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Enfermagem: Cuidados à Pessoa como Patologia Médica Prof.

Filipe Fernandes

Fisiologia Cardiovascular

Eletrocardiograma (ECG): procedimento técnico não invasivo, bastante informativo,


reproduzível e de baixo custo.
Fornece informação:
➢ De ordem anatómica e hemodinâmica (hipertrofia);
➢ De ordem metabólica (distúrbios eletrolíticos);
➢ De ordem farmacológica (intoxicação por drogas);
➢ De ordem histológica (EAM);

Frequência cardíaca Campainha Energia Hora

Derivação Ampliação da onda Ondas

➢ Hora: a maior parte das intervenções de enfermagem são tempo- dependentes,


ou seja, são dependentes do tempo.

➢ Energia: jules é a energia do desfibrilhador. É a energia selecionada para o


desfibrilhador. (no doente critico devemos sempre monitorizar em
desfibrilhador, pois o doente pode entrar em paragem)
Modo - ECG
- ECG + desfibrilhador
- ECG + pacing

➢ Campainha: o alarme é utilizado para alertar quando os valores monitorizados


se afastam dos valores estipulados pelo enfermeiro.

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➢ A Frequência Cardíaca e o Pulso não são a mesma coisa

70: o coração está em despolarização, ou seja, com atividade elétrica.


FC: Número de despolarizações do coração (atividade elétrica)
Pulso: número de despolarizações do coração/ sístole (atividade mecânica)
Quando temos um doente inconsciente, mesmo que este apresente atividade
elétrica no coração, temos sempre que verificar o pulso.

➢ Derivação: leitura da condução elétrica no plano, permite detetar anomalias do


coração
A derivação II: é a melhor derivação para ler porque as ondas aparecem todas
positivas (porque estão na orientação do estímulo) e porque conseguimos ler
mais facilmente a relação aurículo-ventricular.

DI
Nó sinosal

Nó aurículo ventricular
D III
D II

➢ Ampliação da Onda: a ampliação da onda permite-nos ampliar ou diminuir o


tamanho da onda.
Em contexto de reanimação é importante ler todos os padrões pois pode existir
ondas muito grandes e aí temos que diminuir a amplitude para vermos a onda
completa no monitor e vice-versa.

➢ Ondas:
Existem 3 tipos de ondas:
P ; QRS ; T

Complexo com 3 ondas

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REGRAS DO PROFESSOR FILIPE:


➢ A onda de maior amplitude é a onda R
➢ Ondas morfologicamente idênticas tem nomes iguais, ondas diferentes tem
nomes diferentes.
➢ PROIBIDO INVENTAR
Se forem diferentes, não podem ter o mesmo
nome, mesmo estando antes do complexo QR

Nome das ondas:


➢ Em termos Elétricos:
o QRS: despolarização ventricular
o P: despolarização auricular
o T: repolarização ventricular (período em que o coração está a ganhar
equilíbrio nas cargas elétricas, é um período altamente vulnerável:
período refratário
➢ Em termos Mecânicos:
o QRS: sístole ventricular Se tivermos alguma
o P: sístole auricular interferência elétrica em
o T: diástole ventricular cima da onda T, corro o risco
de induzir uma arritmia
maligna.
Intervalos entre as ondas:
➢ Intervalo PR: desde o início da onda P ao início do complexo QRS
➢ Segmento ST: desde o final de QRS ao Inicio da onda T

Ciclo cardíaco: início da onda P até ao fim da onda T

Origem do estímulo: Nó sinosal

Gera o estímulo PAUSA (a onda vai Nó auriculoventricular


(Nó sinosal) reter o estímulo (origina a onda P)

Quando o estímulo
O Relaxamento Forma a linha
elétrico passa, do nó
forma a onda T aurículo ventricular para o isoelétrica
ventrículo forma o
complexo QRS

Nota:

➢ A Frequência Cardíaca mede-se entre o intervalo QRS. Quanto maior o intervalo,


menor a frequência cardíaca.

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ECG de 12 derivações- colocação dos elétrodos

V1- 4º espaço intercostal direito.


