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Instituto Médio Técnico Profissional

Curso: Técnico de Medicina Geral

Disciplina: Anatomia e Fisiologia Humana

Turma: TMG 20

Tema: Imunidade

Formandos:

Agostinho Catique Quirampe


Cudacuache Moisés Manuel
Domingos Jacinto Vasco
Manuela Abílio da Costa
Maria Jaime Bruno de Morais
Minês Jorge David
Paulino Abel Chingore Paulino

Chimoio, Abril de 2023


Instituto Médio Técnico Profissional

Curso: Técnico de Medicina Geral

Disciplina: Anatomia e Fisiologia Humana

Turma: TMG 20

Tema: Imunidade

Trabalho de pesquisa de carácter avaliativo a ser


entregue e apresentado no Instituto Médio Técnico
Profissional, como requisito parcial no curso de
Técnico de Medicina Geral, na disciplina de
Anatomia e Fisiologia Humana.

Docente:

dr. Josefati

Chimoio, Abril de 2023


Índice

1. Introdução...............................................................................................................................2

2. Imunidade...............................................................................................................................3

2.1. Conceitos básicos da imunidade..........................................................................................3

2.2. Tipos de Imunidade..............................................................................................................3

2.2.1. Imunidade inespecífica.....................................................................................................3

2.2.2 Imunidade Específica.........................................................................................................4

2.3. Mecanismos de acção..........................................................................................................5

2.4. Classificação da imunidade..................................................................................................6

2.4.1. Quanto à sua produção......................................................................................................6

2.4.2. Quanto aos agentes que geram resposta imunológica no organismo................................6

2.4. Tecidos do sistema imune....................................................................................................7

2.5. Imunidade Mediada por Anticorpo......................................................................................8

2.5.1. Imunoglobulinas...............................................................................................................8

2.5.1.1. Classes de Imunoglobulinas...........................................................................................8

2.6. Estrutura básica das imunoglobulinas..................................................................................9

2.7. Funções das imunoglobulinas..............................................................................................9

2.8. Desenvolvimento normal das imunoglubulinas sanguíneas..............................................10

3. Considerações finais.............................................................................................................11

4. Referencias Bibliográficas....................................................................................................12
1. Introdução
O conhecimento e a compreensão sobre o sistema imunológico, sua estrutura, seu
desenvolvimento, as respostas imunológicas e a função desempenhada por cada célula na
defesa do corpo humano são processos que vêm se construindo ao longo do tempo de extrema
importância para formandos em saúde e profissionais de saúde.
O presente trabalho faz uma breve abordagem sobre a imunidade no corpo humano. A
compreensão do funcionamento desse sistema é fundamental como objecto de seu trabalho.
Por isso, o presente trabalho, é inerente a sistema imunológico, fazendo uma brevemente
descrição, para melhor consolidação de que forma o nosso organismo reage frente à presença
do antígeno, a acção do sistema de protecção e como nos tornamos imunes a determinadas
doenças através da administração dos imunobiológicos.

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2. Imunidade
2.1. Conceitos básicos da imunidade
A imunologia é uma disciplina que se relaciona a outras na tentativa de esclarecer os
mecanismos envolvidos no desenvolvimento de doenças.
Imunidade é uma palavra derivada do latim, immunitas, um termo usado para referir-se às
pessoas que eram livres de pagar impostos aos senadores romanos. O termo imunidade, na
actualidade, refere-se à capacidade do nosso corpo de reconhecer agentes estranhos e
provocar uma resposta contra esse agente, evitando que ele nos cause danos. O sistema
imunológico, também chamado de sistema imune, é o que garante a nossa imunidade. Ele é
constituído por diferentes órgãos, tecidos e células que actuam de maneira distinta na defesa
do organismo, (UNICAMP, 2016).

O sistema imune é um conjunto de órgãos, tecidos, células, moléculas, e processos que


protegem o organismo de doenças, identificando e eliminando patógenos e outras ameaças
como células cancerosas, (ABBAS e LICHTMAN, 2008).

