valvas cardíacas
fluxo sanguíneo do V.E. para artéria aorta, ocorre em
(geralmente bacteriana), válvula com massas aderentes e
idosos, sendo resultante do acúmulo gradativo de Ca nos
friáveis, amarelas ou cinzas, (vegetações) que podem
folhetos da válvula.
ocluir o orifício valvar, acúmulo de fibrina,

- Frequência: mitral > tricúspide > aórtica > pulmonar

- Causa desconhecida.

- Endocardite valvular (agentes etiológicos): Causa


bacteriana (raramente micótica):

- Bovinos: Actinomyces pyogenes, Streptococcus.

- Ovinos: Streptococcus.

- Suínos: Streptococcus, Erysipelothrix Rhusiopathiae.

- Equinos: Actinobacillus equi, Streptococcus equi,


Escherichia coli, Pseudomona Aeruginosa.

- Caninos: Streptococcus, Erysipelothrix rhusiopathiae,


4. Válvula Tricúspide-insuficiência tricúspide: Escherichia coli.
- Dilatação da válvula tricúspide e secundária a dilatação
do V.D., pode levar a insuficiência Cardíaca; Patologias do Pericárdio:
- Tratamento: cirúrgico, reparação via plástica Pericárdio é um saco fibrosseroso que envolve o coração
e a base dos grandes vasos, protegendo-os de traumas
* realizado em conjunto a abordagem da válvula mitral,
causados pelo atrito.
nos casos de estenose mitral ou insuficiência mitral
severas.
 Acúmulo de Líquidos não Inflamatórios:
- Hidropericárdio (distensão do saco pericárdico por
acúmulo de líquido aquoso) = transudato.

- Hemopericárdio (acúmulo de sangue) = exsudato.


1. Hidropericárdio - Causas: 2. Pericardite Serosa:

ICC, cardiopatias valvulares, cardiomiopatias (dilatada - Bovinos (Reticulo peritonite - pericardite traumática).
principalmente), reações adaptativas (hipertrofia, dilatação),
- M.A.: superfície pericárdica espessa por TCD e branco.
miocardite, diminuição da pressão coloidosmótica (>
hipoproteinemia): hepatopatias crônicas, neuropatias - Acúmulo de exsudato purulento, branco acinzentado,
crônicas, caquexia, parasitoses crônicas.
3. Pericardite Constritiva:
Enfermidades específicas (A.E. diversos), síndrome ascítica
- Lesão inflamatória crônica.
das aves: genética, enfermidade dos suínos: deficiência em
Selênio, vitamina E, enfermidade dos edemas (suínos): E. - Extensa proliferação fibrosa por todo saco pericárdico.
coli, peste equina: Orbivirus, Septicemias.
4. Pericardite Purulenta:
Hidropericárdio - Consequências:
- Infecção por bactérias piogênicas: Staphylococcus,
Curso agudo-subagudo: interferência com volume atrial – IC Pasteurella.
subclínica, curso crônico: normalmente assintomático.
- Consequência de empiema (coleção de pus na cavidade).
2. Hemopericárdio/Tamponamento Cardíaco - Causas:
- Associada a pleurite
Rupturas vasculares (coronárias), ruptura auricular
(insuficiência valvular, necrose miocárdica), neoplasias > 5. Pericardite Caseosa:
hemangiossarcoma (Espécie canina: Pastor alemão), outras: - Tuberculose.
pericardite, septicemias e choque.
- Causada pela mesma bactéria e leva a necrose caseosa.

 Alterações Metabólicas:
 Neoplasias Cardíacas:
- Atrofia serosa (gelatinosa da gordura pericárdica).
- Neoplasias Primárias: rabdioma e rabdiomiossarcoma
- Depósitos de uratos (pericardite úrica). (raras!)
1. Atrofia serosa: - Nódulos acinzentados no miocárdio - mm estriado.
- Substituição da gordura pericárdica por conteúdo de - Hemangiossarcomas cardíacos: pode originar-se no
aspecto gelatinoso (edema). coração ou de metástase do baço.
- Não tem consequências funcionais > indicativo de - Locais: átrio direito - cães.
Caquexia.
- Linfoma cardíaco: bovinos.
2. Deposição de uratos:
- Quemodectomas (base do coração): 1arias de tecido
- Depósito cristalino superficial de aspecto seco e extracardíaco em cães, mas originam-se na base do
brancacento > gota visceral. coração/corpo carótida.
- Somente em aves. - Fazem obstrução vascular e IC.

