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17/09/2019

Sopro → endocardiose. Falha no fechamento sístole) - retorno venoso, enchimento


das válvulas que permite o refluxo ventricular, volume diastólico final.
sanguíneo, consequentemente produzindo
Pós-carga: pressão da aorta durante a
sons/ruídos.
sístole, volume diastólico final, obstáculo
É necessário um fármaco que ajude o valvar da aorta e da artéria pulmonar.
coração a funcionar de acordo com a Volume de sangue que sai do coração.
sintomatologia do paciente. Animais Paciente com pressão alta, tende a ter
cardiopatas fazem uso de medicamentos frequência cardíaca rápida. Para diminuir
que apresentam vários efeitos adversos, e essa pressão, administra-se diurético, pois
por isso são necessários outros fármacos diminui o volume de água no sangue,
para tratar esses efeitos. fazendo com que o coração trabalhe
menos, diminuindo a pressão arterial.
SISTEMA CIRCULATÓRIO
Inotropismo: Força de contração cardíaca.
PARTES: coração e vasos sanguíneos
(artérias, capilares e veias). Débito cardíaco: volume de sangue ejetado
pelo ventrículo em um minuto. Serve para
COMPONENTES: sangue (glóbulos brancos,
saber a oxigenação dos tecidos, se o débito
glóbulos vermelhos e plaquetas).
cardíaco estiver baixo algum tecido do
FUNÇÃO: transporte de nutrientes, organismo não está sendo oxigenado
oxigênio, hemostasia, eliminar CO2 e adequadamente.
excreção de dejetos.
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA
É importante que haja equilíbrio do sistema
É uma doença na qual o coração está
cardiovascular para manter a homeostase
inapto para manter o equilíbrio circulatório
do organismo.
por deficiência primária do inotropismo,
É comum que pacientes cardiopatas levando a uma redução do débito cardíaco.
desenvolvam insuficiência renal, porque o
O coração na tentativa de manter seu
rim precisa trabalhar muito mais para
trabalho, altera a pré-carga, pós-carga,
manter a pressão arterial, promovendo
inotropismo e débito cardíaco. Se o quadro
desgaste do órgão.
não for diagnosticado a tempo, ele vai
Objetivos: conhecer as principais progredir e vai haver hipertrofia irreversível
características farmacológicas dos da musculatura cardíaca, podendo levar o
medicamentos que atuam no sistema paciente ao óbito.
cardiovascular.
Quando o débito cardíaco está inadequado
CONCEITOS quem sofre é o organismo, pois a
quantidade de sangue que está sendo
Pré-carga: quantidade de sangue que enviada para os tecidos é irregular.
chega ao coração. Quando o paciente está Ocorrendo comprometimento de órgãos e
com a pressão arterial baixa, deve-se seguir tecidos.
uma sequência de tratamento: primeiro
bolus fluidoterapia (para aumentar a pré- As causas mais comuns da ICC incluem:
carga do coração - se chega mais sangue o
▪ Doença cardíaca coronariana
coração trabalha mais e aumenta a
▪ Diabetes
frequência cardíaca e consequentemente a
▪ Miocardite (infecção do coração)
pressão arterial), depois atropina,
▪ Endocardite
adrenalina, noradrenalina. Refere-se ao
grau de tensão do músculo quando ele
começa a se contrair (antes do início da
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▪ Cardiomiopatia (coração aumentado) pressão arterial e a perfusão dos


– tosse noturna (coração pressiona a tecidos. É um mecanismo
traqueia. compensatório e não deve ficar
▪ Doença da válvula cardíaca – mais ativado por muito tempo.
comum ▪ O sistema renina angiotensina
▪ Doença cardíaca congênita aldosterona absorve uma quantidade
▪ Pressão arterial alta (hipertensão) maior de água e Na +, aumentando o
▪ Ataque cardíaco anterior (enfarte do fluxo circulante para aumentar a pré-
miocárdio) carga, o débito cardíaco e a pressão
arterial.
SINTOMAS
▪ A musculatura do coração hipertrofia
Os sintomas da ICC nem sempre são óbvios para aumentar a força de contração
e podem se confundir com outras doenças. cardíaca.

