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Insuficiência Cardíaca:

Incapacidade do coração em bombear sangue de forma adequada


Prejudica a contratilidade e a capacidade de bombeamento do coração.

• Tipos de Insuficiência Cardíaca:


Insuficiência cardíaca aguda é comum em pronto-atendimentos.
Insuficiência cardíaca crônica descompensada: pacientes com tratamento inadequado ou refratários ao tratamento.
Pacientes que desenvolvem insuficiência cardíaca após eventos como isquemia.
A maioria dos casos de pronto-atendimento envolve pacientes com insuficiência cardíaca crônica descompensada.
Pacientes crônicos geralmente apresentam edema, refluxo hepatojugular, edema de membros inferiores e fadiga.

• Características dos Pacientes com Insuficiência Cardíaca Crônica:


Apresentam edema sistêmico, refluxo jugular, e edema nos membros inferiores.
Cansam facilmente e têm dificuldade em realizar esforços.

• Progressão da Insuficiência Cardíaca Crônica:


O paciente crônico vê sua dispneia piorar gradualmente.
O edema se intensifica, e o cansaço aumenta progressivamente.
Elevação da cabeceira da cama e até mesmo dormir sentado podem ser tentativas de alívio.
O processo de descompensação é gradual nesses casos.

• Insuficiência Cardíaca Aguda:


A insuficiência cardíaca aguda é caracterizada por uma instalação rápida.
Pode ocorrer em pacientes com corações anteriormente saudáveis devido a eventos súbitos, como uma ruptura de
cordoalha ou febre reumática aguda.
Pressão arterial pode ser normal ou elevada, pois o coração está enfrentando um evento agudo.
Dispneia e retenção de água e sódio são características comuns nesses pacientes.

• Estatísticas da Insuficiência Cardíaca:


Quase 200.000 internações por ano no Brasil devido à insuficiência cardíaca.
Alarmantemente, mais de 10% desses pacientes (cerca de 20.000) não sobrevivem à hospitalização anualmente.
A descompensação cardíaca é um estágio crítico em que o coração não responde mais a tratamentos ou modificações
externas.
É um fator de risco para complicações como arritmias e outros problemas de saúde.
• Custos e Retorno dos Pacientes:
Além do custo inicial do tratamento, a insuficiência cardíaca é cara devido a retornos frequentes.
Cerca de dois terços dos pacientes retornam ao hospital ao longo do ano.
Se você desejar que eu continue transcrevendo ou esclarecendo alguma parte específica do texto, por favor, informe.

• Fisiopatologia da Insuficiência Cardíaca:


O coração funciona como um elástico que responde ao volume de sangue que recebe.
A pré-carga é o volume de sangue que retorna do corpo para o coração.
A pós-carga está relacionada à resistência vascular sistêmica.
A contratilidade do coração é influenciada pelo mecanismo de Frank-Starling.
O aumento na pré-carga leva a uma maior contratilidade cardíaca, como um elástico que responde ao estiramento.
A saída de sangue do coração também é importante, e a resistência vascular sistêmica afeta a pós-carga.
Se algum desses fatores for afetado, o coração não funcionará adequadamente.

• Causas da Insuficiência Cardíaca:


Isquemia e infarto são frequentes, causando a perda de inotropismo e função de Frank-Starling.
Hipertensão arterial sistêmica aumenta a pós-carga, forçando o coração a trabalhar mais.
Valvulopatias, como febre reumática e doença de Chagas, podem prejudicar a função valvar, afetando a pré-carga e a
contratilidade.

• Impacto nas Fibras do Coração:


Quando ocorre uma agressão, interna ou externa, como isquemia ou aumento da pressão, o coração responde como um
elástico.O coração estica e contrai para bombear sangue efetivamente.No entanto, se o coração for distendido em
excesso, como um elástico sendo puxado demais, suas fibras podem quebrar.Isso afeta a capacidade do coração de
bombear o sangue adequadamente, resultando em insuficiência cardíaca.

• Consequências do Prejuízo Cardíaco:


O coração, quando não consegue bombear eficazmente, pode ficar enfraquecido e menos funcional.
Isso leva a sintomas de insuficiência cardíaca, como falta de ar, fadiga e edema.
• Resposta do Organismo à Agressão Cardíaca:
Quando o coração é prejudicado, o débito cardíaco diminui, pois o sangue tem dificuldade em sair devido à pressão alta
e a área doente.
O rim detecta a baixa do débito cardíaco e ativa o sistema renina-angiotensina-aldosterona.
A renina age no angiotensinogênio produzido no fígado, convertendo-o em angiotensina I.
A enzima conversora de angiotensina (ECA) converte a angiotensina I em angiotensina II.
A angiotensina II estimula a liberação de aldosterona, que promove a reabsorção de água e sódio no rim.
O sistema nervoso simpático também é ativado, liberando catecolaminas para acelerar o coração e causar
vasoconstrição periférica.
Outros vasoconstritores, como vasopressina e endotelina, também são liberados.
Esses mecanismos levam à retenção de água e sódio, bem como à constrição dos vasos sanguíneos periféricos.

