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Fármacos usados para o

tratamento de cardiopatias

Prof. Cristian Alex Dalla Vecchia


Diástole Atrial

O sangue entra nos átrios


provocando a diástole atrial, que é
o relaxamento das paredes
musculares dos átrio.
Sístole Atrial e Diástole Ventricular

As paredes dos átrios se


contraem e o sangue é
expulso para os
ventrículos.

O sangue entra nos


ventrículos provocando a
diástole, que é o
relaxamento das paredes
musculares dos ventrículos.
Sístole Ventricular

O coração se contrai para


que o sangue seja
impulsionado dos ventrículos
para a aorta e a artéria
pulmonar.
Ciclo cardíaco
Estrutura do miocárdio
• Túbulo T – Facilitam a entrada do
Miocárdio – célula cardíaca Ca+2...
• Sarcômero – unidade funcional da
contração muscular....
• Actina – filamento proteico fino...
• Miosina – filamento proteico grosso...
Fisiologia da contração cardíaca
Regulação do fluxo de Ca+2
Entrada de cálcio e contração Saída de cálcio e relaxamento
Regulação da contratilidade cardíaca
Receptores Adrenérgicos
• Receptores β Adrenérgicos ↑ a
contratilidade dos miócitos cardíacos,
porém intensificam o relaxamento.

• PKA fosforila os canais de Ca+2,


permitindo a entrada deste para a
célula.

• Além disso a PKA fosforila a


fosfolambam, que deixa de inibir a
bomba SERCA, iniciando o
bombeamento do Ca+2, para o interior
do retículo sarcoplasmático. Causando
relaxamento.
Insuficiência cardíaca congestiva (ICC)

Incapacidade do coração em adequar sua ejeção às necessidades


metabólicas do organismo, ou fazê-la somente através de elevadas pressões
de enchimento. Gerando:
 Sinais e sintomas de sobrecarga hídrica intravascular e intersticial;
 Manifestações de perfusão tissular inadequada.
Insuficiência cardíaca congestiva (ICC)
ICC Esquerda e Direita
Insuficiência cardíaca congestiva (ICC)
ICC Esquerda
Insuficiência cardíaca congestiva (ICC)
ICC Direita
Insuficiência cardíaca congestiva (ICC)

Causas
ICC Aguda
 Infarto agudo do miocárdio extenso
 Angina Pectoris;
 Miocardite aguda.
ICC Crônica (mais comum)
 Infarto do miocárdio;
 Hipertensão arterial;
 Cardiomiopatias dilatadas;
 Valvopatias.
Insuficiência cardíaca congestiva (ICC)
Mecanismo Compensatórios
↑ atividade simpática
 ↑ frequência cardíaca;
 ↑ vasoconstrição, com aumento da pré-carga, aumento do débito
cardíaco, do trabalho do coração e piora a longo prazo;
Hipertrofia miocárdica
 ↑ das paredes, com diminuição da capacidade ventricular de
relaxamento e de encher.
Ativação do sistema Renina-angiotensina-aldosterona
 ↑ volume sanguíneo, com possível edema periférico e pulmonar.
Insuficiência cardíaca congestiva (ICC)

Estratégias de tratamento
Redução da pré-carga Redução da pós-carga Agentes Ionotrópicos
 Diuréticos;  Inibidores da ECA;  Digitálicos;
 Antagonistas da  β - bloqueadores;  Agonistas β;
aldosterona;  Vasodilatadores;  Inibidores da
 Vasodilatadores; fosfodiesterase.
Agentes Ionotrópicos - Digitálicos
Ionotrópicos - Aumento da contratilidade miocárdica

Digitálicos
 Glicosídeos esteróides cardioativos. Extraidos de plantas como Digitalis lanata ou
Digitalis pupurea.
 Mecanismo de ação: Inibem a Na+-K+-ATPase, impedindo a retirada do sódio,
favorecendo indiretamente o acúmulo de cálcio intracelular. Além de promover a
redução da condução átrio ventricular.
Exemplo: Digoxina
Agentes Ionotrópicos - Digitálicos

 Digoxina: Presente em plantas do gênero Digitalis. Dose diária de 0,125-0,5mg,


intervalo de 24 horas.
 Digitoxina: Alta solubilidade em água.
Agentes Ionotrópicos - Digitálicos

 Anel lactona e núcleo


esteroide são essenciais
para a atividade
farmacológica.
 Moléculas de açúcar na
posição 3 influenciam a
farmacocinética
(absorção, meia-vida e
metabolismo).
Agentes Ionotrópicos - Digitálicos
Digoxina – Intoxicação
 Efeitos cardíacos (↓K+ intracelular)
 Disritmia progressiva;
 Bloqueio da condução átrio-ventricular;
 Taquicardia paroxística;
 Fibrilação atrial.
 Efeitos gastrintestinais
 Anorexia, náuseas e vômitos.
 Efeitos sobre o SNC
 Cefaleia, fadiga, confusão, visão turva e presença de halos em torno de objetos escuros.
Agentes Ionotrópicos - Digitálicos
Digoxina – Interações
 β-bloqueadores:↓ condução no nó AV;
 Bloqueadores dos canais de cálcio: ↓ contrações cardíacas e ↓ efeitos da digoxina;
 Diuréticos espoliadores de potássio ↑ afinidade da digoxina pela bomba e ↑ dos efeitos tóxicos;
 Eritromicina: ↑ absorção de digoxina, por destruir bactérias entéricas que metabolizam a digoxina;
 Verapamil, quinidina ou amiodarona (antiarrítmicos): ↑ os níveis de digoxina, por diminuírem sua
depuração.
 Anfotericina: Induz hipopotassemia e facilita a intoxicação digitálica.
 Colestiramina: Redução absorção dos digitálicos.
 Cimetidina: Inibe o metabolismo da digoxina, aumentando a cardiotoxicidade.
 Antiácidos: Afetam a absorção da digoxina, administrar em horários distantes.
Agentes Ionotrópicos – Não digitálicos
Aumenta a força de contração do
Agonistas β1- adrenérgicos coração e o débito cardíaco
 Estimulam os receptores β1 elevando a concentração do cAMP, posteriormente, a
liberação de Ca+2 e a contração cardíaca;
 Exemplo: Dopamina e Dobutamina.