Historicamente, imunidade representa protecção a doenças, mais especificamente, doenças


infecciosas. A imunidade pode ser basicamente entendida como a capacidade do organismo
de se defender contra a entrada e multiplicação de microrganismos. É uma função biológica
que envolve uma série de componentes que actuam de forma coordenada (o sistema
imunológico) e que é estudada pela imunologia, (ENGELKIRK e GWENDOLYN, 2009).

2.2. Tipos de Imunidade


A imunidade consiste de um conjunto de processos inespecíficos e específicos. Há barreiras
físicas e químicas que visam impedir a entrada de microrganismos patogénicos no organismo.
Quando essas barreiras são transpostas, ocorre a infecção do indivíduo, (KREBS. et al, 2009).

2.2.1. Imunidade inespecífica


São chamadas inespecíficas as barreiras desencadeadas independentemente do microrganismo
ou do tipo de agressão, ou mesmo sem agressão alguma. Muitas são as funções executadas
pelo corpo, diariamente, sem que se pense na sua importância imunológica. A barreira mais
óbvia é a pele, que delimita nosso espaço corporal no ambiente, ou seja, delimita o que está
dentro e o que está fora do nosso corpo, (CRUVINEL et al., 2010).

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Os mecanismos de defesa inespecíficos estão presentes em todos os indivíduos normais. Eles
são eficazes ao nascimento e funcionam sem exigir exposição anterior a um microorganismo
ou a seus antígenos. Eles incluem barreiras físicas (p. ex., pele íntegra e membranas mucosas
íntegras), barreiras químicas (p. ex., ácido gástrico, enzimas digestivos, ácidos gordurosos
bacteriostáticos da pele), células fagocíticas e o sistema de complemento. O sistema de
complemento contém várias enzimas e consiste de pelo menos 19 proteínas sanguíneas,
(STITES e; TERR, 2010).

2.2.2 Imunidade Específica


Ao contrário dos mecanismos de defesa inespecíficos, o sistema de defesa imunológico
específico não são completamente eficazes quando o indivíduo nasce e requer certo tempo
para desenvolver-se após exposição ao agente infectante ou seus antígenos. A imunidade
específica pode ser adquirida naturalmente por infecção ou artificialmente pela imunização,
(ABBAS; LICHTMAN e POBER, 2010).

A imunidade específica é dividida em componentes mediados por anticorpos e mediados por


célula. As reacções efectuadas pelos anticorpos são denominadas reacções imunológicas
humorais. A imunidade mediada pelos anticorpos é relacionada aos linfócitos B (ou células
B), e seus descendentes directos, conhecidos como células do plasma, (KREBS, 2017) sendo:
 Barreiras físicas e mecânicas: Retardam/impedem a entrada de moléculas e agentes
infecciosos (pele, trato respiratório, membranas, mucosas, fluidos corporais, tosse,
espirro).
 Barreiras fisiológicas: Inibem/eliminam o crescimento de microrganismos patogénicos
devido à temperatura corporal e à acidez do trato gastrointestinal; rompem as paredes
celulares e rompem células patogénicas através de mediadores químicos (lisozimas,
interferon, sistema complemento);
 Barreiras celulares: Endocitam/fagocitam as partículas e microrganismos estranhos,
eliminando-os (linfócitos natural killer e leucócitos fagocíticos neutrófilos,
monócitos e macrófagos);
 Barreira inflamatória: Reacção a infecções com danos tecidulares; induzem células
fagocitárias para a área afectada.

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2.3. Mecanismos de acção

O ser humano possui diferentes mecanismos de defesa, tanto de ocorrência natural como
adquiridos após estímulos, contra os antígenos (microrganismos patogénicos, substâncias
químicas, físicas e outras). Os mecanismos de defesa do corpo humano são complexos.
Apesar dos constantes desafios microbianos do meio ambiente, o organismo humano se
previne de infecções através de inúmeros mecanismos específicos e inespecíficos,
isoladamente ou juntos. Os mecanismos de defesa do ser humano podem ser estruturados em
três níveis (linhas de defesa) diferentes, (ROITT e DELVES, 2004).

