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Aula 2

Onda T  Em cada estágio, o vetor se


estende da base do coração
 Septo e as áreas endocárdicas em direção ao ápice, até
do músculo ventricular se desaparecer no último estágio.
despolarizam primeiro, mas  Primeiro ele é relativamente
não repolarizam primeiro; pequeno porque a área de
 Essas áreas têm período de repolarização é pequena.
contração mais longo que a Depois ele vai ficando maior em
maior parte das superfícies virtude dos maiores graus de
externas do coração; repolarização. Por fim ele volta
 Portanto, a maior porção da a ficar menor porque as áreas
massa muscular ventricular a de despolarização que ainda
se repolarizar primeiro é toda a persistem são tão pequenas
superfície externa do ventrículo, que a quantidade total de fluxo
principalmente perto do ápice; de corrente fica muito
 Essa sequência de pequena.
repolarização é provocada pela
alta pressão sanguínea dentro Onda P
dos ventrículos durante a
contração, o que reduz muito o  Despolarização dos átrios
fluxo sanguíneo coronariano começa no nodo sinusal e se
para o endocárdio, retardando espalha em todas as direções.
a repolarização das áreas O ponto original de
endocárdicas. eletronegatividade nos átrios
fica provavelmente onde está
situado o nó sinusal. Além disso,
o vetor permanece em geral
nessa direção durante todo o
processo da despolarização
atrial normal.
 Como essa direção é
usualmente na direção positiva
dos eixos das três derivações
bipolares, a onda P é positiva lenta que nos ventrículos pois
em I, II e III. os átrios não possuem um
sistema de condução rápida do
estímulo elétrico, como o
sistema de Purkinje.
 A musculatura ao redor do nó
sinusal fica despolarizada por
mais tempo com relação ao
restante da musculatura dos
átrios. Como consequência,
essa área (nó sinusal) se
repolariza primeiro e por isso o
vetor de repolarização atrial é
oposto em relação ao vetor de
despolarização.

Doenças

Onda T atrial
 Ela aparece alguns segundos
após a onda P, porém ela
ocorre no lado oposto da linha  Ocorrerá um aumento do
zero de referência da onda P, segundo componente da onda
ou seja, ela é usualmente P;
negativa.
 No ECG normal, ela ocorre  Morfologia mais achatada e
com um aumento na sua
quase ao mesmo tempo que o
complexo QRS dos ventrículos. duração;
Desse modo, ela é quase  Sua amplitude não é afetada;
sempre obscurecida.  Aparecerá a onda P bífida.
DII
Explicação:  Onda P com duração > 2,5
A propagação da quadradinhos.
despolarização atrial é mais
 Explicação: o átrio se dilata por
causa do acúmulo de sangue e
a despolarização ocorre de
forma lenta (duração da onda
P aumenta); Duração total da
onda P: maior que 2,5mm

