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EIXO CARDÍACO

Beatriz Mangabeira- T81

Relembrando

 Os vetores elétricos possuem 3 propriedades:


o Direção: identificamos pela derivação
o Duração: eixo x (horizontal)
o Intensidade: eixo y (vertical)

Eixo cardíaco

 O eixo cardíaco trata-se da despolarização


ventricular no plano frontal
 O vetor de despolarização do ventrículo direito
e esquerdo é o vetor que resume/ vetor médio
de despolarização da massa ventricular. A
direção dele é o eixo cardíaco
 O ventrículo esquerdo tem maior massa do
que o ventrículo direito, portanto, o vetor
médio de despolarização ventricular tende a ir
o Entre -30° a -90°: desvio do eixo para
para a esquerda
esquerda
 Então, o eixo cardíaco normal vai ser de:
o Entre 90° a 180°: desvio do eixo para
cranial para caudal e da direita para esquerda
direita
 Relembrando derivações:
o Entre 180° e 270°/-90°: desvio do eixo para
extrema direita
 Como determinar o eixo em 3 passos
(determina o eixo de forma mais precisa)
o 1° passo: olhar no plano frontal (D1, D2, D3
aVL, aVR, aVF) e ver qual derivação é mais
isoelétrica, ou seja, a parte positiva e
negativa do complexo QRS tem
aproximadamente a mesma amplitude
o 2° passo: identificar a derivação que é
perpendicular à derivação isoelétrica. Ex: a
 Derivações perpendiculares (só olhar no
derivação perpendicular a aVL é D2. Então,
círculo acima quais formam um ângulo reto
após olhar aVL, porque ela é a mais
entre elas):
isoelétrica (no exemplo que está sendo
o D1 (0°) e aVF (90°)
adotado) irei olhar D2
o D2 (60°) e aVL (-30°)
o 3° passo: Ir na derivação perpendicular (no
o D3 (120°) e aVR (-150°)
exemplo, D2) e ver se o QRS lá é positivo
 A direção normal de despolarização da massa
ou negativo:
ventricular, ou seja, o eixo normal, vai estar
 Se o vetor for positivo, então o eixo
entre -30° a 90°. Isso porque o ventrículo
cardíaco é o da própria derivação (no
esquerdo tem maior massa muscular
exemplo D2). Porque o vetor se
projetou positivo em D2, gerou um
QRS positivo nessa derivação e em
aVL, que é perpendicular a D2, o vetor
ficou isoelétrico, uma vez que sendo
perpendicular a aVL, não projeta
amplitude em aVL e assim aVL fica
isoelétrico
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 Se o vetor for negativo, o sentido seria  Ex:


contrário. (no exemplo, se o vetor
ficou negativo em D2 - 60°-, o vetor
seria contrário, ou seja, -120°)
o Olhar exemplos do livro
o Ex:

o 1° vou olhar as derivações no PLANO


FRONTAL (circulado em laranja)
o 2° vejo que a derivação isoelétrica é aVL
 Paciente 1: (seta azul)
o 1º: a derivação mais isoelétrica é aVL. As o 3° perpendicular a aVL é D2 (seta roxa)
outras derivações ou são o 4° o complexo QRS é positivo em D2,
predominantemente positivas ou são portanto, o eixo cardíaco tá no mesmo
predominantemente negativas sentido de D2 que é de 60°. Assim, o eixo
o 2º: a derivação perpendicular a aVL é D2 cardíaco está normal (entre -30° e 90°)
o 3°: e em D2 o complexo QRS tá positivo,  Ex:
portanto, o eixo cardíaco está no sentido de
D2, que é 60°
 Paciente 2:
o 1º: a derivação isoelétrica é D2
o 2°: a derivação perpendicular a D2 é aVL
o 3°: em aVL o complexo QRS está
PREDOMINANTEMENTE negativo. Então, o
eixo cardíaco está no sentido oposto a aVL
(150°). Representa um desvio do eixo para
direita (entre 90° e 180°)
 Paciente 3:
o 1°: a derivação isoelétrica é aVR
o 2°: a derivação perpendicular a aVR é D3
o 3°: em D3 está predominantemente
negativo. Então, o eixo cardíaco está no
sentido de -60°, representando um desvio o aVR é o mais isoelétrico
do eixo para esquerda (-90° a -30°) o D3 é perpendicular a aVR
 OBS: quando a derivação perpendicular estiver o Em D3 (120°) o complexo QRS tá negativo,
negativa basta diminuir/somar de 180. Ex: portanto, o eixo cardíaco está no lado
o aVL (-30°) +180 = 60° oposto (-60°), ou seja, desvio para
o D3 (120°) -180° = -60° esquerda
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 2° método (é o método de aproximação do


eixo cardíaco)
o É possível utilizar porque do ponto de vista
clínico é importante saber apenas se o eixo
está desviado para direita, esquerda ou
extrema direita ou se ele tá normal. Assim,
tanto faz se ele tá a 100° ou 170°, o
importante é saber que ele está desviado
para direita

