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PROF.

ª KELLY CRISTINA MELLER SANGOI


ELETROCARDIOGRAMA – ECG
- Medida de pequenas diferenças de potencial na superfície
do corpo, que refletem a atividade elétrica do coração
→ ELETROCARDIÓGRAFO
- É um galvanômetro que amplia, filtra e registra a atividade
elétrica do coração
- O registro é a diferença de potencial elétrico captada por - No sentido contrário a onda é negativa
eletrodos posicionados em superfícies especificas do corpo
de um indivíduo
- Cada derivação representa uma região do coração,
registrando a atividade elétrica
- Existem derivações na região do tórax e nos membros
superiores e inferiores
- No papel, cada linha vertical equivale e 0,04 segundos
→ DERIVAÇÕES:
(tempo) e linhas horizontas representam amplitude
(voltagem) equivalente cada uma a 0,1 mV - São usados para gerar um dipolo, o negativo é considerado
um “ponto zero”, enquanto o positivo é a parte visível
- A ativação elétrica do coração gera na superfície corporal
uma diferença de potencial passível de registro, mensuração - Derivações do plano frontal: se estabeleceu três
e análise. Por meio de fios e eletrodos é possível a construção derivações (D1, D2, D3)
de pontos de referência que permitem a captação, o estudo e
- Derivações bipolares periféricas (possuem dois
a análise desses registros, ditos derivações
polos: um negativo e outro positivo – Triangulo de Eithoven)
- Sentido da despolarização do musculo cardíaco:

→ DIPOLO E VETORES:
- Vai ter ondas negativas e positivas conforme a orientação
do vetor
- Quando o sentido dipolo vai em direção a despolarização
ocorre onda positiva

- Derivações unipolares aumentadas: são aquelas


que apenas um eletrodo contribui para o registro
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eletrocardiográfico, o outro elétrodo serve como neutro. São - Cada seta é um vetor de orientação, baseada no sentido de
três: aVR (braço direito), aVL (braço esquerdo), aVF (perna despolarização
esquerda)
- Cada vetor representa uma visão do coração

- Derivações precordiais: Plano Horizontal


- Ficam em cima do coração, dão uma visão horizontal
- Tem 6 eletrodos (V1, V2, V3, V4, V5, V6)

- D2, D3 e aVF olham a parede inferior


- V1-V4 olham a superfície anterior, incluindo o septo
interventricular
- D1, aVL, V5 e V6: olham a parede lateral
- V1R – V6R: olham o ventrículo direito
- V7 e V8: quando registrados olham a face dorsal

→ ROSA DOS VENTOS DOS EIXOS:


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→ ECG NORMAL: - Durante a onda T os ventrículos encontram-se em período
refratário relativo, isto é, do ponto de vista prático, com
algumas fibras já repolarizadas e outras ainda não
- Período refratário absoluto é um período que não pode se
provocar um potencial de ação pois os canais não estão
respondendo a estímulos
→ DETERMINAÇÃO DA FC:
- Uma das formas, é contar o número de quadrados grandes
entre os QRS 300/ número de quadrados. Não serve para
ritmos irregulares

- QRS dá a atividade de ventrículo


- Segmento ST – entre o final da onda S e início da onda T,
ele precisa ser reto (é importante porque quase todas as
cardiopatias isquêmicas tem alteração no segmento ST –
para cima ou para baixo, indicando infarto ou algum outro
problema)

→ DETERMINAÇÃO DO RITMO SINUSAL:


- Estímulo gerado no nó sinusal
- Num EXG normal tem que ter sempre uma onda P
precedendo o QRS, ou observando presença de ondas
positivas nas derivações D1, D2 e DaVF e a mesma onda P
negativa em aVR
→ ONDA P:
- Toda onda P deve preceder o QRS no ritmo sinusal
- É arredondada e monofásica (uma onda)
- O início da onda P dá a atividade do átrio direito e o final do
átrio esquerdo

