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Artrite reumatoide
Referência: aula da prof. Germana Ribeiro
• Regiões do MHC codificadas para genes HLA-DR • Porphyromonas gingivalis: doença periodontal
• Epítopo compartilhado HLA-DRB gera formação da enzima PAD.
• Concordância entre gêmeos idênticos 12 a 15% • Prevotella: no intestino.
o Sugere fator genético envolvido na
Pessoas com muita cárie e doença periodontal vão
doença
ter colonização por essa bactéria supracitada, a qual
Existe um conjunto de genes presentes no HLA produz a enzima PAD, que vai citrolinizar as proteínas e
contido na região MHC, que é basicamente uma parte do desencadear o mecanismo imunológico.
nosso DNA responsável pelo reconhecimento de
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4. Vírus: EBV, parvovírus B19. Os ACPA vão servir como alvos para se ligar nas
proteínas carbamiladas que foram produzidas [doença
Produção de autoanticorpos
periodontal, tabagismo ou outro fator]. Isso vai fazer com
• Fator reumatoide: é o principal; a diferença dele que se formem imunocomplexos [ACPA e FR], os quais vão
para o anti-CCP é que este último é mais se depositar nos tecidos, fazendo com que haja ativação
específico. O fator reumatoide é menos específico do complemento e da cascata da inflamação.
e pode estar presente em outras doenças, como
• Ativação do complemento
hepatite C, neoplasias hematológicas etc.
• Ativação da cascata inflamatória: aumento da
• Anticorpos anti-proteínas citrulinadas e
permeabilidade vascular [edema, calor e
carbamiladas: anti-CCP faz parte deste grupo.
hiperemia ao exame físico], influxo de células
Os autoanticorpos vão causar uma resposta inflamatórias e autoanticorpos, aumenta a
imune exacerbada, pelo contato com moléculas do HLA- produção de PAD.
DR contendo epítopo compartilhado. Com isso, ocorre
Isso vai ser um ciclo vicioso, com estímulo de
formação de imunocomplexos, os quais vão se depositar
produção da enzima PAD, produção de mais
nos tecidos. Todo esse processo pode começar até dez
autoanticorpos e perpetuação da doença. É diferente da
anos antes de o indivíduo apresentar o primeiro sintoma.
gota, em que as crises são autolimitadas.
História natural da doença
• Osteoclastogênese, dano ao condrócito,
• Fase pré-clínica: ACPA ou FR até dez anos antes da degradação de colágeno: por conta disso, ocorre
doença clínica. erosões ósseas, osteopenia, redução da
• Fase clínica: início dos sintomas. cartilagem, anquilose etc. Esses processos
culminam nas deformidades.
Início da doença clínica
Fisiopatologia da artrite reumatoide – fatores ambientais [cigarro, doença periodontal] junto com fatores genéticos
[epítopo compartilhado] fazem com que haja produção de proteínas citrulinadas. Isso ativa a imunidade inata,
induzindo ativação do macrófago, células dendríticas e fibroblastos na sinóvia. Inicia-se, assim, a cascata inflamatória,
ativa-se osteoclastos e a sinóvia começa a ficar espessada, produz líquido e gera edema. Por conseguinte, há produção
de citocinas, ativação de osteoclastos, do complemento etc. Isso vai se perpetuando, principalmente por ativação de
células T e B, que é quem vai produzir os autoanticorpos.
Padrão de início típico da doença [90% dos pacientes] com o tempo. Pode chegar no médico já com alguma
deformidade presente.
1. Insidioso [55 a 65%]
• Artrite, dor, edema e rigidez
O paciente começa com um quadro de poliartrite
• Número de articulações aumentando ao longo
simétrica, com poucos sinais flogísticos, que vão piorando
das semanas a meses
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2. Subagudo [15 a 20%] simétrico, mas não significa que vai ser a mesma
deformidade de um lado e do outro, porque inclusive tem
• Semelhante ao insidioso
mão que se faz um esforço maior, por exemplo.
• Mais sintomas sistêmicos: perda ponderal
involuntária, febre, artrite, inapetência, anorexia.
3. Agudo [10%]
• Início grave
• Sintomas sistêmicos: geralmente vem com
acometimento de outros órgãos, como pulmão,
coração, vasculite etc. Também tem sintoma
articular.