Os dois primeiros níveis fazem parte das defesas inespecíficas, que visam destruir todos os
tipos de substâncias estranhas (incluindo os agentes patogénicos) que tentam entrar no
organismo. O terceiro nível chamado também por resposta imunológica, é específico, e
envolve uma série de eventos dirigidos a um patógeno ou substância estranha específicas.
Mecanismos de Defesa do organismo
(Imunidade)

MecanismosInespecíf MecanismosEspecífic
icos os

1a linha de 2a linha de 3a linha de


dedefesa dedefesa dedefesa
(Pele, suor, (granulócitos, (Linfócitos T e B)
saliva, cílios, macrófagos...)
acidezgástrica) RespostaInflamat
ória

Figura 1: Mecanismos de defesa do organismo (imunidade)

Um antígeno é qualquer molécula capaz de gerar uma resposta imune. Normalmente são
grandes proteínas, polissacarídios ou lípidos presentes na membrana de microrganismos,
embora também possam ser moléculas livres (tóxicos, medicamentos,…) associadas ou não a
proteínas circulantes. Podem ser fragmentos de bactérias, vírus, fungos ou protozoários, ou
também podem originarem-se de outros tecidos animais ou vegetais.

Os anticorpos são glicoproteínas específicas (“imunoglobulinas” ou “gammaglobulinas”)


produzidas pelos linfócitos B (um tipo de glóbulo branco) em resposta a presença dum

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antígeno concreto, com o qual se ligam para formar um “complexo” antígeno-anticorpo,
capaz de desencadear os mecanismos da imunidade conducentes à sua destruição e
eliminação. Cada anticorpo tem actividade específica dirigida ao antígeno que determinou a
sua produção, (ABBAS e LICHTMAN, 2008).

A resposta imunológica só é provocada se o antígeno for reconhecido como estranho. Neste


caso, podem começar diferentes processos, desde a produção de moléculas de defesa ou
anticorpos até a activação de células específicas.

2.4. Classificação da imunidade


Imunoprofilaxia são processos de prevenção (profilaxia) os quais utilizam-se de activações do
sistema imune, também chamada de imunização. Essas medidas podem ser classificadas como
activas ou passivas:

2.4.1. Quanto à sua produção


a) Imunidade passiva: pode ser obtida naturalmente, através da via placentária e/ou da
amamentação, ou artificialmente pela administração de anticorpos específicos, como as
imunoglobulinas homólogasou heterólogas, por exemplo, imunoglobulina contra hepatite B e
soro antidiftérico, respectivamente. Outra forma de produzir imunização passiva é a utilização
de soros. Eles são produtos imunobiológicos indicados para quem necessita de uma
imunidade protectora contra certas doenças infecciosas, ou para neutralizar toxinas ou
venenos de forma mais rápida. Os soros já são anticorpos prontos (imunoglobulinas, a maioria
da classe IgG). O tipo de imunização induzida pelo soro é chamado de passiva artificial,
(CRUVINEL, 2010).

b) Imunidade activa: obtida por produção de anticorpos específicos pelo organismo, após a
introdução do agente nocivo por contacto resultante de infecção, inoculação acidental ou
através de vacinas próprias para conferir a imunização que se deseja alcançar, (FARHAT,
2011). Ainda sobre imunidade activa, existe também a imunidade de rebanho. Isso diz
respeito ao fato de que crianças não vacinadas podem desenvolver anticorpos específicos sem
receber directamente a vacina, mas tendo contacto com o vírus atenuado expelido via oral ou
fecal por uma criança devidamente vacinada.

