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Curso de Medicina
Semiologia Médica
GD abdome
Identificação: S.J: 48 anos, feminina, faioderma, costureira, casada, natural e procedente de Rio Paranaíba-MG.
HPMA:
Há 2 anos iniciou quadro de dor localizada na região epigástrica, sem irradiação, de leve intensidade, que aparecia
20 a 30 min após a alimentação, tipo cólica e que melhorava com antiespasmódico e era associada à dispepsia,
plenitude gástrica, e pirose. Relata que há dois meses a dor tem piorado, gradativamente, principalmente após a
ingestão de alimentos gordurosos ou libação alimentar, sem melhora com antiespasmódico. Há uma semana
iniciou quadro de náuseas com o cheiro dos alimentos e que há dois dias apresentou piora da dor abdominal, que
tornou-se contínua, com irradiação para a parte inferior do ombro direito e costas, associado à náuseas, vômitos,
febre aferida de 39º que não melhora com uso de dipirona e calafrios.
Antecedentes pessoais
Nascimento e desenvolvimento: parto normal, aleitamento materno por 1 ano. Dentição, deambulação, fala e
aprendizado escolar normais.
Passado mórbido: doenças comuns da infância sem complicações. Nega cirurgias, fraturas ou transfusão
sanguínea.
Antecedentes reprodutivos: 4 filhos de 12. 10, 5 e 2 anos. Nenhum aborto
Condições de vida: casa com 4 cômodos, onde mora com o marido e filhos. Tem energia elétrica e saneamento
básico adequado. Água filtrada. Meio de transporte: ônibus. Não possui ajudante em casa.
Hábitos: Faz uso de bebida alcoólica, aos fins de semana, de bebida fermentada. Refere ingerir uma garrafa de
cerveja junto com seu marido. Nega tabagismo. Nega uso de tóxicos.
Hábito alimentar: 3 refeições / dia. Nega ingestão de verduras e carne todos os dias. Alimentação feita na banha
de porco e rica em carbiodratos. Baixa ingestão hídrica.
Antecedentes epidemiológicos
Nunca habitou zona rural. Conhece o triatomíneo.
Nega ter apresentado dengue ou hepatite até o momento. Nega viagens recentes.
Antecedentes familiares
Mãe 72 anos, hipertensa, submetida a colecistectomia há 30 anos.
Pai e irmãos sadios. filhos sadios.
Uma tia com doença do estômago (SIC)
Um tio hipertenso.
Cabeça e pescoço
Crânio sem alterações.
Pupilas isocóricas e fotorreagentes. Duções e versões normais.
Seios da face indolores à palpação.
Nariz sem alterações. Orofaringe normal, sem halitose.
Otoscopia: normal. Tiróide palpável, com características normais. Estase jugular ausente.
Palpação de fúrcula normal.
Tórax:
Inspeção estática: Ausência de abaulamentos ou retrações.
Inspeção dinâmica: Respiração costal, ritmo normal. FR: 18 inc/min.
Palpação: temperatura e sensibilidade normais, sem contratura muscular. Expansibilidade normal. Frêmito tóraco-
vocal preservado. Ausência de frêmitos brônquico ou pleural.
Percussão: Som claro pulmonar.
Ausculta: MV preservado. Ressonância vocal normal.
Precórdio:
Ausência de abaulamentos ou retrações. Outras pulsatilidades ausentes.
Ictus não visível e palpável na linha hemiclavicular esquerda, no 5º EICE, 1 polpa digital, com mobilidade
preservada.
Bulhas rítmicas e normofonéticas em 2 tempos a 112 spm
Pulsos com amplitude diminuída, simétricos.
Abdome:
Inspeção: globoso, sem retrações ou abaulamentos, ausência de cicatrizes.
Ausculta: RHA +, ausência de sopros.
Percussão: dor à percussão em HD
Palpação: resistência à palpação. Dor à palpação superficial e profunda em HD e epigástrio, Murphy positivo.
Exame de palpação de fígado e baço prejudicados devido à resistência da paciente.
Ausência de ascite.
Questões:
2- Quais as etapas do exame físico do abdome? Explique a ordem em que devem ocorrer e o porquê.
3- Como é feita a delimitação do abdome em regiões? Quais são elas? Qual a finalidade de se reconhecer
essas regiões?
7- Qual o principal exame de imagem você solicitaria para esta paciente? O que você espera encontrar nele?
9- Quais os cinco tipos de abdome agudo? Exemplifique com duas possíveis causas para cada um deles e o
que é encontrado no exame físico de cada um.
10- Ao examinar essa paciente, o médico encontrou dificuldade devido à resistência abdominal. Proponha
uma manobra para facilitar o exame.
12- Essa paciente não apresentou alterações nos ruídos hidroaéreos e no hábito intestinal. Qual a importância
dessa informação?
13- Quais os fatores de risco apresentados pela paciente, para sua principal hipótese diagnóstica?
15- Caso esta paciente evoluísse para colangite, qual quadro clínico estaria presente?
16- Quais os sinais, vistos na inspeção, poderiam estar presentes em caso de pancreatite necro-hemorragica?
17- Quais as alterações endógenas e exógenas um paciente com pancreatite crônica pode apresentar?
18- Explique como pesquisar os seguintes sinais: Blumberg, Rovsing, Lapinski, Dunphy, Psoas e do
obturador.