Principais manifestações
No exame físico, espera-se encontrar poliartrite, • Dedos em pescoço de cisne: é o contrário do dedo
ou seja, acometimento de cinco articulações ou mais, de em botoeira. Então, ele vai ter extensão da IFN
forma simétrica. Nos quadros mais avançados, vamos ver proximal e flexão da distal.
as deformidades. Hoje em dia, é raro ver isso, porque as
Lembre-se que essas deformidades são
pessoas têm diagnóstico precoce e começam a tratar logo.
irreversíveis, ou seja, não muda a posição. Se tiver tudo
Lembre-se que a deformidade já é o estágio final destruído, incluindo tendão, forma dedo em telescópio.
da doença, quando não tem mais reversão.
Como a pessoa fica muito parada, vai ter atrofia
Mão reumatoide da musculatura dos enterócitos.
Embora seja uma doença que, classicamente, A artrite reumatoide causa edema na articulação
acometa as mãos, não é incomum atingir os pés – 33% dos metatarso-falangeana, que também é acometida na gota,
pacientes. mas na AR, inflama quase todas, não só a primeira.
• Instabilidade
• Potencial compressão medular: sintomas
neurológicos. É uma fase mais grave.
• Dor com irradiação para região occipital: quadro
inicial – apenas com inflamação, mas sem luxação.
Manifestações sistêmicas
Nódulos reumatoides
Líquido sinovial
Exames laboratoriais
Obs.: pontuação ≥ 6 e necessária para a classificação tratamento, o qual tem alguns objetivos, como controlar a
definitiva da enfermidade de um paciente como AR. atividade inflamatória e prevenir as deformidades. Por
conta disso, chamamos de medicamentos modificadores
O diagnóstico é dado por: presença de sinovite em
do curso da doença.
pelo menos uma articulação, na ausência de um
diagnóstico alternativo que explique melhor a sinovite e • AINES
na observação de uma pontuação total ≥ 6 [de 10 pontos]. • Glicocorticoides
Alguns pacientes apresentam FR negativo, então Medicamentos modificadores do curso da doença
ele não é um critério obrigatório, mas se positivo, indica [MMCD]
maior gravidade. Um outro detalhe é que esses sinais e
sintomas precisam estar presentes há, pelo menos, seis • Primeira linha: sintéticos convencionais,
semanas, porque se trata de uma doença crônica. Se o metotrexato [MTX], leflunomida,
tempo for menor que isso, pensa em quadro infeccioso ou hidroxicloroquina.
reacional. • Segunda linha: biológicos, inibidores de TNF-α,
tocilizumab, abatacept, rituxumab
Tratamento o Alvo específico: tofacitibune, baricitinibe
e upadacitibinib.
O tratamento envolve três coisas. Para tirar da
o Quem vai passar esses medicamentos é o
fase aguda, pode-se fazer antinflamatórios ou corticoides.
especialista.
No retorno do paciente ao consultório, ajusta o
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Fluxograma para tratamento da artrite reumatoide no Brasil. Havendo contraindicação ao MTX, a sulfassalazina ou
leflunomida podem ser empregadas. Antimaláricos (hidroxicloroquina/cloroquina) em monoterapia podem ser
considerados em quadros com baixo potencial erosivo. As combinações mais utilizadas no Brasil são: MTX +
antimaláricos, MTX + leflunomida (com ou sem antimaláricos), MTX + sulfassalazina (com ou sem antimaláricos). A
meta do tratamento deve ser alcançar a remissão, conforme critérios ACR/EULAR ou, quando não for possível, a baixa
atividade da doença, avaliada por um dos índices compostos de atividade de doença. Não é recomendado o uso de um
terceiro anti-TNF após falha das duas opções de anti-TNF. No Brasil, o rituximabe é recomendado, em combinação
com MTX, para pacientes que tiveram resposta inadequada ou intolerância a um ou mais anti-TNF. No caso de falha
ou toxicidade a um medicamento na terceira linha de tratamento, o próximo passo será trocar para outro (MMCDb ou
MMCDsae) listado nesse mesmo nível de complexidade, que não tenha sido previamente utilizado.
Fonte: Sociedade Brasileira de Reumatologia [não precisa decorar o tratamento para a prova, saber apenas a etapa
inicial]