2.4.2. Quanto aos agentes que geram resposta imunológica no organismo


A imunidade natural e a adquirida são formas diferentes de respostas imunológicas contra
agentes microbianos. A imunidade natural ou inata foi incorporada ao nosso património
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imunológico ao longo de milhões de anos de evolução biológica. A resposta anti-infecciosa da
imunidade inata envolve elementos (como proteínas de fase aguda, do sistema complemento e
citocinas) e células (monócitos, macrófagos, granulócitos, linfócitos NK e células dendríticas)
e apresenta a característica de permanecer inalterada em encontros sucessivos com o mesmo
antígeno, ao contrário da imunidade adquirida. Quando a imunidade natural não é suficiente
para a eliminação dos antígenos, são accionados outros mecanismos imunológicos que visam
criar defesa específica contra o microrganismo invasor, (ROCKEFELLER, 2015).
A imunidade adquirida apresenta especificidade para antígenos e memória imunológica. A
especificidade é exercida através de anticorpos (imunidade humoral) e células programadas
para combater antígenos específicos (imunidade celular). A imunidade humoral e a celular
trata de diferentes funções do sistema linfoide:

a) Imunidade humoral: trata da resposta imunológica realizada por moléculas existentes no


plasma sanguíneo, ou seja, por anticorpos produzidos pelos linfócitos B.

b) Imunidade celular: traduz a capacidade da resposta imunológica mediada por células como
linfócito T, macrófagos, leucócitos polimorfo nuclear e outras células da imunidade inata, que
realizam fagocitose de antígenose1 que, ao serem activadas pelo antígeno, reconhecem
antígenos livres na superfície.

2.4. Tecidos do sistema imune

Além das células e substâncias que participam nas diferentes respostas defensivas, o sistema
imune é composto por órgãos , que intervêm de várias maneiras:

a) Órgãos linfáticos primários: medula óssea e timo. É onde se produzem as células maduras
do sistema imune pela divisão dos seus precursores linfóides.

b) Órgãos linfáticos secundários: amígdalas, baço, gânglios, fígado, tecido linfóide


associado às mucosas. São os lugares onde migram as células formadas nos órgãos
primários, para desempenhar as suas funções.

c) Nódulos linfáticos (gânglios): onde ocorre a interacção entre as células do sistema imune
com os antígenos, e a activação dos dois tipos de resposta imunológica (humoral e
celular).

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Fagocitose de antígenosé a destruição destes por envolvimento e degradação por enzimas.
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d) Baço: órgão também envolvido nas respostas imunológicas celular e humoral, para além
de funcionar como filtro para a retirada de eritrócitos não viáveis na circulação sanguínea.

e) Figado: órgão envolvido na defesa celular (através das células de Kupfer) contra
microrganismos

f) Amígdalas: constituem o primeiro mecanismo de defesa perante a patógenos ingeridos ou


inalados.

g) Tecido linfóide localizados nas mucosas, especialmente respiratória e gastrointestinal, que


se encontra disperso em diferentes pontos, pronto para localizar e capturar antígenos que
pelo epitélio mucoso.

2.5. Imunidade Mediada por Anticorpo


2.5.1. Imunoglobulinas
Imunoglobinas são moléculas de glicoproteínas que são produzidas por plasmócitos
( linfócitos B activados) na resposta contra um imunógeno na qual funcionam como
anticorpos. O nome imunoglobulina surgiu do achado de que quando o soro contendo
anticorpos é colocado num campo eléctrico, os anticorpos, que agentes da imunidade
humoral, migram com as proteínas globulares, (MERCK, 2015).

2.5.1.1. Classes de Imunoglobulinas


No ser humano existem cinco tipos diferentes de imunoglobulinas (anticorpos). Os anticorpos
têm diferentes propriedades para desempenhar a sua função: fixação e inactivação de
antígenos, activação da cascata de complemento (reacções bioquímicas sequenciais que
iniciam o processo de inflamação), estimulação para a liberação de mediadores/reguladores de
inflamação e facilitação da fagocitose. De acordo com SASSON e SILVA (2011), As
imunoglobulinas são proteínas especializadas, divididas em cinco classes:

 Imunoglobulina A (IgA): é a classe predominante na saliva, lágrimas, leite materno,


líquido seminal, secreções mucosas de nariz, pulmões e tracto gastrointestinal.