Consequências da Compensação Inicial:


Inicialmente, o organismo compensa a disfunção cardíaca, aumentando a pré-carga e a pós-carga.
Aumentar a pré-carga ajuda a encher o coração e a pós-carga ajuda a empurrar o sangue para o corpo.
No entanto, essa compensação contínua pode levar a um ciclo vicioso de piora cardíaca, danificando ainda mais o
coração.Isso ocorre porque o coração, sobrecarregado por um maior volume de sangue e maior resistência vascular,
pode não conseguir mais lidar com a carga adicional.

Efeitos do Ciclo Vicioso:


O ciclo vicioso resultante pode danificar progressivamente o coração, levando a uma piora na função cardíaca.
Miócitos cardíacos podem ser danificados e áreas do coração podem ficar enfraquecidas.
Isso pode levar ao desenvolvimento ou agravamento da insuficiência cardíaca, resultando em sintomas como falta de ar,
fadiga e edema.

Identificação do Paciente com Insuficiência Cardíaca:


Para identificar um paciente com potencial insuficiência cardíaca, é importante observar sinais e sintomas relacionados
à congestão (acúmulo de líquido) e má perfusão (má circulação periférica).
Sinais de congestão incluem dispneia (falta de ar), ortopneia (dificuldade em deitar), turgência jugular (inchaço das
veias do pescoço), edema de membros inferiores, congestão pulmonar e outros.
Sinais de má perfusão periférica incluem pele fria e pegajosa, cianose nas extremidades, hepatomegalia dolorosa e
derrame pleural
.
💢 Critérios de Framingham 💢

Os critérios de Framingham ajudam a classificar o paciente com base em critérios maiores e menores.
Para fazer o diagnóstico, são necessários dois critérios maiores ou um critério maior e dois critérios menores.

💢 Critérios maiores : dispneia paroxística noturna, estertores pulmonares, aumento da área cardíaca, terceira bulha
cardíaca (B3), refluxo hepatojugular.
💢 Critérios menores : edema de membros inferiores, ortopneia, taquicardia, hepatomegalia, dispneia aos esforços e
outros

Dosagem de Peptídeo Natriurético Tipo B (BNP):


A dosagem de BNP pode ser útil no diagnóstico da insuficiência cardíaca.
Valores de BNP maiores que 500 indicam insuficiência cardíaca.
Valores entre 100 e 500 requerem avaliação adicional.

Classificação do Paciente:
Com base na observação de congestão e má perfusão, é possível classificar o paciente em quatro perfis:
Insuficiência cardíaca direita e esquerda.
Insuficiência cardíaca de alto débito com fração de ejeção abaixo de 40%.
Insuficiência cardíaca de alto débito com fração de ejeção acima de 50%.
Insuficiência cardíaca de alto débito com fração de ejeção entre 40% e 50%.

Classificação de New York Heart Association (NYHA):


A classificação da NYHA divide os pacientes em quatro classes de acordo com o grau de sintomas e limitações
causados pela insuficiência cardíaca:
Classe I: Sem limitação de atividade.
Classe II: Limitação leve de atividade.
Classe III: Limitação significativa de atividade.
Classe IV: Incapacidade de realizar qualquer atividade sem desconforto.

Classificação da American Heart Association (AHA):


A classificação da AHA divide os pacientes em quatro categorias (A, B, C, D) com base na presença de fatores de
risco, alterações no ecocardiograma e sintomas.
Identificação do Paciente "Quente e Seco":
O paciente "quente e seco" é aquele que não apresenta sinais de congestão ou má perfusão significativos.
Este paciente pode não ter inchaço, falta de ar ou outros sintomas típicos da insuficiência cardíaca.
É importante reconhecer esse tipo de paciente, pois ele pode exigir uma abordagem diferente em relação à medicação e
ao manejo.

Perfil Hemodinâmico
A - quente e seco🔥 🌵
B- quente e úmido 🔥 💦
C- frio e úmido ❄ 💦
L- frio e seco ( comum em idosos, desidratação )❄ 🌵

Considerações na Emergência:
Na emergência, o foco principal é identificar a presença de congestão e má perfusão.
Isso ajuda a orientar o tratamento imediato e a classificação do paciente.

Tratamento IC descompensada
Perfil A- ambulatorial
Perfil B,C, L= emergência + mov + Ecg+ laboratoriais
Perfil B= diurético + vasodilatador
• furosemida 20- 40mg IV Bolus
• Nitroglicerina ( Tridil) - SF 0,9% 240 ml + 1 ampola - BIC = 5-60ml /h
• nitroprussiato de sódio ( nipride)- SG 5% 248ml+1AMP - BIC = 3-120 ml/h
• VO: hidralazina 50mg ; captopril ( não sublingual)
Perfil C
• Inotropico +/-noradrenalina e se PAS>100 mmgHg = vasodilatador
dobutamina 1 ampola + SF 0,9% 230 ml -BIC: 15-100 ml /h ( microgotas - 15 gotas /min)
Noradrenalina 2 AMP + SG 5% 92 ml - BIC : 3- 120 ml/h

Perfil L = volume SF O,9% - 250 ml ACM


Caso clínico
Paciente Sexo feminino , 58 anos hipertensa de longa data em uso irregular das medicações, queixa de edema MMI,
fadiga e acordar com falta de ar .PA :160x110 , FC : 88, FR:18
Perfil B( PA : 160x110)
Furosemida 40 mg IV

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