Caso 1 NPS, 48 anos, feminina, branca, queixa-se de cefaleia temporal há 1 ano, sem tratamento específico. Foi encaminhada pelo oftalmologista após exame de fundoscopia, que revelou sinais de retinopatia hipertensiva. Paciente menopausada há 2 anos, histórico de cirurgia há 8 meses por neurinoma hipofisário, nega tabagismo e etilismo, pratica atividade física 4 vezes por semana. Pai (76 anos) hipertenso e irmão (44 anos) hígido. Exame físico: FC: 96 bpm, PA: 110/70 mmHg. BEG, eupneica, acianótica, anictérica, normocorada, lúcida e orientada no tempo e no espaço. Ausculta pulmonar: MV fisiológico presente e simétrico, sem ruídos adventícios. Ausculta cardíaca: ritmo regular em 3 tempos (presença de B4 em ponta), A2 hiperfonética, sem sopros ou atrito pericárdico. Abdome e membros inferiores sem alterações. Exames solicitados e seus resultados: - ECG: sobrecarga ventricular esquerda; - Ecocardiograma: hipertrofia ventricular esquerda concêntrica e FEVE = 69,34%; - MAPA (média em 24 horas): 154/88 mmHg; - Exames laboratoriais: Ht = 40% (VR: 33 a 47,8%); Hb = 13 g/dL (VR: 12 a 15,8 g/dL); ureia = 59 mg/dL (VR: 19 a 49 mg/dL); creatinina = 1,54 mg/dL (VR: 0,53 a 1,00 mg/dL); Na = 138 mmol/L (VR: 135 a 145 mmol/L); K = 4,9 mmol/L (VR: 3,5 a 5,5 mmol/L); glicose = 112 mg/ dL (VR: < 100 mg/dL); HbA1c = 6,6% (VR: < 5,7%) 1. Qual a hipótese diagnóstica mais provável? Comentários e justificativas do grupo. 2. Qual o prognóstico dessa condição? Comentários e justificativas do grupo. 3. Qual a melhor abordagem terapêutica? Comentários e justificativas do grupo. Caso 2 Homem de 72 anos apresenta-se na clínica com queixa de piora de dispneia aos esforços há várias semanas. Antes, ele era capaz de trabalhar no seu jardim e aparar a grama, mas agora sente falta de ar depois de andar 30 m. Não tem dor torácica quando anda, embora no passado tenha sofrido episódios de pressão retroesternal ao fazer grandes esforços. Em uma ocasião, sentiu a cabeça leve, como se fosse desmaiar, quando subia um lance de escada, mas a sensação passou depois que sentou. Ultimamente, tem apresentado alguma dificuldade para dormir, necessitando se apoiar em dois travesseiros. Às vezes acorda à noite com falta de ar, que regride em minutos ao sentar-se com as pernas para fora da cama. Também notou que seus pés incham, especialmente no final do dia. Ele nega qualquer história médica significativa, não toma medicamentos e tem orgulho de não ter consultado um médico em anos. Não fuma nem bebe. No momento do exame físico está afebril, com frequência cardíaca de 86 bpm, pressão arterial de 115/92 mmHg e frequência respiratória de 16 mpm. O exame da cabeça e do pescoço mostra mucosas coradas, sem palidez, glândula tireoide normal e veias do pescoço distendidas. Estertores crepitantes inspiratórios são ouvidos ao exame. No exame cardíaco, o ritmo é regular, com B1 normal, desdobramento da segunda bulha durante a expiração, B4 no foco mitral, ictus sem deslocamento e sopro telessistólico na borda superior direita do esterno que se irradia para as carótidas. O pulso carotídeo tem amplitude diminuída. Proponha um resumo breve destacando o essencial. Qual é o diagnóstico mais provável? Comentários do grupo com justificativas. Como confirmar o diagnóstico? Cometários do grupo com justificativas Caso 3 • Mulher de 26 anos, originária da Nigéria, procura a emergência queixando- se de palpitações de início súbito, intensa falta de ar e tosse. Relata que teve vários episódios de palpitação no passado, quase sempre durando um ou dois dias, mas nunca uma dispneia como essa. Ela teve febre reumática aos 14 anos, está grávida de 20 semanas de seu primeiro filho e toma vitaminas pré-natais. Nega uso de quaisquer outros medicamentos, de tabaco, álcool ou drogas ilícitas. Durante o exame, a frequência cardíaca está entre 110 e 130 bpm. A pressão arterial é de 92/65 mmHg, e a frequência respiratória é de 24 mpm, com saturação de oxigênio de 94% em ar ambiente. Está desconfortável, com a respiração difícil. Ela tosse, produzindo grande quantidade de escarro espumoso com coloração rósea. Tem bochechas coradas, pressão venosa jugular normal e estertores crepitantes nas bases pulmonares. O ritmo cardíaco é irregularmente irregular, com B1 hiperfonética e sopro diastólico suave no ápice. O ictus não está deslocado. O fundo uterino é palpável na altura do umbigo. Não apresenta edema periférico. Uma eletrocardiografia é realizada (Figura 3.1). Qual é o diagnóstico mais provável? Qual deve ser o próximo passo?