V2- 4º espaço intercostal Esquerdo.
V3- Entre V2 e V4.
V4- 5º espaço intercostal Esquerdo medio-
clavicular.
V5- Mesmo ponto que V4 na linha Axilar anterior.
V6- Mesmo ponto que V4 na linha axilar média.

ECG com prova de esforço:

➢ Usado para determinar padrões de doença coronária, angina de peito,


alterações do ritmo dependentes do exercício.
➢ A pessoa é monitorizada e inicia exercício de marcha em tapete rolante, ou de
subida de degrau.
➢ Sinais precoces de isquemia são detetados no registo do ECG, sendo parado o
exercício.

ECG de 24 horas – HOLTER:

➢ Registo contínuo de uma derivação precordial durante 24 horas.


➢ Serve para diagnosticar alterações do ritmo lábeis, perturbações da condução,
ou períodos de isquemia (por exercício, por baixo débito,)

Nota:
➢ A mesma alteração no eletrocardiograma pode ter várias causas

Pontos do eletrocardiograma:
➢ Vermelho: ombro direito
➢ Amarelo: ombro esquerdo
➢ Verde: Crista ilíaca esquerda
➢ Se tiver mais pontos:
o Preto: crista ilíaca direita
o Bege/ branco: costelas flutuantes direitas, perto do esterno

Nota:
➢ Num doente crítico, o tórax deve estar completamente livre porque podemos
necessitar de realizar compressões a qualquer momento.

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Ritmos Cardíacos

Choque + SBV +
“Drogas”

SBV + “Drogas”

Papel Eletrocardiográfico

➢ 1 min – 300 ou 1500 Quadrado grande


➢ 1 seg. – 5 ou 25
➢ 0,04 seg. – 1 Quadrado grande

Nota:
➢ Para saber o valor da Frequência Cardíaca num eletrocardiograma, dividimos
300 pelo número de quadrados grandes ou 1500 pelo número de quadrados
pequeno, entre os dois R.
➢ O intervalo entre P e R tem que ser inferior a 20 seg.
➢ O intervalo QRS tem que ser inferior a 12s
➢ ritmos com origem ventricular→ QRS alargado
➢ PR→ relação aurículo ventricular

Perguntas para identificar os principais grupos de ondas

➢ Há ou não atividade elétrica? (temos que ver ondas)


Quando não à atividade ventricular temos de confirmar se existe algum
problema técnico com o equipamento.
➢ Qual é a frequência ventricular? (avaliar através do número do número de
quadrados entre 2 QRS)
Bradicardia: <50 ou <60 + sintomatologia (dor torácica, TA sistólica < 90mmn,
diminuição do estado de consciência, palidez, sudureze, tempo de
reenchimento capilar < 2s, sinais de insuficiência cardíaca congestiva.)
➢ O ritmo é regular ou irregular?
Se a onda é monomórfica: mesma morfologia
Se a onda é polimórfica: morfologias diferentes (diferença nas ondas na
mesma derivação)

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➢ A duração do QRS é normal ou alargada?


QRS normal quando está <0,12 (3 quadrados pequenos)
Os ritmos em que os complexos aparecem alargados traduz ritmos
ventriculares
➢ Há atividade auricular?
Quando vemos um traçado procuramos as ondas P
➢ Qual é a relação da atividade auricular com a ventricular
o São dependentes ou independentes?
São dependentes quando as ondas da atividade ventricular dependes das
ondas da atividade auricular, ou seja, são as aurículas que as produzem.
Dependente: no traçado/tela vemos sempre uma onda P antes de TODOS os
complexos QRS.

o O PR é normal ou não?

PR normal: <0,2s/ 1 quadrado grande (Só há PR se as ondas forem


dependentes)

Exemplo de ritmos:
Ritmo: Taquicardia de complexo largo monomórfica ou taquicardia ventricular.