▪ Falta de ar FÁRMACOS
▪ Inchaço dos membros: notado
▪ Para alterar a pré-carga → diuréticos
quando o quadro já está avançado.
▪ Para alterar a pós-carga →
Ocorre extravasamento de líquido
vasodilatador
com o objetivo de diminuir a pós-
▪ Para promover a contratilidade →
carga.
digitálicos
▪ Falta de energia e cansaço
▪ Para promover o aumento da FC →
▪ Dificuldade de dormir devido
beta-bloqueadores
problemas respiratórios
▪ Abdômen inchado ou mole DIGITÁLICOS OU CARDIOGLICOSÍDEOS
(relacionado a ascite)
São utilizados para aumentar a taxa de
▪ Perda de apetite
contração ventricular e para corrigir
▪ Tosse com muco espumante ou
determinados tipos de arritmias,
catarro
especialmente as arritmias
▪ Aumento da micção à noite, com o
supraventriculares.
objetivo de diminuir a pós carga
▪ Confusão mental (alteração de São a última opção de tratamento.
comportamento) Utilizados apenas se os diuréticos e
inibidores da enzima conversora de
Na ICC ocorre a diminuição do débito
angiotensina (IECAs) não forem suficientes
cardíaco, aumento da frequência cardíaca
para controlar a situação em casos de
(mecanismo de compensação), tentativa de
insuficiência crônica.
manutenção da pressão arterial para
manter a perfusão de sangue adequada e Deve-se averiguar os benefícios e a
aumento da RVP. São tentativas de toxicidade.
compensação para manutenção da PA e
manter a perfusão miocárdica e cerebral DIGOXINA: único agente inotrópico viável
adequada. para uso prolongado via oral. Mecanismo
de ação: inotrópico positivo. Causa inibição
MECANISMOS DE COMPENSAÇÃO da enzima Na K ATPase, aumentando os
níveis de Ca + + intracelular, aumentando a
Quando a pressão arterial está baixa o
contração do músculo cardíaco.
organismo identifica qual alteração está
acontecendo e tenta compensar. Apesar dessa proteína existir em todas as
células, apenas as células musculares e
▪ Os barorreceptores do sistema
neurônios são afetados de forma
nervoso simpático detectam a queda
significativa.
da pressão arterial e débito cardíaco,
faz vasoconstrição, aumenta a
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É importante saber a resposta do coração Os níveis séricos podem ser aumentados


frente a digoxina, pois se a contração for pela administração de antibióticos,
muito aumentada, vai requerer uma maior tetraciclina, gentamicina, itraconazol, etc.
quantidade de oxigênio. Se a dose da
E podem ser reduzidos com a
proteína for muito aumentada, ela passa a
administração de antiácidos, alguns
agir sobre vários receptores espalhados
laxantes, adrenalina, etc.
pelo organismo.
HIPERTENSÃO ARTERIAL (HAS)
Farmacocinética: a dose terapêutica é
próxima da dose tóxica, a absorção é por É mais comum que a hipertensão seja
difusão passiva, com absorção de 75-85% notada durante a anestesia, pois em
por VO. Biodisponibilidade de 67%. O início situações normais de aferição, o animal
de sua ação se dá em 30 minutos após a pode apresentar estresse que reflete em
administração. Seu efeito máximo pela IV uma hipertensão transitória. A pressão
varia de 1-5 horas; se administrada pela VO arterial de um animal anestesiado é
seu efeito pode ser postergado. diferente de sua pressão normal.
Biotransformação não é conhecida. Sua
eliminação é hepática e renal, é excretado A hipertensão arterial sistêmica consiste em
de forma inalterada. Sua meia vida é de 36 uma elevação constante dos valores tanto
horas. de pressão arterial sistólica, diastólica ou de
ambos, de acordo com os valores de
DIGITOXINA: alteração de um radical na referência para cada espécie. Em alguns
fórmula que faz com que a casos, já é possível imaginar que o animal
biodisponibilidade passe para 100%. A apresente hipertensão, como é o caso de
biotransformação é hepática. A eliminação animais com endocardiose e animais
é feita pela via renal, e 85% dos metabólitos obesos.
são inativos. Sua meia-vida varia entre 5-7
dias. Indicação: disfunção miocárdica Existem duas classificações para a HAS,
sistólica (taquiarritmias supraventriculares). sendo primária e secundária.

