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AULA 03 - ELETROCARDIOGRAMA

Cardiologia (Universidade do Estado de Minas Gerais)

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1 quadrado grande = 5 quadradinhos = 5mm = 0.5Mv =


0,20 seg.
3º AULA ECG – 11/05
Tem 5 quadradinhos na horizontal e 5 na vertical,
formando 1 quadrado grande.
O ELETROCARDIOGRAMA NORMAL - Duração = unidade de tempo = horizontal; amplitude
= tamanho = vertical = voltagem;
- O convencional é registrar as 12 derivações;
ONDA P
- Traz um registro curto de cada derivação e um
registro longo (registro por um tempo maior, mais - Avalia a atividade elétrica dos átrios (sobrecarga,
ciclos) de uma derivação específica. ritmo sinusal). Surge após o estímulo sinusal.
- A derivação longa é importante porque permite uma - Para dizer que é ritmo sinusal, a ONDA P tem que ter
melhor avaliação do ritmo cardíaco, se está em ritmo algumas características. Pode ter ONDA P resultante de
sinusal, se tem uma arritmia. Pode ser qualquer estimulação de outro lugar.
derivação, geralmente é DII longo, pois o DII enxerga
muito bem todas as ondas, de forma nítida. - SINUSAL, avaliar:

- Quando o paciente está muito bradicardico, em uma POSITIVO EM DI, DII, Avf. SEMPRE negativa em avR.
derivação curta pode-se não enxergar onda nenhuma. No ritmo sinusal em uma mesma derivação, as ondas
Por isso enxerga na derivação longa. P tem que ter a mesma morfologia. Porque disparam
- Avaliar a configuração que o aparelho se encontra. do mesmo local, do mesmo ângulo e percorrem o
Como o aparelho está programado para funcionar. N = mesmo caminho. Se estiverem diferentes, significa que
ganho do eletrocardiograma (força com que o eletro disparam de lugares diferentes (arritmia). De uma
capta a atividade elétrica, a intensidade), quando está derivação para outra, a morfologia muda (são ângulos
normal, aparece o N (ganho normal). Se estiver N mas diferentes).
as ondas estiverem muito pequenas, pode ser preciso - Amplitude máxima de 2,5mm e duração inferior a
aumentar o ganho, porque a visualização ficará melhor 110ms. Quando >2,5mm pode ser sobrecarga atrial
(pode aparecer 2N, etc, para aumentar o direita e >110ms pode ser sobrecarga atrial esquerda.
ganho/intensidade da captação de atividade elétrica).
O inverso também pode ocorrer, as ondas estarem - Em v1, pode ser bifásico, mas a parte positiva deve ser
muito grandes e altas, dessa maneira, diminui-se o maior que a negativa. Se a negativa for maior,
ganho (N), na configuração pode estar N/2, N/4. sobrecarga de átrio esquerdo.

- Tudo que for avaliado no laudo do ECG, tem que estar - Se estiver bifásico em DIII, é por conta de vir
no ganho normal. O número que fica em cima mostra perpendicular
a velocidade do registro no papel (25mm/seg = INTERVALO PR (PRi)
padrão). O papel é milimetrado. É na velocidade de
25mm/seg que se vê a duração das ondas e dos - Intervalo PR curto (<0,12s), síndrome de pré excitação
intervalos de forma correta. Entretanto, existem ventricular (o ventrículo é excitado rapidamente, o
situações que você pode alterar para enxergar melhor, estímulo nasce e já desce e pode estimular arritmias).
se estiver muito bradicardico, pode alterar a Se estiver aumentado (>0,20s) o nó segura o estímulo,
velocidade para caber mais ondas no ECG. pode ser encontrado em um bloqueio atrioventricular,
medicações anestésicas etc.
- Calibração (CAL): alguns ECG trazem nas
extremidades. É um teste que o aparelho faz no papel. - A duração pode variar conforme FC e idade. Deve-se
Não tem valor clínico. Corresponde ao ganho (N). corrigir. Esses valores são em repouso, em uma FC de
50-100 bpm.
- É importante o papel ser milimetrado, pois é possível
medir o tamanho das ondas e sua duração apenas SEGMENTO PR
contando os quadrados.
- Tempo que o nó sinusal dispara e leva para chegar aos
- Na velocidade padrão (25mm/seg): ventrículos. Clinicamente não tem muito valor.

1 quadradinho = 1mm = 0,1mV = 0,04seg

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- Infra/supra de PR, desnivelamento, pode ser ***Amiloidose: pode acometer vários órgãos,
encontrado em pericardites, infartos etc. principalmente o coração. Deposito de substância
amiloide, há diminuição da amplitude porque entre a
COMPLEXO QRS
atividade elétrica do coração e o eletrodo há deposito
- Começa a despolarização ventricular. de substâncias no miocárdio.