Nota:
➢ Ondas de fibrilhação → Despolarizações caóticas, desorganizadas, não
conduzidas
➢ Fibrilhação auricular →Há ondas de fibrilhação e o QRS está bem formado, quer
dizer que a fibrilação está a acontecer nas aurículas. (a atividade ventricular está
organizada)
➢ Fibrilhação ventricular → a atividade é toda desorganizada/ caótica, não há QRS.
Significa que ainda à energia naquele coração, apesar de estar desorganizado
(o doente está em paragem cardiorrespiratória).
➢ Numa atividade desorganizada não há atividade mecânica, não há sístoles, não
há diástoles, ou seja, o doente está em paragem cardiorrespiratória.
➢ Frequência das ondas de fibrilhação → numero de quadrados entre 2 QRS a
dividir por 2. Se tiver dentro de um quadrado grande várias ondas, multiplicamos
por 2
➢ Extrassístoles → sem ser gerado o estímulo, uma das células gera
autonomamente o estímulo. Podem acontecer por compensação (o estímulo
pode não estar a chegar aos ventrículos e os ventrículos geram uma
extrassístole para compensar a falta deste, outras vezes aparecem porque à um
conjunto de células que tem uma arritmia)
➢ Se a extrassístole começar a acontecer em cima do período refratário (T), pode
induzir uma arritmia maligna (paragem cardiorrespiratória ou ameaça)

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Probidades Fisiológicas das células miocardias


(Músculo Cardíaco)

➢ Automaticidade: capacidade de iniciar o impulso (o coração não precisa de do


S. nervoso para gerar o estímulo elétrico)
➢ Excitabilidade: capacidade de resposta a um impulso (muda-lhe as cargas)
➢ Condutividade: capacidade de transmitir um impulso (a célula excita-se e conduz
o impulso para a célula seguinte)
➢ Contratibilidade: capacidade de responder com a ação de bomba (após excitar
a célula contrai)

Notas:

➢ Quanto mais alto no coração/ mais próximo do nó sinosal, mais alta é a


frequência do “disparo” do estímulo.
➢ O “coração direito” (aurícula e ventrículo direito) está muito dependente do
fluxo venoso. É necessário garantir o retorno venoso, pois se não entrar
sangue o doente entra em paragem.
➢ O “coração esquerdo” (aurícula e ventrículo esquerdo) está relacionado com a
perfusão celular. Um défice de perfusão é o equivalente a um choque
➢ Sopro: fuga de sangue num circuito contrario ao normal
➢ A artéria coronária esquerda condiciona a circulação cardíaca.
Se ocorrer obstrução desta artéria, todo o ventrículo esquerdo fica
comprometido, necrosando o tecido e perde a função de contração.
➢ Contração: sístole
➢ Relaxamento: diástole

Determinantes da Função Ventricular

➢ Pré-carga (pré load)


➢ Pós carga (after load)
➢ Contratilidade

Sistema parassimpático: diminui o after-lad, o que sai do ventrículo esquerdo,


liberta acetilcolina. Provoca a diminuição da frequência cardíaca
Sistema simpático: ativa/ estimula /liberta noradrenalina e acetilcolina. Provoca
o aumento da frequência cárdica.

Nota:
➢ Quando queremos ter um efeito parassimpático, deprimimos o parassimpático,
quando queremos deprimir o simpático, deprimimos o simpático.

Atropina: é administrada em caso de bradicardia, porque deprime o sistema


nervoso parassimpático, ou seja, atua no sistema nervoso simpático
(simpaticolitico)

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Manobras Vagais
➢ Massagem do seio carotídeo (estimula o sistema nervoso Parassimpático);
Contraindicado em pessoas com idade superior a 60 anos e doença artério-
trombolitica para evitar a deslocação de trombos.
(baixa a Frequência Cardíaca)

Manobra valsalva:
➢ Contração do diafragma (fazer força como se estivesse a defecar)
Contraindicado em pessoas que sofrem de bradicardia, pois pode entrar em
paragem, o que faz com que os doentes com bradicardia tenham que fazer
laxantes
(baixa a frequência cardíaca)

Massagem do Globo Ocular


➢ Com os olhos fechados, pressionar e massajar de forma circula no sentido do
ponteiro do relógio
Contraindicado a partir dos 8 anos.