Inibidores da fosfodiesterase
Aumenta o fluxo interno de Ca+2,
 Inibem a degradação do cAMP;
aumenta a contratilidade cardíaca, diminuí
 Exemplo: Milrinona. a resistência vascular periférica,
vasodilatador.
Agentes Ionotrópicos – Não digitálicos

Agonistas β1- adrenérgicos


 Dobutamina e Dopamina: podem gerar arritmias. Interagem com
simpatomiméticos, gerando um efeito aditivo;
 Apresentam duração de poucos minutos.
Inibidores da fosfodiesterase
 Milrinona: Náuseas, vômitos, trombocitopenia, alteração enzimas hepáticas;
 Duração de efeitos de 3-6h.
Arritmia Cardíaca
(fig 2)

É uma condição onde o


batimento cardíaco está
irregular. Isso é decorrente
de defeitos na formação do
impulsos (fig 1) ou defeitos
na condução de sinal (fig 2).

(fig 1)
Arritmia Cardíaca

Os antiarrítmicos atuam
sobre as diferentes fases do
potencial de ação cardíaco.
E são divididos em quatro
classes para o tratamento
da patologia.
Arritmia Cardíaca

Antiarrítmicos Classe I
Atuam bloqueando canais de Na+ voltagem-sensíveis. O uso dos bloqueadores dos
canais de sódio declinou devido aos seus possíveis efeitos pró-arrítmicos.
Arritmia Cardíaca
Antiarrítmicos Classe I
 Antiarrítmicos da classe IA: quinidina e procainamida;
 Quinidina apresenta extensa metabolização hepática;
 Interações de fármacos são comuns com a quinidina, pois ela inibe a CYP2D6.
 Antiarrítmicos da classe IB: lidocaína;
 Útil para tratar arritmias ventriculares, pois diminui a duração do potencial de ação;
 A lidocaína tem um índice terapêutico amplo. Apresenta efeitos no SNC, sedação, fala enrolada, agitação,
confusão e convulsões. Usada IV, devido ao intenso metabolismo de primeira passagem.
 Antiarrítmicos da classe IC: propafenona
 Dissocia-se do canal com cinética lenta, não apresentando nenhuma alteração na duração do potencial de
ação;
 Absorção oral, com metabolismo hepático e renal. Apresenta T ½ +/- 20h.
 A propafenona apresenta visão turva, tontura e náuseas podendo causar também broncoespasmo devido aos
seus efeitos β-bloqueadores. Ela deve ser evitada em pacientes com asma.
Arritmia Cardíaca

Antiarrítmicos Classe III


Geram o prolongamento substancial do potencial de ação cardíaco.
Amiodarona – Gera o prolongamento da duração do potencial de ação e do
período refratário, bloqueando os canais de K+.
 Apresenta absorção lenta e incompleta.T ½ várias semanas, com deposito tecidual.
 Efeitos adversos: bradicardia, vasodilatação periférica, toxicidade pulmonar e hepática.
Apresenta inúmeras interações pois é metabolizada pela CYP 450 e ao mesmo tempo que
inibe várias de suas isoformas.
Arritmia Cardíaca

Antiarrítmicos Classe III


Sotalol
Prolonga a despolarização e a duração do potencial de ação, prolongando, assim, o
período refratário efetivo, também apresenta atividade ß – bloqueadora.
 É absorvido oralmente com biodisponibilidade de quase 100%. T ½ 12h, é excretado pelos
rins em sua forma inalterada, não sendo biotransformado.
 Apresenta metabólitos ativos.
 Possui poucas interações medicamentosas diretas. Seu efeito colateral cardíaco mais
significativo é uma extensão de sua ação farmacológica, efeitos pró-arrítmicos.
Nitratos Orgânicos
Dinitrato de isossorbida, Mononitrato de isossorbida e Nitroglicerina

Atuam através do óxido nítrico, ↑ a formação de GMPc, gerando vasodilatação.

São eficazes para as anginas, pois em parte reduzem a carga


cardíaca, e em parte, geram uma distribuição eficaz do fluxo
coronário.
Nitratos Orgânicos
 Apresentam inicio de ação de 1 a 30 min. Mononitrato de isossorbida apresenta
maior tempo de ação (estabilidade contra a hidrólise hepática).
 Todos os pacientes que sofrem de angina devem ter em mãos nitroglicerina, para
tratar os ataques agudos.
 A nitroglicerina sofre significativa biotransformação de primeira passagem no fígado. Por
isso, ela é comumente administrada por via sublingual ou transdermal.
 O principal efeito adverso é a cefaleia. Doses elevadas podem causar hipotensão
postural, rubor facial e taquicardia. Inibidores da fosfodiesterase tipo 5 como a
sildenafila potencializam a ação dos nitratos.
Vasodilatadores

Vasodilatadores Bloqueadores dos canais de Ca+2 : Verapamil, Diltiazem,


Anlodipino, Nifedipino.
Atuam reduzindo a resistência vascular periférica por diminuição da concentração
intracelular de cálcio nas células musculares lisas.
 Anlodipino apresenta T ½ de 30-50h
Reações adversas: cefaléia, tontura, rubor facial, edema periférico.

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