- Do fim da onda T ao início do complexo QRS seguinte, os


ventrículos encontram-se em período de repouso elétrico e
relaxamento diastólico, disponíveis a responder a qualquer - Onda de baixa amplitude, nunca pode ser maior que a onda
estímulo despolarizante T
- Durante o complexo QRS e o segmento ST, os ventrículos - Quando onda P está aumentada: sobrecarga atrial
encontram-se em período refratário absoluto. Portanto, não
respondem a nenhum estímulo despolarizante - É mais bem avaliada em D2 (onde é mais nítida)
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- Ela pode ser negativa sem nenhuma patologia associada → ONDA T
nas derivações aVR
- Indica repolarização ventricular
- E é positiva nas derivações D1, D2 e D3
- É sempre mais apiculada, e de maior amplitude que a onda
→ INTERVALO PR: P
- Mede a condução do potencial de ação do Nó Sinoatrial ate - O início é mais gradativo
chegar ao nodo atrioventricular
- Pode aparecer invertida
- Início da Onda P ao início do QRS
→ INTERVALO QT
- Período de tempo entre o início do complexo QRS e o final
da onda T e corresponde à duração total da sístole elétrica
ventricular
- Varia conforme o sexo, sendo um intervalo maior em
mulheres do que em homens
- Aumenta de acordo com o avanço da idade e durante o sono
(porque a frequência cardíaca diminui)
→ COMPLEXO QRS
- É mais bem avaliado em V2 e V3
- Toda a despolarização ventricular
- Amplitude: também é variável, dependendo das condições
cardíacas e extra cardíacas do paciente
- Obesidade, enfisema pulmonar, derrames pericárdicos,
miocardiopatia dilatada e edemas são situações que
favorecem o registro de baixa voltagem deste complexo
- A polaridade média deste complexo em indivíduos normais
apresenta um caráter predominantemente positivo em
regiões anteroesquerdas e posteroesquerdas do tórax e,
predominantemente, negativo à direita → ONDA U
- Observada no final da onda T, especialmente nas
derivações V3 e V4
- Ela é pequena e arredondada, geralmente de baixa
frequência
- Ela é inversamente proporcional a FC, assim é comum
encontrá-la maior em atletas e bradicardíacos e menor em
criança

→ SEGMENTO ST
- Linha isoelétrica (reta) nivelado em relação a linha de base
determinada pelo segmento PR
- Fase inicial da repolarização ventricular
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→ PERGUNTAS BÁSICAS AO VER UM ECG:
- O ritmo é regular?
- Qual a FC?
- Tem onda P antes de cada QRS?
- Predomínio de aumento da onda R (sobrecarga ventricular
- O intervalo PR é menor que 0.20s? direita)
- O complexo QRS é estreito ou alargado?
- O segmento ST é isoelétrico?
- Aparece onda T?
→ SOBRECARGA ATRIAL
- É só olhar como está a onda P
- Uma das causas da sobrecarga atrial é a insuficiência da
valva
- Normalmente é defeito nas valvas tricúspide → BLOQUEIOS DE RAMOS:

- No átrio direito: aumento da amplitude da onda P - Atraso na condução do estímulo elétrico pelo sistema de
condução do coração
- No átrio esquerdo: aumento da duração da onda P
- É diferente do bloqueio atrioventricular
- Tal atraso pode ser em diferentes graus, acarretando
diferentes alterações na morfologia e na duração do
complexo QRS
- Pode ser completo ou incompleto
- CAUSAS DE SOBRECARGA ATRIAL:
- Os bloqueios de ramo incompletos (também conhecidos
- Alterações eletrocardiográficas típicas da onda P, seja a como bloqueios de grau leve a moderado) são decorrentes
expressão do crescimento do átrio direito, do esquerdo ou de do menor acometimento desse sistema de condução
ambos
- Pode ter bloqueio de ramo por fármacos, por hipercalemia...
- Tais alterações modificam a morfologia, a voltagem e a
duração da onda P
- AD: lesões valvares múltiplas com ou sem lesão tricúspide,
com hipertensão pulmonar; lesões tricúspides;
- AE: insuficiência mitral; estenose mitral; miocardiopatia
dilatada; cardiopatias hipertensivas.
→ SOBRECARGA VENTRICULAR:
- O problema está nas valvas semilunares
- Situação na qual mais comumente ocorre o aumento da
amplitude do QRS
- No entanto, o QRS pode estar aumentado em indivíduos
normais nas seguintes situações: crianças, adolescentes e
adultos jovens; longilíneos; atletas; mulheres
mastectomizadas; vagotonia (excesso de estimulação
simpática)
- Aumento da amplitude das ondas R e S,
infradesnivelamento ST (sobrecarga ventricular esquerda)
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- Os pacientes que se manifestarem ao ECG com BRE - ECG com supradesnivelamento de ST, acima de 1 mm em
(bloqueio do ramo esquerdo) novo ou presumivelmente novo, duas ou mais derivações, ou presença de bloqueio de ramo
na vigência de dor torácica e sintomas sugestivos de SCA, esquerdo novo, que corresponde àqueles pacientes com
devem ser tratados como emergência e submetidos à mesma trombo intracoronariano totalmente oclusivo (infarte
conduta da SCA com supradesnivelamento de ST, pois a fulminante)
presença de BRE, nesses casos, se associa ao aumento
importante da mortalidade cardiovascular precoce
→ BLOQUEIO DE RAMO DIREITO:
- BRD - diminuição da onda S
- Complexo QRS com duração menor que no BRE ( 0.08-
0.12) - Alterações isquêmicas agudas:

- Onda T assimétrica • Algumas alterações decorrentes do processo


isquêmico miocárdico são observadas no ECG, a saber:
- O BRD pode ser encontrado em pacientes sem nenhuma
evidência de doença cardíaca estrutural • Retificação do segmento ST em duas ou mais derivações
• Inversão de onda T simétrica em duas ou mais derivações
• Infradesnivelamento do segmento ST de pelo menos 1 mm
• O supradesnivelamento do segmento ST consiste na
elevação no ponto J do segmento ST em duas ou mais
derivações maior que 2 mm nas derivações precordiais ou
maior que 1 mm nas periféricas; na presença de outros
achados é altamente sugestivo de infarto.
• A presença de Bloqueio de Ramo Esquerdo (BRE) novo
sugere fortemente a presença de Infarto Agudo do Miocárdio
(IAM)

→ ECG NA SINDROME CORONARIANA AGUDA (SCA):


- Pode ter oclusão parcial ou total da arteira
- A avaliação do supra de ST no ECG é capaz de definir a
- Dá para se ter uma ideia de qual artéria coronária está sendo
topografia da parede ventricular acometida e,
obstruída a partir do ECG
consequentemente, inferir qual coronária está possivelmente
- ECG com alterações sugestivas de isquemia: como inversão envolvida na gênese do evento
de onda T simétrica, ou infradesnivelamento de ST,
- A ocorrência da elevação do segmento ST não ocorre
correlaciona situação que se fisiopatologicamente com a
exclusivamente nos casos de IAM, existem outras condições
suboclusão (não é oclusão total) da artéria coronariana
clinicas que podem apresentar essas características
eletrocardiográficas
→ ARRITMIAS CARDÍACAS:
- Ritimicidade anormal do marcapasso
- Deslocamento do marcapasso do nodo sinusal para outras
regiões
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- Bloqueio da transmissão do impulso - Atividade deflagrada: célula sendo re-excitada mais de uma
vez pelo mesmo estímulo numa única célula
- Vias anormais para transmissão
→ BATIMENTOS ECTÓPICOS:
- Geração espontânea de impulsos anormais em quase todas
as regiões do coração - Extra sístoles (até 10 é considerado normal, mais que isso
tem problema)
→ CRITERIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DAS ARRITMIAS:
- Aquilo que é gerado fora do nodo sinusal
- Frequência cardíaca: ou taquicardia ou braquicardia
(arritmias por aumento da frequência – taquicardia: FC > 100 - Podem ser tardios (batimentos de escape) ou precoces
bpm, ou por redução – bradicardia, FC < 60 bpm) (extrassístoles)
- Origem: são supraventriculares (podem ser atriais ou - Os batimentos de escape são batimentos atrasados e as
juncionais) e ventriculares extrassístoles são adiantados em relação ao ritmo
fundamental (normalmente sinusal), se são frequentes
- Forma de instalação: (se é súbita ou crônica) são
podem estar relacionados a morte subida
paroxísticas – súbitas - as de instalação súbita (mais
frequentemente utilizado para taquicardias) e não - Quanto ao local de origem podem ser atriais, juncionais
paroxísticas – crônicas - quando têm início gradual (nodais AV ou hissianos), fasciculares ou ventriculares
- Duração: sustentadas (permanecem por mais de 30 - Extrassístoles: As extrassístoles são batimentos ectópicos
segundos) e não sustentadas (quando são autolimitadas e de adiantados em relação ao ritmo sinusal. Comumente são
curta duração) originadas por reentrada
- Duração do QRS: QRS largo (quando tem mais de 120 ms), → TAQUICARDIA:
QRS estreito (quando o QRS é igual ou menor que 120 ms)
- Raramente excede 200 batimentos
- Periodicidade: denominam-se intermitentes quando
- Causas: aumento da temperatura corporal (febre), estresse,
aparecem e desaparecem espontaneamente e permanentes
ansiedade, exercício, perda de volume, insuficiência cardíaca
quando se instalam em definitivo
- Pode ser: supraventricular, ventricular ou atrial