Patologia Cardiovascular

Sintomas das patologias cardiovasculares:


• Dor ou desconforto torácico
• Ortopneia
• Dispneia
• Dispneia paroxistica noturna
• Tosse
• Palpitações
• Tonturas
• Sincope (perda de consciência)
• Pieira
• Fadiga (pessoa que se cansa facilmente)
• Edema periférico

Como excluir a possibilidade dor torácica de origem coronária, quando uma


pessoa tem dor torácica?

→ Dor torácica com irradiação para o membro superior esquerdo, lado esquerdo do
pescoço e ramo esquerdo da mandibula: é muito sugestivo de enfarte, não quer dizer
que seja enfarte, mas é muito provável.
Na suspeita de enfarte, devemos pedir deitar a pessoa no chão com as pernas ao alto
enquanto não chega ajuda e quando chegar nos é que pegamos no doente, não o
podemos deixar por a pé, não deve fazer movimentos pois o coração esta com baixo
debito, e ao levantar-se faz esforço e o sangue do coração que já é pouco provoca um
choque.

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Nas urgências, as pessoas têm tendência a exagerar na dor.


para resolver esse problema, pedimos à pessoa para respirar fundo e ver se não doí.
Se a pessoa disser que dói mais é porque não é grave, porque o coração em
sofrimento não dói mais por respirar fundo.
Tetetar se a dor é de origem coronáDor de origem coronária: não tem fatores
atenuantes, ou seja, a dor de isquemia, não tem fatores agravantes, esta é uma forma
muito simples de excluir grandes parte dos doentes que não tem dor de origem
coronária, mas tem uma muscular ou pleurítica. Tem na mesma dor torácica, mas
quando pedimos para respirar fundo, dói mais, e pede para não respirar, e pergunta de
deixou de doer, e a pessoa disse que deixou, então não esta a ter um enfarte, porque
não é por deixar de respirar que a dor do enfarte vai deixar de existir.
Irradiações: num enfarte pode ter irradiações para os locais já referidos ou para
qualquer outra parte do torace, mas existe uma radiação que não é muito comum, mas
é muito perigosa, dor irradiada para a zona epigástrica, porque a zona mais próxima
da zona epigástrica é a aurícula e o ventrículo direito, e por isso, quando aparece um
enfarte da parede direita do coração, pode haver uma irradiação para o epigástrico.
Nesta irradiação ninguém associa a um enfarte logo é muito perigosa.
Existem ainda um enfarte muito difícil de identificar: enfarte que não tem dor, vemos
isto nos idosos diabéticos.

Insuficiência cardíaca

Pode resultar de múltiplas afeções que não são cardiovasculares, podem ser
respiratórias, farmacológicas.
A insuficiência cardíaca é uma doença, mas no doente critico não aparece como
doença em si, mas como reflexo de um problema que o doente tenha. Incapacidade
de o coração satisfazer as necessidades fisiológicas.

Explicação da imagem:
O coração que tem mais massa muscular, é o da esquerda (mais pequeno).
No coração maior (direita) chama-se o coração de boi, pois a silhueta cardíaca ocupa
muito mediastino. Vemos pouco miocárdio e as camaras cardíacas muito dilatadas.
• Se tem uma camara cardíaca pequena e tem muito musculo consegue ser muito
mais eficaz na sístole.
• Se tem muito sangue e pouco musculo não consegue bombear o sangue fazendo
com que haja estase dentro do coração e assim o coração dilata → Insuficiência
cardíaca (é uma doença crónica, não há forma de resolução)

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A insuficiência cardíaca pode acontecer por várias razões:


• O ventrículo esquerdo não consegue bombear o sangue
• As artérias, principalmente a aorta estão com aterosclerose, estão muito
comprimidas e por isso para o sangue entrar nesta corrente sanguínea tem que
fazer muita força, e ao fazer muita força o coração começa a dilatar.
• Hipertensão que faz com que o coração tenha que bombear o sangue com
muita força para passar a resistência arterial

Causas principais
• Sobrecarga de volume ou de pressão 

• Insuficientes renais crónicos
• edema agudo do pulmão
• hipertensão arterial
• Perda de miócitos 

• Enfarte agudo do miocárdio
• Pericardites
• Restrição ao enchimento ventricular
• Doenças valvulares
• Diminuição da contratilidade do miócito 

• Alterações hidroeletroliticas
• Estados de demanda cardíaca excessiva (hipervolémia, sépsis, anemia...)