Considerações: a dose de ataque é PRIMÁRIA: idiopática.


suficiente para causar intoxicação. SECUNDÁRIA: associada a algum tipo de
Determinação individual da dose, pois cada doença ou condição concomitante. 80% da
paciente responde de uma forma ao HAS é secundária ocorre em pequenos
fármaco. Após 3-5 dias do início do animais. Pode ser identificada em grandes
tratamento, deve-se realizar a avaliação dos animais, mas é caracterizada como um
níveis séricos dos digitálicos, os mesmos achado. Está associada a nefropatias (a
devem apresentar até 1 mg/ml, acima desse perda da função renal sobrecarrega o
valor pode-se observar sinais de intoxicação. sistema cardiovascular), cardiopatias
Intoxicação: acredita-se que cerca de 25% (sopro), hiperadrenocorticismo,
dos animais tratados se intoxicam. hipertireoidismo, dieta com alto teor de sal,
obesidade, hepatopatias e diabetes
Causa depressão do SNC (letargia), mellitus.
alterações gastrintestinais (anorexia, êmese,
diarreia) e cardíacos (arritmias cardíacas). PRESSÃO ARTERIAL: sistólica > 90 e média
>60.
Interações Medicamentosas: em associação
com drogas bloqueadoras de receptores DIAGNÓSTICO
beta adrenérgicos pode aumentar o tempo Aferição da pressão arterial (PA)
de condução atrioventricular. O cálcio
administrado rapidamente pela IV, pode Estresse e ansiedade no momento da
reduzir os níveis séricos e arritmias. aferição da PA podem gerar valores de
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pressão sanguínea falsamente elevados utilizados pois inibem em duas vias,