! Na sobrecarga atrial, a
distância entre dois pontos da
onda P precisa ser maior que 1
V1 quadradinho.
 Onda P bifásica com a parte
terminal negativa com duração
maior que 40ms ou maior que 1
quadradinho e altura maior
que 1mm;
 Aumento da amplitude da
 A parte final da onda P precisa onda P: o átrio direito cresce e a
ser mais larga e mais alta: 1 parte inicial da onda P cresce;
quadrado;
 Onda P mais apiculada;
 Sinal de Morris: em V1, a porção
negativa da onda P tem > 1  Amplitude maior que 2,5mm
quadradinho de amplitude e de em DII, DIII e AVF;
duração;  Amplitude maior que 1,5mm em
 Se o sinal persistir em V2, V1 e V2;
mesmo sem fechar critério, isso  Ocorre um desvio da onda P
aumenta especificidade. para a direita acima de 75°
positivo.
Vetorcardiograma Vetor 2 representa o estado de
despolarização dos ventrículos
cerca de 0,02 segundos depois
do vetor 1;
Vetor 3: após mais 0,01
segundos representa o
potencial;
Vetor 4: ocorre em mais 0,01
segundo.
 Por fim, os ventrículos ficam
totalmente despolarizados e o
 O ponto 5 é o ponto de vetor volta de novo ao valor
referência zero, pois é a zero, como mostra o ponto 5.
extremidade negativa de todos
os vetores que se sucedem;  Durante a despolarização
 Enquanto o músculo cardíaco ventricular, a direção dos
fica polarizado entre os vetores dos ventrículos é para o
batimentos cardíacos, a ápice do coração;
extremidade positiva do vetor  Essa direção é referida como
permanece no ponto zero por eixo elétrico médio dos
não existir potencial elétrico ventrículos;
vetorial. Quando a corrente
elétrica começa a fluir pelos
ventrículos, a extremidade Importante
positiva do vetor sai do ponto O eixo elétrico médio dos
de referência zero; ventrículos normais é de 59°;
 Vetor 1: septo é despolarizado Os limites normais do eixo
primeiro. O vetor se dirige para elétrico do coração no plano
baixo em direção ao ápice dos frontal situam-se entre -30° e
ventrículos, mas é +90°.
relativamente fraco; Se QRS positivo em DI e AVF
 A medida que mais músculo estão positivos, o eixo é normal;
ventricular é despolarizado, o O eixo é perpendicular a
vetor fica mais forte e se desvia derivação mais isoelétrica.
um pouco para o lado:
Regras  Ascite, gravidez: o coração
passa a ficar mais
1. Olhar se as derivações são horizontalizado e o polo positivo
positivas ou negativas; passa a se posicionar do lado
esquerdo;
♥ Primeira derivação: DI  Bloqueio de ramo esquerdo:
♥ Segunda derivação: Avf despolariza primeiro o lado
direito e a resultante no final
2. Colocar no hexágono e ver qual fica para o lado esquerdo;
quadrante se encontra;  Hipertrofia VE: a ponta da seta
fica voltada para o VE porque a
3. Achar a onda isodifásica massa dele é maior. Por ter um
dentro de alguma derivação; aumento da parede do VE, essa
seta se volta ainda mais para a
♥ Olhar se é positiva ou negativa esquerda. Outra razão é o lado
♥ Colocar no quadrante esquerdo estar há mais tempo
encontrado anteriormente; positivo porque aumentou a
! Lembrar de colocar 90° da massa muscular, mas não
onda isodifásica que foi aumentou a condução de
encontrada. purkinje;
 Hemibloqueio ASE (ântero-
Lembrar que: superior esquerdo): bloqueou
Quando a onda está acima do uma parte do ramo esquerdo –
eixo zero, ela é positiva; ASE. A última parte a ser
Quando a onda está abaixo do despolarizada é a superior, a
eixo zero, ela é negativa. seta aponta para cima onde
está localizado o quadrante
esquerdo.
Algumas causas de desvio Desvio para a direita
de eixo  Infarto da parede lateral: desvio
Desvio para a esquerda para a direita;
 Infarto da parede inferior:  DPOC: quando a pessoa fuma,
desvio para a esquerda porque com o passar o tempo a
é o local que está positivo;
parede do ventrículo direito despolarização passe pelo
hipertrofia; ventrículo hipertrofiado.
 Bloqueio de ramo direito:  Consequentemente, o
despolariza primeiro o lado ventrículo normal é
esquerdo e a resultante no final despolarizado muito antes que
fica para o lado direito; o ventrículo hipertrofiado e
 Hipertrofia VD: mesma coisa do essa situação causa grande
VE; vetor do lado normal do
 Hemibloqueio PIE (póstero- coração para o lado
inferior esquerdo): a última hipertrofiado, que permanece
parte a ser despolarizada é a com forte carga positiva. Assim
inferior, a seta aponta para o eixo se desvia em direção ao
baixo onde está localizado o ventrículo hipertrofiado.
quadrante direito.
Exemplo de situações clínicas que
Condições ventriculares causam:
anormais que causam desvio de  Hipertrofia ventricular
esquerda;
eixo
Hipertensão;
Estenose aórtica;
Hipertrofia ventricular
Insuficiência aórtica.
 Quando um ventrículo
apresenta hipertrofia
acentuada, o eixo do coração é  Hipertrofia ventricular direita
desviado na sua direção. Isso Tetralogia de Fallot: doença
acontece em duas situações: congênita;
 Existe uma quantidade maior Obstrução na saída do VD:
de músculo no lado bombeia para artéria
hipertrofiado do coração e isso pulmonar, porém a passagem
faz com que ocorra geração nessa valva é dificultada por
maior de potencial elétrico uma hipertrofia da parede
nesse lado; perto da valva;
 É necessário um tempo maior Defeito no septo ventricular: o
para que a onda de septo comunica a cavidade
direita com a cavidade
esquerda e ocorre a mistura de mesmo tempo, porque os
sangue e é ejetado para a ramos: esquerdo e direito do
aorta. Essa pessoa terá sistema de Purkinje transmitem
hipoxemia frequentemente; de forma quase simultânea o
Dextroposição da aorta: impulso cardíaco para as
cavalgamento da aorta para o paredes ventriculares;
lado direito e por isso ela  Se um dos maiores ramos dos
consegue pegar o sangue dos feixes estiver bloqueado, o
dois ventrículos; ventrículo com feixe normal
! Hipertrofia do VD acontece despolarizará muito antes do
porque ele bombeia através de outro, gerando desvio do eixo
uma saída menor e há uma para o lado do bloqueio.
comunicação entre as
cavidades – recebe estímulo Bloqueio de ramo X hipertrofia
excessivo vindo do VE;
 QRS alargado (normal é até 0,12
Defeito no septo – 3 quadradinhos) fala a favor
interventricular: há uma de bloqueio, já que há condução
abertura no septo lenta;
interventricular e isso gera uma
hipertrofia do lado direito pois  QRS com duração normal fala a
ele recebe constantemente a favor de hipertrofia.
pressão elevada do ventrículo  V1: M de maria – onda R, uma
esquerdo. Também ocorre o onda que pode ser um S e uma
desvio do eixo para o lado onda positiva R’. -> bloqueio de
direito; ramo direito.
Estenose da válvula pulmonar:  V1: predominantemente
ventrículo direito fica negativo -> bloqueio de ramo
hipertrofiado porque a esquerdo.
abertura dessa valva fica
reduzida, precisando de uma
maior pressão para o
ventrículo ejetar o sangue.