 Exemplos:

o OBS: se encontro um eixo cardíaco no


limite (-30° ou 90°) digo que o eixo é
normal
o Olhar livro
o Se D1 e D2 são positivos o EIXO É
NORMAL
o Se D1 é positivo e D2 é negativo o EIXO
ESTÁ DESVIADO PARA ESQUERDA o D1 e D2 positivos, portanto, eixo cardíaco
o Se D1 é negativo e aVF é positivo o EIXO normal. Se fosse interpretar do outro jeito:
ESTÁ DESVIADO PARA DIREITA D1 é o isoelétrico; aVF é o perpendicular e
o Se D1 é negativo e aVF é negativo o EIXO está positivo, portanto, o eixo cardíaco tem
ESTÁ DESVIADO PARA A EXTREMA o mesmo sentido de aVF (90°), o que
DIREITA representa o eixo normal
o OBS: se D1 estiver isoelétrico e D2 positivo
ou vice-versa, ainda é um eixo cardíaco
normal
o O que faço é primeiramente analisar D1, em
seguida D2, depois olho para aVF

o D1 é positivo e D2 é negativo, portanto, o


eixo cardíaco está desviado para esquerda.
Se fosse interpretar do outro jeito: aVR é
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isoelétrico, quem está perpendicular a aVR


é D3 (120°), portanto o oposto é -60°, que
corresponde ao desvio do eixo para
esquerda

o Negativo em D1 (em azul) e positivo em


aVF (verde), portanto desvio do eixo para
direita

o Negativo em D1 (azul) e negativo em aVF


(verde), portanto, desvio do eixo para
extrema direita

 OBS: NOTE QUE PARA DETERMINAR O EIXO


CARDÍACO OLHO SEMPRE O COMPLEXO QRS,
já que se trata do vetor da despolarização
ventricular
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CAUSAS DE DESVIO DO EIXO  Bloqueio divisional póstero-inferior


 Inversão de eletrodos e Dextrocardia
 O biotipo do paciente pode causar desvio do
o Inversão dos eletrodos é trocar os
eixo tanto para direita como para esquerda
eletrodos do membro superior direito
(não desvia para extrema direita)
pelo do esquerdo
o Se o paciente é mais longilíneo o coração
o Dextrocardia é uma condição em que a
pode ficar mais vertical, com isso, pode
pessoa nasce com o coração do lado
migrar o eixo cardíaco para direita:
direito do corpo
 OBS: Biotipo, sobrecarga do ventrículo direito,
infarto prévio da parede lateral, bloqueio
divisional póstero-inferior são causas
ventriculares. A outra causa é inversão de
eletrodos e Dextrocardia
 Causas ventriculares
o São assim chamadas porque poupam o
átrio (não interferem na onda P), afetando
apenas o QRS. Diferente da inversão de
eletrodos e Dextrocardia, que desvia o eixo
ventricular e o eixo da onda P, afetando o
átrio também
Causas do desvio do eixo para direita ou extrema o Eixo da onda P  A onda P normal tem o
direita: eixo similar ao do ventrículo (QRS), ou seja,
 Sobrecarga de ventrículo direito também é positiva em D1 e D2
o O eixo normal fica entre -30° e 90° devido a o Então, se olho para um ECG que tem desvio
maior massa do ventrículo esquerdo, do eixo para direita ou extrema direita, eu
porém se o ventrículo direito tiver massa preciso diferenciar em:
aumentada ou maior massa, irá desviar o  Uma causa que afeta apenas o
eixo para direita ventrículo (causa ventricular): onda P
 Infarto prévio de parede lateral positiva em D1 e D2. Isso porque o
o Motivo: lembrar que no plano frontal não eixo da P está normal, portanto, só
existe anterior e posterior, apenas direita e afeta o ventrículo e poupa o átrio, ou
esquerda, cranial e caudal. Assim, as duas seja, é uma causa ventricular. Ex:
partes do plano frontal para o ventrículo
esquerdo são a parede lateral (que puxa o
eixo para esquerda) e a parede inferior (que
puxa o eixo mais para direita). Se o
paciente tem um infarto prévio de uma
dessas paredes, perde o equilíbrio das
forças e puxa para outra parede que não -> em azul,
infartou. Então, se o paciente tem um tenho onda P positiva em D1 e D2
infarto prévio de parede lateral, não existirá  Uma causa que afeta o ventrículo e o
as forças que puxam o vetor para esquerda, átrio: o eixo da onda P estará desviado
daí o eixo tende a ir para parede inferior, ou também. Dessa forma pode ser uma
seja, para direita, assim, desvia o eixo para inversão de eletrodos dos membros ou
direita. O contrário também acontece, ou Dextrocardia
seja, quando há infarto da parede inferior,
ocorre o desvio do eixo para esquerda
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 Ex:

l->tá predominantemente negativo em D1 (azul) e em D2 (verde) tá negativo. aVF (roxo) também está
negativo. Portanto é um desvio do eixo para extrema direita. Próximo passo é analisar a onda P para
diferenciar entre as causas ventriculares e as que afetam todo coração. A onda P está positiva em D1 e D2
(laranja), portanto é uma onda P com eixo normal. Então essa causa de desvio do eixo para extrema
direita só afetou o ventrículo e poupou o átrio  causa ventricular

l-> QRS negativo em D1 e aVF negativo. Portanto é um desvio do eixo para extrema direita. Onda P
negativa (verde) em D1 e D2. Portanto, não é uma causa só ventricular, porque desviou o eixo no QRS e na
própria onda P, mas sim uma causa que afeta o átrio e o ventrículo, que pode ser a troca dos eletrodos dos
membros (ao fazer o eletro trocou os eletrodos do membro superior direito com o do esquerdo) ou é uma
Dextrocardia (o coração todo migrou para o lado direito)
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PLANO PRECORDIAL

 No plano precordial, o QRS normal é negativo em V1 (que é a derivação a direita), e vai ficando positivo
em direção a V6 (que é a derivação mais à esquerda)
o Então, se V1 é negativo e V5 e V6 positivos, isso é um padrão normal no plano precordial. Então isso
indica que é uma causa que afetou o ventrículo só no plano frontal, não afetou o plano precordial,
então é uma troca de eletrodos dos membros
o Se no plano precordial tiver invertido, V1 mais positivo e V6 mais negativo, é uma causa que inverteu o
ventrículo e o átrio no plano frontal e precordial, sendo assim, uma Dextrocardia
 Ex:

l->D1 é negativo, aVF é negativo, portanto, desvio do eixo para extrema direita. Onda P negativa (em verde),
ou seja, afetou o ventrículo e o átrio (desviou o eixo do QRS e da onda P). olhando o plano precordial: V1
começou mais ou menos isoelétrico e foi ficando cada vez mais negativo, ou seja, o contrário do que
esperaria. Então, é uma Dextrocardia

l-> D1 é negativo, aVF é positivo. Ou seja, desvio do eixo para direita. Onda P negativa em D1 (em azul), ou
seja, não é normal. Assim é uma causa que afetou o átrio e o ventrículo. No plano precordial: V1 negativo e V5
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e V6 positivos, então é uma inversão de eletrodos dos membros. Nessa situação você repete o eletro,
arrumando os eletrodos dos membros

Causas do desvio do eixo cardíaco para NÃO CODIFIQUE DESVIO DE EIXO EM RITMOS
esquerda VENTRICULARES

 Se o ritmo nasceu no ventrículo, a gente não


 Biotipo: paciente é mais brevilíneo com
codifica eixo, ou seja, não falamos em desvio
coração mais horizontal
do eixo, porque o eixo vai depender de onde
nasceu o ritmo. Se nasceu do ventrículo
direito, o eixo vai da direita para esquerda. Se
ele nasceu do ventrículo esquerdo, o eixo vai
da esquerda para direita

EXTRA

 Septum primum, comum na síndrome de


Down, pode causar desvio do eixo para
esquerda
 Na aula ele diz que a onda P: positiva em D1 e
negativa em aVR configura uma onda P
normal
 Sobrecarga de ventrículo esquerdo:  Quando analiso o plano precordial e vejo
o Se o ventrículo esquerdo estiver isoelétrico em V1 e negativo em V5 e V6 estou
sobrecarregado/hipertrofiado, puxa o eixo diante de um plano precordial alterado, que
mais para esquerda pode ser dextrocardia (entre as causas que
 Bloqueio de ramo esquerdo afetam ventrículo e átrio)
o Pode desviar o eixo para esquerda, não  No exemplo C15 da apostila, todos os
necessariamente irá desviar complexos QRS são isoelétricos ou
o Bloqueio de ramo direito NÃO desvia eixo aproximadamente isoelétricos. Com isso,
para direita sabemos que o eixo ventricular está
 Infarto prévio de parede inferior perpendicular a todas essas derivações do
 Bloqueio divisional ântero-superior plano frontal. Com isso, o eixo cardíaco está
perpendicular ao plano frontal, ou seja, saindo
ou entrando da tela (pensar que o eixo frontal
é representado por esse círculo abaixo), o que
faz com que fique perpendicular a todo plano
frontal. Por isso, é um eixo cardíaco
indeterminado no plano frontal

l->QRS positivo em D1 e negativo em D2  desvio


do eixo para esquerda

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