A insuficiência cardíaca pode ocorrer em duas áreas:

• Disfunção sistólica: a quantidade de sangue que é injetada na rede vascular


• Disfunção diastólica: capacidade que temos de encher as camaras e de as
preencher com sangue.

A insuficiência cardíaca vai manifestar-se nos nossos sistemas de


que forma:
• Respiratórias

Dispneia
o Ortopneia
o Dispneia paroxística noturna
o Tosse seca irritante, persistente
o Períodos alternados de apneia e hiperpneia
o Fadiga

• Cardiovasculares
o Angina (dor torácica de origem coronária)
o Distensão venosa jugular (turgescência da jugular): se à uma diminuição da
pulsão sistólica, quer dizer que o sangue tem dificuldade em entrar na aurícula
direita, e se ele tem dificuldade quer dizer que está a ir para cima, e começa a
distender as veias.
o Taquicardia

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o Diminuição da pressão arterial sistólica com aumento da pressão diastólica 


• Gastrointestinais
o Abdómen aumentado de volume, sensível no hipocôndrio direito
o Ascite
o Náuseas Surgem pela insuficiência hepática biliar, pela congestão total, irá
o Vómitos condicionar o aparecimento de anorexia
o Distensão abdominal
o Anorexia
o Dor epigástrica

• Cerebrais
o Estado mental alterado (confusão, agitação)
A confusão mental aparece porque começa a haver uma hipercalcemia.

• Generalizadas
o Fadiga
o Diminuição da tolerância à atividade
o Edema (periférico, com godet)
o Nictúria
o Aumento de peso

Cuidos de Enfermagem:

• Melhorar a intolerância à atividade


• Equilíbrio Hídrico
• Melhorar o débito cardíaco
• Ensino ao doente e à família

Angina: Nitroglicerina aerossóis


Angina de peito estável: dor torácica de origem coronária previsível, ou seja,
o doente sabe que se subir um lanço de escadas e não tem dor, mas se tentar subir
dois lanços vai ter dor. É o individuo que sabe que pode fazer 10 min de caminhada,
mas se tentar fazer 15 começa a doer torácica. Ao retirar o fator que provoca a dor, a
dor desaparece.
Angina de peito instável: dor torácica que aparece em esforços menores ou
até em repouso, já é uma placa de ateroma que se está a deslocar, ou já se deslocou
de uma artéria.
Se esta dor não tem fatores agravantes nem atenuantes, tem uma duração superior a
15 min→ dor de isquemia→ enfarte

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Sintomas:
• Dor com peso e aperto no peito (geralmente não é de origem coronária)
o Dor pleurítica
o Dor neuromuscular
o Dor coronária
• Falta de ar
• Tonturas
• Palpitação
• Sudorese
• Perda de consciência

Prevenção da paragem cardiorrespiratória

Morfina
O2
Nitratos (nitroglicerina)
Aspirina

O2: Em todos os doentes, administrar a concentração mínima para atingir os 94%.


Iniciar com cânula nasal 4min
Máscara viser: alto débito
Aspirina: antiagregante (inibe formação de tromboxano A2)

Contraindicações

• Pode ciar exacerbação de uma crise asmática, por isso, é “parcialmente”


contraindicado
• Hemorragia gástrica
• Hepatite
• Hipersensibilidade ao ácido salicílico

Administramos 160 a 325 mg conforme prescrição médica.

Nitroglicerina:
• Atua sobre a causa da dor
• Vasodilatador) dilata artérias coronárias)
• Diminui a dor coronária
• Perfume o coração
• Não atua sobre SNC
Dilatação:
• Veias: menos sangue que chega ao coração, logo diminui a pressão de
enchimento (pré- carga)
• Artérias: diminuição da pressão artérial (diminuição pós- carga)
Isto diminui necessidades miocárdicas de O2, logo eq. Favorável.