Bloqueio de ramo
 As paredes laterais dos dois
ventrículos se despolarizam ao
Bloqueio de Ramo Direito  2° vetor: direita e para o lado.
Fica positivo para V1, mas é tão
 Houve um bloqueio no lado pequeno que é quase
direito: lado direito fica positivo imperceptível. Fica negativo
e lado esquerdo fica negativo para V6.
porque ele despolariza  3° vetor: esquerda e para o
primeiro. Por isso a seta lado. Fica predominantemente
apontará para onde ocorreu o negativo para V1 porque a
bloqueio. quantidade de músculo do lado
 1° vetor: direita e para frente. esquerdo é muito grande. Fica
Fica positivo para V1. Fica positivo para V6 (onda maior
negativo para V6. devido à musculatura, dando
 2° vetor: esquerda e para baixo. um aspecto de torre);
Fica negativo para V1. Fica
positivo para V6.
 3° vetor: direita. Fica positivo
para V1. Fica negativo para V6.
Ele despolariza de célula para
célula de forma mais lenta
porque deste lado aconteceu
um bloqueio, então a onda em
V6 é maior para exemplificar
essa lentidão. Hipertrofia ventricular esquerda
 Tem muito músculo e
Bloqueio de Ramo Esquerdo consequentemente, as
 Houve um bloqueio no lado voltagens serão maiores;
esquerdo: lado esquerdo fica  Critério de voltagem
positivo e lado direito fica (amplitude):
negativo porque ele 1. Somar R de DI + S de DIII = maior
despolariza primeiro. Por isso a que 25 mm
seta apontará para onde 2. Somar R de V5 ou V6 + S de V1
ocorreu o bloqueio. = maior que 35mm
 1° vetor: esquerda e para frente.
Fica negativo para V1. Fica  Critério de sofrimento:
positivo para V6.
 A depressão do segmento
ST e a onda T sofrem uma
inversão no lado esquerdo.
! As vezes não chega irrigação
necessária para esse músculo
Hemi bloqueios
que causa sofrimento;
! A onda T acompanha o
complexo QRS! Se ele está para
cima, ela está para cima. Ou
seja, despolarizou o ventrículo, a
onda T repolariza no mesmo
sentido.

Hipertrofia ventricular direita


 Critérios:
! Normal: em V1 predomina a  Antero superior
onda S e não a onda R. em V6
predomina a onda R e não a  Derivações aVF, DII e DIII: lado
onda S. de baixo
 HVD:  Primeiro a região inferior se
1. Onda R predomina em V1. despolariza e como contém
Quantidade de quadradinho do pouco músculo, a onda
R dividido pela quantidade de formada será pequena;
quadradinho do S = maior que 1  Logo após essa
ou quantidade de despolarização, ocorre outra
quadradinhos maior que 7mm que será no sentido superior do
2. Onda S predomina em V5 ou músculo: onda formada será
V6. Quantidade de quadradinho grande porque tem mais
do R dividido pela quantidade músculo e será negativa
de quadradinho do S = menor porque a energia está indo no
que 1 ou quantidade de sentido contrário do detector.
quadradinhos menor que 7mm.  DI e aVL
 Ocorre o contrário. A energia 3. Duração QRS é normal: 2-3
inicial é menor e negativa e a quadradinhos;
energia final é maior e positiva. 4. Prolongamento do tempo para
aparecer a onda R;
 Critérios: 5. Não tem evidência de
1. Desvio para a esquerda;
hipertrofia ventricular direita;
2. Demora um pouco mais que 1
6. Desvio para a direita sem
quadradinho para ter o pico da
evidências.
onda R.

 Póstero inferior
 DI e aVL
 A energia inicial é menor e
positiva e a energia final é
maior e negativa
 DII, DIII e aVF
 A energia inicial é menor e
negativa e a energia final é
maior e positiva.
 Critérios:
1. Onda R pequena e onda S
profunda em DI e aVL;
2. Onda Q pequena e altas ondas
R em DII, DIII e aVF;

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