→ MECANISMOS DAS ARRITMIAS:


- O que provoca a arritmia pode ser:
- Problema de geração de potencial de ação (distúrbios do
automatismo) – defeito no nodo
- Defeitos no sistema de condução (distúrbios do
dromotropismo)
- Reentrada: retorno do mesmo estímulo, quando existem
duas vias de condução Atividade deflagrada: oscilações
despolarizantes do potencial membrana
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- Flutter ventricular: arritmia grave, não aparece onda R ou T, - Bloqueio atrioventricular de terceiro grau: nesta situação
taquicardia ventricular acima de 220 bat/min não existe relação entre as ondas P e os complexos QRS
(alteração do QRS e da onda P). A localização do bloqueio
→ FIBRILAÇÃO VENTRICULAR:
de terceiro grau é quase sempre na junção atrioventricular na
- Arritmia fatal. impulsos cardíacos que circundam em todas forma congênita e no feixe de His e nos ramos do sistema
as direções pela massa muscular ventricular. As câmaras His-Purkinje na forma adquirida
ventriculares permanecem em estado de contração parcial
→ DISTURBIOS ELETROLÍTICOS:
bombeando quantidades desprezíveis de sangue.
(inconsciência 4-5s) - Hipercalemia: provoca onda T apiculada, redução do
intervalo QT e reduz a amplitude da onda P
- Relacionado a: Infarto agudo do miocárdio, taquicardia
ventricular, perda de volume - Reduz a permeabilidade da membrana ao sódio,
fraqueza, confusão mental, torpor – QT curto
→ BRADICARDIA:
- Hipocalemia: velocidade de repolarização do potencial de
- Menos que 60 bat/min
ação produzido uma onda U patológica, de amplitude
- Comum em atletas (adaptação do sistema cardiovascular) aumentada, diminuição da amplitude da onda T e até
inversão da onda T
- Ventrículos ficam mais fortes e conseguem manter a mesma
gestão com uma frequência cardíaca menor - Aumenta a permeabilidade da membrana ao sódio,
deixando as células mais excitáveis - câimbras, tetania,
- Síndrome do seio carotídeo - provoca sensibilidade dos parestesias – Prolongamento QT
barorreceptores desencadeando reflexo vagal (normalmente
em idosos) - Hipomagnesemia

- Doença do nossos sinusal: destruição do novo - Hipermagnesemia

- Bloqueio do átrio ventricular também pode causar


bradicardia
→ BLOQUEIOS ATRIOVENTICULARES:
- Primeiro, segundo e terceiro grau
- A gravidade é progressiva
- Bloqueio atrioventricular do primeiro grau: atraso na
condução do potencial de ação, o eletrocardiograma mostra
o intervalo PR > 200 ms e fixo. Localiza-se mais
frequentemente no nó atrioventricular, sendo comumente
ocasionado por processos inflamatórios, isquêmicos ou
farmacológicos, geralmente reversíveis (prolongamento do
intervalo PR)

- Bloqueio atrioventricular de segundo grau: neste tipo


existem algumas ondas P bloqueadas (o potencial de ação é
gerado, mas não passou). O tipo I se caracteriza por aumento
progressivo do intervalo PR até o surgimento de uma onda P
bloqueada e encurtamento do próximo intervalo PR.
Tipicamente se localiza no nó atrioventricular. O tipo II
caracteriza-se pelo aparecimento de P bloqueada sem
alargamento prévio do intervalo PR, ou seja, o bloqueio
ocorre de forma inesperada. Pode se manifestar também sob
forma temporal de ondas P bloqueadas com 2:1

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