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Efeitos secundários:
• Cefaleia pulsátil
• Rubor
• Hipotensão
• Taquicardia
• Prurido (transdérmica)

Contraindicação:
• TA sistólica <90
• 50 <FC <100
• Enfarte direto

• Morfina: Atua sobre recetores sensitivos, logo a atenua a sor mas não atua na
causa.

Dor quando: A nitroglicerina não funciona porque deprie o SNC

Dose: 2-4 mg (ir ajustando até surtir efeito)

Precauções:
• Diminuição em doentes com:
o Hipovolémia
o Aumento da resistência sistémica
o Enfarte v. Direito
• Nauseas e vómitos
• Bradicardia
• Broncospasmo

Se o doente hipoventilar:
o Elevar o queixo
o Colocar tubo de gudel
o Ventilar com pressão + âmbu
o Antagonista de morfina → Naloxona

Enfarte agudo do Miocárdio

Causas:
• Aterosclerose (quando há deposição de matérias)
• Gorduroso na parede das artérias- estreitamento e diminuição do fluxo)
• Coágulo numa carótida, variz
• Vasospasmo

Atinge com maior frequência ventrículo direito

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Sintomas:
Não são exclusivos do EAM mas temos de ter em conta quadro clinico assim como:
• Sudorese
• Palidez
• Vómito
• Dor com irradiação para o membro superior esquerdo e pescoço com
prolongamento para mandibula esquerda
• Taquicardia/bradicardia

Doentes com EAM não podem fazer esforços nem beber água porque pode haver
refluxo gástrico e aspiração

Cateterismo Cardíaco

PCI (angioplastia)
Introdução de cateter que percorre o vaso até ao coração.
Quando colocado há probabilidade de formação de trombos à volta da rede, posto isto,
deve haver medicação antiagregante (aspirina + clopidroguel)

Cuidado de Enfermagem:
• Avaliar pulso do lado da cateterização de 15/15 min durante 1h e depois 30/30
min durante 3h
• Avaliar pulso distal do local do cateter para ver permeabilidade da artéria
• Monitorizar venotomia para ver se há hemorragia, inflamação ou edema.
• Balanço hídrico (importante para ver oligúria ou anúria)

Ações de enfermagem depois da cateterização:


Ex: se o cateterismo for no femoral risco elevado de hemorragia porque é uma artéria
muito pulsátil.
➔ Neste caso repouso durante 12 a 24h
➔ Cabeceira levantada a 30 graus e não fletir zona femoral

Se o cateter colocado no braço pedir ao doente que conserve o braço distendido

Quando não há possibilidade de cateterismo→ Fibrinólise

Rompe a rede de fibrina que se une aos coágulos


A sua eficácia é baixa porque a atuação sistémica não é direta

Agentes disponíveis:
• Alteplase
• Anistresplase
• Reteplase
• Estreptocinase
• Tenecteplase

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Contraindicações:
• Absolutas:
o Hemorragia intracraniana prévia
o Lesão estrutural vascular cerebral
o ICTUS isquémico < 3 meses
o Suspeita dissecação da aorta
o TCE ou fácil < 3 meses
• Relativas:
o HTA crónica grave mal controlada
o RCP traumática (costelas partidas p/compressões)
o Cirurgia majos <3 semanas
o Gravides
o Ulcera péptica ativa
o Utilização de hipocoagulantes

Choque Cardiogénico

Choque: processo agudo e disseminado de deficiente perfusão tecidular capaz de


provocar distúrbios celulares, metabólitos e hemodinâmica

Outputcardíaco = FC X volume sistólico

Outputcardiaco (OC): quantidade bombeada do ventrículo esquerdo p/min


Volume Sistólico (VS): quantidade de sangue bombeado do ventrículo esquerdo para
batimento cardíaco