 Imunoglobulina D (IgD): encontra-se sobre toda a superfície das células B.

 Imunoglobulina E (IgE): importante na resposta alérgica. Encontra-se na superfície dos


basófilos.

 Imunoglobulina G (IgG): esta imunoglobulina quando está ligada ao antígeno pode activar
a cascata de complemento. É produzida pelas células de memória na resposta secundária,
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e pode permanecer durante períodos prolongados no indivíduo. É a única imunoglobulina
capaz de atravessar a placenta.

 Imunoglobulina M (IgM): apresenta-se em polímeros de cinco unidades iguais. São os


primeiros anticorpos que se formam na resposta primária contra antígenos. Têm uma vida
relativamente curta, de alguns meses.

2.6. Estrutura básica das imunoglobulinas


As imunoglobulinas podem ser divididas em fragmentos activos por digestão enzimática.
Ofragmento principal, F(ab’)2, é a “cabeça” de uma estrutura em forma de Y e é composto
por dois subfragmentos, Fab. O termo Fab é usado devido ser este fragmento que se une ao
antígeno. Cada fragmento Fab tem um local de união, de forma que existem dois locais de
ligação na molécula IgG. A IgM tem dez locais de união (2 x 5). O fragmento Fc (a “perna”
da estrutura em Y) não possui locais reactivos ao antígeno, porém dá a molécula determinada
actividades biológicas, incluindo a habilidade de activar o complemento e se combinar com
receptores e macrófagos. Estas propriedades são importantes para a actividade opsônica. Os
microorganismos invasores são envolvidos por anticorpos específicos, opsoninas, as quais
tornam os microorganismos mais fáceis de ataque pelos macrófagos.
Os macrófagos tragam os microorganismos envolvidos pelo anticorpo através do processo de
fagocitose. O fragmento Fc é também responsável pelo transporte da IgG através da placenta.

2.7. Funções das imunoglobulinas


A função principal das imunoglobulinas é servir como anticorpos. Isto é executado pela
porção de ligação da molécula do antígeno (Fab).
O tamanho da molécula de imunoglobulina é um dos factores determinantes de sua
distribuição tissular. A IgG é a principal imunoglobulina na circulação sanguínea e representa
cerca de 80% da imunoglobulina total circulante. A IgG está também presente nos espaços
tissulares. Passa facilmente pela placenta (Tabela 4). A IgG é responsável pela neutralização
de vírus e toxinas bacterianas, facilitando a fagocitose e lisando (destruindo) as bactérias,
(ROITTI e DELVES, 2004).

A IgM, a maior imunoglobulina, está confinada principalmente na corrente sanguínea e é


menos capaz de passar através das paredes capilares. A IgM não atravessa a barreira
placentária. Com seu local de combinação com o antígeno de valência 10, a IgM tem uma alta

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afinidade, ou seja, uma grande habilidade em unir-se firmemente com antígeno. A IgM é
particularmente eficaz nas lises de microorganismos mediadas por complemento.

A IgA é a segunda imunoglobulina mais abundante no sangue. A IgA é a imunoglobulina


predominante nas secreções dos tratos gastrointestinal e respiratório, como também no
colostro e leite humanos. A IgA promove imunidade mucosa local contra vírus e limita o
crescimento bacteriano nas superfícies mucosas. A IgA também funciona no trato
gastrointestinal e mostra uma resistência maior a enzimas proteolítica que outras classes de
anticorpos.

2.8. Desenvolvimento normal das imunoglubulinas sanguíneas


A síntese da imunoglobulina começa antes do nascimento. A IgM tem se mostrado presente
na 10ª semana, a IgG na 12ª semana e a IgA na 30ª semana de gestação. A maior parte dos
anticorpos sintetizados pelo feto é IgM. Não obstante, o feto cresce em meio estéril e a
produção de imunoglobulinas pelo feto saudável é extremamente limitado até o nascimento.
Em alguns fetos a síntese de imunoglobulina pode ser retardada ou pode não ocorrer.
No primeiro ano de vida os níveis de imunoglobulina aumentam rapidamente sob a influência
das provocações antigênicas do meio ambiente (infecções) e através do contacto com
antígenos de vacinas. A um ano de idade, os valores das concentrações de IgG, IgM e IgA são
aproximadamente 60%, 100% e 30%, respectivamente, daqueles nos adultos,( JANEWAY,
2002).