 Acúmulo de Líquidos inflamatórios: Patologias Vasculares:


Presença de exsudatos, de diferentes naturezas, geralmente
em inflamações agudas. Pericardites.  Sistema Vascular:
1. Pericardite Fibrinosa: - Características dos vasos variam com as exigências
funcionais em diferentes localizações e as refletem.
- Tipo mais comum em animais, infecção hematógenas,
geralmente etiologia bacteriana. - Para suportar o fluxo pulsátil e pressões mais altas nas
artérias, as paredes arteriais, são mais espessas do que as
- M.A.: superfícies pericárdicas cobertas por fibrina
paredes das veias.
amarelada que resulta em aderência entre o folheto parietal
e visceral. O desenlace geralmente é a morte, devido a - 3 Camadas concêntricas: íntima, média e adventícia –
infeções grave são mais claramente definidas nos vasos maiores,
particularmente nas artérias.
- Aterosclerose:

- Tipo especifico de arteriosclerose, comum em humanos e


raros em animais, + frequente (infartos).

- Ateroma: placa de gordura na túnica íntima.

- Proliferação de músculo liso, lipídeos, tecido conj. Fibroso.

- Obstrução do lúmen > trombose > embolia > aneurisma.

 Rupturas Vasculares:
- Rupturas de artéria: observadas após traumatismos.

- Espontânea: ocorre em equinos > artéria aorta.

- Associa-se a períodos de intenso esforço.

- Aneurismas:

- Dilatação localizada ou formação de bolsa invaginante - Calcificação da camada média das artérias:
(divertículo) de paredes finas, em porção enfraquecida da
- Afeta artérias elásticas e MM: ocorre junto com a
parede de um vaso.
mineralização do endocárdio.
- Aneurisma Verdadeiro: enfraquecimento da parede
- A.E.: Intoxicações por plantas, vitamina D, IR.
vascular.
- MA: estruturas sólidas, densas.
- Aneurisma falso ou dissecante: ruptura da íntima e
entrada de sangue para camada média. - Calcificação da Íntima arterial:
- Causas: aflatoxina, deficiência cobre, êmbolos e - São achados, não apresentam qualquer efeito adverso.
idiopática (maioria).
- Degeneração Hialina, Necrose Fibrinóide e Amiloidose:

 Degenerações Arteriais: - Lesões vasculares de pequenas artérias mm e arteríolas.

- Arteriosclerose: - Não são detectadas macroscopicamente.

- Processo de endurecimento, perda de elasticidade e - MI: uso de colorações especiais.


espessamento progressivo das paredes das artérias - Necrose fibrinóide: acúmulo de proteínas séricas.
(endotélio), induzido pela hipertensão arterial.

- Raramente causa sinais clínicos.  Processos inflamatórios:


- MA: lesões com placas brancas, firmes e elevadas. - Arterites:
- MI: camada íntima espessada. - Artéria e vasos (vasculite): depósito de leucócitos nas
- Aterosclerose: paredes dos vasos e ao redor.

- Processo de endurecimento, perda de elasticidade e - A.E.: viral ou bacteriano.


espessamento progressivo das paredes das artérias - MA: edema acentuado da parede intestinal e do
(endotélio), induzido pela hipertensão arterial. mesentério, acompanhado pelo acúmulo de líquido seroso
- Raramente causa sinais clínicos. nas cavidades do organismo.

- MA: lesões com placas brancas, firmes e elevadas.

- MI: camada íntima espessada


- Arterites:
Neoplasias Vasculares:
- Aspecto proeminente de várias doenças parasitárias.
- Hemangioma (canina) benigno: células endoteliais.
- Dirofilaria immitis: artéria pulmonar.
- Hemangiossarcoma: maligno: células endoteliais.
- Podem ocorrer tromboembolismo e infarto.
- Frequente na espécie canina (Pastor Alemão).
- Vaso afetado calibroso, parede firme e fibrótica.
- Órgãos: coração, fígado, pele e baço.
- MI: vaso alterado com extensa infiltração de células.
- Hemangiopericitoma (endotélio capilar: pericítos).
 Veias / Inflamações Flebite:
- Lesão vascular comum e complicada pela trombose.
Associadas a trombose > tromboflebites.

- Causas: infecções sistêmicas graves: salmonelose, PIF,


septicemias.

- Inflamações localizadas: metrite, cordão umbilical


(onfaloflebite).

- Iatrogênicas: injeção intravenosa.

- Imunomediadas: Peritonite infecciosa felina (flebite em


vários órgãos abdominais).

- Medicações IV: Quimioterápico/Bifosfonatos


(Pamidronato) - IV.

Patologias do Sistema Linfático:


 Anomalias Congênitas:
Linfedema (tumefação de órgão): hereditário.

Tem sido descrito em cães. Animais afetados apresentam


edema subcutâneo.

- Drenagem linfática prejudicada.

 Dilatação e Ruptura:
- Linfangiectasia: dilatação dos vasos linfáticos.

- Causas: obstrução dos vasos linfáticos por massa invasiva.

- Linfangiectasia intestinal: importante doença dos cães,


associada a enteropatia com perda de proteína.

 Inflamação:
- Linfangite: ocorre em muitas doenças, vasos afetados
localizam-se nas porções distais dos membros.

- Estruturas espessadas, semelhantes a cordões.

- Pode ocorrer linfedema.

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