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Chlorella vulgaris

Fig. 1 – C. vulgaris vista em microscópio

Taxonomia Caracteristicas
Reino: Protista Algas verdes eucarióticas e unicelulares,
esféricas, com tamanho de 5-10μm. Fotolitoautotrófica,
Filo: Chlorophyta heterotrófica ou mixotrófica capaz de crescer
rapidamente chegando a cada 20 a 24 horas
Classe: Trebouxiophyceae quadruplicar seus números. Devido ao seu alto nível de
proteína e minerais é usado para produzir diversos
Ordem: Chlorellales
produtos alimentícios, seja pra suplementação humana
em forma de cápsulas (fig. 2), desidratado e até para a
Família: Chlorellaceae
rações para animais. Assim como muitas algas, C.
Género: Chlorella vulgaris produz lípidios através da fotossíntese. Isso faz
destes organismos uma fonte viável de biocombustível
Espécie: C. vulgaris por deter um conteúdo lipídico por biomassa de
aproximadamente 42%, muito maior que a soja, cana de
açúcar e milho. Possui parede celular digerível por
enzima, diferente de outras algas verdes. C. vulgaris é
um pouco versátil quanto a fixação de carbono.

Genoma Histórico
Genoma Tamanho GC Genes Ano
(Mb) % Esta alga unicelular foi descoberta em
16 40 56,1 10724 1997 1890 por Martinus Willem Beijerinck como a
cromossomos primeira microalga com um núcleo bem
definido. No início da década de 1990,
cientistas alemães notaram o alto teor de
proteína de C. vulgaris e começaram a
considerá-la como uma nova fonte de alimento.
O Japão é atualmente o maior consumidor de
Chlorella. Microalgas, incluindo diatomáceas e
algas verdes, em conjunto com cianobactérias,
foram estudados durante mais de um século [1].
O uso desses micróbios fotossintéticos tem
várias vantagens sobre plantas superiores por
causa de sua taxa mais rápida de crescimento,
maior produtividade de biomassa, a falta de
concorrência com as culturas de terras aráveis,
e a capacidade de crescimento sustentável com
recursos marginais. Em 2002 fora também
descoberto que C. vulgaris produz vitamina
B12, embora fora identificado em 2015 que
Fig. 2 – Pílulas de Chlorella – Concious Lifestyle magazine esta era na forma de metil cobalamina [2] a
,Justin Faermanone Of. (2019) forma mais fácil de ser assimilada por seres
humanos.
Ciclo de vida

Fig. 3 – Ciclo de vida sexuado (a) e assexuado (b) de Chlorella sp. Ilustração: Aldona Griskeviciene / Shutterstock.com

Mecanismos genéticos

O cloroplasto de C. vulgaris fora sequenciado por Wakasugi e seu time em 1997 e


este observaram a existência de genes possivelmente envolvidos na divisão de
cloroplastos, tendo então sua atividade fotossintética expandida [3]. Tal é sua atividade
fotossintética, que empresas tal como a Hypergiant Industries estão vendendo
fotobiorreatores de microalgas com, segundo sua propaganda, 400 vezes maior
assimilação por volume que uma arvore poderia [4].

Michela Cecchin et al. sequenciaram o genoma de C. vulgaris e estudaram o


transcriptoma para qualifica-lo em suas atribuições (fig. 4), observaram características
tais como DNA mitocondrial grande tal o de plantas, genes para mobilidade e
pseudogene de plastídio presente no DNA da mitocôndria, sugerindo transferência
horizontal, sendo este último previamente só encontrado em plantas(5).

Figura 4. Classificação de Ontologia genética (GO) de genes


211/11P de Chlorella vulgaris anotados. Transcrições de
Chlorella vulgaris anotadas usando o programa blast2Go foram
agrupadas funcionalmente com base nos termos GO 'func-tion
molecular' (a), 'componente celular' (b) e 'processo biológico'
(c). A distribuição dos diferentes grupos é relatada com base na
pontuação do nó associado a cada grupo considerando termo
GO com pontuação de nó superior a 1% (CECCHIN, M. et al.,
2019).

