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SEGMENTO ST, ONDA T E ONDA U

Beatriz Mangabeira- T81

SEGMENTO ST

 Segmento ST corresponde ao intervalo  Amplitude da onda T:


entre o final do QRS até o começo da o Não existem critérios absolutos para
onda T uma alta voltagem de onda T. Com
 Lembrando que a palavra segmento isso, um dos meios mais comuns de
não inclui nenhuma onda julgar a onda T é a partir da
 Características: amplitude do QRS
o Normalmente é isoelétrico, ou seja, o Normal da onda T é de até 1/3 da
não tem nenhuma onda nele amplitude do QRS. Contudo, se
o Normalmente tem a mesma tiver maior que 1/3 do QRS em uma
posição vertical do segmento TP derivação ou outra, não tem
(final da onda T até o começo da problema
onda P)
ONDA U
 O segmento TP servirá como
referência para identificar se tem  Normalmente não está presente. A
um supradesnivelamento ou minoria dos ECGs traz a onda U
infradesnivelamento do  A onda U é uma deflexão positiva
segmento ST após a onda T
 Representa a repolarização das fibras
ONDA T
de Purkinje
 Normalmente é positiva em todas as  Raramente ela pode estar
derivações. Porém, nas derivações a aumentada em:
direita ela PODE ser negativa. Ou seja, o Bradicardia
ela pode ser negativa em aVR, D3 ou o Hipocalemia
V1 o Hipocalcemia
 É comum a onda T ficar achatada em o Hipotermia
algumas derivações e é normal.
ALTERAÇÕES NO SEGMENTO ST
Porém, se ela estiver achatada em
várias derivações é anormal  Linha de referência: segmento TP, ou
seja, final da onda T e início da
onda P
 Supradesnivelamento de ST:
ST elevado em relação à linha
de base
o Ou seja, ST com maior altura
vertical do que o segmento TP
 Infradesnivelamento de ST:
depressão do segmento ST em
relação à linha de base
 Olhar Ex do livro
 OBS: quando for difícil utilizar
o segmento TP como
referência, porque ele
Observe que a onda T está negativa em apresenta por exemplo uma
aVR (normal, seta azul)/Onda T achatada ondulação, ou é difícil de ser
em aVL /em verde: segmento ST -verde- identificado, utiliza-se o começo do
no mesmo nível que o segmento TP -roxo- QRS (seta roxa na fig. Abaixo)
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côncava. Com isso, a morfologia


côncava é mais benigna

Observo que o segmento ST (em verde)


está 1 ou 2 mm abaixo do começo do
complexo QRS (roxo) ->
infradesnivelamento de ST

MORFOLOGIA DO SUPRA DE ST

 O supra de ST pode ter duas


morfologias:
o Côncava: com concavidade para
cima Em laranja nós temos o segmento TP, que
 É mais benigna do que a é a linha de base e em roxo nós temos o
morfologia convexa supra do segmento ST com morfologia
o Convexa: com a convexidade para côncava
cima

Em laranja temos um supra de ST com


morfologia convexa. O segmento ST
emendou com a onda T (isso é comum
 A causa mais importante e grave de de acontecer)
um supra de ST é um infarto agudo do
INFRA DE ST
miocárdio com supradesnivelamento
do ST. Porém, também existem outras  No infra de ST falamos do aclive do
causas para o supradesnivelamento infra:
do ST, como por exemplo pericardite o Aclive horizontal
e repolarização precoce. Daí é o Aclive ascendente
necessário fazer o diagnóstico o Aclive descendente
diferencial:
o O infarto com supra terá morfologia
côncava ou convexa. Ou seja, um
supra de ST com morfologia
convexa, é muito específica para o
infarto agudo do miocárdio com
supra, no contexto de um paciente
com dor torácica
o A pericardite e repolarização  OBS: aclive horizontal e descendente
precoce vão ter morfologia são mais específicos para isquemia. Já
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o aclive ascendente é muito (repolarização) também fica


inespecífico anormal
o Alterações inespecíficas da
ALTERAÇÕES DE ONDA T
repolarização ventricular:
 As alterações de onda T são muito  Quando a onda T não está
inespecíficas normal, mas não se encaixa em
 Morfologias: alteração primária ou
o Onda T normal secundária
o Onda T apiculada  Alterações secundárias de onda T:
 Alta amplitude em formato o Acontecem em duas situações:
triangular- em tenda  Hipertrofia ventricular
o Onda T invertida  Bloqueio de ramo
o Onda T bifásica

-> Aqui
temos uma sobrecarga de ventrículo
 Alterações de onda T podem, de esquerdo (QRS com amplitude
forma didática, ser divididas em: aumentada). A onda T não está normal,
o Alterações primárias da pois em V6 ela deveria ser positiva. A
repolarização ventricular: onda T está invertida e assimétrica, que é
 Quanto tem alguma um padrão típico de alteração
enfermidade/doença que se secundária de onda T. Nesse caso,
manifesta de forma primária secundária a hipertrofia/ao problema do
como uma alteração da onda T QRS
no ECG
 Isquemia  Alterações primárias de onda T:
 A isquemia pode se o Onda T apiculada
apresentar no eletro como  Olhar ex da apostila
onda T invertida  Causas podem ser: hipercalemia
 Doença do sistema nervoso e na fase hiperaguda do IAM
central com supra. Vão cursar com
 Hipercalemia onda T apiculada (em tenda) e
 Deixa a onda T apiculada com amplitude aumentada
 Takotsubo o Inversão simétrica e difusa de
 Displasia arritmogênica de VD ondas T
o Alterações secundárias da  As causas podem ser: isquemia
repolarização ventricular: miocárdica; cardiomiopatia de
 Quando há um bloqueio de stress (Takotsubo); distúrbio do
ramo ou hipertrofia ventricular, o sistema nervoso central (a onda T
QRS vai estar anormal (o fica invertida e alargada)
ventrículo se despolariza de
forma anormal) e como
consequência, de forma
secundária, a onda T
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o Caracterizada por uma desordem


estrutural dos miócitos, onde forma-
se fibrose, a organização
microscópica é desorganizada
o Risco de morte súbita
o Pode ter sintomas de insuficiência
cardíaca
o Parentes de 1° grau de pacientes
com cardiomiopatia hipertrófica
precisam fazer um rastreamento
V4, V5 e V6 têm uma onda T invertida e para ver se eles também têm
tá simétrica, diferente da onda T cardiomiopatia hipertrófica
assimétrica do exemplo acima o Eletro normal não exclui o
o Inversão de ondas T em V1, V2 e V3 diagnostico, é necessário fazer o
 Pode ser: ecocardiograma
 isquemia miocárdica;  A onda T normal tem formato de
 padrão juvenil persistente de morro
onda T- em crianças e
adolescentes, é normal ter a
onda T invertida até V3. Esse
padrão irá sumir na vida
adulta. Porém, se o adulto tá
assintomático, não tem
nenhuma cardiopatia e a
onda T tá invertida de V1 a
V3, provavelmente é um
padrão juvenil persistente da
onda T, ou seja, essa ->
morfologia persistiu na vida supra convexo e côncavo, basta
adulta imaginar a carinha
 displasia arritmogênica de VD
 Alterações inespecíficas da
repolarização ventricular
o Olhar ex da apostila
o Padrão de ondas T não é normal
o Não sugere nenhuma alteração
primária ou secundária
o Ondas T estarão achatadas em 2
ou mais derivações

EXTRA

 Cardiomiopatia hipertrófica: é uma


doença genética, autossômica
dominante com penetração
incompleta, ou seja, nem todo mundo
que tem o gene irá desenvolver a
doença.

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