O recém-nascido é capaz de responder a inúmeros antígenos, porém em nível mais reduzido


que o adulto. Existe pouca ou não resposta a antígenos polissacarídicos. A ineficiência
relativa da resposta imunológica humoral do feto e recém-nascido reflecte a imaturidade na
produção de anticorpos pelas células B e células plasmáticas e baixa cooperação células T-
células B. Os anticorpos passivamente transferidos, especialmente em altos níveis, podem
suprimir transientemente a resposta do lactente a antígenos específicos. Este fenómeno tem
influenciado o calendário para algumas imunizações, (ABBAS; LICHTMAN e PILLAI,
2008).

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3. Considerações finais
Feito o trabalho, entende-se que imunológica nada mais é que a geração de anticorpos
mediante a introdução no organismo de elementos nocivos que tenham a capacidade de
estimular e provocar o sistema imune.
A imunização por sua vez, consiste na produção de anticorpos específicos, após a inoculação
do antígeno artificial próprio (vacina), nos prazos adequados, estabelecidos nos calendários
vacinais, ou é adquirida naturalmente através de infecção por microrganismo.

Contudo, quando o organismo entra em contacto com um antígeno, ocorre a produção de


imunoglobulina M (IgM), para combater o agressor, e, também, de IgG, para formar uma
memória contra ele. No caso de um segundo contacto, o organismo será capaz de gerar uma
resposta mais rápida e mais intensa em decorrência da memória arquivada e do accionamento
imediato do sistema de defesa no corpo.

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4. Referencias Bibliográficas
ABBAS AK, LICHTMAN AH, PILLAI S. Imunologia celular & molecular. 6. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2008.

ABBAS AK; LICHTMAN AH & POBER SJ. Cellular and molecular immunology. 7ªed.
W.B. Saunders, Philafelphia, p. 342-6l, 2010.

CRUVINEL, W. M., MESQUITA JR, D., ARAÚJO, J. A. P., CATELAN, T. T. T., SOUZA,
A. W. S., SILVA, N. P., Andrade, L. E. C. Sistema Imunitário. Parte I. Fundamentos da
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inflamatória. 2010. Rev Bras Reumatol. 50(4): 434-461.

ENGELKIRK, P.G. GWENDOLYN, B. Microbiologia para as Ciências da Saúde. 7ª. Ed.


Guanabara Koogan.

FARHAT, C. K. et al. Bases imunológicas. In: FARHAT, C. K. et al. Imunizações:


fundamentos e prática. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2011. p. 19-36.

JANEWAY, C. A. et al. Imunobiologia: O sistema imune na saúde e na doença. 5. Ed. Porto


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KREBS, L. S. et al. Definições em imunizações. In: CUNHA, J.; KREBS, L. S.; BARROS, E.
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MERCK. Manual MSD: edição de saúde para a família. Ed. portuguesa. New Jersey, 2009.

ROCKEFELLER UNIVERSITY. Laboratory of Cellular Physiology and Immunology.


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ROITTI IM, DELVES, PJ. Fundamentos de Imunologia. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2004.

SASSON, S.; SILVA Jr., C. Biologia celular. 5. ed. Rio de Janeiro: Saraiva, 2011

STITES, D. P.; TERR, A. I. Imunologia básica. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2010.


187 p.
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UNICAMP. Faculdade de Ciências Médicas. Imunologia celular: overview. Campinas,
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<http://www.fcm.unicamp.br/fcm/en/cipoi/imunologia-celular/overview>. Acesso em: 22 set.
2016

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