Fotossíntese
Biocombustíveis: C. vulgaris é visto como uma fonte promissora de
bioenergia. Pode ser uma boa alternativa às culturas de biocombustíveis, como soja,
milho ou colza, pois é mais produtiva e não compete com a produção de alimentos.
Pode produzir uma grande quantidade de lipídios (5-40% da massa seca), até 20 vezes
mais do que as culturas que têm um perfil adequado para a produção de biodiesel.
Esta microalga também contém grandes quantidades de amido (12-55% de peso seco),
bom para a produção de bioetanol [10]. Não apenas isto mas C. vulgaris vem sido
utilizada em processos industriais para a formação de hidrogênio e metano [6,8].
Nutricionais: O teor de proteínas de C. vulgaris varia de 42 a 58% de seu peso
seco de biomassa. Essas proteínas são consideradas como tendo uma boa qualidade
nutricional em comparação com o perfil padrão para nutrição humana da Organização
Mundial da Saúde e da Organização da Alimentação e Agricultura, já que as algas
sintetizam aminoácidos [10].
Ambientais: Microalgas verdes podem crescer em águas residuais rapidamente
e absorver compostos contendo nitrogênio e fósforo do meio ambiente. É importante
ressaltar que a biomassa de algas produzida através de tal processo pode ser usada
como matéria-prima na produção de biocombustíveis e para uma série de subprodutos,
como medicamentos, alimentos, nutrição, fertilizantes e suplementos de ração animal
e peixes. Ao todo, o tratamento de águas residuais por microalgas parece ser eficiente
tanto para a reciclagem de biomassa quanto para a proteção ambiental da indústria
suína [9]. Fora também observado que C. vulgaris tem potencial para reduzir
nanopartículas de níquel, um poluente danoso [7].

Referências
Fig. 1 Chlorella vulgaris - WikiMili, The Free Encyclopedia. Retrieved November 03,
2019, from
https://wikimili.com/en/Chlorella_vulgaris#Chlorella_vulgaris_NIES2170.jpg
Fig. 2 The Incredible Benefits of Chlorella: Nature’s Healthiest Food. Retrieved
November 03, 2019, from https://www.consciouslifestylemag.com/chlorella-benefits-
health-superfood/
1. FU, W. et al. Advances in microalgal research and engineering development.
Current Opinion in Biotechnology, [s. l.], v. 59, p. 157–164, 2019. Disponível em:
https://doi.org/10.1016/j.copbio.2019.05.013
2. KUMUDHA, A. et al. Methylcobalamin - A form of vitamin B12identified and
characterised in Chlorella vulgaris. Food Chemistry, [s. l.], v. 170, p. 316–320, 2015.
Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.foodchem.2014.08.035
3. WAKASUGI, T. et al. Complete nucleotide sequence of the chloroplast genome
from the green alga Chlorella vulgaris: The existence of genes possibly involved in
chloroplast division. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United
States of America, [s. l.], v. 94, n. 11, p. 5967–5972, 1997.
4. Herbaceous Plant Extracts. (2019) Bioreactor absorbs CO2 400x more effectively
than trees. Retrieved November 04, 2019, from
https://newatlas.com/environment/algae-fueled-bioreactor-carbon-sequestration/
5. CECCHIN, M. et al. Chlorella vulgaris genome assembly and annotation reveals
the molecular basis for metabolic acclimation to high light conditions . The Plant
Journal, [s. l.], p. 1–17, 2019.
6. RASHID, N. et al. Hydrogen production by immobilized Chlorella vulgaris:
Optimizing pH, carbon source and light. Bioprocess and Biosystems Engineering, [s.
l.], v. 36, n. 7, p. 867–872, 2013.
7. GONG, N. et al. Biotoxicity of nickel oxide nanoparticles and bio-remediation by
microalgae Chlorella vulgaris. Chemosphere, [s. l.], v. 83, n. 4, p. 510–516, 2011.
Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.chemosphere.2010.12.059
8. WIECZOREK, N.; KUCUKER, M. A.; KUCHTA, K. Fermentative hydrogen and
methane production from microalgal biomass (Chlorella vulgaris) in a two-stage
combined process. Applied Energy, [s. l.], v. 132, p. 108–117, 2014. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1016/j.apenergy.2014.07.003
9. WU, T. et al. Sequencing and comparative analysis of three Chlorella genomes
provide insights into strain-specific adaptation to wastewater. Scientific Reports, [s.
l.], v. 9, n. 1, p. 1–12, 2019. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1038/s41598-019-
45511-6
10. ANJOS, M. et al. Optimization of CO2 bio-mitigation by Chlorella vulgaris.
Bioresource Technology, [s. l.], v. 139, p. 149–154, 2013. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1016/j.biortech.2013.04.032>

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