Fisiopatologia de Choque

Vasoconstrição → Aumento da resistência vascular periférica (RVP)→Mantem pressão


necessária para perfusão dos órgãos vitais

Sistema Nervoso Simpático

Aumento da Frequência cardíaca + Aumento da Frequência Respiratória +


vasoconstrição
➔ Mantém a quantidade de sangue oxigenado por órgãos críticos

Trocas celular
Hipoperfusão → Hipoxia celular → Met. Anaeróbio → Morte celular → Morte da vítima

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Sintomas:
• Coloração da pele:
o Pálida, Rosada ou marmoreado
• Frequência Cardíaca: bradi, normal ou taquicardia
• Temperatura: Hipotermia, normal ou hipertermia ´Sudorese: Hipotermia,
generalizada, localizada (cabeça e pescoço)

Os sintomas podem ser contraindicados porque:


• A etiologia do choque e disfunção
• Metabólico são inertes à má função tecidular

Tipos de choque:
1. Hipovolémico: falta de sangue
2. Obstrutivo: obstrução do vaso, com diminuição do sangue que não passa. (ex:
tromboembolismo)
3. Cardiogénico: não há perda de sangue, não há obstrução, não há problema na
bomba (coração) - geralmente: EAM
4. Distributivo: não há falta, obstrução nem problema na bomba mas sem
problema na distribuição do sangue pelas células.

Pode haver choque:


• Anafilático
• Sético
• Neurogénico

Estadios do choque:
➔ Inicial:
Diminuição do débito cardíaco→ diminuição da perfusão tecidular→ aumento
do metabolismo anaeróbio → Acidose lática→ lesões tecidulares

➔ Compensatório:
Hiperventilação → Tentativa de diminuição da acidose lática

Ativação do SNS → Aumento da FC + Contratibilidade

1. Ativação da resposta da renina Vasoconstrição periférica


2. Estimulação hipofisária
3. Libertação de epinefrina
e norepinefrina
Aumento do fluxo sanguíneo
para os órgãos vitais

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1. Prod angiostensina II, aldosterona e ADH


Mecanismos de
2. Aumento glucocorticoides
compensação
3. Estimulação supra-renal

➔ Progressivo:
Falha nos mecanismos → Vasoconstrição severa → Destruição mitocondrial →
Energia insuficiente→ isquemia→ necrose

Síndrome de Choque

➔ Refratário
Organismo não responde à temperatura→ síndrome de disfunção
multiorgânica → Morte

Causas do choque cardiogénico:


• Isquemia ventricular primária (EAM, PCR, cirurgia coração aberto)
• Disritmias (bradisritmias e taquidisritmias)
• Problemas estruturais (rutura do septo, aneurisma ventricular, trombo auricular,
embolia pulmonar, etc..)

Sinais e Sintomas:
• PA sistólica <90mmHg
• FC> 100 bat/min
• Pulso fraco
• Diminuição dos sons cardíacos
• Pele fria, pálida e húmida
• Dor torácica
• Roncos e sibilos
• Diminuição DC
• Aumento p. aurícula direita
• Aumento da resistência vascular sistólica

Fisiopatologia do choque cardiogénico

Isquemia ventricular primária:


Sangue não progride

Diminuição DC Diminuição aporte celular O2 Défice perfusão tecidular

Metabolismo celular
deficiente
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Problemas estruturais

Sangue não progride esvaziamento ineficaz do ventrículo aumento da pressão ventricular

EAP (edema agudo do pulmão)

Diminuição da oxigenação

Disritmias = Problemas estruturais

Intervenções:
• Causas do Choque:
EAM? Então:
o Vasodilatadores coronários
o Coronoriografia
o Bypass coronário

Limita o consumo e aumenta o aporte de O2 ao miocárdio

o Aumenta a eficácia na bomba cardíaca


- Ionotrópicos (aumenta contratibilidade)
- Vasodilatadores
- Diuréticos
- Anti- arrítmicos
- Balão intra-aórtico
o Melhora a perfusão dos tecidos
- O2 suplementar
- Vigiar estado respiratório
- Analgésicos e sedativos
- Limitar atividade do doente
- Posicionamento confortável

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