- Duração inferior a 120ms / 0,12 seg, normalmente. O - O inverso também é verdadeiro: tudo que aproxima
normal é ser um QRS estreito. Em algum desvio de o coração dos eletrodos aumenta a amplitude do QRS.
condução que demora de percorrer os ventrículos, há O exemplo clássico é na sobrecarga ventricular. Se há
aumento da despolarização, ficando um QRS largo. um VE grande, hipertrofiado, ele cresce e aproxima do
eletrodo, aumentando a amplitude do QRS (massa
- Se tem uma arritmia, mas o QRS está estreito, é uma maior aproximando). O próprio biotipo também
arritmia supraventricular (origina acima dos influencia, pacientes muito magros, tórax escavado
ventrículos, nos átrios). Mas se está alargado, é um também.
problema nos ventrículos.
- Em V1 tem que ter a progressão da onda R em relação
- A amplitude normal é de 5-20mm nas derivações do a V6. Porque V1 é uma derivação que o eletrodo está
plano frontal (DI, DII, DIII, avr, avl e avf). Nos planos localizado no lado direito, tudo foge do V1,
precordiais (V1 – V6) é entre 10-30mm, em uma negativando. À medida que vai indo para esquerda, se
orientação normal. A diferença se dá pelo aproxima da atividade elétrica do coração, as ondas
posicionamento dos eletrodos, os dos membros estão vão ficando mais positivas.
mais distantes do coração, logicamente, a intensidade
elétrica será melhor.

- A amplitude é medida em todas as ondas. Não só as


positivas ou só as negativas. É do ápice da onda R até o
fim da onda.

- Existem situações que a amplitude do QRS é menor,


como por exemplo, o próprio biotipo do paciente (mais
gordo, brevilineo, porque entre o eletrodo e o coração
vai ter mais gordura). Os eletrodos estão mais
afastados da atividade elétrica do coração. Em DPOC
também podemos encontrar pela hiperinsuflação
pulmonar (tórax fica mais expandido, aumenta o
diâmetro anteroposterior). Em situações patológicas
também, como derrame pericárdico (membrana em
volta do coração – visceral e parietal – entre essas
membranas há o espaço virtual, na diástole, essa
membrana desliza uma sobre a outra e permite que o
coração dilate até o limite do pericárdio. Em situações REPOLARIZAÇÃO VENTRICULAR (PONTO J, SEG. ST,
de inflamação do pericárdico – viral, bacteriana, ONDA T E ONDA U)
autoimune – há extravasamento de líquido para esse
- Final do QRS até o final da onda T ou onda U, se
espaço virtual entre os dois pericárdicos, há líquido em
presente.
volta do coração. Quando é muito volumoso, no eletro
pode dar amplitude diminuída, porque tem líquido - PONTO J: quando termina o QRS e começa o
afastando a atividade elétrica dos eletrodos. É um sinal segmento ST. É uma interseção. Serve para avaliar
que podemos observar – junto com outros dados, desníveis de segmento ST (infra ou supra). Muito útil
como bulhas hipofonéticas, abafadas. O derrame pode nas isquemias. Não retorna à linha de base, nas
tamponar – atrapalhar o coração de encher, evoluindo patologias.
para um choque. Deve ser drenado).
- SEGMENTO ST: não envolve ondas. É uma linha reta
- Tudo que afasta os eletrodos do coração, diminui a entre o fim do QRS ao início da onda T. Normalmente,
amplitude. a primeira porção é isoelétrica. Há ECG que não se
enxerga o segmento ST e pode ser normal também.

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Deve-se avaliar então o ponto J, que vai coincidir com ANÁLISE DO ECG
o surgimento da ONDA T (quando não há o segmento). - Não tem necessariamente uma sequência. Mas existe
um caminho que pode facilitar:
1. Avaliar ritmo e frequência
Ponto J está na 2. ONDA P
linha. Não tem 3. INTERVALO PR
segmento ST. É 4. COMPLEXO QRS
normal nesse 5. ONDA Q
caso. Já começa 6. SEGMENTO ST
a onda T. 7. ONDA T
8. INTERVALO QT
9. ONDA U
- Determinar o eixo elétrico do coração.

- ONDA T: é assimétrica, parte ascendente é mais lenta


e a descendente é mais rápida. Tem polaridade
semelhante ao QRS (se estiver positivo, a onda T será
positiva, e vice versa. Acompanha o QRS). O único lugar
que isso não acontece é em V1, e é normal.

Se tiver invertido, há uma alteração de repolarização


ventricular. Muitas patologias podem causar. Se uma T
ultrapassar o QRS, T tenda, não é normal. Muito
comum em hipercalemia.

- ONDA U: última e menor deflexão, muito parecida


com a onda T, porem menor (5-25%). Visível mais em
FC baixas.

INTERVALO QT e INTERVALO QT CORRIGIDO (QTc)

**hidroxicloroquina pode prolongar. ATENÇÃO COM O


TTO DO COVID-19

- Na maioria das vezes não é medido. Em alguma


situações pode ser útil. Em arritmias, se estiver um
intervalo QT prolongado, pode ser o precipitante da
arritmia, pela hidroxicloroquina, lítio, amidarona,
glucantime etc. Pacientes que usam esses
medicamentos precisam dessa avaliação.

- Como QT é variável de acordo com a FC,


habitualmente é corrigido.

- RR: de um batimento a outro. De uma onda R até


outra onda R. Converter na mesma unidade. Assim,
ajusta-se o QT. Se estiver maior, pode fazer arritmias.

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