(síndrome do jaleco branco). cardíaca e renal.
IV. Beta bloqueadores alfa 1 → atuam na
Devem ser feitas no mínimo três aferições
musculatura lisa reduzindo o tônus
com intervalos regulares e depois fazer a
vascular (causa vasodilatação). Ex.:
média entre os resultados.
propazin. Os halogenados causam
TRATAMENTO vasodilatação e depressão do SNC
dose dependente. Se o paciente está
Dietético: restrição de sódio. Todo animal fazendo tratamento com beta
que tem um problema crônico tende a bloqueador alfa 1 e entra em
perder peso, pois o metabolismo trabalha anestesia todos os fármacos
mais para manter a homeostasia do anestésicos terão uma interação com
organismo. ICC leva a perda de peso este fármaco agravando os riscos da
(caquexia cardíaca), ingestão de alimentos cirurgia, mais os halogenados, pois
mais importantes que a retenção de Na+. causam vasodilatação e depressão do
Farmacológico: inibidores da ECA (mais SCV dose dependente. Mas o
utilizados), simpatolíticos, diuréticos, fármaco de tratamento não pode ser
vasodilatadores, bloqueadores dos canais suspenso, pois o organismo inteiro irá
de Ca+, antagonista do receptor de descompensar.
Angiotensina II. Estes fármacos podem ser VASODILATADORES DE AÇÃO DIRETA
associados dependendo da situação do
paciente. Ativação da Guanil-ciclase (GMPc). Ex.:
nitroprusseto de Na+ → dilata tanto arteríola
SIMPATOLÍTICOS quanto veia. Pouco utilizado, pois a
▪ São os antagonistas adrenérgicos. hipotensão é muito grande.
Diminui o tônus vascular simpático e Bloqueadores dos canais de K+ → bloqueiam
consequentemente reduz o débito os canais de Ca++. Diminui a contratilidade,
cardíaco. o coração relaxa, e diminui a hipertensão.
I. Depressores do SNC (agonistas alfa 2) Feito contrário aos digitálicos. Ex.: diazóxido.
→ reduz a liberação da noradrenalina
(hormônio do estresse, que faz Taquiarritmias: associada a frequência
vasoconstrição periférica eleva o DC, cardíaca. Se a FC é estabilizada, a arritmia
e FC e PA). Ex.: metildopa e clonidina também se estabiliza.
(o animal pode ter uma queda
Bloqueadores dos canais de Ca+: bloqueio
exacerbada da pressão no início do
da contração muscular. Ex.: verapamil e
tratamento).
diltiazem.
II. Bloqueadores ganglionares →
antagonistas dos receptores Apesar dos fármacos prevenirem algumas
nicotínicos (atuam no SNA). Ex.: arritmias, eles podem causar outras.
trimetafano (não é utilizado na MV).
INIBIDORES DE ECA
III. Beta bloqueadores → presentes na
região do coração. Bloqueiam B1 Primeira opção de tratamento da HAS,
fazendo a redução da FC e principalmente em cães. Tratam a
contratilidade. Quando se reduz a FC hipertensão arterial sistêmica, não são
ocorre redução do DC. E quando se isentos de efeitos adversos.
diminui a contratilidade, há um
relaxamento maior e o coração Angiotensinogênio → renina → angiotensina I
preenche melhor. B1 inibe renina → ECA → angiotensina II. A angiotensina II faz
(produzida no rim, eleva a PA). Ex.: vasoconstrição e aumenta a PA. Se a ECA
propranolol e atenolol. São mais for inibida, não há formação de
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angiotensina II, o que faz com que melhore o uso apenas nos primeiros três meses de
o quadro do paciente. gravidez também pode causar esses efeitos.
É excretado no leite em quantidades muito
Enalapril, benazepril, captopril, lisinopril
pequenas.
(não tem uso aprovado em animais).
BENAZEPRIL
É importante que o sistema hepático esteja
íntegro pois muitas dessas drogas são pró- ▪ Lotensin
fármacos. Apenas o captopril e o lisinopril ▪ Biotransformação hepática (sendo
são drogas ativas. As demais drogas são transformada em metabólito ativo –
pró-fármacos (são administrados em forma benazaprila)
inativa/menos ativa, sendo ativados ▪ Excreção renal e biliar
somente após a biotransformação). ▪ É contraindicado no primeiro
trimestre de gestação. Quando
EFEITOS ADVERSOS
usado no segundo e terceiro
▪ Leves e transitórios e não requerem trimestre da gestação pode ocorrer
interrupção do tratamento. má formação fetal, retardo no
▪ Tontura e cefaleia crescimento intrauterino e
▪ Fadiga prematuridade. Menos de 1%
▪ Outros efeitos colaterais ocorrem em atravessa para o leite materno.
menos de 2% dos casos e incluem
ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES DE
hipotensão, síncope, náuseas,
ANGIOTENSINA II
diarréia, cãibras musculares, erupção
cutânea e tosse. ▪ Atuam no receptor AT2. Se ligam e
impedem a ligação da angiotensina.
CAPTOPRIL
▪ Apresenta a mesma função dos
▪ Excreção inalterada pela urina inibidores e ECA
▪ Meia-vida de eliminação 0,7-2,2 horas ▪ Os IECA e os ARA II têm mecanismo
▪ Absorção de 70% pela VO de redução de pressão arterial
▪ Biodisponibilidade de 60%. A semelhante
ingestão de alimento reduz a ▪ Tanto os IECA quanto os ARA II têm
biodisponibilidade em 25-50%. como objetivo impedir a ação da
angiotensina II. Os IECA impedem
ENALAPRIL sua formação, enquanto que os ARA
▪ A absorção não é influenciada pela II impedem seu funcionamento.
presença de alimento EFEITOS COLATERAIS
▪ Duração da ação de 12-24 horas pela
VO, em dose única ou múltiplas. ▪ IECA e ARAII causam hipotensão de
▪ Pico de efeito de 4-6 horas. primeira dose, logo na primeira
▪ Meia vida de eliminação de 1,3 horas; administração do medicamento. É
enalaprilato (metabólito ativo; pode um efeito particular e pode ser
ser administrado pela via IV) - 11 contornado iniciando o tratamento
horas. com uma dosagem bem baixa,
▪ Metabolismo hepático. Se for elevando-a progressivamente ao
utilizado em hepatopatas terá uma longo dos dias.
menor quantidade de fármaco ativo. ▪ Piora transitória da função renal: são
▪ Excreção renal. benéficos para os rins, mas nos
primeiros dias de uso é possível haver
Os IECA podem prejudicar o uma piora da função renal,
desenvolvimento e até causar morte do feto caracterizada pela elevação da
se for tomado durante o segundo e terceiro creatinina. Essa piora é transitória em
trimestre de gestação. Ainda não se sabe se 99% dos casos, não sendo motivo
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para suspensão do tratamento, são perigosos, pois podem causar


mesmo nos pacientes com IRC. arritmias cardíacas graves.
▪ Aumento de potássio → angiotensina ▪ Tanto IECA como ARA II são
II aumenta a excreção de K pelos rins. contraindicados na gravidez, pois
Quando este hormônio é bloqueado, estão associados a má formação fetal.
uma das consequências possíveis é a
elevação do K sanguínea, chamada
hipercalcemia. Níveis de K elevados

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